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A tentativa de associar os “sábados” de Colossenses 2:16 com o sábado semanal parece não endossada nem

pelo contexto anterior e nem pelo posterior dessa passagem.

Pr. Alberto Timm, Ph.D.

Um dos textos bíblicos mais usados contra a observância do sábado do sétimo dia é Colossenses 2:16 e 17:
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados [grego
sabbátōn], porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” A
maioria dos intérpretes vê a expressão “dia de festa, ou lua nova, ou sábados” como uma progressão
anual/mensal/semanal. Por mais difundida que seja essa interpretação, existe também a possibilidade, de
acordo com Kenneth A. Strand, de “que Paulo estava usando o recurso literário comum do paralelismo
invertido, assim movendo-se das festas anuais às mensais e novamente às anuais”. Além disso, é importante
lembrarmos que “Colossesses trata, não com dias em si, mas com cerimônias” (Kenneth A. Strand, “The
Sabbath”, em Handbook of Seventh-day Adventist Theology, p. 506).

Existem muitas discussões quanto ao texto do Antigo Testamente de onde poderia ter sido extraído a
expressão “dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. Comentaristas bíblicos sugerem pelo menos nove diferentes
passagens (ver Números 28-29; 1 Crônicas 23:29-31; 2 Crônicas 2:4; 8:12, 13; 31:3; Neemias 10:33; Ezequiel
45:13-17; 46:1-15; Oséias 2:11). Mas um estudo exegético, linguístico, estrutural, sintático e intertextual de
Colossenses 2:16 com esses textos, desenvolvido por Ron du Preez, constatou que o verdadeiro antecedente
dessa expressão está em Oséias 2:11, que diz: “Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os
seus sábados e todas as suas solenidades”. Enquanto os dias de “festa” (hebraico hag; grego heortē) dizem
respeito às “três festas de peregrinação da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos”, os “sábados” (hebraico
sǎbbāt; grego sábbata) se referem às três celebrações adicionais das Trombetas, da Expiação e dos Anos
Sabáticos. – Ron du Preez, Judging the Sabbath: Discovering What Can’t Be Found in Colossians 2:16
(Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2008), p. 47-94.

A tentativa de associar os “sábados” de Colossenses 2:16 com o sábado semanal parece não endossada nem
pelo contexto anterior e nem pelo posterior dessa passagem. O verso 14 afirma: “tendo cancelado o escrito de
dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente,
encravando-o na cruz”. Já o verso 17 acrescenta: “porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de
vir; porém o corpo é de Cristo”. Somente os “sábados” cerimoniais judaicos, instituídos no Sinai (ver
Levíticos 23), podem ser qualificados como “ordenanças” e “sombras” (Colossenses 2:17). O “sábado” do
sétimo dia, instituído na semana da criação (ver Gênesis 2:2, 3), é de natureza moral e não pode ser
qualificado como mera “sombra das coisas que haviam de vir”. Por conseguinte, de acordo com Ron du Preez,
“o ‘sábado’ de Colossenses 2:16 deve ser necessariamente entendido como se referindo aos sábados
cerimoniais da antiga religião hebraica, e não ao sábado do sétimo dia entesourado explicitamente no
Decálogo” (Ibid., p. 89).

É evidente, portanto, que o conteúdo de Colossenses 2:16 e 17, geralmente usado para invalidar a santidade do
sábado bíblico, não suporta essa tentativa. Como sinal da aliança eterna entre Deus e os seres humanos (cf.
Gênesis 2:2, 3; Isaías 66:22, 23), o sábado semanal transcende a todas as demais alianças locais, sendo de
natureza perpetua e imutável.
Equipe Biblia.com.br

Qual foi a primeira aliança no Antigo Testamento?


A Primeira Aliança, de acordo com a Bíblia, narra o episódio no qual, depois de Deus fazer o grande Dilúvio,
Ele ter feito uma Aliança com os homens: os homens não pecariam, e Deus não faria mais nada para acabar
com a raça humana (como fez no Dilúvio).
O que seria perpétuo?
verbo transitivo e pronominal

1. Tornar(-se) perpétuo ou perdurável. 3. Dar ou ter sucessão por muito tempo.


Qual foi a promessa que Deus fez a Abraão?
Ele contém várias promessas:A posteridade de Abraão seria numerosa, aumentaria eternamente e possuiria o
sacerdócio;Abraão tornar-se-ia pai de muitas nações;Cristo e diversos reis nasceriam da linhagem
de Abraão;Certas terras seriam herdadas;Todas as nações da Terra seriam abençoadas por sua semente;Esse
convênio seria ...

Quem somos
O que esperar
Na Bíblia, a palavra "igreja" não significa um edifício, um líder ou um entretenimento.
"Igreja" significa assembleia.
A Igreja são as pessoas — um corpo de crentes. Somos uma igreja dedicada a aprender e a fazer a vontade de
Deus.
Nossas congregações variam de tamanho, indo de grupos com dezenas a centenas de membros. Somos
provenientes de várias origens, mas compartilhamos uma única visão —pregar o evangelho e preparar um
povo.
Nossos serviços de evangelismo e de culto aos sábados são baseados na Bíblia, sendo ensinamentos diretos da
Palavra de Deus. Numa congregação local, grande ou pequena, você encontrará um pastor preparado para
ensinar a Bíblia e para aconselhamento pessoal para que possamos crescer juntos.

Jesus Cristo revela a Deus Pai.


O sacrifício e a ressurreição de Jesus tornam sua vida eterna possível. Ele veio para revelar o Pai. Deus é um
Ser pessoal de supremo amor que deseja que você faça parte de Sua família por toda a eternidade!

Estudamos e cremos em toda a Bíblia.


Acreditamos que toda a Bíblia representa a mensagem completa de Deus para a humanidade. Toda a Escritura
— o Antigo e o Novo Testamento — é importante (2 Timóteo 3:16), e a Palavra de Deus é viva e autorizada
para todos os cristãos.
Localizações
Nós temos centenas de congregações à volta do mundo adorando Deus no Sábado semanal no idioma local.
Busque uma congregaçāo perto de si e entre em contacto com o pastor.

Como são os nossos cultos?


Temos centenas de congregações nos Estados Unidos e em todo o mundo. Muitas de nossas congregações se
encontram em locais alugados porque nos concentramos primeiro em proclamar o evangelho ao mundo e
providenciar apoio às congregações através de pastores.

Traga a sua Bíblia e leia com a gente


Incentivamos a todos a trazerem uma Bíblia para estudar com a gente. Nossos pastores geralmente usam a
versão Almeida e Corrigida na preparação de sermões, embora muitas versões diferentes sejam de muita
utilidade.

Iniciamos e terminamos nossos cultos com uma oração


Buscamos a orientação de Deus em tudo que fazemos — especialmente ao adorá-Lo! A congregação inicia o
culto com uma breve oração, pedindo a orientação e a inspiração de Deus.

Adoramos a Deus com música e cânticos


Nossos cultos incluem música e canto de hinos cristãos.
Os músicos da congregação frequentemente apresentam cânticos vocais ou instrumentais em honra a Deus.

Tudo que pregamos provém diretamente da Bíblia


Normalmente, entregamos duas mensagens bíblicas em cada culto, ensinando como viver o caminho de vida
de Deus. O sermãozinho dura cerca de quinze minutos, seguido de um sermão que pode durar até uma hora.
Às vezes, quando o pastor estiver viajando, se é entregue uma mensagem gravada ou uma mensagem online
ao vivo.

Temos estudos bíblicos especiais para crianças e adolescentes


Muitas congregações têm voluntários que ensinam princípios cristãos em um ambiente descontraído e
interativo. Também providenciamos online cadernos de exercícios e guias de estudo bíblico para crianças e
adolescentes.

Junte-se a nós para conviver em família e adorar a Deus


Muitas congregações têm estudo para adolescentes e crianças, mas no culto todos estão juntos. Incentivamos
as famílias a ficarem juntas nos cultos para aprender e adorar a Deus. Temos salas de amamentação, que
também são utilizadas para colocar os bebês para dormir. Se precisar de ajuda, basta procurar o pastor local.
Comer juntos é uma ótima maneira de crescer próximos e desfrutar de bons momentos a cada sábado. A
maioria das congregações compartilha lanches ou mesmo refeições antes ou após os cultos.
Muitas congregações oferecem eventos sociais como lanche comunitário, noites de jogos e eventos esportivos.
A Igreja é uma família, e as famílias se desenvolvem quando passam tempo juntos.

Assista nossos cultos ao vivo


Caso não possa ir pessoalmente ao um de nossos cultos, você pode participar assistindo online. Temos
transmissão ao vivo todos os sábados de várias congregações ao redor do mundo e também sermões gravados
em português em nosso canal no youtube (www.youtube.com/user/IgrejadeDeusUnida).

"Assim Abraão é um exemplo de alguém que demonstra a lei escrita em seu coração (Jeremias
31:33). Para o escritor, ele é o maior exemplo possível da verdadeira obediência à lei; aquele a
respeito de quem o Senhor poderia dizer: 'Abraão Me obedeceu' (versículo 5).

Abraão guardou os 10
mandamentos?
por Pr. Natanael Rinaldi

ARGUMENTO: Gênesis 26:5: “Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu


mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis”.
Afirmam os ADV: “esse preceitos, estatutos e leis se referem aos 10 mandamentos”.
RESPOSTA: O texto não diz que esses preceitos, estatutos e leis fossem os 10
mandamentos, pelas seguintes razões:
a) A Lei foi dada 430 anos depois de Abraão (Gl.3.17). Logo, Abraão não poderia
guardar o que desconhecia no seu tempo (Dt 5.1-3: “Ouve o Israel, as leis e os preceitos
que hoje proclamo…”, Na continuação dessa proclamação, entre outros estatutos,
Moisés cita os 10 mandamentos, que o povo não tinha conhecimento e Abraão
muito menos em sua época). Os preceitos, alguns deles, dados a Abraão:

1) Que saísse da sua Terra (Gn 12.1),


2) Que andasse em sua presença e fosse perfeito(Gn 17.1),
3) Que guardasse o concerto da circuncisão (Gn 17.9-11),
4) Que ouvisse sua esposa Sara para deitar fora sua serva Agar (Gn 21.22),
5) Que sacrificasse seu filho Isaque (Gn 22.2),
6) Que permanecesse na terra que Deus lhe dissesse (Gn 26.2-3).

Esses foram os preceitos, mandamentos e leis que Deus deu à Abraão e nada
mais, pois caso se acrescente alguma coisa além disso estamos indo além do
que está escrito (I Co 4.6), é pura especulação e acréscimo ao texto bíblico!

b) Abraão, ainda que tenha praticado os preceitos e mandamentos acima, nunca


foi justificado diante de Deus por suas obras ou por guardar qualquer Lei ou
estatuto, mesmo, que hipoteticamente, os 10 mandamentos (leia Rm.4).

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A base para o relacionamento
de Deus com seu povo

O QUE É LEI?
O substantivo
torah
, na língua hebraica, é o termo mais usado no
Antigo Testamento para falar
da
lei. Seu sentido mais amplo é

instru
ção

. É usado mais de 220 vezes referindo
-
se às diversas
formas
da lei, quer de Deus ou leis de nações. Outros substantivos
também são usados para falar da lei
e traduzidos como mandamen
tos,
ordenanças, testemunhos, estatutos, preceitos e palavra.
São
diferentes termos na língua hebraica que revelam diferentes
nuanças da lei.
Em geral, lei significa

preceito emanado da autoridade soberana...
regra ou norma de vida

.A
lei de Deus são os
preceitos
emanados de Deus, regras ou normas de vida estabelecidas pelo
soberano
criador.
Em alguns textos encontramos alguns desses termos juntos
em uma só sentença, como em
Gênesis 26.5:
... Abraão obedeceu à minha palavra e guardou os meus mandados,
os meus preceitos, os
meus estatutos e as minhas leis.
Em um certo sentido, mandados, preceitos, estatutos e leis
referem
-
se ao conjunto das
ordenanças emanadas de Deus. Até
este ponto na história da revelação (tempo de Isaque), não temos
ainda alguma cois
a que podemos chamar de Escritura. Assim mesmo,
a consciência da lei de Deus já
estava presente entre os seus
filhos. É importante ressaltar que o uso dos termos acima é
intercambiável, podendo um termo substituir outro. Não obstante
esta característica, d
o sentido
individual dos termos podemos tirar
algumas lições.
A palavra aqui traduzida por mandados (
mishmeret
) é pouco
usada no Antigo Testamento
(nove vezes somente, algumas vezes
com outro sentido

cf Is 21.8;
Hc 2.1) e significa uma
obriga
ção, princ
ipalmente quanto a rituais e festas que deveriam ser guardadas
pelo povo (Lv 18.30;
22.9; Ez 44.8,16; 48.11; Zc 3.7).
Os preceitos (
mitsva
) refletem ordens ou instruções diretas
de Deus para sua criação. Os
mandamentos são carregados da
autoridade daquele
que os proclama e vêm acompanhados da
capacitação para cumpri
-
los, da bênção ou maldição para aqueles
que os obedecem ou desobedecem.
Os Dez Mandamentos são
frequ
entemente referidos como
mitsva
.
Os estatutos (
huq
) referem
-
se mais diretamente à lei escrita,
gravada (
normalmente em pedra).
Daí a ide
ia de estatutos pétreos,
que não podem ser modificados pela forma como estão gravados.
A lei (
torah
) normalmente refere
-
se ao ensino ou instrução.
A
torah
significa mais do que
simplesmente uma afirmação ou ordem
d
e Deus sobre um determinado assunto. A
torah
é a forma
de
Deus instruir o seu povo, tanto o Israel do Antigo quanto do
Novo Testamento; também representa a
forma como um pai ensina
um filho a viver no temor do Senhor. Embora a palavra
torah
não apareça
uma vez sequer em Deuteronômio 6, este capítulo é o
que apresenta a essência da
torah
: Deus é único,
ame
-
o com tudo
o que você é e proclame sua fé aos seus filhos, sua casa e sua
comunidade (cf Mt
22.36
-
38; Mc 12.29,30). Essa conduta é o
mesmo q
ue

andar na lei

(Sl 78.10) e guardar a aliança de
Deus.
Em um certo sentido podemos afirmar que a
torah
inclui todos
os outros termos mencionados
acima e alguns outros encontrados
por toda a Bíblia. Não é sem motivo que o Senhor Jesus
exerce o
seu minist
ério terreno tendo como maior característica
o próprio ensino, mostrando
-
se mestre por
excelência.
Segundo Provérbios 3, lembrar
-
se da
torah
e guardar os
mandamentos do Senhor são o
segredo para uma vida longa,
cheia de
shalom
(paz). O salmo 119 apresenta
praticamente todos
esses
termos espalhados em suas 22 estrofes exaltando o
valor da lei de Deus (somente neste Salmo o
substantivo
torah
aparece 25 vezes).
Ao apreciarmos a lei nas Escrituras devemos nos lembrar que
ali estão muitos tipos de leis.
Elas est
ão distribuídas pelo Antigo e
Novo Testamentos e não foram dadas num vácuo. Estas leis
registradas foram dadas no processo da revelação de Deus, que é
uma revelação histórica e
progressiva. Por isso, ao identificar as
leis que encontramos em nossa Bíblia,
devemos levar em
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de Deus com seu povo

considera
ção vários dos seus aspectos, como o ambiente no qual elas
foram trazidas ao povo, os
motivos que levaram Deus a declarar a
lei desta ou daquela forma e assim compreender, não só a lei,
mas
também o seu

espírito

(para que, como
, quando foi usada e qual
a essência do seu
ensinamento).
Ao observamos estes aspectos da lei revelada nos deparamos
com o fato de que a lei de D
eus
foi dada num contexto histó
rico específico, com um povo vivendo situações que lhe eram peculiares,
em uma cultura específica, com costumes sociais definidos,
vivendo em meio a muitas outras
sociedades que também tinham
suas próprias leis. Paralelamente aos escritos bíblicos encontramos
leis sumérias, babilônias, hititas e egípcias. Um dos paralelos
mais
conhecidos hoje é o código de
Hamurabi, contendo
282 artigos de leis, muitos dos quais com paralelos no Pentateuco.
Nossa leitura
da lei tem de estar atenta a cada um destes aspectos
buscando definir, de acordo com a própria
Escritura, quais destas
leis sã
o aplicáveis, como e quando podemos e devemos fazê
-
lo.
Se não
compreendermos isto, corremos o risco de interpretar
mal as leis de Deus que se associam a condições
específicas.
Em geral, quando falamos de lei, pensamos basicamente nos
Dez Mandamentos ou na
legislação mosaica. Teólogos antigos
costumavam se referir aos Dez Mandamentos como a lei moral.
Muitas vezes, ao citar a lei, autores e pregadores querem referir
-
se
ao Pentateuco, que, na divisão
tríplice da Bíblia Hebraica
corresponde à
Torah
. No entanto
, existe muita legislação bíblica
fora do
Pentateuco e certamente muitas leis que estão no Novo
Testamento. Mesmo no contexto do
Pentateuco podemos falar da

lei antes da lei

que envolve tanto a lei natural (a lei gravada no
coração
do homem) quanto a lei
e os princípios legais revelados
aos primeiros seres humanos, antes e depois
da queda.
Cabe aqui uma nota sobre a terminologia dos reformadores
sobre lei. A palavra
lei
é usada em
pelo menos dois sentidos distintos
que devem ser entendidos a partir do con
texto. Em alguns casos
o
termo
lei
é usado como um sinônimo de Antigo Testamento
da mesma forma como
evangelho
é usado
como um sinônimo de
Novo Testamento. Comentando a Primeira Carta aos Coríntios,
Calvino diz:

A lei incluía todo o corpo da Escritura até o advento
de Cristo

. Em outros contextos, o termo
lei
é
usado como uma
categoria especial referindo
-
se ao seu uso, como categoria de comando,
isto é, um
mandamento direto expressando a vontade abso
luta
de Deus sobre alguma coisa. É assim que Calvino
usa o
termo
lei
ao comentar 2 Coríntios 3.7, Romanos 4.15 e 8.15. Nesse
sentido somente, podemos
falar de lei x evangelho, como o mandamento
que não traz salvação
versus
a graça salvadora de Deus.
Não po
demos, porém, esquecer que é o próprio Antigo Testamento
que nos apresenta a promessa da
salvação de Deus, a sua
graça operante sobre os crentes do Antigo Testamento. A esse
respeito,
Calvino diz no seu comentário em Isaías:

A lei contém
tanto mandamentos
como promessas

(Is
24.5)
.
Não devemos nos aproximar da lei de Deus com preconceitos.
Um preconceito muito comum é
de que a lei é muito

dura

.
Pode até parecer, mas o Deus das Escrituras, o Deus que se manifestou
a
Moisés e aos pais é um Deus de amor, em
todas as épocas
e ocasiões. Ele é também espírito e dele
vêm o fruto do Espírito:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio. É desse Deus que emana a lei e ela
não pode ter um caráter diferente do
caráte
r de seu criador. Se a
lei nos parece dura, é porque a vemos de maneira diferente daquela
como
o próprio Deus a vê.
1
Outro erro comum é pensar que, na sua suposta dureza, a lei
demanda coisas de impossíveis de
se fazer. Não podemos nos esquecer
de que a me
sma lei que exige é também a lei que providencia.
Portanto, para o homem de Deus no tempo do Antigo Testamento,
a lei apresentava tanto a demanda
quanto a graça. Se a lei
exigia a perfeição, ela mesma apontava para o sacrifício dos animais
que
representava o sacrifício de Cristo e o verdadeiro perd
ão. Assim, quando pela fé sacrificavam, tinham
o mesmo perdão
em Cristo que temos hoje. Por isso encontramos tantos que têm
lugar na galeria da fé
e estão no seio de Abraão. E além de todos
aquele
s citados em Hebreus 11, certamente temos maior
nuvem de
testemunhas, de homens, mulheres e crianças que amavam ao Senhor
e sua lei e eram
1
James Jordan,
Through New Eyes: Developing a Biblical View of the World
(Brentwood, TN: Wolgemuth & Hyatt, 1988),
198
-
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considerados justos, tendo sido alvo do sacrif


ício expiador do Messias mediador. Não devemos
esquecer que
as crítica
s de Jesus não eram à lei, mas ao que os fariseus faziam
em sua interpretação da
lei

tanto limitando seu entendimento ao
ato externo, como expandindo
-
a fora dos parâmetros de
Deus, multiplicando
as ordenanças. Assim, era um jugo e escravidão que eles
col
ocavam sobre o
povo. Jesus foi claro ao afirmar (Mt 11.28
-
30):
Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para
a
vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Entender com que tipo de lei nos deparamos nas Escrituras é
um dos objetivos que
pretendemos alcançar na medida em que
estudamos o assunto.
O QUE É GRAÇA
Graça é um termo recheado de significados em nossa cultura. Teologicamente,
seu significado
mais bási
co é
“favor imerecido

. Dicioná
rios e livros teológicos normalmente trarão a clássica
distinção entre
graça comum e graça especial, a graça que atinge to
da a raça humana
e a graça que
Deus aplica sobre a
lguns. A primeira é a manifesta
ção da bondade de Deus sobre a criação em geral,
sobre ímpios e
salvos. É debaixo da graça comum que enxergamos o cuidado e a
providência de Deus
sobre toda a sua criação. Interessa
-
nos aqui,
entretanto, a graça especial, que é a manifestação da graça
pela qual
Deus salva os pecadores.
Essa graça não tem o caráter universal da graça da comum.
A graça especial é o meio usado
por D
eus para a salvação da sua
Igreja, dos seus eleitos, como no caso de Noé (Gn 6.8)


Porém
Noé
achou graça diante do S
ENHOR

. A graça que Noé recebeu é
a condição primeira para a sua
salvação, e não o contrário. No
livro de Atos, Lucas menciona aqueles que

mediante a graça, haviam
crido

(At 18.27; cf Gl 1.15; Ef 2.5, 8); pela graça os crentes
são justificados (Rm 3.24; 5.18; Tt 3.7);
Paulo explica, em Romanos
4, que Abraão recebeu a promessa da herança da terra pela
fé, segundo a
graça (Rm 4.13
-
17) e que
a Escritura

preanunciou
o evangelho a Abraão

(Gl 3.8); a eleição é
segundo a graça (Rm
11.5); os dons são dados segundo a graça (Rm 12.6; Ef 4.7); pela
graça, o crente
exerce o ministério que lhe é dado por Deus (1Co
3.10; 15.10); não há nada positivo qu
e o crente faça
que não seja
movido pela graça de Deus operando em sua vida; somos dependentes
da graça em tudo.
Portanto, a graça salvadora é também a graça que o move
para o trabalho e para a efetivação
do chamado cristão. Sem a
graça especial de Deus nã
o haveria sequer o chamado do cristão
para a
salvação. Nesse sentido, não há qualquer contradição entre
a lei de Deus e a graça de Deus. Uma não
exclui a outra. Muitos,
ao tentarem pregar sobre a graça de Deus, acabam por modificá
-
la de tal forma
que a tr
ansformam em um caminho de libertinagem
em vez de li
berdade e acabam por pregar um

outro

evangelho.
Não entender o papel da graça conforme outorgada aos crentes
leva a sérios desvios que
podem causar graves problemas para
o cristão.

O crente em Cristo vive tão somente pela graça, sua salvação é pela graça e sua vida é pela
graça. E seria por isso a lei de Deus inválida para o cristão? Não. Ainda que ele não possa ser salvo
pela lei, poderá aprender a vontade do seu Senhor na lei. Nesse sentido, a lei é apreciada pelo crente
como uma lei graciosa.

Lei e graça, Mauro Meister,


Editora Cultura Cristã

A LEI DE DEUS: O QUE É ESSA LEI?


A lei de Deus é uma expressão do caráter santo e moral
de Deus (Tg 2.10-11). Nesse sentido, a lei de Deus é eterna, como o próprio Deus é eterno.
Além disso, ela é também é a boa dádiva de Deus para a humanidade (Rm 7.12). Deus criou a
humanidade e o mundo para operar em conformidade com sua lei. Por esse motivo, quando a lei
de Deus é compreendida e aplicada corretamente, ela é nosso deleite e alegria, nosso caminho
para uma vida de sucesso, e não um fardo ou maldição (Js 1.8-9; Sl 112.1; 119.14,16,47- 48, 97-
113,127-128,163-167).

Porém, a identificação a interpretação e a aplicação correta da lei de Deus é uma tarefa complexa que
exige uma análise das Escrituras como um todo. Deus revelou a sua lei a Adão e Eva na forma de suas
responsabilidades gerais como portadores da imagem de Deus (Gn1.27-30) e na proibição com
respeito ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.15-17). Deus também revelou a
sua lei a Noé e aos patriarcas israelitas de várias maneiras apropriadas às suas respectivas
circunstâncias. No tempo de Moisés, Deus descreveu a sua lei em detalhes, de acordo com o estágio
da história da salvação em que seu povo se encontrava e também inspirou a sua primeira codificação.
Outras revelações transmitidas ao povo de Deus pelos profetas do Antigo Testamento também
aplicaram a lei eterna de Deus a Israel, especialmente durante o período monárquico (2Sm 23.1-2;
24.11). Por fim, a lei eterna de Deus foi revelada por Cristo e seus apóstolos, cujos ensinamentos são
sintetizados como sendo de autoridade no Novo Testamento (p. ex.,Mt 5—7). Uma vez que o caráter de
Deus é imutável e nunca se contradiz, em nenhum momento os princípios de conduta exigidos
num estágio da revelação contradizem outras prescrições. E, no entanto, nunca são exatamente
iguais.
A expressão mais complexa da lei eterna de Deus na revelação bíblica aconteceu no período de
Moisés, o grande legislador de Israel. Tradicionalmente, a teologia reformada dividiu a lei mosaica em
três partes: a lei moral, a lei cerimonial (rituais, cultos, etc.) e as leis civis ou judiciais (regras sociais e
criminais). Desde que nos lembremos que essas categorias se sobrepõem de várias maneiras, essa
distinção tríplice é útil.

Os Dez Mandamentos expressam os princípios morais básicos da lei de Deus em dez regras simples,
mas abrangentes. Essas leis são declaradas de modo um tanto abstrato e, portanto, podem ser
aplicadas com relativa facilidade a todas as pessoas, lugares e épocas. As leis judiciais e cerimoniais,
porém, são estreitamente ligadas a aspectos e circunstâncias da época. As cerimônias foram criadas
para o culto no tabernáculo e no templo, e as leis judiciais visavam guiar Israel como nação teocrática.

Esses aspectos da lei de Moisés são relativamente difíceis de serem aplicados à era do Novo
Testamento, pois as cerimônias e a organização política de Israel se cumpriram em Cristo. Ainda
assim, os princípios morais que alicerçam as leis cerimoniais e judiciais ainda devem ser aplicados ao
Nosso tempo.

Por fim, o próprio Novo Testamento orienta o modo de vida dos cristãos do período posterior ao
ministério de Cristo aqui na terra ao fornecer suas próprias regras ou leis. A vida cristã não é
desprovida de leis externas. Jesus ensinou vários princípios morais e demonstrou repetidamente como
seus ensinamentos eram aplicações verdadeiras da lei de Moisés (Mt 5-7; 12.11-12; Mc 2.23-28). Os
apóstolos também ensinaram os mandamentos de Deus à igreja (Jo 13.34; 1Co14.37; 1Jo 2.7-8)
e mostraram em várias ocasiões que essas prescrições eram aplicações da revelação do Antigo
Testamento.

Quando Paulo declarou, não estar “sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo” (1Co 9.21),
por exemplo, quis dizer que tinha a obrigação de guardar toda a lei de Deus do mesmo modo que
Cristo e os apóstolos a haviam aplicado às circunstâncias da igreja primitiva. Devemos seguir o
exemplo de Jesus e de seus apóstolos e disce
rnir os
princípios morais ensinados ao longo das
Escrituras e aplicá
-
los zelosamente à igreja e ao mundo de nosso tempo.
Bíblia de Estudo de Genebra
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Palavra Viva

3
º tri 201
2
Apoio didático

Lição
7
A
LIANÇA
A base para o relacionamento
de Deus com seu povo

LEGALISMO E ANTINOMI
SMO
POR QUE DEVO OBEDECE
R À LEI DE DEUS?
Os cristãos devem obedecer à lei de Deus (Mt 28.20;
Jo 14.15,21; Rm 2.13; 1Jo
2.3
-
6). A
obediência devida é
definida (1) pelo padrão correto (a vontade revelada de
Deus, isto é, a sua lei; Dt
30.8
-
14; Mt 5.16
-
20; Rm 2.13);
(2) por um coração correto (que ama a Deus e ao próximo;
Dt 30.16;
Mt 22.36
-
40; Jo 14.15; 1Co 16.14; Gl 5.14;
2
Jo 1.6); (3) pelo objetivo correto (agradar e glorificar a
Deus, honrar a Cristo, contribuir para o avanço do reino
de Deus e beneficiar o próximo; Lc 18.29
-
30;
Rm 8.7
-
8;
12.1
-
2; Gl 1.10; Cl 1.10; 1Ts 2.3
-
4). Ao longo da História,
porém, muitas pessoas
int
erpretaram essas verdades de maneira
equivocada e, de um modo geral, caíram no extremo
do
legalismo ou do antinomismo.
“Legalismo” é um termo amplo para certas perspectivas
impróprias da lei de Deus. Algumas
formas de legalismo são
resultant
es de motivos e propósitos distorcidos que levam
os legalistas a
considerarem as ações corretas um modo de
obter mais do favor de Deus do que se tem no momento.
Alguns buscam desamorosamente o benefício próprio, outros
mudam os padrões da revelação de
Deus
.
No Novo Testamento, encontramos exemplos tanto do
legalismo farisaico como do judaizante.
Em vários sentidos,
os fariseus eram formalistas que enfatizavam os aspectos exteriores
dos atos em
detrimento dos motivos e propósitos.
Consideravam
-
se cumpridores
fiéis da lei, embora (1) se
preocupassem
excessivamente com questões secundárias, negligenciando
o que era mais importante
(Mt 23.23
-
24); (2) sua
casuística negasse o espírito e o objetivo da lei (Mt 15.3
-
9;
23.16
-
24); (3)
tratassem práticas tradicionais
como se fossem
parte dotada de autoridade da lei de Deus, colocando a
consciência sob um jugo de prescrições humanas em casos
em que Deus havia dado liberdade (Mc
2.16

3.6; 7.1
-
8); e
(4) fossem hipócritas sempre em busca da aprovação humana
(Mt 6.1
-
8; 23.
2
-
7;
Lc 20.45
-
47). Jesus tratou dessas
questões com eles de modo bastante incisivo.
Os judaizantes da igreja primitiva ensinavam que os
cristãos gentios deveriam fazer certas
boas obras, como a
circuncisão, a fim de obter maior favor de Deus. Na epístola
a
os Gálatas, Paulo se
opôs energicamente a essa ideia,
condenando os judaizantes por obscurecerem e, em essência,
negarem a graça plenamente suficiente do evangelho
revelado em Jesus (Gl 3.1
-
3; 4.21; 5.2
-
6). Na
epístola aos
Colossenses, desenvolveu uma argu
mentação semelhante
contra aqueles que insistiam
que os cristãos deviam realizar
certas obras a fim de obter a plenitude espiritual (Cl 2.8
-
23).
Todas as
fórmulas que exigem uma ação humana para completar
o que Cristo já nos concedeu representam uma
volta
ao legalismo e insultam a Cristo.
“Antinomismo”, que significa “oposição à lei”, é uma designação
aplicada a várias ideias
diferentes que negam a aplicabilidade
ou a importância da lei de Deus para a vida cristã:
Ao que
parece, o antinomismo dualista estev
e presente
nas heresias contra as quais Judas e Pedro escreveram
(2Pe 2; Jd 4 -19), e também pode ser observado em outros momentos
da história do povo de Deus. De
acordo com essa visão,
a salvação é apenas para a alma, e o comportamento físico
é irrelevante
tanto
para o relacionamento com Deus quanto
para a saúde da alma. Uma vez que o comportamento
físico
não tem nenhuma consequência eterna, as transgressões
físicas da lei de Deus (p. ex., os pecados
sexuais) são
aceitáveis.
O ant
inomismo centrado no Espírito se fia de tal modo
na intervenção do Espírito Santo que
nega a necessidade de
o cristão ser instruído pela lei quanto ao seu modo de viver.
Nessa visão, a
liberdade da lei como meio de salvação também
implica liberdade da lei
como guia da conduta. Esse
tipo de antinomismo se tornou comum nos primeiros cento
e cinquenta anos da Reforma. No entanto,
a insistência de
Paulo em mostrar que a pessoa verdadeiramente espiritual
reconhece a autoridade da
Palavra de Deus (1Co 14.37;
cf.
7.40) sugere que essa mentalidade já estava presente na
igreja primitiva de Corinto.
O antinomismo centrado em Cristo argumenta que,
pelo fato de os cristãos estarem em Cristo,
aquele que observou
a lei em seu lugar, Deus os considera inculpáveis,
o que é verdade. No entanto,
conclui equivocadamente
com base nesse fato que os cristãos têm toda a liberdade
de adotar o pecado
como modo de vida desde que continuem
a crer em Cristo como seu Salvador. Mas 1Jo 1.8

2.1
(que
explica 1.7) e 3.4
-
10 apontam n
uma outra direção,
mostrando que não é possível estar em Cristo e, ao
mesmo
tempo, adotar o pecado como modo de vida.
O antinomismo dispensacionalista afirma que, tendo em
vista os cristãos viverem sob a
dispensação da graça e não da
lei, não precisam guar
dar a lei moral. No entanto, passagens
como Rm
3.31 e Tg 2.8
-
13 mostram claramente que a observância
da lei continua sendo uma obrigação dos
cristãos.
O antinomismo dialético, defendido por Karl Barth e
Emil Brunner, nega que a lei bíblica
seja uma ordem d
ireta
de Deus. Afirma, antes, que as injunções da Bíblia dão ocasião
à Palavra do
Espírito que pode ou não corresponder
exatamente ao significado original das Escrituras.
O antinomismo situacionista afirma que, nos dias de
hoje, a única coisa que Deus exig
e dos
cristãos é uma intenção
ou motivo baseado no amor e que as injunções éticas
específicas das
Escrituras são apenas exemplos de como o
amor foi expresso em determinadas épocas e lugares. Esses
exemplos podem ser desconsiderados nos dias de hoje, desde
que a motivação continue sendo o amor.
As passagens
das quais esse ponto de vista se vale, como Rm 13.8
-
10,
ensinam que essas ordens
específicas não podem ser obedecidas
sem amor, mas também afirmam a importância
de cumprir os
mandamentos específicos.
É preciso enfatizar que a lei moral, conforme esta se
encontra resumida nos Dez Mandamentos
e detalhada
nos ensinamentos éticos de ambos os Testamentos, é uma
lei coerente, instituída para ser
um código da prática do
povo de Deus de todas as eras. O Espíri
to é dado para
capacitar os cristãos a
obedecerem à lei e para nos tornar
cada vez mais semelhantes a Cristo, o arquétipo de
obediência à lei
(Mt 5.17). Na verdade, essa observância
fiel da lei é o cumprimento da nossa natureza humana
e as
Escrituras não d
ão nenhuma esperança de salvação
para aqueles que se recusam a se voltar do pecado
para a
justiça (1Co 6.9
-
11; Ap 21.8). Veja o artigo teológico “Os
três usos da lei”, em Sl 119.
Bíblia de Estudo de Genebra
Devemos guardar as leis de Deus?

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PARA QUE SERVEM AS LEIS?


É imprescindível que primeiramente se entenda o que é e para que servem as leis: Leis são preceitos que
regulam a sociedade, definindo direitos, deveres e como deve ser a conduta de cada cidadão, primando
pela moral e os bons costumes, garantindo uma convivência harmoniosa e pacífica entre os semelhantes.

Imaginem por um momento como viveriam os homens sem as leis para governá-los! Só os mais fortes
sobreviveriam e os mais fracos morreriam de fome ou seriam mortos por seus rivais.

Todas as nações possuem leis que delimitam a liberdade dos seus cidadãos, ensinando o que podem ou
não fazer e até onde vai o seu direito e tem início o do próximo, assim como pais impõem regulamentos e
normas, dentro dos lares, aos filhos, para que eles aprendam a se conduzir propriamente em família e
socialmente.

As leis humanas são oriundas das leis divinas. Deus ensinou ao homem como ter uma vida digna e feliz
através de suas leis, razão pela qual é de suma importância conhecê-las.

É muito comum ouvir que os Mandamentos se dividem em dois: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo. Mas a pergunta é…

COMO AMAR A DEUS DE TODO CORAÇÃO?

Só podemos amar com toda a intensidade que nos ordena a Toráh o que conhecemos, respeitamos,
tememos e admiramos. A maioria ama seus pais. Sabemos, entretanto, que há pais justos e pais injustos.
E como sabemos disso? Na convivência diária passamos a conhecer suas atitudes, fragilidades,
qualidades, defeitos e limites. Sabemos o que gostam ou não através de suas correções e sansões que
impõem quando suas regras são quebradas.

No caso do Eterno não há imperfeições ou fragilidades, tudo nEle é justiça. O homem que teme a Deus
tem o dever de conhecê-lo e de saber o que Ele gosta ou desgosta e o que espera de seus filhos. Essa é a
razão dEle dizer em I João 2:4-6 (Bíblia Judaica):

“Se alguém disser: “EU O CONHEÇO, mas não guarda os Seus Mandamentos, é mentiroso, e a Verdade
não está nele. Mas, se alguém guarda a Sua Palavra, então o amor genuíno de Deus foi
verdadeiramente aperfeiçoado nele. Dessa forma sabemos que estamos realmente unidos com Ele. A
pessoa que afirma permanecer em união com Ele deve conduzir sua vida da mesma forma que Ele.”

“Mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em COMPREENDER-ME e CONHECER-ME, pois eu sou o Senhor e
ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado”, declara
o Senhor.” (Jeremias 9:24)

COMO CONHECER A DEUS

Esses versículos deixam claro que é através do conhecimento da Lei de Deus que se entende a natureza e
a essência daquele que falou e trouxe o mundo à existência. A meditação e o estudo de Sua Palavra
conduzirão ao entendimento, e então à sensação de júbilo, respeito e o amor virá automaticamente.
Os sábios judeus também disseram que essa mitsvá (Mandamento) inclui convocar a humanidade a servir
o Altíssimo, e a crer nEle. Isso porque quando admiramos e elogiamos alguém, temos a tendência de
querer que outros o conheçam, outros são chamados a se aproximar, queremos dividir nossa admiração.
Assim também, se amamos verdadeiramente ao Eterno, através do entendimento e compreensão de Sua
existência; certamente espalharemos este conhecimento que temos dEle a todos que nos cercam:
“Amigos de Deus falam aos seus amigos sobre Deus”.

Todo o Israel recita o Shema Ysrael citado em Deuteronômio 6:4-8, que mostra ao homem como deve
ser o seu amor pelo Eterno:

“Ouça Israel ‫ יהוה‬nosso Deus (Elo-he-nu) ‫ יהוה‬é ‫( ֶא ָֽחד׃‬e-had – um). Voce deve ‫( ואהבת‬ve-a-hab-tá –
AMAR) ‫ יהוה‬SEU DEUS

‫( ְּבָכל־‬be-khal- com todo) ‫( ְלָבְבָ֥ך‬le-ba-be-kha – seu coração)

‫( ּוְבָכל־‬ub-khal – e com toda) ‫( ַנְפְׁש ָ֖ך‬naf-sh-kha – sua alma)

‫( ּוְבָכל־‬ub-khal – e com toda)


‫( ְמ ֹאֶֽדָך׃‬me-o-de-kha – sua força)”

“O segundo versículo da passagem do Shemá Yisrael, que começa com ve’ahabta, convoca Israel para
amar a Deus plenamente. O uso do termo “amar”, no contexto de aliança do Oriente Médio antigo, foi
descoberto como denotando a noção de lealdade, que é muito provavelmente a intenção aqui. O
versículo ve’ahabta convoca o homem ao amor e a lealdade a Deus sob três perspectivas:

 Bekhol lebabekha (com todo coração)


 Ubkhol nafshekha (com toda sua alma)
 Ubkhol me`odekha (com toda sua força)

AS LEIS REVELAM A ESSÊNCIA DO CARÁTER DE DEUS

Como é possível amar a Deus sem conhecer a sua essência, seu caráter, suas proibições e sansões que
impõe a seus filhos quando erram? Como é a atitude de um filho criado sem rédea (juízos)? Sem
correções e punições (sansões) que limitem a sua liberdade, cerceando seus maus desígnios e infrações?
Como são os filhos de pais permissivos? Vemos que eles perdem a civilidade, e por vezes até a
humanização pelas atrocidades que cometem. Não há como saber o que é errado sem a existência da Lei
(Romanos 7:7-12,22,25).

A Bíblia conta a história de um pai permissivo, que, embora a lei existisse, não fazia com que fosse
obedecida em seu lar, não tinha postura, era omisso, e qual foi o juízo do Eterno sobre ele? Tirou dele o
sacerdócio, entregando-o a Samuel e puniu seus dois filhos com a morte! (I Samuel 2:22-25,27,29-36,
3:13,14 – atenção ao termo blasfemar – o.t. amaldiçoar). Para entender o porquê de Deus ter usado esse
termo, é necessário ler Números 15:30-31. Não se pode obrigar os filhos quando adultos, mas, naquilo
que compete aos pais, que está sob sua autoridade, tem-se o dever de se posicionar a fim de contê-los,
para que o mal não venha sobre eles ou sobre os pais.
Para se conhecer a Deus é necessário conhecer o Código de Vida que Ele deu para o homem, não há como
conhecê-lo sem conhecer suas leis.

CONHECENDO A LEI DE DEUS

Observe que os versículos abaixo citarão testemunhos, ordenanças, estatutos, juízos, preceitos e
mandamentos.

“Esta é, pois, a lei que Moisés propôs aos filhos de Israel. Estes são os testemunhos (‫ – העבת‬há-Edot), e
os estatutos (‫ – החק’ם‬há-hukim), e os juízos ‫ – )המשט’ם‬há-mishpatim) que Moisés falou aos filhos de
Israel, havendo saído do Egito” (Deuteronômio 4:44,45).

“E guarda a ordenança (‫ – ִמ ְׁשֶ֣מ ֶר ת‬mishnereth = charge, acusação, pena) do Senhor teu Deus, para andares
nos seus caminhos, e para guardares os seus estatutos (huq-qo-taw), e os seus mandamentos
(mishvotaw), e os seus juízos (mish-pa-taw), e os seus testemunhos (ve-e-d-vo-taw), como está escrito na
lei de Moisés; para que prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer que fores” (I Reis 2:3).

“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, seus estatutos, os
seus juízos e os seus mandamentos“ (Deuteronômio 11:1).

DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE LEIS DE DEUS

Muitos, por desconhecerem o hebraico e as nuances da língua dos autores bíblicos, não possuem clareza
quanto a diferença que há nesses conceitos da lei. Razão da grande distorção e incompreensão das leis
que se cumpriram com a vinda de Jesus e as que perdurarão por toda existência humana, inclusive após o
juízo, quando o Evangelho do Reino for ensinado a todos, e as leis estiverem no coração humano. Elas
serão intrínsecas ao proceder do homem espiritual, talhado a imagem do Seu Criador e de Seu filho Jesus.

As diferenças entre as leis serão explicadas de forma totalmente embasada nas Escrituras Sagradas, e
também como é feita essa categorização.

NA TORÁH HÁ CINCO CATEGORIAS DE LEIS

É importante que se conheça um pouco do porquê as leis vieram à existência, antes de explicar a
abrangência de cada uma delas.

HISTORICIDADE DA LEI

Leis, como já dito, são preceitos que regulam a sociedade. São elas que definem os direitos e deveres e
definem como deve ser a conduta do cidadão, prezando pela moral e os bons costumes, garantindo uma
convivência harmoniosa entre os semelhantes. Sem elas para governar o homem, só os mais fortes
sobreviveriam, os demais morreriam de fome ou seriam mortos por seus rivais.
Ao dominar as técnicas da agricultura, os homens passaram a se agrupar para trabalhar a terra e
domesticar os animais. Havia apenas uma língua falada, comum a todos os povos, mas foi na edificação
da Torre de Babel (confusão) que o Eterno viu a necessidade de refrear o homem e confundiu sua língua
(Gênesis 11:1-9). Eles passaram a se agrupar pelo idioma falado. O passar do tempo e as necessidades do
trabalho trouxeram consigo a necessidade de que aprimorassem a comunicação, vindo à existência a
linguagem escrita.

REGRAS PARA UMA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA

Ao mesmo tempo em que o grupo tornava a sobrevivência mais fácil, a convivência em grupo tornava os
conflitos mais frequentes e difíceis de administrar, havendo a necessidade de se criar regras para a
convivência comunitária. Assim, junto com o conforto das casas e a fartura das colheitas, surgiam as
noções de propriedade privada e a guerra pela posse do que antes era considerado bem comum.

As leis vieram para que a comunidade pudesse continuar existindo, e todos fossem capazes de desfrutar
das vantagens que ela proporcionava. Tornou-se importante determinar os direitos e deveres dos
cidadãos, como, por exemplo, a proibição de roubar ou matar, para que todos soubessem agir com
civilidade e cidadania com seus pares, e criou-se também a obrigação de se pagar impostos, para que
fosse possível construir bens de uso comum, como estradas, pontes, praças, mercados, escolas, hospitais,
etc.

A ESTRATÉGIA DE DEUS

As leis nem sempre foram justas, a princípio, nações faziam incursões a outras nações, a mais forte
tomava tudo que pertencia à nação subjugada e o povo se tornava súdito da nação vencedora, lhe
pagando tributos. E assim foi por milênios (só Adão viveu 930 anos!). Deus deu a lei oral, mas com o tempo
o homem se corrompeu e se esqueceu dela, a ponto de o coração do Eterno ter se entristecido de tê-lo
criado, tomando a decisão de uma destruição em massa através do dilúvio (Gênesis 6:6-8).

Após o dilúvio, o Eterno viu a necessidade de organizar a vida humana com leis justas e precisas, que, se
obedecidas, o homem viverá por elas feliz e respeitosamente (Eclesiástico 17:9-12). Mas, para isso, toda
uma estratégia fora traçada.

A ESCOLHA DE ABRAÃO

Deus escolheu um homem que sabia governar a sua casa, Abrão (2166 AC.), fez com que sua descendência
se multiplicasse e se tornasse escrava na terra do Egito. Após 430 anos, Ele cumpriu sua promessa de
libertá-los com braço forte e grandes sinais, endurecendo o coração do Faraó, para mostrar nele o Seu
grande poder e se fazer conhecido por todas as nações, e, ao mesmo tempo, temido pelos hebreus que
ouviam falam do Deus de seus patriarcas, e naquele momento puderam contemplar o seu poder (Êxodo
7:1-4,13,22; 8:18-19, 10:1). Nove pragas foram enviadas confrontando os deuses egípcios. Após a décima, o
povo pode sair despojando seus captores (Êxodo 12:29-32).
O Eterno os levou pelo deserto e ao terceiro mês, no mês de Sivã, no Shavuot, (Dia de Pentecostes), sete
semanas após a saída do Egito, Deus desceu no Monte Sinai, o povo ouviu a Sua VOZ, e os DEZ
MANDAMENTOS foram concedidos ao homem, como um Código Eterno e imutável (Êxodo 19:1-2,5-6,10-
11,14-15,18-19, 20:1,2).

AS TÁBUAS DE PEDRA COM OS DEZ MANDAMENTOS

Deus deu a Moisés duas Tábuas de Pedra com os Dez Mandamentos, que devem reger a vida humana. A
Bíblia diz que os Mandamentos se dividem em dois: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como
a si mesmo. Ouvimos essa citação com frequência, usada para justificar que a lei não existe mais, mas
quem conhece a língua hebraica dos autores bíblicos, do qual descende Yeshua (Jesus), jamais faria tal
alegação. A lei é a essência do caráter do Eterno.

O PORQUÊ DOS MANDAMENTOS SE DIVIDIREM EM DOIS

Observe o porquê de as Escrituras dizerem que os Mandamentos se dividirem em dois: AMAR A DEUS
SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

Quem ama a DEUS SOBRE TODAS AS COISAS, cumpre os quatro primeiros Mandamentos
concernentes ao seu Deus:

1. Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da terra do Egito (=Mundo);


2. Não terás outros deuses diante de mim, não te encurvarás a eles nem lhes darás culto;
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; e
4. Lembra-te do dia do Sábado para o santificares.

Quem ama ao PRÓXIMO COMO A SI MESMO, cumpre os seis Mandamentos concernentes ao próximo:

5. Honra teu pai e tua mãe;


6. Não matarás;
7. Não adulterarás;
8. Não furtarás;
9. Não dirás falso testemunho contra teu próximo; e
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo.

Essas duas passagens, que fazem essa citação, poderão sem entendidas com mais clareza agora:
Mateus 22:36-40; Romanos 13:8-10 (Tradução Bíblia Judaica Completa).

Os Mandamentos são leis muito amplas, precisam de leis regulamentares para explicitá-los, tornando-os
mais compreensíveis e respondendo questionamentos que possam vir a existir sobre como guardá-los. As
repostas a esses questionamentos podem ser obtidas através dos estatutos, decretos, preceitos e juízos.
Estando os mesmos sempre pautados nos Testemunhos do Eterno para o homem. Razão pela qual houve
a necessidade de Deus ditar a Moisés a TORÁ, que são os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, onde está destrinchada toda a Lei de Deus.
Um exemplo: O Quarto Mandamento nos ordena a guardar o Sábado. Perguntas poderiam surgir como: É
permitido trabalhar nesse dia? Comprar ou vender? Pode-se cozinhar? Qual é o dia correto de Santa
Convocação (cultos)? Por que Jesus ia à Sinagoga aos Sábados? Há um dia específico ordenado por Deus?
Todas essas perguntas estarão respondidas nos estatutos de Deus, descritos na Torá, sobre o Quarto
Mandamento.

Os Dez Mandamentos são como dez capítulos de um livro, que terão os seus conteúdos esmiuçados
pela Torá.

QUEM ESCREVEU OS DEZ MANDAMENTOS E QUEM ESCREVEU A TORÁ

Deus não concedeu ao homem o dever da escrituração dos Mandamentos, Ele mesmo o fez com Seu
próprio dedo, dado a sua importância (Êxodo 24:12; 31:18, 32:15-16, 34:1,28), mas atribuiu a Moisés a
escrituração das leis que os regulamentariam. Leis ditadas pelo próprio Criador (Êxodo 34:27-29;
Neemias 8:1-3; Deuteronômio 31:9-12). Moisés permaneceu no Monte Sinai por 40 dias e o Eterno lhe deu
as instruções.

A esse conjunto de instruções, que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia, contendo leis,
estatutos (também chamados de ordenanças ou regulamentos), preceitos (Pena/Regra), juízos e
Testemunhos, que, como já dito, regulamentam e esmiúçam os Dez Mandamentos, além de fatos
históricos da saga dos hebreus em sua trajetória do Egito à Terra Prometida, foi dado o nome de
Torá. Deus já tinha intenção de ditá-la a Moisés desde que pediu que subisse o monte (Êxodo 24:12); razão
pela qual ele permaneceu lá por quarenta dias, a ponto de o povo ter pensado que ele desaparecera
(Êxodo 34:28, 32:1; Malaquias 4:4).

A TORÁ REGULAMENTA OS DEZ MANDAMENTOS!

ONDE DEUS ORDENOU QUE SE GUARDASSEM OS MANDAMENTOS E A TORÁ

O Eterno diferenciou os Dez Mandamentos das leis que os regulamentam (Torá) até na forma que ordenou
que fossem guardados:

 As Tábuas de Pedra ou Tábuas do Testemunho (Êxodo 31:18,34:29 (Bíblia Judaica Completa) com os
Mandamentos, dentro da Arca da Aliança ou do Testemunho (Êxodo 40:20-21; Deuteronômio 10:1-5);
 A Torá, chamada de “Livro da Lei” ou “Livro do Pacto”, ao lado da Arca (Deuteronômio 31:24-26).

FUNÇÃO E COMPETÊNCIA DA NOSSA LEI DE FORMA SIMPLIFICADA

Com pequenas diferenças, mas para que você entenda a competência dos diversos tipos de leis, os
Mandamentos seriam como a Constituição. Nela há estatutos, decretos, normas e penas para os
transgressores; tudo para torna-la clara aos cidadãos e não oportunizar brechas para os infratores.
Quando as leis da Constituição são desobedecidas, há a oportunidade, através da oitiva de testemunhas,
de provar-se a inocência do acusado. Mas, uma vez comprovado o delito, sansões previstas na lei são
impostas. Toda lei civil e criminal ocidental, e de alguns países orientais, é oriunda da Bíblia.
A Lei (Ex. Constituição) especifica direitos e deveres. É um ato emanado do poder legislativo para
disciplinamento de matéria de competência do ente federativo: município, estado, união. Tendo que ter
uma lei municipal para regular as coisas de competência do município, e assim por diante.

Decreto é o ato regulamentar de uma lei. Esmiúça a lei. É ato do poder executivo.

Estatuto é uma consolidação de normas legais.

Testemunha é depoimento de uma pessoa que presencia um fato, que servirá como prova de
determinado processo e pode ser fundamental para que uma parte venha a ganhar ou perder uma causa.
A testemunha reproduz acontecimentos passados retidos em sua memória, desde o momento em que
presenciou o fato litigioso ou dele tomou conhecimento.

A Decisão Judicial pode ser definida simplesmente como a decisão tomada por juízes ou outros órgãos
do Poder Judiciário no curso de um processo judicial, civil ou penal.

A LEI ERA TRANSMITIDA ORALMENTE

Abraão foi chamado pelo Eterno de “Seu amigo”, como resultado de seu profundo entendimento de
Elohim. Abraão amou a Deus por conhecer a sua essência e o Eterno o amou por sua obediência. Só é
possível conhecer o âmago do caráter de Deus através da sua Lei, que na época era transmitida
oralmente. Veja quem se torna amigo de Deus, para entender o porquê de Abraão ter sido chamado de
seu “amigo” em João 15:10,14.

Muitos podem estar pensando: “Mas a Lei foi dada a Moisés, milênios depois de Abraão!” Não, a LEI JÁ
EXISTIA, era transmitida oralmente. Como pode ser constatado em Gênesis 26:5:

Porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas
leis”

A LEI EXISTIA DESDE QUE O MUNDO FORA CRIADO

A santificação do sábado ocorreu na criação, antes da existência de Moisés ou de qualquer judeu sobre a
Terra (Gênesis 1:24-27,31, 2;1-3). Mais tarde, a ordem de sua observância foi apenas repetida nos Dez
Mandamentos, usando-se o verbo no imperativo “lembra-te do dia do Sábado” (Êxodo 20:8).

Abel já conhecia a entrega das primícias, e por isso foi aceito por Deus, mas a oferta de Caim foi rejeitada,
porque ofereceu “dos frutos da terra”, não teve o cuidado de oferecer “os primeiros frutos” (Gênesis 4:1-
7).

Enoque e Noé andavam com Deus, eles o obedeciam e o conheciam e Deus os escolheu para seus
propósitos (Gênesis 5:21-24, 6:9). O Eterno ordenou que Noé pusesse sete casais de animais puros e dois
impuros na arca, e ele o entendeu (Gênesis 7:1-2,7-8, 8:20), logo, o princípio dos alimentos Kosher (puros)
datam dos tempos de Noé, muito antes de serem repetidos em Levítico 11, o mesmo ocorre com a
proibição de alimentar-se do sangue ou de qualquer animal sufocado (Gênesis 9:4-6).
Ninrode vivia em oposição ao Eterno, só se vive em oposição quem conhece o que é certo e não pratica,
pois onde não há lei – diz a Bíblia – não há transgressão (Gênesis 10:8-9; Romanos 4:15).

Abraão construiu um altar ao Senhor, o invocava e obedecia suas leis (Gênesis 12:8, 26:5). Os homens de
Sodoma eram grandes pecadores, diz a Bíblia. Só há pecado onde há conhecimento da lei (Gênesis 13:12-
13, 18:20-24,32).

Melquisedeque já era sacerdote e a ele Abraão entregou seus dízimos, muito antes de existirem
sacerdotes estabelecidos pela lei do sacerdócio levítico (Gênesis 14:18,20). Abraão era um profeta de Deus
(Gênesis 20:2-7). A lei da circuncisão, que prefigurava o batismo, foi dada a Abraão. Séculos depois, o
anjo do Senhor tentou matar Moisés porque não havia seguido a lei ordenada a seu ancestral, e somente
mais tarde foi formalizada em Levítico 12:1-4 (Gênesis 17:10-12,23; Êxodo 4:24-26).

O direito de primogenitura já existia e fora vendido por Esaú a seu irmão por um prato de lentilhas
(Gênesis 25:31-34). Jacó promete entregar seus dízimos, se Deus o abençoasse voltando em paz para casa
(Gênesis 28:20-22). Todas essas passagens testemunham a existência da lei, muito antes da mesma ter
sido repetida por Deus a Moisés.

Portanto, NÃO É LEI DE MOISÉS, É LEI DE DEUS!

A DURAÇÃO DA LEI É ETERNA

A lei é um Pacto de Deus com o homem de duração ETERNA (Salmos 111:9, 119:160; I Crônicas 16:15-17;
Mateus 5:17-18 – Veja B.Judaica Completa; Sofonias 3:8-9).

A TERRA SOFRE POR TER ABANDONADO A LEI DE DEUS

Muitos culpam a Deus pelos sofrimentos existentes na atualidade ou descreem de sua existência pela
mesma razão, mas as Escrituras nos explicam o porquê de eles existirem: porque o homem se distanciou
dos princípios divinos, abandonou e transgrediu a Lei que o Eterno lhe outorgou, como um pacto
perpétuo.

“A Terra murcha, o mundo definha porque seus habitantes transgrediram os ensinamentos, alteraram a
Lei, quebraram a Aliança Eterna, portanto a maldição devora a Terra…” (Isaías 24:4-6).

“O amor de muitos esfriará por causa do distanciamento da Torá” (Mateus 24:12 – Tradução Bíblia
Judaica Completa)

SEM LEI NÃO HÁ COMO SABER O QUE É O PECADO

São as leis que mostram o que é o pecado e onde se está infringindo a vontade do Deus Eterno e Criador
do homem (Romanos 7:1,7,11-12,22,25 – ler na B. Judaica Completa; I Coríntios 15:56). Onde não há lei,
não há violação (pecado) (Romanos 4:15). É pela fé que se age segundo a lei, confirmando a lei escrita
no coração (Romanos 3:31).
O JULGAMENTO SERÁ APLICADO EM CONFORMIDADE COM A LEI

Jesus afirma em João 5:45: “Não penseis que eu vos hei de acusar perante o Pai. Há um que vos acusa,
Moisés, em quem vós esperais”. Moisés já não existia há milênios quando Jesus disse isso, mas seus
escritos estão vivos e vigentes até hoje.

Na parábola do Rico e Lázaro, Abrão disse ao rico, quando este pediu que Lázaro fosse avisar seus
irmãos: “Lá (na Terra) tem Moisés e os profetas, que ouça-os, se eles não escutarem Moisés nem os
profetas, não serão persuadidos nem mesmo se alguém se levantar dentre os mortos” (João 5:45-47; Lucas
16:29-31; Romanos 2:12-14; Lucas 16:19-31; II Coríntios 5:10). Seremos julgados pela lei, pois, como
enfatizado diversas vezes, onde não há lei (Torá), também não há pecado (Romanos 4:15, 5:13, 7:8 – BJ
Completa; João 15:22). Mas, é do conhecimento de todos que haverá um juízo para julgar a cada um por
seus pecados, o que evidencia que a lei permanece.

A LEI DA GRAÇA É ATRIBUÍDA A PAULO POR MUITAS VEZES ELE USAR O TERMO ESTAR ACIMA DA LEI E
DEBAIXO DA LEI

Vejamos o que Pedro nos fala da interpretação ou podemos dizer, da “deturpação” das epístolas (cartas)
de Paulo em II Pedro 3:15-16: “…como nosso irmão Paulo nos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi
dada, falando dessas coisas como faz em todas as suas cartas. No entanto, algumas delas são difíceis
de entender, e essas coisas, os ignorantes e instáveis estão distorcendo, assim como fazem também
com o restante das Escrituras, para a sua própria condenação.”

Assim como no passado, ocorre também hoje, há muitos versículos que não são entendidos
corretamente, pelo desconhecimento da língua grega. Romanos 10:4 é um deles, onde se traduz em
algumas versões: “Cristo é o fim da Lei”. No grego é usada a palavra “telos” que significa “finalidade”,
erroneamente traduzida como “fim” (ler na B. Completa Judaica – Porque o objetivo estabelecido na Torá
é o Messias). Quando Paulo usa o termo estar debaixo da lei, ele se refere a SER INFRATOR dela
(Romanos 3:19, 6:14). Leia em Gálatas 5:16-18*, o porquê dos que são dominados pelo espírito não
estarem debaixo da Lei; em Gálatas 5:22-25 ele fala quais são os frutos do espírito e contra esses não há
lei. Os que vivem pelo espírito, pregaram na estaca a sua carne. Quem vive em conformidade com a lei,
não está debaixo dela, mas acima dela, porque não a infringe.

PAULO ERA UM GUARDIÃO FERRENHO DA LEI

Paulo era um judeu, da tribo de Benjamim (Romanos 11:1), instruído segundo o rigor da lei por Gamaliel,
um doutor da lei, e zeloso pelas Escrituras (Atos 22:1-3, 17:1-2, 24:14; Filipenses 3:4-9*; Tito 3:13 (BJC).
Como alguém que exalta a grandeza e o seu prazer na Lei aconselharia outros a abandonarem? (Romanos
7:12,22,25). Esses boatos e distorções de suas palavras já existiam desde a igreja apostólica (Atos 21:19-
24). Percebam que a Segunda Aliança (Novo Testamento) veio a existência no ano 100,
aproximadamente 30 anos após a morte de Paulo, então o que Paulo pregava? Ele pregava a Torá (os
cinco primeiros livros da lei) e a Tanakh (a Primeira Aliança, de Gênesis à Malaquias, conhecida hoje como
“Velho ou Antigo Testamento”). Observe que ele pede a Timóteo, seu irmão de fé, que lhe traga os livros e
os pergaminhos que deixara na casa de Carpo (II Timóteo 4:13, 3:14-16). Ele ensinava as Escrituras da
Primeira Aliança (Atos 17:1-3).

HAVERÁ UM JUÍZO QUE SERÁ REGIDO PELA LEI

A Bíblia nos relata que virá um juízo sobre a Terra, quando o trigo será guardado no celeiro de Deus e o
joio será ajuntado pelos anjos e queimado. E descreve quem é o joio em João 13:41: “O Filho do Homem
enviará seus anjos e eles ajuntarão dentre seu Reino, tudo que faz pecar e todas as pessoas distanciadas
da Torá” (B. Judaica Completa) (João, 5:28-29; Isaías 4:2-4, 33:11-12,14, 61:2, 63:4, 66:16; Jeremias 25:29-
31; Mateus 7:21-23; Romanos 2:12; Salmos 149:6-7).

TODOS CONHECERÃO A VERDADE E ENTÃO VIRÁ O FIM

Deus não condena ninguém sem o conhecimento da Lei. A Bíblia é clara ao afirmar que quando o
Evangelho do Reino for pregado a todas as nações, então virá o fim. Há nações em que o Evangelho
nem é permitido entrar. Em outras, os que temem a Deus e querem guardar os seus Mandamentos são
mortos, escondem sua fé, temendo por sua vida. Por isso, a Bíblia nos fala do “ano” de resgate de seu
povo, quando os olhos das nações serão abertos (Isaías 35:5-10) e do “dia” da vingança, que será quando
o juízo dos perversos e maus, apóstatas, iníquos e blasfemos será executado (Isaías 34:8, 63:4; Mateus
24:14; Isaías 2:1-3, 25:6-8, 29:17-20,24, 32:1-4, 35:5-10, 42:16-17; Mateus 22:24-30; Isaías 28:9-21; 65:17-18,21-
23).

Juízo em hebraico é “mishpatim”. Julgamento significa “aplicação da Lei” (Isaías 5:7; Números 15:15-
16), portanto, no julgamento será a aplicada a lei que está nos lares de cada um e a Terra se encherá do
conhecimento do Eterno (Habacuque 2:14) e todos os remanescentes o servirão de comum acordo
(Sofonias 3:8-9).

O QUE É A TÃO FALADA “GRAÇA”

Graça é um favor imerecido. A GRAÇA DE DEUS FOI CRISTO TER MORRIDO PELO HOMEM, sendo ele
ainda pecador, e lhe conceder o perdão de seus pecados, diariamente, quando se arrepende e os
confessa. Cristo intercede como sumo-sacerdote perante o Pai, no Dia da Expiação (Yon Kipur), por
aqueles que passaram pelo arrependimento e confissão dos pecados, para que os mesmos sejam
apagados dos livros celestiais (I Timóteo 2:5; Hebreus 2:17-18, 4:14-16,7:25, 8:1-2, 9:6-9,11-12, 23-24;
Romanos 5:15-17,21, 4:4-7, 8:29, 10:4 -BJ Completa; Gálatas 2:4-8; Efésios 1:5-7).

Concluindo:

PECADO É A TRANSGRESSÃO DA TORÁ (I João 3:4 – B. Judaica Completa).

SE NÃO HOUVESSE LEI, NÃO HAVERIA MAIS PECADO. E NÃO HAVENDO PECADO, SERÍAMOS JULGADO PELO
QUÊ?

Juízo só existe quando há desobediência à Lei, mas quando NÃO HÁ LEI, NÃO HÁ DESOBEDIÊNCIA. Do que
serviria a graça se não houvesse mais pecado? Do que o homem seria acusado não havendo lei? Todos
estariam salvos, pois não haveria infrações! Mas o pecado existe e o homem é orientado pela palavra a
abandoná-lo, para que a ira de Deus não o apanhe (Efésios 4:23-26,31-32; 5:3-6*).

A LEI BENEFICIA O HOMEM

A Lei de Deus dá SABEDORIA, ENTENDIMENTO e isso é mostrado diante dos povos (Deuteronômio 4:5-8;
Daniel 1:19-20).

Conhecer e guardar a Lei é o que torna o homem JUSTO e IRREPREENSÍVEL (Deuteronômio 4:5-6, 6:25 –
BJC; Romanos 2:13; Lucas 1:6); BEM-AVENTURADO e TUDO LHE VAI BEM (Deuteronômio 6:1-3, 5:29, 28:1-
14; Apocalipse 22:14); é FELIZ (Salmos 119:1-4), LONGEVO (Êxodo 23:22,25,26; Deuteronômio 5:33). SEUS
FILHOS SÃO ABENÇOADOS (Deuteronômio 5:29, 7:12-13); SERÁ AMADO POR DEUS E SAUDÁVEL (Êxodo
15:26; Deuteronômio 7:11-15).

OS DEZ MANDAMENTOS

No hebraico o termo Mitzvôt é usado para Mandamentos. O Decálogo é o código moral, indivisível,
intransponível, inviolável e imutável que deve reger a vida humana. É chamado de Lei Maior ou Lei Moral e
é a ele que o Eterno se refere quando diz: Se ouvires a MINHA VOZ; pois a única vez que o homem ouviu a
voz de Deus foi na outorga dos Dez Mandamentos (Êxodo 19:16-19, 20:1-21; Levítico 26:3,14-15;
Deuteronômio 4:32-33, 5:26,29 –BJC, 6:17).

Os Dez Mandamentos são como se fossem 10 títulos, referentes a dez CAPÍTULOS DE UM LIVRO, cujo
conteúdo será destrinchado pela Torá.

TORÁ

Torá do hebraico ‫ – ּתֹוָר ה‬significando: instrução, lei, apontamento. É derivada da palavra hebraica: yārāh –
instrua, dirija, mostre. É um rolo de pergaminho no qual os cinco livros de Moisés foram escritos, e é
também a primeira das três divisões do cânon judaico (Romanos 9:4-5*).

Foi revelada a Moisés no Monte Sinai e entregue à nação de Israel para que aprendesse como guardar
os Mandamentos (Romanos 9:4-5). Naquele monte, foram entregues as tábuas com os
Mandamentos e, segundo a tradição judaica, duas Torot foram outorgadas: a Torá Escrita (o
Pentateuco) e a Torá Oral.

Como já vimos, a Torá Oral, repetida por D’us a Moisés, já era conhecida pelos patriarcas e por várias
pessoas citadas na Bíblia, como Enoc, Noé, Abraão. Homens que a Bíblia diz que “andavam com
Deus” (Gênesis 5:21-24, 6:9, 26:5; Eclesiástico 44:20).

A TORÁ, que REGULAMENTA OS DEZ MANDAMENTOS, corresponde a estes livros:

HEBRAICO PORTUGUÊS SIGNIFICADO


Bereshit (Gênesis) (No princípio)
Shemot (Êxodo) (Nomes)
Vayicrá (Levítico) (Ele disse)
Bamidbar (Números) (No deserto)
Devarim (Deuteronômio) (Palavras)

“Há um completo entendimento que há na Torá 613 mitzvot: 248 mitzvot positivas (uma para cada
osso e órgão do corpo masculino) e 365 mitzvot negativas (uma para cada dia do ano solar)”. Exemplo
de mitzvot positivas:

1.Honrar o idoso e o sábio (Lev. 19:32);

2.Aprender a Torá e ensiná-la (Deut. 6:7);

3.Apegar-se àqueles que conhecem a Deus (Deut. 10:20) (O Talmude esclarece que aqueles que se apegam
aos que são estudiosos da Lei, estão equivalentemente se apegando Àquele que a Lei outorgou);

4. Nada acrescente aos Mandamentos da Torá, quer na Lei escrita ou em sua interpretação recebida por
tradição (Deut. 13:1);

5.Nada tire dos Mandamentos da Torá (Deut. 13:1); E

6.Cada pessoa deve escrever um rolo da Torá para si mesmo (Deut. 31:19)

Concluindo: A TORÁ é o conjunto de instruções que explica, esmiúça e esclarece como guardar cada
Mandamento (Romanos 7:1-12; Tiago 2:8-12 – onde está escrito Lei, substitua por Torá como está na
Bíblia Judaica Completa).

TANAKH (PRIMEIRA ALIANÇA)

Conhecido e erroneamente chamado pela maior parte das pessoas como “VELHO ou ANTIGO
TESTAMENTO”, é na verdade a Primeira Aliança entre Deus e o homem. O termo “Antigo
Testamento”, apesar de comum, é muitas vezes considerado pejorativo pelos judeus, pois pode ser
interpretado como inferior ou antiquado ao Novo Testamento, que nada mais é do que a Segunda Aliança,
COMPLEMENTO DA PRIMEIRA.

O TANAKH é a Bíblia Hebraica da Primeira Aliança, composto de 24 livros. As próprias letras que formam
esse nome representam o acrônimo das obras que o compõem:

TA – TORAH – Cinco primeiros livros da Bíblia; Em grego – PENTATEUCO (Penta = cinco / teuco =
rolos)

NA – NAVI’IM – Oito livros dos profetas maiores e menores: nesses livros há a figura dos profetas,
escolhidos por Deus e enviados para falar ao povo recordando-lhes as leis e a observância às mesmas.
KH – KTUVIM – Escritos – São onze livros de gêneros literários distintos: poéticos (cânticos e orações:
Salmos, Cantares), narrativas históricas (Esdras, Neemias, Ester, Jó, Rute, etc) e os livros
sapienciais (Eclesiastes, Provérbios).

O TANAKH compreende de Gênesis à Malaquias, e em sua totalidade é composto de leis (Mandamentos


e a Torah que os regulamenta), regras, preceitos morais, juízos aplicados por D’us às infrações cometidas,
exortações dos profetas para que o povo convergisse de seus caminhos quando estavam desviados,
testemunhos, comentários, opiniões legais, proibições e fatos históricos.

MISHNÁ

(Compilação da Lei Oral)

No Monte Sinai, como já dito, segundo a história judaica, foi dado por Deus a Moisés a Torá e também a lei
oral, que não devia ser escrita, apenas repetida pelos que estivessem constituídos, para que ficasse na
mente e no coração do povo. No ano 70 d.C., com todos os acontecimentos e perseguições romanas, o
Rabino Iehudá-há-Nasi (em hebraico – nosso Mestre Sagrado) por medo de que essas interpretações das
leis se perdessem, violou o princípio da proibição e compilou as leis orais para que pudessem ser
preservadas e não se perdessem com o tempo e nem fossem esquecidas. Essa compilação recebeu o
nome de MISHNÁ.

A Mishná é uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita
da tradição oral judaica, da Torá Oral. Compilada por volta do ano 200, reunindo textos do sec. III até o
séc. V. É um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, a ética, aos costumes e história do
judaísmo.

Com o passar do tempo, muitos rabinos estudaram a Mishná comentando-a e interpretando-a do Sec. III
até o ano 500 d.C. Essas interpretações geraram uma nova obra: a GUEMARÁ.

MISHNÁ + GUEMARÁ = TALMUDE Lei Oral Interpretações

O conjunto formado pela MISHNÁ e GUEMARÁ deu origem ao TALMUDE (instrução ou aprendizado)
configurando a tradição oral, formalizada por escrito e seus mais insignes comentadores.

No Talmude encontra-se tanto as prescrições legais, sobre os mais diversos âmbitos da vida (no hebraico
chamado de halachá = caminho ou modo de conduzir-se), como os contos e parábolas que transmitem os
principais valores e crenças judaicas.

ENTENDENDO A CATEGORIA DAS LEIS DE DEUS

Repetindo: As leis são preceitos que regulam a sociedade. São elas que definem direitos e deveres e
definem como deve ser a conduta de cada cidadão, prezando pela moral e os bons costumes, garantindo
uma convivência harmoniosa entre os homens. Sem elas, só os mais fortes sobreviveriam (Romanos 7:7-
9,21-25; I Timóteo 1:8-10 (BJC); II Tim. 1:13; Luc. 5:32).

É muito importante saber discernir a qual categoria de lei os textos bíblicos se referem durante nossa
meditação nas Escrituras.
Deuteronômio 11:1 diz: Ame a Jeová, seu Deus e cumpra a sua obrigação para com Ele,
suas mishmartov (= acusações/pena/preceitos); seus huqqotav (estatutos/regulamentos), seus/suas
mishpatav (julgamentos/decisões judicias) e os seus mitzvot (Mandamentos). As Escrituras usam
esses termos do hebraico: ‫ִמ ְׁשַמ ְר ּ֗ת ֹו‬, ‫ ְוֻח ֹּקָ֧ת יו‬,‫ ּוִמְׁש ָּפָ֛ט יו‬,‫ּוִמְצֺוָ֖ת יו‬

1. Mitzvot (Mandamentos / Voz de Deus / Pacto / Aliança);


2. Chukim (Estatutos, ordenanças, regulamentos);
3. Mishmereth (Acusações / Pena, preceitos, normas, regras);
4. Mishpatim (Juízos); e
5. Edot (Testemunhos).

O quadro abaixo evidenciará e explicitará cada tipo de lei e sua função para melhor compreensão:
Para que você entenda qual a função dessas categorias de leis, observe:

As passagens que fundamentam o quadro acima, estão abaixo:

3º Mandamento: Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”


1. Mitzvot (Mandamento) – Êx. 20:7; Deut 5:11
2. Huqquim* (Estatuto) – Levítico 5:4-5, 19:11-12, Mateus 5:33-37; Números 30:3-16* (huqquim); Tiago
5:12; Eclesiástico 23:9-14; Deuteronômio 23:21-23; Eclesiastes 5:1-6. Estatutos são para todos: naturais e
estrangeiros (Levítico 24:22).
3. Mishmereth (Acusação/ Pena) – Malaquias 3:5; Zacarias 8:17
4. Mishpatim (Juízo aplicado) – Levítico 24:10-16; Zacarias 5:3-4;
5. Edot (Testemunho) As duas Tábuas de Pedra / Tábuas do Testemunho

AS TRÊS DIVISÕES DO DECÁLOGO


Mandamentos – Voz de Deus – Pacto – Aliança – LEI MORAL – Mitzwot – (Deuteronômio 4:1-6,13)
No Primeiro Mandamento do Decálogo, Deus proclama sua identidade, seu relacionamento com Israel e
suas grandes benfeitorias em favor dos israelitas e de todo aquele que chama e escolhe para servi-lo,
dos quatro cantos da Terra, a saberem que Ele os redimiu da escravidão do Egito, que simboliza o
mundo, e os resgatou do poder do faraó (Satanás). Isso implica na responsabilidade dos israelitas
naturais e dos enxertados de se comprometerem com a Aliança que o Eterno estabeleceu com eles.

O Segundo Mandamento demanda devoção a Ele e bane todas as formas de politeísmo e idolatria. Os
primeiros dois mandamentos, juntos, constituem a fundação da aliança, e contemplam as suas
características mais essenciais, sendo totalmente concentrados no Criador. Aplicações e extensões desses
dois mandamentos e do relacionamento de aliança que eles manifestam, além de medidas para melhorar
e preservar o relacionamento e impedir a violação dele, compõem a seção das mitzwot.

O Terceiro Mandamento, a proibição de tomar o nome de Adonai em vão, faz parte da categoria
de mitzwot, mas tangencia os Huqquim… sua expansão e leis subsequentes entram na seção de
Huqquim.

O Quarto Mandamento, concernente ao sábado, um exemplo primordial de Huqquim. Guardar todos os


dias que aliança o homem com o seu Deus, torna-se um sinal na mão e na testa dos salvos, que os
distinguirão no juízo. No quarto mandamento está o sábado, sétimo dia semanal e as Festas do Senhor:
Páscoa, Asmos, Pentecostes, etc., também chamadas de sábados, porque nelas há a proibição de
qualquer atividade laboral.

O Quinto Mandamento, honrar pai e mãe, delineado como imperativo categórico tal qual todos os Dez
Mandamentos são, tem frequentemente sido considerado como parte de Huqquim.
Os mishpatim propriamente ditos compõem do sexto ao Décimo Mandamentos.
Exemplos de MISHPATIM (Êxodo 21)
12. Quem ferir a outro do modo que este morra, também será morto;
14. Se alguém vier maliciosamente contra seu próximo, matando-o na traição, trá-lo-ás até mesmo do
meu altar, para que morra. (Homicídio Doloso);
15. Quem ferir seu pai e/ou sua mãe, será morto;
16. Quem raptar alguém, e o vender, ou for achado na sua mão, será morto. (rapto e sequestro);
18,19. Se dois brigarem, um ferindo o outro com pedra ou com punho, e o ferido não morrer, mas cair de
cama, se ele tornar a levantar-se e andar fora apoiado seu bordão, então será absolvido aquele que o
feriu; somente lhe pagará o tempo que perdeu e o fará curar-se totalmente. (Lesão corporal e
Responsabilidade Civil);
22. Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano,
será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como juízes lhe
determinarem (Responsabilidade Civil).

DISCERNINDO A QUE CATEGORIA DE LEI OS TEXTOS BÍBLICOS SE REFEREM


Analisemos algumas citações de Paulo, que são “aparentemente controversas”, e observemos os
termos usados por ele, no grego; idioma em que a Segunda Aliança fora traduzida, a fim de saber a que
tipos de leis ele se refere ao dizê-las:

“O Mandamento (Entole) que era para a vida” (Romanos 7:10) conduziu-me a morte” (outra tradução – me
matou) – aqui Paulo está mostrando que quando se desconhece a lei, o homem é inocente no que faz
(Romanos 7:9), mas quando passa a conhecê-la, torna-se consciente de seus erros, pois ela aponta onde
você a tem violado, conduzindo à morte, caso não haja arrependimento e conversão (Romanos 7:7). Paulo
diz sobre e lei:

“A Lei (Nomo =Torá) é boa e santa; e o Mandamento (Romanos 7:12)


(Entole = Mitzvot) é santo, justo, e bom”
“A Lei (Nomo = Torá) é espiritual” (Romanos 7:14)
“A Lei (Nomo = Torá) é boa” (Romanos 7:16)
“Tenho prazer na Lei (Nomo = Torá) de Deus” (Romanos 7:22)
“Com entendimento sirvo à Lei (Nomo) de Deus” (Romanos 7:25)
Observe no quadro da página anterior que “Entole” é Mandamento e “Nomo” é a denominação usada
para Torá, no grego. Reflita: Como poderia Paulo ser o responsável pela “Lei da Graça” que aboliu as leis,
se ele chama a Torá de boa, santa, espiritual, e diz que tinha “prazer” na Lei e que com
entendimento “servia a Torá”?! Da mesma forma alega que o Mandamento é para a VIDA e o chama
de santo, justo e bom.

ENTÃO, A QUE LEIS DE DEUS PAULO SE REFERIU?

Há um versículo muito deturpado, não por mal, mas provavelmente pelo desconhecimento das
terminologias e classificação das leis onde Paulo diz:
“[Cristo] aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças (dogmasin = estatutos),
para que dos dois [povos] criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” (Efésios 2:15 – obs.
2:19,20*; Colossenses 2:14).

Não é possível saber a diferença uma vez que as traduções deixam muito à desejar. Ao ser lido no grego,
Cristo aboliu na sua carne a lei dos mandamentos em forma de “dogmas” (dogmasin). Observe que ele
NÃO diz que Cristo aboliu na sua carne os “Mandamentos” representados pela palavra grega
“Entolon” ou a “Torá” (os cinco primeiros livros da Bíblia), traduzida em grego como “Nomo”. E
continua dizendo:

“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que
está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira [aliança] fora irrepreensível, nunca
se teria buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o
Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá́ estabelecerei uma nova aliança” (Hebreus
8:6-8). “Dizendo Nova Aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, está prestes a
acabar, de ser substituído pelo novo” (Hebreus 8:13).

“Ora, também a primeira [aliança] tinha ordenanças (Dikaioma = preceitos, norma, pena) de culto divino,
e um santuário terrestre” (Hebreus 9:1,11-15).

Os Mandamentos são ETERNOS e IMUTÁVEIS, por fazerem parte da própria essência do caráter de Deus.
Temos uma NOVA ALIANÇA, baseada na VOZ de Deus que é irrevogável (Mateus 24:35; Marcos 13:31; Lucas
21:33). Esse é o fundamento do “contrato de casamento”, também chamado de Aliança, Acordo, Pacto,
Testamento: “Não quebrarei a minha ALIANÇA, não alterarei o que saiu dos meus lábios” (Salmos
89:34).

Alguns estatutos, bem como alguns preceitos, que eram sombras de coisas futuras, (Hebreus 10:1;
Colossenses 2:16,17; Hebreus 8:5; Hebreus 9:24; Joao 1:17), foram substituídos por meio de sacrifícios
espirituais no coração do homem (Colossenses 2:11; Romanos 2:29), como será mostrado a seguir.

PROFECIA QUE PREDIZIA QUE ESSAS LEIS EM FORMA DE ORDENANÇAS E DOGMAS FICARIAM PARA
TRÁS

Apocalipse 12:1: Viu-se então um grande sinal no céu, uma mulher (Igreja, a noiva de Cristo – Cantares
6:8-10, 4:10,12) estava vestida do sol (A Dualidade, a verdade, pureza e justiça – Isaías 60:1-3; Lucas
1:78, 2:32; Malaquias 4:2, Salmos 84:11, João 8:12, Mateus 13:43; Atos 2:20; Isaías 30:26 – futuro). Essa
Igreja pertencia ao varão, era uma igreja de Cristo, diferente das igrejas citadas em Isaías 4:1. A
lua (Gênesis 37:9; Joel 2:28-31; Atos 2:17-20) estava debaixo dos seus pés (o que está debaixo dos pés é
pisado, fica para trás. Aqui já estava sendo mostrado que certas leis ritualísticas seriam suplantadas com a
vinda do Cordeiro: a lei de sacrifício de animais cessaria (Daniel 9:27); o velho conserto da circuncisão
foi substituído pelo batismo (Genesis 17:10-12; Levítico 12:1-3; Filipenses 3:5; Gálatas 2:3-5*; João 1:6,33;
Atos 19:1-4; Colossenses 2:11-13). O cordeiro da Páscoa foi substituído pelo pão e o vinho (Mateus
26:17-20,26-29; João 6:48-57). O sumo sacerdote passou a ser o próprio Yeshua (Jesus) (Hebreus 8:6-
8,13, 9:11,23-24; I Timóteo 2:5) e o sacerdote passou a ser o homem que serve a Deus (Êxodo
19:6; I Pedro 2:9-10).

Na cabeça dessa mulher havia uma coroa (a justiça, retidão, vida eterna, salvação baseada na Lei de
Deus – Isaías 28:5; Jó 29:14; Tiago 1:12; II Timóteo 4:7-8) de 12 estrelas (Estrelas são homens – Gênesis
15:4-5, 37:9-11*, Judas 1:12-13; e também anjos – Apocalipse 1:20, 12:4; I Coríntios 15:40-41), ou
seja, essa igreja era conduzida, na Nova Aliança, para salvação que leva à vida eterna, na justiça e
retidão, por 12 homens justos e retos (= os 12 apóstolos – Marcos 3:14-19).

É necessário entender o “espirito” da lei, uma vez que “A Lei é Espiritual” (Romanos 7:14). Por exemplo:
Era ordenado que se “Pusesse o óleo nas sete lâmpadas do castiçal”; sua luz nunca podia estar apagada
durante a noite (Êxodo 25:31-32,37, 27:20-21). O castiçal (menorá) é um dos símbolos da Igreja (Apocalipse
1:20). As 7 lâmpadas (ou sete olhos) são os Sete Espíritos de Deus (Zacarias 3:9, 4:1-2,4,10; Apocalipse
3:1, 4:5, 5:6; Isaías 11:1-2). Perceba que ao lado do candelabro há duas oliveiras (Zacarias 4:3,11-14; Ap.
11:3,4). As duas oliveiras representam as duas Alianças, os dois Testamentos. O azeite, que é extraído do
fruto da oliveira, é também símbolo do Espírito de Deus. Essa visão dada a Zacarias está mostrando que a
Igreja de Deus é conduzida pelo Espírito de Deus na Verdade, proveniente dos dois Testemunhos de
Deus na Terra: a Primeira e a Segunda Aliança (I Coríntios 6:19, Efésios 5:18).

O SANTUÁRIO DE DEUS É O HOMEM

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado
por Deus, e que vós não sois de vós mesmos?” (I Coríntios 6:19).

“Enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18).

Ao povo de Israel e aos israelitas pela fé, o fato de não dar ouvidos à VOZ de Deus, ou seja,
transgredir os 10 Mandamentos, que foram ouvidos por toda a nação, acarretava influência direta
na salvação, porque todas as leis existentes na Torá, têm por objetivo regulamentar os Dez
Mandamentos.

Alguns pecados eram perdoados com vários tipos de ofertas e sacrifícios. Mas, para certos pecados era
exigida a morte do transgressor. Exemplo: Entre o povo de Deus era inadmissível o envolvimento com
bruxaria, espiritismo, adivinhação ou consulta a mortos.

Nesses casos, aplicava-se um JUÍZO contra o transgressor, pela desobediência e violação do Segundo
Mandamento. A sentença era morte, NÃO havendo perdão, pois era considerado rebeldia, blasfêmia, pela
desobediência do Mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim” e o fazendo conscientemente
por conhecer da lei (Números 15:30-31).

Deus não aceitava e não aceita até hoje. Porém, pelo governo não ser mais teocrático, como por ocasião
de Moisés, o juízo não é aplicado instantaneamente para que a Lei se cumpra, mas certamente o
transgressor receberá a punição no Juízo Final.

CONCLUINDO A PRIMEIRA E A SEGUNDA ALIANÇAS

A Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) faz parte da Primeira Aliança (Antigo Testamento). Na Torá
estão todos os estatutos, penas, juízos aplicados à desobediência, quando infrações à lei eram cometidas.
De Josué à Malaquias são livros históricos, louvores e orações (Salmos), livros sapienciais e livros
proféticos de Deus exortando e conclamando o povo, pelos profetas, a retornarem, a convergirem de seus
maus caminhos para aquele por Ele traçado através de seus Testemunhos (duas Tábuas de Pedra).
A Segunda Aliança (Novo Testamento – Mateus à Apocalipse) são livros que vêm complementar e
aperfeiçoar, através de Jesus, a Primeira Aliança (o Primeiro Testamento): O Cordeiro da Páscoa foi
substituído pelo pão e o vinho. O Sumo sacerdote, responsável por interceder no Dia da Expiação, passou
a ser Yeshua (Jesus) e os sacerdotes são todos aqueles que se dispõem a servir a Deus e a guardar os seus
Mandamentos. O Pentecostes passou a ser não apenas o dia que a lei foi outorgada no Monte Sinai, como
também o dia que Cristo se sentou à direita do Pai e derramou o Espírito Santo sobre a Igreja (Atos 2:32-
33).

As duas alianças se completam, estão intrinsecamente vinculadas. Não há como entender a Segunda
Aliança, sem ter um profundo conhecimento da Primeira. A TORÁ é o cerne da Fé. É por ela que vem a
salvação ao homem, é por suas leis que seremos julgados.

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (João 8:32)

Por que Deus permitiu a poligamia /


bigamia na Bíblia?
A questão da poligamia é interessante porque a maioria das pessoas hoje vê a poligamia como
imoral, enquanto a Bíblia em nenhum lugar a condena explicitamente. O primeiro exemplo de
poligamia/bigamia na Bíblia foi o de Lameque em Gênesis 4:19: “Lameque tomou duas mulheres”.
Vários homens proeminentes no Antigo Testamento eram polígamos. Abraão, Jacó, Davi, Salomão e
outros tiveram várias esposas. Salomão tinha 700 esposas e 300 concubinas (essencialmente
esposas de status inferior), de acordo com 1 Reis 11:3. O que devemos fazer com esses casos de
poligamia no Antigo Testamento? Há três perguntas que precisam ser respondidas: 1) Por que Deus
permitiu a poligamia no Antigo Testamento? 2) Como Deus vê a poligamia hoje? 3) Por que
mudou?

1) Por que Deus permitiu a poligamia no Antigo Testamento? A Bíblia não diz especificamente por
que Deus permitiu a poligamia. Ao especularmos sobre o silêncio de Deus, há pelo menos um fator-
chave a ser considerado. Devido às sociedades patriarcais, era quase impossível que uma mulher
solteira se sustentasse. As mulheres eram muitas vezes incultas e destreinadas. As mulheres
dependiam de seus pais, irmãos e maridos para provisão e proteção. As mulheres solteiras eram
frequentemente submetidas à prostituição e à escravidão.

Sendo assim, parece que Deus pode ter permitido a poligamia para proteger e prover às mulheres
que não poderiam encontrar um marido de outra forma. Um homem tomaria várias esposas e
serviria como provedor e protetor de todas elas. Embora definitivamente não seja o ideal, viver em
uma casa polígama era muito melhor do que as alternativas: prostituição, escravidão ou fome. Além
do fator proteção/provisão, a poligamia possibilitou uma expansão muito mais rápida da
humanidade, cumprindo o mandamento de Deus: “Mas vocês, sejam férteis e multipliquem-se;
espalhem-se pela terra e proliferem nela” (Gênesis 9:7). Os homens são capazes de engravidar várias
mulheres no mesmo período de tempo, fazendo com que a humanidade cresça muito mais rápido
do que se cada homem estivesse produzindo apenas um filho por ano.

2) Como Deus vê a poligamia hoje? Mesmo permitindo a poligamia, a Bíblia apresenta a


monogamia como o plano que mais se ajusta ao ideal de Deus para o casamento. A Bíblia diz que a
intenção original de Deus era que um homem se casasse com uma só mulher: “Por essa razão, o
homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24).
Embora Gênesis 2:24 esteja descrevendo o que é o casamento, em vez de quantas pessoas estão
envolvidas, o uso consistente do singular deve ser observado. Em Deuteronômio 17:14-20, Deus diz
que os reis não deveriam multiplicar esposas (ou cavalos ou ouro). Embora isso não possa ser
interpretado como um comando de que os reis tinham de ser monogâmicos, pode ser entendido
como uma declaração de que ter várias esposas causa problemas. Isso pode ser visto claramente na
vida de Salomão (1 Reis 11:3-4).

No Novo Testamento, 1 Timóteo 3:2, 12 e Tito 1:6 mencionam “marido de uma só mulher” em uma
lista de qualificações para liderança espiritual. Há algum debate sobre o que significa
especificamente essa qualificação. A frase poderia ser traduzida literalmente como “um homem de
uma só mulher”. Quer esta frase esteja ou não se referindo exclusivamente à poligamia, em nenhum
sentido um polígamo possa ser considerado um “homem de uma só mulher”. Embora essas
qualificações sejam especificamente para cargos de liderança espiritual, elas devem se aplicar
igualmente a todos os cristãos. Não deve todo cristão ser “irrepreensível, marido de uma só mulher,
sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem
violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro” (1 Timóteo 3:2-4)? Se somos
chamados para ser santos (1 Pedro 1:16), e se esses padrões são santos para presbíteros e diáconos,
então eles são santos para todos.

Efésios 5:22-33 fala do relacionamento entre marido e mulher. Quando se refere a um marido
(singular), sempre se refere a uma esposa (singular). “… porque o marido (singular) é o cabeça da
mulher (singular) … Quem ama a esposa (singular) a si mesmo se ama.... Eis por que deixará o
homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher (singular), e se tornarão os dois uma só
carne.... cada um de per si também ame a própria esposa (singular) como a si mesmo, e a esposa
(singular) respeite ao marido (singular).” Embora uma passagem um tanto paralela (Colossenses
3:18-19) refira-se a maridos e esposas no plural, é claro que Paulo está se dirigindo a todos os
maridos e esposas entre os crentes colossenses, não afirmando que um marido possa ter várias
esposas. Em contraste, Efésios 5:22-33 descreve especificamente o relacionamento conjugal. Se a
poligamia fosse permitida, toda a ilustração do relacionamento de Cristo com o Seu corpo (a igreja)
e do relacionamento marido-mulher desmorona.

3) Por que mudou? Não se trata tanto de Deus desaprovar algo que Ele permitiu anteriormente, mas
sim de Deus restaurar o casamento ao Seu plano original. Mesmo voltando a Adão e Eva, a
poligamia não era a intenção original de Deus. Deus parece ter permitido que a poligamia
resolvesse um problema, mas não é o ideal. Na maioria das sociedades modernas, não há
absolutamente nenhuma necessidade de poligamia. Na maioria das culturas de hoje, as mulheres
são capazes de se sustentar e se proteger – removendo o único aspecto “positivo” da poligamia.
Além disso, a maioria das nações modernas proíbe a poligamia. De acordo com Romanos 13:1-7,
devemos obedecer às leis que o governo estabelece. A única instância em que a desobediência à lei
é permitida pelas Escrituras é se a lei contradizer os mandamentos de Deus (Atos 5:29). Uma vez
que Deus só permite a poligamia, e não a ordena, uma lei que proíba a poligamia deve ser mantida.

Existem alguns casos em que a permissão para a poligamia ainda seja aplicada hoje? Talvez, mas é
insondável que não haja outra solução possível. Devido ao aspecto de “uma só carne” do
casamento, à necessidade de unidade e harmonia no casamento e à falta de qualquer necessidade
real para a poligamia, é nossa firme convicção que a poligamia não honra a Deus e não é o Seu
projeto para o casamento.

Pergunta da Semana!

O que é um pecado de comissão?

Existem duas maneiras básicas de pecarmos: por omissão ou comissão. Os pecados de omissão são aqueles em que
sabíamos que deveríamos ter feito algo de bom, mas nos recusamos (Tiago 4:17). Um pecado de comissão é um
pecado que agimos para cometer, seja em pensamento, palavra ou ação. Um pecado de comissão pode ser
intencional ou não intencional. A presciência não é a questão. Se você visitar outro país em que o tráfego dirige na
faixa da esquerda, mas você dirige na faixa da direita, ainda está infringindo a lei, sabendo ou não. A Lei do
Antigo Testamento prescrevia sacrifícios especiais por pecados que não eram intencionais, mas que eram, no
entanto, pecados (Números 15:22–24; cf. Hebreus 9:7).

O primeiro pecado da humanidade foi um pecado de comissão. Deus proibiu o consumo de uma determinada fruta
(Gênesis 2:16-17). Adão e Eva conheciam o mandamento de Deus e desobedeceram mesmo assim (Gênesis 3:6).
Eles agiram para cometer um ato pecaminoso. Quando o rei Davi cometeu adultério e depois mandou matar Urias
para encobrir o seu pecado, ambos foram pecados de comissão (2 Samuel 11). A Bíblia não esconde os detalhes
muitas vezes sórdidos da vida das pessoas que Ele amou e usou mesmo assim. Suas páginas estão repletas de
pecados cometidos por grandes líderes como Abraão (Gênesis 20:2), Moisés (Êxodo 2:11-12), Davi (2 Samuel
12:13), Salomão (Neemias 13:26), Pedro (Mateus 26:74–75) e Paulo (Gálatas 1:13).

Todos somos culpados de pecados de comissão. Todos nós cometemos pecados intencionais quando agimos de
maneiras que Deus proibiu. Também cometemos pecados não intencionais em nossa ignorância dos padrões de
Deus (Atos 3:17; 1 Pedro 1:14; Levítico 4:13-14). A nossa natureza pecaminosa nos impede de ter comunhão com
Deus. Podemos ser capazes de limitar o número de pecados que cometemos abertamente, mas não podemos
purificar os nossos corações. Jesus disse que “o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.
Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos,
blasfêmias” (Mateus 15:18-19).

Por isso precisamos de Jesus. Não podemos deixar de pecar e, pecando, eliminamos qualquer esperança de nos
conectarmos com um Deus santo. Somente quando permitimos que a morte e ressurreição de Cristo sejam o nosso
substituto é que o nosso pecado pode ser expurgado (Colossenses 2:14; Romanos 6:6). 2 Coríntios 5:21 diz:
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”
Jesus tomou sobre Si todos os nossos pecados de comissão e omissão e pagou a dívida que temos com Deus.

O Salmo 51 é a oração que Davi escreveu depois de ter sido confrontado com o seu próprio pecado de comissão.
Ele havia pecado muito, e houve consequências (2 Samuel 12:14–15). No entanto, Davi sabia como se arrepender.
E ele tinha confiança suficiente na misericórdia de Deus para clamar: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e
renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo
Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12). Davi
modela para nós a maneira correta de lidar com os nossos pecados de comissão. Quando reconhecemos o nosso
pecado contra Deus, podemos nos voltar para Ele, reconhecer esse pecado e pedir a Sua purificação. Podemos
confiar no poder do sangue derramado de Jesus para limpar todos os nossos pecados. Deus promete nos restaurar à
comunhão e nos fortalecer para viver de uma maneira que Lhe agrade (Filipenses 4:13).
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Pergunta da Semana!

O que são as portas do inferno?

A frase “portas do inferno” ou “portas do Hades” é encontrada apenas uma vez em todas as Escrituras, em
Mateus 16:18. Nesta passagem, Jesus está se referindo à construção de Sua igreja: “Também eu te digo que tu
és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”
(Mateus 16:18).

Naquela época, Jesus ainda não havia estabelecido a Sua igreja. De fato, esta é a primeira instância da palavra
igreja no Novo Testamento. A palavra igreja, como usada por Jesus, é derivada do grego ekklasia, que
significa “chamado” ou “assembleia”. Em outras palavras, a igreja que Jesus está referenciando como Sua
igreja é a assembleia de pessoas que foram chamadas para fora do mundo pelo evangelho de Cristo.

Os estudiosos bíblicos debatem o verdadeiro significado da frase “e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”. Uma das melhores interpretações para o seu significado é a seguinte. Nos tempos antigos, as
cidades eram cercadas por muros com portões e, em batalhas, os portões dessas cidades costumavam ser o
primeiro lugar que seus inimigos atacavam. Isso se dava porque a proteção da cidade era determinada pela
força ou poder de seus portões.

Como tal, as “portas do inferno” ou “portas de Hades” significam o poder do Hades. O nome “Hades” era
originalmente o nome do deus que presidia o reino dos mortos e era muitas vezes referido como a “casa do
Hades”. Ele designava o lugar para o qual todos os que partem desta vida desciam, independentemente do seu
caráter moral. No Novo Testamento, Hades é o reino dos mortos, e neste versículo, Hades ou inferno é
representado como uma cidade poderosa com seus portões representando o seu poder.

Jesus se refere aqui a Sua morte iminente. Embora seria crucificado e sepultado, Ele ressuscitaria dos mortos e
edificaria a Sua igreja. Jesus está enfatizando o fato de que os poderes da morte não poderiam detê-lo. Não
somente a igreja seria estabelecida apesar dos poderes do Hades ou do inferno, mas ela iria prosperar apesar
desses poderes. A igreja nunca falhará, embora geração após geração sucumba ao poder da morte física, outras
gerações surgirão para perpetuar a igreja. E continuará até que cumpra sua missão na terra como Jesus
ordenou:

“Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mateus 28:18–20).

É claro que Jesus estava declarando que a morte não tem poder para manter cativo o povo de Deus. Seus
portões não são fortes o suficiente para dominar e manter presa a igreja de Deus. O Senhor venceu a morte
(Romanos 8:2; Atos 2:24). E porque "a morte já não tem domínio sobre ele" (Romanos 6:9), já não é mais
mestre sobre aqueles que pertencem a Ele.

Satanás tem o poder da morte e sempre usará esse poder para tentar destruir a igreja de Cristo. No entanto,
temos essa promessa de Jesus de que a Sua igreja, os “chamados”, prevalecerá: “Ainda por um pouco, e o
mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis” (João 14:19).
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Pergunta da Semana!

O que significa vigiar e orar?

Jesus usou a frase vigiar e orar em algumas ocasiões diferentes. Uma vez foi a noite antes da crucificação.
Jesus levou Seus discípulos com Ele para o Jardim do Getsêmani, onde orou para que “se possível, que passe
de mim este cálice” (Mateus 26:39). Após a oração, Ele encontrou Seus discípulos dormindo. Jesus ficou triste
por não poderem orar com Ele por uma hora e os advertiu: “Vigiem e orem, para que não caiam em tentação;
o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41).

Outra ocorrência da frase vigiar e orar é encontrada no início do ministério de Jesus quando Ele profetizou
sobre o fim dos tempos. Lucas, capítulo 21, detalha muitos desses eventos, e Jesus avisa que aconteceriam de
repente: “Tenham cuidado para não acontecer que o coração de vocês fique sobrecarregado com as
consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha
sobre vocês repentinamente” (Lucas 21:34). Ele então diz: “Portanto, vigiem o tempo todo, orando, para que
vocês possam escapar de todas essas coisas que têm de acontecer e para que possam estar em pé na presença
do Filho do Homem” (versículo 36).

“Vigiai e orai.” A palavra traduzida como “vigiar” significa “ter a vigilância de um guarda à noite”. Um vigia
noturno deve ser ainda mais vigilante do que um guarda diurno. Durante o dia, o perigo muitas vezes pode ser
visto à distância. Entretanto, à noite tudo é diferente. Um vigia noturno deve usar outros sentidos além da
visão para detectar o perigo. Ele está muitas vezes sozinho na escuridão e sem as defesas que de outra forma
empregaria. Pode não haver indícios de ataque inimigo até que aconteça, então ele deve estar hipervigilante,
suspeitando de um ataque a qualquer momento. Esse é o tipo de vigilância de que Jesus falou.

Jesus nos advertiu que somos facilmente distraídos pelo físico e seremos pegos de surpresa se não nos
disciplinarmos continuamente. No Jardim do Getsêmani, a sonolência tomou conta dos discípulos. Sua
necessidade física sobrepujou o seu desejo de obedecê-lO. Cristo ficou triste quando viu isso, sabendo o que
estava por vir para eles. Se não permanecessem espiritualmente vigilantes, em sintonia com Ele (João 15:5) e
prontos para negar a carne, seriam vencidos pelo maligno (1 Pedro 5:8).

Os discípulos de Jesus hoje também devem vigiar e orar. Somos facilmente distraídos por este mundo, nossas
necessidades e desejos carnais e os esquemas do inimigo (2 Coríntios 2:11). Quando tiramos nossos olhos de
Jesus e de Seu breve retorno, nossos valores começam a mudar, nossa atenção vagueia e logo estamos vivendo
como o mundo e dando poucos frutos para o reino de Deus (1 Timóteo 6:18-19). Ele nos advertiu que
devemos estar prontos a qualquer momento para estar diante dEle e prestar contas de nossas vidas (Romanos
14:12; 1 Pedro 4:5; Mateus 12:36).

“Vigiai e orai.” Só podemos permanecer fiéis quando nos dedicamos à oração. Na oração, continuamente
permitimos que Deus nos perdoe, nos purifique, nos ensine e nos fortaleça para obedecê-lO (João 14:14). A
fim de vigiar, devemos orar por perseverança e liberdade de distrações (Hebreus 12:2; Lucas 18:1; Efésios
6:18). Devemos orar sem cessar (1 Tessalonicenses 5:17). Quando vivemos com a ansiosa expectativa da
volta do Senhor e esperamos perseguição até então (2 Timóteo 3:12; Mateus 24:9; 1 Pedro 4:12), é mais
provável que mantenhamos nossas vidas puras e nossos corações prontos para Ele.
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Pergunta da Semana!
Quais são algumas maneiras práticas de depender somente de Deus?

Depender de Deus é básico para a vida cristã. Confiamos, ou seja, dependemos de Deus para a nossa salvação
(Efésios 2:8-9). Dependemos de Deus para obter sabedoria (Tiago 1:5). Na verdade, dependemos de Deus para
tudo (Salmo 104:27) e em tudo (Provérbios 3:5-6). O salmista ensina a confiabilidade do Senhor com a descrição
tríplice: “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador” (Salmo 18:2).

Depender somente de Deus não significa que agimos tolamente. Jesus não precisou pular do pináculo do templo
para “provar” que dependia de Deus (Mateus 4:5–7). Há uma diferença entre confiar em Deus e colocá-lo à prova.
Depender somente de Deus não significa que deixamos de lado os Seus dons. Por exemplo, uma pessoa com a
garganta inflamada pode se recusar a ir ao médico, dizendo (com a voz rouca): “Vou depender somente de Deus
para me curar”. Ou uma pessoa dirigindo um carro pode fechar os olhos e soltar o volante, dizendo: “Vou depender
somente de Deus para me levar para casa”. Essas ações seriam tolas. Deus nos forneceu médicos e remédios para
nos ajudar a nos curar. Ele nos deu a inteligência para dirigir um carro. Ainda podemos depender de Deus
enquanto visitamos o médico, sabendo que toda cura, em última análise, vem de Deus; e ainda podemos depender
de Deus enquanto dirigimos, sabendo que toda segurança vem dEle.

Dependemos de Deus o tempo todo, e há momentos em que não podemos fazer mais nada. O Senhor nos dá a fé de
que precisamos para passar por esses tempos. Sadraque, Mesaque e Abede-nego não conseguiram influenciar a
vontade do rei e não conseguiram diminuir a intensidade da fornalha de fogo ardente. Eles só sabiam que não
podiam se curvar a um falso deus. Eles foram lançados no fogo dependendo somente de Deus para o resultado
(Daniel 3).

Aqui estão algumas maneiras práticas de depender somente de Deus:

1) Ore. A oração é, entre outras coisas, um reconhecimento do poder, promessas e provisão de Deus. Quando você
ora, você demonstra a sua dependência em Deus. O mandamento bíblico é que “sejam conhecidas, diante de Deus,
as vossas petições” (Filipenses 4:6).

2) Honre a Bíblia. A Palavra de Deus tem informações, instruções, exemplos e promessas para os crentes do Novo
Testamento. Leia a Bíblia todos os dias. Verifique tudo segundo a verdade da Palavra (Atos 17:11). E quando
houver um conflito entre o que a Bíblia diz e o que qualquer outra pessoa diz, vá com a Bíblia. “Escutarei o que
Deus, o Senhor, disser” (Salmo 85:8).

3) Faça o certo. Em todos os momentos, em todas as situações, faça o que você sabe que é certo e deixe os
resultados com Deus. Joquebede agiu certo ao salvar o seu bebê, Moisés (Êxodo 2:1–10). Daniel agiu certo ao
desafiar o rei e continuar orando ao Senhor (Daniel 6). Davi agiu bem ao enfrentar Golias (1 Samuel 17). Em cada
caso, sua dependência somente em Deus foi recompensada.

4) Seja um sacrifício vivo. Romanos 12:1 diz para oferecer o seu corpo como um “sacrifício vivo” a Deus.
Sacrifícios aceitáveis são purificados do pecado e dedicados a Deus. Quando você se torna um sacrifício vivo, você
vive para o Senhor. Você para de lutar por seus próprios direitos e desiste de confiar em sua própria força. Ao
aprender a se tornar um sacrifício vivo para Deus, você descobrirá a verdade de que “quando sou fraco, então, é
que sou forte” (2 Coríntios 12:10).

5) Permaneça em Cristo. A vida cristã não é um encontro de vez em quando com Deus. É fazer de Deus sua
morada, viver com Ele. Jesus colocou assim: “…permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode
o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não
permanecerdes em mim” (João 15:4). Devemos depender de Cristo assim como um ramo carregado de frutos
depende da videira. O ramo ligado à videira está cumprindo o seu propósito.

6) Recuse-se a se preocupar. Deus cuida de Seus filhos, ainda mais do que da grama que Ele veste com flores e dos
pássaros que alimenta diariamente. Sim, você tem necessidades, mas “vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas” (Mateus 6:32). Aprenda a lançar “sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1
Pedro 5:7). Manter um pouco da ansiedade em si mesmo é duvidar do cuidado de Deus.
Um dia, os discípulos perguntaram a Jesus quem era o maior no reino dos céus. Jesus respondeu com uma
ilustração: “E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: Em verdade vos digo que, se não
vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele
que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mateus 18:2-4). Uma qualidade das crianças
é que são dependentes dos outros para o seu bem-estar. Os filhos de Deus devem compartilhar essa qualidade de
depender do seu amoroso Pai Celestial para obterem tudo de que precisam.

Pergunta da Semana!

O que é o espírito do mundo?

A frase o espírito do mundo é um termo que o apóstolo Paulo usou em 1 Coríntios 2:12, onde ele contrasta o
espírito do mundo com o Espírito de Deus: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que
vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.”

Em oposição ao espírito do mundo, o Espírito Santo transmite a verdadeira sabedoria ao crente. O Espírito Santo
nos capacita a receber e compreender “a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta” (1 Coríntios 2:7). Somente
o Espírito de Deus pode revelar a verdade espiritual, porque somente Seu Espírito conhece "as profundezas de
Deus" (1 Coríntios 2:10).

O espírito do mundo pode ser compreendido de três maneiras. Em uma interpretação, o espírito do mundo é um
espírito demoníaco ou talvez Satanás em particular. Em outras partes das Escrituras, Satanás é chamado de “o
príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11) e “o deus deste século” (2 Coríntios 4:4). Ele é “o espírito que
agora atua nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2).

Outros sugerem que Paulo não estava se referindo a um espírito maligno per se, mas sim a uma mentalidade que é
estranha e oposta ao Espírito de Deus - é a disposição pecaminosa da humanidade, que poderia ser chamada de
espírito de rebelião, cobiça, orgulho e falsidade. Uma terceira visão é que o espírito do mundo é a sabedoria
humana em geral ou o processo humano básico de compreensão, conforme expresso na filosofia secular e na
sabedoria mundana.

Deus torna a sabedoria mundana, como promovida pelo espírito do mundo, tola: “Onde está o sábio? Onde, o
escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como,
na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela
loucura da pregação” (1 Coríntios 1:20–21). Do ponto de vista mundano e humano, é tolice acreditar em Jesus
Cristo como o caminho de salvação.

O espírito do mundo leva à loucura porque a sabedoria humana é independente da verdadeira sabedoria de Deus. A
sabedoria humana tende a se gabar diante de Deus; é orgulhosa. A sabedoria humana rejeita a pessoa e obra de
Cristo, que é o “poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24). A verdadeira sabedoria do Espírito do
Deus, o qual recebemos, reconhece que nossa salvação é totalmente imerecida e totalmente pela graça de Deus:
“pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas
do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas
que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para
que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Coríntios 1:27-31).

Embora os crentes de Corinto afirmassem ser espiritualmente maduros, eles estavam, na verdade, mostrando sua
imaturidade por meio do orgulho e da divisão. Paulo ensinou-lhes que, para serem verdadeiramente maduros, eles
teriam que trocar a sabedoria humana (o espírito do mundo) pela pura sabedoria do evangelho do Espírito Santo.
Os crentes não podem perceber os maravilhosos tesouros ocultos que receberam de Deus olhando com seus olhos
humanos naturais.
Pergunta Semana!

Qual é o significado do termo cristão?

Os seguidores de Jesus Cristo foram inicialmente chamados de “cristãos” pelos gentios da Antioquia da Síria, e o
nome era mais do que provavelmente um insulto (veja Atos 11:26).

No Novo Testamento, os crentes nunca se referem a si mesmos como “cristãos”; em vez disso, usam termos como
irmãos (Atos 15:1; 1 Coríntios 16:20), discípulos (Atos 11:26; 14:24) e santos (Atos 9:13; 2 Coríntios 13:13).
Antes da sua conversão, Saulo de Tarso procurou aqueles “que eram do Caminho” (Atos 9:2), indicando que um
rótulo inicial para os cristãos poderia ter sido “povo do Caminho” (veja também Atos 19:9; 24:22).

Os crentes em Cristo passaram a ser chamados de “cristãos” durante um período de rápida expansão na igreja. A
perseguição forçou muitos crentes a saírem de Jerusalém, fazendo com que se espalhassem por várias áreas e
levassem consigo o evangelho. O evangelismo foi inicialmente limitado às populações judaicas. Isso mudou
quando “alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos
gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se
converteram ao Senhor” (Atos 11:20-21). Barnabé estava em Antioquia, assim como o recém-convertido Saulo, e
ambos ensinavam na igreja. “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos
11:26).

Na época em que os crentes receberam a denominação de cristãos, era comum os gregos darem apelidos satíricos a
determinados grupos. Assim, aqueles leais ao general romano Pompeu foram apelidados de “pompeianos”, e os
seguidores do general Sula foram chamados de “sulanos”. Aqueles que elogiaram pública e entusiasticamente o
imperador Nero Augusto receberam o nome de agostinianos, que significa “do partido de Augusto”. Para os
gregos, era tudo um divertido jogo de palavras e um gesto verbal de desprezo. Então um novo grupo surgiu em
Antioquia; uma vez que eram caracterizados por comportamento e fala centrados em Cristo, os gregos os
chamavam de “cristãos”, ou seja, “do partido de Cristo”.

Nas primeiras décadas após a ressurreição, a palavra Cristo pouco significava para a população em geral. De fato,
algumas fontes antigas se referem aos crentes como “Crestãos” e relatam que sua figura-chave era “Cresto”,
refletindo um conhecimento limitado da fé real. Isso torna ainda mais provável que a palavra cristão tenha sido
remendada por aqueles que não estavam envolvidos no cristianismo.

Os judeus incrédulos daquela época não se refeririam aos crentes como “cristãos”, visto que Cristo significa
“Messias” e se refere ao Filho de Davi. Cristo era exatamente o que não acreditavam que Jesus fosse; tal termo não
teria sido usado pelos judeus até que se tornasse uma palavra independente e estabelecida. No livro de Atos, vemos
os judeus incrédulos referindo-se aos cristãos como aqueles “da seita dos nazarenos” (Atos 24:5)—Nazaré sendo
uma cidade de baixa reputação na mente da maioria dos israelitas (veja João 1:46).

Tanto a Bíblia quanto a história sugerem que o termo cristão provavelmente foi concebido como um insulto
zombeteiro quando cunhado pela primeira vez. Na verdade, Pedro diz a seus leitores para não ficarem
“envergonhados” se forem chamados por esse termo (1 Pedro 4:16). Da mesma forma, quando Herodes Agripa
rejeita o apelo de Paulo para ser salvo, ele diz: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” e ele provavelmente
estava se utilizando da reputação negativa desse termo (Atos 26:28). Por que ele, um rei, se submeteria à
indignidade de ser chamado de “cristão”?

Pergunta da Semana!

O que a Bíblia diz sobre o bem contra o mal?

Entre as crenças mais universais em toda a humanidade está o conceito de “o bem contra o mal”. Todas as culturas
em todas as épocas têm mantido alguma versão dessa luta. As definições dos termos bem e mal variam muito,
assim como as opiniões sobre como interagem. Ainda assim, a crença em alguma diferença entre o que é “bom” e
o que é “mau” permeia toda a humanidade. Quando todas as opções e ideias são comparadas, apenas a Bíblia
fornece uma perspectiva sobre o bem e o mal que é totalmente coerente e totalmente vivível (Salmo 25:6-15).

De acordo com a Bíblia, “o bem contra o mal” não é uma questão de opinião. Nem é uma luta equilibrada entre
dois seres ou forças. As Escrituras não indicam que os limites do bem e do mal mudem. Nem afirma que o conflito
entre eles durará para sempre. De especial importância é que a Bíblia não sugere que algumas pessoas são boas,
enquanto outras são más.

Em vez disso, a Bíblia ensina que o bem e o mal são definidos em referência a um Deus perfeito e imutável. Cada
pessoa deve lidar individualmente com a presença e as tentações do mal. As Escrituras observam que todo mal,
sem exceção, será finalmente punido e derrotado. E nos diz que há um padrão supremo de bondade ao qual
devemos aspirar – um padrão fundamentado em uma pessoa, e não em uma teoria.

O Bem e o Mal São Objetivamente Distintos

De acordo com a Bíblia, há uma diferença real entre o bem e o mal. Algumas cosmovisões afirmam que todas as
distinções morais são baseadas puramente na preferência. O ateísmo, por exemplo, não permite nenhuma base
objetiva para definir qualquer coisa como “boa” ou “má”. Em um universo sem Deus, existem apenas questões de
preferência. Esta é uma razão fundamental pela qual as filosofias que abraçam o ateísmo sempre tendem à
violência e à tirania: não há um senso de autoridade superior e nenhuma razão para moderar os caprichos dos que
estão no poder.

A ideia de que definir o bem e o mal depende de preferências ou situações é comumente chamada de relativismo
moral. As Escrituras rejeitam essa ideia como falsa. A Bíblia define algumas coisas como “boas” e outras como
“más” (Isaías 5:20; Romanos 12:9). Essa dicotomia se reflete no uso consistente de temas como a luz contra a
escuridão (Isaías 9:2; Mateus 4:16; João 1:5; Efésios 5:8). O destino final de todas as pessoas depende de se estão
alinhadas com um Deus bom ou se estão opondo-se a Ele (1 Coríntios 6:9-11; Apocalipse 21:8).

Discernir entre o bem e o mal só é possível em referência a um único padrão imutável: a natureza perfeita de Deus.
Deus não está sujeito à moralidade, uma vez que Ele é a fonte e a referência para ela. A moralidade também não
está sujeita a mudanças, visto que a natureza perfeita de Deus é eterna e imutável. Contadores como o Dilema de
Eutífron falham, pois não distinguem entre um Deus eterno e imutável e as divindades inconstantes da religião
grega antiga.

O Bem e o Mal Não São Equilibrados

Um componente frequente da ficção e da fantasia é a ideia de que o bem e o mal sejam forças igualmente
equilibradas e poderosas. De acordo com essa visão, nenhum dos dois está no controle. Qualquer um pode
eventualmente vencer. Este é o conceito do dualismo, que sugere um equilíbrio perpétuo entre as forças do bem e
do mal. Em alguns casos, o dualismo implica que seres opostos, como Deus e Satanás, estão em um impasse em
uma luta por controle e poder.

Algumas cosmovisões ensinam que todo o bem e todo o mal acabarão sendo equilibrados. Isso está relacionado a
ideias orientais como o carma, que implica que o bem e o mal são inerentemente desequilibrados, mas um dia
serão nivelados.

As Escrituras rejeitam o dualismo como falso. A Bíblia indica que Deus é absolutamente supremo e não corre
nenhum perigo de ser derrotado (Jó 42:2; Salmo 89:8; Gálatas 6:7). O que Satanás faz, ele tem “permissão” para
fazer, mas não pode agir para dominar a Deus (Jó 1:12; Apocalipse 9:1; 20:7). Biblicamente, o mal está destinado
apenas à derrota e destruição. Nem um único ato do mal escapará ao julgamento; todo pecado será ou pago por
Cristo na cruz (2 Coríntios 5:21) ou por aqueles que rejeitam a Cristo (João 3:36) enquanto experimentam uma
eternidade no inferno (Apocalipse 20:11-15).

O Bem e o Mal Não São Externos

A evidência de que a humanidade mantém um conceito básico do bem contra o mal é óbvia (Romanos 1:18-20).
Isso explica por que o raciocínio moral – separando “o que é” de “o que deveria ser” – é uma faceta universal da
humanidade. Claro, isso não significa que todas as pessoas tenham as mesmas opiniões sobre o bem e o mal. Não
estamos examinando a moralidade de fora, como observadores neutros; todas as discussões morais, por definição,
envolvem as pessoas que as discutem também.

Um aspecto único do ensino bíblico sobre o bem e o mal é que todas as pessoas, sem exceção, estão sujeitas ao
pecado e ao mal (Romanos 3:10; 3:23). O conceito bíblico de uma natureza pecaminosa significa que a linha entre
o bem e o mal não possa ser traçada entre as pessoas. Em vez disso, é traçada dentro de cada pessoa. Este fato da
natureza humana é fundamental que entendamos (Mateus 15:19-20). Como Aleksandr Solzhenitsyn disse: “Se tudo
fosse tão simples! Se ao menos houvesse pessoas más em algum lugar cometendo insidiosamente más ações, e
fosse necessário apenas separá-las do resto de nós e destruí-las. Mas a linha que divide o bem e o mal atravessa o
coração de cada ser humano. E quem está disposto a destruir um pedaço de seu próprio coração?”

Em linguagem mais simples, C.S. Lewis observou: “Ser cristão significa perdoar o imperdoável porque Deus
perdoou o imperdoável em você” (veja Mateus 6:14–15).

Uma verdade encontrada no evangelho é que todas as pessoas, sem exceção, são pecadoras que precisam de um
Salvador. O Cristianismo bíblico não vê o bem contra o mal como uma batalha a ser travada na terra (João 18:36),
uma questão a ser resolvida por vingança ou retribuição (Romanos 12:20-21) ou uma posição filosófica a ser
considerada. A Bíblia diz que toda pessoa é criada para um bom propósito (Gênesis 1:27; Gálatas 3:28), mas sofre
de um coração mau (Romanos 7:15-25), que só pode ser remediado pela fé em Jesus Cristo (João 14:6). A
redenção está disponível para qualquer pessoa (Mateus 7:7–8; Apocalipse 22:15), independentemente do seu
passado ou da profundidade de seu pecado (1 Coríntios 6:9–11).

O Bem Contra o Mal Requer “Julgamento Correto”

Outro aspecto-chave do ensino da Bíblia sobre “o bem contra o mal” é que nenhuma pessoa é infalível, mesmo em
assuntos espirituais. Aqueles que são guiados pelo Espírito Santo estão mais bem equipados para julgar assuntos
espirituais (1 Coríntios 2:14), e assim devem fazê-lo. A Escritura é clara que todas as pessoas estão sujeitas ao
pecado, e é igualmente claro que todas as pessoas estão sujeitas à correção (Hebreus 12:5-11), ao aprendizado (2
Timóteo 2:15) e a limitações (1 Samuel 16:7).

Em Mateus 7, Jesus dá uma extensa explicação de como discernir corretamente entre o bem e o mal: “julgar” da
maneira correta; isto é, usando a “reta justiça” (João 7:24). A Bíblia exalta e recomenda o exame (Atos 17:11),
ordena colocar as coisas à prova (1 João 4:1), e promove a responsabilidade (1 Pedro 3:15) e um compromisso com
a verdade (Gálatas 1:8-9).

As Escrituras não implicam que “o bem contra o mal” seja um conceito binário simplista. Uma vez que somente
Deus é perfeito, a Bíblia permite um espectro de “o bom versus o melhor”. Deus chamou Sua criação inicial de
“boa” (Gênesis 1:24), então depois de mais criação a chamou de “muito boa” (Gênesis 1:28). Algumas das coisas
boas que Deus nos deu têm mais de um uso, e nem todos os usos são automaticamente bons ou maus (1 Timóteo
4:4). A compreensão bíblica do bem contra o mal não implica que todas as coisas sejam perfeitamente santas ou
totalmente satânicas. Em vez disso, pode haver aspectos bons e ruins de muitas das liberdades que Deus nos dá (1
Coríntios 6:12). Da mesma forma, enquanto todo pecado leva à separação de Deus, as Escrituras falam de alguns
pecados sendo mais hediondos do que outros.

A Bíblia reconhece que nem todo momento da experiência humana virá com uma resposta moral clara, em preto e
branco. As Escrituras se concentram apenas nos pontos mais importantes que precisamos saber, não em todos os
cenários imagináveis (João 21:25). Isso significa que mesmo os mais sinceros cristãos renascidos, crentes na
Bíblia, podem discordar em uma questão ética (1 Coríntios 10:23-33). A resposta da Bíblia – quando o assunto não
é coberto abertamente na Palavra de Deus (1 Coríntios 5:6) – é tolerância e paciência (Tito 3:9). Recebemos uma
consciência por uma razão (Romanos 14:23).

A verdade é objetiva; para qualquer opinião ou interpretação, alguém está certo e alguém está errado. Mas os seres
humanos carecem da perfeição moral de Deus; isso se reflete no ensino da Bíblia sobre o bem contra o mal e no
nosso papel na aplicação do bom julgamento.

As Escrituras encorajam os crentes a não aplicarem termos como bem, mal, pecado e assim por diante a questões
onde há espaço para dúvidas (Romanos 14:1-12). Ao contrário do que alguns pensam, a Bíblia admite que os seres
humanos nem sempre estão corretos em seus julgamentos morais. Não devemos evitar todo julgamento (João
7:24), mas a Bíblia nos ensina a considerar cuidadosamente quando e como julgamos (Efésios 5:10).

O Bem Contra o Mal Exige uma Resposta

O ensino da Bíblia sobre o bem versus o mal leva a uma conclusão desafiadora: que toda pessoa é obrigada a fazer
uma escolha fundamental entre os dois. Essa escolha é inteiramente determinada por nossa resposta a Deus, que é
tanto a própria definição do bem quanto nosso Criador. Momento a momento, isso significa seguir a Sua vontade
ou rebelar-se e escolher pecar (1 Coríntios 10:13). Eternamente, isso significa que ou escolhemos aceitar a Cristo e
Sua salvação (João 3:16; 14:6) ou nos alinhamos contra Ele (João 3:36). Embora possamos ser imperfeitos e
falíveis, não podemos ser neutros em nossa abordagem do bem contra o mal. Nossos corações ou estão buscando a
bondade de Deus (Mateus 7:7-8; Romanos 2:4) ou o egoísmo do mal (1 Pedro 3:10-12).

Pergunta da Semana!

Uma pessoa pode nascer com o sexo errado?


Vivemos em um mundo confuso e decaído, e essa confusão se estende por toda parte, de modo que até mesmo as
perguntas mais básicas, como "De que sexo sou eu?" torna-se difícil para algumas pessoas responderem. Algumas
pessoas afirmam que nasceram com o sexo errado, ou pelo menos no corpo errado. Um homem pode acreditar que
é na verdade uma mulher, mas sua alma está “presa” em um corpo masculino. Essas reivindicações recebem apoio
de outros que defendem uma sociedade neutra em termos de gênero. Mas aqueles que veem as distinções de gênero
como nada mais do que rótulos arbitrários ou uma "caixa" a ser quebrada estão rejeitando ativamente o desígnio de
Deus na criação.

Fundamental para nossa compreensão da sexualidade humana é que Deus criou dois (e apenas dois) gêneros.
Atualmente, o mundo gosta de considerar o gênero (baseado em uma construção social) como nada tendo a ver
com o sexo (baseado na fisicalidade), mas a Bíblia não faz tais distinções. A Bíblia elimina a confusão do mundo
simplesmente: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou"
(Gênesis 1:27). Todas as especulações modernas sobre múltiplos gêneros - ou mesmo um “continuum” de gênero
com gêneros ilimitados - são antibíblicas. Um indivíduo pode alegar ser transgênero ou "fluido de gênero", mas
isso não anula o desígnio e propósito de Deus ao criá-lo.

As crianças que crescem neste mundo confuso são bombardeadas com mensagens de confusão. Os meninos ouvem
que não precisam ser meninos; meninas são informadas de que talvez não sejam mesmo meninas. O que quer que
sintam que são, isso é o que são - menino, menina ou uma mistura dos dois. O mundo diz a eles que não importa. A
confusão e a ambiguidade são reforçadas de muitas maneiras: dias de gênero neutro na escola, proibição de termos
como meninos e meninas na sala de aula, a proliferação de banheiros unissex, currículos que promovem o
casamento homossexual, etc. Não é de admirar que algumas pessoas cresçam lutando com sua identidade sexual.
Mas nosso Senhor alertou contra o desencaminhamento de crianças: “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável
que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma
pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (Lucas 17:1-2).

Algumas pessoas hoje afirmam que “se sentem do sexo oposto desde que eram crianças”. Mas como alguém
saberia disso? Com o que estão comparando seus sentimentos? Como as pessoas se sentem é tudo o que sabem e,
para cada pessoa, como se sente é “normal” para ela. Qualquer comparação com os sentimentos de outras pessoas
seria apenas uma suposição. Algumas pessoas podem se convencer de que "se sentiram como o sexo oposto" em
algum momento de suas vidas, mas não têm uma comparação básica.

Dado o condicionamento suficiente, qualquer um de nós pode ser convencido de que nos identificamos mais como
o sexo oposto. Com muita frequência, certos indivíduos são rotulados como do gênero oposto por causa de
diferenças naturais nos maneirismos e respostas, e esses indivíduos “retratam” o conceito em sua compreensão de
sua infância.

Mas essa reimaginação da infância é diferente de desejar ser do sexo oposto. Uma pessoa pode desejar ser do outro
sexo por muitas razões, mas isso não a torna internamente. Um pai pode instilar esse desejo em um filho, ou um
filho pode observar os benefícios desfrutados pelo outro sexo e desejá-los. A criança também pode desejar ter 2
metros de altura, mas isso não muda a realidade.

A Bíblia diz que Deus criou “homem e mulher” e declarou Sua criação “muito boa” (Gênesis 1:27, 31). O plano de
Deus era perfeito, mas, como tudo na esfera da humanidade, a perfeição foi corrompida pelo pecado. O pecado
impactou negativamente toda a criação, prejudicando não apenas o relacionamento da humanidade com Deus, mas
entre si e com o resto da ordem criada. Nosso mundo caiu e os efeitos do pecado permeiam tudo. Doenças, defeitos
de nascença, desastres naturais, atos pecaminosos e os resultados negativos do pecado dos outros e de nosso
próprio pecado podem ser rastreados até a queda. Às vezes, esses efeitos negativos vêm na forma de anomalias que
ocorrem naturalmente; outras vezes, são mais diretamente atribuídos a pecados específicos. Será que uma anomalia
às vezes possa ocorrer no gênero, fisicamente ou mentalmente? Reconhecemos que uma pessoa possa nascer com
uma combinação de órgãos masculinos e femininos - embora seu verdadeiro sexo biológico possa ser determinado
por meio de testes médicos.

Isso nós sabemos, que estamos envolvidos em uma batalha espiritual por nossas almas. O mundo busca nos
conformar aos seus moldes, e é por isso que devemos ser transformados pela renovação de nossas mentes
(Romanos 12:1-2). Satanás tenta nos enganar e nos exorta a questionar o plano de Deus. Uma das manobras do
diabo é nos deixar insatisfeitos com a forma como Deus nos criou. Para alguns, ele sussurra: "Você é gordo e feio."
Para outros: "Você é estúpido e desajeitado." E ainda para outros: "Você parece um menino, mas na verdade é uma
menina". Em cada caso, a mensagem subjacente é a mesma: “Deus errou com você”.

Isso também sabemos, que toda a criação geme para se livrar da maldição e dos danos do pecado (Romanos 8:20-
22). A ruína provocada pelo pecado é tratada por meio da redenção de Cristo. Por meio da salvação, Jesus Cristo
nos concede o perdão dos pecados, reverte o efeito de nossas escolhas erradas e compensa nosso quebrantamento.

Cada um de nós enfrenta um conjunto diferente de batalhas. Mesmo assim, Cristo nos coloca no caminho da
vitória. Hebreus 12:1–2 declara: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de
testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado
à destra do trono de Deus.” A cruz é crucial. Jesus foi o pioneiro de nossa fé e Ele a aperfeiçoará. Sua vitória será
nossa também.

Alguns podem lutar contra a tentação heterossexual, a ganância, o orgulho, a raiva ou qualquer outro pecado. Outra
pessoa pode lutar contra a confusão de gênero. Independentemente da batalha contra o pecado e as mentiras do
diabo, a pergunta que devemos responder é: "Cristo e Sua obra redentora são suficientes para nossas batalhas?"
Jesus definitivamente afirma ser suficiente para todas as nossas batalhas, e Ele deseja nos santificar por meio de
Sua Palavra da verdade (João 17:17).

Como filhos de Deus, devemos estar contentes nesta vida (Filipenses 4:11; 2 Coríntios 12:10). Percebemos que
todos temos limitações físicas, mentais, emocionais e espirituais. Mas, por meio de Cristo, essas limitações não
interferirão no plano que Deus tem para nós de honrá-lo e servi-lo. “Não temais, ó pequenino rebanho; porque
vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lucas 12:32).

Se uma pessoa sente que nasceu com o sexo errado, a resposta não se encontra na cirurgia de redesignação de
gênero, terapia hormonal, tornar-se travesti, etc. Essas são simplesmente formas mundanas de concordar com as
mentiras do diabo. O amor “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1 Coríntios 13:6). E
Deus não comete erros. Aquele que acha que nasceu no corpo errado precisa, antes de mais nada, experimentar o
poder transformador de Cristo. Quando somos “coparticipantes da natureza divina”, escapamos “da corrupção das
paixões que há no mundo” (2 Pedro 1:4).
Pergunta da Semana!

Temos anjos guardiões?

Mateus 18:10 nos diz: “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos
céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.” Pelo contexto, estes “pequeninos” podem significar
aqueles que acreditam nEle (v.6) ou crianças pequenas (versículos 3-5). Essa é a passagem principal para a
discussão de anjos guardiões. Não há qualquer dúvida de que anjos bons ajudam a proteger (Daniel 6:20-23; 2 Reis
6:13-17), revelam informação (Atos 7:52-53; Lucas 1:11-20), guiam (Mateus 1:20-21; Atos 8:26), providenciam
pelas necessidades (Gênesis 21:17-20; 1 Reis 19:5-7) e ministram aos crentes em geral (Hebreus 1:14). Há vários
exemplos disso nas Escrituras.

A pergunta que surge é se cada pessoa – ou cada crente – tem um anjo a ele/ela designado. No Velho Testamento,
a nação de Israel tinha o arcanjo Miguel a ela designada (Daniel 10:21; 12:1), mas em nenhum lugar a Bíblia diz
que um anjo foi “designado” a um indivíduo (eles foram às vezes enviados aos indivíduos, mas não menciona uma
designação “permanente”). Um comentarista diz que os judeus tinham totalmente desenvolvido a crença em anjos
guardiões durante o tempo entre o Velho e o Novo Testamento. Alguns fundadores da igreja primitiva acreditaram
que cada pessoa tinha não só um bom anjo a ela designado, mas um demônio também. A crença em anjo guardião
existe há muito tempo, mas não há nenhuma base bíblica para tal crença.

Ao retornar a Mateus 18:10, a palavra “seus” é um pronome coletivo no grego, e refere-se ao fato de que os crentes
são servidos por anjos em geral. Esses anjos são retratados como “sempre” vendo a face de Deus, para que possam
escutar Seu comando de ajudar um crente quando necessário. Se alguém vai interpretar dessa passagem que
Mateus está se referindo a anjos guardiões, iria aparentar que esses anjos não estão na ativa, mas estão “sempre
vendo a face de Deus” que está no céu. A responsabilidade de como agir aparenta então vir de Deus e não dos
anjos, o que faz sentido, porque só Deus é onisciente. Ele vê todo crente a todo momento, e só Ele sabe quando um
de nós precisamos da intervenção de um anjo. Porque eles estão vendo a Sua face continuamente, os anjos estão à
Sua disposição para ajudar um dos Seus “pequeninos”.

Na sociedade ocidental de hoje, é a “moda” acreditar em anjos. Temos filmes que falam de anjos; temos seriados
na TV que retratam anjos sendo designados a ajudar humanos. A Bíblia deixa bem claro que apesar dos anjos
possuirem super poder e conhecimento, eles são seres criados, assim como nós também somos, e não são “nada”
quando comparados com Deus. Sendo assim, eles não devem ser louvados (Êxodo 20:1-6; Colossenses 2:18). Ao
contrário, louvor é para ser reservado ao Deus triúno apenas. Infelizmente, enquanto os shows sobre anjos adoram
a Deus com seus lábios, o Filho de Deus raramente (ou nunca) é mencionado. Deus diz em João 5:23 que se
alguém não honra o Filho, ele não honra o Pai que O enviou.

As Escrituras não respondem definitivamente se cada crente tem um anjo guardião a ele designado ou não. Mas
como dissemos anteriormente, Deus os usa para ministrar a nós. É bíblico dizer que Ele os usa como Ele nos usa;
por exemplo, Ele de forma alguma precisa de nós para cumprir seus propósitos, mas mesmo assim escolhe nos usar
e usar os anjos também (Jó 4:18; Jó 15:15). No final, quer tenhamos um anjo guardião ou não, temos uma garantia
ainda maior que Deus nos dá: se somos Seus filhos através de fé em Cristo, Ele usa todas as coisas para o bem
daqueles que O amam (Romanos 8:28-30), e garante que Jesus Cristo não vai nunca nos abandonar ou deixar
(Hebreus 13:5-6). Se temos um Deus onisciente, onipotente e amoroso conosco, será que realmente importa se Ele
tem nos dado um anjo finito para nos acompanhar?

Pergunta da Semana!

Crise financeira - o que um cristão deve fazer?

O que nós cristãos devemos fazer quando somos afetados por uma crise financeira nacional ou pessoal? Em
primeiro lugar, como lidamos com uma tempestade financeira depende principalmente de nossa atitude sobre a
quem pertence o dinheiro. Consideramos o nosso dinheiro como nosso? Ou o vemos como algo que vem e
pertence a Deus? Se virmos que nossa renda vem do Senhor, é muito mais fácil navegar as águas turbulentas de
crises econômicas e situações financeiras difíceis. Quer ganhemos ou percamos dinheiro, tudo pertence a Ele e está
sob o Seu controle, e esse é um conceito que realmente nos liberta.
O Senhor criou todos nós com certos talentos e dons que devemos usar não apenas para ganhar a vida, mas
também para nos ajudar a viver nossas vidas de maneira que traga glória e honra a Ele (Romanos 12:1-2; 1
Coríntios 6:20). Assim, enquanto crescemos, seguimos nossas carreiras individuais até a idade adulta e começamos
nossas vidas como membros contribuintes da sociedade, ganhando dinheiro e acumulando posses ao longo do
caminho, também devemos servir e adorar ao Senhor com todas as fibras do nosso ser. Não podemos fazer isso se
considerarmos que tudo é nosso e não dEle.

Sempre nos encontraremos servindo ao que mais prezamos, seja à riqueza, ao poder, à fama ou ao Senhor. A Bíblia
nos mostra que Jesus conhecia bem a atração do dinheiro e das posses porque durante o Seu ministério terreno Ele
realmente falou mais sobre o assunto das finanças do que sobre o céu e o inferno juntos. Lucas 12:15-34 é uma
excelente passagem sobre a atitude que devemos ter em relação ao nosso dinheiro e posses e vale a pena dedicar
algum tempo para ler e estudar em oração.

Nosso Deus soberano nos colocou na terra exatamente neste momento da história, e esses tempos econômicos
difíceis não são nenhuma surpresa para Ele. Uma vez que Deus conhece cada detalhe de nossas vidas, até o
número exato de cabelos que perdemos em nossa escova de cabelo esta manhã (Mateus 10:30; Lucas 12:7),
podemos confiar absolutamente que Ele nos ajudará em um momento de crise financeira. Para começar, vamos nos
certificar de que estamos vivendo com prudência, dentro de nossas condições e não acumulando muitas dívidas, e
todos os dias em oração confiando tudo ao Senhor. Então podemos encorajar uns aos outros com as palavras de
Paulo em Filipenses 4:19, quando ele dá glória a Deus, confiando nEle em todas as situações: “Meu Deus suprirá
todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus.”

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