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DICIONÁRIO TEOLÓGICO BRASILEIRO LÁZARO SOARES DE

ASSIS
LÁZARO SOARES DE ASSIS
Doutor em Teologia, Ciências da Religião, em Filosofia da Religião e em Divindade. ThD, PhD, DD.

Dicionário de Bolso, compilado para responder às perguntas mais freqüentes.

ABREVIATURAS E SIGLAS:

a.C. - antes de Cristo


ARA - Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Atualizada
ARC - Bíblia Sagrada, Edição Almeida Revista e Corrigida
AT - Antigo Testamento
BEP - Bíblia de Estudo Pentecostal
BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje
cf. - confere, confronte (do lat. conferre)
d.C. - depois de Cristo
e.g. - por exemplo (lat. exempli gratia)
gr. - grego
heb. - hebraico
JPS - Jewish Publication Society Old Testament
lat. - latim
NKJV - New King James Version
NT - Novo Testamento
RV - Versão Reina-Valera (Espanhol)

As palavras que aparecem repetidas entre parêntesis, correspondem à pronúncia correta do


respectivo vocábulo.

APRESENTAÇÃO

A presente obra é, por assim dizer, uma extensão ou continuação de nosso trabalho anterior,
Dicionário Bíblico de Bolso.

Diferentemente da obra anterior, o presente trabalho se propõe a ser um instrumento de pesquisa


para aqueles que se interessam pela Teologia, mas que em virtude de fatores os mais variados, não
têm acesso a grandes Dicionários ou a conceituadas Enciclopédias, que às vezes, custam caro.

De forma muito especial o salmista, expressando-se acerca do homem "bem aventurado", diz, que
ele não apenas foge de circunstâncias que desagradam a Deus, mas também "...na Lei de Jeová
está sua delícia, e em Sua Lei medita de dia e de noite." (Sl 1:2).

Este Dicionário, portanto, pretende ser instrumento de Deus para você possa deliciar-se, deleitar-se
cada vez em conhecer e em prosseguir em conhecer o Senhor (cf. Os 6:3).

Nossa oração e o desejo sincero de nosso coração, é que o Senhor da Igreja possa tornar este
pequeno Dicionário um grande veículo para abençoar sua vida no conhecimento de Sua vontade.
Que Ele, em Cristo, lhe abençoe! Seu irmão e amigo Rev. Lázaro Soares de Assis.
lsassis@aol.com.br

PREFÁCIO

Demóstenes dizia muito bem, quando afirmava que conhecimento começa com definição. Todo
professor, todo aquele que ensina ou todo aquele que estuda precisa se lembrar disto e ter cuidado
para definir bem as Doutrinas. A Bíblia abunda em grandes palavras de tremenda importância e nós
devemos exercitar muito cuidado definindo estas palavras. Por mais desagradável que possa ser,
precisamos reconhecer que, infelizmente, nossa Igrejas estão cheias de líderes sem nenhum
conhecimento bíblico-teológico. Muitas vezes, são Igrejas pequenas. Mas, nem sempre. Algumas
vezes, são líderes de grandes rebanhos, pessoas investidas no ministério de "pastor" (poimen), ou
seja, provedores de pasto, quando eles mesmos estão morrendo de inanição, morrendo de fome,
ou, pelo menos, evidenciando desnutrição bíblico-teológica.

Este livro, não se propõe a ser um "mantra", uma palavra mágica para solucionar tal problema. Na
realidade, este livro é um desafio para que "conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor..."
(Os 6:3). É também um eco ao apelo de Paulo à Timóteo (2Tm 2:15): "Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade". Que Deus, em Cristo abençoe sua vida e que você aceite o desafio! Rev. Lázaro Soares
de Assis. lsassis@aol.com.br

ABENÇOAR - Este termo vem do verbo grego eulogeo, cujo significado básico é dar prosperidade e
bondade, tendo Deus como Fonte destas graças. Portanto, quando Deus abençoa, os abençoados
são contemplados pelo favor divino (cf. Gn 24:48). Quando alguém é contemplado pela bênção do
Senhor, diz-se que esta pessoa é makarios, que pode significar simplesmente "feliz", mas que
segundo a opinião de alguns eruditos de renome, na verdade é um superlativo: "felicíssimo"! Quanto
à bênção de Deus, ainda vale lembrar aquelas maravilhosas palavras: "A bênção do Senhor é que
enriquece; e Ele não a faz seguir de dor alguma." (Pv 10:22). Finalmente, é preciso ressaltar que a
bênção do Senhor é resultado de nossa fidelidade: "Vede que hoje eu ponho diante de vós a bênção
e a maldição: a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu hoje vos
ordeno" (Dt 11.26,27).

ABLUÇÃO - Na religião judaica havia quatro tipos diferentes de lavagem cerimonial: 1) a lavagem
das mãos, não explicitadamante requerida no A.T., embora inferida com base em Lv 15:11, que nos
dias do N.T. tornara-se prática generalizada e séria (Mc 7:6; Mt 15:2); uma outra prática similar era a
lavagem dos pés (cf. Jo 13:5); 2) a lavagem dos pés e das mãos, em preparação para o serviço
sacerdotal (Êx 30:19; 40:31), lembrando que o Tabernáculo e mais tarde, o Templo tinham uma
bacia para esse fim; 3) a imersão do corpo, a fim de participar apropriadamente do serviço do
Senhor (Lv 8:6; 16:24); e 4) a lavagem de vasos, casas, vestes e outros itens usados para
propósitos religiosos (Êx 19:14; Lv 14:52; 15:6-8; Mc 7:4).

ABRAÃO, SEIO DE - Termo metafórico usado para referir-se ao Céu. Nos tempos bíblicos, existia o
costume das pessoas se reclinarem em sofás para as refeições, ficando próximas umas das outras.
Estar no "seio de Abraão" é exatamente uma metáfora tomada deste costume. Ela significa, então
"tomar parte no banquete celestial" (Lc 16.22-23).

ACESSO - Inicialmente, podemos definir acesso como permissão ou liberdade de chegar perto e
comunicar-se com alguém (cf. Ef 2:18). Ao analisarmos o vocábulo grego que ocorre no texto de Ef
2:18, prosagoge, certamente nosso entendimento do termo se amplia. Este substantivo possui vários
significados, dentre os quais podemos destacar: "acesso", "aproximação", "relação através da qual
somos aceitáveis diante de Deus e temos garantia de que Ele nos é favorável". Deriva-se do verbo
prosago, que significa "conduzir", "trazer", "abrir um acesso para Deus", "aproximação".

ADIVINHAÇÃO - O termo hebraico mais comum é qasam. Na Bíblia, este termo é empregado para
designar toda e qualquer forma de magia que se proponha a predizer o futuro e aconselhar quanto a
ele (2Rs 17:17), prática terminantemente proibida ao povo de Israel, qualquer que fosse sua
modalidade (Lv 19:26,31). Na língua grega, o termo mais comum para adivinhação é manteia, cujos
sentidos básicos são: "adivinhação" e "predição". É com manteia, em sua forma aportuguesada,
mancia, que se formaram os vocábulos que designam a maioria das formas de adivinhação, tais
como: cartomancia, rabdomancia, hidromancia, hepatomancia, etc. Neste Dicionário, você
encontrará verbetes com algumas formas de adivinhação que estão relacionadas com a Bíblia:
Astrologia, Bibliomancia, Feitiçaria, Necromancia e Rabdomancia.

ADOÇÃO - Costuma-se definir Adoção como o ato de tornar legalmente filho aquele que não é filho
por natureza. Pela adoção Deus aceita como membros da Sua família os pecadores que se voltam
para Ele com arrependimento e fé (Rm 8:15-18; Gl 3:26-28; 4:5). O termo Adoção vem do grego
huiothesia, cuja gama de significações é muitíssimo vasta, como por exemplo: "adoção", "adoção de
crianças", "adoção de filhos", " adoção como filhos"; por extensão, também denota a "natureza e
condição dos verdadeiros discípulos de Cristo, que recebendo o Espírito de Deus em suas vidas, se
tornam filhos de Deus".

ADOPCIONISMO - Nome de uma heresia baseada em interpretações errôneas de textos como Rm


1:4; Hb 2:10 e Hb 5:8,9, entre outros. Em síntese, esta doutrina herética afirma que Jesus não
nasceu Filho de Deus, mas que em determinado momento na Sua vida, Ele se tornou Filho de Deus,
isto é, teria sido "adotado" como Filho. Segundo alguns que defendem essa heresia, essa "adoção"
ter-se-ia dado por ocasião do Batismo de Jesus. Outras correntes dentro dessa heresia, afirmam
que essa "adoção" não ocorreu, enquanto Jesus não ressuscitou. Essa doutrina herética, foi
radicalmente combatida no Concílio de Nicéia (325 d.C.).

ADORAÇÃO - Nas páginas das Escrituras Sagradas, o termo Adoração pode significar: "culto",
"honra", "reverência" e "homenagem" prestados a poderes superiores, sejam seres humanos, anjos
ou Deus (cf. Sl 96:9). Como a Bíblia é um descortinamento progressivo da Revelação, ela nos revela
quatro etapas de desenvolvimento da adoração a Deus: 1) os Patriarcas adoravam, construindo
altares e oferecendo sacrifícios (Gn 12:7-8; 13:4); 2) posteriormente, veio a adoração no
Tabernáculo e mais tarde no Templo, com um sistema completo de Sacrifícios; 3) a adoração nas
Sinagogas, que teve início durante o Cativeiro; e 4) a adoração cristã, que inclui a pregação (At
20:7), leitura das Escrituras (1Tm 4:13), oração (1Tm 2:8), louvor (Ef 5:19) e ofertas (1Co 16:1-2),
além de Batismos (At 2:37-41) e da Ceia do Senhor (1Co 11:23-29).

ADULTÉRIO - Termo que designa uma relação sexual que um homem casado tem com uma mulher
que não é sua esposa ou vice-versa (cf. Jr 23:10; Jo 8:3). No texto de Jo 8:3, aparece o substantivo
grego moicheia, cujo significado básico é "adultério". Sua origem é o verbo grego moicheuo,
"cometer adultério", "ser um adúltero", "cometer adultério com", "ter relacionamento ilícito com outra
pessoa que não seja o esposo ou a esposa". Num sentido metafórico, a idolatria era chamada de
"adultério" (cf. Jr 3:8; Ez 23:37).

ÁGAPE - Vocábulo de origem grega, agape, cujos significados principais são: "amor", "caridade";
deriva-se do verbo agapao. Este termo, ágape, era usado para denotar o "banquete de caridade", ou
"festa de amor fraternal", ou ainda, "banquete entre amados". Seja qual for o significado escolhido,
este termo denotava de fato aquela reunião de fraternidade e amor cristão, que comumente era
encerrada com a celebração da Ceia do Senhor (1Co 11:20-34; 2Pe 2:13; Jd 1:12).

AGNOSTICISMO - Termo que designa uma das formas de negação da existência de Deus. A
palavra Agnosticismo é de origem grega, a, "não" e gnosis, "conhecimento". Ou seja, "não saber". O
Agnosticismo crê que nem a criação, e nem mesmo os alegados fatos quanto à existência de Deus
podem fazê-lo conhecido. O adepto do Agnosticismo diz crer unicamente no que pode ver e tocar.
Assim, todas as demais coisas, incluindo a fé em Deus são relativas. Isto é, o homem não pode
saber qualquer coisa sobre Deus, haja vista que as alegadas provas de Sua existência estão fora do
domínio das coisas materiais.

AGRICULTURA - Termo designativo do cultivo do campo. É mencionada na Bíblia pela primeira vez
em Gn 4:2, onde se diz que Caim foi "lavrador da terra"; no heb. "lavrador" é 'abad. Na Palestina
eram cultivados cereais, além de figueiras, oliveiras e vinhas. Para não desgastar o solo, observava-
se o "Ano Sabático" (o ano de descanso da Terra). Na preparação do solo usava-se o arado. A
colheita dos cereais era feita com foices, e o produto era amarrado em feixes. Depois, os cereais
eram trilhados (isto é, debulhados, cf. Is 28:27) e padejados (ou seja, separados os grãos da palha,
depois de debulhados, jogando-os no ar com pás; os grãos do cereal caíam na eira e o vento
espalhava a palha , cf. Is 41:16). Em seguida, os grãos eram recolhidos em celeiros.
ÁGUA - Termo que ocorre 299 vezes na Bíblia, versão ARC e 278 na ARA. No hebraico, é mayim;
no grego, hidros. Ambos os termos significam "água", "águas"; designa "água", num sentido
genérico: de rios, fontes, piscinas, do dilúvio, ondas do mar, etc. Nas páginas das Escrituras
Sagradas, a água é vista como líquido essencial à vida; assim, em virtude da escassez de água na
Palestina, a água é extremamente valorizada. Para ter água, muitas vezes o povo dependia de rios.
Alguns destes, eram meros ribeiros de duração temporária, chamados wadys; também se utilizavam
fontes, poços e cisternas (Is 35:6). Metaforicamente, a água é usada na Bíblia para simbolizar uma
imensa gama de coisas: 1) Deus: "Manancial de Águas Vivas" (Jr 2:13; 17:13); 2) Cristo: "Água da
Vida" (Jo 7:37-39); 3) fidelidade conjugal: "água da própria cisterna" (Pv 5:15); 4) algo passageiro:
"água corrente" (Jó 11:16); 5) algo que não volta mais: "água derramada e não recolhida" (2Sm
14:14); 6) um inimigo poderoso que está se aproximando: "torrentes transbordantes" (Jr 47:2; e 7)
um perigo iminente: "águas que me rodeiam" (Sl 88:17).

ALELUIA - Na língua hebraica, o termo é hallal, cujo significado é "louvor". Portanto, hallel, termo
também hebraico, significa "louvai" e Yah, forma abreviada do nome próprio de Deus, Yahweh. Ou
seja, aleluia, significa "louvai a Yah(weh)". Na verdade, o termo aleluia é um convite ao eterno louvor
à Deus. No grego, o termo foi vertido como allelouia, que significa "louvar", "celebrar", "elogiar",
"enaltecer", "magnificar", entre outros. A palavra aleluia fazia parte da liturgia do Templo (cf. Sl 106;
11-113; 135; 145-150), desde seus primórdios, e como aclamação de louvor foi adotado no NT (cf.
Ap 19:1-6) e é utilizado pela Igreja Cristã.

ALIANÇA - Termo que ocorre no grego, diatheke, "pacto", "aliança", "concerto". Trata-se de um
acordo que Deus, por causa do Seu amor (Dt 7:8-9), fez com o Seu Povo. Essa Aliança (ou trato,
contrato, pacto - termos usados na ARC), consiste no seguinte: o Eterno, o Deus Todo-Poderoso,
cumprindo Sua promessa aos Patriarcas (cf. Gn 17:1-8; 28:13-15), era o Deus de Israel, e,
conseqüentemente, Israel era o Povo de Deus (Êx 6:7; 19:4-6). Deus abençoava o povo, e este, por
sua vez, lhE obedecia (Dt 7:7-11). Em cumprimento à palavra profética (cf Jr 31:31-34), Deus
estabeleceu uma Nova Aliança (ou Novo Testamento), que foi confirmada ou selada pela morte de
Cristo (Mc 14:24; Hb 8:6-13; 9:16-22). O povo de Deus é perdoado dos seus pecados (cf. Rm
11:26,27), recebe bênçãos eternas (cf. Hb 9:15), vive uma vida de dedicação a Ele e vive a Seu
serviço (cf. 2Co 3:6; Hb 10:19-25). O termo diatheke, ainda pode significar um contrato feito por
autoridades de uma ou mais nações ou cidades-estado, acertando condições de paz, ajuda mútua,
comércio, etc., (1Sm 11:1), ou ainda um trato feito entre pessoas (cf. 2Sm 3:12).

ALMA - No hebraico, nephesh, no grego psuche, ambos os termos significando "alma", ou seja, a
parte não-material e imortal do ser humano (Mt 10:28), sede da consciência própria, da razão, dos
sentimentos e das emoções (Gn 42:21). Os dicotomistas entendem que o ser humano é corpo e
alma, sendo espírito sinônimo de alma. Os tricotomistas acreditam que o ser humano é corpo, alma
e espírito (cf. Lc 1:46,47; 1Ts 5:23). "Alma vivente" quer dizer "ser vivo" (Gn 2:7). Na Bíblia muitas
vezes a palavra "alma" é empregada em lugar do pronome pessoal: "Livra a minha alma da espada"
quer dizer "salva-me da espada" (Sl 22:20, na BLH). Outras vezes "alma" quer dizer "pessoa" (Nm
9:13). A filosofia grega dedicou muita atenção ao problema da alma, conseguindo com isto exercer
grande influência na Teologia e no pensamento cristão. Platão, por exemplo, cria na existência e
transmigração da alma. A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro do
corpo ou fora dele. A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas
dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap
6:9). Desde os primórdios da História do Cristianismo, tem havido duas idéias acerca da alma, e
conseqüentemente, a respeito da natureza do homem e dos animais. São elas, a interpretação
tricotomista e a interpretação dicotomista. Para maiores esclarecimentos veja os verbetes
"dicotomia" e "tricotomia. De forma generalizada, os escritores bíblicos, de forma especial os do AT,
não fazem distinção precisa entre psiche (alma animal, que é a parte inferior do ser humano) e
pneuma (espírito ou alma racional, parte superior do homem). Por isso é comum o uso de ambos
os vocábulos como designando a mesma coisa. Ordinariamente, os autores sagrados referem-se
ao homem como sendo um composto de corpo e alma, ou corpo e espírito, e não de corpo, alma e
espírito, a não ser no NT (1Co 15:44; 1Ts 5:23; Hb 4:12). Segundo Scofield, sendo o homem
"espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com Ele; sendo "alma", ele tem
conhecimento de si próprio; sendo "corpo", tem através dos sentidos, conhecimento do mundo". O
corpo é tabernáculo da alma, a alma sede da personalidade, e o espírito o canal de comunhão com
Deus.

ALTA CRÍTICA - Termo usado para descrever o estudo das Escrituras do ponto de vista da literatura
em contraste com a "Baixa Crítica", que trata do texto das Escrituras e sua transmissão. A Baixa
Crítica é também conhecida como Crítica Textual. A Alta Crítica tem três interesses principais: 1)
detectar a presença de fontes literárias que subjazem uma obra; 2) identificar os tipos literários que
perfazem a composição; e 3) fazer suposições sobre questões de autoria e data. Talvez possa
parecer que o termo "Alta Crítica" tenha um significado místico ou sinistro, mas, na realidade, é um
processo que todos os estudiosos seguem em graus diferentes, pois no propósito de obter uma
compreensão apropriada da natureza dos escritos bíblicos, é importante examinar o caráter das
fontes. Pode observar o valor da Alta Crítica, por exemplo, em relação à descoberta do sentido exato
de Ed 1:2-4; 6:3-5. Embora a Alta Crítica seja útil para a interpretação das Sagradas Escrituras,
deve-se considerar, entretanto, que se mal aplicada, pode trazer resultados desastrosos, devido à
facilidade de se obter resultados da pura especulação na ausência de dados externos. Infelizmente,
é isto que vem ocorrendo com grandes nomes da Alta Crítica.

ALTAR - No grego, thusiasterion. Termo que possui uma enorme gama de significados: 1) o altar
para matar e queimar as vítimas; 2) o altar para ofertas queimadas que ficava no Templo de
Jerusalém; 3) o altar de incenso que estava no santuário ou Santo Lugar; e 4) qualquer altar para
sacrifícios. Em geral, era uma mesa feita de madeira, terra ou pedras, sobre a qual se ofereciam os
sacrifícios (Êx 27:1; 20:24; Dt 27:5). Os altares de madeira eram revestidos de algum metal e tinham
"pontas" (chifres) nos quatro cantos (Lv 4:25). Um costume bastante interessante, é que fugitivos
ficavam em segurança quando corriam e se agarravam a essas pontas (1Rs 2:28). No sentido
metafórico, a palavra "altar" denota a cruz na qual Cristo sofreu uma morte expiatória. Assim, "comer
deste altar", significa desfrutar dos efeitos e das bênçãos concedidas por meio da morte expiatória
de Cristo.

ALTAR DO HOLOCAUSTO, O - Nome do primeiro objeto que era encontrado no Tabernáculo.


Ficava localizado em frente da porta. Era feito de bronze. Media 5 x 5 côvados (ou seja 2,5 x 2,5
metros); sua altura era de 3 côvados (1,5 metros). Nessas medidas, temos excelentes simbolismos:
a altura de 3 côvados, nos lembra a Trindade, os 3 elementos do Homem (corpo-alma-espírito),
bem como as três horas que Jesus esteve pendurado na Cruz. A largura também possui grande
simbolismo, pois cinco é o número dos sentidos e seus respectivos órgãos, bem como o número dos
mandamentos que se encontravam em cada uma das tábuas da Lei, servindo assim para
demonstrar a responsabilidade pessoal. O altar possuía quatro lados que simbolizavam os quatro
cantos da terra (Is 11:12), apontando assim para a universalidade da obra de Cristo (Jo 3:16; 1Tm
2:6).

ALTAR DO INCENSO, O - O Altar do Incenso era todo coberto de ouro. Sobre ele, não se ofereciam
animais por sacrifício como no Altar de Bronze que estava no Átrio. Nele só se queimava incenso
aromático. O cheiro agradável de incenso subia a Deus. O significado simbólico do incenso é
explicado no Sl 141:2 e em Ap 8:3: são as orações dos santos (os crentes); também compreende as
ações de graças, o louvor e a adoração do povo de Deus, como vemos em Hb 13:15. Tudo isto sobe
a Deus, mas é oferecido a Deus sobre o Altar do Incenso. Por assim dizer, é como se o Altar o
levasse a Deus. Assim, o Altar do Incenso é figura do Senhor Jesus Cristo, Único Mediador entre
Deus e os homens (Jo 14:13; 14:14; 15:16; 1Tm 2:5). Deste modo, cada crente, na condição de
sacerdote, pode aproximar-se de Deus por meio de Cristo Jesus e oferecer-lhE sacrifícios
espirituais, agradáveis a Ele (1Pe 2:5-9). Uma coisa de grande importância é aquilo que disse o
salmista no Sl 84:3. Ele diz que o pardal e andorinha têm ninhos, um lugarzinho onde podem
descansar. Em seguida, ele continua, descrevendo o lugar de descanso como sendo nos "teus
altares, Senhor dos Exércitos..." Observe que a palavra "altares" está no plural. Isto demonstra,
obviamente, que há dois.
Esses altares são o Altar de Bronze e o Altar do Incenso. No Altar de Bronze, descansamos, pois
nossos pecados foram expiados e perdoados pelo Cordeiro de Deus; no Altar do Incenso, podemos
descansar na oração, na intercessão, no gozo, na adoração, sabendo que o Senhor está nos
escutando e abençoando.

ALTOS - Esta expressão corresponde ao termo hebraico bamah, que pode significar tanto
"elevação", quanto "santuário". Era costume dos cananeus e dos povos semitas estabelecer
santuários ou centros de adoração religiosa em lugares elevados. Isto nos leva a lembrar do Olimpo
dos gregos. A conexão entre as divindades e as montanhas, é algo comum nas Religiões. No
tocante ao povo de Israel, eles nada viam de errado nos lugares altos, propriamente ditos.
Originalmente, estes locais tinham sido lugares de culto dos cananeus, mas os israelitas
rededicaram-nos ao culto de Yahweh, pelo menos em alguns casos. Porém, devido à influência de
costumes estrangeiros, com a ajuda da corrupção interior dos homens, tais lugares vieram a ser
dominados por práticas idólatras (e.g. 1Sm 9:12; 1Rs 14:23; 2Rs 23:8). Nos sacrifícios pagãos, até
crianças eram mortas (Jr 7:31). Infelizmente, estas práticas idolátricas acabaram se infiltrando em
Israel, de forma que a história bíblica registra acerca que "... no tempo da velhice de Salomão, suas
mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito
para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão andou em
seguimento de Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação dos
amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor e não perseverou em seguir ao
Senhor, como Davi, seu pai. Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a abominação dos
moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de
Amom." (1Rs 11:4-7).

AMÉM - Palavra de origem hebraica, , que não é traduzida, mas apenas transliterada (ou seja,
representada nos sinais gráficos) para outros idiomas. No grego, aparece amen. Passou para o
latim, o inglês, o português, sempre transliterado. É considerada a palavra mais conhecida da fala
humana. Como 'amen está diretamente relacionada e é quase idêntica à palavra hebraica 'amam,
que significa "acredite" ou "fiel", este termo passou a denotar a confirmação: "verdadeiramente",
"assim seja"; isto é, uma expressão de confiança absoluta. O termo quer dizer, primariamente "é
assim" ou "assim seja". Também pode ser traduzida por "certamente", "de fato", "com certeza" (cf. Dt
27:15). É usada como um título para Cristo, que é a garantia de que Deus cumprirá as promessas
que fez ao seu povo (Ap 3:14). Metaforicamente, amém pode significar "fiel". Quando o termo é
usado no
início de um discurso, denota segurança na declaração que se segue. Quando aparece no fim, o
sentido é "assim seja", "que possa ser cumprido". O costume de se responder com "amém" no final
de uma leitura Escriturística ou oração, foi herdado das sinagogas.

AMILENISMO - Nome que se dá a uma visão acerca do Milênio (período de tempo compreendido
entre o aprisionamento de Satanás e a sua última Revolta, a Batalha de Gogue e Magogue,
quando Satanás estará preso e Cristo reinará sobre as nações), termo que vem do latim mille, "mil"
e annus, "ano"; ou seja, mil anos, equivalente ao termo grego chiliasma. Segundo a visão amilenista,
o milênio não virá no fim do mundo, mas é um símbolo do período da existência e da ação da Igreja
na história, no fim do qual acontecerão a segunda vinda de Cristo, a ressurreição, o juízo final e a
vida eterna. Para melhores esclarecimentos, gentileza consultar os verbetes Milênio, Pré-Milenismo
e Pós-Milenismo.

AMOR - Ao contrário da língua portuguesa, o grego possui um grande número de vocábulos que
podem significar "amor". Dentre estes, quatro sempre são observados de forma destacada: phileo,
stergo, erao, e agapao. Como o assunto é por demais profundo, desejamos abordar apenas alguns
aspectos destes verbos, e ainda, de forma superficial. 1) Phileo - é o termo genérico para amor. Está
relacionado com o sentimento de apreciação por alguém, acompanhado do desejo de lhe fazer o
bem. Portanto, phileo está relacionado com "amizade", "afeição", "apreço" (e.g. 1Sm 20:17). Para
entender melhor este tipo de amor, basta observarmos que o termo "hospitalidade", vem de um
derivado de phileo, o termo philoxenia. 2) Stergo - o verbo menos utilizado dos quatro aqui referidos,
refere-se a "amar", no sentido de "sentir afeição". Está relacionado com o amor filial ou paternal,
bem como o amor de um povo por seu governante e vice-versa. Deus é amor (cf. 1Jo 4:8) e Seu
amor é a base de Seu relacionamento com o homem (Jr 31:3). 3) Erao - este verbo, deu origem ao
substantivo eros, termo bem mais conhecido. Está relacionado com o relacionamento conjugal. É
aquele tipo de amor, que envolve atração sexual e sentimento de posse (e.g.Ct 8:6). 4) Agapao - dos
quatro verbos aqui apresentados, agapao é o mais utilizado. Denota o amor fraternal, aquela mais
elevada qualidade cristã (1Co 13:13), que dever nortear todas as relações da vida com o próximo e
com Deus (Mt 22:7-39). Esse amor envolve consagração a Deus (Jo 14:5) e confiança total nEle
(1Jo 4:17), incluindo compaixão pelos inimigos (Mt 5:43-48; 1Jo 4:20) e o sacrifício em favor dos
necessitados (Ef 5:2; 1Jo 3:16).

ANÁTEMA - Termo de origem grega, anathema. Originalmente, este termo denotava algo que era
elevado e em seguida, deitado por terra; também denotava "maldito", "amaldiçoado". O termo que
deu origem à esse vocábulo, foi anatithemi, cujo sentido básico é "partir em palavras", originário de
tithemi, "colocar", "derrubar", "demitir", "separar", "apartar". Trata-se de prática religiosa
antiguíssima, por meio da qual pessoas ou coisas exigidas por Deus ou dedicadas a Ele eram
destruídas (e.g. Js 6:18,21, na ARC). No NT quer dizer "amaldiçoado", (conforme foi traduzido pela
BLH, em textos como 1Co 16:22; Gl 1:8-9).

ANCIÃO DE DIAS - Termo usado de forma metafórica, como um Título de Deus. Ocorre em Dn 7:9-
22. Trata-se de um "antropomorfismo". Deus julga o mundo, sendo comparado a um homem idoso, à
figura de um majestoso e respeitável juiz.

ÂNCORA - No grego, o vocábulo é agkura. Este era o termo designativo de uma pesada peça de
ferro presa a uma grossa corrente e que é lançada ao fundo do mar a fim de manter parado o navio
(At 27:29). Em sentido figurado, representa tudo o que sustenta e dá firmeza em tempos de
sofrimento ou violência (cf. Hb 6:17-19).

ANGELOLOGIA - O termo teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia
(do grego angelos, "anjo" e logia, "estudo", "dissertação"). Angelologia, se constitui, portanto, de
doutrina específica dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática, a qual
se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos anjos.
Iniciaremos, portanto, pelo estudo da existência dos anjos.

ANIMISMO - Termo de origem latina anima, que quer dizer "alma", "fôlego". Trata-se da crença de
que objetos físicos possuam vida ou espírito próprios, não havendo algo como matéria inanimada.
Os objetos físicos, mesmo que não animados por si mesmos, poderiam ser habitados por espíritos,
que sobreviveriam, mesmo quando os objetos físicos fossem destruídos. É com base nesta crença,
que se criou e popularizou os "amuletos", os "patuás", as "rosas ungidas", os "lenços ungidos", etc.

ANJO - A palavra portuguesa anjo possui origem no latim angelus, que por sua vez deriva-se do
grego angelos. No idioma hebraico, temos malak. Seu significado básico é "mensageiro" (para
designar a idéia de ofício de mensageiro). O grego clássico emprega o termo angelos para o
mensageiro, o embaixador em assuntos humanos, que fala e age no lugar daquele que o enviou. No
AT, onde o termo malak ocorre 108 vezes e no NT, 175 vezes. Ao contrário do que muitas pessoas
imaginam, os anjos são seres criados (e.g. Ne 9:6; Jó 38:4-7; Sl 148:2,5; Cl 1:16), ou seja, não são
eternos nem auto-existentes, características estas que repousam unicamente em Deus. A Bíblia
também nos ensina que os anjos são seres espirituais, isto é, são "espíritos ministradores" (Hb
1:14). Outro ensino bíblico é que os anjos são seres pessoais, pois a eles são atribuídas
características pessoais, isto é, possuem inteligência (2Sm 14:20), vontade (2Tm 2:26) e atividades
próprias (Ap 22:8,9). Ainda podemos ver na Bíblia, que os anjos são seres inteligentes; isto é os
anjos excedem em muito em conhecimento e em sabedoria aos homens mais brilhantes que a
história humana já teve (Ez 28:3,4). Suas inteligências tiveram origem quando criados, se ampliam
até os dias atuais e em virtude das oportunidades de observação que eles possuem, juntamente
com as revelações diretas da parte de Deus, devem ter-se adicionado grandemente ao acúmulo de
sua inteligência original (2Sm 14:17,20). São ainda seres poderosos; embora não sejam onipotentes
e nem todo-poderosos, eles desfrutam de maior poder do que o homem (cf. Sl 8:5, na LXX). Ainda
sobre o poder dos anjos, leia os textos a seguir: 2Sm 24:15,16; 2Rs 19:35; Sl 103:20; Dn 10:12,13;
Mt 28:2; At 12:7; Ap 20:1-3. São também seres velozes; ou seja, não estão limitados pelas
dificuldades de locomoção próprias do aspecto físico. No mundo angelical, os anjos podem
locomover-se de um lugar para o outro dentro de facilidades inimagináveis à nossa mente finita (Dn
9:22; Mt 26:53). Finalmente, a Bíblia ainda nos ensina que os anjos são seres gloriosos (e.g. Is 6:1-
4; Ap 5:11,12).

ANJO DO SENHOR - A expressão "Anjo do Senhor" ou sua variante "Anjo de Deus", se


encontram mais de cinqüenta vezes no AT. Portanto, é necessário algumas considerações acerca
deste personagem. A primeira aparição bíblica do "Anjo do Senhor" foi no episódio de Agar, no
deserto (Gn 16:7). Outros acontecimentos incluíram pessoas como Abraão (Gn 22:11,15), Jacó (Gn
31:11-13), Moisés (Êx 3:2), todos os israelitas durante o Êxodo (Êx 14:19) e posteriormente em
Boquim (Jz 2:1,4), Balaão (Nm 22:22-36), Gideão (Jz 6:11), Davi (1Cr 21:16), entre outros. A Bíblia
nos informa que o Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos, em geral. Às
vezes, Suas aparições eram simplesmente para trazer mensagens do Senhor Deus, como por
exemplo em Gn 22:15-18; 31:11-13. Em outras aparições, Ele fora enviado para suprir necessidades
(1Rs 19:5-7) ou para proteger o povo de Deus de perigos (Êx 14:19; Dn 6:22). No entanto, com
relação à identidade do Anjo do Senhor, os eruditos não são e nunca foram unânimes. Porém, não
há porque duvidar da antiqüíssima interpretação cristã de que, nesses casos acima citados,
encontramos manifestações preencarnadas da Segunda Pessoa da Trindade. Mas, como sempre
surgem objeções, apresentamos a seguir três argumentos bíblicos que comprovam,
indubitavelmente, que o Anjo do Senhor é Jesus Cristo antes de encarnado. 1) Josué 5:14: quando o
Anjo do Senhor apareceu a Josué, diz a Palavra do Senhor que ele "...prostrou-se sobre o seu rosto
na terra, e O adorou, e disse-lhE: Que diz meu Senhor ao seu servo?". Se o Anjo do Senhor não
fosse o próprio Senhor (ou melhor, o
Senhor Jesus como Segunda Pessoa da Trindade), o anjo (caso fosse simplesmente "um anjo")
teria proibido a Josué de adorá-lo, como ocorreu em Ap 19:10 e Ap 22:8,9. 2) Jz 13:18: Embora
concordemos que possam existir questões inclusive relacionadas com variantes textuais neste texto,
reputamos a mesma como factual e elucidativa. Quando Manoá, pergunta ao Anjo do Senhor, o Seu
nome, Ele responde: "...porque perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" Uma
comparação desta resposta com a passagem de Is 9:6, demonstra que o Anjo do Senhor que
apareceu a Manoá é o Menino que nos fora dado de Isaías. Isto é, o Anjo do Senhor, cujo Nome é
Maravilhoso (YHWH), é o próprio Senhor, e ao mesmo tempo o Menino que nos fora dado. 3) A
terceira prova que queremos apresentar, é que no contexto neotestamentário, a Bíblia deixa de
utilizar-se do termo "o Anjo do Senhor" como pessoa específica. Isto é demonstrado pelo fato de que
o artigo definido masculino singular "o" deixa de ser utilizado, sendo substituído pelo artigo indefinido
"um". Alguns exemplos disto, são os textos de Lc 1:11; At 12:7 e At 12:23, dentre muitos outros.
Infelizmente, nem todas as ocorrências de Anjo do Senhor no NT, na versão ARC, se encontram
com o artigo indefinido "um", o que ocorre na versão ARA nos textos citados e em outros correlatos.
Esta substituição possui um grande significado. Isto é, no contexto do NT, contemporâneo ou
posterior à Encarnação, as manifestações angelicais não eram do Anjo do Senhor, mas meramente
de um de Seus anjos, pois o Anjo do Senhor já havia sido manifestado na carne (1Tm 3:16).

ANO - Termo designativo do período de 12 meses lunares (de 28 dias cada, em média), totalizando
354 dias (cf. 1Cr 27:1-15). Para ajuste de calendário, de 3 em 3 anos, acrescentava-se um mês
(repetindo-se o último mês, Adar), que recebia o título de Ve-Adar (segundo Adar) para ajustar a
diferença entre os 12 meses lunares e o ano solar. Para melhores esclarecimentos, gentileza
consultar o verbete "Calendário".

ANO DE DESCANSO - Também conhecido como "ano sabático". Era o ano em que a terra
descansava. Durante 6 anos a terra era preparada e semeada; no sétimo ano os israelitas não
podiam fazer plantações. O que nascesse naturalmente era aproveitado pelos donos da terra, pelos
pobres, pelos estrangeiros, pelo gado e por outros animais (Êx 23:10-11; Lv 25:2-7). Nesse ano os
israelitas perdoavam as dívidas dos seus patrícios (Dt 15:1-11).

ANO DO JUBILEU - Ano de libertação e restauração comemorado de 50 em 50 anos, em Israel.


Nesse ano a terra não era cultivada, todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas aos
seus donos anteriores e todos os escravos eram libertados (Lv 25:8-55; 27:16-25). Isaías proclamou
um novo jubileu (Is 61:1-3), que Jesus interpretou como tendo se realizado com a Sua vinda (Lc
4:16-21).

ANTICRISTO - Com o arrebatamento da Igreja do Senhor criar-se-á um ambiente favorável à


manifestação do Anticristo, também conhecido como o "Homem da Iniqüidade", o "Filho da
Perdição" (Dn 7:24b-25; 2Ts 2:3-6; 1Jo 2:18; Ap 13:1-8). O Anticristo será um homem,
personificando o Diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11:36; 2Ts 2:3,4). A Besta
ou Anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecidas até hoje. Será o
maior líder da História; acima mesmo de qualquer general famoso ou governante mundial conhecido.
Será portador de uma personalidade irresistível. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais,
quando consideramos seus atos à luz da profecia bíblica. Além da ação diabólica direta, outros
fatores contribuirão decisivamente para a implantação do governo do Anticristo, como poderio bélico,
alta tecnologia e poder econômico, bem como o clima de insegurança que estará em vigor pelo
sumiço dos crentes em Cristo Jesus. O Anticristo será também um grande demagogo. Será um
homem com um poder tremendo de persuasão. Influenciará decisivamente as massas com seus
discursos inflamados (cf. Ap 13:5). Se quisermos ter um idéia, embora muito vaga, desse poder de
influência, é só lembrarmos de Adolf Hitler e seu III Reich! A Bíblia diz que toda a terra se
maravilhará após a Besta (Ap 13:3). Ela exercerá uma influência e um fascínio extraordinários sobre
as massas. Muitos dirão: "esse, enfim, é um "Zafenate-Panéia" (Gn 41:45), um "salvador da pátria".
Enfim, é como se fosse o Messias, o redentor da humanidade. O Anticristo será recebido ao
aparecer como a solução dos problemas e crises sociais e políticas que fustigam o mundo inteiro,
para os quais os líderes mundiais mais capazes não encontram solução. A Bíblia, além do nome "o
Anticristo", também o chama pelos seguintes nomes: "Homem da Iniqüidade" ou "Homem do
Pecado" (2Ts 2:3); o "Chifre Pequeno" (Dn 7:8), o "Príncipe que há de vir" (Dn 9:26) e "o Assírio"
(Mq 5:5, na JPS). A derrocada das Nações do Norte dará ao Anticristo autoridade total. Sua base
política e econômica será o Império Romano Redivivo, representado pelo Mercado Comum Europeu,
a Europa Unificada. Daí, com facilidade, ele conseguirá o controle da Confederação de Nações
formada na área do Antigo Império Romano (O Império Romano Redivivo), contornando o Mar
Mediterrâneo. Inicialmente, ele, para galgar o poder, derribará três "reis" (Dn 7:24). Essa
demonstração de força levará muitas nações a se entregar. Além disso, ele usará sua astúcia e
habilidade sobrenaturais para novas conquistas. O engano marcará a sua atuação (Dn 8:25). Muitas
nações consentirão em ficar sob seu controle (Ap 17:13). Seu período de ascendência será de sete
anos: "Ele fará concerto com muitos por sete anos..." (Dn 9:27).

ANTILEGÔMENA - Termo usado para designar sete livros integrantes do NT, que somente no final
do quinto século foram aceitos por todas as Igrejas cristãs como fazendo parte do Cânon, embora
este tenha sido oficializado no Concílio de Cartago, em 397 d.C. São os seguintes livros: Hebreus,
Tiago, 2Pedro, 2João, 3João Judas e Apocalipse.

ANTROPOLOGIA - O vocábulo Antropologia, é de origem grega, composto por antropos, "homem"


e logia, "estudo", "dissertação". Isto é, Antropologia é o estudo do homem, dentro da Revelação
Bíblica. Podemos afirmar que a Antropologia Teológica, é a Doutrina do Homem em relação a Deus.
Mas também estuda a origem do homem, sua natureza presente, sua constituição, suas atividades,
seus deveres e seu destino.

ANTROPOMORFISMO - Termo originário da língua grega, antropos, "homem" e morfe, "forma". Ou


seja, dar forma de homem. Trata-se de uma linguagem figurada para falar de Deus como se ele
tivesse forma, membros, órgãos e sentimentos humanos. Exemplos: face (Êx 33:20), boca (Mq 4:4),
olhos (Jó 34:21), ouvidos (Sl 17:6), braço (Is 52:10), mão (1Pe 5:6), arrependimento (Gn 6:6).

APÓCRIFOS - Do grego, apokruphos, "oculto", "secreto", "misterioso", "mantido escondido". Esta é a


designação que usamos para identificar os livros incluídos no Cânon das Bíblias católicas. Tal
inclusão se deu durante a Diáspora e tais livros foram escritos originalmente em grego e não em
hebraico, embora tenham sido incluídos também na Septuaginta. A Igreja Romana os chama
"deuterocanônicos", ou seja, pertencentes ao "segundo cânon", em contraste com os demais (os
nossos sessenta e seis livros), aos quais chamam "protocanônicos", ou seja, do "primeiro cânon".
Isto foi oficializado no Concílio de Trento, em 1546, que declarou tais livros inspirados, embora não
fizessem parte do Cânon do AT estabelecido pelos judeus da Palestina. Os livros apócrifos aceitos
pelos católicos são os seguintes: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou Sirácida,
Baruque, Epístola de Jeremias, Primeiro e Segundo Macabeus e os acréscimos a Ester (parte grega
de Éster) e a Daniel (a parte grega de Daniel). Além desses existem outros livros que não são
considerados inspirados, os quais nós evangélicos chamamos "pseudepígrafos" e os católicos a
estes chamam "apócrifos".

APOLINARIANISMO - O termo Apolinarianismo deriva-se do nome próprio de


Apolinário "o Jovem", bispo de Laodicéia (310?-390?d.C.). Esse termo é
usado para designar a doutrina herética que afirma que, em Jesus, o Logos
(uma perfeita natureza divina) assumiu corpo físico, passando a exercer
as funções ordinariamente realizadas pela mente humana. Apolinário foi o
primeiro e um dos mais capazes dentre os que tornaram a peito a discussão
realmente profunda da relação entre o divino e o humano na pessoa de Cristo.
Caloroso defensor de Nicéia, desfrutou, ao menos por algum tempo, da
amizade do próprio Atanásio. Opunha-se tanto à noção ariana da
mutabilidade do Logos como à noção da completa união das naturezas divina
e humana. Apolinário acreditava que Cristo tinha apenas uma natureza e uma
hipóstase. Afirmava que, na Encarnação, o Logos tornou-se carne, tomando o
lugar da alma humana racional na pessoa de Cristo. Ou, em outras palavras,
ele negava que Cristo tivesse espírito humano, ensinando que o ser
espiritual (Logos) manipulava o corpo de Jesus. Isto é, Apolinário negava a
natureza humana essencial de Cristo. Assim, é óbvio que Apolinário
enfatizava a divindade de Cristo a ponto de perder de vista Sua
verdadeira Humanidade. Encontrou forte oposição por parte de Gregório
Nazianzeno, de Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstica, Teodoreto, João
Crisóstomo e da escola de Antioquia. No entanto, foi o segundo concílio
geral, realizado em Constantinopla que lançou por terra todas as suas
pretensões cristológicas, quando declarou a sua doutrina herética, em 381
d.C. Em vida, Apolinário atraiu muitos discípulos e chegou a formar a sua
própria seita. No entanto, logo após a sua morte o movimento
desintegrou-se.

APOLOGÉTICA - Este termo vem do nome de Apolo, um judeu de Alexandria, muito


eloqüente, instruído na fé cristã por Áquila e Priscila. Tornou-se poderoso
pregador do Evangelho em Éfeso e em Corinto, tornando-se companheiro de
Paulo na Obra Missionária. Segundo as Escrituras, era chamado "varão
eloqüente e poderoso nas Escrituras", conforme At 18:24. O termo Apologética
derivou-se exatamente deste aspecto, passando a denotar a ciência ou
disciplina racional que se esforça por apresentar a defesa da fé religiosa,
existindo dentro e fora da Igreja Cristã. O termo é usado em contraste com
polêmica, que é um debate efetuado entre cristãos a fim de determinar a
verdadeira posição cristã sobre alguma questão específica. É o principal
fundamento da Ortodoxia, isto é, da verdadeira e reta Doutrina Cristã.
APÓSTOLO - O termo Apóstolo vem do grego apostolous, do verbo apostello,
que significa "comissiono", "envio", "mando" (Ef 4:11ss). Era usado no NT
para um representante designado por uma Igreja, como, por exemplo, os
primeiros missionários cristãos, muito embora a utilização primeva se
referisse àqueles que foram testemunhas da ressurreição de Jesus. Um
"Apóstolo" moderno é aquela pessoa levantada e vocacionada por Deus, enviado
como "missionário" por uma Igreja para pregar o Evangelho onde jamais ele
fora pregado, basicamente nos moldes daqueles que saem a pregar nos países
da famosa janela 10/40 ou em países onde o Evangelho sobre perseguições ou
restrições.

ARAMAICO - Nome que se dá ao grupo de dialetos intimamente relacionados com


o hebraico e falados na Terra de Israel e em outros países do mundo bíblico
(cf. 2Rs 18:26, na ARA). Estão escritos em aramaico os seguintes textos
bíblicos: Ed 4:8-6:18; 7:12-26; Dn 2:4-7:28; Jr 10:11.

ARCA DA ALIANÇA, A - A Arca era uma caixa de madeira, revestida de ouro por
dentro e por fora (Êx 25:10-16). Por aí, já podemos observar que a Arca é
uma figura de Cristo. Sobre a Arca, estava colocada uma grande prancha de
ouro, funcionando como uma espécie de tampa, era o Propiciatório, que
media 2,5 x 1,5 côvados (1,25 x 0,75 metros). Sobre ela estavam os dois
querubins de ouro. Ali habitava Deus numa luz ofuscante inacessível. No
entanto, uma nuvem escura cobria o Propiciatório e envolvia essa luz, o que
é explicado em Êx 33:20. Na presente dispensação, é glorioso saber de nossa
nova posição. Os que pertencem a Cristo, agora podem contemplar a glória do
Senhor com os rostos desvendados! Aleluia! (2Co 3:18). Dentro da Arca,
haviam três coisas: 1) as tábuas da Lei - Os dez mandamentos. Somente
Cristo, estando aqui na terra, pode dizer a Deus: "...a Tua Lei está dentro
do meu coração" (Sl 40:8). Em Seu coração, o Senhor Jesus portava a Lei de
Yahweh; 2) o vaso de ouro com o Maná - Segundo Jo 6, Jesus é o verdadeiro
Maná, o alimento para nossa jornada de peregrinos. Mas o Santo dos Santos
é um tipo do céu. Ali não precisaremos mais do Maná... Por que, então, o
Maná está ali? É porque lá em cima nos servirá como um memorial (uma
lembrança) celeste de todo o gozo que já na terra tivemos em Cristo Jesus; e
3) a vara de Arão que havia florescido. Vemos a descrição desse fato em Nm
17. Este terceiro item dentro da Arca, era uma vara de amendoeira, a
primeira árvore que floresce na primavera, e por isso fala da nova vida
após a morte (o inverno). Isso relaciona essa vara com a ressurreição do
Senhor Jesus, o Sumo Sacerdote que vive para sempre (Hb 6:18-20).

ARCANJO - No grego encontramos Michael, heb. mika'el. Em português, Miguel.


Significa "quem é como El (Deus)?". A idéia acerca da existência de arcanjos
não faz parte original da fé judaica. Na Bíblia, o Arcanjo Miguel é
introduzido em Dn 10:13,21 e 12:1, reaparecendo no NT em Jd 9 e Ap 12:7.
Embora literaturas extrabíblicas apresentem Gabriel como outro Arcanjo (num
total de sete na literatura apócrifa e pseudepígrafa, onde quatro nomes
são revelados: Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel), a Bíblia só revela a
existência de um único Arcanjo, Miguel. Isto é demonstrado pelo fato de que
nas duas ocorrências da palavra grega archangelos, "arcanjo", 1Ts 4:16 e Jd
9, o termo só aparece no singular, ligado unicamente ao nome de Miguel,
donde se conclui que só exista um anjo assim denominado Arcanjo, ou
anjo-chefe, e que esse Arcanjo chama-se Miguel. Pelo que se pode depreender
das poucas passagens que aludem à sua pessoa, Miguel, assim como Gabriel, é
um ser celestial. Tem, no entanto, responsabilidades especiais como campeão
de Israel contra o anjo rival dos persas (Dn 10:13,21), e ele comanda os
exércitos celestiais contra todas as forças sobrenaturais do mal na última
grande batalha (Dn 12:1). No NT, Miguel aparece apenas em duas ocasiões. Em
Jd 9, há referência a uma disputa entre Miguel e o diabo com respeito ao
corpo de Moisés, aliás, passagem bastante polêmica, provavelmente uma
minúscula alusão a um fato descrito em literatura apócrifa, que a inspiração
de Judas incluiu no cânon. O outro texto em que Miguel aparece, é Ap 12:7,
que retoma o tema de Dn 12:1, apresentando-se Miguel como sendo o vencedor
do dragão primordial, identificado como Satanás.

ARIANISMO - Dá-se o nome de Arianismo ao conjunto das doutrinas


cristológicas heréticas ensinadas por Ário, presbítero em Alexandria, que
viveu em cerca de 265-356 d.C. Ele e seus seguidores negavam a Divindade
própria de Jesus Cristo. Ário desenvolveu sua doutrina com base em
especulações teológicas gregas, que floresceram dentro do Gnosticismo. Foi
uma elaborada tentativa de definir a relação de Cristo para com Deus,
segundo a razão natural. Esta atividade racional e especulativa teve lugar
principalmente em Alexandria e Antioquia, sobretudo no século IV d.C.,
tendo obtido o apoio do imperador romano e de teólogos notáveis. Exercia
poderosa atração para as mentes bem informadas da época. Segundo o ensino
do Arianismo, Deus é impar e não-gerado (isto é, agennetos). Fora de
Deus, tudo o mais foi criado ex-nihilo (do nada) através da vontade de
Deus. Assim, criam e ensinavam que não se podia conceber que o Logos ou o
Filho pudesse ter chegado a existir a não ser por um ato de criação. Dessa
forma, Ário ensinava que Jesus não poderia ser Deus no sentido pleno do
termo; pelo contrário, devia fazer parte da criação, isto é, o Filho
foi criado por Deus (ou seja, o Logos foi genetos). Por conseguinte,
para Ário, Cristo era, na verdade, Deus em certo sentido, mas um Deus
inferior, de modo algum uno com o Pai em essência ou eternidade. Para ele,
Cristo não era nem perfeitamente Deus nem perfeitamente homem. Ou seja, Ário
cria que Jesus era um "ser intermediário", menos do que Deus e mais do
que homem. Eusébio, o famoso historiador eclesiástico, após o próprio Ário,
foi o mais bem conhecido defensor do Arianismo.

ARMADURA - O termo aparece no grego apenas duas vezes no sentido de Ef


6:10ss. No grego, é panoplia, ou seja, uma "armadura completa", "inteira",
"sem defeito". O Direito Romano estabelecia que, ao apresentar-se para o
serviço ao respectivo centurião, o soldado poderia abster-se de trabalhar,
se, porventura, sua panoplia, não estivesse completa ou algum de seu
componente, danificado. O Apóstolo Paulo, usa esta linguagem militar, para
expressar a necessidade que o servo de Deus tem de estar munido, vestido, ou
revestido de "toda armadura". A Armadura completa, era composta de seis
peças; cinco, de defesa, mas apenas uma de ataque. Os seus componentes são:
1) Cinturão da Verdade (gr. zonnumi), que era a parte útil para sustentar as
armas úteis e, principalmente, a couraça (Mt 5:37; Cl 1:5); 2) Couraça da
Justiça (gr. thoraks), que era a parte da Armadura que protegia os órgãos da
vida; era dividida em duas partes ou duas "asas" (Ef 4:24); 3) Calçados (ou
grevas) (gr. knemides), relacionados com preparação e prontidão; era
necessário que os pés dos soldados fossem bem guardados na batalha, pois
caso contrário poderiam atingir o seu tendão tíbial posterior (conhecido
popularmente por "calcanhar de Aquiles") e ele seria abatido; 4) Escudo (gr.
thureos); palavra usada uma única vez em toda a Bíblia, embora houvessem
muitas outras que pudessem designar "escudo", thureos, corresponde a
"porta"; ou seja, era um escudo enorme, que protegia todo o corpo do
soldado, caso alguma outra parte da armadura estivesse com problemas;
somente os soldados de elite, usavam este tipo de escudo; para nós, é o
"escudo da fé" (Lc 17:5; At 11:24; Rm 1:17; 13:11; 1Co 2:5; Hb 11:1,6); 5)
Capacete (gr. perikefalaia), ou seja, proteção para o encéfalo; Paulo
relaciona o capacete do soldado, como a "salvação", ou a "certeza da
salvação" (1Ts 5:8); e 6) Espada (gr. machaira), termo que ocorre vinte e
nove vezes no NT; são onze, os tipos de espada mencionados nas ocorrências;
esta, em particular, se refere à espada pequena, de fácil manuseio, que era
utilizada nos confrontos "corpo a corpo"; Paulo relaciona esta espada com a
Palavra de Deus (cf. 2Co 6:7)

ARMAGEDOM - Este termo possui quatro possíveis significados: "montanha de


Megido", "cidade de Megido", "monte da assembléia" e "colina
frutífera", sendo que a maioria dos eruditos preferem a primeira opção. No
heb., har, colina, região montanhosa e meguiddo, Megido (cidade situada ao
lado norte do Carmelo). Corresponde ao grego Esdrelom (ou Jezreel). É uma
planície com cerca de 40 km de comprimento por menos de vinte cinco
quilômetros de largura. Este é também o título usado para designar a batalha
armada que marcará o fim da Grande Tribulação e o início do Milênio, onde as
duas Bestas serão destruídas e Satanás será acorrentado por mil anos.
Será, outrossim, o período que marcará a volta pessoal de Jesus em glória
com a Sua Igreja triunfante: Zc 14:5. Armagedom, ao norte de Israel, será
o local onde se travará a batalha final. Esse lugar tem sido famoso por
ter sido campo de muitas batalhas importantes para Israel, tais como a
grande vitória de Baraque sobre Canaã e Gideão sobre Midiã (Jz 4,5,7). Saul
também morreu ali, tendo sido derrotado pelos filisteus (1Sm 31). Josias
também morreu ali, em sua batalha contra Faraó Neco (2Rs 23:29,30). Aí,
concentrar-se-ão as forças das nações, sob o comando do Anticristo, em
guerra contra Deus e contra Israel.

ARQUEOLOGIA - O termo “Arqueologia” compõe-se de dois vocábulos gregos:


archaios (antigo) e logia (discurso, estudo, dissertação), ou seja, estudo
sistemático das antiguidades. É a ciência que investiga o homem e a sua
cultura, desde o tempo em que ele apareceu na face da terra. Ocupava-se com
aqueles remanescentes das civilizações passadas que têm sido descobertos, no
sentido mais amplo, epigráfico e anepigráfico. A Arqueologia Geral é o
estudo baseado nas escavações, deciframento e avaliação críticas dos antigos
registros do passado. É o estudo de restos materiais do passado por meio de
escavações em cidades antigas. Os arqueólogos desenterram essas cidades,
decifram inscrições e avaliam a literatura, a arte e outros aspectos da vida
humana do passado.

ARQUEOLOGIA BÍBLICA - Como a Arqueologia tem se desenvolvido rapidamente, o


estudo especial da “Arqueologia Bíblica” tem se valido desse desenvolvimento
e selecionado material remanescente da Palestina e países limítrofes que se
relacionam com o período bíblico e sua narrativa. Esse material inclui o
resto de edifícios, artes, inscrições e qualquer artefato que ajude a
compreender a história, a vida e os costumes dos hebreus e daqueles povos
que, à semelhança dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e babilônios,
entraram em contato com eles e puderam influenciá-los. A Arqueologia Bíblica
possui limitações, que se devem à vasta extensão de tempo e de área que ela
cobre. Nenhum local bíblico já foi, e provavelmente nunca poderá ser
completamente escavado. Visto que a Arqueologia, ramo da História, trata
primariamente dos materiais, nunca poderá testar tão grandes verdades
bíblicas como a existência e atividade redentora de Deus e de Cristo, a
Palavra em forma de carne. Na Palestina (e tomemos esse termo para incluir
os modernos estados de Israel, Jordânia e os famosos “territórios
ocupados”), tem sido empregada uma técnica arqueológica especial. Flinders
Petrie, em 1890, desenvolveu um sistema de tomada de informes em seqüência,
em Tell el-Hesi, mediante o qual diferentes níveis de ocupação podem ser
distinguidos mediante a cerâmica característica e outros critérios notáveis
(arquitetura, selo, etc.), encontrados nos diferentes níveis. Esse sistema
de estratigrafia e tipologia tem sido subseqüentemente melhorado pelas
escavações seguintes. O resultante índice da cerâmica e a cronologia dos
achados é notavelmente exato, desde o quarto milênio antes de Cristo,
enquanto que entre os séculos XII e XVII a.C., a cerâmica pode
ser datada dentro de limites estreitos. Datas antes disso, são apenas
comparativas. A Arqueologia Bíblica tem avançado gradativamente, graças ao
trabalho árduo de pessoas de muitas nacionalidades e de diferentes
profissões e ocupações: professores, lingüistas, clérigos, militares,
missionários, arquitetos, engenheiros, projetistas, fotógrafos, e muitos
outros profissionais de grande talento.

ARREBATAMENTO - Na língua grega, temos o vocábulo harpazo. Este termo possui


vários significados, tais como: captura repentina; levado de repente;
arrancado; rapto. Aliás, até o início deste século, o termo Arrebatamento,
em português, era substituído por "Rapto". Entretanto, em virtude da
conotação negativa deste termo, foi definitivamente substituído por
"Arrebatamento". Conforme nos ensina a Bíblia, a volta de Jesus abrange duas
fases bem distintas: o arrebatamento da Igreja e a Sua volta pessoal em
glória, para livrar Israel, julgar as nações e estabelecer Seu Reino
milenar. Sobre o Arrebatamento, existem três opiniões divergentes: 1) o
pré-tribulacionismo, que crê que a Igreja será arrebatada antes da
Tribulação; 2) o meso-tribulacionismo (ou mid-tribulacionismo), que crê que
a Igreja subirá no final dos três anos e meio (ou 42 meses ou 1260 dias),
que é o primeiro período, conhecido como Tribulação; e 3) o
pós-tribulacionismo, que preconiza a idéia de que a Igreja passará por
toda a Tribulação. Nossa posição concernente a este assunto, é que a Igreja
não passará pela Tribulação. Muito pelo contrário, será arrebatada, antes
que se manifeste o Anticristo (cf. 2Ts 2:7). Se observarmos as diferenças e
os contrastes entre as duas fases da vinda de Jesus, seremos forçados a
concluir que se houvesse uma só fase, tudo seria uma grande contradição.
Vejamos, a seguir, as evidências de que Jesus arrebatará para Si a Igreja,
antes de Sua revelação em glória às nações. Citaremos quase sempre duas
referências bíblicas para contrastá-las, a primeira sobre o arrebatamento, e
a segunda sobre a revelação de Jesus: 1) Jo 14:3 e Cl 3:4; 2)1Ts 4:17 e Zc
14:4; 3) 1Co 15:52 e Mt 24:30; 4) Hb 9:28; Mt 25:31-46; e 5) Ti 2:13.

ASCENSÃO DE CRISTO - Termo usado para designar o ato pelo qual Jesus Cristo
deixou a terra e retornou em corpo ao Pai (Lc 24:50-52; At 1:6-11).

ASCÉTICO - Relativo à ascese, que consiste em negar-se a pessoa a si mesma,


impondo um tratamento severo ao corpo, a fim de aperfeiçoar-se moral e
espiritualmente (Cl 2:23). Este costume possui raízes no Gnosticismo
Ascético, que era um método que era adotado para a mortificação do corpo,
privando-o de alimentos, dormindo no chão, açoitando-se a si mesmo. Embora
tal prática tivesse por objetivo demonstrar, na visão gnóstica, a
fragilidade e nulidade do corpo, o Cristianismo evidencia, em seus
primórdios, que a ascese pode ser um benefício para o processo de
santificação, desde que o propósito seja santo e o método, biblicamente
autorizado (e.g. Cl 3:5; 1Tm 4:8)
ASIARCA - Termo de origem grega, asiarches, que significa primariamente,
"governante da Ásia". Usualmente, era um homem rico e influente que era
eleito ou nomeado para promover o culto ao Imperador romano e à deusa Roma.
Os Asiarcas financiavam festas religiosas, competições esportivas e obras
públicas. Às vezes o Asiarca recebia o título de "sumo sacerdote da Ásia", o
qual mantinha por um ano ou mais. At 19:31, na ARC, o chama de "príncipe da
Ásia", enquanto que a ARA traduz "asiarca".

ASTAROTE - Etimologicamente, o termo significa "Esposa". Nas páginas da


Bíblia, Astarote era a deusa da fertilidade e da guerra, adorada por vários
povos do mundo bíblico, em culto lascivo, abjeto, nojento e absurdo, pois
acreditavam que a prostituição cultual, inúmeras vezes praticadas por
"rapazes escandalosos" (na ARC), que na ARA, foi traduzido por "prostitutos
cultuais" (cf. Jz 10:6; 1Rs 11:5), era capaz de gerar chuva e fertilidade
ao agradar Baal e sua esposa Astarote. No tempo de Jeremias muitas mulheres
de Judá a adoravam, com o nome de "Rainha dos Céus" (Jr 7:18; 44:17-19).
Também era conhecida pelos nomes de Astarte e Astorete. Não confundir
Astarote com Aserá, deusa da fertilidade dos cananeus, companheira de Baal.
Na ARA e na BLH Aserá é traduzido por poste-ídolo. Este também era o nome de
uma Cidade de Basã (Dt 1:4).

ASTROLOGIA - A Astrologia rivaliza com o Espiritismo pela "honra" de ser


o culto mais antigo. Talvez tenha sido primeiro praticado pelos caldeus
em Babilônia, onde, depois de gozar de alta estima, foi por fim desprezada
como sendo mera tramóia. Do império medo-persa caminhou para a Grécia,
sob a influência dos esforços de Alexandre, o Grande, no sentido de
harmonizar o Oriente o Ocidente; e consta que ali, na Grécia, foi
primeiro desenvolvida com caráter de ciência por Ptolomeu. Alguns
astrólogos são de parecer que toda a mitologia greco-romana se baseava
na Astrologia. Israel, sob a influência da idolatria nativa da Palestina e
Síria, por sua vez afetada pela Babilônia e a Pérsia e mais tarde pela
civilização greco-romana, abrigou, em várias ocasiões, devotos convictos da
Astrologia, embora o Antigo Testamento a condenasse veementemente (e.g. Dt
18:11). É importante ressaltar que a Judéia foi em tempos passados
província persa e romana, sofrendo naturalmente influências das mesmas.
Hoje, de maneira crescente, os astrólogos são consultados diariamente.
Brochuras, contendo horóscopos e conselhos astrológicos, cartas astrais até
via Internet estão à disposição de quem se interessar. Conselhos
astrológicos comodamente encaixados juntamente a qualquer outro tipo de
literatura são facilmente adquiridos em qualquer banca de jornal e
revistas. Centenas de milhares de homens e mulheres de negócios, políticos,
empresários os mais variados e muitos outros tipos de pessoas, sequer saem
de suas casas e mansões sem antes consultar o que "dizem os astros". Os
devotos da Astrologia nos Estados Unidos, por exemplo, ultrapassam a casa
dos quinze milhões. É praticamente impossível determinar quantos brasileiros
são devotos da Astrologia. As referências específicas à Astrologia, na
Bíblia, são relativamente poucas, porque o assunto se encontra sob o
título geral de adivinhação, que é terminantemente proibida, como sendo
uma forma de idolatria. No entanto, encontram-se referências explícitas à
Astrologia em Am 5:21-26 e At 7:41-45. Em Amós, Quium ou Moloque, o ídolo
dos amonitas e fenícios, era intimamente ligado ao touro solar como ao
planeta Saturno. 2Rs 23:5 contém uma alusão ao Zodíaco. Is 47:13 denuncia
abertamente os astrólogos como "os que dissecam os céus e fitam os
astros, os que em cada lua nova te predizem o que há de vir sobre ti"
(ARA).
ATEÍSMO - Nome que se dá à negação da existência pessoal de Deus. O
vocábulo significa a, "não e Théos, "Deus". Seus seguidores são chamados
ateus. Dentre estes, destacam-se duas classes: os ateus práticos e os ateus
teóricos. Os primeiros, são sensivelmente pessoas sem Deus, que, na vida
prática, não reconhecem a Deus, e que vivem como se de fato Deus Ele não
existisse; "... todas as suas cogitações são: não há Deus" (Sl 10:4). Os
outros são geralmente de uma classe mais intelectual, e baseiam sua negação
da existência de Deus, no desenvolvimento de um raciocínio meramente
humano. Tratam de tentar provar por meios que eles consideram argumentos
razoáveis e conclusivos que Deus não existe.

ATRIBUTOS DE DEUS, OS - A palavra atributo, vem do latim ad, "para" e


tribuere, "atribuir". Ou seja, "aquilo que é atribuído a alguém ou a alguma
coisa". Na Teologia Cristã, esse termo veio a ser utilizado para indicar
aquelas qualidades morais ou propriedades (atributos) atribuídas a Deus,
como partes de Sua Natureza. Em geral, costuma-se distinguir os atributos de
Deus, dividindo-os em duas partes distintas: atributos naturais, ou
seja, aqueles que fazem parte de Sua Natureza e atributos morais,
referindo-se àquelas qualidades relativas à sua personalidade.

ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS - Dentre os atributos naturais de Deus, os mais


conhecidos são os seguintes: 1) a Eternidade de Deus: o atributo da
auto-existência sugere o atributo de eternidade, podendo-se afirmar que um
atributo sugere o outro. Deus não teve princípio e nunca terá fim. Ele
conhece os acontecimentos na sua sucessão do tempo, mas não está limitado de
nenhum modo pelo tempo. Ele reconhece que alguns acontecimentos são
passados e que outros são futuros em relação aos acontecimentos presentes.
Contudo, o passado, o presente e o futuro são igualmente conhecidos para
Ele. O Deus da Bíblia é o Único Ser que é absolutamente eterno, pois Sua
existência não conhece princípio ou fim. A Bíblia ensina claramente que
Deus é eterno (e.g. Gn 21:32-34; Dt 33:27; Sl 90:2; Hb 1:12; Ap 1:8); 2) a
Imutabilidade de Deus: Por "imutabilidade", quando essa palavra é usada
em relação a Deus, se entende que Deus, em Sua natureza, Seus atributos e
conselhos é imutável ou seja, não muda jamais, pois tais coisas pertencendo
a um Ser Infinito como Ele é, são absolutamente perfeitas e, portanto, não
admitem possibilidade de variação (e.g. Nm 23:19; 1Sm 15:29; Ml 3:6; Hb
13:8; Tg 1:17); 3) a Onisciência de Deus: como Pessoa, Deus conhece tudo.
Esse conhecimento Divino não tem limites, restrições ou defeitos. A própria
filosofia nos ensina que o termo latino omni é de uma abrangência tremenda,
a ponto de não podermos compreender plenamente o seu significado. Isto é,
Deus tem um conhecimento tal, que nosso intelecto sequer pode imaginar. O
conhecimento de Deus se estende no tempo e no espaço, porque Ele não
conhece essas barreiras (e.g. 1Rs 8:39; Jó 11:7,8; Sl 139:2,11,12; Is 40:28;
Jr 16:17; Lc 16:15; Rm 8:27); 4) a Onipotência de Deus: o poder de Deus é
demonstrado na Bíblia como "ilimitado", o que pode ser observado na
criação, como também é demonstrado na sustentação da mesma (Gn 1 e 2; Cl
1:16). Ele pode cumprir todos os Seus desejos (Ef 1:11; Rm 9). Assim, Ele
é o Todo-Poderoso (Gn 17:1; Nm 24:4,16; Sl 19:1; 2Co 6:18, entre outros).
Em suma, a Bíblia demonstra que Deus tem todo o Poder. Em relação à
expressão "Todo Poderoso", precisamos apresentar algumas considerações
pertinentes. "Todo Poderoso", é um dos títulos divinos, utilizado por
quarenta e oito vezes no AT, sempre para traduzir o termo hebraico
shaddai, cuja raiz tem significado incerto. É fato muitíssimo interessante
que todas estas citações incluem uma auto-apresentação de Deus: "Eu Sou o
Deus Todo-Poderoso". Alguns supõem que o título divino hebraico El Shaddai
tem o significado de "Poderoso", ao passo que outros vinculam esta
expressão à palavra acadiana que significa "monte", o que daria a este
título o significado de "Altíssimo". O que fica bem claro é que esta
expressão alude à onipotência de Deus; 5) a Onipresença de Deus: o termo
"Onipresença" vem do latim omnis, "toda" e praesens, "presença". Indica
aquela qualidade ou capacidade de estar presente em todos os lugares ao
mesmo tempo. Essa qualidade é considerada um dos tradicionais atributos de
Deus. A doutrina cristã não ensina que Deus não está em parte nenhuma. Pelo
contrário, ela ensina que Deus está "imanente" em tudo. A palavra
"imanente" se deriva do latim, immanere, "habitar". É utilizada em relação
a ações e princípios relativos a Deus, e também relativo a outras
entidades espirituais de grande poder. A mente divina é toda-penetrante,
toda-presente, estando presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Quando
se fala em onipresença, está-se referindo à imensidade, pois é preciso um
Deus imenso para ser todo-presente. O conceito da Onipresença de Deus se
torna mais claro quando afirmamos que a mente divina está em toda

VERBETES PAR LER TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA


AGNOSTICISMO
Doutrina que defende a incognoscibilidade de qualquer ordem de realidade desprovida de evidência
lógica satisfatória. O termo foi criado por T.H. Huxley (1825 – 1895), para expressar o seu desprezo
em face da atitude de certeza dogmática simbolizada pelas crenças dos antigos gnósticos. Nega a
possibilidade de um conhecimento racional e certo de qualquer realidade transcendente. Para o
agnosticismo a razão humana não pode adquirir uma ciência certa, a não ser das realidades
apreendidas pela experiência sensível; apenas afirma que isso não se pode conhecer com certeza
por meio da razão. Como sistema teológico foi condenado pelos apóstolos e pela Igreja. Sob
qualquer forma que se apresente, o agnosticismo deve ser considerado segundo o sistema científico
a que se amolda e também os pressupostos da teoria do conhecimento que adota.

ANALOGIA DA FÉ
Era analogia entis que Karl Bath substitui pela analogia Fidei (analogia da fé), visto que a verdade
religiosa é dada por Deus.
É um conceito Bíblico tirado de Romanos 12, (analogia tes pisteões) ou (metron pisteõs), que são
palavras semelhantes "analogia da fé" e "medida da fé", representam um desenvolvimento do
significado paulino original. Para a hermenêutica a analogia da fé conota que passagens bíblicas
podem ser interpretadas com outras passagens porque nada dentro das escrituras podem se
contradizer e tendo em vista que Deus é o autor das Escrituras. Para Agostinho a interpretação da
das Escrituras não deve violar a fé. E Lutero usa termos quase semelhantes "o intérprete primário da
Escritura deve ser ela própria", por isso as autoridades cristãs evitavam qualquer fonte fora das
Escrituras. Para alguns pais da igreja passagens difíceis das escrituras são iluminadas pela fé
ensinadas pela igreja, já o protestantismo da reforma é contra essa idéia imposta pelo catolicismo.
Ainda como princípio exegético a analogia da fé sofre alguns abusos com significados que o autor
bíblico não quis colocar no texto, por isso o intérprete de uma passagem bíblica deve se esforçar o
máximo para extrair do texto o que realmente ele diz.

ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA
Antropologia nasceu com o grego Heródoto, no século V a.C. que foi cognominado Pai da
Antropologia. Antropologia Teológica é a doutrina do homem no que tange a Deus. Teve sua
transformação em duas grandes transições: a do cosmo para Deus, quando o cristianismo suplantou
a visão grega da realidade. A segunda é de Deus para o homem e ocorreu na época moderna em
conseqüência da secularização e do ateísmo. Repentinamente Deus desaparece de cena e cede
lugar ao homem. Sua transformação teve início no Renascimento. O espírito humano abre-se a um
novo modo de ver e agir, um violento contraste com o precedente, enquanto o primeiro, o centro de
todo interesse era Deis, agora o centro é o homem. A filosofia é ao mesmo tempo a testemunha fiel
e artífice principal da transição do teocentrismo para o antropotismo. Vemos aí (Descartes, Hume,
Spinosa). Mas Kant que atinge o momento conclusivo, afirmando que o homem não é mais
simplesmente o ponto de partida, mas também o ponto de chegada da reflexão filosófica. Vemos
também dois princípios que são supremos na antropologia teológica: São o arquitetônico e
hermenêutico. O arquitetônico é o eixo do ordenamento de todos os eventos da história da salvação.
O hermenêutico é a verdade primária a cuja luz a teologia procura compreender e interpretar um dos
aspectos da história da salvação.

CALVINISMO
Doutrina religiosa fundada por João Calvino. Ele nasceu em Noyon, em 1509 e morreu em Genebra
em 1564. Caracteriza-se pela origem democrática da autoridade religiosa (os ministros não são
padres). Os principais fundamentos da doutrina estão contidos na obra de Calvino intitulada
"Instituição da Religião Cristã". Calvino e seus seguidores, sustentavam a soberania absoluta de
Deus, a justificação pela fé, e a predestinação. O Calvinismo não admite as cerimônias religiosas e
nega com rigor a tradição; pela crença na predestinação acha inútil as obras para a salvação.
Segundo Calvino, a fé se dá pela deposição de absoluta confiança em Deus. Os seguidores de
Calvino, na França, passaram a ser chamados "huguenotes". Propagou-se a doutrina pela Holanda,
Suíça, Hungria, Escócia e Estados Unidos. Do Calvinismo, originou-se o puritanismo e as demais
igrejas protestantes.
Esta doutrina não foi aceita pelos sorbonistas, e Calvino foi perseguido e obrigado a deixar a Igreja
Católica, fugindo para Basiléia.

CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS – CMI


Desde 1909 – Conferência Missionária Mundial em Edinburgo até 1937 – Conferência sobre "Vida e
Trabalho" em Oxoford e sobre "Fé e Ordem" em Edimburgo – o movimento ecumênico era atuante
sob muitos aspectos mas não tinha organização central. Por ocasião das conferências de 1937
tomaram-se as primeiras iniciativas para a fusão de "Vida e Trabalho" e "Fé e Ordem" num Conselho
Mundial de Igrejas – CMI. De 1938 a 1948 este permaneceu – devido à Segunda Guerra Mundial –
oficialmente em "processo de formação"; em Amsterdã, em 1958, ele foi formalmente estabelecido.
O CMI é uma comunhão de igrejas que confessam o Senhor Jesus como Deus Salvador, segundo
as Escrituras e por isso buscam cumprir em conjunto a sua vocação comum para glória do único
Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. É uma organização ecumênica internacional das igrejas cristãs da
Reforma da qual a igreja católica faz parte como observadora. Prolonga historicamente os dois
movimentos mundiais: "Vida e Trabalho", "Be Oxford" e "Fé e Ordem" de Edimburgo.
O CMI não é uma igreja, nem pretende ser uma espécie de "super igreja", mas existe para servir as
igrejas como instrumento, possibilitando-lhes entrar em contato umas com as outras. O CMI não
considera nenhum conceito ou doutrina sobre a unidade da igreja como normativo para suas igrejas
membros. Pretende ajudar todas elas na procura dessa meta.
A 5a Assembléia Geral foi em Nairobi em 1975. Ela propôs um consenso em torno da unidade nos
seguinte termos: "Jesus Cristo fundou uma igreja. Hoje vivemos em diversas igrejas separadas
umas das outras. Contudo, nossa visão do futuro é que algum dia viveremos de novo, como irmãos
e irmãs numa igreja indivisa.
O CMI exerce seu mandato por intermédio da Assembléia Geral, do Comitê central do Comitê
executivo, das Comissões, dos Comitês das Unidades de Programas e dos Centros Permanentes
Administrativos de Genebra e Nova York. A Assembléia se reúne a cada sete anos.

CORRELAÇÃO (teologia)
Paul Tillich faz uma correlação entre teologia de Bultmann ortodoxia e a teologia de Karl Barth
cristomonismo, esta teologia foi desenvolvida em 1951. Paul Tillich chegou a um consenso que
sintetiza a sabedoria e a experiência humana com a religião bíblica, empregando todos os recursos
da ciência, da história, da literatura, da arte, e da psicologia em profundidade, bem como a filosofia
clássica e a moderna, em especial o existencialismo de Kierkegaard. Assim estabeleceu um tipo de
doutrina teológica que era o fim apologético e estabeleceu a correlação de fé com a existência
humana. Paul Tillich afirma que a doutrina só tem valor ou significado para o homem, se estiver
relacionado com os problemas, as situações, e as crises de sua existência cultural, secular e
cotidiana.
Paul Tillich escolheu atuar "na fronteira" entre a religião e a cultura ele escreve "a religião é a
substância da cultura e a cultura é a forma da religião" Paul Tillich afirma que sempre que ele se
encontra entre duas possibilidades existenciais, ele reflete sobre sua posição de sempre Ter um pé
em cada um dos dois arraiais tradicionalmente antagônicos. Daí sua teologia de correlação
inteiramente dialética. Paul Tillich procurou relacionar os problemas de sua filosofia, a partir da
condição humana comum e demonstrou a relevância e o significado da doutrina teológica
relacionada com o problema assim interpretado. Sua tese torna-se numa síntese em quatro níveis:
(1) disciplina, (2) antológica, (3) histórica, e (4) na vida pessoal.

DEÍSMO
Vem do latim deus, "deus". Os socianos introduziram o termo no século VI. Porém veio a ser
aplicado a um movimento dos séculos XVII e XVIII, que enfatizava que o conhecimento sobre
questões religiosas e espirituais vem através da razão, e não através da revelação, que sempre
aparece como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas de estabilidade mental
questionável. Vendo-se nisto a característica principal do deísmo, conhecimento através da razão e
não sobrenatural. A isso podemos chamar de religião natural comum a todos, era uma garantia de
uma convivência pacífica, que surge como um reflexo do iluminismo no campo religioso.

DEMITIZAÇÃO
Método desenvolvido na teologia protestante e católica, proposto pelo teólogo alemão Rusolf
Bultmann (1884-1976), e que visa a escoimar a mensagem cristã da roupagem dos mitos. Na sua
forma genuína, salva o essencial das narrativas, despindo-as de sua veste literária mítica, para
poder interpretá-las de modo crítico e não eliminá-las. Consiste na discrepância entre cosmologia
antiga e moderna bem como entre as compreensões existenciais divergentes dos homens da Bíblia
e dos de todas as épocas posteriores. A demitização, não reside na eliminação de asserções e
descrições, mas em sua interpretação, para que a mensagem nelas contida adquira dimensões
existenciais. Essa interpretação pressupõe que as categorias mitológicas utilizadas pelos autores se
constitua em instrumento destinado a expressa a revelação. Busca impedir que a mensagem
evangélica se fundamente em assertivas mitológicas, perdendo seu caráter paradoxal.

DIALÉTICA
Dialética vem do Dialéktos grego, que significa discurso, debate. Esse vocábulo refere-se àquele tipo
de atividade filosófica que traça distinções rígidas, que trazem à luz contrários e opostos.
Dialética é o emprego da formulação, tese, antítese e síntese. A dialética determina todos os
processos da vida, e deve ser aplicada na biologia, na psicologia, e na sociologia. A própria vida é
dialética.
Para Platão a dialética tornou-se uma forma suprema de adquirir conhecimento. A dialética aparece
como o nome dado ao estudo do inter-relacionamento das idéias platônicas.
Dialética é o jogo dos opostos que se fundem gerando assim uma tese, que tem em si uma antítese,
que gera uma síntese, que é a nova tese.
A dialética explica a mudança como resultado do conflito entre os opostos, que se fundem num novo
tipo de coisa que sintetiza ambos os opostos.

ETERNIDADE
As palavras hebraicas, ADH e OLAM, designam qualquer período com duração desconhecida, e
tempo não fixado. É similar no grego no vocábulo AIÔN que indica uma vida inteira ou um tempo
indefinido no passado ou no futuro.
Na filosofia grega, a existência da eternidade divina subentendia, a realidade e insignificância
daquilo que é temporal. Para Platão a esfera da eternidade é imaterial diferente de nosso mundo.
Heráclito, associava a idéia de fluxo com a idéia de existência.
A idéia de eternidade não deve ser entendida em contraste com o tempo. A idéia Bíblica de
eternidade não é ausência de tempo mas a extensão ilimitada de tempo, uma sucessão infinita de
eras. A era presente é limitada em sua duração, tendo um começo e um fim; a era futura tem um
começo, não sabemos o fim.
A eternidade unida no próprio Deus, portanto ele não tem causa, dotado de um tipo de vida que se
encontra exclusivamente no ser divino.

EVANGELHO SOCIAL
O Evangelho Social apareceu no final do séc. XIX e dava bastante ênfase aos aspectos sociais do
cristianismo. Esta corrente do protestantismo moderno teve como base o livro "Em Seus Passos o
que Faria Jesus?" Esta corrente teve como sua maior expressão a figura de Walter Rauschenbush.
O Evangelho Social se caracterizou por uma dupla ênfase, as quais são:
Uma função mais ampla da Igreja;
E uma crítica crescente dos sistemas e ideologias da ordem vigente.
Foi sem dúvida alguma uma aplicação da ética cristã em resposta as exigências de uma nova
situação histórica – a intensidade dos problemas sociais geradas pelo rápido crescimento industrial
dos EUA. Tendo em vista este fato, a consciência cristã viu-se obrigada a converter-se em
consciência social.

EVANGELICALISMO
Movimento no cristianismo moderno que transcende as fronteiras denominacionais e confessionais,
enfatizando a conformidade com as doutrinas básicas da fé e um alcance missionário de compaixão
e urgência. Quem se identifica com este movimento é um "evangélico conservador" (ou
"evangelical") que crê no evangelho de Jesus Cristo e o proclama. A palavra é derivada do
substantivo grego euangelion, traduzido como boas-novas, notícias de alegria, sendo euangelizomai
o verbo correspondente, que significa anunciar boas-novas ou proclamar como boas-novas. Estas
palavras aparecem quase cem vezes no Novo Testamento e passaram para os idiomas modernos
através do equivalente em latim, evangelium. Desde a Reforma Protestante, a palavra tem sido
adotada por certos grupos cristãos, que supõem que retornaram ao evangelho (ou Bíblia), em
contraste com o sistema tradicional que se desenvolveu na Igreja Católica Romana. Na Alemanha,
na Suíça e em alguns outros países a palavra passou a indicar o corpo geral das igrejas
protestantes. Na Inglaterra, é empregada quase como sinônimo da Igreja Baixa (expressão que
aponta para os membros de postura mais protestante e evangélica). Na atualidade, os evangélicos
são aqueles grupos, essencialmente protestantes, que frisam a necessidade do evangelismo, da
expiação mediante o sangue de Cristo, da regeneração, da crença nos elementos fundamentais do
ensino bíblico. Usualmente, esses grupos apegam-se a esses documentos sagrados com a sua
base de autoridade, rejeitando as tradições, os concílios, etc., como padrões de fé e prática. Assim,
o evangelicalismo é muito mais do que um assentimento ortodoxo a determinados dogmas ou uma
volta racionária aos costumes antigos. É a afirmação das crenças centrais do cristianismo histórico.
Embora o evangelicalismo seja geralmente considerado um fenômeno contemporâneo, o espírito
evangélico sempre se manifestou no decurso da história eclesiástica. A igreja apostólica, os pais da
igreja, os movimentos reformistas medievais, pregadores como Bernardo de Claraval, Pedro Waldo,
John Wycliffe, John Huss e Savonarola se distinguiram dentro do evangelicalismo de tempos
remotos. Dos mais recentes podemos citar: John e Charles Wesley, George Whitefield, os batistas,
congregacionais e metodistas. No século XIX, surgiram Charles Spurgeon, George Williams, Hudson
Taylor, Charles Finey, D. L. Moody, as cruzadas evangelísticas de Billy Graham, e outros. Com a
"autoctonização" das organizações assistenciais e evangelísticas e o envio de missionários por
grupos dentro dos próprios países do Terceiro Mundo, o evangelicalismo já obteve sua maioridade e
é verdadeiramente um fenômeno global.

EXISTENCIALISMO
Os existencialistas ao contrário do modo de pensar do homem da Idade Média que dizia que o ser
humano possuía uma essência que "a priore" o determinava, diziam que o homem é um ser histórico
e que sua essência vai sendo construída pois a "existência precede a essência".
A doutrina existencialista tem como precursor Kierkegaard (1813-1855) o qual atacou a interpretação
dogmática do cristianismo e o sistema metafísico Hegeliano.
Kierkegaard propôs-se a conduzir os indivíduos à plenitude da sua existência, a qual seria realizada
mediante a decisão livre do indivíduo e a fé em Deus.
Os filósofos existencialistas refletem sobre a natureza da realidade, mas subordinavam as questões
tradicionais da metafísica e da filosofia do conhecimento a uma perspectiva antropocêntrica (isto é, o
homem como referência o valor principal). Para eles dar-se um confronto dramático e trágico entre o
homem e o mundo. Os mesmos menosprezavam o conhecimento científico em particular a
psicologia, na medida em que esta se pretende ciência – e nega a existência de valores objetivos,
enfatizando como preferência a realidade e a importância da liberdade humana.
No séc. XX as posições existencialistas desenvolveram-se na sua forma ateísta por Heidegger
(1889-1969) e Gabriel Marcel (1889-1963). Karl Jaspers considerava a filosofia como metafísica
dentro da qual se processa todo o saber e toda a descoberta possível do ser.
O que os filósofos existencialistas tem em comum, é o conceito de existência, pois para os mesmos
existir implica em estar em relação como outros seres humanos, com as coisas e com a natureza,
sendo estas relações múltiplas, concretas, denominadas possíveis de acontecer ou não.

FENOMENOLOGIA
Fenomenologia – Do grego yaíva que significa: a brilhar, dar luz, ser brilhante.
Fenomenologia – Fenômeno + logia – aparência + conhecimento – estudo do fenômeno.

A FENOMENOLOGIA tem como pai o filósofo alemão Esmund Husserl (1859-1938) da escola de
Cristian Wolff.
Hussel pretendia fazer uma análise descritiva particularizada do fenômeno. Ele aplicava a redução
eidética, o que chamava de purificação do fenômeno – A busca da essência.
Este termo foi trabalhado por outros pensadores que lhe deram diferentes compreensões.
O filósofo Lambert, entendeu FENOMENOLOGIA como sendo o estudo dos erros da aparência
ilusória. Kant tomou o vocábulo para explicar as características dos fenômenos de forma geral.
Hegel particularizou-lhe ao desempenho da mente, pressupondo-lhe como o pensamento absoluto.
Na compreensão de William Hamilito era a identificação do objeto pelos dados empíricos.
Para Heidegger a FENEMOLOGIA mostra o que está escondido e fundamenta o que se mostra
possibilitando o estudo do "SER".
Sartre concorda com Heidegger e entende que o pensamento natural é um fenômeno que busca a
transfenomenologia que leva a considerações antológicas.
Todavia, Husserl insistiu em purificar o termo desatrelando-o da psicologia.
É de Husserl o conceito contemporâneo: "FENOMENOLOGIA é a generalização da noção de objeto
que compreende não somente as coisas materiais, mas também as formas de categorias, as
essências e os objetos ideais. É uma investigação a priore dos significados do pensamento".

GNOSTICISMO
Esta palavra vem do grego "gignoskein", saber, sistema eclético filósofo-religioso, surgido nos
primeiros séculos da era cristã buscando conciliar todas as religiões e decifrar-lhes o sentido através
da gnose. Gnosticismo é a primeira tentativa de uma filosofia cristã, tentativa conduzida sem rigor
sistemático, com a mistura de elementos cristãos, místicos, neoplatônicos e orientais.
A principal corrente das idéias gnósticas foi o espiritualismo neoplatônico de Filo de Alexandria. O
gnosticismo cristão era basicamente uma forma de heresia sobre a pessoa de Cristo, explicando-a
termos teosóficos ou de filosofia pagã.
No tocante ao cristianismo, o gnosticismo consistia essencialmente, na tentativa de fundir as
revelações dadas por meio de Cristo e seus apóstolos com os padrões de pensamentos já
existentes. Se porventura o gnosticismo tivesse sucesso, nessa tentativa, o cristianismo tornar-se-ia
apenas mais outro culto misterioso greco-romano. Os principais gnósticos: Basílides, Carpócrate,
Valentim e Bardesane.

HISTORICISMO
Doutrina Histórica-Filosófica que define o pensamento como resultado cultural do processo histórico
e reduz a realidade e sua concepção à história adotada por autores como Croce, Nietzesche, Conte
e Simmel.
Essa palavra vem do termo alemão "historismus", uma palavra usada para se aplicar a uma ênfase
exagerada sobre a história.
O termo foi cunhado por Mannheim e Troeltsch, da escola neokantiana; afirmava que "tudo é
história", e Dilthey, argumentava que todos os historiadores escrevem como cativos de sua era e
circunstâncias particulares. Isto significa que é muito difícil chegar-se a uma história pura, se
estivermos olhando para os sentidos envolvidos no processo histórico. Certamente, Hegel e Marx
podem ser criticados desse modo. Hegel, porque via a síntese histórica cumprida na monarquia
constitucional do governo alemão, que vigorava em seus dias, em sua pátria: e Marx, por haver
pensado, totalmente, que o comunismo poria fim ao processo histórico, por ser uma síntese final.
A doutrina segundo a qual a realidade é histórica (isto é, desenvolvimento, racionalidade e
necessidade) e que todo conhecimento é conhecimento histórico. Ela supõe a coincidência de finito
e infinito, de mundo e de Deus, e considera, portanto, a história como a própria realização de Deus.
Concepção segundo a qual o pensamento humano se caracteriza por seu processo histórico erigido
em sistema a ponto de fazer do tempo o gerador e o decorador das verdades que a escola vai
paulatinamente ensinando. Uma variante da doutrina precedente, que vê na história a revelação de
Deus no sentido de considerar cada momento da própria história em relação direta com Deus e
permeado dos valores transcendentes, incluídos por ele, na história.
O termo historicismo também é usado em um sentido negativo, como sinônimo de falácia genética.
Esta consiste em explicar de outro modo (mediante falsificação) a natureza de algum fenômeno,
mediante uma alusão à sua origem.

HUMANISMO
Na idade média no séc. XVI o que predominava era o teocentrismo; tudo era em nome de Deus ou
seja (Deus era o centro de tudo), enquanto na renascença criaram o humanismo, o homem no
centro de todas as coisas, o homem é a primazia (visão antropocêntrica); Protágoras afirmava que o
homem é a medida de todas as coisas, de tal modo que segundo o humanismo, todas as
considerações éticas, metafísicas e práticas dependem do homem, e não de forças cósmicas, dos
deuses, etc. Assim, criou-se um filosofia relativista, sem valores fixos ou absolutos.
Foi assim cunhada a significação clássica do termo, ou aquele tipo de cultura e ênfase promovidos
por certos filósofos gregos.
Durante a Renascença, homens como Petrarca e Erasmo de Roterdã retornaram às raízes gregas
quanto a muitos valores; e assim foi rejeitado, pelo menos em parte, o modo de pensar que se
desenvolvera no escolasticismo, com sua autoridade religiosa centralizada, que também
caracterizava a Igreja medieval e a sociedade. Erasmo, naturalmente, como cristão, dava valor à
missão de Cristo, tendo adicionado isso à sua clássica maneira de pensar sobre o homem. O
humanismo cristão da Idade Média e da Renascença tem mostrado ser o único fundamento da
liberdade pessoal e acadêmica da era moderna. O homem aparece como a base de todos os
valores e de toda excelência bem como o objeto de todas as atividades. Augusto Conte foi o grande
campeão dessa forma de humanismo. Ele fazia da humanidade o único objeto da nossa adoração.

IDEALISMO
O termo vem do grego ideein, "ver", e de eidos, "visão, contemplação". De acordo com um uso
popular, o termo indica um conjunto de padrões daquilo que é mais desejável, como os esforços
necessários para atingir tal alvo.
Ideal – Vem do termo grego "eidos", "visão", contemplação, consideremos os pontos abaixo:
O uso popular dessa palavra refere-se a algum padrão de perfeição ou algo que aponta para
nobreza, para alguma elevada qualidade, ou seja para algo que deve ser emulado. O ideal é a forma
mais desejável de realização de qualquer coisa. Aquilo que existe somente na imaginação, sem
qualquer realidade física. Quando um ideal é pertencente às idéias, então devemos falar em ideal
conceptual. Nos escritos de Platão, idéia é arquétipo. O mundo ideal é o mundo arquétipo e não
material das idéias, das formas universais.
Idealismo Platônico – Platão preparou o caminho para um tipo especial de idealismo que tem
desfrutado uma longa e influente história. Para ele, as idéias, formas ou universais, são verdadeiras
realidades, possuídas de natureza espiritual. A matéria seria menos real e, se admitirmos qualquer
realidade, então teremos um dualismo, onde o ideal é mais real, e a matéria é menos real, imitativa
do real, em seu caráter. Esse é um tipo de idealismo metafísico, que admite certo tipo de dualismo.
O cristianismo reteve essa forma de dualismo. O mundo celeste é o mundo espiritual, onde imperam
as realidades espirituais, e o mundo inferior é material, e é mera cópia do mundo superior, por
intermédio do poder do LOGOS. Os trechos de Heb. 8.5; 9-23 refletem o dualismo Platônico, com
uma cópia do arquétipo que vai sendo produzida nos objetos materiais. Essa forma de idealismo
metafísico chama-se realismo metafísico, dando a entender que a idéia é que é real".
Idealismo Hegeliano – Hegel ensinava um idealismo absoluto. A força Cósmica todo-abrangente
(Deus) é idéia, e não material. É, espiritual em sua essência. O idealismo subjetivo, dentro desse
sistema, é a tese. O idealismo objetivo seria a antítese. Essas formas, são apenas nomes que
damos às operações do Espírito Absoluto, que atua através de seu próprio sistema de tese, antítese
e síntese, através da qual dá forma a todas as coisas, bem como seu estado de ser, seus atos e
suas realizações. O Espírito Absoluto nunca descansa, e nenhuma síntese dEle é final. Uma nova
tese surgirá inevitavelmente de sua antítese, dando origem a uma nova síntese.

ILUMINISMO
Movimento filosófico que teve seu apogeu no século XVIII e determinou a face espiritual do século
XIX. Caracterizou-se pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade,
e pelo incentivo à liberdade de pensamento. Irradiou-se da Inglaterra e dos Países Baixos.
Apresenta aspectos diversos conforme os países. O iluminismo católico mostra linhas nitidamente
sociais e humanitárias.
As lojas maçônicas ajudaram a disseminá-lo por toda a Europa. O movimento contra as crenças e
instituições estabelecidas ganhou impulso durante o século XVIII, com Voltaire, Rousseau, Tugot,
Condorcet e outros. Muitos foram presos em função de suas convicções, mas através da
Enciclopédia seus ataques ao governo, à Igreja e ao judiciário forneceram a base intelectual para a
Revolução Francesa.

JANSENISMO
(Do francês jansénisme). O jansenismo foi um movimento de tentativa de reforma, dentro da Igreja
Católica Romana, seguindo idéias de Cornelius Jansen, bispo de Ipres (1585-1638), depois da morte
dele. No campo moral, o jansenismo atacava o laxismo e defendia uma disciplina rigorosa. Jansen
buscava respostas para certas questões doutrinárias levantadas pelo luteranismo e pelo calvinismo.
O seu tratado teológico, publicado dois anos após a sua morte, chamado Augustinus, vivia uma
forma extrema e radical da idéias de Agostinho, pois achava que a reforma dos dogmas católicos e
da ética romana deveria usar moldes agostinianos como guia.
Causou grande comoção, principalmente em face de sua forte ênfase sobre a doutrina da
predestinação e sobre o ensino que a graça divina se limita aos eleitos. Foi adotada a principio na
abadia de Port-Royal e condenada pelo para Inocêncio X em 1653.
O termo "jansenista" adquiriu significados secundários, como de escrúpulos éticos extremos e
grande rigor quanto às questões dogmáticas, disciplinares e de costume. Um resultado positivo do
movimento foi que o mesmo inspirou um maior desenvolvimento da filosofia e da teologia morais.

LIBERALISMO
Conjunto de idéias e doutrinas que têm por objetivo assegurar a liberdade individual inclusive no
campo moral e religioso. Preconiza o direito ao indivíduo de adotar idéias e posições avançadas. É
contrário a qualquer tipo de intolerância. Admite maior amplitude na esfera das opiniões pessoais.
LIBERALISMO RELIGIOSO – foi um desenvolvimento da teologia alemã posterior ao iluminismo. É
a doutrina segundo a qual não existe verdade positiva em religião, mas num credo vale o outro. Ele
não reconhece como verdadeira nenhuma religião. Ensina que todas devem ser toleradas e que
todas são matéria de opinião. A religião revelada não é uma verdade, mas um sentimento e um
gosto, não é um fato objetivo nem milagroso, e é direito de todos os indivíduos seguirem aquilo que
a sua fantasia quiser.
LIBERALISMO POLÍTICO – Defende a valorização da livre iniciativa e da liberdade individual no
campo da política e da economia, eqüivale no campo do conhecimento à valorização da experiência
individual, tanto intelectual quanto sensível.
LIBERALISMO ÉTICO – Não admite nenhuma restrição imposta por algum sistema, como numa
igreja, numa fé religiosa, o Estado, etc. O homem como indivíduo, tem a liberdade de tomar suas
próprias decisões éticas, sobre quaisquer bases e de acordo com qualquer sistema ou teoria. A
liberdade ética pois, não implica, necessariamente, na liberdade de qualquer tipo de obrigação, mas
somente na liberdade de certos tipos de restrição. Assim, um homem pode sentir-se restringido por
sua própria consciência e pela fé bíblica, mas não por outras forças.

METAFÍSICA
Ramo da filosofia que trata dos princípios e fundamentos das coisas primárias, ou realidade última.
Essa palavra procede de Andronico de Rhodes, que colecionou pela primeira vez, os escritos de
Aristóteles, no ano 70 a.C. Escreviam-se então, ao final dos tratados de física, especulações
abstratas, que passaram a ser conhecidas com o nome de meta ta phusia (depois da física). Com o
passar do tempo, o termo meta (depois) tomou o sentido de "mais além" dos domínios da física.
Passou a designar as teorias racionais que se situam além da verificação experimental dos
fenômenos físicos aparentes.

MITO
Vem do grego, mythos, que significa "contar", "narrar uma ficção". Pode-se dizer que é uma estória,
apresentada como histórica, relacionada a tradições cosmológicas e sobrenaturais de um povo, com
seus deuses, sua cultura, seus heróis, suas crenças religiosas, etc. Um mito é uma ficção popular,
contada como se fosse histórica e real. O pensamento religioso dos povos primitivos se expressa
quase exclusivamente através de mitos. Em quase todas as religiões primitivas e desaparecidas, ou
ainda existentes, existe um forte elemento mítico. Em teologia, o mito consistindo em história da (s)
divindade (s), pressupõe a existência desta (s), agindo ativa e passivamente no tempo e no espaço.

MONISMO
Esse vocábulo vem do grego, monos, "único". Refere-se a qualquer doutrina que diz que algum
princípio único governa todas as coisas, por meio de cujo princípio tudo existe e opera. Também
pode ser uma doutrina panteísta em que Deus e a natureza se dissolvem em uma só realidade
impessoal.
Pode-se aplicar o monismo para o cristianismo para o cristianismo no sentido de que postula uma
única causa da existência, uma única fonte da vida. Ainda no sentido da unidade da verdade, que
propões que toda verdade é uma só, visto que Deus é a fonte originária de toda verdade.
Esse termo foi introduzido na filosofia por Christian Wolff, em sua discussão sobre o problema corpo-
mente. Ele usava a palavra "monismo" a fim de designar a idéia daqueles filósofos que reconhecem
somente a existência do corpo físico, e que fazem da mente apenas uma função do cérebro, ou que
reconhecem somente a existência da mente, pensando que o corpo físico é uma ilusão, ou apenas
uma instância da mente. Não obstante ao apresentado o monismo mostra outras formas:
Monismo Neutro – defendido por Bertrand Russel; o mesmo dizia que a realidade básica do mundo
nem é a matéria física e nem é a idéia, mas antes, alguma coisa neutra, ainda indefinida, por meio
da qual se expressam, de diferentes modos, os fenômenos materiais e mentais.
Monismo Epistemológico – assevera que o objeto conhecido e o processo de conhecer são uma
só coisa dentro da relação-conhecimento, o que empresta imenso poder à percepção dos sentidos e
suas capacidades.

MONOTEÍSMO
Essa palavra vem do grego mónos, "único" e theós, "Deus. Ela indica aquele ensino que só existe
um Deus, que tem interesse pelo homem, que continua interessado pela sua criação, intervindo.
Assim desde os primeiros capítulos da Bíblia, os autores israelitas se referem a um só Deus; desta
forma ao narra a criação (Gn. 1. 1-2, 4), o texto sagrado menciona EL ou ELHOIM (Deus), que tudo
tira do nada por sua palavra toda-poderosa. É o mesmo e único Deus que aparece nas histórias de
Caim e Abel, de Noé, dos Patriarcas, de Moisés, dos profetas que anunciam a sua encarnação na
Pessoa de Jesus Cristo.
Há muita idéias associadas ao monoteísmo, com: Deus é dotado de vida necessária e
independente. Deus não pode deixar de existir e a sua vida não depende de qualquer coisa externa
ou fator sustentador. Deus como único Criador. O Deus único criou tudo. O Deus único é Pai. Essa é
a proposição mais consoladora da religião, garantindo para o homem um teísmo baseado no amor.
O monoteísmo tem outras formas, como por exemplo:
Monoteísmo Ético – que é a afirmação de um só Deus com base ética. Desde o princípio Javé foi
considerado um Deus de propósito ético, que exige completa obediência. O Javinismo era uma
religião de vida e conduta, segundo as leis que expressam a vontade de Deus. Essas leis, em que a
vontade de Deus assumiu forma concreta, incluem sobretudo as normas de conduta apodicamente
formuladas.
Monoteísmo Místico – afirmação de um só Deus por razões místicas. Transcende todos os reino do
ser e do sentido, e seus representantes divinos, em favor do fundamente e abismos divinos, dos
quais ele provê e no qual desaparecem. Todos os conflitos entre os deuses, entre o divino e o
demoníaco, entre os deuses e as coisas, são superadas naquele que é último e que transcende a
todos eles.
Monoteísmo Monárquico – afirmação de um só Deus com soberania absoluta. Está na linha
divisória entre politeísmo e monoteísmo. O deus-monarca impera sobre os deuses inferiores e sobre
os seres da natureza divina. Ele representa o poder e o valor da hierarquia. Seu fim seria o fim de
todos aqueles sobre os quais ele impera. Os conflitos entre os deuses estão reduzidos por seu
poder. Ele determina a ordem de valores. Foi isto que os estóicos, fizeram quando identificaram
Zeus como ultima cidade ontológica.
Monoteísmo Trinitário – afirmação de um só Deus em três pessoas distintas. Não é uma questão
com o número três. É uma tentativa de falar do Deus vivo: o Deus em quem estão unidos o último e
o concreto. O monoteísmo trinitário é o monoteísmo concreto: a afirmação do Deus vivo.

NEO-ORTODOXIA
O termo neo-ortodoxia significa uma "nova ortodoxia". A neo-ortodoxia não é um sistema único; não
é um movimento unificado; não tem um conjunto articulado de fundamentos em comum. Na melhor
das hipóteses, pode ser descrito como uma abordagem ou atitude que começou num ambiente
comum, porém dentro em breve passou a se expressar de vários modos. Começou com a crise
associada à desilusão que seguiu a Primeira Guerra Mundial, com uma rejeição do escolasticismo
protestante (que foi quando Melanchthom abandonou a intransigência dos outros Reformadores e
colocou seu profundo conhecimento do pensamento aristotélico a serviço da Escritura), e com uma
negação do movimento liberal protestante que tinha ressaltado a acomodação do cristianismo à
ciência e à cultura ocidentais, a imanência de Deus e a melhoria progressiva da humanidade.
Em pouco tempo esse movimento alcançou a Inglaterra, onde C. H. Dodd e Edwyn Hoskyns se
envolveram; na Suíça, Gustaf Aulém e Ander Nygren tornaram-se seguidores; nos Estados Unidos,
com os irmãos Niebuhr; e em outros lugares igrejas e países começaram a ler a respeito do
movimento e a observar aquilo que estava acontecendo. Com a ascenção do movimento nazista na
Alemanha, muitos líderes do movimento neo-ortodoxo encontraram-se com outros cristãos alemães
em Barmem em 1934 e publicaram um declaração contra os males do nazismo. A repressão
resultante, feito por Hitler, forçou alguns como Paul Tillich, a se exilarem; outros a voltarem à sua
pátria tais como Barth; alguns a se esconderem, tais como Dietrich Bonhoeffer.
A primeira reação eficaz contra o liberalismo teológico foi promovida por Karl Barth, que retomando
Kiekegaard, denunciou vigorosamente todas as tentativas de amordaçar Palavra de Deus com a
razão. Este movimento também foi chamado de "Teologia da crise", ou ainda "Teologia dialética",
além de "Neo-ortodoxia".
A nova abordagem metodológica do movimento envolvia o uso do pensamento dialético que
remonta ao mundo grego e a Sócrates, pelo uso de perguntas e respostas para derivar o
discernimento e a verdade. Foi usado por Abelardo em Sic et Non, e é técnica de colocar os
opostos, um contra o outro, na procura da verdade. Para os neo-ortodoxos, os paradoxos da fé
devem permanecer exatamente assim, e o método dialético que procura descobrir a verdade no
opostos dos paradoxos leva a uma fé verdadeira e dinâmica.
O conceito teológico fundamental do movimento foi aquele do Deus soberano e completamente livre,
que é totalmente outro em relação a Sua criação, quanto à forma como ela é controlada, redimida, e
como Ele determina revelar-Se a ela. Também que a auto-revelação de Deus, um ato dinâmico da
graça, ao qual resposta da humanidade deve ser escutar. Essa revelação é a Palavra de Deus num
sentido tríplice. Jesus, como a Palavra que Se fez carne; as Escrituras, que apontam para a Palavra
que Se fez carne e o Sermão, que é o veículo para proclamação do Verbo que se fez carne.
A relevância desse movimento foi tirar a Bíblia das mão dos críticos liberais que procuraram só pela
crítica-histórica explicá-las, como também enfatizou a unidade das Escrituras e ajudou a precipitar
um novo interesse pela hermenêutica.

NEOPLATONISMO
Modalidade do platonismo criado por Plotino (204-270 a.C.). Desenvolveu a mística do platonismo,
partindo da idéia sobre a capacidade da alma de elevar-se a contemplação dos arquéticos perfeitos
do mundo. Três níveis da realidade são afirmados: o da alma, o do intelecto e o do Uno. A alma
corresponde à mente do indivíduo com pensamentos, memórias e percepções. O intelecto é o
repositório dos arquéticos. O Uno é Deus. A meta da vida filosófica consiste em se unir com o Uno.
O neoplatonismo teve influência no Oriente Próximo até o século VI, inclusive na escola cristã de
Alexandria.

NEOTOMISMO
Um reavivamento do pensamento de Tomás de Aquino no século XX. Entendesse que este
movimento de retorno a doutrina de Tomás de Aquino e no anseio da cultura católica, que foi
iniciada pela incíclica de Leão XIII. Este movimento consiste na defesa polêmica das teses
filosóficas tomistas contra as diversas direções da filosofia contemporânea e indiretamente, na
relaboração e na modernização de tais teses.
Um dos mais importantes efeitos da florescência neotomista é a importância renovada que
asseveram, a partir dos últimos decênios do século passado, os estudos de filosofia medieval isto é
da escolástica clássica.

NIHILISMO
Doutrina filosófica que nega a existência do absoluto. Eqüivale, em termos religiosos, à descrença
radical. Em ética, designa a corrente segundo a qual não há hierarquia de valores nem qualquer
verdade de ordem moral. O termo deriva do advérbio latino nihil que significa nada. Esse vocábulo
tem sido largamente usado em vários campos e com vários sentidos. Foi cunhado por Turgeniev, em
sua novela, Pais e Filhos (1862). Ali, o termo tinha um significado político. Certo movimento russo do
último quartel do século XIX foi acusado de empregar esse termo, em uma tentativa de destruição,
mas sem qualquer plano construtivo, digno do nome, que substituísse o que eles pretendiam
eliminar. Muitos oficiais russos foram mortos; imperou o caos; mas nada se fez de construtivo.
O NIHILISMO ÉTICO afirma que não existem valores genuínos; a moralidade e os valores seriam
artificiais, servindo a pessoas e a classes, mas nada tendo a ver com a verdade. O PESSIMISMO é
uma forma de NIHILISMO ÉTICO. Schopenhauer, contudo, preservava alguns valores, ensinando
que a renúncia e a simpatia têm algum valor. O NIHILISMO POLÍTICO chega ao extremo de afirmar
que a destruição da ordem social herdada é, por si mesma, um ato bom e positivo, mesmo que nada
seja apresentado para tomar o lugar das coisas e instituições destruídas. Bakunin era defensor
dessa posição extremada; mas Canuns, contrariamente, dizia que o NIHILISMO está fora de um
comportamento admissível. O NIHILISMO TEOLÓGICO pode ser visto nos escritos de Nietzsche,
que declarou que "Deus está morto". Esse tema, desafortunadamente, foi aceito por alguns teólogos
posteriores. Sartre e aqueles que promoviam o que veio a ser chamado de Teologia Radical, como
Thomas Altizer, ou como William Hamilton, também empregaram esse tema em suas discussões.
Esse termo pode tornar-se absolutamente ateísta: Deus não existe. Ou, então pode indicar que
nossos conceitos de Deus são obsoletos.

NUMINOSO
Designação dada ao que é influenciado ou está sob dependência da divindade. Essa palavra foi
chamada por Rudolph Otto com base no termo latino numem, referindo-se à finalidade misteriosa,
terrível, santa, aterrorizadora e sagrada da deidade. O termo numinoso tem por propósito transmitir a
idéia da Presença do Espírito Divino, que nos deixa admirados; e dessa maneira, chegamos a
conhecer a Deus, conforme é possível ao homem conhecê-lo. Essa experiência do numinoso é
aquilo que está por trás de todas as grandes religiões do mundo. E a experiência que gera todas as
respostas morais e éticas da religião, bem como os dogmas e as doutrinas. É a experiência do
Outro, do Santo, do incompreensível – de Deus.

ONTOLOGIA
A palavra ontologia deriva-se de dois termos gregos, "ontos" "SER" e logia, "conhecimento". Uma
divisão da filosofia e da teologia emprega esse vocábulo para indicar o estudo geral e o
conhecimento do ser, o que por sua vez, é uma divisão de metafísica. Esse termo foi usado pela
primeira vez no século XVIII, quando foi cunhado por Clauberg, em 1647. Pelo fim daquele século,
tinha-se tornado o termo padrão para indicar o estudo do ser.

ORTODOXIA
O eqüivalente em português da palavra grega "orthodoxia" (de orthos "certo", e doxa "opinião"), o
que significa crença correta, em contraste com a heresia ou a heterodoxia. O termo não é bíblico.
Nenhum escritor secular ou cristão usa-o antes do século II, embora o verbo orthodoxein esteja em
Aristóteles. A palavra expressa a idéia de que certas declarações sintetizam como exatidão o
conteúdo do Cristianismo às verdades reveladas e, portanto, são por sua própria natureza
normativas para a igreja universal.
A idéia da ortodoxia veio a ser importante na igreja a partir do século II, por causa de conflitos,
primeiramente como o gnosticismo e depois com outros erros a respeito da trindade e da pessoa de
Cristo. A aceitação rigorosa da "regra de fé" (regula fidei) era exigida como uma condição prévia da
comunhão, e surgiu uma multiplicidade de credos que explicavam essa "regra". A Igreja Oriental se
autodenomina "ortodoxa" e condena a Igreja Oriental como heterodoxa, por causa da inclusão da
cláusula "filioque" no seu credo. Os teólogos protestantes do século XVII, especialmente os
luteranos conservadores, ressaltavam a importância da ortodoxia quanto a soteriologia dos credos
da reforma.
Quanto ao catolicismo romano, o mesmo oferece uma base complexa para a ortodoxia: as
Escrituras, conforme elas foram definidas pela Igreja; os pareceres dos chamados pais da Igreja; as
decisões dos concílios; os credos; as declarações ex-catedráticas dos papas. Os grupos
protestantes, por sua vez, cortam o nó górdio, oferecendo uma exagerada simplificação. Rejeitando
certas idéias católicas romanas, eles oferecem as "Escrituras somente".

PANNENBERG
Teólogo evangélico alemão, nascido em Stettin, professor de teologia sistemática em Heidelberg
(1955), Wuppertal (1958) e Mainz (desde 1961). A doutrina teológica de Pannenberg considera que
a realidade histórica tem prioridade sobre a fé e o raciocínio humanos.
Obras principais: Heilsgeschethen Und Geschechte (A redenção como acontecimento e história),
1959; (Revelação como história) 1962; (Que é o homem? A antropologia atual à luz da teologia),
1964.
Wolfhart Pannenberg, que é professor de teologia sistemática na Universidade de Munique,
apresenta sua teologia de dentro da categoria da história. Quando foi publicado seu livro Jesus –
God And Man em 1968, veio a ser uma influência no mundo de fala inglesa.
Wolfhart Pannenberg, pode ser chamado o teólogo da história. Porque para ele a história é o
princípio de averiguar o futuro com a revelação da Palavra. Para Pannenberg, toda história é a
revelação de Deus. A história está tão clara em suas funções revelatórias que sua interpretação
pode ser feita sem a ajuda da revelação sobrenatural. A verdade revelatória está necessariamente
inerente na totalidade da história e bem clara para todos quantos observam. Deixar de captar a
revelação dentro da história é falha do indivíduo e da sua investigação, e não da própria história.

PANTEÍSMO
Essa palavra vem do grego, pan, "tudo", + Theós, "deus", dando a entender que tudo é Deus. De
acordo com o panteísmo, Deus é o cabeça da totalidade, e o mundo é o seu corpo. A forma
objetivada, "panteísta", foi cunhada pela primeira vez por John Toland, em 1705. Por sua vez, Fay
atacou a filosofia de Toland, e usou a forma nominal "panteísmo". E, desde então o termo tem sido
continuamente usado. O panteísmo é uma espécie de monismo, que identifica a mente e a matéria,
e que pensa que a unidade é divina. E assim, o finito e o infinito tornam-se uma e a mesma coisa,
embora diferentes expressões de uma mesma coisa. O universo passa a ser auto-existente, sem
começo, embora sujeito a modificações. De acordo com o panteísmo, todos os seres e toda a
existência de Deus, são concebidos como um todo.
Formas de Panteísmo mais importantes:
Hilozoísta – O divino é imanente do mundo e é caracterizado como elemento básico do mundo que
empresta mudança e movimento à sua totalidade;
Imanentista – Deus faz parte do mundo e é imanente nele;
Monista absolutista – Deus é tanto absoluto quanto idêntico com o mundo;
Monista Relativista – O mundo é real e mutável. Sendo assim, Deus é imutável e não é afetado pelo
mundo;
Acósmico – Deus é absoluto e constitui a totalidade da realidade;
Da identidade dos Opostos – qualquer dissertação a respeito de
Deus deve necessariamente apelar aos opostos;
Neoplatônico – Deus é absoluto em todos os aspectos, removido do mundo transcedente sobre ele.
Do ponto de vista bíblico, o panteísmo é deficiente por causa de duas considerações:
Nega a transcendência de Deus e defende Sua imanência radical, enquanto que a Bíblia apresenta
um equilíbrio, onde Deus está ativo na história e na sua criação, mas não é idêntico a elas.
Tendência de identificar Deus com o mundo material, negando assim, o caráter pessoal de Deus.
Nas Escrituras, Deus é retratado supremamente como uma pessoa.

PIETÍSMO
A base latina dessa palavra portuguesa é pius, "aquele que cumpre seus deveres". Mas a palavra
alude a uma reverência especial diante de Deus, a santidade e a devoção. No grego temos sébomai
"ser piedoso", "ser reverente". Essas coisas são enfatizadas em lugar do ritualismo e das
formalidades do culto.
A ênfase do pietismo recai sobre as experiências religiosas, incluindo misticismo, em vez de ritos,
sacramentos e da religiosidade.
Como um movimento organizado, o pietismo teve início entre os luteranos da Alemanha, no fim do
século XVII, associado principalmente a Philipp Jakob Spener. A corrente principal do luteranismo
tornara-se rígida em suas doutrinas e morta no sacramentalismo. Outrossim, o calvinismo, também,
caiu no legalismo dogmático, Spener cria que a ênfase original da reforma protestante, sobre a
conversão pessoal, a santificação e a experiência religiosa tinha-se perdido essencialmente, o que
justifica o seu protesto e o movimento que daí resultou. Ele servia como pastor em Frankfurt-am-
main, mas a sua mensagem não tardou as espalhar-se por toda a Alemanha e daí para outros
países. O mais notável discípulo de Spener foi August Hermann Framke. Ele foi um bem sucedido
professor e obreiro cristão. Tinha organizado escolas para os pobres, um orfanato, uma casa
publicadora e outras obras de caridade, e, segundo a história informa-nos, era combatido por
ministros e teólogos invejosos.
João Wesley e o metodismo primitivo podem ser classificados como um movimento pietista. De fato,
historicamente falando o metodismo foi muito influenciado pelo pietismo alemão. O metodismo
trouxe de volta à igreja a necessidade de uma experiência religiosa pessoal, e foi mui significativa a
sua ênfase sobre as experiências místicas. A igreja morávia, organizada pelo enteado de Spener, o
conde Von Zinzendorf, adotou a prática dos princípios pietistas.
A necessidade de experiências religiosas pessoais; o valor do misticismo; a necessidade de uma
conversão que realmente mudasse a vida do indivíduo, e uma santificação que continuasse esse
processo; um desprezo relativo aos credos; a retidão pessoal; a fraternidade universal dos crentes; o
calor emocional na religião cristã.
Um teatro religioso, ou seja, as pessoas transformam-se em atores, procurando ser mais piedosas,
entusiasmadas e dotadas de mais profundas experiências religiosas do que outras pessoas; uma
religiosidade que gera mais calor emocional do que iluminação fanatismo; axetismo e separação
desnecessária de outros cristãos, considerados dotados de espiritualidade inferior, ou mesmo como
se nem fossem cristãos autênticos. Por causa desses vícios, o tema pietismo assumiu uma
conotação negativa, passando a ser aplicado a fanáticos e sonhadores religiosos. Também houve
uma pronunciada ênfase antiintelectual, desnecessária, que causou forte desequilíbrio no
movimento.
O metodismo, os mononitas, os dunkers (batistas alemães), os Schewenkfelderes e os morávios
devem todas alguma coisa ao pietismo. A igreja reformada holandesa também teve líderes cujos
discípulos salientaram esse conceito, o que também sucedeu ao luteranismo norte-americano. A
igreja reformada alemã da América do Norte exerceu uma influência pietista sobre povo reformado
alemão naquele continente. Os irmãos unidos em Cristo e a igreja Evangélica foram denominações
que incorporaram tendências pietistas. Talvez possamos dizer que a maioria das igrejas
pentencostais da atualidade retém tanto as virtudes quanto os vícios desse movimento.

Principais Expoentes do Pietismo – Philipp Jacob Spener é considerado o Pai do Pietismo, em


1666 foi chamado para ser o ministro principal em Frankfurt-am-Main.
A Expansão do Pietismo. Spenes e Francke aspiravam outras variedades de Pietismo alemão. O
conde Nikolas Vom Zinzendory, eides da igreja Marávia renovada, era afiliado de Spener e aluno de
Francke. João Wesley em 1735, na Georgia prostrou relevantes contribuições ao Pietismo. Johann
Albrecht (1687-1752) Haus Nielsem Hauge (1771-1824) que teve, através dele, um novo interesse
por Lutero e sua teologia.

PRINCÍPIO HERMENÊUTICO
A palavra Hermenêutica é derivada do termo grego hermeneutike que, por sua vez, se deriva do
verbo Hermeneuo. Platão foi o primeiro a empregar Hermeneutike (subentendendo-se a palavra
techne) Hermenêutica é, propriamente, a arte de Hermeneuein (interpretar), mas, no caso designa a
teoria dessa arte. Podemos defini-la assim: Hermenêutica é a ciência que nos ensina os princípios,
as leis e os métodos de interpretação. A Hermenêutica "Geral" se aplica a determinados tipos de
produção literária, tais como, leis, história, profecia, poesia. A Hermenêutica "Sacra" tem caráter
muito especial, porque trata de um livro peculiar no campo da literatura – a Bíblia como inspirada
palavra de Deus.
Diz-se, também, que a palavra hermenêutica deve sua origem de Hermes. Hermes transmitia as
mensagens dos deuses aos mortais, quer isto dizer que, não só as anunciava textualmente, mas
agia também como intérprete, tornando as palavras inteligíveis e significativas, o que pode chegar a
uma clarificação, num aspecto ou noutro, ou a um comentário adicional. Consequentemente a
hermenêutica tem duas tarefas: Uma determinar o conteúdo do significado exato de uma palavra,
frases, texto, etc.; outra descobrir as instruções contidas em formas simbólicas.

REALISMO
Doutrina medieval, originada na teoria das idéias de Platão segundo a qualos universais existem por
si, independentemente das coisas em que se manifestam. Refere-se a uma existência separado, à
parte dos objetos em particular.
Realismo Gnoseológico: é o que admite a possibilidade do conhecimento das causas, mas na sua
substância verdadeira, naquilo que elas tem de invaríavelem face da multiplicidade do vir a ser. O
Realismo Gnoseologico dos Milésios eles admitiam a existência real de uma substância das causas,
de que estas se constituíam, não pondo em dúvida a possibilidade do seu conhecimento.

Realismo Metafísico: Advoga a existência da realidade metafísica em si mesma, de uma entidade


(digamos assim) metafísica, de onde tudo programa. ULTRA-REALISTAS: (século XII) expandiu a
teoria de Agostinho que tinha modificado o realismo de Platão ao sustentar que as proposições
universais existiam na mente criativa de Deus antes do universo material. Explicando que a
realidade dos indivíduos derivava do universal, e a humanidade como um universo procedia o
homem como indivíduo. Explicando, assim, a universalidade do pecado na raça humana e a
unicidade da trindade.

REFORMA
A Reforma foi a renovação da vida religiosa acontecida na Europa do século XVI pelo retorno às
origens do Cristianismo. Preparada pelo humanista Erasmo de Roterdão (1466-1536), a Reforma foi
iniciada pela obra do monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) que em 1517 afixou, nas
portas da catedral de Wittenberg, 95 teses contra a venda das indulgências. Em sua orientação de
conjunto, a Reforma protestante apresenta-se como um dos meios de realização daquele retorno
aos princípios que foi a divisa do Renascimento. No domínio religioso, o retorno aos princípios
levava a negar o valor da tradição, e portanto da Igreja, que se julgava sua depositária e intérprete.
No texto Contra Henrique VIII da Inglaterra (1522) Lutero contrapunha a tradição eclesiástica, e a
todos os rituais e às glosas que havia acumulado durante séculos, o retorno direto à palavra de
Jesus Cristo, isto é, ao Evangelho. O ensinamento fundamental do Evangelho é, segundo Lutero, a
justificação por meio da fé, a qual implica dois corolários fundamentais: 1º) a negação do valor das
obras, isto é, das técnicas religiosas (ritos, sacrifícios, cerimônias) e a redução dos sacramentos
àqueles que são mencionados pela Bíblia, isto é, batismo, penitência, eucaristia, mas também estes
subtraídos de qualquer supervisão sacerdotal e considerados como expressão da relação direta do
homem com Deus. Ao culto sacerdotal, Lutero opôs o exercício dos deveres civis, como único
"serviço divino" que possuía valor religioso; 2º) a negação da liberdade humana e o reconhecimento
da predestinação da parte de Deus. A fé é o sinal seguro desta predestinação e portanto o indício da
salvação.
Pode-se dizer que a Reforma começou, em sua forma preliminar, com John Wycliffe, no século XIV
e com John Huss, que foi outra figura espiritual que lançou o alicerce sobre o qual a Reforma veio a
ser edificada. Os grandes líderes da Reforma, no século XVI, além de Lutero, foram Zuínglio e
Calvino, os quais não pretenderam, inicialmente, formar uma Igreja separada, mas apenas
"reformar" a existente. Por isso foram chamados de "reformadores" e sua ação, de "Reforma".
Quando, porém, se consumou a separação entre católicos e protestantes, o nome da Reforma veio
adquirir um aspecto nitidamente confessional, tornando-se quase sinônimo de protestantismo.
Dentro da Reforma protestante, poderíamos distinguir três alas: 1) a direita, representada pelo
anglicanismo, que conservou numerosos elementos "católicos"; 2) O centro, constituído pelo
luteranismo e o calvinismo, que não rejeitaram completamente uma constituição hierárquica da
Igreja; 3) a esquerda, que se encarna no anabatismo, com sua rejeição da hierarquia, do sentido
salvífico dos sacramentos e do batismo de crianças. Além de Zuínglio e Calvino, o trabalho inicial de
Lutero teve continuidade graças aos esforços de Melanchthon e João Knox. A Reforma é o berço de
toda a teologia moderna.

RENASCIMENTO
Este termo deriva-se do francês Renaissance e corresponde a um movimento literário, artístico e
filosófico desenvolvido no período dos séculos XIV e XVI na Europa Ocidental. Michelet e Burckhardt
usaram esse vocábulo para enfocar a historicidade do período em 1855 e 1860. No sentido teológico
a palavra RENASCIMENTO foi usada nos estudos de Hildebrand, Wasler e Burdach para explicar o
RENASCIMENTO espiritual do homem adâmico morto pelo pecado.
No movimento renascentista, o RENASCIMENTO religioso enfatizava o principal objetivo da religião
que seria levar o homem de volta a DEUS, uma vez que a Igreja Católica institucionalizava a religião
e asseverava os seus dogmas sem nenhuma flexibilidade para discussão a respeito. Verifica-se
portanto que o tema religião discutido dentro do RENASCIMENTO contribuiu eficazmente para a
revolução teológica que reflete até nossos dias que foi a REFORMA PROTESTANTE.

REVISIONISMO: Espiritual
1º Revisionismo crença que a verdadeira pessoa é uma alma sobrevive a morte biológica, a qual, no
estado espiritual, precisa enfrentar uma revisão da vida na carne, sendo julgada de conformidade
com ela.
Revisão da vida anterior à morte;
Prestação de contas dos seus atos;
Julgado de acordo com suas obras/atos;
Avaliação da qualidade da vida.
2º O movimento revisionista foi um movimento teológico moderno que tinha como objetivo a busca
do Cristo histórico. Por isso pretendiam fazer uma biografia corrigida de Jesus. Eles pretendiam
fazer uma revisão dos relatos bíblicos, sobre a vida de Cristo.
Embora Ritschel, seja o pai da teologia liberal e dos principais, e primeiro revisionista não podemos
dizer que Ritschel é o pai do movimento revisionista, esse título, é comumente dedicado a Herman
Reinamein.
O revisionismo biografo procurava desmistificar a deidade de Cristo, e também recontar a história de
modo racional.
O revisionismo nasceu dentro a teologia moderna e adeltro a teologia contemporânea até hoje os
teólogos influenciam.
Henrique Paulus (1761 a 1877) publicou em 1928 a obra vida de Jesus Paulus. Não admitia que
Jesus tinha feito qualquer milagre. David Frederich Straus (1808 a 1877) Straus também escreveu a
obra a Vida de Jesus. Era o tema central do revisionismo. Straus não aceitou a mensagem de Cristo,
ou seja a vida além do túmulo.

SECULARISMO
Essa palavra vem do LATIM seculum, "pertence a uma época". Nos círculos religiosos recebe o
sentido de "aquilo que pertence ao mundo de nosso tempo" e que não faz parte do que é sagrado ou
espiritual. Em termos gerais, o secularismo envolve uma afirmação da realidades imanentes deste
mundo. E uma cosmovisão e um estilo de vida que se inclina par ao profano mais do que para o
sagrado, o natural mais do que o sobrenatural. O secularismo é uma abordagem não-religiosa da
vida individual e social.
O secularismo veio a ser uma espécie de movimento tipo humanista. O secularismo procurava
aprimorar as condições humanas, sem fazer qualquer alusão à religião ou as reivindicações da
igreja. Antes, utilizava-se da pura razão, da ciência, e das organizações sociais (não-religiosas)
humanas. O secularismo é uma ideologia, para uma visão fechada do mundo que funciona
semelhante a uma religião. E uma forma de religiosidade, religião invertida e una.
No secularismo as dimensões – presente e imanente de existência estão revertidos dos atributos do
eterno e do transcendente. No entanto, como filosofia abrangente de vida, expressa um entusiasmo
sem reservas pelo processo da secularização em todas as esferas da vida. O secularismo carrega
uma falha fatal, pelo seu conceito reducionista da realidade, porque nega e exclui Deus e o
sobrenatural numa fixação míope naquilo que é imanente e natural. Na discussão contemporânea, o
secularismo e o humanismo são freqüentemente vitais como uma só dupla que forma o humanismo
secular – uma abordagem da vida e da sociedade que glorifica a criatura e rejeita o criador. O
secularismo, como tal constitui-se num rival do cristianismo.
Nenhuma discussão contemporânea do cristianismo e secularismo pode deixar de lidar com as
cartas e papéis da Prisão escritos por Dietrich Bonhoeffer. Da perspectiva da teologia bíblica cristã,
o secularismo é o culpado porque "mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do criador" (Rm. 1.25). Tendo excluído o Deus transcendente como absoluto e o
objetivo da adoração, o secularismo inexoravelmente torna o mundo do homem e da natureza
absoluta, e objetivo da adoração.
Em termos bíblicos, o Deus sobrenatural criou o mundo e sustenta a sua existência. Este mundo (o
saeculum) tem valor porque Deus o criou, continua a preservá-lo, e age para redimi-lo. Embora Deus
haja Senhor da história e do universo, Ele não pode ser identificado com um ou outro (panteísmo).
Homens e mulheres, existem em liberdade e responsabilidade que o homem tem com Deus e o
mundo.
O principal expoente do secularismo é Dietrich Bonhoeffer nascer em Breslau, Prússia (depois
Wroclaw, na Polônia), a 4 de fevereiro de 1906. Educado em Tübingen e Berlim, tornou-se pastor
luterano e trabalhou em Barcelona e Nova York. Em 1931 assumiu a cátedra de teologia sistemática
na Universidade de Berlim. Quando Hitler subiu ao poder em 1933, Bonhoeffer estava em Londres e
decidiu lutar contra o nazismo. Em 1935 foi chamado a assumir a direção de um seminário
clandestino em Finkenwald, na Pomerânia. O problema central de sua teologia era como ser cristão
num mundo secularizado e ateu. Propunha como uma das soluções a interpretação não-religiosa
dos conceitos bíblicos, o que sugeria a possibilidade de haver cristãos arreligiosos.
SECULARIZAÇÃO
A palavra secular provém do termo latino, saecelum, significando "esta idade presente". A
Secularização é uma palavra temporal usada para traduzir a palavra grega "aeon", que significa era
ou época. A Secularização adquire significados da distinção medieval entre aquilo que ficava sob
jurisdição eclesiástica ou monástica ou aquilo que não ficava por serem de competência do Estado.
Secularização é a libertação do que é mundano em relação ao que é santo. É a inversão de valores
dentro dos campos teológicos e secularistas, onde o ser humano começa a se voltar para o presente
esquecendo completamente o futuro.
A secularização como teologia surgiu com Bonhoeffer, quando dizia que a igreja não existe senão
quando é "para os outros". A igreja deve participar das tarefas humanas, não como quem governa e
comanda, mas como quem serve. A secularização é como ameaça e precaução. O que ele
asseverou é que o cristão moderno deve ser um homem também voltado para atividades seculares,
dedicado a causas humanistas. A Secularização é uma ameaça provocante, que deve ser levada a
sério. Ao cristianismo essencial ao que chama razoável. O destinatário do evangelho é o homem
novo. Este homem novo, não nos deve causar medo. A igreja não deve permanecer fora do mundo,
mas está no mundo. A provocação da Secularização é um desafio às nossas igrejas de nos
integrarmos às necessidades humanas, tendo como objetivo principal Jesus Cristo.

SÉCULO XIX
Mudanças profundas na sociedade, nas artes, nos conceitos científicos, na produção de bens de
consumo, caracterizam o século dezenove. Dirigindo a nova orientação do período, havia a
Revolução Francesa, do final do século anterior, última conseqüência das mudanças processadas
pelo Iluminismo. Havia a violenta substituição do Absolutismo pelo "terceiro estado da burguesia",
sufocada no terror sangüinário da Ditadura Jacobina. Essa ditadura só será subjugada por Napoleão
e suas guerras Imperialistas, que por sus vez, fizeram sufocar o anseio doentio por um nacionalismo
exacerbado.
É o século dos grandes prospectos e das máquinas. O século do materialismo e do material. O
século da declaração da morte de Deus. o século do drama. O século do cidadão, de sua
arrogância. O século do artista e de seu atrevimento. O século da questão social... Mas é também o
tempo de um mundo pintado pelos impressionistas, frágil e passadiço. Um mundo de anseio à morte
prematura, um século de tolhedora tristeza e de branda melancolia. Da esperança perdida, de ideais
abandonados. É o século do medo, da morte, e do medo da morte que afora devia ser enfrentada
sem Deus.
Na religião o século XIX encontrou o papado em grande humilhação. Em 1801 Napoleão, Imperador
da França, realizou com o Papa Pio VII a concordata, tratado que definia as relações da Igreja
Católica Romana na França com o Governo. Por esse tratado "a igreja ficava sujeita ao Estado", ou
pelo menos a ele atrelada e dele dependente e auxiliada. Após a queda de Napoleão, Pio VII voltou
a Roma e os Estados papais foram restabelecidos.
A Igreja Católica Romana, depois de sofrer certa pressão no século XVIII e começos do XIX, resistiu
às influências modernizantes e continuou desenvolvendo todos os seus elementos medievais,
enfrentou poderosamente todos os surtos do processo humano.
A hostilidade do papado ao progresso do mundo moderno manifestou-se de vários modos, desde o
início do século XIX e encontrou sua máxima expressão no SILABUS, de Pio IX, publicado em 1864.
Nesse documento foram denunciados como "erros", vários elementos, tais como a liberdade de
consciência e de culto; o primeiro instante da Teologia Moderna como se sabe é a Reforma que se
constituiu no oferecer de uma nova era teológica.
O segundo instante da Teologia se evidencia na Teologia Liberal, que adentra a Teologia
Contemporânea. A Teologia Contemporânea nasce sob as hostilidades de teólogos liberais e neo-
ortodoxos. Muitos indicam Friedrich Schleiermacher (1768-1834) como o pai da Teologia Moderna.
Schleiermacher formulou uma teologia à luz do Romantismo. Quando o Romantismo passou de
moda, a teologia de Schleiermacher passou também. Mesmo assim, ele deixou uma marca que dura
até hoje.
Entre 1800 e 1821, Schleiermacher continuou sua atividade como pregador e professor de teologia
sistemática. Durante essas duas décadas, Schleiermacher formulou sua obra-prima de teologia
sistemática. Ele aproveitou as idéias principais do Iluminismo e do Romantismo e s incorporou em
um sistema teológico. Para Schleiermacher, como para os demais românticos, cada indivíduo deve
desenvolver-se como uma pessoa, distinta de qualquer outra. A vida humana envolve uma tensão
entre a dependência e a independência. Cada um precisa afirmar sua individualidade. Além dessa
auto-afirmação, porém, cada um de nós também vive num estado de dependência, e essa
dependência é a base de nossa vida religiosa. Sentimo-nos dependentes não somente de outras
pessoas, mas também do Infinito, do Tudo, do Universo – enfim, de Deus.
Schleiermacher começou por reduzir a fé às proporções dos sentimentos religiosos de cada pessoa.
Ele não pretendia falar de Deus em si. Em lugar disso, ele se limitou a falar da "modificação do
sentimento, ou da autoconsciência imediata". Ele valorizou os "sentimentos piedosos", que ele
apreciava desde sua formação pietista, dizendo que os sentimentos piedosos eqüivaliam ao senso
de consciência absoluta de Deus.
Schleiermacher iniciou a Teologia Liberal Protestante – um movimento que cresceu durante o século
XIX e que existe ainda hoje. A partir de Schleiermacher, a Teologia Liberal Protestante diminuiu o
peso doutrinário da fé. Além disso a Teologia Liberal Protestante pouco enfatiza o pecado, tendo
uma visão otimista, embora pouco profunda, da natureza humana. Já quanto aos realistas, se
interessavam menos pelos sentimentos do que os românticos. Em matéria de religião, eles queriam
saber o efeito da doutrina na vida e na sociedade.
Por influência do Realismo, a maioria rejeitou a distinção de Schleiermacher entre religião e
moralidade. Depois de 1850, um número crescente de teólogos queria uma teologia reduzida, mas
uma teologia voltada para questões éticas. Por esta razão, esses teólogos rejeitaram o sistema que
herdaram de Schleiermacher.
Schleiermacher havia lançado a Teologia Liberal Protestante, e sua influência continua, até hoje,
especialmente em questões metodológicas. Mas a Teologia Liberal Protestante não recebeu sua
expressão plena de Schleiermacher. Esta honra ficou para o professor Albrecht Ritschl, da
Universidade de Göttingen. Lutero tirou a metafísica das reflexões tão lógicas, e a ortodoxia a trouxe
de volta com Melanchton e Ritschl a retirou em suas formulações teológicas liberais. A Teologia
Moderna é marcada pelo revisionismo. Revisionismo foi um movimento teológico moderno que tinha
como objetivo a busca do Cristo histórico, por isso pretendiam fazer uma biografia corrigida de
Cristo. Ritschl é o primeiro dos revisionistas.
Ritschl (1822-1889) era um pesquisador incansável. Ele dominou três áreas de estudo: Novo
Testamento, História do Cristianismo e Dogmática. Entre 1870 e 1874, Ritschl publicou, em três
volumes, sua obra-prima: Die Christliche Lehre von der Rechtfertigung und Versohnung (A Doutrina
Cristã da Justificação e Reconciliação). Os três volumes desta obra tratam dos pontos de vista: (1)
do Novo Testamento; (2) da História do Cristianismo; (3) da Teologia Sistemática. O autor apresenta
uma reinterpretação moralizante da fé cristã em termos especialmente atraentes para os
protestantes alemães.
Ritschl apresentou-se como um estudioso do Novo Testamento e de Lutero, com uma interpretação
liberal da fé cristã. Isto quer dizer: ele enfrentou os ortodoxos com suas próprias armas. Ritschl
argumentou que os ortodoxos dos seus dias erraram por confundirem a doutrina cristã com a
metafísica. Por sua parte, Ritschl insistiu em rejeitar a metafísica, eliminando-a da teologia.
Agostinho fez teologia de uma base platônica, e Tomás de Aquino argumentou de pressuposições
aristotélicas. Lutero – o herói das mais diversas teologias alemãs – desvinculou a teologia da
metafísica. Para Ritschl, a ortodoxia protestante restaurou a metafísica à teologia. Compete a Ritschl
reformular a teologia sem metafísica. Dessa maneira Ritschl se apresenta como o campeão do
verdadeiro luteranismo.
Os escritos de Ritschl contra a metafísica eram, na realidade, contra a ortodoxia protestante. Os
escritos de Ritschl também continham numerosos ataques contra o misticismo. Aqui, outra vez, seus
argumentos antimísticos foram, na realidade, ataques contra o pietismo, uma outra ala do
protestantismo alemão. Ritschl rejeitou tanto a ortodoxia como o pietismo. Como ele acusou os
ortodoxos de confundirem a metafísica com o cristianismo, também rejeitou o pietismo como uma
infiltração do misticismo no pensamento cristão.
Das reinterpretações de Ritschl, a mais importante é sua leitura da obra redentora de Cristo. Ritschl
apresentou uma nova teoria de expiação – a teoria da influência moral. Teólogos do século
dezenove como Albrecht Ritschl (1822-1889) e Ernst Troeltsch (1865-1923) procuravam encontrar o
espaço da teologia no mundo pós-Kantiano. Mas talvez tenha sido o teólogo suíço Karl Barth (1886-
1968) quem melhor resultados alcançou nessa direção. Barth, insatisfeito com as soluções
propostas pelos teólogos do século dezenove, e inspirado por críticos como Soren Kierkegaard
(1813-1855), Friedrich Nietzsch (1844-1900). Wilhelm Herrmann (1946-1922) e Albert Schweitzer
(1875-1965), deu início no entre-guerras a um movimento teológico que buscava alcançar aquilo que
a teologia oitocentista não havia conseguido: uma teologia não iluminista e pós-Kantiana que não se
evaporasse à medida que fosse produzida, que não fosse redutível a nada além da teologia cristã
propriamente e da revelação de Deus em Jesus Cristo. Na "teologia da crise" de Barth (do grego
krinein, julgar), não é a infinita bondade de Deus que é salientada, como na teologia deísta, mas o
juízo divino sobre tudo que se revela humano, sobremodo humano, inclusive a religião.
A teologia moderna foi construída com base em Kant e Hegel. A teologia liberal foi constituída nos
pressupostos iluministas racionalistas. A forma da teologia liberal encontra-se no idealismo gnóstico
de Kant. A teologia contemporânea tem bases em Sorem Kickegaard, Heidegger, Nietzche e Marx.
Dentro da teologia contemporânea destacam-se: Karl Barth, Brunerr, Paul Tillich, Bultmann, Oscar
Culmann, Bonhofer. Estes entre os protestantes. Entre os ortodoxos: Bulgakov, Florowsky e
Lossoky. Entre os católicos: Teilhard de Chardin, Guardini Ranner, Lonergan, Schilebuckk, Von
Balthasar e outros.

SOLIPSISMO
Doutrina segundo a qual a única realidade no mundo é o eu; "o equivalente concreto do que os
filósofos chama de solipsismo, isto é, da atitude que consiste em sustentar que o eu individual de
que se tem consciência, com as suas modificações subjetivas, é que forma toda a realidade".
O latim por detrás desse termo português é solus, "sozinho" e ipse, "o próprio eu". A idéia é que a
pessoa ou mente individual, até onde ela está envolvida, ou até onde a pessoa pode provar, é a
única que existe, todas as demais pessoas e coisas podem ser um produto de sua própria mente,
conforme se verifica durante os sonhos. O solipsismo epistemológico refere-se ao "dilema do
conhecimento do próprio eu". Até onde posso determinar, tenho bases para crer que somente eu
existo. Ou seja, até onde vai o meu conhecimento, só eu existo. É possível que outras pessoas
existam, mas não posso afirmá-lo com certeza absoluta. Porém, temos aí um pseudodilema. Por sua
vez, o solipsismo metafísico redunda do dilema do conhecimento: uma pessoa qualquer pensa que é
a única entidade em existência. Alguns filósofos usam o solipsismo metafísico para anular o
solipsismo epistemológico. Utilizam-se de um argumento do reduction ad absurdum. Acreditar que
só eu existo é tão absurdo que também é absurdo dizer que só posso Ter conhecimento de minha
própria existência.

TEODICÉIA
Esse termo vem do grego theos, deus, e dike, justiça. Em seu uso comum, esse vocábulo
usualmente designa aquela atividade que busca justificar as maneiras de Deus como os homens.
Como pode haver um Deus justo, Todo-poderoso onisciente ao mesmo tempo em que há tantos
males no mundo? Aqueles que procuram explicar o problema do mal, preservando assim a idéia de
um Deus ortodoxo, expõem Teodicéias. Foi Leibnitz quem cunhou esse termo, introduzindo-o na
filosofia. Sua Teodicéia fazia parte do seu sistema de mônadas, onde Deus, a grande mônada,
aparece como o programados das demais mônadas. A Teodicéia de Leibnitz era determinista, no
sentido em que vivemos no melhor de todos os mundos possíveis, e onde Deus não incorre em
equívocos, a despeito de aparentes erros que nos cercam, no mundo em que vivemos; salpicado de
males naturalmente, Leibnitz teve fazer toda espécie de ginástica para defender sua tese.
A Teodicéia de Leibnitz foi estruturada para seu sistema teológico extremamente racionalista, sendo
assim, não somente há razões pelas quais Deus faz tudo quanto faz, como também tais razões são
leis necessárias. Essas razões podem ser discernidas pela luz da razão pura, sem ajuda da
revelação. Além disso para Leibnitz, Deus é o único ser metafisicamente necessário. O mal
metafísico é a finitude ou a falta de existência, e o bem metafísico é a plenitude da existência . A
bondade moral de Deus consiste, portanto, em desejar o melhor, metafisicamente falando. Se for
possível demonstrar que Deus desejou algo inferior ao mundo melhor, metafisicamente falando. Se
for possível demonstrar que Deus desejou algo inferior ao mundo melhor, metafisicamente falando,
será demonstrado que Deus não é um Deus bom. Se possível for demonstrar que Deus desejou
aquilo que é metafisicamente melhor, Ele será moralmente digno de louvor, a despeito da presença
do mal no mundo.
Portanto o sistema de Leibinitz diz que Deus opera com base na razão suficiente, isto é, Deus não
fará coisa alguma sem uma razão suficiente e discernível pela razão pura. O sistema de Leibnitz
exige que haja o melhor mundo possível. Visto que Deus é totalmente bom, Ele já concretizou o
melhor de todos os mundos possíveis. Outras Teodicéias bem conhecidas baseiam-se numa
teologia racionalista modificada. Essa metafísica subjaz a defesa do livre-arbítrio e também a
Teodicéia da edificação das almas, que há quatro considerações básicas: Universo Racionalista
modificado, Deus não é obrigado a criar mundo algum, porque sua própria existência é o sumo bem;
criar um mundo é uma coisa condigna a ser feita por Deus; há um número infinito de mundo
contingentes finitos possíveis. Os que são maus, são pela sua própria natureza e Deus não poderia
ter criado, não existe nenhum mundo melhor; e Deus é livre quanto a criar ou não criar. Portanto, a
Teodicéia tem um grande valor apologético, que muitas delas respondem aos problemas do mal que
são enfrentados pelas teologias para as quais são construídas.

TEOLOGIA DA CRUZ
Por mais que divirjam as opiniões a respeito da chamada Teologia dialética, por mais que a
considerem carente de contemplação e correção, por mais que alguém decididamente se distancie
da mesma, em todo caso será preciso admitir que de modo geral é ela que dita à teologia de hoje o
seu enfoque.
Não houve teólogo na igreja cristã que tenha feito ressuscitar como Lutero, as idéias de Paulo. Foi
Lutero quem, em Heidelberg, na primavera de 1518, contrapôs expressamente seus "paradoxos"
teológicos como "Teologia da Cruz", à "Teologia da Glória", isto é, à Teologia eclesial dominante.
Evidentemente ele se serviu dessa formulação porque nela encontrou a caracterização mais sucinta
e certeira da peculiaridade do evangelho, a contrastar com a Teologia oficial. É herança de Paulo
que Lutero levanta com sua teologia da cruz contra uma igreja que se tornou segura e saciada. São
raras as definições claras do que seria propriamente "teologia da cruz". Geralmente essa formulação
aparece como algo que dispensa maior discussão, mas, ao que parece, as ocasionais
manifestações tacitamente pressupõem, na maioria dos casos, que a "teologia de cruz" representa o
estágio pré-reformatório da teologia de Lutero.
Em contrapartida defendemos a seguinte tese: a teologia da cruz é o princípio de toda a teologia de
Lutero; ela não pode ser limitada a um período particular de sua teologia. Pelo contrário, como
também no caso de Paulo, essa fórmula apresenta uma característica de todo o seu pensar
teológico. Ouvimos que, para a teologia da cruz, é na cruz de Cristo e do cristão que se mostra o
sentido mais profundo da ação de Deus junto ao mundo. A teologia da cruz é cristocêntrica. Para o
cristão, Cristo é tudo, ele é o eixo central da reflexão teológica. A doutrina da cruz que determinou
decisivamente o conceito de Deus e de Fé, só é compreendida numa vida sob a cruz, a cruz de
Cristo e a cruz do cristão formam uma unidade. O sentido da cruz não se revela ao pensar
contemplativo, mas apenas à experiência sofredora. O teólogo da cruz não está posicionado como
espectador em relação à cruz de Cristo, mas ele próprio é envolvido neste acontecimento.
Ele sabe que só Deus pode ser encontrado na cruz e no sofrimento. Por isso não foge do
sofrimento, a exemplo do teólogo da glória, mas considera-o como as sagradas relíquias que devem
ser abraçada devotadamente – pois o próprio Deus "está oculto nos sofrimentos" e quer ser
venerado por nós como tal.
Na cruz se frustra toda concepção fictícia de Deus. "A cruz põe tudo à prova". A cruz é o juízo sobre
todas as idéias e obras humanas de escolha própria. Face à situação real do ser humano, ela
representa a inversão radical de todas as suposições humanas. O que é tolo, é sábio; o que é fraco,
forte; o que é vergonha, é glória; o que parece odioso ao ser humano, é desejável e digno de amor e
em altíssimo grau.
Denominamos a teologia da cruz como a marca de toda a teologia de Lutero. Podemos constatar a
marca da teologia na cristologia ou na doutrina da santa ceia. A teologia de Lutero, de fato, é apenas
um mergulhão da árvore da mística medieval e de teologia monástica, ainda assim valeria a pena
retraçá-la como um todo orgânico. O resultado deste estudo é para nós uma prova indireta de que a
teologia da cruz não constitui o pré-estágio pré-reformatório da teologia de Lutero propriamente dita,
mas que deve ser considerada, antes, como marca de todo o pensamento teológico de Lutero.
TEOLOGIA DA ESPERANÇA
O fundador desse tipo de teologia foi o alemão Jurgen Moltmann, que traçou suas linhas
programáticas em seu famoso livro Theologie Der Hoffring (Teologia da Esperança). Ultimamente, o
padre Schillebierckx tornou-se um zeloso seguidor da Teologia da Esperança, uma nova
interpretação da mensagem Cristã, que adota como princípio hermenêutico exatamente a
esperança.
O Escopo desta Teologia é expor que as implicações práticas da fé inflamada na chama da
Ressurreição de Jesus, quer o novo e conseqüente êxodo da sociedade atual das grandes estreitas
das estruturas vigentes. Este sentido teológico foge ao inconveniente de considerar a mensagem da
Ressurreição como mero e inconsistente relato histórico ou como simples apelo a decisão, e nos
leva a entender a Ressurreição como mensagem promissora que se abre para a história e nos
obriga a nos empenharmos por nos transformar a nós próprios e ao mundo. A liberdade, outorgada e
vivida a partir de Cristo, e a mensagem do Reino de Deus não significam apenas liberdade e
santidade interiores. Expressam sempre e por igual o "Shalon" dirigido a todo homem em suas
relações sociais, a paz na Terra e a libertação de tudo o que é efêmero. Deus não é "totalmente
diverso" de nós (Ganz Andere).

TEOLOGIA DA EVOLUÇÃO
Pierre Teilhard de Chardin nasceu em Sarcenar, França, em 1º de maio de 1881. Filho de um
aristocrata rural interessado pela geologia, dedicou-se desde a juventude ao estudo dessa matéria,
que não interrompeu nem mesmo quando suas inquietações espirituais o levaram a ingressar na
Companhia de Jesus, em 1899. Nos últimos anos, nenhum autor suscitou tanto interesse quanto
Pierre Teilhard de Chardin. Suas obras conheceram um sucesso editorial sem precedentes em seu
gênero: Chardin iniciou sua atividade científica no início do século, quando o mundo da ciência era
decididamente adverso ao mundo da fé e da religião.
Segundo Chardin é preciso fazer ver aos cientistas que não há nenhuma imcompatibilidade entre a
religião cristã moderna e a ciência moderna, mas sim uma maravilhosa correspondência, porque o
cristianismo vem de encontro às mais intimas exigências da ciência. Lé phenomène humain foi a
obra em que Chardin procurou realizar tal programa. A obra termina com a seguinte afirmação do
valor superior do cristianismo: "De qualquer forma, a Evolução infunde sangue novo às perspectivas
e aspirações cristãs. Mas a fé cristã, por seu turno, não é destinada e não se apresta a salvar até
mesmo a mudar a evolução?... No presente momento, o cristianismo representa a única corrente de
pensamento suficientemente audaz e progressiva para abraçar prática e eficazmente o mundo, em
um abraço completo e indefinidamente perfectível, no qual a fé e a esperança se consumam na
caridade. Somente ele – absolutamente só ele sobre a Terra moderna – se mostra capaz de
sintetizar em um só ato vital o todo e a pessoa. Somente o cristianismo pode-se inclinar, não apenas
servir, mas também a amar o formidável movimento que nos arrasta. Isso não significa outra coisa
senão que ele satisfaz a todas as condições que nós temos o direito de exigir de uma religião do
futuro e que, portanto, é através dele que passa enfim, verdadeiramente, o eixo principal de
evolução". A intenção declarada de Chardin, em toda a sua obra, é elaborar uma visão cósmica que
abarque em um só olhar tanto o mundo da ciência quanto o da fé. Examinemos este axioma. O
axioma número um refere-se à evolução. Esta, segundo Chardin, não é uma hipótese, mas sim uma
verdade certíssima: "Para muitos, a evolução outra coisa não é que o transformismo; e o
transformismo, por sua vez, outra coisa não é que a velha hipótese Darwinista, tão local e caduca
quanto a concepção laplaciana do sistema solar. São verdadeiramente cegos aqueles que não se
dão conta da amplitude de um movimento cuja órbita, ultrapassando infinitamente as ciências
naturais, ganhou e invadiu sucessivamente a química, a física, a sociologia e até mesmo as
matemáticas e história das religiões. Um após outro, todos os domínios do conhecimento humano se
movimentam, arrastados por uma única corrente de fundo, em direção ao estudo de algum
desenvolvimento. A evolução – uma teoria, um sistema, uma hipótese?... Exatamente: mas, muito
mais que tudo isso, uma condição geral à qual devem se dobrar e satisfazer, para ser pensáveis e
verdadeiras, todas as teorias, todas as hipóteses, todos os sistemas. Uma luz que aclara todos os
fatos, uma curva que todas as linha devem seguir: eis o que é a evolução:
Segundo Chardin, a evolução é a maior descoberta do século passado e de todos os tempos, na
medida em que nos coloca em condições de entender a história, seja a passada, seja a futura. Ao
juízo de Chardin a evolução não está absolutamente em conflito com o cristianismo; ao contrário, é
um argumento muito forte a seu favor, porque a evolução deve passar através do cristianismo.
Os estudos científicos conduzira Teilhard de Chardin a uma profunda meditação sobre o problema
da evolução, origem de sua obra mais importante, Lé Phénomène Humain (O fenômeno humano),
concluída em 1940, mas só publicada postumamente, em 1955. Em seu pensamento, a evolução
evidente do universo material, que parece esmagar o homem e sua consciência, visa, na realidade,
a realizar a passagem da matéria ao espírito, do menos consciente ao mais consciente. O homem é
o centro e a razão dessa evolução: sua alma o liga a esse universo, que ela domina, a seus
semelhantes e a seu fim último, que é Deus. Ciência e religião, longe de se contradizerem,
conduzem ambas à perfeição intelectual. As implicações morais e religiosas desse sistema foram
desenvolvidas numa série de obras como Le Milieu divin (1958; O meio divino) e L’Avenir de
L’homme (1959; O futuro do homem).
Teilhard de Chardin regressou à França em 1946, mas ante a impossibilidade de publicar seus
textos – que circularam em exemplares mimeografados e só foram editados após sua morte –
transferiu-se para os Estados Unidos. Ingressou então na Fundação Wenner-Gren, de Nova York,
que patrocinou, nos últimos anos de sua vida, duas expedições científicas ao continente africano.
Teilhard de Chardin morreu em Nova York, em 10 de abril de 1055.

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
A experiência cotidiana das comunidades cristãs latino-americanas que combatem as injustiças
econômicas, sociais, culturais e políticas, está na origem da chamada teologia da libertação.
A teologia da libertação constitui uma nova interpretação da mensagem evangélica, à luz da injustiça
social. Apesar do nome, não é propriamente uma teologia, no sentido de política, surgido na Europa
na década de 1970, depois que o Concílio Vaticano II (1962-1965), examinou o problema das
relações entre a igreja e o mundo moderno. A característica mais inovadora do movimento foi
encarar os problemas políticos como base para a interpretação dos textos bíblicos.
Reunida na cidade colombiana de Medellín, em 1968, a Conferência Episcopal Latino-Americana
(Celam) foi o grande impulso da teologia da libertação. Analisando a situação social do continente,
os bispos consideraram que a igreja tinha como missão continuar a obra de Cristo, enviado ao
mundo para "libertar todos os homens de todo tipo de escravidão a que os tenha sujeitado o pecado,
a ignorância, a fome, a miséria, a opressão e, numa palavra, a injustiça e o ódio, que têm sua origem
no egoísmo humano". A conferência pediu uma teologia e uma catequese que oferecessem "a
possibilidade de uma libertação plena e a riqueza de uma salvação integral em Cristo, o Senhor".
Entre os principais teólogos que a iniciaram e desenvolveram, citem-se Gustavo Gutiérrez, Hugo
Assmann, Leonardo Boff, J. L. Segundo, Porfirio Miranda, José M. Bonino, J. B. Libânio, Segundo
Galiléia, Eduardo Pironio e A. López Trujillo.
O eixo da teologia da libertação é a figura do Cristo libertador, que veio libertar os homens não
apenas do pecado, mas também de todas as suas conseqüências, inclusive as injustiças. Seu
método hermenêutico deixa de lado as categorias idealistas tradicionais e emprega categorias
históricas. A mensagem de salvação é interpretada à luz das opressões de que o homem precisa ser
libertado. Ao narrar a libertação dos hebreus do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra
Prometida, o Êxodo é a imagem bíblica da mensagem da salvação, e a história sagrada não é algo
distinto da história da humanidade ou superposto a ela, mas sim a intervenção de Deus. Um outro
elemento importante da teologia da libertação é o método de análise marxista.

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Algumas obras norte-americanas, escritas contra a teologia da prosperidade, tratam-na como se
fosse uma heresia ou uma seita. A posição, é, ela não é uma seita. Uma seita é composta por um
grupo bem definido de pessoas, assim como os Testemunhas de Jeová ou os Mórmos, que se
chamam cristãos, mas negam doutrinas básicas da Bíblia, tais como a trindade e a divindade de
Cristo. Na teologia da prosperidade, seus adeptos não negam nenhuma doutrina básica nem
buscam outro fundamento que não seja Cristo e os apóstolos. Antes, trata-se de uma forma de
compreender a Bíblia.
A Teologia da Prosperidade é algo novo na história da igreja. Parece que nada assim já foi visto
antes. Mas isso não quer dizer que ele tenha surgido de modo repentino ou aparecido totalmente
formado. Como todo movimento, desenvolveu-se com o tempo, e isso significa que tem raízes
ligadas a pessoas, épocas e lugares diversos.
Pesquisas feitas nos Estados Unidos sobre a teologia revelam que existem duas raízes históricas e
filosóficas da teologia da prosperidade: O pentecostalismo (Barron, 1987; Horn, 1989) e várias seitas
metafísicas do início do século XX, que floresceram na região de Boston (McConnell, 1988). Dessas
duas fontes, o pentecostalismo fornece a base ou o grupo, onde a teologia encontrou a maior parte
de seus adeptos, enquanto os pressupostos filosóficos propriamente ditos foram fornecidos pelas
seitas metafísicas.
Sua doutrina é radical com relação com relação ao homem físico e espiritual. Tendo em vista a
Autoridade profética, como decretar a morte de alguém (até mesmo a de um pastor) Segundo
Kennth Hagin. Saúde e Prosperidade são algo vivido dentro da teologia; a teologia da prosperidade
não se cansa de repetir que nem doenças nem problemas financeiros são da vontade de Deus, o
cristão que está passando tal coisa ou coisas, ele não tem fé ou está em pecado. A Confissão
Positiva é outra corrente da doutrina da teologia da prosperidade, ela garante a realização com fé
dos pedidos desejados pelo cristão, mesmo passando por cima da vontade divina, afirma que
sempre positivamente, nunca: "Se Deus quiser!" Isso envolvendo saúde ou bem material.

TEOLOGIA DAS RELIGIÕES


É a globalização das religiões com o intuito da integração dos seus conteúdos comuns. Podíamos
nos referir a "teologias" mas daria um sentido de independência. Quando no referimos à "teologia
das religiões" queremos destacar um conjunto, um todo, ou seja, um ponto em comum. Dentre estes
conteúdos comuns podemos citar a revelação do logos, bem como a interação de Cristo com os
diversos credos; também destacam-se os conteúdos de caráter ético e moral, família e
mandamentos de Deus.
De forma superficial parece que as religiões são muito diferentes umas das outras. Porém, se
removermos as distinções da língua, condições de clima, costumes (ética) e muitos outros fatores, é
surpreendente notar a similaridade entre todas. Nas religiões Crê-se em uma vida pós-morte, numa
alma humana imortal, no tormento eterno para os maus e uma recompensa celestial para os bons,
um Deus trino ou uma divindade superior, um redentor, um livro sagrado, etc.
No hinduísmo muitos se referem a sua fé como sanatana darma, quer dizer, lei ou ordem eternas.
No que diz respeito à moral ou quebra de valores encontramos o seguinte texto: "Quando as leis da
família são destruídas, Janardana, então o que certamente para os homens resulta é morar no
inferno".
No siquismo um dos grandes mandamentos do guru Nanaque era: "Lembre-se sempre de Deus,
repita Seu nome".
No budismo acredita-se em um inferno onde estão os ímpios, um lugar de fogo atormentado por
demônios horrendos.
No islamismo o árabe é a língua obrigatória para se ler o Qur’na (Alcorão), o livro sagrado dos
muçulmanos. Eles acreditam que o árabe é a língua usada por Deus falar por meio de Gabriel,
melhor dizendo "o árabe é a forma mais pura de revelação".
4. Enfim, são inúmeros os exemplos no que se refere ao estudo dos conteúdos comuns entre
as religiões. Mas, surge um grande problema no que diz respeito à estruturação do diálogo do
cristianismo para com as demais religiões; o Cristo deve relacionar-se neste diálogo só como a
palavra " " sem reivindicar a autoridade do " ".

TEOLOGIA DE PROCESSO
Movimento teológico do séc. XX que se originou, em grande parte, do pensamento de Alfred North
Whitehead, que considerava a realidade como tendo uma natureza progressiva ou evolutiva.
Ademais, Deus está tão intimamente ligado com o restante da realidade que Ele também é visto
como estando crescendo e se desenvolvendo.
A teologia do processo adotou a metafísica elaborada pelos filósofos do processo para obter os
recursos mais adequados para expressar aquilo que a Bíblia entende por Deus e por mundo dentro
da moderna estrutura da cosmovisão evolutiva. O Deus da metafísica do processo e o Deus da
revelação bíblica são, supostamente, o mesmo Deus.
Propõe a Teologia de Processo que um Deus criou a partir do nada seja autocrático, "imperial" e
conceitualmente impossível. Esse tipo de Deus não consegue casar com a idéia de um Deus que
interage na História e mantém uma relação de amor e ajuda às criaturas. Deus cria junto com o resto
do mundo. Segundo pensam, Ele é o Pai da criatividade. O mundo para eles está em mudança e
Deus também está nesse processo.
A grande contribuição da teologia de processo é a doutrina do relacionamento de Deus com o
mundo. Um Deus que não pode agir ou ter interação com o mundo teria uma personalidade menos
do que significante. A oração e o serviço possuem pouco significado a não ser que haja um
relacionamento real e pessoal entre Deus e os homens. Não há apelo existencial num Ser impessoal
com quem não se pode ter relacionamento. A teologia de processo seguiu duas direções principais
desde Whitehead: a empírica e a racional. A primeira destas ênfase é achada em Bernar Loomer,
Bernard Meland, e Henry Weiman; o campeão da segunda delas Charles Hartshorne é talvez o mais
relevante dos teólogos de processo desde Whitehead, dentro da corrente racional, seguido por John
Cobb e Schubert Ogden.

TEOLOGIA EVANGÉLICA
Teologia representa um dos empreendimentos humanos costumeiramente qualificados de
"científicos", que tem por finalidade perceber um objeto (respectivamente uma área definida) como
fenômeno, compreendê-lo em seu sentido e interpretá-lo quanto ao alcance de sua existência – e
isso, dentro do caminho indicado pelo próprio objeto em questão. O termo "teologia" parece indicar
que em seu âmbito, por ser ciência específica (e muito específica), se trate de perceber, de
compreender e de interpretar a "Deus".
Mas ao termo "Deus" poderão ser atribuídos os mais variados sentidos, de forma que
necessariamente também deverá haver uma multiplicidade de teologias. Mas, há uma coisa comum
entre as mais variadas teologias, e este fato lança uma luz bastante reveladora sobre os deuses em
questão: é que cada uma delas se considera e se proclama a se mesma sendo a única correta ou ao
menos como sendo a melhor, por ser a mais correta de todas. A melhor teologia, a única teologia
correta do Deus sublime, único, verdadeiro e real é aquela que procura comprovar a se mesma pela
"demonstração do espírito e do poder". A teologia à qual queremos introduzir é a teologia
evangélica. O adjetivo aponta para o novo testamento e simultaneamente para a Reforma do séc.
XVI. A teologia da qual trataremos é a que, a partir de suas origens absconditas, latentes nos
documentos das história de Israel, veio à luz, de forma clara e inequívoca, nos escritos dos
evangelistas, dos apóstolos e profetas do novo testamento, para ser redescoberta e revivida na
Reforma do séc. XVI.
Não queremos o termo evangélico de forma confessionalista - já que evidentemente aponta para a
Bíblia – que de alguma maneira está sendo respeitada em todas as confissões. Teologia, por ser
"protestante", ainda não é necessariamente evangélica. E existe teologia evangélica no catolicismo
romano e oriental-ortodoxo, como também existe na área das inúmeras variações e mesmo das
formas degeneradas, posteriores aos evento reformatório. Teologia evangélica é aquela que
intenciona perceber, compreender e tornar manifesto o Deus do evangelho – quer dizer, o Deus que
se manifesta no evangelho, que por si mesmo fala aos homens, que age dentro deles e entre eles
da maneira por Ele mesmo indicada. Onde se realizar o evento deste Deus se tornar objeto da
ciência do homem e como tal, origem e norma da mesma – é aí que existe teologia evangélica.
A teologia evangélica raciocina com base em três premissas secundárias, que são: dialética
insolúvel do evento da existência humana, existência que vê confrontada com a auto-revelação de
Deus no evangelho; a fé de pessoas humanas que receberam o Dom e a vontade de reconhecerem
e de confessarem a auto-revelação de Deus como tendo acontecido a favor deles; e na razão, isto é,
na capacidade de percepção, de conceituação e de expressão de todos os homens, inclusive os
crentes, fato este que os capacita tecnicamente a participarem, de forma ativa, do esforço teológico-
cognitivo, realizado no confronto com Deus que se auto-revela no evangelho.
Teologia não ignora que o Deus do evangelho se acha voltado para a existência humana. A
prioridade absoluta da teologia evangélica é Deus mesmo. Teologia evangélica sabe esperar, para
verificar como a existência, a fé e a capacidade intelectual do homem, como seu ser e sua auto-
compreensão, em confronto com o Deus do evangelho, superior a existência humana, venha
revelar-se. Ela em toda a sua modéstia é ciência livre, isto é, é ciência que deixa seu assunto agir
livremente, de forma que vai sendo liberada continuamente por seu próprio objeto.
O assunto da teologia evangélica é Deus – Deus , na história de suas ações. Nela é que Ele se
manifesta a si mesmo. Mas nesta história Ele também é o que é. Nela Ele tem e prova tanto sua
existência como sua essência.
O Deus do evangelho não é nenhum Deus solitário, que bastasse a si mesmo e que fosse recluso
em si mesmo: não é nenhum Deus absoluto, isto é, não é um Deus desvinculado de tudo que não
seja Ele mesmo. O Deus do evangelho se compadece. Como em si mesmo é o Uno, na unidade de
sua vida como Pai, Filho e Espírito Santo – assim, em relação a realidade – dele distinta – Ele é
livre, de jure e de facto, de ser Deus – não ao lado do homem, mas igualmente não só acima do
homem, mas sim, junto a ele, e, antes de tudo, a favor dele: não só como seu senhor, mas também
como seu pai, seu irmão, seu amigo, seu Deus, isto é, o Deus do homem; e isto não em detrimento
ou em abandono do seu ser divino, mas antes em confirmação do mesmo.
Portanto, o Deus do evangelho é o Deus que se relaciona com o homem, que tem uma palavra
amiga, por ser palavra de graça.
Teologia evangélica, através do seu labor, responde ao gracioso sim de Deus, a sua auto-revelação
benigna e amiga ao homem. A teologia evangélica lida com o Deus do homem, mas precisamente
lida com o homem, como sendo o homem de Deus.

TEOSOFIA
No grego: theós + sóphos, (sabedoria de deus) ; inglês – theosophy; francês – théosophic; alemão –
theosophic. O termo já era usado pelos neoplatônicos para indicar o conhecimento das coisas
divinas derivadas de uma direta inspiração de Deus.
Comunicação com Deus. Conhecimento de Deus. Ciências divinas. O termo emprega-se também
para um sistema filosófico, baseado no conhecimento interiormente revelado e místico, de Deus e
das leis do universo. Os primeiros vestígios da teosofia encontram-se nos UPANISSHADS
SÂNSCRITOS, sendo, em certo sentido, a filosofia hindu teosófica. Esta especulação mística
espalhou-se também para a Pércia e foi recebida pelos árabes depois da sua conquista do Irã. Em
diversas épocas apareceram homens a imortalidade da alma e a existência de um vasto cosmos,
movidos por forças ocultas. Mostravam a instabilidade da existência material, a realidade de um
mundo oculto que de todas as partes nos cerca. Nos tempos modernos, o nome de teosofia foi dado
a uma forma de crença, defendida por Madame Blavatsky, escritora russa. A doutrina fundamental
da teosofia é que o homem tende a voltar à ordem divina de onde saiu; para conseguir isto precisa
livrar-se gradativamente dos grilhões da matéria, através do conhecimento e do domínio da ordem
natural, assim como de uma intuição ou iluminação que o leva a conhecer a divindade. Prega a
fraternidade dos homens e tolerância de todas as crenças religiosas. É panteísta e nega um Deus
pessoal e imortalidade da pessoa humana.

TOMISMO
A escola de filosofia e teologia que segue o pensamento de Tomás de Aquino. Desenvolveu-se em
várias fases e passou por períodos de apoio e descuido. A doutrina do tomismo entra nas relações
entre razão e a fé que consiste em confiar à razão o dever de demonstrar o preângulo da fé, de
esclarecer e defender os dogmas indemonstráveis e de proceder de modo relativamente autônomo
no domínio da física e da metafísica. É doutrina do caráter abstrativo do conhecimento, a qual
consiste ser absolutamente em abstrair do objeto. Doutrina da analogicidade do ser que consiste em
julgar que o termo ser referido à criatura tem um significado não identifico, mas só aparecido ou
correspondente ao ser de Deus.
O tomismo foi atacado por causa de alegados erros, em um julgamento em Paris, França em 1876.
Porém sobreviveu facilmente a isso, e cresceu em influência, nos séculos XVI, XV. A época mais
fluente do tomismo começou nos meados do século XIX. Em uma encíclica de 1879, Para Leão XIII
pediu que o catolicismo romano voltasse à filosofia tomista tradicional, virtualmente oficializando o
tomismo como a maneira como os católicos romanos devera filosofar acerca de sua fé cristã.
BIBLIOGRAFIA

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