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Lição 6
11 de agosto de 2019
A MORDOMIA DA ADORAÇÃO
TEXTO ÁUREO
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23).
VERDADE PRÁTICA
Deus procura os verdadeiros adoradores, e não as celebridades.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No Antigo Testamento só se podia oferecer culto no Tabernáculo ou no Templo. No Novo, e
do ponto de vista espiritual, Jesus Cristo aprofundou o sentido de adoração, conforme a narrativa do
evangelista declara: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Nesta lição,
veremos que, diferente do Antigo Testamento, a mordomia da adoração no Novo se realiza “em
espírito e em verdade”. Assim, a adoração não está mais centrada no ritualismo ou no simbolismo da
Antiga Aliança, mas em Cristo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6,
11 Agosto, 2019]
- O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre"
(Catecismo Maior Westminster); viver em comunhão eterna com Deus e louvar a Deus; “A fim de
sermos para louvor da sua glória” (Ef 1.12; 1Pe 2.5). É uma entrega total de vida (Corpo, Alma
e Espírito) para Deus. Na Bíblia podemos ver que através da adoração o homem pode manter um
profundo relacionamento com o Senhor. Quando adoramos a Deus estamos estabelecendo um
relacionamento entre nós e o Criador. A Bíblia diz que podemos adorá-lo com nossa vida, serviço,
culto, reverência, oração, oferta, louvor etc. Essa adoração deve ser dada apenas e
exclusivamente a Deus, sem reservas e de todo o coração (Ex 20.5; Dt 6.4,5). – Vamos pensar
maduramente a fé cristã?
I. O QUE É ADORAÇÃO
Adoração vem do latim Adorationem. No sentido etimológico significa “culto ou veneração
que se presta a uma divindade”. Para o cristão, adoração é a veneração elevada que se presta ao
Deus Único, que subsiste em três pessoas distintas na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- O termo ‘adoração’ provém do vocábulo adorare (ad oris, para a boca); gesto
reverencial de tocar com a mão direita a pessoa ou objeto sagrado e cobrir a boca com a mão
esquerda; é o ato de adorar, prestar homenagem e tributo ou fazer reverência a uma pessoa ou
a uma divindade. Adoração é atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles
feitos à imagem de Deus é “atribuir dignidade” àquele em quem vivemos, nos movemos e temos
a nossa existência (At 17.28).
1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a palavra hebraica shaha ocorre mais de
100 vezes, e significa “curvar-se diante” ou “prostrar-se diante” de Deus. Há ainda a palavra abad,
que traz os sentidos de “adorar”, “trabalhar” ou “servir” a Deus (cf. 2Rs 10.18-23). Essa é a
perspectiva de adoração da Antiga Aliança. O livro do Êxodo revela que Deus mandou Moisés, Arão,
Nadabe e Abiú, e os setenta anciãos, subirem ao monte e inclinarem-se de longe como sinal de
reverência e adoração ao Eterno (24.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019.
Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Há vários termos bíblicos que podem assumir o significado de adoração, por exemplo:
Abad (hebraico), Shachah (hebraico e aramaico). O terno hebraico shachah aparece 170 vezes
no Antigo Testamento; significa inclinar-se, cair diante de, prostrar-se, ajoelhar-se.
2. No Novo Testamento. O Novo Testamento registra o verbo grego proskuneo 59 vezes. Ela
significa “prostrar-se” ou “adorar” ou “prestar homenagem a alguém” ou “venerar” ou “ser
reverente” ou “beijar a mão”. Há também o verbo (prosekúnesa), que passou a significar “prostrar-
se como sinal de reverência”, “prestar homenagem”. Nesse sentido, a narrativa da adoração dos
magos a Jesus fundamenta a perspectiva de adoração da Nova Aliança (Mt 2.2,11). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- No grego do Novo testamento, os principais termos usados são: ‘proskuneo’ (ocorre 59
vezes) formada de pros (para) e kuneo (beijar), significa literalmente “beijar a mão ou o piso
diante de”; reverenciar ou homenagear; ato de prostrar-se aos pés; prestar homenagem ou
tributo divino (Mt 4.10, Jo 4.20-21, Hb 1.6); beijar denota contato, aproximação, relação;
‘sebomai’ (ocorre 8 vezes), formado por sebas (temor) e latreia (culto). “proskunein” (Esta
palavra, com suas variadas formas, aparece 10 vezes nos versículos de Jo 4.20-24) foi utilizada
para traduzir a palavra hebraica shachah na Septuaginta (a Bíblia grega de Paulo e o autor de
Hebreus), e também transmitia o mesmo conceito. Com este termo, Jesus anulou a validade do
culto tradicional da mulher de Sicar e seus conterrâneos samaritanos. Tanto o local como a
preocupação com o templo não tinha mais importância alguma. Enquanto a mulher argumentava
que era o monte Gerezim (local perto de Sicar onde durante séculos passados os samaritanos
adoravam e ofereciam seus sacrifícios), Jesus declarou que somente "em espírito e verdade" os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai (Jo 4.23). A salvação vem dos judeus, (provavelmente as
numerosas profecias do A. T. a seu respeito estavam sendo indicadas pelo Senhor) portanto eles
adoraram o que conheciam. A revelação do A. T. foi dada a Israel (cf. Rm 9.4). Os samaritanos,
como os atenienses (At 17.23), adoravam um deus desconhecido.
1.1. Onde adorar a Deus? Para a mulher samaritana o lugar correto de adoração era o monte
de Samaria. Mas para os judeus, era Jerusalém. Entretanto, nosso Senhor revelou claramente que
chegaria um tempo em que o essencial da adoração não seria o lugar geográfico, pois “os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo
4.23,24). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- A luz da vinda de Jesus como o Messias e o Salvador, os adoradores serão identificados,
não por um determinado santuário ou local, mas por seu culto ao Pai por meio do Filho. Com a
vinda de Cristo, as distinções anteriores entre verdadeiros e falsos adoradores baseados em
localizações desapareceram. Os verdadeiros adoradores são todos aqueles que adoram a Deus
de coração por meio do Filho em qualquer lugar (Fp 3.3). Em João 4.23,24, Jesus não está
falando de um elemento desejável na adoração, mas do que é absolutamente necessário - em
espírito e em verdade. A palavra "espírito" não se refere ao Espírito Santo, mas ao espírito
humano. Jesus está dizendo que a pessoa deve adorar não simplesmente em conformidade
externa a ritos e lugares religiosos (externamente), mas interiormente ("em espírito"), com
atitude correta do coração. A referência à "verdade" diz respeito à adoração a Deus consistente
com a Escritura revelada e centrada no "Verbo que se fez carne", que, cm última análise, revelou
o Pai (14.6).
1.2. A atitude do adorador. Além de adorar “em espírito”, o cristão deve adorar “em
verdade” (Jo 4.24). Nem todo hino ou cântico ou apresentação musical é adoração a Deus.
Atualmente, a partir da influência do chamado “movimento gospel”, as músicas têm sido usadas de
forma a exaltar “artistas” ou “levitas”. Isso é uma visão deturpada da adoração. Multidões se ajuntam
em templos, estádios ou praças, para assistirem “shows gospel”, onde a humildade e a contrição
estão longe do propósito original da adoração. Ora, a verdadeira adoração é “em espírito e em
verdade”, e para a glória de Deus. Somente Ele é o centro da adoração! [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- “A verdadeira adoração deve ser "em espírito", isto é, engajando todo o coração. A
menos que haja uma verdadeira paixão por Deus, não há adoração em espírito. Ao mesmo
tempo, a adoração deve ser "em verdade", isto é, devidamente informada. A menos que
tenhamos conhecimento do Deus que adoramos, não há adoração em verdade. Ambos são
necessários para uma adoração satisfatória e que honre a Deus. O espírito sem verdade leva a
uma experiência superficial e excessivamente emocional que pode ser comparada a estar sob a
influência da uma droga. Assim que a emoção acabar, quando o fervor esfria, o mesmo acontece
com a adoração. A verdade sem espírito pode resultar em um encontro seco e sem paixão que
pode facilmente levar a uma forma de legalismo sem alegria. A melhor combinação de ambos
os aspectos da adoração resulta em uma alegre apreciação de Deus que é bem informada pelas
Escrituras. Quanto mais conhecemos Deus, mais o apreciamos. Quanto mais o apreciamos, mais
profunda é a nossa adoração. Quanto mais profunda a nossa adoração, mais Deus é glorificado”
(GOTQUESTIONS).
- Naqueles dias, tanto os judeus quanto os samaritanos perderam o foco da verdadeira
adoração. Davam mais importância ao lugar e às cerimônias que ao estado do coração dos
adoradores. O entendimento deles era que, quem cumprisse os rituais da maneira correta estaria
bem com Deus, mesmo se não fosse feito pelas razões certas nem com sinceridade. Adorar a
Deus era apenas um ritual. Jesus voltou a centrar a atenção naquilo mais importava: o coração.
O grande mandamento é amar a Deus com tudo que somos (Mt 22.37-38). Essa é a verdadeira
adoração.
2. Com o “culto racional”. Paulo escreveu aos cristãos de Roma acerca de apresentarmo-
nos a Deus em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm 12.1). O
culto racional significa cultuar a Deus “com razão de ser”, motivados espiritualmente, portadores de
uma sinceridade profunda: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais
pertencem a Deus” (1Co 6.20). O objetivo do culto racional é este: “para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Sob a antiga aliança Deus aceitava os sacrifícios de animais mortos. Entretanto, devido
ao sacrifício final de Cristo, os sacrifícios do Antigo Testamento já não têm mais qualquer efeito
(Hb 9.11-12). Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si mesmo
completamente ao Senhor. Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não redimido do cristão
pode e deve ser rendido a ele como um instrumento de justiça (Rm 6.1,13; 8.11-13). A luz de
todas as riquezas espirituais que os cristãos desfrutam exclusivamente como o fruto das
misericórdias de Deus (Rm 11.33,36), segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua mais
elevada forma de culto. Culto racional significa adoração consciente, com amor mas também
com entendimento. No Antigo Testamento, as regras de adoração centravam muito em ações
exteriores e muitas pessoas se esqueciam que nada disso tinha valor sem um coração voltado
para Deus (Romanos 9:30-32). No Novo Testamento, a adoração começa no coração, que depois
se reflete na vida e nas ações exteriores.
III. GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS
1. Ajoelhar-se e prostrar-se. São gestos de profunda reverência diante de Deus. Salomão,
na inauguração do Templo, em Jerusalém, diante de todo o povo, se pôs de joelhos, adorando a Deus:
“Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta súplica, estando de
joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do Senhor” (1Rs 8.54).
Jesus prostrou-se diante do Pai em súplica (Mt 26.39). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Proskyneo significando “prostrar-se”, “prestar homenagem a alguém”, “venerar”,
“beijar a mão”, “fazer reverência a”, “adorar”,(Mt 2.2,8,11; 4.9; Mc 5.6; 15.19; Lc 4.7,8; Jo
4.20-22 etc). Essas palavras são constantemente traduzidas pela palavra “adoração”, denotando
o valor daquele que recebe honra ou devoção especial.'' (PFEIFFER, p. 31). Adorar envolve mais
do que palavras e pensamentos; envolve todo o nosso ser, nossas atitudes.
3. Glorificar a Deus. Ao longo das Escrituras Sagradas, aprendemos que devemos glorificar a
Deus com a inteireza do nosso ser (1Ts 5.23). Ora, se nós somos templo do Espírito Santo, significa
que Ele habita em nós, logo. Deus não aceita nada menos que o todo do nosso ser, isto é, “vosso
corpo” e “vosso espírito” (1Co 6.19,20). O salmista lembra-nos de que a nossa adoração deve ser
expressa da seguinte maneira: “Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos”
(Sl 50.14). A Palavra de Deus nos ensina que quem oferece sacrifício de louvor a Deus, o glorifica (Sl
50.23). É um privilégio glorificar a Deus e apresentar-nos diante dEle. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Tendo concluído todas as exortações iniciadas em 1Ts 4.1 e, especificamente, as dos
versículos 16-22, a bênção final de Paulo reconheceu a fonte para obedecê-las e cumpri-las
todas. Não é possível ser santificado em todas essas maneiras com a força humana (Zc 4.6; 1Co
2.4-5; Ef 3.20-21; Cl 1.29). Somente o "próprio” Deus (Rm 15.33; 16.20; Fp 4.9; Hb 13.20) pode
separar-nos do pecado para a santidade "em tudo". O corpo do cristão pertence ao Senhor, é um
membro de Cristo e templo do Espírito Santo. Todo ato de fornicação, adultério ou qualquer
outro pecado é cometido pelo cristão no santuário, o Santo dos Santos, onde Deus habita. No
Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por ano, e somente após uma
extensiva limpeza, caso contrário ele seria morto (Lv 16). Fomos adquiridos pelo precioso sangue
de Cristo , por esta razão, o propósito supremo do cristão é adorar a Deus – “Portanto, quer
comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co
10.31). A liberdade cristã, bem como o comportamento mais comum, é ser conduzido de maneira
a honrar a Deus (Ez.36.23). Oferecer a Deus sacrifícios de ações de graças é o sacrifício que
sempre o agrada (Sl 51.17; Hb 13.15).
CONCLUSÃO
Na mordomia da adoração, precisamos saber que Deus não vê apenas o gesto exterior como
expressão de louvor, mas também a motivação do coração (1Sm 16.7). Oremos como Davi orou:
“Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe
entendes o meu pensamento” (Sl 139.1,2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre
2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- “o SENHOR vê o coração...” O conceito hebraico de "coração" incorpora as emoções, a
vontade, o intelecto e os desejos. A vida de um homem irá refletir o seu coração (Mt 12.34-15).
Em meio ao formalismo no culto ao Senhor, o salmista conclama seu povo: “Oferece a Deus
sacrifícios de ações de graças e cumpre os teus votos para com o Altíssimo” (Sl 50.14).
Comprometa-se com Deus! Aí, sim, a maravilhosa e conhecida promessa do Salmo 50 repousará
sobre os que adoram a Deus: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás”.