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(ADULTOS) Lição 9: O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

ANO 11 | Nr 1.371 | 2020


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LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS – 1º Trimestre de 2020
Título: A Raça Humana: Origem, Doutrina e Redenção. Comentário: Claudionor de Andrade

LIÇÃO 09
1º de Março de 2020
O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

TEXTO ÁUREO
“Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a terra
e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra” (Gn 11.9).
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VERDADE PRÁTICA
O globalismo afronta os propósitos de Deus quanto ao povoamento e ao governo da Terra.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 11.1-9

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Hoje, estudaremos a primeira iniciativa de se globalizar a Terra. Essa apostasia teve lugar em
Sinear, na Mesopotâmia. Ali, homens ímpios e dissolutos incitaram a descendência de Noé a
aglomerar-se num só lugar, sob um único governante. Foi assim que nasceu o globalismo: uma
doutrina contrária ao propósito divino quanto à povoação e ao governo da Terra. Em seguida,
veremos como se deu a intervenção do Senhor naquele projeto insano. Num único ato, Deus
confundiu a língua dos filhos de Noé, e os espalhou pelos mais remotos continentes e ilhas.
Finalmente, constataremos como o Senhor deu início à linhagem piedosa de Israel, chamando o
patriarca Abraão a viver pela fé. Que Deus nos ajude a compreender mais esta lição extraída de sua
maravilhosa e insondável Palavra. Seja-lhe tributada toda a glória. Amém! [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Nesta lição, o enfoque sobre o tema globalismo, baseado no episódio de Babel, no entanto,
convido o leitor a pensar maduramente a fé cristã. A ordem clara de Deus aos homens era para
que se espalhassem por toda a terra. A recém recriada humanidade formada depois do dilúvio
foi rebelde a essa ordem divina. Se não fossem espalhados por toda a terra, muito
provavelmente a humanidade não teria chegado até nossos dias. A ideia de construir uma
cidade e uma "torre cujo cume toque nos céus" é uma clara demonstração de rebelião do homem
que tenta se colocar no lugar de Deus. O autor dessa rebelião foi Ninrode.
- Dos filhos de Noé, Sem foi o primeiro mencionado, ocupando o lugar da liderança e destaque
nos planos divinos para os povos. Os semitas seriam os líderes espirituais dos homens. Os
escolhidos de Deus dentro dessa linhagem ensinariam a religião de Jeová ao mundo. Sabemos
que o Messias devia vir através dos descendentes de Sem. Vamos pensar maduramente a fé
cristã?
I -A SEGUNDA CIVILIZAÇÃO HUMANA
Neste tópico, veremos que, após o Dilúvio, o Senhor firmou uma nova aliança com Noé. E, assim,
o patriarca deu início à segunda civilização humana. Todavia, o seu filho mais novo, rebelando-se,
inaugurou outro período de decadência e menosprezo em relação aos mandamentos divinos.

1. A apostasia de Cam e de Canaã. O episódio da vinha de Noé acabou por revelar a irreverência
de Cam, o seu filho caçula, e a maldade de seu neto, Canaã (Gn 9.20-29). Tinha início, ali, uma
apostasia que, se não fosse a interferência divina, comprometeria a ordem de povoar a Terra. Assim
como a cultura caimita induzira os filhos de Sete ao pecado, o modo de vida de Cam e de seu filho,
Canaã, pôs-se a influenciar a descendência de Sem e de Jafé ao pecado e à iniquidade (1Co
15.33). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Apostasia, do hebraico “‫ ” המרד‬literalmente = A rebelião. (rabino J. de Oliveira). Em grego
antigo (a·po·sta·sí·a) deriva do verbo a·fí·ste·mi, que significa literalmente “apartar-se de”. No
âmbito político grego era como “arrastar pessoas”. O substantivo grego tem o sentido de
“deserção, abandono ou rebeldia”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, é usado primariamente com
respeito à defecção religiosa; um afastamento ou abandono da verdadeira causa, adoração e
serviço de Deus, e, portanto, o abandono daquilo que a pessoa antes professava e uma
deserção total de princípios ou da fé. (fonte: Estudo Perspicaz das Escrituras, Vol. 1). Sendo
assim, é correto chamar o pecado de Cam e de Canaã como apostasia?
- Noé possivelmente despiu-se porque fazia muito calor ou se expôs involuntariamente por
causa de sua embriaguez. Não há fundamento suficiente para a idéia de que alguma atividade
perversa, além de ver a nudez, ocorreu. Porém, claramente a implicação é que Cam olhou com
algum pensamento pecaminoso, mesmo que por um momento, antes falar com seus irmãos.
Talvez ele tivesse ficado feliz em ver a dignidade e a autoridade de seu pai serem diminuídas
a um ponto tão frágil. Pensou que os seus irmãos talvez compartilhassem dos seus sentimentos,
por isso lhes deu a notícia com entusiasmo. Eles, no entanto, não compartilharam da atitude de
Cam (v. 23). Obdserve que, quem viu a nudes de Noé foi Cam, mas foi sobre Canaã que a
maldição recaiu! Essa mudança de enfoque de Cam para seu filho Canaã estabeleceu a
legitimação histórica para a futura conquista dos cananeus pelos israelitas. Esse era o povo
contra quem Israel teve que lutar pouco depois que Moisés leu essa passagem. Aqui Deus deu
a base teológica para a conquista de Canaã. Os descendentes de Cam receberam a sentença de
juízo pelos pecados do seu progenitor. Em 10.15-20, os descendentes de Canaã são retratados
como os habitantes primitivos da terra posteriormente prometida a Abraão. Os povos
conquistados eram chamados de servos, mesmo que não fossem escravos domésticos ou
particulares. Sem, antecessor de Israel, e os outros "semitas" seriam os senhores dos
descendentes de Cam, os cananeus. Cam daria a terra a Sem.
- “O termo nudez é usado nesse texto basicamente com o sentido de “estar exposto” e o verbo
“ver” deve ser tomado em seu sentido próprio. Assim, a expressão “vendo a nudez do pai”,
deve ser entendida em seu sentido óbvio e original, sem qualquer indicação de que existe uma
mensagem oculta nas entrelinhas do texto. Cam encontrou seu pai desnudo na tenda, achou
graça do episódio, e ridicularizou o pai na presença de seus irmãos.
O hebraico possui pelo menos três termos para nudez, procedente do verbo ‘ûr (estar exposta
à vista das pessoas; ser desnudado): ‘erôm (adjetivo, nu; substantivo, nudez); ‘ârôm (nu) e
ma‘adrom (nu), qualquer um desses termos significa a mesma coisa, exceto quando o uso é
figurado para descrever a opressão (Jó 24.7, 10; Is 58.7), ou mesmo a pobreza ou falta de
recursos como em Jó 1.21. Um outro sentido é descrever a nudez tanto espiritual quanto física
(Gn 3.7, 10,11), e até mesmo de que o sheol está desnudo diante de Deus (Jó 26.6; Sl 139.7),
mas jamais o vocábulo é usado como eufemismo para o ato homossexual. O sentido primário
é a condição de estar exposto, estar desnudo à vista das pessoas. Uma questão especial é o
caso primevo de que Adão e sua esposa estavam nus diante de Deus na condição tanto física
quanto espiritual. No sentido espiritual estavam conscientes de sua culpa e incapaz de
escondê-la do Criador.
A posição exegética de que o pecado de Cam e Canaã tenha sido contemplar de modo
desrespeitoso a nudez do pai, encontra sua confirmação no versículo 25 que atesta que Sem e
Jafé, para não recair no mesmo erro: “tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios
ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a
vissem”. O contexto de Deuteronômio 27.16 reforça simetricamente o conceito expendido:
“Maldito quem desonrar o seu pai ou a sua mãe”. Lembremos que na antiga sociedade
hebraica, ver a nudez de pai ou mãe era considerado uma calamidade social grave, e um filho
ou filha ver tal nudez propositadamente era um lapso sério da moralidade entre pais e filhos.
Portanto, Cam errou gravemente, de acordo com os padrões de sua época. E não somente
errou pessoalmente, mas também correu até seus irmãos, fazendo do incidente um motivo de
zombaria.
Ao contrário de Cam e Canaã, Sem e Jafé evitaram cuidadosamente de incidir no mesmo
equívoco de seu irmão e sobrinho (v.23). Ao despertar do sono e recuperar-se da embriaguez,
Noé toma conhecimento dos atos de seus filhos, e seguindo a tradição do seu tempo pronuncia
maldições e bênçãos segundo o agir de cada um deles.
a) A maldição sobre Canaã
Acredita-se que para que a maldição recaísse sobre Canaã, ele tenha participado de alguma
forma do desrespeitoso ato de seu pai Cam. Das 63 ocorrências do termo arar (maldição) no
Antigo Testamento, o verbo ocorre por 12 vezes como antônimo do verbo abençoar (barak), e
um desses casos é o versículo 25 do texto em apreço. Seguindo os conceitos anteriores (Gn
3.14, 17; 4.11), o sentido primário é de que Canaã e sua descendência estariam banidos,
cercados de obstáculos e sem forças para resistirem seus inimigos tornando-se escravos dos
escravos (ebed ‘abadîm). Devemos notar, contudo, que embora Cam tivesse outros filhos além
de Canaã (Cuxe, Mizraim e Pute – Gn 10.6), a maldição foi especificamente para Canaã e
seus descendentes, isto é, os cananeus da Palestina, e não Cuxe e Pute, que provavelmente se
tornaram os ancestrais dos etíopes e dos povos negros da África. O cumprimento dessa
maldição fez-se à época da vitória de Josué (1400 a.C.) e também na conquista da Fenícia e
dos demais povos cananeus pelos persas. Por fim, não se trata de uma maldição dirigida aos
negros africanos como costuma afirmar certos intérpretes. Os canaanitas foram totalmente
extintos segundo a posição de vários biblistas e historiadores.” (ensinopentecostal)
2. O enfraquecimento da doutrina de Noé. Com a multiplicação de seus filhos, Noé começa a
perder o controle espiritual e moral sobre estes; sua doutrina já não era seguida como antes. Haja
vista que, Cam, seu filho, viu a nudez de seu pai, e propagou-a a seus dois irmãos, um desrespeito
à dignidade de Noé (Gn 9.20-24). Sim, faltou muito pouco para que esta nova civilização tivesse o
mesmo destino da anterior. Além do mais, Noé não estaria para sempre com os seus descendentes,
a fim de refrear-lhes os excessos e desatinos (Gn 9.29). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- “A morte de Noé foi o fim de uma era. Somente ele e sua família viveram em dois mundos
diferentes: uma terra antes do Dilúvio e depois deste. A longa vida de Noé (950 anos) deu-lhe
oportunidade de transmitir a seus muitos descendentes a dramática história que havia vivido
com a sua família. Pessoas de diferentes culturas e muitos lugares do mundo conhecem
histórias de uma grande enchente no passado. Os detalhes de cada uma podem ser diferentes,
mas o tema central é único e permanece.” (bibliotecabiblica).
- Com todo o respeito que o nobre comentarista da lição merece, o velho Noé não conseguiria
reter a maldade de seus descendentes, nem que se mantivesse vivo pelo dobro de anos que
viveu; Não foi somente a maldição de Noé que determinou a culpa deles, pois Deus disse a
Abrão que a medida da iniqüidade dos amorreus precisava se encher antes que os seus
descendentes pudessem ocupar a Terra Prometida (15.16). Note, ainda, que estes povos que
descendem de Noé através de Cam, não apenas são povos amaldiçoados em decorrência da
maldição pela exposição da nudez de Noé embriagado, mas também eram os povos que
possuíam a Terra Prometida, que Israel, como nação, precisava conquistar. Moisés precisava
dar um ‘lastro’ histórico ‘motivacional’ para que o povo se encorajasse na conquista.
3. O descaso para com o mandamento divino. Apesar de sua prodigiosa multiplicação, os filhos
de Noé ignoraram a ordem divina quanto à povoação da Terra (Gn 9.7). Ao invés de se espalharem,
aglomeraram-se desobedientemente num só lugar. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020.
Lição 9, 1º Março, 2020]
- Os filhos de Noé não demorou muito, esqueceram das instruções de seu pai, e mesmo tendo
Deus reafirmado aos seres humanos a ordem para serem ‘fecundos, multiplicarem-se e
encherem a terra’ (Gn 9.7), este em atrevida rebeldia aglomeram-se em desobediência. Os
acontecimentos do presente relato ocorreram enquanto eles se dispersavam, e ao encontrarem
uma planície fértil, anteviram um lugar para se fixarem e se tornarem inexpugnáveis, sob o
comando do poderoso Ninrode.
II. O GLOBALISMO DE BABEL
Naquele estágio, a civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores, para criar uma
sociedade ímpia e globalista: uma só língua, um só povo e uma só cultura. Levemos em conta,
igualmente, a ascensão de Ninrode e a tecnologia já acumulada para se construir a cidade e a torre
de Babel.

1. Uma só língua e um só povo. Até aquele momento, como já vimos, a humanidade falava um só
idioma e constituía-se num único povo (Gn 11.1). Pelo que inferimos do texto sagrado, não havia
sequer dialetos ou sotaques; a unidade linguística era absoluta. Aliás, o mesmo se pode dizer de sua
cultura. O problema não era a unidade, mas a unificação que se estava formando. Certamente, o
Anticristo se aproveitará de uma situação semelhante, a fim de implantar o seu reino logo após o
arrebatamento da Igreja (Ap 13.6-8). A ordem de Jesus é que o Evangelho não se concentre em
Jerusalém, mas que alcance os confins da Terra (At 1.8). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Se considerarmos a definição do termo ‘globalismo’, talvez não tenhamos nesse episódio algo
que possamos, sequer, dizer que foi parecido. Talvez encontremos um paralelo com o
‘nacionalismo’ [salvaguarda dos interesses e exaltação dos valores nacionais. Sentimento de
pertencer a um grupo por vínculos raciais, linguísticos e históricos que reivindica o direito de
formar uma nação autônoma].
- Deus, que fez o ser humano a única criatura capaz de falar (Gn 1.28), reiteraria o dom da
linguagem e usaria a mesma para dividir a humanidade porque a adoração apóstata em Babel
indicava que o ser humano se revoltara orgulhosamente contra Deus (11.8-9). Assim, devemos
compreender que, O problema não era a unidade, mas a unificação que se estava formando o povo
enquanto se espalhava, decidiu parar e edificar uma cidade como monumento ao seu orgulho e
para se tornarem famosos. A causa não foi a unificação ou unidade, mas o orgulho obstinado
que contaminava o coração daqueles homens! A torre, mesmo fazendo parte de um plano, não
foi o único ato de rebelião. Foi o orgulho humano que levou essas pessoas a provocar Deus.
Eles estavam se recusando a prosseguir caminho, ou seja, espalhar-se para encher a terra
conforme tinham sido instruídos. Na verdade, essa foi a tentativa de Ninrode [descrito como
um poderoso caçador diante da face do Senhor (v. 9). E o princípio do seu reino foi Babel, e
Ereque, e Acode, e Calné, na terra de Sinar. Desta mesma terra saiu ele à Assíria e edificou a
Nínive, e Reobote-Ir, e Cala. O profeta Miquéias mais tarde descreveria a região da Assíria,
que sofreria julgamento de Deus, como a terra de Nínrode (Mq 5.6)] e do povo de desobedecer
ao mandamento de Deus dado em Gn 9.1, e assim derrotar o conselho do céu.
2. A construção de Babel. Os filhos de Noé não eram ignorantes nem careciam de tecnologia, pois
haviam sido capazes de executar o projeto da arca (Gn 6.14-16). E, de tal forma a construíram, que
o grande barco resistiu aos ímpetos do Dilúvio. Por conseguinte, a construção de uma cidade, em
cujo epicentro havia um arranha-céu, era apenas uma questão de tempo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Sobre o fato de poderem ter construído a arca de maneira que suportou o dilúvio, certamente
é um vislumbre do avanço tecnológico alcançado por aquele povo primevo. No entanto, não
podemos esquecer que foi Deus quem projetou aquela arca, Noé apenas construiu o que lhe foi
entregue!
- Ao chegarem na terra de Sinar, uma região da antiga Babilônia, na Mesopotâmia (Gn 10.10),
tiveram que fazer tijolos porque não havia pedras na região. A utilização de enormes pedras,
pesando várias toneladas, veio mais tarde. Aquela torre de fato era alta, no entanto, há aqui
evidentemente, uma hipérbole, eles não intentavam de fato atingir a habitação de Deus. Eles
queriam que a alta torre fosse um momento alusivo às suas habilidades, que enaltecesse a sua
fama. No empreendimento, eles desobedeceram a Deus e tentaram roubar a glória que pertencia
a ele. Motivadas pelo orgulho e pela arrogância, essas pessoas pretendiam, com a edificação
da torre, fazer com que seus nomes ficassem famosos; temiam ser dispersas, pelas
circunstâncias ou pelo Senhor, e não alcançar a grandiosidade de sua ambição.

III. A INTERVENÇÃO DE DEUS EM BABEL


Para salvar a humanidade de si mesma, Deus interveio, confundindo-lhe a língua. Em seguida,
dispersou os descendentes de Noé, para que povoassem as mais distantes ilhas e continentes. Em
seguida, o Senhor chamou Abraão para ser o pai, na fé, de todas as famílias da Terra.

1. A confusão das línguas. Visando colocar um ponto final naquele projeto, o Senhor Deus desce
à Terra, e, ali, em Sinear, confunde a língua daquela civilização (Gn 11.5-7). Desentendendo-se, os
filhos de Noé reagrupam-se de acordo com sua nova realidade linguística, e espalham-se por toda a
terra. A rebelião daqueles homens fora realmente grande. Mas como Deus havia prometido não mais
destruir a humanidade (Gn 9.11), decide espalhá-la para que os homens, separados uns dos outros,
tivessem mais oportunidade de sobreviver numa terra contaminada pela apostasia. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Esclareço que, Gn 11.5 “Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos
homens edificavam”, é um modo de falar da onisciência de Deus (Gn 18.21). Não era necessário
que Deus, de alguma forma, precisasse descer à terra para ver ou saber o que se passava.
- é interessante notar, ainda, que Deus tem suas formas de punir a humanidade corrompida,
mas pior for forma é entregar o homem ao seu próprio coração. Isso mais uma vez se evidencia
aqui, quando vemos que o Senhor se mostra preocupado com a potencialidade da humanidade
de tornar-se tão pervertida quanto era antes do Dilúvio. O Criador, em Sua infinita misericórdia,
toma providências para que isto não acontecesse. Então, o ato de espalhar os homens pela terra
foi sim um ato de amor e de misericórdia, impedindo que aquela segunda recriação também se
perdesse em nulidade como a primeira. Há três grandes julgamentos de pecados cometidos pela
humanidade na primeira parte de Gênesis (Gn 1—11). O primeiro é a expulsão do Éden (Gn
3); o segundo é o Dilúvio (Gn 6—9), e o terceiro é a dispersão das pessoas de Babel (Lc 1.51).
- Quanto ao fato de que Deus havia prometido não mais destruir a humanidade note que a
afirmativa não é verdadeira, isso sob a luz de 1Pe 3.10-11; Ap 20.9 e 21.1. A promessa
específica dessa aliança com Noé, foi de nunca mais destruir o mundo pela água, qualificada
pelo meio (água) descrito, pois Deus prometeu destruir a terra um dia por meio do fogo, como
se depreende dos textos já citados.
- Pelo fato de se recusarem encher a terra como Deus lhes havia ordenado, ele confundiu a
língua que até ali era a mesma para todos eles, de modo que tiveram que se separar e fixarem
regiões onde a sua própria língua era falada.
2. O efetivo povoamento da Terra. Sabemos que Deus forçou os descendentes de Noé aos confins
do mundo (Gn 11.9). Caso isso não tivesse acontecido, aquela geração teria o mesmo destino dos
pré-diluvianos. Assim como aquela geração chegou aos confins do mundo, o Senhor Jesus ordena-nos
a levar o Evangelho até que todos os povos e nações venham a ouvir as Boas Novas (Mt 28.18-20).
Quando isso acontecer, então virá o fim (Mt 24.14). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020.
Lição 9, 1º Março, 2020]
- Veja aqui a Origem dos Povos.
- Foi a partir do relato de Gn 11.9 que Israel compreendeu não somente como tantas nações,
povos e línguas chegaram à existência, mas também as origens rebeldes do seu inimigo
arquetípico, a Babilônia (Gn 10.5, 20, 31).
3. A eleição de Sem. A história de Abraão começa logo após a dispersão de Babel (Gn 11.26-30).
Com a eleição de Sem, delineia-se mais claramente o período messiânico, que haveria de culminar
em Jesus Cristo, o Filho de Deus (Gn 9.26; Lc 3.23-38). Em sua infinita sabedoria, fez o Senhor duas
coisas por ocasião da torre de Babel: dispersou os filhos de Noé e, em seguida, chamou Abraão, para
dar continuidade à linhagem messiânica, da qual sairia Jesus, o Cristo, Verdadeiro Homem e
Verdadeiro Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março, 2020]
- Aqui é importante frisar que Noé amaldiçoa o filho mais novo de Cam, Canaã, e a usa para
fazer uma predição sobre a prosperidade dele. Basicamente a predição é que os cananitas
eventualmente seriam subjugados pelos descendentes de Sem e Jafé. Em Gn 10.6 diz que “Os
filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.”; e do verso 15 ao 20 diz: “Canaã gerou a Sidom,
seu primogênito, e a Hete, 16e aos jebuseus, aos amorreus, aos gírgaseus, 17aos heveus, aos
arqueus, aos sineus, 18aos arvadeus, aos zemareus e aos hamateus; e depois se espalharam as
famílias dos cananeus. 19E o limite dos cananeus foi desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza,
indo para Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa. 20São estes os filhos de Cam, segundo
as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações”. Assim, não é
correto afirmar que a maldição de Noé recai sobre os Africanos, já que o enfoque da narrativa
é sobre os ancestrais cananeus. Ora, em termos gerais, Cuxe é provavelmente o ancestral dos
povos da Etiópia; Mizraim é o ancestral dos egípcios; e Pute é o ancestral dos povos do norte
da África, os líbios. Todos os povos citados em Gênesis 10.15–18 eram habitantes de Canaã e
proximidades, não da África. E a predição de Noé se tornou verdade quando as nações
cananitas foram expulsas pelos israelitas por causa de sua perversidade (Dt 9.4–5). Então a
maldição não recai sobre os povos africanos, mas sobre os cananitas!
- Ao descrever a genealogia de Sem, Israel aprendeu como a geração que aquela geração que
sobreviveu ao dilúvio estava relacionada ao próprio pai deles, Abrão (v. 26), mais tarde
conhecido como Abraão (Gn 17.5). em Gênesis 12, Deus coloca em ação um grande plano
redentor para todas as nações, para resgatá-las dessa e de qualquer outra maldição de pecado e
julgamento. Abrão foi chamado para abençoar todas as nações: “Abençoarei os que te
abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da
terra”. Notadamente, “Todas as famílias da terra” inclui também as famílias cananitas! Então
o que vemos é que, com Abraão, Deus está colocando em ação um plano de redenção que
derruba cada maldição sobre qualquer pessoa que recebe a bênção de Abraão, a saber, o perdão
e a aceitação de Deus que vem através de Jesus Cristo, a semente de Abraão (Gl 3.13–14).
CONCLUSÃO
A fim de preservar a sua obra, o Senhor Deus promulgou duas ordenanças quanto à sua criação. Em
primeiro lugar, a povoação de toda a Terra (Gn 9.7). E, por último, a Grande Comissão, através de
Jesus Cristo: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.
Amém!” (Mt 28.18-20). Contra o globalismo, cuja missão é submeter o mundo aos caprichos de
Satanás, só mesmo a obediência aos termos da Grande Comissão. Evangelização e missões, já.
Maranata, ora vem, Senhor Jesus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2020. Lição 9, 1º Março,
2020]
- Concluindo, de fato, assim como a expulsão do primeiro casal do Éden foi um ato de amor e
misericórdia de Deus, a fim de que o homem caído e propenso ao mal não tomasse do fruto da
árvore da vida e vivesse eternamente nesse estado caído, Babel trouxe à tona mais uma vez
esse ato bondoso do Criador, a fim de que aquela humanidade recém-recriada não fosse
destruída! Interessante, não? Geralmente pensamos nesses dois fatos como punitivos, quando
na verdade não o são! Quanto à Grande Comissão, é a ordem que Jesus deu para ir e fazer
discípulos em todo o mundo. A Grande Comissão é uma ordem para todos os crentes. Não foi
dada para combater o globalismo, nem as trevas, ou os caprichos de Satanás. A Grande
Comissão é uma obra evangelizadora e discipuladora. Ela objetiva implantar o reino de Deus
fazê-lo expandir-se pelos confins da terra! Não é uma guerra entre dois reinos, ou entre
ideologias! É uma missão gratificante que ‘pesa’ sobre nós, nos tornando cooperadores na obra
do Reino, a fim de ‘apressarmos’ a volta do Rei! Somos enviados ao mundo levando a
mensagem gloriosa de que o Pai enviou o Filho para ser o Salvador do mundo, e, com esse
propósito, fazer expiação pelos nossos pecados e nos dar a vida eterna (1Jo 4.9-10, 14). Na
verdade, ele mesmo disse que havia vindo para “buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10). Assim,
nossa motivação para Missões não pode ser Contra o globalismo, cuja missão é submeter o mundo
aos caprichos de Satanás, mas a oração: Maranata! – Ora, vem Senhor Jesus!
Pb Francisco Barbosa

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