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ELETROTÉCNICA GERAL
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15. LUMINOTÉCNICA

No início dos tempos, o homem vivia entre o medo da noite e a sua sobrevivência.
Depois de dominar o fogo, além de ganhar um poderoso aliado contra seus inimigos na-
turais - as feras e o frio - nossos ancestrais passaram a usar parte da noite agora ilumi-
nada pelas fogueiras e tochas, para algumas atividades de artesanato e principalmente
para o convívio.
Podemos até dizer que todo desenvolvimento da espécie humana e de seu cére-
bro privilegiado foi ofuscado pela conquista do fogo e da luz. Durante milhares de anos,
estamos desenvolvendo métodos e conceitos para o melhor aproveitamento da luz solar
e o melhor rendimento para a luz artificial, sempre visando o contorto visual e os exercí-
cios das atividades relacionadas ao ambiente. Outro aspecto fundamental é a utilização
da luz para destacar e embelezar construções. A arquitetura religiosa usou e abusou dos
efeitos gerados pela luz solar para criar atmosferas místicas e mágicas dentro dos seus
templos.
Neste caso a função da luz não era apenas iluminar, mas sim criar emoções, tanto
religiosas nas igrejas como estéticas nos palácios.
Hoje, ao iluminarmos nossas residências, ainda temos as mesmas preocupações
como: ter uma boa luz para as atividades que fazemos em cada ambiente, os deixando
mais bonito e agradáveis, além de destacar detalhes da arquitetura, objetos de arte e
quadros. Ao considerarmos conceitos básicos de iluminação, promovemos à nossa casa
ambiente belo e mais aconchegante, além de economizarmos em energia elétrica.

15.1 FUNDAMENTOS

Chamamos radiação a emissão ou transporte de energia sob a forma de ondas


eletromagnéticas ou de partículas. Pode ser imaginada como uma onda eletromagnética
que atravessa o vácuo em linhas retas, a uma velocidade próxima a 300 x 103 km/s, sen-
do que quando atravessa um meio material (por exemplo, ar ou vidro) a velocidade de
propagação é reduzida em função do índice de propagação do mesmo.
Para cada tipo de onda, a velocidade de propagação, c , é igual ao produto do
comprimento de onda, , pela freqüência, f , isto é:

c=λ⋅ f

O fluxo (ou potencia) radiante é a potência emitida, transferida ou recebida em


forma de radiação, sendo medido em W (watts).
A luz (ou "radiação visível") pode ser definida como a radiação eletromagnética
capaz de produzir uma sensação visual. É a radiação eletromagnética compreendida
numa faixa de comprimentos de onda cujos limites, ainda não perfeitamente definidos,
são geralmente considerados entre 380 e 400 nanômetros, como limite inferior, e 760 e
780 nanômetros, como limite superior.

Nota: 1 nanômetro = 1 nm = 10-9 m

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O espectro visível pode ser dividido em um certo número de faixas, cada uma
causando no olho humano uma impressão de cor. São elas:

380 a 436 nm - violeta


436 a 495 nm - azul
495 a 566 nm - verde
566 a 589 nm - amarelo
589 a 627 nm - laranja
627 a 780 nm - vermelho

As radiações eletromagnéticas com comprimentos de onda abaixo do violeta e a-


cima do vermelho do espectro visível, são chamadas, respectivamente, de radiações ul-
travioleta e infravermelha. Via de regra, suas faixas são consideradas iguais a:

ultravioleta - 100 a 400 nm


infravermelha - 780 nm e 1 mm

Nota: Os prefixos "ultra" e "infra" referem-se à freqüência.

Fluxo luminoso ( ) é entendido como a quantidade total de luz emitida por se-
gundo por uma fonte luminosa, sendo medido em lúmens ( Im ); 1 Im corresponde à
quantidade de luz produzida em 1 segundo por uma radiação eletromagnética com
λ = 555 nm e fluxo radiante 1/680 W

Eficiência Energética (de uma radiação) é a razão do fluxo luminoso para o fluxo
radiante correspondente. O termo "eficiência" foi adotado para indicar a qualidade de
uma radiação de ser eficaz quanto à possibilidade de produzir uma sensação luminosa.
Para as lâmpadas (elétricas) é dada pela razão do fluxo luminoso produzido para a po-
tência elétrica consumida, sendo indicada em Im/W.

Intensidade Luminosa ( I ), de uma fonte numa direção dada, é o limite da razão


do fluxo luminoso no interior de um ângulo sólido cujo eixo é a direção considerada, para
esse ângulo sólido quando tende para zero. É medida em candelas ( cd ), sendo que 1
cd corresponde à intensidade luminosa de uma fonte esférica com emissão uniforme em
todas as direções, que emite um fluxo total de 12,56 Im.

Nota: Ângulo sólido é o angulo subentendido no


centro de uma esfera por uma área na sua su-
perfície.

Iluminância ( E ), é medida em lux ( Ix ), é o fluxo luminoso que incide sobre uma


superfície situada a uma certa distância da fonte. Ela é a relação entre intensidade lumi-
nosa e o quadrado da distância.(Tabela I)

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Tabela I - Iluminâncias recomendadas pela NBR 5413

ATIVIDADE Em (lx) ATIVIDADE Em (lx)

Depósito 200 Circulação / Corredor / Escadas 150

Garagem 150 Residências (cômodos gerais) 150

Sala de Leitura (bibliotecas) 500 Sala de Aula (escola) 300

Sala de Espera 100 Escritórios 500

Sala de Desenho (arquit. e eng.) 1.000 Editoras (impressoras) 1.000

Lojas (vitrines) 1 .000 Lojas (sala de vendas) 500

Padarias (sala de preparação) 200 Lavanderias 200

Restaurantes (geral) 150 Laboratórios 500

Museus (geral) 100


Indústria I Montagem
500
(ativ. visual de precisão média)
Indústria / Inspeção
1.000
(ativ. de controle de qualidade)
Indústria / Soldagem
2.000
(ativ. de muita precisão)
Indústria (geral) 200
Nota: Exemplificação da Norma NBR 5413.
Os valores são fornecidos para observadores com idade entre 40 e 55
anos, praticando tarefas que demandam velocidade e precisão médias.

Luminária é um aparelho que distribui, filtra ou converte a luz emitida por uma ou
mais lâmpadas, e que contém todos os dispositivos necessários para fixar e proteger
essas lâmpadas, e para ligá-las ao circuito de alimentação.
São considerados requisitos básicos de uma luminária:

proporcionar suporte e conexão elétrica para a(s) lâmpada(s);


controlar e distribuir o fluxo luminoso proveniente da(s) lâmpada(s);
manter a temperatura de operação da(s) lâmpada(s) dentro de limites prefixados;
permitir uma instalação fácil da(s) lâmpada(s) e de outros equipamentos (se for o
caso);
permitir fácil manutenção;
ser adequada ao ambiente, quanto à aparência e quanto às influências externas;
se metálica, permitir fácil ligação do condutor de proteção;
absorver o mínimo de fluxo luminoso produzido pela(s) lâmpada(s).

Parte do fluxo luminoso emitido por uma lâmpada é absorvida pela luminária e
não contribui para a iluminação do ambiente. O fluxo restante é irradiado parcialmente
para cima e parcialmente para baixo, ou seja, por cima e por baixo do nível de um plano
horizontal que passa pelo centro da luminária, como mostra a figura.

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A parte da luz irradiada diretamente para o plano de trabalho é a que mais contri-
bui para a iluminância. Apenas uma parte limitada da luz irradiada para o teto e paredes
atinge esse plano, muitas vezes após várias reflexões. O fator de utilização ( )éa
razão do fluxo útil, isto é, aquele que incide efetivamente sobre o plano de trabalho, para
o fluxo total emitido.

Distribuição do fluxo luminoso da


lâmpada, sendo 1 a parte que
incide diretamente no plano de
trabalho, 2 a que incide sobre a
parede por baixo da luminária, 3
a que incide sobre a parede por
cima da luminária e 4 a parte do
fluxo que incide sobre o teto.

O fator de utilização depende:

da distribuição de luz da luminária;


do rendimento da luminária, entendido como a razão do fluxo emitido para a soma
dos fluxos (individuais) das lâmpadas;
da reflexão do teto, paredes e plana de trabalho (ou piso);
do fator do local ( K ), função das dimensões do ambiente e definido por:

a.b
K=
hm (a + b )

onde:

a = comprimento do local;
b = largura do local;
hm = altura de montagem da luminária (distância da fonte de luz ao plano de
trabalho)

da distribuição das luminárias no ambiente.

O fator de depreciação ( d ) pode ser definido como a razão do iluminamento


médio no plano de trabalho, após um certo período de uso da iluminação, para o ilumi-
namento médio obtido nas mesmas condições, com a instalação nova. Esse fator leva
em consideração o fato de que, com o decorrer do tempo, haverá acumulação de poeira
nos aparelhos de iluminação, o teto e as paredes ficarão sujos e as lâmpadas fornecerão
menor quantidade de luz. Alguns desses problemas podem ser eliminados ou ameniza-
dos através de manutenção periódica, sendo que, na prática, podem ser adotados os
valores indicados na Tabela II.

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Tabela I I - Valores Usuais do Fator de Depreciação ( d).

TIPO PERÍODO DE MANUTENÇÃO


DE AMBIENTE 2.500 HORAS 5.000 HORAS 7.500 HORAS

Limpo 0,95 0,91 0,88

Normal 0,91 0,85 0,80

Sujo 0,80 0,66 0,57

15.2 CARACTERÍSTICAS DAS LÂMPADAS

As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes Fluxos Luminosos


que elas irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para poder
compará-las, é necessário que se saiba quantos lumens são gerados por watt absorvido.
A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência Energética.

Nota: Por um watt consumido, uma lâmpada incandescente standard produz de


10 a 15 Im/w e, uma lâmpada fluorescente compacta de 50 a 80 Im/w.

Em aspecto visual, admite-se que é bastante difícil a avaliação comparativa entre


a sensação de Tonalidade de Cor de diversas lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi
definido o critério Temperatura de Cor (°Kelvin) para classificar a luz. Assim como um
corpo metálico que, em seu aquecimento, passa desde o vermelho até o branco, quanto
mais claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio dia), maior é a Temperatura de Cor
(aproximadamente 6500 ºK). A luz amarelada, como de uma lâmpada incandescente,
está em torno de 2700 ºK.
É importante destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficiência Energética
da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais potente é a
lâmpada.

Nota: Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca é a cor da luz.

Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tive-
rem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz
diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, Reprodução de Cores, e
de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores (IRC).
O mesmo metal sólido, quando aquecido até irradiar luz, foi utilizado como refe-
rência para se estabelecer níveis de Reprodução de Cor.
Define-se que o IRC neste caso seria um número ideal e igual a 100. Sua função
é como dar uma nota (de 1 a 100) para o desempenho de outras fontes de luz em relação
a este padrão.
Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em re-
lação ao padrão (sob a radiação do metal sólido) menor é o seu IRC. Com isso, explica-
se o fato de lâmpadas de mesma Temperatura de Cor possuírem Índice de Reprodução
de Cores diferentes.

Nota: Quanto menor for o valor do IRC pior será o rendimento de cores da superfície
iluminada.

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15.3 TIPOS DE LÂMPADAS

15.3.1 LÂMPADAS INCANDESCENTES


As principais partes de uma lâmpada incandescente são o filamento, o bulbo, o
gás e a base, como mostra a figura.

1 - Filamento
2 - Gás
3 - Bulbo
4 - Base

Quanto maior a temperatura do filamento, maior será a proporção da energia radi-


ada na região visível do espectro e maior a eficácia da lâmpada. O filamento usado nas
lâmpadas incandescentes modernas é feito de tungstênio, que tem um ponto elevado de
fusão e uma velocidade baixa de evaporação. Assim, permite temperaturas maiores de
operação e, conseqüentemente, maior eficácia do que a que poderia ser obtida com ou-
tros metais.
Um aumento da eficácia é obtido espiralando-se o filamento. O filamento dupla-
mente espiralado (o que aumenta ainda mais a eficácia e diminui, ao mesmo tempo, o
tamanho do filamento), é usado em muitos tipos de lâmpadas incandescentes. Um fila-
mento espiralado apresenta uma superfície efetiva menor para o gás, e a perda de calor
por condução e convecção é reduzida.
O filamento de uma lâmpada incandescente é colocado em um invólucro de vidro
selado, chamado de bulbo. Este pode ser transparente ou ter acabamento argenta (leito-
so). As lâmpadas com acabamento argenta proporcionam uma boa distribuição do fluxo
luminoso, atenuando as sombras e o ofuscamento. O bulbo é disponível em uma grande
variedade de formas.
A evaporação do filamento é reduzida enchendo-se o bulbo com um gás inerte,
conseqüentemente, a temperatura de funcionamento do filamento poderá ser maior. Ni-
trogênio e argônio são os gases mais comumente usados. Criptônio é um gás inerte que
causa menor perda por condução e convecção, porém, por seu preço, até agora foi usa-
do somente em certas lâmpadas especiais.
A base serve para ligar a lâmpada ao receptáculo. Para iluminação geral, existem
bases de rosa e bases baioneta. Essas bases são identificadas pela letra E (Edson) e B
(baioneta) na referência do tipo, seguidas por um número que indica o diâmetro da base
em milímetros. O material da base geralmente é latão, alumínio ou níquel.
As lâmpadas incandescentes espelhadas têm um espelho sobre a parte da super-
fície interna do bulbo. Este refletor interno, portanto, não está sujeito a corrosão ou con-
taminação de quaisquer espécies, conseqüentemente, custos de manutenção são evita-
dos e uma alta eficiência é mantida durante a vida da lâmpada.
A alta temperatura do filamento em uma lâmpada incandescente normal causa a
evaporação de partículas de tungstênio, que se condensam na parede do bulbo, resul-
tando no escurecimento. As lâmpadas halógenas, contêm halogênio (isto é, iodo, flúor e

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bromo) adicionado ao gás normal e funcionam sob o princípio de um ciclo de halogênio


regenerativo para evitar o escurecimento.
Nessas lâmpadas, a temperatura do bulbo é suficientemente elevada para evitar
condensação. O tungstênio evaporado combina com o halogênio para formar um compo-
nente tungstênio-halogênio, em forma de gás. Quando este gás se aproxima do filamen-
to, é decomposto pela alta temperatura em sua tarefa no ciclo regenerativo.
O invólucro tubular da lâmpada é feito de quartzo especial, resistente às altas
temperaturas necessárias ao funcionamento do ciclo de halogênio. São muito menores
em tamanho do que as lâmpadas incandescentes normais, sendo usadas principalmente
em instalações com projetores de diversos tipos e como fonte de luz para automóveis.
As lâmpadas incandescentes com refletor dicróico combinam os benefícios de
uma lâmpada halógena com a vantagem de um refletor multifacetado. Este, recoberto
com uma película constituída por um filtro químico (dicróico), permite a reflexão da luz
visível e a transmissão, para a parte de trás da lâmpada de mais de 50% da radiação
infravermelha, resultando num facho de luz mais frio.

15.3.2 LÂMPADAS DE DESCARGA

15.3.2.1 ASPECTOS GERAIS

A luz de uma lâmpada de descarga não é, como no caso da lâmpada incandes-


cente, produzida pelo aquecimento de um filamento, mas por uma contínua descarga
elétrica num gás ou vapor ionizado, às vezes em combinação com a luminescência de
fósforos, que são excitados pela radiação da descarga. Lâmpadas de descarga em geral
não podem ser operadas sem um dispositivo de limitação da corrente, ou reator, ligado
no circuito da lâmpada.
As partes principais de uma lâmpada de descarga típica, como a lâmpada de
mercúrio de alta pressão, são mostradas na figura.

1 - Mola de suporte
2 - Bulbo externo de vidro duro, forma ovóide
3 - Camada interna de fósforo
4 - Fio de entrada/suporte
5 - Tubo de descarga de quartzo
6 - Eletrodo auxiliar
7 - Eletrodo principal
8 - Resistor de partida
9 - Base de rosca

O tubo no qual a descarga elétrica manifesta-se tem geralmente a forma cilíndrica.


Em lâmpadas fluorescentes tubulares (ou mercúrio de baixa pressão), este tubo é feito de
vidro alcalino-silicato transparente. Em lâmpadas de mercúrio de alta pressão é usado
quartzo ou sílica. Nas lâmpadas de sódio de baixa pressão um tubo de vidro alcalino for-
rado internamente com vidro borosilicato resistente ao sódio e para sódio de alta pressão,
o material usado é óxido de alumínio sintetizado e transluzente.

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Os eletrodos geralmente são feitos de tungstênio, espiralados em forma de col-


méia dependendo do tipo de lâmpada. Em todos os casos, contêm um material emissivo
para facilitar a emissão de elétrons. O eletrodo é eletricamente ligado à base da lâmpada
através de uma ligação hermética.
A base pode ser do tipo rosca ou baioneta, servindo para ligar a lâmpada ao re-
ceptáculo.
Exceto no caso da lâmpada fluorescente tubular, o tubo de descarga é colocado
num bulbo externo. Este bulbo serve para proteger o tubo de descarga contra influências
externas. Para esta finalidade, o mesmo é preenchido com um gás inerte (nitrogênio) ou
é a vácuo. O bulbo poderá ser internamente coberto com uma camada difusa ou uma
camada de fósforo para melhorar a reprodução de cor. Ele absorve a radiação ultravioleta
emitida por diversos tipos de lâmpadas. Algumas formas típicas de bulbos são mostradas
na figura.

As lâmpadas de descarga são ope-


radas através de um reator, cuja principal
função é limitar a corrente na lâmpada ao
valor recomendado. O reator é normalmen-
te uma combinação de uma indutância e
capacitores.
Um starter ou Ignitor é usado para
iniciar a descarga. Sozinho ou em combi-
nação com o reator, ele fornece pulsos de tensão, que ionizam o caminho da descarga e
provocam a partida.
A ignição é seguida pela estabilização do gás ou vapor, que poderá demorar al-
guns minutos, dependendo do tipo de lâmpada. Durante este tempo, o fluxo luminoso
aumenta com o aumento do consumo, até a lâmpada atingir seu valor nominal.
Lâmpadas fluorescentes têm um tempo de estabilização menor, sendo este maior
para lâmpadas de alta pressão.
A descarga forma um espectro de linhas múltiplas, cuja composição é determina-
da pelo gás ou por/e sua pressão. A lâmpada de sódio de baixa pressão, com somente
uma linha de ressonância, é um exemplo extremo de uma fonte de luz monocromática.
Um exemplo oposto é a lâmpada de mercúrio de alta pressão com aditivos de di-
versos metais e terras raras, cujo espectro de linhas múltiplas abrange completamente a
faixa visível.
O atual conhecimento do mecanismo de percepção da cor e o avanço da tecnolo-
gia de pós fluorescentes praticamente tornaram obsoleta a combinação anterior, de que
uma boa reprodução de cor somente poderia ser obtida ao custo da eficácia. De fato,
uma reprodução de cor muito boa agora é combinada com a alta eficácia pela aplicação
de pós fluorescentes especiais, contendo certos tipos de terras raras, proporcionando um
pico de radiação com comprimento de onda definido.

15.3.2.2 LÂMPADAS FLUORESCENTES TUBULARES

A lâmpada fluorescente é uma lâmpada de descarga de baixa pressão, na qual a


luz é predominantemente produzida por pós-fluorescentes ativados pela energia ultravio-
leta da descarga. A lâmpada, geralmente em forma de um bulbo tubular longo, com um
eletrodo em cada extremidade, contém vapor de mercúrio sob baixa pressão, com uma
pequena quantidade de gás inerte para facilitar a partida. A superfície interna do bulbo é
coberta com um pó fluorescente ou fósforo, cuja composição determina a quantidade e a
cor da luz emitida.

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As lâmpadas fluorescentes tubulares são produzidas na faixa de 15 até 110 W e


em duas modalidades, com e sem starter.

Na lâmpada de
partida instantânea, a
ignição depende ex-
clusivamente da apli-
cação de uma alta
tensão sobre a lâm-
pada, sendo esta ten-
são fornecida pelo
reator.

15.3.2.3 LÂMPADAS PL

A lâmpada PL, é compacta, possui uma base somente e é formado de dois tubos
fino soldado um ao outro. O starter é incorporado na base.
Possui as boas características de cor da lâmpada incandescente, porém com um
consumo consideravelmente menor. Estas qualidades tornam a lâmpada adequada para
um grande número de aplicações, especialmente quando se deseja criar uma atmosfera
agradável, como em residências, hotéis, restaurantes, museus e teatros, sem perder as
vantagens das lâmpadas fluorescentes. A lâmpada está disponível nas versões de 5, 7,
9,11e13W.

15.3.2.4 LÂMPADAS A VAPOR DE MERCÚRIO

As lâmpadas a vapor de mercúrio são disponíveis na faixa de 80 até 1.000 W. A-


lém de um reator, não existe necessidade de dispositivos de controle especiais. A ignição
é geralmente obtida por um eletrodo auxiliar montado ao lado de um eletrodo principal,
porém, ligado ao outro eletrodo por meio de um resistor. Na ligação manifesta-se uma
luminescência entre o eletrodo principal e o auxiliar, provocando a formação de uma
quantidade de íons e elétrons suficiente para iniciar a descarga. A luminescência é limita-
da pelo resistor. Após a ignição, a corrente flui entre os eletrodos principais.
O bulbo externo normalmente contém um gás inerte (sob pressão atmosférica,
quando a lâmpada está em operação) que estabiliza a lâmpada, mantendo uma tempera-
tura praticamente constante sobre a faixa normal das condições ambientais.
A lâmpada de mercúrio de alta pressão tem a aparência branco-azulado, não obs-
tante o arco produz de fato um espectro de linha. Com uma emissão na região visível nos
comprimentos de onda de amarelo, verde, azul, faltando, porém, a radiação vermelha. O
arco de mercúrio puro tem uma aparência e reprodução de cor pobre, porém, emite uma
quantidade significativa de sua energia na região ultravioleta do espectro. Usando-se
uma camada de fósforo na parede interna do invólucro, esta energia ultravioleta poderá
introduzir um componente vermelho melhorando a reprodução de cor e a cor aparente.

15.3.2.5 LÂMPADAS A VAPOR METÁLICO

A lâmpada a valor metálico, muito similar em construção à lâmpada de mercúrio,


contém aditivos de iodeto como: índio, tálio e sódio, para dar um melhoramento substan-
cial na eficácia e na reprodução de cor.

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São identificadas pelas letras HPI (bulbo ovóide com camada difusa) e HPI/T (cla-
ro, tubular). A sua aplicação especial é no campo da iluminação de esportes e outras
áreas similares, tais como centros de cidades. Na sua forma mais compacta, estas lâm-
padas são usadas em grande número de aplicações, sendo disponíveis na faixa de 400 a
2.000 W.

15.3.2.6 LÂMPADAS DE LUZ MISTA

A lâmpada de luz mista consiste em um bulbo preenchido com gás, revestido na


parede interna com um fósforo, contendo um tubo de descarga ligado em série com um
filamento de tungstênio.
Na lâmpada de luz mista (série ML), como na lâmpada de mercúrio HPL-N, da
qual é derivada, a radiação ultravioleta da descarga de mercúrio é convertida em radia-
ção visível pela camada de fósforo. Somada a esta radiação visível, está a radiação visí-
vel do próprio tubo de descarga, bem como a luz de cor quente do filamento incandes-
cente. A radiação das duas fontes mistura-se harmoniosamente, passando através da
camada de fósforo para dar uma luz branca difusa com uma aparência de cor agradável.
O filamento age como um reator para descarga, estabilizando assim a corrente da
lâmpada. Tais lâmpadas, portanto, poderão ser ligadas diretamente à rede. Isto significa
que as instalações de iluminação existentes, quando usam lâmpadas incandescentes,
poderão facilmente ser modernizadas com o uso de lâmpadas de luz mista, que têm pra-
ticamente duas vezes a eficiência e quase seis vezes a vida daquelas, sem o custo extra
em termos de reatores fiação ou luminárias.

15.3.2.7 LÂMPADAS DE SÓDIO DE ALTA PRESSÃO

O tubo de descarga em uma lâmpada de sódio de alta pressão contém um exces-


so de sódio, para dar condições de saturação do vapor quando a lâmpada está funcio-
nando (a uma pressão entre 13 e 26 kN/m ) e para permitir absorção interna na superfí-
cie. Também é usado um excesso de mercúrio para proporcionar um gás de proteção, e
o xênon é incluído sob baixa pressão para facilitar a ignição e limitar a condução do calor
do arco de descarga para a parede do tubo. O tubo de descarga, feito de óxido de alumí-
nio sinterizado, para resistir a intensa atividade química do vapor de sódio à temperatura
de operação de 700°C, é colocado num invólucro de vidro duro a vácuo.
As lâmpadas de sódio de alta pressão radiam energia sobre uma grande parte do
espectro visível.
Em comparação com as lâmpadas de sódio de baixa pressão, elas proporcionam
uma reprodução de cor razoavelmente boa. São disponíveis com eficácia luminosa até
130 Im/W, e uma temperatura de cor de aproximadamente 2.100 ºK.
Um tipo especial da lâmpada de sódio de alta pressão é a lâmpada SON-H. Esta
poderá ser usada para substituir a lâmpada de mercúrio de alta pressão, sem a necessi-
dade de modificar o reator ou adicionar um sistema de partida; essa lâmpada existe atu-
almente em 350 e 210 W. A primeira é uma alternativa para a lâmpada de mercúrio de
alta pressão de 400 W e, portanto, consome menos energia (- 15%) para um fluxo lumi-
noso maior, 30.000 lúmens (+ 25%). A segunda poderá ser usada para substituir a lâm-
pada de mercúrio de alta pressão de 250 W, com o mesmo aumento em eficácia lumino-
sa. As lâmpadas, naturalmente, não deverão ser usadas para instalações novas.
As lâmpadas de sódio de alta pressão, com sua elevada eficácia e propriedade de
cor agradável, são usadas em escala sempre crescente para todos os tipos de ilumina-
ção externa e para iluminação industrial de grande altura. Os tipos SON e SON-H têm um
bulbo elíptico com uma camada difusora na parede interna; o invólucro da lâmpada
SON/T é claro e de forma tubular.

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Tabela I I I - Fluxo Luminoso das Lâmpadas Philips.

CÓDIGO FLUXO LUMINOSO CÓDIGO FLUXO LUMINOSO


COMERCIAL MÉDIO ( lúmens ) COMERCIAL MÉDIO ( lúmens )

LÂMPADAS FLUORESCENTES - TLD / TLT Cores Standard


TLD 15W 800 TLTRS 20W 1100
TLD 30W 2000 TLTRS 40 W 2600
TLDRS 16W 1070 TLRS 65W 4400
TLDRS 32W 2350 TLTRS 110W 7600
LÂMPADAS FLUORESCENTES - TLD / TLT Super 80
TLDRS 16W 1200 TLTRS 40W 3250
TLDRS 32W 2700 TLTRS 110W 9500
TLTRS 20W 1350
LÂMPADAS FLUORESCENTES - TL 5
TL 5-14W 1350 TL 5-49W 5000
TL 5-28W 2900
LÂMPADAS FLUORESCENTES CIRCULARES - TL-E
TLE 22W 1050 TLE 40W 2500
TLE 32W 1750
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS INTEGRADAS - Ambiance
PLE/W-16W120-AMB 900 PLE/W-16W230-AMB 900
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS INTEGRADAS - Deco-Globo
PLE/D-20W/120-GLO 900 PLE/D-20W/230-GLO 1000
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS INTEGRADAS - PLE-T
PL-ELET-15W-120V 900 PLE/T-20W-120V-D 1100
PL-ELET-15W-230V 900 PLE/T-20W-230V-D 1100
PLE/T-15W-120V-D 820 PL-ELET-23W-120V 1500
PLE/T-15W-230V-D 820 PL-ELET-23W-230V 1500
PL-ELET-20W-120V 1200 PLE/T-23W-120V-D 1410
PL-ELET-20W-230V 1200 PLE/T-23W-230V-D 1410
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS INTEGRADAS - Universal
PLEID-15W120 1100 PLE/D-20W120 1100
PLE/D-15W230 760 PLE/D-20W230 760
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS INTEGRADAS - Kit-Circular
K-TLE-26W-127 950 CB-TLE-32W-120 1655
K-TLE-28W-220 950 CB-TLE-32W-220 1680
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS NÃO INTEGRADAS - PL-C/2P
PL-C/2P 13W/827A-Q 860 PL-C/2P 18W/840 1200
PL-C/2P 13W-841A-Fria 860 PL-C/2P 26W/827 1800
PL-C/2P 18W/827 1200 PL-C/2P 26W/840 1800
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS NÃO INTEGRADAS - PL-L/4P
PL-U4P 36W/827 2900 PL-U4P 55W830HF 4800
PL-U4P 36W/840 2900 PL-U4P 55W840HF 4800

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LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS NÃO INTEGRADAS - PL-S/2P
PL-S/2P 9W/827 600 PL-S/2P 11W/840 900
PL-S/2P 9W/840 600 PL-S/2P 13W/827 810
PL-S/2P 11W/827 900 PL-S/2P 13W/840 810
LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS NÃO INTEGRADAS - PL-T/4P
PL-T/4P 18W/827 1200 PL-T/4P 32W/827 2400
PL-T/4P 18W/840 1200 PL-T/4P 32W/840 2400
PL-T/4P 26W/827 1800 PL-T/4P 42W/827 3200
PL-T/4P 26W/840 1800 PL-T/4P 42W/840 3200
LÂMPADAS DE DESCARGA - Mastercolor CDM-TC (Metálica)
CDM-TC35/830 3300
LÂMPADAS DE DESCARGA - Mastercolor CDM-TD (Metálica)
CDM-TD70W/830 6100 CDM-TD150W/830 12500
CDM-TD70W/942 5800 CDM-TD150W/942 12500
LÂMPADAS DE DESCARGA - Mastercolor CDM-OVOIDE (Metálica)
CDM-OV70WCL/830 6200 CDM-OV70WRE/830 6000
CDM-OV100WCL/830 9300 CDM-OV100WRE/830 9000
LÂMPADAS DE DESCARGA - Mastercolor CDM-T (Metálica)
CDM-T35W/830 3400 CDM-T150W/830 14000
CDM-T70W/830 6600 CDM-T150W/942 12700
CDM-T70W/942 6400
LÂMPADAS DE DESCARGA - HPI Plus / HPI-T Plus / HPI-T (Metálica)
HPI PLUS 250WBU 19000 HPI-T PLUS 400W 35000
HPI PLUS 400WBU 30000 HPI-T 1000W 85000
HPI PLUS 400WBUS 35000 HPI-T 2000W-H 189000
HPI-T PLUS 250W 19000 HPI-T 2000W-U 183000
LÂMPADAS DE DESCARGA - HPL-N (Mercúrio)
HPLN80W 3700 HPLN400W 22000
HPLN 125W 6200 HPLN700W 40000
HPLN250W 12700 HPLN1000W 58000
LÂMPADAS DE DESCARGA - MHN-TD / MHW-TD / MH (Metálica)
MHN-TD70W 5500 MHW-TD150W 13000
MHN-TD150W 12100 MH1500WBD 142000
MHW-TD70W 6000 MH1500W-BU 142000
LÂMPADAS DE DESCARGA - ML (Mista)
ML160W 3150 ML250WE-40 5500
ML250E-27 5500 ML500W 13000
LÂMPADAS DE DESCARGA - SON / SON-H / SON PLUS (Sódio)
SON70W-E 5600 SONT100W 9000
SON150W-E 14500 SONT150W-RE 15000
SON250W-E 27000 SONT250W-RE 28000
SON400W-E 48000 SONT400W-RE 48000
SONH220W 20000 SONT1000W 130000
SONH350W 34000 SONT PLUS600W 90000

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LÂMPADAS HALÓGENAS - Cápsulas Baixa Voltagem 12 V
CAPSULA-20W12V 800 CAPSULA-50W12V 1200
LÂMPADAS HALÓGENAS - Duplo Contato (Palito)
HA200-120V 3520 BLIS-HA500-230V 9660
HA200-230V 3520 HA1000-120V 24200
BLIS-HA300-120V 5200 HA1000-230V 24200
BLIS-HA300-230V 5114 HA2000-230V 48400
BLIS-HA500-120V 9500
LÂMPADAS HALÓGENAS - PAR
PAR20L50W130V30G 1400 PAR30L75W230V30G 2000
PAR20L50W230V30G 1300 PAR38L90W130V30G 4500
PAR30L75W130V30G 3400 PAR38L100W230V30G 3000

Tabela I V - Coeficiente de Reflexão de Alguns Materiais e Cores.

Cimento
Madeira Clara
Bege
Gesso Amarelo Escuro
80%
Branco Marrom Claro
Creme Claro Verde Oliva 30%
Laranja
Vermelho
Cinza Médio

Esmalte Branco
Tijolos
Azulejos Brancos 70%
Vidro Transparente
Amarelo Claro
Madeira Escura
Verde Escuro
Madeira Aglomerada Azul Escuro 10%
Rosa Vermelho Escuro
Verde Claro Cinza Escuro
50%
Azul Celeste Azul Marinho
Cinza Claro Preto
Rocha

15.4 CÁLCULOS PRÁTICOS DE ILUMINACÃO INTERIOR

Nos cálculos de iluminação interna deve ser seguido o seguinte roteiro:

(1) Determinação dos objetivos da iluminação e dos efeitos que se pretende alcançar.

(2) Levantamento das dimensões físicas do local, layout, materiais e equipamentos utili-
zados e características da rede elétrica no local.

(3) Escolha da iluminância ( E ) utilizando, Tabela I.

(4) Escolha criteriosa do tipo de lâmpada e luminária adequado ao local.

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(5) Cálculo do fator do local ( K ), a partir da expressão:

a ⋅b
K=
hm (a + b )

onde: a = comprimento do local


b = largura do local
hm = distância da fonte de luz ao plano de trabalho

Nota: caso o valor de K calculado não corresponda a nenhum valor constante das tabelas,
adota-se o mais próximo.

(6) Determinação do fator de depreciação ( d ), utilizando a Tabela II.

(7) Determinação do fator de utilização ( ), com o auxílio da Tabela IV.


Nota: em geral, adota-se – 10, 30, 50 e 70% para superfícies escuras, médias, claras e
brancas, respectivamente.

(8) Cálculo do fluxo total ( T ) em lúmens, como sendo:

S⋅E
φT =
η⋅d

onde: S = área do recinto


E = iluminância
= fator de utilização
d = fator de depreciação

(9) Determinação do número de aparelhos através de:

φT
No =
ϕ

onde: T = fluxo total calculado (lúmens)


= fluxo de cada luminária (lúmens)

(10) Distribuição das luminárias: o espaçamento entre elas deve corresponder à metade
da distância delas até as paredes.

EXEMPLO PRÁTICO
Determinar a iluminação ideal para um Escritório de Contabilidade de 18 metros
de comprimento e 9 metros de largura, com pé direito (altura) de 3 metros.

(1) Dados Básicos Pré-Cálculo:

Atividades: - Administrativas (leitura, datilografia, etc.)


- Operação de microcomputadores.

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Objetivos da Iluminação: - Proporcionar boas condições de trabalho.


- Evitar reflexos no vídeo do monitor/conforto visual.
- Evitar alto consumo de energia.

Dimensões físicas do recinto:


- Comprimento = 18 metros
- Largura = 9 metros
- Pé-direito = 3 metros
- Altura do Plano de Trabalho = 0,80 metros

Materiais de Construção:
- Teto = branco
- Parede = cinza claro
- Piso = carpete cor caramelo

(2) Escolha da Iluminância ( E ) utilizando a Tabela I:

- Para Escritórios, Em = 500 lux

(3) Escolha de Lâmpada e Luminária, adequadas:

- Luminárias TCS 029D com 2 Lâmpadas TLDRS – 32W (Philips)

- Pela Tabela III, temos: 2 x 2700 lm = 5400 lúmens

(4) Cálculo do Fator do Local ( K ):

18m ⋅ 9m
K= ≅ 2,73
2,20m(18 + 9)m

(5) Determinação do Fator de Depreciação ( d ), usando a Tabela II.

- (Ambiente Normal, pm = 5.000 horas) - d = 0,85

(6) Determinação do Fator de Utilização ( ), usando a Tabela IV, o valor de K


mais próximo e as características da Luminária escolhida (Anexo 1):

Tabela de Fator de Utilização – TCS 029D – 2 x TLDRS 32W


Fator 80 70 50 30 0
de
50 50 50 50 50 30 30 10 30 10 0
Área
K 30 10 30 20 10 10 10 10 10 10 0
TETO
PAREDE 0.60 .32 .30 .31 .31 .30 .25 .25 .22 .25 .22 .20
PISO 0.80 .39 .37 .38 .37 .36 .31 .31 .28 .31 .28 .26
1.00 .45 .42 .44 .43 .41 .37 .36 .33 .36 .33 .31
1.25 .51 .47 .50 .48 .46 .42 .41 .38 .40 .38 .36
1.50 .55 .50 .54 .51 .49 .45 .45 .42 .44 .41 .40

2.00 .62 .55 .60 .57 .54 .51 .50 .48 .49 .47 .45
2.50 .66 .58 .64 .60 .57 .54 .54 .51 .53 .51 .49
3.00 .69 .60 .67 .63 .59 .57 .56 .54 .55 .53 .52
4.00 .73 .63 .70 .66 .62 .60 .59 .57 .58 .57 .55
5.00 .75 .64 .72 .68 .64 .62 .61 .59 .60 .58 .57

K = 2,73 = 0,66

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(7) Cálculo do Fluxo Total ( T):

φT =
(18m ⋅ 9m )⋅ 500lx ≅ 144.390lm
0,66 ⋅ 0,85

(8) Determinação do Número de Luminárias:

144.390lm
No = ≅ 26,74
5400lm

(9) Adequação dos Resultados do Projeto:

Se a quantidade de luminárias resultantes do cálculo não for compatível com sua


distribuição desejada, recomenda-se sempre o acréscimo de luminárias e não a elimina-
ção, para que não haja prejuízo do nível de iluminância desejado.

(10) Distribuição das Luminárias na Sala:

18 m

B 9m

A = 18/7 = 2.57m
B = 9/4 = 2.25m

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