O documento é uma coleção de poemas curtos da autora Nina Ferreira sobre pássaros, memórias e reflexões. Os poemas descrevem o canto de pássaros, lembranças dolorosas e pensamentos sobre o que poderia ter sido feito diferente. Um dos poemas termina com a autora tentando controlar uma crise de asma através da respiração.
O documento é uma coleção de poemas curtos da autora Nina Ferreira sobre pássaros, memórias e reflexões. Os poemas descrevem o canto de pássaros, lembranças dolorosas e pensamentos sobre o que poderia ter sido feito diferente. Um dos poemas termina com a autora tentando controlar uma crise de asma através da respiração.
O documento é uma coleção de poemas curtos da autora Nina Ferreira sobre pássaros, memórias e reflexões. Os poemas descrevem o canto de pássaros, lembranças dolorosas e pensamentos sobre o que poderia ter sido feito diferente. Um dos poemas termina com a autora tentando controlar uma crise de asma através da respiração.
Distrito Federal, onde viveu até 2017 quando mudou-se para São Paulo. É compositora, poeta, artista visual e livre pesquisadora de imagens e questões relativas à diáspora negra e aos feminismos. Sorriu? Eu sorri, ou quase, com o Cê ouviu? ó: é o sabiá, fazendo rosto molhado. barulho na calha. Ele pousa lá pra tomar sol em cima da terra fria que se acumula. Não que eu asssustei, ele voou. Ou então foi o contrário. É bem escuro, mas não mancha o peito amarelo e cheio de ar dele, que canta alto, com toda a força, junto com as maritacas, na árvore depois do muro, chegando o pôr do sol. Meio rosa. Série “Rio de Janeiro”, no Na minha cabeça, o único bem Instagram. realmente próximo mora ali, nessa árvore depois do muro: no dia em que eu estava sentado na cama Os pardais da janela acompanharam olhando fixamente pro espelho e parados, três outros pássaros, minha asma atacada, e meus menores e mais agitados andaram, pulmões ardiam enquanto eu puxava como pra caçar sementes, e o pardal o ar e corria procurando a bombinha, dentro do meu quarto, me fitou. os pardais ficaram pousados na janela.
Um entrou no meu quarto, parou no
pé da cama pra me olhar. devia ter ficado na praia, Cadê meu Achei que eu iria olhar morrer. disco do Milton Nascimento?, uma camisa muito vermelha, meu violão, devia ter me apaixonado menos?, Por um segundo Pense nas pessoas devia ter: no barato do aerolin, um me encontrando podre e que vestia frescor. sempre as mesmas bermudas: devia ter comprado mais roupa, Pense, o corpo tremendo, especialmente Recostei na parede pra ver a árvore, camisas vermelhas muito largas, tão verde, cheia de pássaros, e as onde tá meu violão?, Pensei, não luzes do fim da tarde colorindo a devia ter amado tanto, cadê meu parede de um jeito tão suave, feito violão?, devia ter. um filtro de foto digital. Sacudir, expirar tudo, aspirar fundo, mais uma vez: sacudir, expirar, aspirar tudo.
Devia ter tido mais camisa regata,
foda-se se não fiz porra de mestrado, devia ter me apaixonado menos, cadê meu violão?, umas lágrimas molhando minha cara e minha camisa, sacudido, expirar, aspirar, mais uma vez: sacudido, expirar , aspirar tudo pra dentro, segura!, conta até dez.