Você está na página 1de 389

BR DFANBSB NS;CPR.;TEA.PTE.

0I60, Mpe&, DOM

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

19 «(qb/657. f/1 22
; _AAUYAS _2€ Sou

O Loma

Carimbo do S. C. Autuação
rº—u—vw—ww—Twmr, remoto
1 (E". VR A - CRTR I
6fpyia
i A % O CENSURA DE
DIVERSÓES PL Bicas _ !
Kik/ PÉ ELCE
BIDO NA,T.OTC
.!
[ n?º/”
ª? teal. -|
%
;TEA.PTE.OÍ 60, /- A
r DEANBSB NSICPR
A FEDERAL, ea
ENVIADOS A CER$UR
rmeLação ps
s Rilini-
&urante a Fase
AS IL IA , qu e serão levados r-
BR Amader ds te
de VI Fe st ival de
natéri a 16 8a Agês-
de Sã o Pa ul o, a partir ds
no de Estado Cas-
ês 1968, a ão
19 68 , at é 31 és agêete
*e de
t.
tado de São faul
tame de Sul, Es

209
Ampecisção ée
Me nc rá ge ra * - é futas -
16/8/68 «A
Castano 3a 8ul.
Ansder és São
ação deo Teatre
fr is " - A Turra - Asseci
*FPe ge
17/68/68 a
otans ée 8810
Amador de São Ca Experi ge ntel
re um ge to na Chins" -
18/8/68 "Mer
atea *
", "Navio Regr
*a Construção
19/8/68 ©*Operáris
giline" - Jocrcâsªzb
na vida 4e Brae
ésie Estadusl 8e **
"Ya die
mio 14 de marçe- Gind E
R&F s Artis-
g Fa nt ac he s* " e "A ut o de 4a -. Produções f
20/8/68 "O
gicas Livr e. peuriis
br ux in ha qu e er a be a" - Regina Pacis - ce e
21/08/68 *A a Selete - CinÉsi
22/8/68 de Feme" - Grape Mari
na .
Estedusl1 Vil Barcaele st ro Amador 1a ds Maie
e" - Ta pr im - Pe
*Aptigen Usi-
2 3/8/68
ri bu te a Ab e* e "P ri meiro Herdia - featre
24/8/68 - "T
versidade és Pere. _____-comonema,
MQW' -vi Grudida
zaíB/sa téli
26/8/68 MAT e1a7- Ma menteSecial e" Ca“””"":zf
lis. __..... ,
- e Cami lÉpe atral Seale
27/8/68 segeu morre" - Grupo Te" - Expe
in ce nv en iê nc ia de se r eapbss
28/8/68 *A s
'
filaul “”.““o Assecieção de
ce e be m- am ad e" - à Turns -
"O de ri
29/8/68 ê 3u1.
de São Castaas
- Pentro Amedor ral inader Psas
-
en te de Pa rt id a" - Grepoe Peat
30/8/68 "P É
o
,
31/8/68 ENCERRAMENTO

Quão
MÍ— fre-
BR DFANBSB
NS;CPR.TEA pr
e 0460 p 4

ge sa

E 8
it!

B. 8 janslia (DM,)
lis toscos, de tijolopratica
veis, Nomeio de cêna,
enroladeira, Um caixão
a suis, de banço,
3 b M. MWWovo
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, o"©O /: S

MANHÃS DE SOL foi representada, pela primeira vez,


no maxx
Testro Trianon, Rio de Janeiro, em 19 de Outubro, * de
1921,

D Is IRREBU IG Ao

IEONOR....Ã/lg"Z......"......................a* e é a +
ae 4 e sa da L a a - a o o o
IrMK GA ,, ..ZÁNdaiane iara ea ee a da eae a ad dera e da Lea ea ida « . .
)míiâ ,,,ÃÚ, ,,,lã'Íf'l,,,,,.,EÍ
,“),,,, .iii,,,,'9,,,)9'.,,'9)|l',35
9,,,l,!l',3

a ea Sea e Re ls ane eae aa oa ne ea e


e ea ee

NHANHX ...O ;(Íai/V/Íl/Ç,


RENATORA aa eeala eta
nela dele e ea s e a e e e e e a e se e e eee eee e e
MESTRE DOMINGOS, âÁLLÁlººnnuuuu... ..... a aaa vu e a exe a a
a aaa ta ato da da deloda efeeso e ea ae aa e a ea a e a e a a a da e e e a e o e e e e am A na i aa
Dr, AANARO DB MANGARA e PVA]4ALÁ o (2aee ea ae a a ea e a e a a e e e ea a de a e eu e a
Ehkmyc.......o"O...O....
..C...'......DDCOCUOOO.
e e # e + a # o e o e e é
* * o é * e a é o a a e é # e » e # e

wa;;;;oncooooocoo..-00000000...ooo-coocuco.-ooooo
o-uoooooc ..... é e e é e e a e é e e e * e a +

HILlªNÍÍO.........UÚ'C'.....
'....'......D.C...........D'
........OCIOIOO....OCCOÍQ

, de d , % dedo 36 3 Ode do _ de ao
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE, O

Sobe o pan&.Nhanhã,a doua da casa aparece,.f uma velha cheia de banhas,


de nervos e de ff nos yndroo.:!t£ indignada. É que as filhas, inhk e Pe-
* quitota,acordaram tarde.!la entra E.M., da horta,com o avental choio de ver-
duras.Coloca-:e no poçgo.Yai ao forno-abre e espia.Apesar da enxudia,cla anda
depressa,fala e decidida.Pecha novamente o fôrno e gri-
ta,fortemente,chamando em direção à casa da D.
MWANNA:- Sinhâi!Pégh&tota!(LiGEIna PAUSA QuE APROVEITA Para APANHAR UMa PÁ
PB CABO COMPRIDO EB UM fABOLEIRO DE Ma bBlEa ExCOSTADO 10 POÇO) Sinhá!
Pequitota!(0OUThAa PAUSA.ELA DIREGE-SE NOVAMENTE AO PORNO.ABAEO-E TIRA,
ceu A ,0 PaluBIRO Po que Joss no fasoLbiko,a SEUS PÉS.
Pequitotal(ENFIa DE movo,a Pa NO CONTINUA A CBAMAR.CADA VEZ
MAIS ALTO,Sinhâk!Pequitota!(Vima o sEGUNMDO QUEiMAa ais MYOS.APANHA-O
Com O DOR DA QUEIMAaDURA AUMEBNTA-LHS A SAIVA 2 Os Gaitos ue se
TorNAaM ESsTuIvENTES AFPETIDOS , foNUINaNDO E PALSETES DESESPERADOS ) S inhk ! Neqai-
tot.!SlnhllroquitotnlslnhlanqnttotCAIlnnl(AB££—8E Aa PORTA DA COZINHA Dá B.AiS
SOMAM,POR ELA DUAS CARINUAS ABSUSTADAS: 13 OB SINAA 8 TOY USRM
IRANÇASB,VESTIGINhOS SIMPLES DE mMócimuas Do IimTeniOR,PGTOo
vem cOm o PES bEscamÇço,0Uuiro cCaLÇAaDO,ABOTOANDO AINDA O ITOTM , EN
TRA DB MELAS,COM Os sararos nas mãOs,cameÇa CK&IA DE PAPELOTES),
i PORTA )-Senhora, Mamãe t
g-=( DO PAZA DE CHAMAR PELAS FiLHAS,COLERICA,VERMUELHA,.A "é" Té SR
ESTOURAR,GRITA,ATÉ 9 Junina).atnhilr-q-xtot.:stnhôonulrcq-igoiannl
S1NEHA;:-(ENQUANTO PROQUÍITOTa AYARAN LADA,GENIA-SE NO TOPO DA ESCADA E cALMçA Os
AFATÓOS),.Jé estou aqui,mamãs!
A MANEIRA MOLENGA DE PALAR),JÉ estou aqui, mamãe!
(NUMA REBENTINA DE BILIS ACUMULADA) .Pamonha, mosca mortal( GINBX E-
SATA A CHORAR.S UM PRHANTO SINCERO.MAS DEMASIADO INFANTIL raM os D-
ZOITOS ANOÓS).Pronto! Derreteu a manteiga que o trem passa
pouso depois das cinco e levam não sei «uantas horas para se vestireni
frincesas la inhas-de-sabá ! Venus-de-Milo !Estrelas-de-c inema ! (ORDÚNANDO NUM YOM QUE
NÃO ADMITE RÉPLICA).Yamos: laves ôsses focinhos!
&INHL;:- MAIS ALTO)-Abn!i... Abni....Vamos,Pequitota, lavar os nossos fa-
cinhes(as DUAS UEIXAM CAIR O maLoE seno Do roço, h
CEEIO bàeua que DespeJam NUMA sacia DE AGaTa.LAvAM os RoSTos,ENQUAN
T6 NHANEA,VOCIFrERANDO coisas qUe só #LA ENTENDE CONTINUA 1 RETIRAR
é rão pô forno,
T5 ,;
#R DFANBSB NS.CPR

aimpa.ds Casa DO FUNDO,UM SOLO


GE DE somuça AO
SUR
o sém,wuITo CLARO,
seu sk pETYER NO SEU frARALHO, EMENDA
ViQLONCELO,ENYVOLV E A
pr
INMDIGNADA E INÓNICA) :-
seu nESaNpPONINAR,ENTRE o moço triste do rabecão.! se
f
mús ico p rabequi-
NMANHÃ:- Mais terfamos tambés uma
e outro s COM O TAB OLE IRO DE
manhã belesa: (Dikicinpo-s
às cin eo hor as da no Tor 9 Dá MEQUE
nha tem mada que fazert(
dos que nao
pão para A D,.) .Desgraça
vocês andem eo isse , ouviram? Quero
AND O-G B PARA AS FILHAS).E ,para ver!
ESc AaD A,V OLT o as
ma
ain da ostejam aí esfregand
trem chegue e voc ês
sé que o
Aba! Aba i Ala !. s --
roças", DESATA NOVAMENTE ,0 PHANGO)
COM "AS
sang;
DE FALAR TANTO S são
nai va Ee pE cansaço DE
unarpX:4 (aa ran po DE
Aa Poarãa COM psTrRoMDO,SINHL
LA COZ INH A DA D.; F0-
arnEpaTaDAMENTE,PE bEPois A D.] pol Aa LENGua PE
TA. os
gsesLAIo, 0LH A PAM A A POR
MESMO TEM PO que RENATO, HAPA-
7 as " : , . . DES APO RADO,AO É
RA NUM DESABAFO MATURAL,NUM no runpDo, bs ROUPAO DE BANHO
à PA AN-
QUASI COM QUEM ACABA DE LEV
sFLHO sm pEsLInHO
09 capmOs
saroNETEIra EM
A peEsoRR A ESCAPA.
SE COMEÇA
Pares: ,ESPRRGUIÇA-
escapa E PAZ-SE ESPEÇ
Plu a NO uso pa
o! Ela & soi s
progra: Cuidad RO ouENTAL VIZINHO).
po que SE PASSA
Tanor
revolver,ponho no ouvido €.».
sei sãolPrego um
foi.Va dia eu não

(IMITANDO UM 11RO), Paul ,..


penar:
) Jesus!
& (A mw un o- sr ;. co aa e.x.mmçmxao—s:: a PEQUITOTA
$
h! ah!.
( Num a GAR GAL EAD A mUI DOSA,DE PERDER O FOLEGO).AbiA
pemago s- A CHORAR
oum os ram a O FUNDO E vexpo nEmaTo, DESATA
gun; (YoLTANDO» A
Aba: absi aba! r!
Do sUu sTO ).N ão cho re, béb a.o isso mesmo que fle que
pposgirora;s- (rersita -me-pregoou ! . - --
A ru as DE SOLUÇOS) ue egusto>que-81e
gayuá;-
u m m ) que sus to que 8Ble me "'ª'—""'
w4x u
"Seu" Renato!
(EM) E so
ROÇ AND O UM sor fis o pE pISPARÇADA SIMPATIA,FORS
Impampo os E EUS InQÓbNUO DE PUXAR
GUN TA um TAN TO FORÉADA soe INTUlTO
um Uma PER
já se não 38?
levertou,
sa):- O doutor fivaro
o?
não ouvis o rabecã
prourgog a (no spo n DE DO x
UITOTA CORA ) De sc ulpe. Estou brincas
izi Vi ol on ce lo (? EQ
seu nar n o
iuiío:s NHabecão é NAS DUAS QUB acamam pr Emauca
do( Fix asp o O
a alguma festa ho je? .
cês Wão LHA es e CORPO).
GSO STA MS FAZ A pom aTOo,RETORCENDO A TOA
( a:(pm a
Hão senhor. ão?
com unh
fager a primeira
AENATO:- AB! vão
Não, senhor.
SINPXR e
SB NS
BSR PE
CPR TCA PTE,
R DFANR
#R DFANB NS.CP 0400, p -8 .

p» *-==w

Remato,por que hein?


sOSLAIO).Por que, seu
DE
sut.. (
lavando a caga....( 21 RU IDOSAMENTE) ,
jo: Estão
DF CHORO) Aht Tam bém !...
ENDO CARA
mesmo que Ble quer!
Bôba, é isso DOIS DE-
bonitinha qua ndo chora: ,.. (DESCENDO MaIS
Fa mosmo! Você fica horas?
que vocês vão a estas
GRAUS), Mas onde é
EQUIIOTA:- Vawuos A estação esperar uma tia.

31a > A tia (3.511.120


de mamão. os extresos
sua pãe? Bem se diz que
de cari dade e irmã de
iIruã
%tocas...,[( UMA GALINHA CACAREJA) ,
ge a CORRER PELO E.M.).
buscar o êvo,(Ss1l
SlWL; Foi a minha carijé! Vou

se demere.0lhe nanãe !
ss (PAHA A IM que 3AI£)é Não
4 o
DrunTro) Já vou! *
(v] como o reste da
ssa tia Gabriela é bonita
EM #08 DE SURL A).E famflia?
RiNATO;:

seis anos que não vejo ela.


( sempre INGPNUA) .Não sei.Fas
E -
Fla mora longe dagul?
NATO:
LEQUITOTA;- Muito!...
NATO; Na China? também mora lá,não
de Janeiro!.....0 senhor
Mais longe! No Rio nora?
Inu

tia Cabriclia!?

DLKNA LU 28 Maito 1». »»


8 a Leonor também?
A Loonor nos se fala!» »». lhe
saiu daqui tinha cito.
nossa pri ma. Tem 17 anos.Quando
f
falava de nós?
tarde,rentados num banquinho do Jaegdim
Falava. Todos Os doemingos,à
ouvir a banda de música local no
público da rua do Ouvidor, famos
da Carioca com a da ivenida Atlântica...
da esquina da rua
coreto
EQ é E?
muito de vocês todos! Ela che ga, também, hoje?
ªs; ela falavs
- EQUI a e
CABRITA) Olhe,o Olhe o 8vo iEstá
gap; (EsTRaNDO,a SALTAR COMO UMA sO NO ROSTO DE PERQUITOTA ) Veja!
- quentinho ainda:....( EsMcOSTA
se eu pedisse Esse va vocês me davas?
Memago:s-
BR DFANBSB NS.GPR
.;TEA.PTE, 0460 p
.A

p-1l041-

EEQULTOTA;-_, (COM DENGUE)- Não.


RENATO;- F roceita médica....

_PEQUILTOTA:S
SINHL Não....

AENATO;- Por quê?


p Pa Eet0F e» e»

com cilme? Eu aão gosto dela...

DE uma DpECLARAÇÃO,CADA VEZ MAIS DIENGOSA).De quem é


que o senhor goste, quem o senhor prefere?

RINAIO:= Entre você e a Eater,prefÃro, ...

sIMNL;- (NRo cApBENMDO EM S1):-Profere?

Wall,..." e 8ve. "

gant; ( uM mMuCnoCHO).Ah: ( rEmATo ni) a paquema com :»AIYA,AWAC(&og.


É NO [
( cum Assoms A PORTA).Que é isso, menina?( RENATO DESCE,A CONRER
A EsCcapA.AS Duas PEQUENAS,ATONIYTAS,NXO O QUE FazER,NBANHM
avaNça para ELAS qu as MOS EM POuMA DE DEFRSA),
Suas assanhadasiSapecasiQquebrando ovos e conversando com êsse tray
galha-danças e e tres que fique à espera!
NÃo.Mamãe, não! Su não faço mais! Nesi(ALvarno caros A
*" gamELA Dá CASA DO F,8, R UM HAPAZ DE VINTE E ALGUNS
Amos.DE PisiomOMIa iIRIsYOoMHa MAS ATRAENYE,A GRITARIA
CONTINUA.).
SINMA;:= Mamãe, não me bata!
IMQLTOTA;- Não faça mais, jure.( BEIJA ©S DEDOS EM CRUZ),
As PILHAS.NO INTUITO DE RATER-LHES ) Sim, vocês
dizem "sempro isso e não se emendamiSapõocas! Vão acabar de apros
tar-se o zsarpam pera a estação,vemos!
( as puas ENnGUSISANDO-SFICONSBQUEM ESCATAR A FURlãAa PA
E ENTRAM Para Casa DA D. GRITANDO E CHORANDO.NHANHPERSEOU X VOC»
FERA,AINDAALGUNS DESAFOROS!) -=Sapeca s! Assanha das!i( ! VAI IR
As PlILBas,CNEGANDO A ponTAag PORÉM, MUDA DE IDÍÉIA,E VOLTA-S E,0
po aTravÉs DO MUnO,Aa PROCURA DE ALGUÍM) 6 Chiquinho!
(PAUSA.ELA DESESPERA-SE,MOVAMENTE),Isto é do deixar uma criatura
malucai( CHaMA,0UTRA VEZ, 10S GRITOS).6 Chiquin ho dos quintos !
8 Chiquinho de diabo!
8R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
OQÓQ P- LO .

€ ! uso p
Fon Di CEMNA,DA R.M.)-Sinhora! Sinhorasa!
Vem cá ,Gondenado! &
)=Jé osto u aqui, sid CHIQUINEO % UM RAPA-
CEIQUINNO:-( ENTRANDO EB.M. RÁÍIDOS,
2INHO pó LOcAL,PENO E CRIA DA CASA,MIÚDO,DE SE AS PAX
DIABREYTE
oa vivo E RESPOSTA PROMTA,SERIA UM VERDADEIRO
O,ATITUDES DE ANJO....).
capas Não o FIZESISE ADOTAR, pr quampo Em QUAND é que você estavád meti-
EutxnR:- (ssmuras 8 ALTERADA ) , ONdo
E do? ,
cE14u - Zu estava R9 »»»» à venda do NhB
- Não quero respostas! Cala a boca,pêste!V4 ali l
ssa
Mito Brango o veja quantas horas são . Depre
(SAINDO COMO UMA BALA) - Sink Sinhê .
nÍNUuIi:- Venha of, Condenado!
iu ino: -(YOLTANDO) .-Sim, sinhê ! chegar.
se 8le sabe a hora certa do trem

Espere, bandido,
it :(VOLTANDO -Sim, einhê !
* Q Estado de São Ifaslo" já tiver chegado, que mo empreste
um isstantinho.,
IUINEO:- sal movamEnTE,COO UM PE-DE-VENTO),
' RNo Toro pA ESCADA).- Um pé 14,outro p'ra
sai( ENTRA PARA CABA,RESMUNGANDO).-V gabundo que nãoo serve FUNDO ,
nada:.... ( PAUSA,RÁrPiDA.A MEpo O roRTT DO
és PUNRO S XX
cniquINBO ENTRA, CAUTELOSO.ESPAEITA.CORRE à rota da o.CERRA
DE milva,çaGira08 NO AR NUMA AMEAÇA).
il guri O:-Jararata!l
%ÍVÉEEEE? (pa JANELA,CHAMA-0)- Chiquinho! ( 0 PRÍZINHO NO ASSUSTA-SE.VOLTA-SE
CEO) .Souen!
NUM "AIa AnGUÚSTioso E CAI SENTADO
as MOS AO
(voLuta 3 CASEÇA,VE ALVARO -que____suste | E( u#va
DESAT A A RIR,9EM
conação que quer saLTAR&LHE DO PEITO
FOLEGO ,MUMa Crise DE MERVOS).
0460, p.
BR DFANBSB NS.GCPR;TEA.PTE ,. 1
p-ll-ª“

ALVALO;- Que tens?


CHIQUINNO;:;- Nervoso, 0 sonhor me preçgoa um suato!....
MIVALO:- Desculpe,não foi minha intenção.Queria sé poupar-lhe o traba-
lhe da caminvhada.Tenho horas certas e sei o horÁrio do trem
NA VOLTA DO BANHO).-OUnde estão os evos?
CEIQUINHO;4LEVANTANDO-SE,ASIUSTADÍSSIMO).-Grite mais baixo, seu Renato,grite
mais baixo! Não me comprometa!
Ou me dá os ovos frescos ou o dinheiro que lhe dei ontem!
DENTRO) .-Chiquinho! é Chiquinho!
I9VINUO;-(ATARANTADÍSSIMO)- Ib,meu Deus! Me veja a hora, seu" Alvaro!
ALVARO: (CONSULTANDO O RELÓGIO-NIULSEINA)- Cineo e trinta e
CHIQUINHO;:- E a que hora o tres chega?

0; As cinco e quagenta e dois.


% LEVANTADO AS MOS Aa CADEÇA)- E " O Estado de São Paulo" ,meu
Deus!
(DE DENTRO)- Chiquinho! O Chiquinho!( 0 RAPAZELNO,COMO UM DOIDO,
PrECIPITA-SE PÉLO PORTÃO DO F,EiA CEEGA A PORTA).-Chiquinho!
Chiquinho!
0 Porno, EnTRhANDOo,coOM A LinGua DE rora,
como sP TivEssE IDO E VOLTADO NUMA CARNEIRA 96).-Pronto,sidk
Nhanhã! Estou que não posso nem falá4.( NOUTRO T0M)-São
cinco e trinta e
E o trem?

8 TENTAM AJUDA-LO FAZENDOSLER SINAIS COM OS DEDOS),


=O ©GYO9....0 tres.... o trem passa às cinco... às cinco © e o »
e.... ( COMPREBNDEMDO HAL 038 SINAIS) As cinco e vinte,
MEINNA:=- Então já passou.
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460, 7.1 A .

P-1 417

6 mas e»*+
ALÇANDO Os PUNBÓS).- Abi
=Não,não passou,( COMPREENDENMDO,ENFIM 08 SIMAIS).Passa às
cisto é quarenta e dois.
= É o jornal?
CHIQUINNO:- O jornal? Pois é,., Abt NBS NKito masdô dizo que a casa »
empresta mais jorná.Quem quisê 18 que compre!
MutmnE:- (como uma Pdaia,posCENDO As com a InTEmÇÃO or in 19
mar DO VENDEIRO).-fle disse isso? You lá e dle..
0 Arifo 30 IR).
( os Dois puíurinos paa SAaLVAr 0 OLtimso E
sets por InNSTINTOo DE CUMSURVAÇÃO).-OQ tgem!
PARA CASA) Pequitota!
JÁ estão prontas? -(SAl D.E A SUA VOA SS PDRDE)-Pasonhas!
A NB acas-MNortas ! Dopressa !
RENATO: Se voco não me trouxer os ovos conto tudo já !

CHÍQUINNO:- Levo ama dúzia!


AENAlOQ;- Quero duag!
Ind Levo tres!
.- (Cuda voz "Weu st AapaoximaxDo bE
DENTRO, DF Mistura como
DBE SINNÉ) .-Pamonhas!DepressalDepressai( FMPURRA A4 PEQUENAS).S
chegarem tarde, vio veri
BINNÁ; (acamamDO bs vEsTIR UM CASACO MUITO A CHORAR
«-Abrnouna! Anda depressa. a
DE AGUITAR UM CHAILE).-Anda você, sua" molenga!
MIN)—ªguª“ saEM POLO P.OUVEM-SE 08
sin CHORA MAIS
soltos da PEQUUNA.NHRNHR 90x fEMpUÚRR AS FitHas ATE AO PORTÃXO.vOLTA
A PORTA.OUVEUM-SE O GUIZOS DOS CAVALOS DB UM TnoLl aus «e ro am
MovimENTO,.Aa VELHA LEMBRASE DE ALGO E GBETA# ALTO).
3 a ( JUNTO DELA)- Sinkbá
- Que faz af,condenado? Corra atrás do trolií e vá com clas
para trazer es malasi( CHiqUinHo sal 1a CONAER,INLO FUNDO
EM Flea à porraÇ,como quem AcompanHa, COM Os OLKHOS,0 TROL
que ae PraDB NA DIsIkSCIA e a CarÁPlRA DE cHIQUINHO P/
ALCANÇÃ-LO
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE.0400 p 3 .

& DE OLHar Oma Para 0 TROLI ORA PARA A VULHA,COE AMABREOL-


PADE E&XAGERADA).- Sons dias,
(AspreamEnmTE,TirnaNDO A Mão que LEvara môs OLHOS A GUISA PEVI-
SEIRA)- Bons dias, ( E COMO REMATO CONTINUA A FITA-LA) Deae-
joe algums aoilsa?
BLNATO:= Desejo expressar-lhe a nossa grande pela sua iae
finita bondade é ,quentar Esse moleque....(REFFNL="]! AO
CHÍQUIREO),
(ULNSIDILIZADA).-Ó muito obrigada.(A ALVANO)-o senhor está pa
sando melhor*t
ALVALO:- Não tenho tossido tanto,...
RENATO:( DEPOIS DE UMA PEQUENA PAUSA)-Por que o senhor não mata de
Uma vez e Chiquinho?
NHETNMT:- (RINDO)- le bem merece.S uma peste! É um maleagradecido,
(como quem conTa UM BENEFÍCIO PRiYo).-Tireiso do
Juis de ºf.:ºª % à e e é
RENATO -ãFIHGINDO ESTUFEFAÇÃO).-ATI(OLHA PANA ALVARO)- Que _ ingrato!
T «(ANIMADA,VALORIZANDO O QUE DIZ) Há dez deste tama»
nho! Criei=-e! *
RENATO: ( A ALVARO)- Que coração! a
Eãiâªí⪠Mas não se pode ser caridosa neste mundo! O senhor ve o
que 8Ble me fag? ii
Veão, indignadoi!Vojo todos os diss êsse bandido bater desa-
piocdadamente com a cara nas mãos da senhor!....
MWÍNNI;:= ALVARO,COM VOZ ALTERADA).-Com licença,
4 AENATO;- (IMITANDO-A)Z xgª_fggl.( FLA Enfea EB Peca a POSTA CoMXX
ESTAONDO,.ADNATO RI.ALVARO RENROVA-LHE O PROCEDIMENTO COM A CA=
BEÇA,ÇNÃO PODENDO,POREM,NEIXAR DE SORGIR).-NÃo engulo essa ve
lhai( Passa Aa MXO NUM vioLine ouve ESTA Muma mEsa,GURITO A
JFANFLA ) ,
ALVARO: facu UM TO4GUP PDE IT©ISISIYA)- Ela é como es outras: mulher,,
DEFOIs DE UMA PAUSA,E q4UB RENATO DA UM ACORDE NO ViBLI_-
NO).-Deixa-me ver o argo af.( E OS DOIS DE COSTAS IARA A
JANELA A Aa "REVERIS DE s0aUMANN* , LOGO DEPOIS UM
Li CRIADO,A UM SINAL DE A JANFLA.A MÚSICA QUASE
86 BxTINGUB,0UVESGE O APITO DE UM f&EM QUE PARTE,
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA,PTE 04420! # [4

p-20.21
ao mesmo Tempo, EMPhEARINDO,O DO FUNDO APARECE A FIGURA ALQUEBRADA
pó Estr pominGos<s'omincos* como SLE gnóralo se cama.! um DEPEETOo VELHQG
Tre cento E abeums amos. CADUCO.,S80A CABEÇA r UM FLOCO ALGODÃO ;
SEMPRE TOADAM
quasi MTO AMDAÇARRASTA-SE.PEDE ESMOLASFALA SOZINEO,CANTAROLA
AFRO-BRASILBIRAS,ACOMPANHANDO-AS COX UMA SANPONA DB SONS
se vão quamto SEE x anpa semrar ACOMPANHADO OU EM COMPANHIA. DJ
SUM VOZ ViM 00 FUNDO).
E__DOMINGOS:;- Arimandolá,0u8
Arimando18, 08!
Eh,AR!
(Entra arokapo a UM Pahaçoe DE PAU)-"Suns Cristo!" (ENIJA 9
| (CAMT-
se.9B,VOLTA A 8.0 PORTO COmo SE MALABSE A ALGUÍU|= |
NRANDO EM DpIiRECXO DO P0Ç0).-Cangoetê Moanouami cundga!
UW LONGO ThAGO
mroa Aa sanpoma somar o Poço aPANHA O SaLDE ! SEBB.-Rek ,
Pe Aeuaçorerscas DEPOIS,A0 SE INVÍSIVEL COMPANNEIRO)
ALE 1%
- PAUA A no”. G 1a - A E ! CME&UI A NCGALR
COM Aa FRALDA DA C)
AÇO
8101
BANÇO 10
MISA Wanna
E canta TOCANDO SANPONA),
Azrimandol8 , !
Ao imandolá , ná!
Assacarila-assalkará !
Vó i !
s Eh 1AbBl
ha...- dençá, aci! ( COMO SE AEGURASSE ALAN COMEÇA A DAK-
car).(ouvuesE Os Gulãos Dos CAVALOS DO Inonl qUB 39% APRÓXI
careaLHapas Moças comssu a voz Do Paszs vELHO.ETN
ma e Loco prrois 841 DA CAS
CASA DO F.WHANDX
Té ABRE A JANELA,ALVARoO SURGE A PORTA DA AS GARGALHADAS DE
ps D.A conasr,amquasto cresce o LL Fora 8
- LonorR REDOBRAM) , O
(J4 ko ponsão po F.,ADKINDO-0)-Entrem!Entrom!( ENTHA LEOXOR;E 7]
801, *É1 11 , MOCIDAPE . ALEGRIA .SEDUÇÃO,TUDO SE REUNE NESSA
Pa são Um HINO
«emmm EMCANTADOAA DE AMOLESCENTE,CUJA VOZ,0 GBSTO,0 OLHar
ENTRA DENTRO DE UM UNIPORMB DE COLEGIAL.BBIJA ESTOUM
Cos PELA CENA 1004 , EN-
- pamENTE a vla no a PaZENDO CAIR E CORRE
cont.
#R DFANBSB NS;CPR;TEA.PTE. 0460, o.
13 .

cont.p- 21 p-!:%993
CHINDO-A COM A SUA JUVENTUDE,IRMÃ GABRIELA,ÇA VELKA,ABRAÇA E BEIJA
NERNEX AinDA maL Do susto que Ev com o ESTOUVAMENTO DA So mr)
NBA) .-
ABUISLA;- Deus te proteja, pinha irmã!
HiNpÁ;- ( COM os oOhhos Pebcapos em LEONOR MEXE sm 1" DO )-Amém !
©GKIquimno DEMaLAS Pára O INÍBRIOB DA CASA
ba D.AS DUAS estão JX ESTL SOBRE o P9g0,8A4
- JANDO,ALEGREMENTE,ENTRE SINOX S PeQUITOTa Que ENTRARAM A CcORAER),
ALOXOA;= Como tudo isto é bonito!Campo,Fl8res,cóu,pássaros e ...até e
a ta cazisha feia,como é bonita, Jesús! Deus,quando castigou Ad
esqueceu-se dêste pedaço de DA PORTA DA CASA , Q
LHASA COM MARCADO INTRABSSE),
NEXNHX:- (BSCANDALIZADA)-Que é isso, Leonor?
DOMINGOS: "Suns Cristo" ,
RUE Só AÚOHA 0 NOTA) (taem 8? a
f o mestre Domângos,não se lembra dole?
FABENDO FORÇA PAA RECORDA-#L)-O mestre Vomingos?-(SALYTA DO PH
O E TOMA-LUE A SANPONA )- Deisa-me tocar um pouco de saufona?
BEXTA-3E _ NO DANÇUINEO).
MINGO (NUM Caito ROVUFENHO)- NUmi
ASSUSTANDOSSE DUIXA CAIR A SANPONA E rO6rE)- (ABGAÇA-SE A
GABUIELA),

Saei Percrê,meu cumpanhoelo,castiga mulhé que deixa b


me,está sentado af,
; LEONOR: Onde? (SINLL R alem s QuaMUBR Coisa 10
OUVIDO DE LEBONOR.ENGUANTO MERMEX SUM GESTO BLZ A CAPRIZLA ,
a WE é PRETO E Louco),
MonO&:s=_ (CARIDOSAMENTE,APANHANDO A SANFONA E ENTRBGANDO-LHE)-Desculpe,
Mestre Dom&ngos,não vi que o seu amigo estara sentado ali.,
(pomInG88 arasTA-SE,RESANPONINADO,EL UMA PAUSA DE yzzn;na).cªg.
tado,
= PVem,vamos entrar. Vocês não querem sudar de roupa?
- LEONOR: ÉNQVAHENTB ALBGRE)-Vamos!Yamos! Vamos ver ques chega
,
SAI A CORRER PELA D.ACOMPANHNADA POA PEQUITOTA E
(
cont,

w
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.04GO, p .16 .

coat «(Mºz 5

3 GABRIELA ENCAMISNAM-SE PARA A PORTA,ESYA CLTIMA MENRBANDO A CABE-


ga EM rurnovação Ao eEsTouvameNTo da SODRINEA.ALVARO E
PARECI1DAS A8 PEQUENAS DESAPARIMCEM NO INF /RI08R Da CASA DO UNS
DO),
Mestre _pouIndos;- (APROXIMANDO -SE DEF NHWÍNHX)S inhÃiNum tlen nada nu)
preto véio?
Intre( APONTA O PORTROGINHO DA ESQUERDA) e apanhe as la
jas que estiverem no chão.,
OMINGOS:- Suns Cristo! Vem Saci ( SAlÍ E.,V.)-
ON Fl0ura ALQUEBRADA DE DOXINGOS).
:- Deus ainda não so lembrou pobre bomes!
Dizem que tem cento e vinte anos!Dizem que ficou a
sim desde que a mulher lhe fuziu, sem vergonhal(oU Tro 10x)
A que missa você vai?
A das sete,não 34
E.Vamos entrando(EMNCAMINAAM=SE PAA A D,)-A Leonorstá uma
+
f de uma alegria!...
Alegre de mais, não é? Menina rica,em colégio, tem liberdade
de mais, não acha?
%30,N=3nhi.rerdou os país muito criança,ããs ela- $ boa
come "o seu estouvasmonto.Aquela alma não tem uma nódoa
de maldade,
Vamos entrar.istas meninas de hojel.... ( VXO ENTERAR QUAN
Dó sm BaTEr xo PORTO DO FUNDO,PARAM.) -Quem será
seu Deus?VÉ,Cabricia , eu já vou., (GAPRIFL A VOL
TANDO SB NA ESCADA). -lntre quem é.( ABRE-SE O POLTXO.A PARE
em nirimHo BrAMQO.NHO E J0sÉ Dos
PAAMACEUTICO E SACRISTIO LOCAL,TIPO DO PROVINCIANO
pErNÓsTICO,METIDO A UM PANO PRETO EM Um DOS
oLHos,0 SEGUNDO É E BEURDOR DE !
Ode TERCEIRO FALA rOr HOSNOSSÍLA E plSsca A 100 INSTAN
rEMATANDO IUBO COM UM Riso DE CRETINO. RI SEMPAE,DE TUDO R
os TANTO o COMO O ULfiu SRO ADORADORES DAS
FiLHAS DE NHXNRX e rnoCUuna M SEMPRE UM PRETEXTO PENETRAR
A casa PDE SUAS AULISTAS.).
cont,
#R DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE. 0460,
p. |+ .

e0a%,-28 p-26

DE licença para -um triângulo? Somo tê o « .


dé disse que entream.,( FLPS E PARAM PERTO
pE NEXMAX Capa UM POL SUa WVEZ,SAUDANDO A DONA DA CASAY
Bons dias.,
FlNMINO:- Bons 44168,
hi- Dons Aba,abhr, abal.,..(TORCE O NAS MXOS.
PAUSA),

Desejas falar comi go?

NIUINLO:- "Desejamos".

FIRMINO;:- "Dese jamos" ,

Desejamos , Abn, ).

NuNNnE:. (ImPACINMWiE,MAS CONTENDO-SE E FROCURANDO SER AMAVEL),


:-luacrom entrar*t

- MAZINNO;:= "Agardecido" "Nós estemo" bem aqui....

*DPastomo" bes aqui",

ªá1*no;— Bem aqui, (41) ,Abn, aba, ah s...


um (J IMPACIFNTE):i-Mas , afinal,que desejam de mim? (SLES
RESOLVE-SE),
HINO Yoil faler,Não lhe parece?
rikmINO; (BAIXANDO 958 OLHOS):- Batee NhG Nítinho é levade!....
Li 28 (11) Aba , aba , alia ) e e - e
A$inal*,...
BR DFANBSB4

?”Ifhi'urn-rn
N 7 T NH!

Vou falar.
ba #%
Não lhe parece? O Firmimo está com de à se amarrar-s e"
é
queria que a s enhera fesse madrinha d#le nesse cons "matrimenialsyY

NHO FIRMINO

([ WTIM DAT Nm T A l b sa
LG UW. M A Xs du Nano DB IN LO L J « ºf?“ AN

va e 1 ima) No e 1 um A e vai da
rece uma cacnoelra: nasceu p'ra Cªput-adº
1
avra . Pois... eu sou noive há uns par

Há uns vinte...

Há mais. Muite mais! Há uns "dezasseis ?

enxov4 da Siléca tá preparado]


a
NTT A NTT
NHANHA

E per que não se caseu antes?

FIRMINO

Per falta de emprêgo...

NHANHÃ

Quem bebe, como vecê, nãe pode a rra nja r emprêge.

FIRMINO

Pelo contrárie: pranta que não é meiêa moiada 4 que nãos dá fruita...

NITINHO

fle a inda nãe se «asou por um caso de convicQãe pelítica, nãe lhe parsce?

FIRMINO f

1. SU me serve emprêégo pÍbrico...,

NITINHO

E vetesu sempre da Oposição...


FTIRMINO
Agora bandiei de petiée partide... Per isse arresorvi apressá o casamento
pro fim do ano que vem, mas se vamc& achá muite pertes eu trans...trans...
trans ...
onmimAÇÍÉ)
NITINHO
( SOCORRENDO-O, DA-LHE O TERMO QUE LHE ESCAPA). Transfiro...
FIRMINO
Isso| E "transpirá" ele p'ra mais tarde.
NHANHÃ
( BASTANTE IMPACIENITE). MUITO bem. Serei eu a sua madrinha; E só?
NITINHO
O padrinho sou eu. Está bem. Nao lhe parece?
v NHANHÃ
Muito bem; Mas, agora, se me dão licença... ( FAZ MENÇÃO DE ENTRAR,NESSA
MESMA OCASIÃO PEQUITOTA ASSOMA £ JANELA, NITINHO E ZEZÉ SABDA-NA COM VISÉ-
VEL PRAZER).
NITINHO
Bons dias, dona Pequitota,
PRQUITOTA
Bom dia,
CPONDO A CABEÇA FORA DA JANELA) Quem é, hein? ( VENDO OS VISITANTES). Bom é
dia, seeu Zez.
2E2É
( MELOSAMENTE)., Bom dia.., Ahn...Rhn,..&NA.+ +
LRONOR
(DE DENTRO) Zezé? É o seu namorado? Quero verl( APARECE POR SOBRE A CABEÇA
pas DUAS PRIMAS, CONSTRANGIMENTO DOS CAÁIPIRAS QUE SE ENTREOLHAM) ;
NHANHa
( ENERGICA).; Menina| Que modos são esses?( H'A UM LIGEIRO SILENCIO DE EMBA
RAÇO, LEONOR SAI DA JANELA, COM A MÃO NA BOCA PARA NÃO RIR,GABRIELA APARE
CE A PORTA DA-D.)
GABRIELA
Es tamos na hora da missa( REPARANDO NOS CAIPIRAS)Bom dia.
(ELES RESPONDEM) ,
NHANHÃ
Não pude a inda ir me arranjar! J4 volto. Conhece todos, não se lembra?
NITINHO
Ea sou o Nito.
NHANHÃ
Com licença.(SAI D.M.).
R DFANBSB NS.CPR.TEA pTE 257
B NS.cPRTE A Pte. IGO ppa

A L

CONTINUAÇÃO.
' NITIRHO

O Firmino Borba, Zezé dos Prazeres.


( APORTANDO) .,
ELA

Nite...
( PROCURANDO LEMBRAR-5E).
NITINHO
e---
farmÉécia e sacristão no tempo do padr
Nito. Nito Franco. O Nitinho da

Bartolo, filho da dona Cassiana s .o

GABRIELA

(LEMBRANDO=SE). HÃ| Está um homem |

RITINESO
,não se lembra? Filho 42 Dona
Graças a Deus, nro lhe parece? Este éo

Maria, A yIÁVA , e o
FIRMIRO
do psi ter morrido, se
O que teve a desgraça és mascê dois anos depois

é
lembra?
GABRI FLA
Zesê? E s ua mas?
O RISO). Como vai você,
(conTtENDO DIsCRETAMENTE
NHADO DE 5Ua CLASSESA
PONDE COM UM *peu" ACOMPA
( Aa cara PrrouNTA 2EZ% RES
A);
APARECE A PORTA DA CAS
rmISADA DE BÓBO: LrONOL

R0 FIRMINO

PARA *Lr o sEU OLHAR, DESCOBRBEE-SE,


(OTANDO QUE GABRIELA DIRIGE
O HABITO E BENZE-
APROXIMA-SE, AJOELHA-SE A SEUS
TOSAMENTE,

SE). A benção.
GABRIELA

Deus 0 abençõe. Como vai você? E a Siléca*?


Que é isso? Levante-se.

Quantos filhos têm?

$ FIRKINO

FIOS? Kum sei ainda.


GABRIELA

R-e-s-sabe==
Rao sabe?

FIRMINO
são?
como é que eu vou sa ber quantos
*les ainda nãoo nasceram
HITINHO

se casou, irmã, não lhe parece?


tle ainda não
F1RETRO
ua
.!le Norm Tm 7a9a 4 Umi
oqus K CQL
* epuers
Vm de a
19 eno
Op euop
*UQNOXT Y
UT Tuga
V dal ciel » &
*oeu'
ogu'" ,oXquoT1+
Srad r 4
AN ALAA LE
DW. :Crccf ”. os
3a
I Se2901 [ Ar
si S (..- dã * C .
f UYVNHOINOO ASA N
. F€ÇCE95(C Cªbin—r. .“.th
rxrbfr x
V(Éh)
(rf—nc
oqutrBrnod
Wa viu F 1
V CA (rr-lt!
tun ap eu- to R BDeBN
* «XJ o y
('()rrxrlf
anh #
918 FT As r tra
O uxXLNOO Uxdc AxS
325.8
yT tu
*é Afi.
; WNO
ta A
W (ALI -.. ...“.FHM n
.» (DCC . C Un ma OR
Vado Maui do ! WTuUy
io. viWA Y TNAN
Cd AXA RGS
rd alão
Vas ua f. TTnn
YA N AAA ado 'em IMA v" TWT v imo
19 V A V R <tr>» «:(([rr'trorr
$$$ AUTVISOo WvIzvA a svOG SY SONN
XL SHHVYHIO
OLSH (5,5% X VIOILIODSA a funIs 24
O
ZP OHNIIEM a AGUA 322333543.não“ X VUVNOS
IHIVDUVD VWNON a IXUNOO ICOX OFM "vavosa
mchRH
unu
o4tuu equtubrnod un q «sous s
s Zel *SsoAÇou
ONIRIUTA
7
to
BSB NS.CPRTEAPTECO, p2A >--

LEONOR

(IMITANDO-=LH© A VOZ P A MNSURA). A" sostifação" é toda minh

minha, não lhe parece? (NITINHO CHOCA-SEP LIGEIRAMENTE

008 A IMITAÇÃO).

TIA $.

(BAIxO, REPRRENDENDO-A SUAVEMENTE, APUSAR Dá GRAÇA (UZ Za

IHF ACHA). Leonor]

' LRONOR
(AIEKDA A NITINHO);Estd sentindo frio"
AHIFINHO C
Não , senhorita. Por que? NS
LFONOR
(APONTANDO-LHE O PANO DO OLHO). Betá com uma janela
fechada, .. E
NITINHO
Jensla?
212%
JINELA ! tepa-oio, num é? Abn,ahn, aha abo
LFONOR
(IMITARNDO-=O)JIINPLA? Abr, aham, abana, ahnj... ! sim, senhor.
(2az€ rIcA SOBITAMENTE StrIO, CROCANDOSE Com O GRACEJO).
GABRITIA
(BAIXO A LPOROR, ENTRE-ZANGADA E RISONHA). Minha filha,
nossa gente é muito descofiade.,.(a eles) Na o levem a ma
Tle gosta mito de brincar.

A PorTa DA D.TRAZ U 'A MANTILHA A CABEÇA E UM LIV


VROD DE MISSA RAS MÃOS). Estou pronta, Gabriela.
(AB QUDM ESTAO NA JANZLAS). Muito juíso, hen? Façam
o Chiquinho varrer e limpar tudo. Vocês vão 4 missa das dez
(A LFOFOR)Qaer ir agora, Leonor?
np
-de
hi (m; T NTTWT NW TT ART O N
A b UAA L W gela s Lda ão xo
oaNIYS
ONOXZT
AA ANA AA da
T Ms ( es
Y H 17 0GANo.LXSui »
oxená***oaog op Beto guie,
raoquad
.Hnr, v
KASA A Ã V AX SASA
N
(THAT
=*UINI Cotação Tufi/P
OHNTLIN
...m,.
ONTIÍTT
R D d a mL sido
.WWQuaª 0 BA
=
TMNYAYr W...,
Sk Y A LuflAK
as ouoo
% HNY/YHAN
NCC
% M.
PP Tra pre OQÓO ; DMI e
&. 4
-i »....r $ ª.., 1
3 3 a

CONTINUAÇÃO ) mess

i GABRI BIA

R$). Até logo, filhas(SAEM S 2E2t,


Qur Jocar OLHARES ParA As PFPQULCNAS, FIRMINO E POR MM
RHÁANHA) .

(Gus FOI 47% o POrRrTRO OCERTIFICAN-UP DE QUE SEB HAVIAM I


IDO 08 QUZ SAIRAM OLHANDO MALICIOSAMPNTE PARA AS DUAS
PRIMAS E RÍPUZXANPO O OLHO COM O INDICADOR ESQUERIO) .
Olhers | ; ;.
SINHA E PEQUITOTA
FAZEINDO=S* DD DESIRTENPIDAS) .Que é?
LEONOE
Quando vocês iam já tinha voltado há muito tempo l...
3 PEQUITOTA
Não entendo...
81NBA
Você tem cada um» coisal... Que é?
LEOCKOR
Que duas artista de cinema 4 carta que o olho -tapado
entregou a vocês?
SIÍRHA 3 IQUITOTA
( coro sr mm coro, NUM ESFORÇODE SIMULAÇÃO)
Carta... Que '
SINHÃ
(BEIJARDO OS DEDOS "M CRUZ). Juro por tudo quanto é mais
sagrado | , . , ( CHORA )Ahinana |
CHIQUIZRHO
Pronto | derreteu e manteiga|l Quando Nhenha cheger ou vou
cont. LRONOE
Na o conte nada |
BIBA Bu Wend
eu *aouce7 pts Letra
NECA
e ermo a + pa ea É permeia jm
*(s vm svoa SVIXI VIIODASUHA' HIS o Navy mmmcov
*souwea "uts some) *(SQUN SVG XIEZHI]
| 9€N
VIOLIL
| 491
TONOQXT
! (aguia
ouLNTa Z oLvays o vuIL a vavors va nvuadsxa on aS=VILNHS
IT AS=VHTIIONXASHXO ) *Je meredsy *je melredsy *(yqIA
| er49809 y y * (y=-OCNVLIAIM
HONOHT H VanNIsS
CAA AMA
VHNIS XINO
rio 8 VLHOdá VIHda
fam VNXO
4.7.1: * vrpra IA.. o T HHHI..qu WT)
dvd Yo ALA VA V y Vaz ny
VEOZLIODHA
e pD .QPopwzaww )
eis jog (20H0
# rynau v matam
Ndfrfrxnr—r... Y ML s :**/r
quÃOO ou s n ___ WX V IAMA b NT NYT CEL....BTT,
mé AX RALA V VA .,(rf
eua |vaoa e oe *euouyo oe
no esa
Visa x VIixNVL VC AIYS XOB VIOLIL
HTONOXT
***oSquoo 9p ? GInbe oiqueyn
« o sa E - 2 deu
..) TWT a 71 vm Mazda. oxousu ou
H..-rn...r&(r .xrrrrr..rr(rx . (
NaTHA
AAA sds dake
«WM,
i " 9 ggLcd Kdd5 SN #9 ZQU—Q 4a
hE
- sem
©
Nor? ANBSB NS.CPR.TEA pre 046
0, p- AG .
cont.

Não amole, Ghiquinho| Não amolem.(SOBEM PARA CIMA DO POÇO

E COMEÇA A LER,RINDO DAS ASNEIRAS GRAMATICAIS QUE ENCOITRA)


Nois precisemo" faiar com "ambasas as duas". "Nois e9pera-
mos-lhes na farmÉáécis durante a missa. NÃis. ..

CHIQUINHO

(DE UM SALTO,ARREBATANDO O PAPRL DA MÃO DE lei


mais, pronto |(RASGANDO O BILHETE E CORRENDO) Depois quem
paga o pato sou eu]

SINFRA

(CHORNDO E AVANÇANDO PARA O MOLEQUE) .Intrometido |Adulador|

| .. -

PRQUITOTA

(IDEM, AO MESMO TAMPO). Atrevido | 8em as Três


como txis pPaquemas "Urias, CONSEOUEM AGARRAR O

DANDO-LHE FORMIDAVEL SURRA, GRITANDO SEMPRE "DESCARADO|

ATREVIDO| ADULADOR| QUE VAIS GANHAR COM I19809a CHIQUINHO


MY LARGUEHM| MB LARGUEM| ACUDAO| VOU CONTAR" |
RENATO E ALVARO,ATRAIDOS PELA ALOAZARRA ABRIM , RESPECTIIVARE

TB A PORTA E A JANELA DA CAS DO FUNDO).

ALVARO

Que é isse?
RFNAYO

FINGINDO QUE APITA), PrrrjPrrr| Polífeis!| Polfcial (SINKA


CHORA MÁIS FORTE; P!QUITOTA DISFAÇA COMO SE RAO TIVESSE NA

DA COM A COISA; APHilAS LEFOROR SrOYURA AIKDA O PAO).

RENATO

(ERERÓGICO) Que é isso?

CUIQUIRHC

Esta menina pensa que eu sou táértos de bater roupa|( DES=


VENCILHA-SE DAS MROS DA GAROTA).

1MRONOR

Comigo é assim: contou prosa, apanha.


DW AMA
IALANAL

acase, filha do Al Capone?


IANA D
LSI IA

Sou o Lampe
ao disfarçado,

ENATO
Disfarçada de a
mal-cris 2ida ?

TAB
mA
ON R
nao me co n fundirem
f com O Senhor,»,
Nr +
Al rLA DtO
aro Ed
Nao seria possível,
X Ele n 820
T.
AELÇINK M

RENATO
>* a 7 ; : a e a
tab bonitinho, nem tao 7
mal- educadênho.,

eanrl
, POr i Tr-“. A T 7 A TV A
KC LIA ANDA ds dd 24) LA

RQU
Er teg u
PRE ITOTA
gmVV N2/ e
Que é isse8
M Tmr
.]. deal

V
“Avª-TV A PM Ao
h

ZênCUlP

bichas e mor
cont.

Enão há espelho nossa casa?

ALVARO

(RINDO) Não., Mie nunca olhou para um espêlho...

L2QHOY

F punca tomou benho também?

ALTVA RO

(PSTRANHANDO A Banho?

LEQYXOR

vereese no a morrerá na certa, FICA


Pois pode

sErIO.ALvarOo i ,tDA Ri TAUBIY).

ALVARO

ELA jÉ enta nossa amíge. UstÉ se rindo...

LEOXOR

RINDO B Voc...

ALVARO

De nim? Por que?

--dvEPe9hhseem
Pina:
ati its *a
1a

rindo «É#Éla ser feis..,(1LVARO FICA


Por você estar se

RI PSRDIDAMENYY CAÇOANDO TO AMTUD,PLA PAMBNM 1


E RENATO
d. Fal
Ha LT»);

RENATO

(cor iINENÇÃO LL s0LAX M: 1% O

56 nula & nim"


LRORIT
ea oa are
Des dois... (N1%% "0LOS, IFC! F
).,
'!v
v R16)

Agora sim; Tudo acsbou bom. Naãs

conosco"

AZQMOR

fas muita questão de sober"?


***|ro * (vam
«girl-(I.
TTUOTAA 7 x.,“ à t ..Íh ANNE 3a
XT
/ GRAMA (CL afrc KAAdo v
Wo Als LACA do CA R2 A MA Rd
Tre S Tao T a Tana
HIT
HHT TO
! à NWAA) ne
Rdo XO (.br/xl /
«:
(..-*er
[ ”L..:
sgu so&ere>usp e sosSutuod a11sem eo
OTL 13
R V Adao CA
.:“.(_,fr
”:O;Topus!
Wa
HI Vu
VNAO if(-...,!
4UYDI
OAD NTT 7)T am
LC ...frufí vc Ra
IA * faw eva
€ Q llfílk «rxrlfr
Tive i - iv
i a
va O9ISSYIO OLBZO 0 OINMHZVAIA ) XIM
yônNva
.a) É
[LONOQOZXT
eanb aenb enf
C (Tono
FT MTU
of: V ALALC
1
ma ousa jaeduep tea wenb stod
(vavomva
AU a ,)? TUA
(g.—LMF“. LAM ds dra MZ
VDOUWXINI SVG
NT 7
R4
wuieSusp sQu
95 os
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460, o- 3ó .

39

Toque. Yestres Doniugos

HTYUSTR! DOMINGOS

Festre Domingos num toca nada! (SINHA E P!MQUIYIOTA, P*=


AKRTA=PE, APROVNITNTIO-ST RO PESRSPRRO DE CHIQUINRO, ABREU
O NOarão - s1a).,

VRONOR

Togue| Toque

UI

Nã o toque! Não toquem

LEQNOL

Na o precisa grit=r que àle não toca mesmo.

OHIGULRHHO

bis., Cs lho darem nil réis 81e toca.


LIONHOR
7
( ALFÓRB)Dois mil réis. (PROGUA O DIiMNB 31H0) ;
pedeahe 11 ,o
Nê—Á-xãrdó

(IADIQUINATO COM MUS Burro] Burreil DANTO UMa

4 GOM O POLTOAR NA GABOÇA,ÇAMO NA DARÇA AMERIGARA) . 94 |

HFENAFO

( Qum PIROU A MOEDA Dc Tome( Vá ATERA-LA)

au pr prom bm
At V Nuª)“

Eepere, Não «tire. Jogue p'ra mim. (CORRE PAA O MURO DE UX

SALTO E, PANA GALGÁA-=IO POM A uzo SOBRE BLE;DA UM GRITO PDE p


|
RENATO, ALVARO E CHIQUINHO
(ms 1o1* tme foi"
LFONÓTR
(APONTANDO PARA O MUEO ) Ere um pedaçênho de vidro(Os DOIS
AFIGOS DESCFM PRECGIMPITADAMPENTE A ESCADA. LEONOR SENTA=SP
Ro 104,01,
Iuri DJ? nos
OLY NXH
Ud LOUuU
se 819% " s e- 2 -
se o 8293 9 Sr . ( OTNHA AW
L ALAN Y 4N0DOHa )
4 &
A4 C
(ao Prf-PIP) (fruvrltl
TMV NG J C
AV LISNSSVY (lib.
I nta
OUA
Ta 77 PU TT
MQLNLLIO (....rrrírccrr
* ANT;ITT C N (
«d rnb/Lt.. l_v kf?" «hrr
a Try A vo 7 R
eu(o * 9A BG
“(JJ »vd
C/ AAM
+
ata 100 QMQWMW.
ULONOXT
snr
es LO r +-7e oS um6mu t É
INAGTN f r 7 T NETT TA IF A TW
TLA ACA CJ Ae CAA duto ANAC IA Vd Vo dovisado CLIN Y CL [H
l
(NTT T ( "FIT
()!fFLanL L..—FD
rev enPor
7 ALLAARA (rp
A TM MAU 1
. Arf!._r Mid 4 Alo CA
AU W A MTV
(15.5va
4
eno
nr ate
X0O
OLYNXH
_OHHOOOW
y TWT
(PHFfrtKv (r.?- CA
»er-vpí FSC
$$
Ic - (90 3Ld Va L HdO SN
mam LE(GRS,
ANBSB 32

|)
:

UIQUINAO
Os Três sorRLEM DO DESESPE
( Eo E CHAZARDO
Sinhd?(Paka os Três FAZENDO UM
RO Pequitota?
Estão vendo?!-po
PausA no CHosO, COM CERTA IMPORTANCIA) .

de ficar tomando conta da casa


por isso qee eu não gosto
CHORARDO, NOVAMENTE, PFLA D;M.
Não me respeitemi...(841,
ALVARO
Agora vamos envolw
(Aa LEONOR, DIrANDO. UM LENÇA DO BOLSO)
O LENÇO]) .
ver o dedinho em gaze.( RASGCA
LEOROR

jeito para médico.


Os Senhor não têm muito
BRATO A

Não, Pois le é médico masmo...


(RINDO=SE)

S tem muitos doentes?


£? Desculpe.
REKATO

Um.
LEONOR

Um sé?
ALVARO

Um só

PÃAXA RENATO). O senhor?


( APORTABDO
RBNÁATO

Sou moço, quero viver muito.


Deus me livre|
LEONOR

doente?
Quem é então o módicos
ALVARO

Eae
LEORCRER

% o doente eo médico...
AUNTNA
R2 LA AN de 4. ACA
AA r A x.: 7 e nm (* 7 á ! a a . 17 rr er
00 v PF er ! Su G OuvaTY 4a SYLsS0oo SVN
"*ONTILNMUIHU ISSHUHLNI KHDN é ue 10WeMNM *(XSSYDSOTIONOW XS ONO
[ opueroweu '091)
=ISNVUL VHON' as-
|18P
***s tem souele311Iq
N *su exque epreeiseuyepee49e eo; onb eouerq eitepusd ª.w * no A
DMFHHPIÉÉ
te) nes o 3 ouooug
HONOHT
*(oaIvunO 0 O Ay UOI OINVE)
OUYVATY
9
pap ou somelod 9 en sou Ttuagossasp samae;asgemsep opueno 0€9)

OV NHH
XA4ULSHWN
ATYNTM
[UE Zi.
VIYN a ANO
NMIAVHNOSIU
AMG M RU .:rfr > NYVHIOHUIMX
eM Y Ká ..rrsfr. A ddd aditado
ZS S3u7
sudo O
R5 CL AJ
uesuquy ** *wuog ** *uog** .Mãéo nqeuta
TMA y
(rfLulP'./Ll nrrlrrvnf lll
nee T
095 |
N TUMTIT
(r; v ad
WF | nA AW ty (T NWA
br./(L, RALA ATO MCA qkrnrl VAGA virª.!
UANA
rr/XbF/xí
* f um OTTT UVyULI
IEÍFII<E CL W Cá ALC
(A TR NY
R2 lado Vo Alada
A 7
,(ngth
COKT ;

CHIQUIRHO

( parEETO, COM INTIMIDADE NAS COSTA DE ALVARO, REPETE A-MBSMA FRASE

COM A MESMA INFLPXRO DF RENATO).Sapere ef que jd volto| (E SAI ,A

CORRER, ATRAS DE RENATO).

ALVÁ RO

(pEPOISs DE ACOMPANHAR 08 QUE SAIÍRAM? COM O OLHAR). Dois meluces.

LROROR

Bois? F o senhor...?

ALVARO

LEONOR

Tem muito juíso?

ALVARO

( SORRINDO, PERGUNTA TAMB!M). Tenho?

LEONOR

(ALBORUMENTE, NEGANDO COM A PALAVRA, A CABUÇA " O IWDICADORZINHO) ;

Não | .. o

ALVARO

Nãe?

LEORNGKE

Não.

*LVARG

Tenho cara de leouce?

se

ALVARO

Heir*?

LFOROR

Tem cara de bom. ».

ALVARO

De bom ou de melseeo louco?

LEQROR

Te bom...

M1FARO

(SATISFRITO). Ah
4%
U[; "Thªtª; N
cont, CPR.TEA.PTE
ªuf 0lGo p.33.

LEONOR

( CONTINUANDO)...; 8 a'? ]“100...

ALVARO

Toãào louc

CADDTNTA
SORRINDO

a
se eu lhe s
disser que tenho juíz
LEONOR

Neo acredite, O senhor não


ALVARO
Pois tenho juízo, muito WTfZO.
&
TEONOR
Nao ter senhor é louco, Se eu visse julfzo teria fugido,

ALVARO
Fugidoe por

De mêdo ; Tenho mêdo, qu lo, de quem têm jufzo| E gente mais

perigosa do munde]|

Ros loucos?
LEONOR
& aa
4 a meinor gente 11“ CONhBEÇO ,as

conheçe muitos

De nome, uma infinidade, Todos os grândes homens foram loucos., De vise

Obrigado,
LEONOR
+
Não h% à
cont.

ALVARO

Eés de

LEONOR

SomgeçoConheçe muita gente também...

2I.VARO

Da neus ou de vista?

UEZOROQKR

De viste e de nomes.

ALVAI©

De vista...?

IFGNGCA

Minha tie Nhanhã...

ALVARO

Tem juízo?
A daRÃ
Ade LataA Ru! eRe

Muito! Catiga sempre, espanca sempre, nã o perdôs nunca Os que têr

ju£eo não perdôarm: prendem, suilhotinatm, sietrocutas, bobardeiam,

matam| O senhor já viu vm louco coisas?

ALVARO

(SINCERO, COX UMA PONTA DE B SPNTINDO AUMENTAR A SUA

SIMPATIA PELA GAROTA). Não. !

LEÇRNOZ

Jesus matou su perdoou"?

ALVARO

Perdoeu ;:

LSOQNQGR

Eentão então"...

ALVARO

Então... que?

AFONOL

Quer mesmo ter muito jufsg?


ie A
RR DFEANBSR NS.CPR.TEA.PTE. U

ALVARO

NÃO-prefiro ser louco

LFEQNOR
( BATENDO ParMas ALFPGRIMBNIE), muito bem! mito beml!
ALVARO
Es. senhorita?

LEONOR

(LEVANTANDO-SE DO POÇO).sempre fui!

ALVARO
Bravo:
LFORNORK

E hoje duas vêzes louc


a ! louca por ser louca e loóuta de
alcgria
ALVARO
Bor estar perto de mim?

LRORBR
- POR estar longe de mim,

E ALVARO
longe desi?
C leonor !
longe de tudo, Do mundo, entendeu?DO
meu irunêgo
ALVARO
E qual é eo seu mundo?
LEÇNOR
O RITO DE JaNEIRrC!
KJ
BR DFaNBSB 38

“ALVARO 44 2

o nio 3 8E0?
LEQGROR

simsenhor
13) eo aplico
t
1LYVARO E MEU TAYBTM
pr comum: O RIO
ALCUMA coIsa Bm
Bram vi quim MINHAMOS
LRONOR exa/39%
é de ninguem. TUDque
de todos e nao
seu , e
h MEU, e nosso
,g or al me nt e é do s ou tr os,nioe? anossa terra ,0 oSAº S0M-
da gente nosso bonde e a
a nossa ºâsaoo
que estápensando?
rua, O
bairro, - nossa
pre de outros , 34 xingou? (pausa1).......5FM
! LV ARO
"
TAL) .ãiªmeumomção...
(ENTRE JOGASO E SENTIMEN
leonor
, como o R1IO4 de janeiro?
(Anmmwm)..é de todos
ALVARO
Apenas não e "meu, .-.
os WEB?
e , E és nin gue m , com o as ruas,0os bairros, e
ée
ALVARO
inteirs-
.,N ÃOé meu , mas era .AI TN hz muité pouco tempo era
NRO O
ooo ( ouB aN- SE , LEI EEIRA PAUSA EMBaRAÇOSA;UM PRSSAR
SOBE,DE UM SALTO,PARA CIMA
tmn“ meu ...o-o

OCaHTA,EÉLA
RÉMA/ O
ÉEAGINDQ

Do POÇO

d
6%

eR DEanNBSB NS.CPR.tEApTeE 0460 2.39.


! LRONOK
(oLHaNDOPARA aLTo Como se VIssE Um VELHO AMIGO), BOM dia!

Como vai?você?(NLVARO OLHA. PROCURA A PRSSOA COM OUBM ELA FADA)ESTA

bonzinho?EU estou bem,muito obrigado#eemEÉ é o.... (ANLVARO)....

- é seu nome?

3 " ALVARO

ALVARO

LEONOR

(Como sE REPETISSE A ALGUEM, RÁPIDA)RLVAaro (PONDO a MAGNO OUVIDO EM

FORMA DE CONCHA). de aque?(A ALVARO de que?

ALVARO

DE ALENCAR.

LEONOR
( ao INVISIVEL).DE ALENCAE
ALVARO
MAS com está falanio ?

LROBOR

NÃo voE ?
ALVARO
MÃO vejo ninuem.
LRONOR

COM UM vê? E meu amigo. (UM TRINADO.ELA, PALA

Para O PÁSSARO, EM FPaLSEITE ,COMO SE FOSSE UM PÁSSAROCUF CANTASSE)

.ESTE(aponta ALVARO) tambem é meu amigo.( A ALVARO, ZM VÓZz NATURAL)

DISSE, MUITO PRAZER PM CONHECEIO-LO. (OUTRO TRINADO.ELA ,PARA O PAS+

SARINHO,00MO SE COMPREENDESSE,AFINANDO A VOZ) muito obrigada


- te dioss ele "gora?

LEOROE
- que o senhor É muito simpatieo.,

A ULFARO

"unito obrigaio LNORODÉ


£

$ -! PID), não fui ev cuen disse, foi o ee .


AO TASSAFINHO)dis sue obrigadg. (PRIHAVO,-A ALVARO IETREPPRETABDO O
' TBYRADO COM VO% DE de que. +:
, GA NOFTARERTE AO PAQSARO
nao hoje como -
Vºêfª ( R1a ªªººçwªmi'í? PHIRHADO , doxo s: gor 2 % APRESETNYA.
Bá Aa OUTROS PASSAROS), muito prazer .(YARIOS pras
ser ,anito u TRISADO OSSO), nao, rumes(o ete
tambem, nunen .( GUTRO ALVArO COX VOZ NATURAL). persun-
*e seja fornos pussarosQIRINADO)::eb#:abish! sis! tinhsass vontade
às cer 14 beamo(Vshios PRINADOS ;ELA LEFA a Mã3 as OGSVITOS
nio falem
todas as um de csla vezs.( WarIsSs > + PPINADPOS Jahi
. Gim?(0u9B) LONGOS a VARIAOOS. ELA NL VADA , COKFo
RS SE TYanco 3 OUVIDO 03 PaQIABROS E FPos:T, A iªR'J'ZªGÉÇZG ©UB
- BLFS OANTAN O QUE DXZEM,OUMA Das LEYANTADAS
COMO a PEBSIR PARA CUF RLa PODA PALXB), ...
e a a a o a a « FÁa a a o a » a
BR DFANBSB NS.C
PRTEA.PTE. OÚGO, » .4/

56

oooooeatrºíôºiooooonº inverno Qºdms Vor té Juntº 89 “ªo....nº


versobaixamos até «sombra das na verde cue mer-
seis os res tos de froscal......DK menha, o céu abre sobre
n#s o chuveiro do Orvalho....DE noite , -con'e a lhmpaja dalua
”pnrv Sormírmos, os anjos cantam baixinhos pela
bes de ouro fes
estrelas! ....!UD08 nosso: o que cai
do céu e e aue sobe da terras
*...18 luzes dos astros e o perfume das
flores. O ar ,o espaiç9, as
plantas, os fawutos,. Mio #eMFEAMOS:: P temos fron_ -
iras. NÃO COMPRAMOS ;não vemdemos ;viv
emos:Não plantamos ,por cue nao
8 ambiciosos, colhemos o que hi e ouso e de todos8
'O cuermos voar: sumos ouando nos apeteco euan-
cuando tem-
- 098 Vontade de contar 1...,..,0ANTAMOS 1 cant
amos ioantamos! (PAUSI.ÇOR-
19 Da PRSSAROS,EDLA VOQALIZA )] . ahliah ah' ah' h' ah(CO
PGRBIOC-VOOCALIZACRO
. 9 Cantamosi( ALVARO BOQUIABRERTÇ ,EN VADÇ
,COMOVIDO, Vak% 55 AFROXI_
HANDO e encusntoos h mens,uivando, ruginio,se enve
nen:in, se
inutiílis=sm,se desi1ladinão, se devoran,so se nós, Vô
aew......amumoel......OantanE.....(avCaLIZA LORG
ANRNTE,ALYVAROCORTEM :-
PLi- A BRNAMORADO, ELA VOCALIZ£A
o PASSAROS, a tub
,BLE ABAIxA Os OLHOS .PASSAa 08 : DOSFTLOS OMHO% UM
FLA NÃO CANTAMAIS . 9UVS- s + AGO 1QBG O O DA EBPI!:_
GaB sb ENTiOo, PARÍCB,BLA VOLTAER-SBE A
SI R VOLTA Pala 0 DIC ) como
o tempo passou -
BR DFANBSB NS
.CPR.TEA pr e O 160, 2.40)
.
5T
depwªªªoft “15387%ÉÉ*-%
“ªhânáºzo + # é a * # (,?
TAaA) que é 185 O?( ALF ARO
DESVIA O ROBTO) Está
triste? esat4 chorands?

a sc 1 APF)
nao º'naá%.(30kãíj no Vir q Sedinhe, ( RHOYAXEETE
A NB) está mol Ror?
LRONOH
estou , mas «ue tem?

ALVARO
1 ACARYOIARDO-LHB A F108INRA i---pÚTrgunte
ao PAÚSA,OS
OLHOS Ds amBOs sa MMOONRITEAM, DEH,
a val, NOM RrasTr),

; sée uquilainhao primas sairaui(r SA% a


, RNTRANDO
- PEDA D.M. Os PASSAROS CONTINUAR
A GORGEIMAR , Errar DoMINOOS,
yr
DURANTSs ToD0 O TEMPO COMEC
PRETAS +
, CURVANDO
O BUSTO A7" o CR1Ó., RLVARO
CoNTEMPNA , POR Um
a PORTA cus
8F PEROSOU aTrAZ , DaQURLA
PICURINEA To MULHER LIRPA
UMA LAGRIMA MAIS AIXDa IFIP sar , ARD rar A FAN
,

LFORGS
5 15,
A :IVÃEÚ

( VOoLTANPOs SE PARA O PORTAÚIB#B : DO V. )oue é ?


BR DÉÉNBSB NS;CPR.tEApTE. 0460 _ . 43.
1 LEONOR
desculpe- me. Avizeieo : ao? meio (oucà maluguinha
ALVARO
(PROCURANDO SER INDIFERENTE ). ah! ( MENÇÃOD;) (MENÇÃO DE IR-SE)
- LEONOR
_ & Já voi?
Alvaro
JX
LEONOR
Espere um pouco.( APANHA UM CRAVO DE UM VAZO QUE ESTA NA FLOREIRA
QUE ACOMPANHA O PARAPEITO DA JANELA E ENTREGA-O AO MEDICO QUE VAI
BUSCÁ-IO .RLE UEVA A FLOR A ALTURA DO ROSTO . DE REPENTE , BRUSCA-
Manter, JOGA-MW A FLOR AO CHAô)
a ALVARO S
nçao. naoquero . nãop posso devo aceitar . nao quero
_ ( SATIARREBATADAMENTEPELO F. LEONOR , CHOCADA,SAI DA JANELA COMO
UMA BALA . CHEGR& AO QUINTAL. ERQUE O CRAVO CORRE AO PORTAO ,
_ INDIGNADA PELO INSULTO E AMEÇA ARREMESSN-LO SOBRE "ALVARO QUE
SQBE A ESCADA DA CASA DOF.ARREPENDE-SE . VOLTA-SE . DX
UM "SHOOT"
DESPREZIVO NA FLOR COMO QUEM DIS: "NAO ME IMPORTA.
ALVARO ENTRA ao
casÃpo F. os PASSAROS CANTAM AINDA .EDA DIRIGE- SE AO
MESTRE
DOMINGOS . TIRA-LHE A SANFONA , DIZENDO):
a LEONOR RAZ
Acho que sei tocar isso . No colégio eu tocava harmôfiium.........
iwan SENTAR-SE AO POÇO .TOCA ALGUMAS NOTAS DESARTICULADAS
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.04 60, o . Ia,

59

Anvaro ENTRA E ABhFA JANRLA R ESPIA . EDA VOLTA A CABPOAa DE RNPEN-


PB , PARA O P,)Est4 mo espiando?( 508 BAYS a JANELA COM FORCA,.ELA AS-
SUTA-EE R CAIR A SARFONA .PAZ Gara Da CHORO .SORRI,.APARNHA A

SANPONA . CORRE 19 PROTO VSLHO QUE REGMUNGA,OUYVE-O )HETIM?90e? (COMO


97 COMPRNENDRSSE jah: (WoLTA-SF PARA a JANBRLA N CHAMA ) Eã00?6 mocoõoõo

....4bhe! escute o que o MESTRES DOMINGOS EST) DIZENDOÇ ALVARO ABRE

A FABBLA jo Mestre Domingos , dis quo foi sosim que Sle começou "IRA
O DEDO Na TESTA, MOYARENTIREPARA INDICAR (OUVCURA)beatendo janelag, (RI
ALVARO BATE NOVAMENTE a JaNELA .0S PÁSSAROS PaRAE, 105 POUCOS SB CANTAR
BLA RI, PDIRICI-88 Para O POÇO, SUNTA-SU HJ, ATE CHORAR, INPANTITIMENPE
sam PrREOCUPAÇABD ns coMOTYER , UM PÃssgaroO CORGEIA ALTO 3 MAIS PERTO
ELA LEVANTA-A CABEÇA, AINDA CHORANDO,F RESPONDE COMO PAS-

OUVSS? TALUADO)passarinho?(GORORIO)Tens rezão meu amiísuinho


d a vida conduz Á môórte .a estrada é curta . devemos contar o rir viver

a vida, (OLHa Para Aa Casa DO P.LkMPa Os OLHOS ,TOCA A SANFONA,,E CANTA

a UK sb famro,0s Pissaros ODRO .! 9 PANO CAI DEVACAR.),

PIMP Pl FIM 30 PRIRRIRO 1%0

#9 r r e 9 r pre ee ee r 4: ? 9 1 1 ?
59-60
a ATO"

( o mesmo OrEWarIO DO Io ATO .E a TARDINHA,PRIMAVERA,

HX muITas BDOBES Nas aRVORES E NOS VaSOS.TREPADEIRAS FLORIDAS NAS

ParEDEs s nos MUROS. 4O SUBIR O PANO RST 20 EM CENA : LEONOR,

SINHX s PrOUBTOTA .sENTaDas NO CHÃO BRINCAM DE

SENTADO SOBRE O PARAPEITO DA JANELA Da COSINHA DAD.,CHIOUINHO ARE)

TALHERES , INTER NO BRINQUEDO Das MERINAS.)

à LEONOR
( A CADA PALAVRA QUE PRONUNCIA O DEDO INDICADOR NO PEITO ]

UK DOS SEIS PES ALI ESTENDIDOS, )Úm-.-duas-engolinhas+&+tira- o pé-das-

pompolinhas-;o rapas,-que - joso- fazyfas-o-joso- de- papao- e retiro

o seu- périnho- que- le- yai- ua- UM DOS PESDE

ONDÉ ,POR AaCAGO TURMKINA A ÚLTIMA staBa)


* SINBX
A(PANDO UM CRITINHO AGUDO)AilI(RFYTIRA O P! E ACARICI1-0)coitado do
meu pézinho: (A LEOBOF , QUEIXOÉA) vocêbeliscou com muita fôrçca
a RINDO EM TOK DE CAÇQADA)
inyaIHin lih /ih /ih ! ih !/ih j1ih. (ih ,
- epª??
r ? o
ªgi CPr R
t B NSRÉ—e IR TE
EE.—A
edu,—Dr
LOe ÓÓ O)
Ó, [C"-“46 *

Você acaba
estám): 3a Esteiss viredas.,! melhor
apanhandçohode lMsm a

1* arear os talheres lá na cozinha)


. U a AR)
( A LFOROS) tem a pelavro s sainha antvosain
2508H0OR
( 4 acho que #ie nao tem,ao uenos,o
de no s
brincar, ensuanto trabalho para nós mesmas?
FO'A
Acho,ras nao usi ee maomhs ads...

#3 nso achar s CUM WOHOS aa a a. a. e ( OPTOUPIRHO Pt


Proto. 47,349 e pr.
, eUN11TOYa , 58 USsTirA3 O PFL 1 54 CQZINBA),
ENIO
iIM&onor]
Peayàtoba;? irUiIYo?,
CALUUXRHO a a a a e e e
LEONOR
Nao sejam é feio
& CRI OUTRO
au não tenho mêdo de nade*,

Olhe #t1%#%la *,
Oi “arme
(asSUSTADO, DR UK GRIYO,LPVABTA a MãO 1 ousa , COMô EscuDo 3 Dlos
SALTO Da JANDLA, PARA O QUINTAL SUPLICANDO ) ! não faço mais
(LBONOR rRi.as PmMqUEHaSs O PIãO , COM MNDO PARA JANELA
AS RIZADAaS REDOBRAM,RLE PRROEBEADO a BRINCADNIRA, SOBE NOVARENTE 1
, as PROUENAS COM O OLHAS.)

(IMITANDO-0) py,,,Peodão ! eu não faço mis ( . _


SINHXA
Hedroso)
SH LF HO
Olhe quem fala!
31INHA
PAE &EárOHDª'S): IMu?uadla9 de ouentmédo de
quem ? OHIQUINRO
De sua maf i
V o
Ibdo de Mama? Pois ,a%a:

(008 ar Levantos r rr POSTAN-SE ATRAS DA PRIMA ,IMITANDO


MAREA) não tens mÃç8e de nim?
(PINSTIEDO APAVORADO).NRolhe bata com ôsse paul

. (SMP

TOltenio- "|. , eu ja,... (DA COM LROROR;OHOBA

Talo

2001 OPa

Abriu o boryrasdor!

; LiDWGR

Nas choro . cstunos brincando.!008 pareces que tem ums tormcoiza em


OGnla G1MB! +. *» *<*<

SINHK

, BROSGAMUNYS, DE Ora ; tembém! .....


| IEQROS

aba «ha aba skim ab

Qxae%
( DF GHORAF) que tem você ,

LFOROS

(CHORARDO)

&
Entao par qua esté chorando?

LEOBRQAR a
[GHORANDO mostrar como você fica foia quando chora ( RI
OHTOURRHO | LEVaVaM a sStxlo o csoRO Dr LEOBOR rIaM
TARBRM ),
- TNPSB NS
.CPR; TEA p
64 e 0460 e
-49.
ÉÍRHA
( soRKX, oLEa Para "a
pos CUS RIFM F RoSQUuV :
shal ahni GROFAR OUTRA ME, aba:
(0 riso nos outros AUMENT
A UB Eipunpr OUVE-NF , VIND
BA CASA DôFUNDO + UK 00 O
80 to DA FEVBRIEB DF
PERTURBMA-RSTZ © IiHALBG PA son MHR, 9K9R OUVFE
RA GUS Rão FAÇAM ruIro
Ia R cxxCOINHO ., o R160 DF PRECUIPO-
UM So O amazona, AINDA
LUÇO IMPEPCAPTÍVEL PRPOXS Dr
ua PAUSA),
LEONOR
(mmsuwoiuzfioue ti
o ta l,.. .
DIRIGE-SEPArA O TOO .s GRONON ,SONHADORA
ENTA-SEPROHA os OLHOS,
88 EMTREOLHAM COM IN 9UVa ,.sIMA * PEOUITOT
TPLICÍRÇIA), lindo la A
s aa (PAUSA ) a o a e a
QBAGUIAHO
(DF RIPFNYS )Boniíto,n
ão é P(PBIXES) (PAUSA)F
UÁ eu que ensinei" "eles
to0ar isca

Sale a 58004....(OUYE.D !
ÉZ?€JIS SENTINTRTALCOM
*=: compELETO ALHETIARYN OSO fopIy: SE DANI
TO rua x 3D. HPCORHIMER
.-! Ghumann: como é be NTO, R ata
nito a Eevorie de
Nao RoYre nunca porsue mo e etera
rrendo se 16008, FOLRaSÃO
©0608, COMO - ius ds ca 19008-
da dia : 12Mal Ros semp
nha é ;Kaeata córebro de re n y I Porque
ua gúnio, mas tushbén slim
Alma ensmorads que senhou de um artis£ga
renatendo ! Para ouvi-la
ACES para não mover ,9 vento não se
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE.o
460, 5. 50 ,

as fÓlhas ....098» rios desliza silen


66 65 66 es es es _
ciosos ....08 insectos não pis:
93 pássaros não contusa, ,... (PAUSA * COMPANHPIBAS E CHIYoUIMNH
OLHABSS5 OK CEFYOs COMICA jFecham ea olhos
' (ELA OmRra Os Doha, OS OUTROS,DIPOIS DF sr EBTRTO PAR
AS PMBPUBRAB) Acaba... 08 QUIROS UX GnRo PAR,
Var o UF #14, os 65R05 , DM)
Ouvindo Solm&ann, com os gihos bem fechados ,é que - sente vô selho
(Pausa EsQ ProUIYOTA 3 OCSIQUIRHO arEEYAEW Os
Ca "xuxaFEE COX *o
vaca, ANENOS ! PORNAS A
Pes&ssna as sonbros 4o sontos do noss ,osntonÃdo..... unnta coisa
benita a gsênte vê de olhos fechados , ouvinicesta
TEAR Aa NÚSIOA TERHIRA), I
CHINUVINAO
DE UX os ouHos ).s44 LMONOR P( LEONOR Não RE:
PONDE )ss4 Lhoxar?
BIRHM
(ABRINDO, APERBLS , UM Ó'NO,BAXXO) Cale a boea*',
fF0UP eu nao vojo os talheres....
PROUIHOTA
Pelal
BR DFANBSB NS.CPR.TEAPT
E.XÇO 5 .s|
66 6&6 66 66 06
HT

are e nto encontro nem wa, fechaão do que isso


Prociso

, já estou com 0 OS de esboça de tenta fôrçea aque es-


não é possivel

vejo nada ,.Posso abrir os os olhos?(sIBMM s PROUI-


tou fazendo e não

pa a principio com Mepo , ,0COK A NãO Na B04,


-

alex os olhos AIMWDA DE OUHOSB FFCHADOS


*
. AbrgõuUna jo DUAS anna,),nmw Eia FRARCAHTRYTS
Qutoutamo anIEaDO,A ERP 06 O5hOs R RI TaNB8)
P QÇUITORA
(ALFPÓNIMBNTS )! vamos saber o aque dads um viul
SIMM
*l. por variss vezes... .Aume cnesrr o nos facer vor cotreless(ricos)
_ Evpo8 , e aa e e o e
Gila
- fm vi ©0808 e» trosirem dircítinho pora um hospÍçio , .... ( F130s )
INEM
- Euvg&s Leonor?(PaARANDO DE RXF Mas que é isso com os olhos
rateio E&9 XMEEYC'WWLS..."
LFOROE
UUIMPAB , VIOFARÇADAAKERY: ,0s OLKÃOS ,
Mentirosa i(afa fa!" PANA

s proud; 99971 sr AVANÇOS PFN LFOROr RY, COM

PABEOS IGUA18,0080 HARNCHAZSOGYTE ),

+
BR DEANBSB NS.CPR TEA pre 04600, o- SoB .
e e ée e _ 9- 4€

831001 NBO

( 09HO SR DUFsBSS Tai OR)Ra-pa-tr-plom-(i9 IVAS

LNKOGROR) .
313H%

( Aa COM EREROI1 LEM R?

PFOUITOTA

pora nés!

081 IH O

Nela volt, voalveri(L 09308 891 sor iD8AP©) ,

sINEYM

(apagar COX o IRDICADOP 0% RaROA 18 SIAB, DÃiTia

DESTACADAMRHTE).Você -es-ta-va- cho-pan-ig& a ULTIEA

(FAPE Di)WNao tenho mêédo da conesreÃieis! Yocê

continuspi : ser a Uniecs choronms da RI).


( gIrE))

(a DS CHORO). Chicuinho!....-<

PB u
(imu'fªuíªº A PÍR), lo Vai CNOFOAF a ee >*» **
FEOUITOTA aa
(Aa IREMN)SINAA(A LEONOR CUP Rije você nao disfarce.(SfÚÚRi-A VOR U
OF UINHA J) Paz O MESMO OOMAa LEVABSNA ASSTM
paARa UM CANTO Da Cola ASSO IaNDO Uka CAHCGAO PO PULBAB E DANDO 108

COBPQS A
WX DFANBSB - .
69 6 69 é 69

(APETANDO A SUA SIMPLINCOIDADE) Evice-yersa?

LRFONOR .
(us , CompaO 8. HAVIA PrAÍDO,PFROCURA SALVYVAR-SE

MUDANDO 9 Da CORVERSA ), Evige-VN!RIA, (CAÇOAHNDO)A SIND está

falando .ausro trair nota . como é mesmo?

SIMKM

(com dara Dh CHÓDO) isso e previlégio seu., o vonto não se meche...


05 : #9HHOS pass cantente .....(AKÉA3ARBO DE WAP) NAM a e e e

SINHN,nho 1 ,responda,
LEOHOR
(im INOGINUIDADEF ESUDADA ) aCOR a eeoaa»

(”MNEMOW' $ e é a e e

***». .O8s#o do ouvi-lo her violoncelo.


SYRHA

(com 4» Um coMISShrIO Dr POLIYIA

UH CGUTAINOSO), Isso exa violâno!

T2)
U era file nª:está em casa. Eniu cedinho,...cem toca
era o RUN&TO, entendeu?( O REFATO,,.,
<
BR DFANBSB NS.CPR.;TEAPTE. 04 60/
. SS.

To 709 70 70 70
SINHA
Não F
sei porque você me fala nesse sujeitinho desse mod
o, . ,.,
LEONOR
LEONQD
Sujeitinho? eu sei meu Chafariz

CHIQUINHO
(RINDO ) Chafarig anbulahte, é boa!

(CHORAMINGOSA)Ghiqu1nho-S(LIONOB
jeu até tenho raiva dêsse não-
quê?! sei
LRONGR
Raiva?! o retrato dêle recort
ado de uma revista, quem é que
debaixo do colchso da cama? tem,
SINHA
Ru faço coleçao de artistas
de cinema, ,,...
LRONOR
Mas 8le não é artista de cin
ema, é estudante de direito,.
i ,.,
PEQUITOTA
Mas não estemos tratando de
você, .....
SIND __ -"
E de você. flôres que ele manda a você
ji'33;
Das conversas ali pgªºmgºáó
muro 4
©e©ééeo
SINHA
Dos olhares na NOVEna.-,
,,,,
BR DFANBSB NS.CPR;TEApT
tE, 0460 . SQ .
Y4 TX Ti TX

voi tocar vicloneslo na ágregfe , para agradecer s tis


CABI!lt! a e o a e
KHS
"Ae cheçou auito dr— vetês , e9m o outro meluco , pora tratar
antos

se Não atendix a chamado da ninguim, (1 P/ Senbra-ce ?$1


0089 57 POssr REVARO Panassnrm doente , nas sou médico "
estav fraco ., vinha tomar aros , noo apanhava sereno nem hay
você chegou....» apanha tudo para ir onte você Vik» e o 22
Tiso sobrilca ter uma G&HªªºsªOMí—l de Asina,o oele,sem
chemar , sprocia aqui nso sei Voss por dizes...
q
STAR)
Evocê nao é »

glihes fechniss 1
SINE
Fa,R PRIENDER 9), UIEHROYL a Loos 3, O VR
) PAUSA
LCARSANIO #33; ; 110 800hOS ADO 4 sae .e
120
A%É parcos a
aQBOT
BRAS 3 àsf

É
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.046ÇO, 7. S +
12 12 1? 2 12 (E 72 19

OT INO:
TODA)
Fonfossso
Peseaaa
Yocês estão doidas!

SINHM

fe (DePols Dr PISOAR Para J: ENT2O desculpe., Não


precisa sangar-se . nosso intuito er» fode prevenir vocs para estar

LEORNQRE

Preparada para que?

( A LPOÓRNOF) Conto?

Conta ,que.

(Llªma.

( Somo ss
CaBNIZSLA sabe de tudo?

LF0R9K

Íahffíontaran—LE E ou els viufalgum c0oiss?

Caiu: Caiu: (CRICUTANORI LÍÉâàªóâIxcfc-Égª a Mão QUE SE


Havia
GANHA (
AO mesmo 1IMMPO). Viu coso é verdade?
$
#4 DFANBSB NS.CGPR.;TEA.PTE
1 13 13 1A
43 7a

&
mas ciss-be mosméê?
SIRHA

Minde outro dia brincou com


LEGROS

P S1e?

Ficou versiho como um nimentão!:


3
ESs1
(our sm apPROZXIMOU, br UM RAPEL OV
é lusa de
DISYTRAIDO,DA JakELa seu sem- vergonha i..... Aqui

avonr talheres?
QM

Não faco mais!

RHsRH?

(pz jsugehdo a cale th4a 0 Vai as pagar(Ãàsoua ds SOra9uI8R

OT utNRO

«i,. aÃ, :( SXHHN z PrOVIZOTA,ACOVARDADAS


(ps DaExIRBO).AMI,

CoRREM ,para UM CANTO.)

LRONOE

POMAR GCABRIRUAA
(ImDJIGBAaDA,CORRE ao PORTO x CHAMA PARAO

Ta e4)
CHT OUITNRO

Da EscaDa pa D. AGARRADO POR NHS amt eus


(ossorNDOo Os

COESEOUF DPOVENCILHAar-SR Das aos DA


o PrEsrcUr ,
QUE GRITA;DESCARADD""SEM VERGONHA'E,CONTORNANDO
O POÇO;VAI FÍCAaR
à ESQUERDA DO MESMO, SEMPRE PEDINDO SEMPRE SUPLICANDO)Cheza Inão
faço mais inão faço maisi(RENATO ,QUE IA SAIR PARA NO CIMO Da Es
BAÚ) a %
e
NHANHA
(FEROZ,EMPUNHANDO UMA PALMATOREA
.)Venha EX&CM !
CHIQUINHO

( SUPLICANTE) . Pelo amor de DEUS !


ATIRA-SE
SOBRE ELE .ELE ENTREGA-LHE A MÃO.ELA VAI DESFERIR O BOLO )
LFONOR
(CcoMO SE VISSE ALGO DE ANORMAL ATRAS DA TIA (Meu DEUS ,olhe ai , titi
se
NHANHA

ATI(VOLTA-SE ASSUSTADA)

LEONOR
( RAPIDA ,A CHIQUINHO)fuja bôbo (CHIQUINHO,COMO UMA BALA,FOCGE PELO
PORTÃODO F.NHANHK VOLTAa-SE ,COMO UM RELRMPAGO .» TARDE ,0 PRO PERP
DEU-SE NA DISTANÇIA.SINHA E PRQUITOTA, OLHOS ARREGALADOS , COKRTEM-
PLAM COM ADMIRAÇÃO A PRIMA E COM PAVOR A MÃE RENATO SORRI, LEONOR
FAZENDO LETRAS COM O DEDO Na TAMPA DO POÇO, EM ATITUDE ENTRE PREe+
CAVIDA E DESAFIANTE , TEM Os LÁBIOS UNIDOS EM BICO ,0 NARIS FRANZI-
PO E 09 OLHOS PaRa O ALTO .NHANHÃ QUE NUM RELRNCE ,COMPBEENDEU QUE
FôrRra ViTIMa DE UM TRUQUE FXEKEXKNBNXARKXEX Da PEQUENA,
FULNINA-ACOM Q
OLHAR ,GABRIELA ,ENTRA APRESSADAMENTE , DO PORTÃO DA ESQUERDA .ISSO
TUDO R PASSADO QUASSE QUE SIMULTANEAMENTE,

RR DEFEANBSB NS.CPR.TEA.PTE. JVGÚ o . 5Q 2


75 75 1
75 75 79

eaBRISLA Be ns.opr.teapre. 0462260 .

Aa ATITUDE DA SOBRINHA E DA
Que é isso ?Po1 que essa critaria?(VrMNDO

).Mas que foi, afinal, oue aconte-


IrMÃ, IRDO FICAR ENTRE AS DUAS

ceu?
NHANHÃ

(BUFANDO) Pergunte á sua encantadora sobrinha,

LEONOR
A
(A GABRIELA WB SE VOLZA PARA Em.) Nao precisa perguntar, tia CABRIEDL
LO : crisx) APONTA Para a PALMATBMRIA.
GABRIELA OLHA ,NdamnlpnnrºnBA.5E , AFINAL EXPLICA,
NHANHR
Aquele dom oni o vei o are ar Os talheres ra jonela da sala de jantar
Desculpe,minha irama: mos acuilo é um âemônio!
LEONOR
, Ptítis cue é um anjo , resolveu espancar o dêmônio.....-
NHANHÍ
Esponca-la não!
LOBRBE
Faozer-lhe mimos com a palmatória .....
a GABRIELA
( T )
Perdoe-me tio!
NHANHA
Mais tarde éle há de me asradecer as paehlcadas ! * assim que se edu-
Ca, compreende?Você-- aposto-- nunca apanhou.
76 76 76

r LEONOR
Está se vendo,.» »»»»
LEONOR

E a senhora apanhou, ...» ». -

NHANHÃ

" GRAÇAS A DEUS!

LEONOR
3

Está se vendo também, .....»


GABRIELA

(CONÇILIATORIA)Minha filha!
LEONOR

)Isto é revoltante titia!


( NUMA REPENTINA INDIGNAÇÃO
NHANHÃ

torroes de qgucar?
Euªcono quer que o eduque ?com
LEONOR
circos.
agúcar.Até os animais se ensinan assim, nos
Com torroca de
fazem o que se quer
. Com torroes de açúcar. Recompensando -os quando
que tles façam
NHANHA
Euando não fazem o que se quer?
LEONOR
Basta não lhe dar mais nadalQuando o CHIQUINHOfaz o que deve fazer
a senhora lhe dá alguma coisa?Portanto , quando nao faz, também nao
os erros ,
pode dar-lhe pancada.!asetl.que se educa . Perdoando
rompensando os acertos

vv O-. 6%
* r[4 LO mçgqãQPêQÃ$FWlECHFLr
eR DFANBSB NS.CPR.TEA.pTE. 0460, Pp 04.

& *

NHANHR 11

(INÓNICA), Obrigada pela lição.

FMONOR

(SFM SF DEúCONMCENTAR). Não há de quê, C se daqui por diante tor

nar a bater em Chiquinho ?

NHANHR

Vosê me dá pancada?

LRONOR

Não., Não lhe dou açúcar... (Rf)

NHANHA

Com licença. Não pósso mais. Arrebento, (SAI).

GABRIULA

Espere, NMhanhã., (RLA PÁRA NA PORTA DA D, A LEONOR, RNÚRGICA) /

1980 é demais! Vem ed| ( sronra-A COM ForGA, POR Um BRAÇO ).

NHAYHA

Isso! Muito bem! B do que ela precigal (SAI)

GABRIELA

Leonor, pelo que fiseste!.,.., ( OLHA PARA TRÁS; Va que a IRM

Jk ENTROU, COMPLETA ENTRO A FRASE, CARINHOSAMENTE )... merece

muitos beijinhos, Fizeste muito bem minha filha, ( REIJA-A,

sINKÍ, PRQUITOTA E RENATO, RINDO APLAUDEM COM PALMAS E " MUITO

BEM*, GABRINLA IMPOEB-LHES SIIANCIO, SORRINDO.) Psiu! ( ALTEZA

a Vôz, Com ENPRGIA, DIRIGINMDO-SE PARA A PORTA, PALANDO PARA /

DENTRO DA CASA PARA UP A IRMX A 0UÇA,) F que isso munca mais

se repita, ôuvin? Não quero que faças mais isso senão,... ( PAL

XO, VOLTANDO-SE PARA IHRONOR ), E agora, entre chorando, Vá fa-

ser as pazes com ola, "1, não é má, ! » coitada - Ignorante,

Vem, (SAI) ( as mMExINAS, AM FIlLa, A RIR RAIxXO, Vão SAINDO

ma PoNTA bos pás, sINHA Joca OIHarESs TrRROS 1 PEMATO, UB LHP

CORRTSPONDB,;)
PTE.
re DFANRBSB NS.CPRTEA

IRONOR 178

( A RENATO) Não olhe muito para Sinhã. (MOSTRANDO-LHE A PAIMATÉ

RIA qUB NHANHR DEIXOU SOPRA O POÇO). Olhe o que o espera,

| RENATO 2

(RINDO) Qualt... Isso não dá para o gasto da casal...

LEONOR

Quer saber de uma coisa? (OLHA PARA SINHÍ)Ela o chamou

tinho
SINKHÁ.

Ih! Que mentira, Sou Renatol ...

LEONOR

Chamou! Chamou! (ENTRA A CORRER,COM PERQUITOTA, SINHÁ DISTRAIDA,

PICA A OLHAR O RAPAZ).

RENATO

Deixe estar! Você vai para a lista negra! (SINMHÃ, ,

pira, ESTÁ ENAMORADA, OLHA-O SRM DIZBR PALAVRA, O RAPAZ MOSTRA-

LB A LINGUA.) Ahh: ,.. Funca me viu?

SINHA

linea, pronto!

RENATO

Onde você arranjou esssas trancinhas, heim?

SIN

(RI S5M VONTADE) Ah, Ah, Ah |! Desculpe não rir mais, por que /

não achei graça, ouviu? ;

RENATO

minhas e você abre a bôea, (IMI-


Daqui a pouco eu digo uma das

TANDO-A) Ahh !

SINHA

Ah! não me amole. (SAI)

RENATO

Sinhk, Ó Sinhá?
se pranBsB NS/CPR.TEA. PTE, 400 p. 64 .

RENATO

(DESCENDO A ESCADA) Nunca me vin? (MOSTRA-LHT A LINGUA), Abn...

a ESCADA, CORRENDO, A PEQUE-


(ENTErRA o CHabÉo ma canEga R
na PAZ Um MUCNOOKO k SAI PELA D, O MESTRE DOMINGOS SEMPRE RESMUY

GaNpo a SUa aparHCr NO PORTÃO Dos F. SINHR vOLTA IRAZEN-

Dó IM TRIicB.)

MESTRE DOMINGOS

Entra, Saci!

$INHA

NO DEORAU DA ESCADA Para PazEr IRICB).

Roa tarde, Mestre Domingos1

MESTRE DOMINGOS

Pode panhá laranja?

SINHÃ

Pode,
MESTRE DOMINGOS

Saci, também?

STIKHA

Saci também,

MESTRE DOMINGOS

Vem, Saci, vem, (SAI, PORTROZINHO DA E.M., CANTAROLANDO, RENATO /

sornaTEIRaMEKTE, EnFIA a CarEçÇA NO PORTHO DO F,, SINHà SEM VÍSLO

BOCEJA, DEPOIS, DEPOIS COM A LINGUA DE Fôra, /

A TRABALHAR, PAUSA.)

RENATO

(CHAMANDO), Sinhã!

) Quem é ?

RENATO

foe8 quer me fazer um favôr ?


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 . 05 .

B ARA

Não !

RENATO

(INSTISTINDO) Paz? Canmaradagem, ..

SINHÃ

Não.

RENATO

Então... até logo,. (SAI)

SINHA

Há mais tempo!

RENATO

(aprINDoO O PoORTRO,DE NOVO) Até logo. (SAI)

a SINHA

Penso1 que estivesse longe ,..

RUNATO

(NOVAMENTE ,EBNTRANDO), Adeus 1

SINHA

Seu Renato, olhe que chamo mamãe... (RSNATO POGE, PINGINDO MÃDO!

Th! Medroso! fugiu de

RENATO

Então, não faz mesmo o favor ?

SINHA

Não!

RERATO

Está bem. Deus é grande e o mundo muito peqyeno : havemos de no:

encontrar um dia! ...(FRGRHA O PORTÃO, PAUSA, ANREZ-O) Sinhã!

SINHA

(COMO QUIM DIZ:" OUTRA VEZ", ) Que "á, seu Renato ?

RENATO

Não pare de trabalhar para responder, Quer ou não me fazer o fa

VOL a
er Danese ns.cpr.tea.pte. 0460 ,. 66 -

SINHA 81

(SFMPRB FAZENDO O TRICO) que favôr é ?

RENATO

faz ?

SINRÁ

(Para VPR-SR LIVNP DÉIE), Faço, o que é ?

RENATO

É ... mo emprestar um podaço dessa lingua para eu fechar uma car-

ta, empresta ?

8TINBA

(LFVANTANDO-3F) Seu Renato! ("IF Sal A FTCOHANDO O PORTRO,

a PRQUENA PAZ UM MUCNOCHO, DEPOIS SOKRRI. SENTA-SE NA DO /

POÇO; VOLTA Aa FPazro TRICO, POr Aa LINGUA DE FORA., PROASA COM A /

Com a& PoNTA pos DEDOS. PUS a LINGUA PARA DENTRO, TRABALHA, VOLTA

a pôr sem quermr a LINGUA Para Póra, REPArA NO DEFEITO, TORNA A /

APALPA-LA, RECOLHE-AY; PENSA: O ÚNICO MEIO DE PAZP+ INICO, SPM Ms

ESTAR COM A Limcua PrA DA BOCA, É CANTAR. ER CANTAROLA UMA VELHA

CANCRO, DM RENATO apPArECE POR CIMA DO MURO.)

RENATO

(CHAMANDO) Sinhã?

(ASSUSTADA RÁPIDA, DA MMA CORRIDA PARA A ESQURBRDOA,)


A41
RENATO
Seu eu
SIRKHA
Voltou?
RENATO
Yoltei como Ulisses,de Homero, atraído pelo canto da sereia. A
sereia é você,
BR DFANBSB NS.CPR. TEA pre 0460

© A WLM

Sereia?

RENATO

Não sabe o que "e sereia ?

e STINHÍ

Sei. a aquilo que fazi (IMITA UMA SEREIA RLÁTRICA).

RENATO

(ADMTRADO). Sinhá, você não conhece o Ulisses de Homero?

SYNHA

fai e filho?

RENATO

(BSCANDALIZADO)., Sinhã! ...

BIRA

Não sei que admiração é essa. Só conheço gente daqui. Munca fui ao

Rio fe Janeiro,

RENATO

Mas irá para o céu. Cristo gisse: " dêles é o reino dos céus..."/

Pois eu sou o Ulisses, de Homero,

S8INHA

Você!?

RENATO

sinhã. Você sabe o que é uma cobra?

SITNHA

CADHIRADA) Sei!

RENATO

Pois você é uma cobra,

SINHA

Heim"?

RENATO

só que ao invês de atrair o passarinho com o olhar, atraiu com o

canto entenieu? Eu sou o passarinho,


aa emas m /) /

R DFANBSB NS.CPR.;TEAPTE, O 0. 63 .

SINHA

Passarinho ou Ulisses de Homero?

RENATO

ée Homero, para os intg


DISSESSF IMA AMABILIDADE) Ulisses
(Como SR

1igentes; para você, passarinho.

SINHÁ

PAUSA NA ÚLTIMA SÍLABA. CQ


Muito obriga... (PAZ LIONIRA
(INGÍNUA).

IRRITADA)., Como foi que o Se


sF E PERGUNTA, UM POUCO
MO

nhor disse?

RENATO

é que você Saiba que voltei,


tem importância, 0 que interessa
Não

passarinho pelo olhar de uma cobra.


atraído por sua vóz, como um

- BINBA

Muito obricada seu Renato.


(Jk RECONCILIADA R ENVAIDECIDA),

RRNATO

tem uma linda vóz! É uma (all Cureil


Você

SINRÁ

(DRFRRFTEDA) Acha, seu Renato?

RENATO

Sua garganta é preciosa.

Acha seu Renato?

RENATO

trouxe um presente para essa garganta,


Acho, Tanto assim que

SINHA

Um presente?! Que é?
(no canENDO EM ST DE CONTENTE).

RERATO

TEM ESCONDIDO NAS MAUS). /


Um PEDAÇO pm compa que
(MOSTRANDO-LHP

EM PRSCOCO,IMTTANDO O ES-
(GESTO DF APPRTAR EBMma CORDA
Uma corda,

TRENTOR DA MORTE, HUFIPY! e e e * e Y

SINHÃ

ahi... (VAI ENTRAR PAHA A


A CHORAR), Abn, abn, ahn,
(DFSATANDO
#R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 04 60, p -64,

SAEAXAÁXRERSNXOIXIARXA DA D. asNATO, LÉFIDO, ALTA O MYRO E VEM CER:


CAº'L A) e

RENATO

Não Seja Boba. Esteu brincande. (SEGURA-A. LIMPA-LHB AS LÁGRIMAS)

Você é uma ...

* - SINHA

A Aba! ...

REN A7Ó

(TIRANDO UMA CHAVE DO BOLGO). Espere,. (COLOGA-LHE A CHAVE Ná BOCA

E DÁ Uma VOLTA, IMITARDO O RUÍDO Da MESKHA aO DAR UKA VOLTA Ná FE-

CRADURA), Prrrr! Fechei e "*" choradeireo*".

SINHA

DE CHORAR, MAS AINDA COM A VÓê% SE 1T1/A) Cheradeire?

RENATO

A Mequina de cheresr... RI, RENATO GUARDA A CHAVE). Bem, já

está sorrindo. (DANDO-LHE A MÃO PARA 18g0. (BALAN

GA-LHE a Mão como NAMORADOS INGSNUVOS.)

"

O DO BALARÇO). Até lóge.

RENATO

(ENGAMINEBABDO-SE Para O PORTÃO, SEM DEIXAR Aa MÃO Da PEQUENA E /

SMT É BAPANÇANDO-A). Atl l6óg0.

SINRÁ

(IpEM) . Até lóz0...

A NATO

Agora Fas um favêr (MUITO MIMOSO) Paz?

(CQÉPLBTAÉENTT FNTRFGQUE). faço sim. Que é?


RENATO
(TIRANDO cOM a mão LIVRE UMa Ga T4 DO Rºubo) É Entregar esta
.»,
SINHA
8R DEANBSB NS.GPR;TEA.PTF 046 0,e- + .

emm een ga Ares as wes*au a e mam a-asrug e es P 41 Mme wum a vam vw

p'Yfs quem?

RENATO

Entrega?

SINHA

Entrege sim. f... (EMVERGONHADA COMO sur DIsSESSE; É P'RA MIMP! !)

P'Fa quem? |

REM ATO

(no namo 10x). É ... para a Ester.

SINHA

(FUXANDO BRUSÇAMENTE A MÃO). Heim?

RENATO

(JUSTIFICANDO-SE), O VéÉlhe hoje não seiu de casa ...

SINHA

É e senhor pensa que eu seu onze le#ras? Não levo nada, pronto!
R RATO

Está cem ciúmes?

SINHA
Ee ?!

RENATO

Be você fôsse rica era coms quem eu me casaria. Mas você É mais

prenza de que eu!... i


SINKRA

(1R0NICA). Sim ...

& RENATO

É asÉrie, Case-me com outra contra a vontade, porque eu gosto É

de você,

P SINRÁ

Daquela noda! ...

RRERKATO

Desde que cheguei a êste bem-aventurads lugar., você estava na /

estação, O trem parou, lembre-se? Pus e primeiro pé na platafer-

Ra. Vi você .-Zabe o que fis?


S #R DEANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 p. 41
*

ver vy ARB NT LNGBNUA). Ne, que f6i?


RENATO

Pus e outro pé. (R1)

(DESILUDIDA). Ah!
RENATO
Então, não leva mesmo a carta?
SINHA

Não
RENATO
Entao “& lése. (ESTENDVNDO-LHE A MÃO.)
SINHÁ
(RFCUSANDO-A). Não dou, prente! (SFRTA-SE Ho P0Ç0.)
REN APO
Olha que você chora ...
SINEÁ
(PEREMPETÓNIA). Heje não há nada que me faça chorar.
RENATO
Dona Nheanha!
Não? (FInGINDO QUE VF NHARHÃ à D.KM.) Bea tarde,
£ SINHA
(LEVANZTARDO-SS DE UM SALTO, A OHORAB), Ahh, ahh, ahi»...
RENATO
elha-
(RINDO). Chereu eu não chereu? ( Sinhá percebendo a blague,
e com raiva) Bem ... não leva a carta?
SINHA
Não!
RENATO
(
Levo eu.até lóz0. (SINHÁ "STENDE-LHE A MÃO) Agera não quero.
se /
paTE+-LHS NA MÃO ESTENDIDA. SAINDO, Para NO PORTÃO). E não
esqueça da corda!... (SAI. gIaHÍ vai 10 pPoRrTio , DOLOROSANENRE
NELE.
Para A Rua. DEPOIS VOLTA-SE. FBoHa O PORTÃO. ENMCOSTA-SE
DF CTA VER
FA2 PFORYA LARA contr o Pa AnxTo, Más não PoDpE.,. E CHORA
BR DFANBSB NS/CPR;TEA.PTE. 0460, - 2,

ae em em mo mom

(cnEoA E ENcOSTA-SE, COMTEMPLATIVA, AO BATENTE Da PORTA Da D.

OUVE UK sOLUÇO,. VOLTA Aa OAaBEJa. COMNTEMFLA , POR UM TEMPO A FRIMA

Qua é iess0?

SINHAÁ

(LIMPANRDO OS ÓLHOS). Nada.

LEONOR

(ENCAaMINHANDO-sE PARA A OHORONA.Esta, RISGANDO O MURO COM O DEDO


PROGURA DESVIAR-SF DA INQUIRTAÇÃO digo INQUIRIÇÃO. LEONOR CONTOR

NANDO O rogo, KxIlxaTÁ Val ATÉ JUNTO DE SINHÁ QUE PÁra 8 /

LHE Qual. Voo! anda sefrende da bela!... Que tem voc! 4


$inhÃã?
51831
(sorRI NOVAMENTE, COM EVIDENTE VONTADE DE CHORAR. CONTINUA A CA-
MINHAR, RISGANDO O MURO. LEONOR ACOMPANHA-A ADMIRADA, DE R
A PFFQUENA NÃO MAIS). Que É que você quer comigo? Não
tenho nada! (GRITANDO) Não Tenho nada! (DÍ UM SOLUÇO E SAI, A1 SR
GORUBER, PELA D.M. , DEIXANDO CAIR O TRIGO Ea AGULHA QUP TiKHa /
NAB maÚs. LEONOR OLHA-O, COÇA A CABEÇA, AFANHA-X DEPOIS O QUE
Caiu, E LEVA TUDO fAaRA O BANCO DA D. RB.)
GHIQUIRRO
(Ponpo A caBbEga PELO MURO DO LADO ESQUERDO, MEDROSAMENTE, CHAMA
COM PRECAUÇÃO). Siá Leonor! Siá Leoner! (PSCONDE-SsE ATRÁS DO MB:
RO) ,
LEONOR
(VOLTARNDO-SE) Quem É?
erIQUInEO
(FONDO A CABEÇA NOVAMENTE). Seu eu! (COMO va QuE LEONOR não o /
ENCONTRA). Isteu aqui.
LEONOR
(Dr sOORBRINDO-O AFINAL). Abhl

Ela está mais cansa?


LEONOR
R DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. 0460 2.33.

ache melhor não entraerjá ... $

GHIQUINHO

Mas % que sinda nãl jantei


LEONOR

Desça daí. Vou ver se encontro algums coisa na ceosinha. (SAX A

GORRBR, D.M., SCHIQUINHO , PREGAVIDANENTE, SALTA O MURO, E FICA A

EsfErRa, UM O HO Na FORTA DA GASA, OUTRO NO PORTÃO DO POZAR, GCO0-

MO SP FORA, UM LARÁRIO., A ESPFRA É CURTA, PORQUE LEONOR, APARE-

0B.) Nã6 encontrei nada. O que sobrou deram acé porcos. só en -

contrei pap, e assim mesas duro.

OHIQUINHO

je eu tivesse nascido perco!

1E0HOR

Ge : RINDO). Teria comido ,..

GHIQUINHO

ger porco é , elhor do que ser gente!...

LEONOR

º | não 60
GRTIQUIRHO

fer que?
LEOBOR

Iorque um percs não censesue nunca ser hopçem; e há muite= homem

que pode ser porsce ...


GHT
#? Então eu quero virar porco, sÓ para comer bastante?

LEQROR

Geralmente, é para comer bastante, que os hómens viram perces...

GHIQUIRHO

O melhó#, é comer pap dure ... Estou com uma fome, que como até

peêra! ( Val LEVAR O PÃO A BS0A ).


BR DFANBSB NS.CGPR;TEA.PTE.0460 a 44.

5 " LEGNOR 88
Não. Espere aí. Veu buscar dinheiro lá dentro ... (CHIQUINHO JOCA
O Pão ma SaLIBNGIA DA BOGA DO FORNO, ELA 10 VOLTAR-SP Dá COM ALVÁ
Ro QUE COMEÇA A SUBIR A SaOAaDA DO F. COM A PREOCUPAÇÃO MAL DESPAR

GaDa DE EVITÍ-LA. ESQUEOE-SP DO PEÃO. ENTRE IRORICA E ALXGRE) .


Doutor Álvare!... Bons élhos e vejam!... (ALVARO QUr NãO TEM OUTRO
REMÉDIO, RESOLVE DESOFR A ESCADA PARA VIR SAÚDA-LA). Tiroa o sorte
grana e? Não quer falar ao póébres? (CMHIQUINHO SENTINDO-SE !OQUEÇI-
DO, AFaNHA DE NOVO O PÃO E COMEÇA A COMBRILO),

ÁLVARO fo

(ABRINDO O PORTÃO). Dá licença?

LECROR

(ENTRE ALÉCRE E AESOBNTIDA). Entre! Enkzre! Que fim levou heje?

ALVARO

róça.

' LEONOR
E nao teve tempo de avisar-ne ?
ALYARO
sentiu entãe, muita falta?
LEONOR
(NOVAMENTE INFANTIL). Tive use ssudade, grande, grande!...
LV ARO
(saINDO, UX Pouco FORÇADAMPRNTE, DE sEU Tom RESERVADO, É PROQURANDO
SER ALÉGRE). Do temanho ...?
LE ONOR
(ALÉGREMPNTE, PROGURANDO UkA COMPARAÇÃO). De tamanhe...do tamanho.;
CHIQUINHO
(CUONGLUINDO), De tamanho da minha fome (RISOS)
ALKXARO
(GALHOFERIRO). No Brasil ninguém passa fóme rapaz.
CR
No Brasil pode ser, mas aqui neste quintalzinho, nãé sei não!...
#R DFANBSB NS.CGPR;TEA.PTE ()(/QQ”, s.
& LV arv
E per que nas entra?
GHIQUINHO
Não Pésso ir lá dentre ---
LEONOR
fode. Mas se f&êr apanha.
1a GHIQUINHO
f e que digos não pósso...
ALVARO
Guerra?
LEONOR
fle é âàm país desarmado ... Apenas opressao do forte contra o
frade.
ALV ARO
(REFERINDO-SF A ELA, LPONOR). * a Ing laterra?...
LEOROR
Ia buscar dinheiro ...
ALV ARO
(RINDO). Dinheiro? Aqui nao há restaurantes ...
GHIQUINHOC
Mes então hei de passar o dis todo sem comer?
LEONOR
(RINDO). Os camelos passam oito dies ...
GHIÇUINHO
Fu não seu cemelol!
LECRNOR
(REFERINDO-SF A NHANHÃ). Mas é de fenflia ...
ALVARO
Você vai comer lá em casa,
iá GHIQUINHO
(ALTOREMINTE), Não diga ieso duas vêzes, que eu vou mesmo!
ALVARO ti
Vá, diga ae Benedito, que lhê dé de comer. Eu irei lóg0.
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 04820 e . 36.
CHIQU INAO
(JOGANDO, FÓRA COM Q PÃO QUE COMIA). Não péósse comer
pãe (Sal Aa CORZPR, PELO PORTÃO DO F. E GALGA-O DE DOIS R
EM Dois, 08 DEGRAUS Da FSsQADA Da CASA DE ÁLVARO. NO CIMO DA Es-
CaDAa PiRA E VOLTA-SP PARA LBONOR). Siá Leenor, é servida de cs-
mer comigo? Se quer peso faça cerimonias. A Casa é nossa ...(8AI
LEONOR E RI'M-sE. DEFOIs aos POUCDS Vão FICANDO SÉRIOS.
UkA PAUSA) .
LEBOKHOR
Estou muito zangada con você, Ãlvaro.
! ALVARO
DISC'ULPAR-SE, E, PARA EVITAR A CENA, EXAGERARNDO As
PREOCAUÇUÓRS Para QUE NÃO SJaM APANHADOS EM COLÓQUIO). Leonor...
LEONOR
(sPM QUP A VEJAM). De corte. Nem um bilhetinho, di
sendo para ende is ...
ALv aro
É que eu ...» Cu +..
LEUÚNOR
Nãé gagueja,nãhe! (COM LÁGRIMA NA VOB) Não faz mal!... Não pésse
obrigar você a gestaem de mim ...
- Lvaro
Leonor, cuidado ...
LEONOR
( sEm OUVI-LO, GOM UMA PONTA DE REVOLTA EDUCADA). Mas porque eu
dou assim? Que lhe fis eu? (QUASE CGHORAKDO) Por que de repente,
você se tornou tão mama? Tas usà
í ALVARO
Mas,ieener ... quem te disse isse ?
LEONOR
(PROCURANDO DISPARÇAR O SEU RESLENTIMENTO, ETOMANDO O SEU T0m
JOVIAL)]. Um passarinho ... Aquêle passarinho.
ALVARO
Mas eu?,,. Yer que?...
RR DFANBSB NSCPR;TEA.PTE.04G0, p.41

duto *o oo naIM

(a PrRIMCÍrIO PROCURANDO SER DEPOIS IrRCWiIcA, NO FUNDO


SEMPRE SENTIMUNTAL). Pferque lógo que aqui cheguei, todas as menhas

10080 SF QUISESSP RIDICULARIZAR O PRÓPHIO ROMANTISNO). A prima-


vera tecia, para nós dois sômente (RINDO) era o que você afiras-
va, nao era? Menhazsinhas de s61 ...(SEM QUERER, VAI, AOS POUCOS

SENTINDO O QUE DI1%). Fies de-Luá-de sél ... Renda de fôlhas ...

Perfume de flêres ... Tude muito bem dossde! (RINDO NOYTAMPNTE) A

receita era sua ... (NOVANMENTM SE TORNANDO SINGFRA). Coloridos /

de penas ... Ruídos de ninhos e asas ... Cantos de aves que se ax

apreximam: (IMITA UM PÁSSARO QUP SE APROXINMNA, ASSOBIANDO) Veszses/

de homens que se afastavam: Eh bei! Beceh ... Lembre-se ?

(FBquENA PAUSA EM QUE ELA PASSA DF SAUDOBA A MORDÃS) Misture e /

mande, Uma colhérinha de hora es hora ... Era o preparo ... Oo /


resto foi fécil ... ! e doutor (AOENTUANDO A IRONIA) Com mais /

uma poçgaosinha de comentário musical de (00KMO NUM /

PARENTES, RINDO COF FVIDENTE DE CHORAR)era açis teatral


ali: (APONTA, ACFBTUANDO, PX QUEM R O TOK SFNTIMENTAL)daquela /
janela (NOVAMMNTE IRONIGCA) seem uma palavra que o comprometesse /

apenas com êsses elhês (IMVA O INDICADOR E O KÍDIO a ALTURA DOS

Dr ALWARO, Para INDIGILTÍ-LOS, MAS COM EVIDENTE VONTADE DE

VA#ÁÃ-LOS) nestes elhos (INDICA OS DELA. APESAR DA FORÇA QUE Faé

PARA GONTER-SP, NÃO CONSEGUE ESOONMDFR A EMOÇÃO QUE SENTE) Disia-


me tente coisas, tamta! ... ITrometias-me tanto ... tamte! ... Dizia

me?Hao! Repetis-me o que já me havia dito, quande pela primeira


vez, aqui mesmo, os seuw olhos falaram aos meus olhos ,... (ilk-

PANDO UMA LÁGRIMA) E eu, (PROCURANDO SER COMICA) que menina bê-

bal! (RINDO PARA NÃO CHORAR) acreditei na mentira dêsses olhes ...

ALv ARO f

ILFRETENDFNDO JUSTIFICAR-SE). Leoner ...

LEONOR

(aum GESTO QuE DI4s *" não sr JustiFIQuE*, RETOMANDO O P0K DE Iago

NiA, QUE ATINOB AGORA, GUASE RA MORDACIDADE). E foi além! ... Tia

Gabriela acabara de adormecer ... Ambos (BREJEIRICE IRÓNICA) .Não


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 ,
od a

foi de propósite,foi ? + e termômetro para ver a fébre

(EMOTIVA) Suas mass tocaram as minhas ... (NOVAMENTE BREJCIRA E

IRÓNICA) - foi acaso, não fei? - e a dúvida ... - foi dissipada

Você falou, enfim. Ouvi-lhe a vêz: * nãoo poderei viver sem você"

e e é
ALV ARO

(como Um AUTÓMATO) - Não poderei viver sem você! ...

" LEOROR i

(NVMA REVOLTA) - Felse! "

ALVARO

Leoner!

LEQNOR

(KA TsPERANÇA DF QUE BLE EP JUSTIFIQUE, F PERDFNDO, AOS POUCOS

O VIGOR DX REVOLTA), - Então, perque, agora anda tão esquive? /

Porque fóge de mim? (PEQUENA PAUSA).(O0LHA-O NUMA QUEIXA, QUASE

sorRTIiDENTE, COM VORTADF DE PrRDOÍÁ-LO, DE QUE SEJA, NADA).

Evita-me sempre que pode ... (NUMA SUAVE RFCGRIMINAÇÃO, CFRTA DE

QuE RD FIX, BLFP ACLARARA TUDO., AFENAS UM PRETEATO, PARA QUE SLE

REPITA QUE AAMA. A VOZ AMAGIA-SE OORNA-SS QUASE INFANTIL, É Mais

A MENINA GUÉ A MOÇA, UF FALA MENINA MOÇA ). É eu acredi-

tei nas coisas bôênitas que você mo COM A

MÃOZINHA ESPALMADA COMO UMA CRIANÇA) Deixe estar ... Nas cartas

Nas cartas ... No final da última carta ... (COMO QUBM PROCURA

REGORDAR-SFE), "Contei todo o nosso segrêdo ao passarinho teu /

amigo". Sabe? Estou cursdo, lhe disse. Ifrecáso irime e não pósso

- Por'csusa dela"? - Que malicioso, não? - "Não", respondi. Ape-

nas pork tua causa, pessarinha. Queria levar-te comigo a ti e a

tádo que vive nestas inálvidáv-is manhas de 61, O séó1 na lus de

teus lhos, as flêres, no perfume dos teus cabelos, os pássaros

cantando na tua vês, o mel das abelhas nes teus lábios, e e céu

e o campo e as ares que fazem tao bem, na alegria môça e puras de

tua alma! Para FLE, ALEGRE COM FLA MESMA, RUM TOK DE

VITÓRIA TÃ0 INGSNUO QUE SP TORNA COÓMIÇCO). Viu? Decerei tudinhe!


BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0460,e. +9.

LFAUSA RÁPIDA. ALEGRIA MOMBRPANEA, CEDE NOVAMERTE, LUGAR à 93


QUEBIAXA, DESTA VEL CHOROSA, HUMILDE) Eu nãé merecia isse,

Você foi crubl, engonou-me!

o ÁALY aro

Fui um insensato! Evíitei quanto pude! Não sei como cheguei a 41

ser-lhe tudo isso ...

LEONOR

Confessa que, apenas, se divertia ...

fuv aro

Nunca fui tão sincéro NUM TRANSPORTE INGORTIDO) GOSTO /

det #1, Leonor, como se pode gostar da vida!

(TRIUNFANTE). Áivers! ...

ALVARO

(CONTENDO-A). Não. Não % possível! Não pésso! Deixa-me.

&) é

LEOQRHOR

(PAUSA. OFENDIDA EM SEU AMOR Está bem.

GHIQUINHO

(ASSOMANDO a JANFPLA DO P.) " Seu Dot"! A "bóia" está esfriando!

Tem lá um viradinho de feijão! Wxfeiíjks O virado!...

ALVARO

Até 14g0. (SAI F.)

GABRIELA

(aPAaRrECENDO ao PORTO Da D. COM UMa PAMONHA ENVOLTA BM PALHA DE

MILHO VFADE). LeoneF!... Queres um pouco de pame ... (A MXIÍIRES-

sÃo pe LEONOR, QUE NÃO A OUVE, NEM A VB ? FA+LA INTERROMEER A

FRASP, DESO Os DEGRAUS). Que tens, minha filha?

LEONOR

Nada ... (GABRIESLA VOLTA O OLHAR PARA A CASA DO F. ALVARO s0BE/

a ESCADA VAGAROSAMENTE, DESABANDO SOBRE si MESMO, NO PATAMAR, /

ANTES DP EnTrar, DElTA UM OLHAR A LSOROR, GABRIBLA SURPRESNDE /

fest OLHAR E COKRPENDE) .


GABRIELA

HO! e e o

LEONOR

(Já DE 81). QUE é , titia?

GABRI TLA

Não quers prosa contige.

LROROR

Está mal comigo?

GAB HLULA

Estou.

LEQNOQR

(BRINCALHONA. INFANTIL]. Então, dê-me e dedinhe. (BSTEMDF O DE-

po mÍnIMmO COMO as CRIANÇAS QUANDO RESOLVEM CORTAR MELAÇÓES; /

GABRirLA NO ALTERA A AUSTENIDADF DA FISIOSOMIA). Isse é mesmo

sério? (DÁ-LHE UM BRIJO NUMA DAS FAGBB).,Ih, que cara feia. Se /

você soubesse como fica feia quando se senga! (DÍ-LHS OUTRO BBI

JO HOUIRA FAÇCE). Não se riu ainda? Rindo fica bonita! Ris! (NV-

Ma PIRUETA, PASSA PARA Q LADO GONTRÁRIO EB BEIJA A OUTRA FACE DA

IRM DF CARIDADE). Nãe ráu sinda? Está durinha heim? (FAX UMA /

GARETA). Ria! Deu uma cambalhota (AMEAÇA A CAMBALHÓTA) - (GABRIE

LA CONTINUA SÉRIA). Faço cósquinhas ... A AMY AÇA E COM

os pois INDICADORES EM RISTE, AVANÇA, PAÚSANDO RÁPIDA E ÁGIL ,

DE UM LADO PARA OUTRO, GÓOCEGAS FM Sou é ca-

mondengo Mikey s você é o fato Donsld. Qui, qui, qui, qui. (

(coxo st POSSE GABRIÉLA QUE...


R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.0460 p -)
Página lol. Ea

FALASSE, IMITANDO O PMIO) Não faça isso& Estou danado da vidal All
right
Não quero brincadeiras! O0.K.! Não riu? Então não ameaço. Vou fazer
mesmo
(B FAZ) Qui, qui, qui, qui, quil (GABRIELA QUE PAZ FORÇA PARA
NXO RIR, QUAN
DO, A FINAL, SENTE QUE DE FATO, OS DEDOS DA GARÓTA COMEÇAM A
ATINGI-LA,RIJ.

GABRIRBLA-(RINDO). Fica quiéta, Leonor( 1

LEONOR- (TRIUNFANTE). Ah& Rial Riul Sou irresistívell (FALANDO COMO


SE Fô-
RA UMA CRIANÇA) Atabou a zandinha? Sua sobrinha é boa, boazinha,
boazinhal
-»» Que fou que seu,digo, que eu fazeu?.

GABRITELA-(SERENA E PRESUCUTADORA). Não tens nada para


me dizer?
LEONOR-(COMO SE FOSSE UMA NAPDLITANA ) Io? Per la madonal Niente, exlen-
ça, niente8

GABRIEBA-N£o me estás ocultando segredinho nenhum?

LRONOR-(COM INFEEXORS DE CALEGA). Se lo jugo, seÃora mial Nade, por la vir


gem Maria Santissimall»».

GABRIELA-Não digas isso, nem brincando! Perguntei, apenas, por perguntar.


Não preciso que me respondas; Estou vendo.
Página 102.
LEONOR- Vendo que?.

GABRIELA-O que se passa em teu coração.

LBONOR-(cOM Os DOIS INDICADORES EM RISTE, APONTANDO OS OLHOS DA TIA).


Raios X?
GABRIELA -Idade ... Experiência ... Melhores que raios X
que te observo... A tia e a ele. Vamos -- Conta-me.

LRONOR-(CONTANDO, A RIR R A SALTAR COMO SE PULANDO CORDA). Um,


dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, quem pular mais ganha biscoi-
tol g(PAÉA DE SALTAR EB ENCARA, BREGEIRA A IRMX-DE-CARIDADE). Quer biscoito,"
salte.
GABRIELA-Não tens nada para me contar?
LEONOR-Nada, nadal (RECOMEÇANDO A SALTAR) Nove,dez, Feijão com pastéis?
(PARANDO, NOVAMENTE, A TIA). Quer pastéis?
Gabriela- Nada? Dá-me tua palavra?
Leonor- (saltando na corda hipotética, a correr). Onze, deze, treze,
quator-
quinze, dezesseis.(Não pode continuar a fingir aquela aquela alegria que não
sente. As lágrimas ameaçam trai-la. Não lhe molham os olhos mas começam a en
7% Jota
NESSA P] ||
DP (é P Ocê .
- é fágina isª“
volver-lhe =s palavras). de-cssete, descito, dezenoe, te.. .( explode em pranto.
Cai chorando, nos ombros de Gabricla) Quero voltar para o colégio, titialis férias
já terminaram.amos volt=r, vamos sair daqui -»»
GABRIELA - (com muita emoção contida.Apertando-a nos braços)» Compreendo, minha filha
compreendo »..» (pequena pausas O violongelo, no fundo, comum gemido humano, recomeç
As das escutam, e , vagorossmente, voltam-se pera a cosa dos fundos. Depois, ao vole
tarem novamente os rostos, clham-se nos Olhos. Pausa» E Choram, em silencio, ouvido.
- vma tm).
- _EZR&E - (entrando pelo portão do fundo, também embebido na música que houve). Bonita
essa MAZIEX rebecanão é ? (ri como sempre) shn, Ahn, ahh, ( Leonor e Gabriela lim-
pam os olhos, ao mesmo tempo que se ouvem gargalhadas, alogres como a mocidade: é
-. Renato que chega, com Firmino e Nitinho).

Renato - (Ruidoso) Entrem, entrem Vamos contar a sensacional Boa


tarde, tia Gabricla, boa tarde, (a Leonor, gritando, novamente com a inicnção precon-
cebida de fazer Sinhà chegar a junela). Que venham todos, todos, que venham todos par:
ouvir a boa nova **»
Página m.
_gsauitota+ (chegendo à jancla). Que aconteceu?
RENMAJO - Aconteceu que «».(não tendo nadia que contar. volta-se para a janela do fundo
* varo, pare com isso 1 (num grito quasondesolperaíioh Pare com isso) homem triste
(a Gabrisla)3ô gosto de miísicas alegres, não acha? Essa mísica faz mal a gente. . -.
- (depois de fixar a vista em Leonor. Cessa a música). A Leonor até já está com cara de
" música de sétimo dial
LEONOR - (procurando ser alegre) . Naturalmente ...
- _RENATO - (maldoso) Será pela música ou pelo músico?
Leonor - Por uma coisa nem por outra., Fico assim sempre que vejo você ...(ri alegre-
mente, apontando para Renato desapontado, Nitinho, Firmino, Zézé e Pequitota gozam
a piada e a cara do rapas)
GABRIELA - (sorrindo, encaminha-se para a porta), Vou indo ...
RENATO : (reagindo e tomando o tom alegre de sempre), Não quer ouvir a novidade? É
sensacional
bis DFANBSB NS.CPR.TEAPTE.OA 60, p. &

- gina 105 € (Ob


Quaiaaa - (rirn INDO-SE "OM BONROMIA, BIcUBEA P IRÓSICA, à RESPOBTA D! DE LEQS
SUR). Não, meu filhos A suem ouvir me botou. itê logo. (S4%,LRONOR
R 0 RI1REE, APOBTARDO Pa: a RMMRATO, BOYABURIR D magrª-.o?
MB Haé sora possível?" e Rogo t0)0s9 sosâinatura
fªils? 1LBN—ZM : o. í; º???“ao aa ! © em cCiDo (é piu? (o Ele
é gambªs):— t0d0s% Tenham our a novidades
AURA . ãe, Eat "A 71N' % (:$;-É aoV é Rmé Cun43vo doa be "Mo Royidad
PPL 909 :( DE il 14 J MEIA, 4490961
Toa MM RIA, *b*—1.8 “5%.“ ) “ªmu - Rao %0 assim

%, ATC»
&(R$ PIO) Não: ouve.
Quve*s Bla estf- naRa frente de Oas a, (&FPUxA ABDO 0C
#5 P UX RDO Cor
OLROC o
Bu vit (GIMTANDO) Querem saber quel é a novidade? (CURIOSIO- IRB. RODEAM
«BO, MEROS LECNOR) Querem ssbor a novidade?
"'s
PDF e C(opntes t
RMR TO - OKIR), Vga gontor 3 novidade. saber
o que acontoce *
sux; - (SURGINDO 1 PORTA) , Que fou que acontoseu, som
Nenato! que acontecer?.
| BBM (CUB NRO EN EaDa DB S/OKSACIORAL Para UURTÍ
ÁR)e e e o
*e

AROBCE- (BBRPO Não aconteceu nudsa. flo queria apenso que voçe aparecesse

100 (CENICO) , Pol


M18X"- f? Pois vou-mo smbors outra 90
REM vê, 14 vei a novidade senaacional(S0be paa o pôço, como sra um pó
to, Sinhà volta-se, curicss). amados irmaosxe dll06-rema vai ter doss melhora
mentos de sl1to volor4 O priímciro, e fundação (e uma locole(apontanio
ra firmino). Ulerineto,(firmino, senpre regularmente .O, fas "na rEvye-
rência. ?aiato indica E826),. Trombonsl ( 426, 1d cur -nio-sesionto islica
Bombardão) (Nítinho cur 2-s0, ismbém risonho). Regente. (aponta para a4 próprio e
Eae uma revorêncis)]. as fig.urss princípsie. Temos sânia 9 Mostre '
O Casgiona 4a Nha Marie=do-vapo-grivio, o fermáge e vários O.tros. (sãos fasor
hoje o rxinairo enssio hoje mesmo viíreomos aqui,
2 , e
BR DFANBSB NS.CPR;TER.PTE. G0

Páginas 107 e 108


Sinhá - E e o tra novidade? fe

Fequitota - A outra?

Renato - A fundação de umaescola de métodos ultra.mole-rnos. Irofessor. (indica-se e


C-rva-se.) Alunos» (iniico Nitinho, Firmino e 21328 que fazem o mesmo).
Easino rocional. (scnta-se no pocº, As lições são g:a vitus mas Os "tests" são apos-
. tados. Proce so modernissiímos Desperta, a um tempo, a e o interêsse do
aluno, ae fôr esperto. Já fiz er;oeriências. Eles perderem mas ganharão. Os progressos
9 e jemos rarsm da segunda vês, forem âíncrivois» Ea terceira ganharão na certas
. (como ss fizesse um grande elogio). São uns notíveis mentecâpticsl

Nitinho - (lisongeado). Muito obrigado pela parte que me tocas


&
- (modesto). Isso é boniaie sua ... Não "semos" tanto sosim ... (poqutita, Si-
nha e lena .o riem, espromisme e, com a mão na bôca, da ingenuidase jos cipiras
Leonor, ue comtenpla tudo mais O menos sbstrida, sorri com é8$ dos coitados).
$
Firmino - (ie bos fé). Nor enquanio o mentocapto tem sido só o senhor «<<
Zóre e Renslo - («pla dindo). E.ito bem) Muito bemi

* Lsonor - (acompanhando os aplausos, irônica). Bravol Muito bem, (as pequenas, "59rs
- riem de Renato. Ele sorri, smerelo. fesge).

- Renglo - Muito obrigado% Mvito obrig do% You f1.er um demos ração prítica «o meu pro
cesso ce ensino. Atenção! (Firundo uma nota de cinco mil reis do bolso). Cânco mil
réis cada um, (todos sacam cinco mil réis). Dsposite-se aqui., (depositam). 0 teste
é simples. Mis intuitivo., incireta, Exercioio para a s; a0ii£sie jos
alunos.» uem responier corto, leca tolos "odos puseram?

- Todos (Leonor, mais interessnda, aproxima-se do grapo).


AMAM - Um sinto, num andaime, pinta vma cass, escorr:gs e esi. Cai cont.oa que?
(a Nitinho) Depressa?

* tânho - Contra o chão»


Renato - Perdeu (aponta pars 24826) Cai contra a ef
2828 - Contra a calgaisa, abr , aba,
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. 00) 2. 85
Páginas 109 e 110 fa 'é

RENATO - Perdeu. Ah, Ahn, ahn, abnj (A Firmino) cai contra que?

FIRMINO - Cai contra ... (coça a cabeça).

RENATO - Rápido, senão perde. A resposta é fácil. Cai contra que?

FIRMINO - Cai contra um toldo que havia em baixo.

RENATO - Não perdeu., Perderam ostrês. Cai contra a vontade. (Apanha o dinhei-
ro) Por vontade dêle, le não cairia, não é isso?

Os ER#x ITRÉS - (uma frasem cada um, ao mesmo tempo) . E verdadel É xx isso
mesmo! Como não me ocorreu isso

RENATO - (guardando o dlnhelro) Viram? O método é prático e simples... E não


coblahada.

LEONOR - (aos caipiras) Emprestem-me cinquenta mil réis. ( os caipiras mexem


prontamete os bolsos. reunem dinheiro a Renato)Ponha cinquenta mil réis
ai,

RENATO - Sim professor.» Demonstre aos seus al nos com se ganha respondendo.
Renato saca os cinquenta mil rêis, de má vontade., Os caipiras reuniram e EM
dinheiroe entregaram a Leonor) .

FIRMINO - Cinquenta mil réis.

- Obrigada(a Renato) eos seus?

- Cinquenta mil réis.(deposita-os)

- Um homem todo de claro, vai saltar uma valeta cheia de lama e cai
dela. Como é que Ble sai? Depressal (Os caipiras assistem a prova ani-
Pequitota e Sinhá também) Vames professor?

RENATO - (triunfante) Sai sujo de lama


mis ainda) Não, sai danado da vida! (passe rápidameate,
a mão no
dinhelro e entresa-o aos caipiras que riem e aplaudem juntamrpte com
as duas outras pequenas) Tomem. Dividam entre vocês. Vad- se embora. ( os
caipiras, rindo-se, saem, satisfeitissimos. Leonor cg e para dentro, de cos$
tas, com o polegar na ponta do nariz a agitar marEis#xixriss os dedos. Pequito
ta acompanh=-a fazendo o mesmo, e Sinhá também. Todos riem do rapaz, absoluXX
tamente desapontado. Saem os caipiras pelo porií ao dos funios, Leonor e RE Pe-
quitota pela porta da d.m, Sinhá, que é a última a chegar a porta condoi-se
do rapaz. Retira a mão da ponta do nariz. Paraxks rir. Olha condoida para
Renato. Dá uns passos para aproximar-se dele. e chora).
04G0 > - * .
B NSLCPR;TEAPTE.

Páginas 111 e 112

SINHWA - Ahn, ahn, ahn, ahn.

7
RENATO - (reanimando de um salto, chega até a pequena e, como se fa
, lou A Aa A
a chave mm numa fechadura, no caso a mao desle e a boca das garota,
ruido). Prril (Sinhá olha-o) fique com a chave . Tome. ( entrege-lhe
potética» Ela, entre choposa e sorridente, apanha-a e guarda-a no seio

Sinhà - Obrigada,

n b # : e a ve $ a
O - Voce já perguntou a sua , e , Quando voce

SINHA - (um muchocho) - Ah

RENATO - Por que Ghepou agors=?

SINEA - (querendo, ingenuamente esconder


foi por Exus sua causa nao, não pense!

RENATO - (malicioso) É? Quem está pensando é você

INEA - Não estou pensando nada lem judiar do senhor, a vontadel


-importal (Reskzxex destaca as si

RENATO - (imibºnço-a) Quem-bem-me-importa

Sinhã - Seu Renato 1 ...

- Confesse, Faça de conta que sou capelão, ajoelha-se no confissionário.


meus pés. (de mãos postas como um pobre e afinando a voz como se fosse
RKERY Palre, confesso 'enho um "xodo" pelo Renato! ...

- pretencioso!l ...&abe que mais? Vou-me embora.( Encaminhando-se


da d, pisando dure)

- (aque, sorrindo, a deixou chegar alé a porta) Sinhã.


Revi é e - á A ! + $ A * A # ia
SINHY - (voltando-se rápida, demostrando ter interêsse em ficar) Que é seu Renst

TN a
- Vai mesmo?

SINWR -(Duramen e)- Vou (movimento de voltar-se para entrar. como porém, O rapaz
--e9--- > 2 5 1
não insiste, ela adocica a voz) Por que hein?

MTO - Porque ... podia não ir e, se


//3 -[447
BR DFANBSB NS.CPR.TEA PTE 0460, f.;.ôªf'
SINZA - (descendo, como quem não quer, os degrausinhos da ia, balançando,
balançando os braços, cujas mãos se encontram várias vêzes). Não foo tá ei.
Podepedir e rogar que não ficol Não tenho nada de conversar com o senhor nem
o senhor comigo ... XE Se tivesse eu ficava ... (senta-se a beirado pôço)

Rensto - (senta-se a seu lado) Gato tento de estar perto de vocêl »..

SIRZA*"- (rxplixmensiks radiante mas ## fingindo não acreditar). Mentiroso%

RKRXXS [IMAZO - Perdi o ano por sua causa. Vim para passar dois meses e já estou
aqui a quatros e»
SINEA - Não 8 por csusa da s er não?

RINATO - (Dºlºsº; não **»

8 - (com um movimento reg ebrado de ombros, tentando provocar uma


declaração) Então é a vila ...

RENATO - Não ...A vila é bonits, confesso, Bonita e divertida. As noites são tri
tes, as manhãs monÓtonas e ss tardes aborrecidas, É verdade. Mas ao meio dia tudd
isso é rmemrzsmEx# compensado. Você não imagina como espero o meio dial Como me
divirto ao meic-dia,

- CAFBREEXXA - Ao meio-dia?

- B. NSo reparou ainda? Repare» Guardo bate meio-dia na matriz fico espe
ITaNÃO »»» espersndo **»
» ª - Que?

! O - Que bate uma hora."! o mel'ror di locali (ri, Sinhá vai levem
ir-se do peso dssil>diia»s "la gegura-a). a verdele: - Estou ajui por
sua cuusas (Ela hsisa e Qlhos, 9804 uma cata do bolso ex terior do casa
co) "osto tanto, tante de você ... que n não poder falar «...prefiro «-. (
<-lhe a nas *

- (não esbendo em si de ec4 emis, cosvencido le que a esrta é para ela)


Fara que 3 isso, seu Renato?

WMO - (míkito acbegsdo a elo) Iáéso 8 pera você +*< (ela com : csrhbs entrex ss
105 aperta-s smorossmenhte so citos 313, porém, Depois J: longa roticêrnsis, eo
plo a a frane) «*. para vOGe ... lovar parsWkX !stear -..

IEA . ( Lo
sesc de um csiteo o pragsande pa-ao c lado 8x Oposto "6 Lerre
no
no) hi É p'ra Estor, 8? Olhe s, i(iniighods, rasgando a carta) ?'ra Esterk «<<<
(junts as áeos-s melodes e torne a rasgar) P'ra Ester 1 ese(s raagando
PRALAPIÉE- 060 5. 608 -

115 e 116

Sempre) P'RA Estert P'ra Ester ... ( e rasga os Últimos pedacinhos. amarrota-os
e arremessando-os ao mãm chão). P'ra Ester! ... (chora) Ahn, ahn, ahbnl ...

RENATO - (chegando-se a ela carinhoso) Que é isso? Não seja bôba. Está chorando
mesmo de verdade? ( procura ver-lhe O rosto, como se sómente agora descobrisse
sinceridade no amor que a pequena lhe volta).» Mas você gosta mesmo de mim?

Sinhá - Num desabafo chorando sempre) Gosto simt

RENATO - ( em tom carinhoso, mas voltando a brincar, com mêdo de se prender sé-
riamente a um comprômisso que não lhe convém, a imitar a voz de chôro da garota)
Gosto sim! (mas carinhoso) Não chore. (sincero) Também gosto de você (brincathÃão.
novamente, encos ando a cabeça na da pequena, canta, como se fizesse calar um nene
zsinho, imitando uma criança a falar).
chole
Não mes, menezinho, não chole não meu bem ...
Kãe Papai compra um docê, mamãe compra um trem...

PERQITOTA - (a porta da d.m.) Muito Bonitinho, hein?

Chiquinho - ( da janela do fundo) Seu Renato é um "bicho" p'ra desmamar crianças!

(situação)

PRQUITOZA - Vou contar ...

SINKXA - (implorante) - Pequitital »».

N“FEZ—.EITOTA - (com banhomia brejeira) - Fez múito bem. Aproveite. Eu não faço o mes-
mo por que não tenho com quem -..

RENATO - Muito bem., Vocês, depois que eu vim para cá, estão se civilizando ...

NHANHX - (de Meninast

5 SINWA - Ih! Mamãe!

& CHIQUINHO - (fugindo da janela) A véial

PRQITIOTA - (Emp emprrrando Renato) Fujal Fuja!

RENATO - (resistindo aos emprrrões, aosmxxis Sinhá se associou)Não!l! Não! Não'.


cometi crime nenhum

NHANKYX - QA PORTA, JA COM BILLIS NA 70%) Mwninas! Elas, atarantadas, param de emp
rar.Sit ação. A velha a R _ anto, sempre mal humorada) Boa Tarde.
s is AS
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre 0460, p . 84
.
SMBBA - (atoren adissina, sem saber O que fazor) Boas
(srie. (Nhnhã fita-a. els
res a Hão a bodas E tsrdle, pordm, a bos teruo havia
saido, derunoeiaio essa dlás-
tração carroteristica cos medrosos quanto pensam, so
nos meios s81 var=-se)

gªgª * JA são quane horas da nuvens» Gabritlha não está sentindo bem, Leonor fi-
Gará para fazer-lhe compaabias» 'oçes vão comigo. Precisar rezar. (1590 TUDO MUITO
DE Passos Gua Não PoE APLODIR, Mas QBR QuE COMPEBNDAM QuE Não20.F
E5T% ameugado . CUMTIBUA, TOMANDO PaALMATÓRIA QuE ESTA S0OBRE C POÇO.TYEo pôr o
fical. Vamos, ( AVARÇÃDO 723 "034, REQ aa o as FILWAS 3» UP M; Pr1
A EXLODIR OA au ELA RAÍYIA GORCERTR DA) e "asso,
Run axo « (Fara VEr se O nau aUEcR
FARQIR-JF 2441 U0CÍVO: - FAZ«S8E UP JUIs DE P E?!B0L)
Q RBRAa 4 AUSTERIDNADE DA G#H A
- Vou dar saida nós 'e
jogos COM 1a B&G2. A % OTA, EM/RURINIEDC-A) - Tá já) Corsgen(a pequena,
OEquunto a velha âncho do roésa, reristo, medrosa» Depois anínms-sos E
Passa numa
corrida pela frente de Manhã que não consegue -tingi-is com palmatória no lugor
onde se dão pelmsedas nas crianças. lenso continia a sim lação alegrenente)to
um 2 serol kiangxêépré aleguf-guá-guá-guiligora voce. fases goul-Fesper é fundo)aii
Deixa passar, Pan'ro. (mmpXYEX eMpErra-a. fla empurrada, capinha filguns passe
forgrainmenoto e estaos Remus opita)» Notà mu$R off-sirc%
Sinha - (afiztonio-so) Não ancle, seu fensto.
A,..232 - Nimbla e en ra, VA (ompurre-a els passo como uma bala, &ritando, som a
Rue defeniendo a nódega ameaçaós, que ismbém aão é atingida palo Ele vibrado com
& avança alegremen el» Ocal) Dois a cerol
- (slosnçando a palsatória) O senhor que pense je isto aqui 4?
ª!LILO = (afostando-se até o fôrno, ndo se encosta) . Sou apenso j is, Não
posso
jogos
ERANMT - (cando alguns passes para ble que con a tsna, no intuito
O portão desoiias Eatà se endo o- seu BMôdlo é ficticio. ! ax dobi , e dodaque
procugsr
- © senhor mora aqui? ( Rênato, mos endo a cabeça do la40 para O 900r0, com meio
Gisere
do modroso, responde que não) Então que faz metido aqui todo o santo to
(Bl0 mencis as+nss a Eaboça, com 9 em diz; - "Que hoi de rensêr 97") não dis?
& vinhas filhos sabe 3.6
mocinhas soltoiras o isso não fica bem? (Nonato dis q e sim
"DD TEA DX
RR DFANBSB NS.( 4

com a csbsça) Não aoBba que tenho rasão? ((LT com a nªs espalmada signaificas
assim, asuim» FhenbX coloca a palmatória sobrê o pôço). Se: Renato, já
não lhe disse que não q ero q e o senhor venhs quando eu não estiver?
MELO - Pois é justamente ausndo gosto de vir,

242 U = (Jando uma corrida e sertonjo-se sóbre a palmatória. cínico) - Agora


poldsmos con crear, (9:tra som) Deire-ne ver a Mãos

RE Como?
RMMAZO - Tôda a gen e, por ai, dis que a senho e é mê, Acho que não 8. "ei ler *s
línhas de mão. Neiíxé-me vê=la: a senhora dove sofrer do figado» DNi-me a mão. ª: ANY?
maquinsima e entroga-lhe a rfo), Não "isse? Gosto muito da sua iinha do coração. Ha
# squi estiem vendo? "E o fígado.
BUBA" - São gosta?

e U0310 ++» a venesisana


er
NE/MEY - O senhor os 4 brino:ndof (fretende purar a mão de Renato fe em) .

LDiN JO - Não NÃo» Espere. You ler a sério»

3E,, e (aum chega R jarnel», vendo O rapaz sparrado a mão de Ehanhã, com maliois
* nos as velhs esce-pe?:
w - (ousinkse e vos de Chiquinho)» -!hs Bendidot (consegue arranc=r a palmetório
sobre a quel Ronsto ostá sont=jo e b:-ndinio-a e vocifer-snão, sem ssber bem de onde
súuirt a vez, pois O pelo se escomio logo depois de frase irrcrereate, ecisminha-se
enfurecida, para O porsão do fúnco e dá com cole na caboca te tre", que sem sabor de
Nada vom entrondo) e É
F- Une à isso? (foge)

_ ARMANMZ Desculpe» Não ore para o senhor. In ire»


ªí. Z. - (entrando, dessonfísto com um trombono a tiracolo e com a mão na tosta) É
Bá iicençja? Abn, abr; ahnl +=»
MBAZ, - ( a Hitinho o Firmino que estão paraics no portão, injecisos se devem entr
devido a atitude de Nhonhã)l, Ent:aom. Não tenham môdo, Chegaram h Morse
sR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 0460, - 4 |

Páginas 171 e 122

AlZIMRO- (empurrando um clarineie paraos isóos) ntrome

- (envolvido nu, mobardÃo, idem) - Vão entrando, (e en'rom vários


tipos bem cemvostos de crovíneianos. É s banda de Renato que im sde o terpFono
de Nhanhã, atônita) <

ALANA - Nos que é 1930?

INO - (rândo) É a minha sbciedods de concortos Sinfônicose Quer entror pora


#10? bombo, (en gosto do i-r pancada). Não so sanguel Cures o A
gente leva da vida a vide que a gon'is Tama viver com salegris, com mísicas
Vamos diávertirenos! Wstão tados prontoa?

PIBMISO « É. estou» Us cinco nil rêis pordi aum test com 16:86.

- 4h, ahn, abh, abn; abre


!;:1'“' ªí:, em 86 t?º-1.455? é ee tra bm".

788 - Mio em1i dormindo alá debsixo ue "arvre" «.. Ala , /hn, abnb
cminctoros

AMO - ino acor1-10o om slsicas iMterção" (arrancando a palsst oria da

amaro de Mhãnbã e fasendo dols batuta)» JÉ) ( a banda tosa uma velha e gasta ne-

1lodia regularmente desafinada! poria é à janols aparecem, curios:s, Cabrigla1,

Lecnor, ! aquitote e SinhÉ, estas duas já com o fichd s osbeça prontas para a no-

vena 1 jonelo do fundo, XX ilraro, Chiquinho» Um cristo a portas O prisciro pro-

_ mura não ser visto por Nhenhãs C portão enche-seX je curioso)

RERAIO - (regendo e Gritando) - Que belesa domwhrf estrés! " E composição minha

Chama-se Sâinhã» Agora vamos sleyrsr os ruug. (sc4 à Erente Jos mísicos, regendo,

e bBomboridão de Fiírriro 4h notss incriveis que forem o ovrída)

CEIQUINRO - (/ Zenato) - Isso» V4 levando a pálamstérial (Nhanhã

se 9800046) ,

pub" (doroks de se rafarer, Rs filhas) - famos-nos ombors, por êste ládo»

aponta para o lodo conirsrio que suiu a bande)e i:É iszgo, Cahrisia, Leonor, jui

sol Se o Chiquinho aparecer, não o úsáÁxem sair» Quando e volto» ia igreja, vou

mataP aquele diabo do pancadas Até logo. (544 o0m duma f1ilhas bolícando=-ns» "au

sa, g0r14 sinis cuvindo ao longe», amísica dassfiínada «o Benato e

Satã—nude, o Bombaráão de Firmino em acordes que ao 49-00 como travo


&4a
123 é 124
- Íque está à jnela com a
meça a ouir) Tsmos entsror] tão)» Está escurecendo, (de
fato a noite co

LIBRLALA = VaRo5s (Leonor


sai da JanelasÚuricia vai
tasa 10 fundo abre-es o faer o HosHOs A vorta d
Bor autate a junols que ia fec vio lon pge lo he seis Ela, curioss, abre
har AAvarOs a cegubr desce 68
da os9a
QUAAUA e (4 Alvaro) Boa
tarde, doutor, sangado com
os pobres?
MV MMA « (da esconda) Pup

Al e O senhor RGsmOs pregoipar


va-se tento som -a salde da
a oils prórçia) e EGOFa *** sua LOCntinba

- Euito trabalho «** Has não


fatÉ quase na hora io Som quero que faça aol juiso
eÇyar a MÓvenso, as» torei de pit
Cliente» (sorri e desce) temo sinda ie ir ver e
minha
ROL - (ontrendo, serpre
é Pro e uísica da cançal que can
uma frute) terole
ouê Azípandoi8 ou&% ete.
(fnbrigeis eai is ªmb:
tranepõew 9 portão do fundo) . à prin juatamen' e na easi1ão ou
que Alv

ALAC = (risonho e Aqui estou. Não posso demorsr-me


Gelisia de novenas, (Quero apenas porque sou o viclor
cumsmMuenta-la como e
MEIRA - (Também sorrindo). E um amigo 4 199 Para
de médico, apyrosgados não perder o hábito faz vias
280 - 708064 crsridode não pprecida ti
s de nÓlio0s rodioss dame BaÚi© ,».
LBA - Mas telbes precise do tigo

MO - Fotou e suas Mordense Contin
ua ben, não 8?
A4BBLELA - R 0 senhor como vai?
-age ROM «ea
LLBQIELA - (Msliciosa) Não aGrOÚitO **.
AL - (sempre s0rrÃlento) Não?
UL ( Idem) o senhor, agora, é que está C0uRÇEnÃo a fiosr "doente" eas

R DFANBSB 0460 p 4&,


páginss 125 e 156

MLUARO - (brincalhão) - Não me assuste ... E é grave?

GABRIELA - (sempre sorrindo) - Acho que não. Quer que eu seja seu médico?

ML RO - glreresseesto? ÇZÉZK/õjv' 555w6”ªª47éL!1?V1f9_37


iea - Venho-9o assculcando a muito tempo e-»
M.V RO - R 0
CABRIMA - Coração
ALT.RO - (BEEXEENNAEYX perturbado, perdendo o sorriso) Como? Ela? ...
GABRIELA - ...não me disse nada, filho. Nas não se esogeça quexk dentro dôste hábi
To há uma mulher ... e uma mulher experiente *».
AL ARO - Mas, que desta voz, se enganou ***
O remédio é
GABRIBLA - Não ... Mas não se perturbe assim. A molêstia não é greve. casamen
Conhecido» Roceito? Tome nota e mande avi r Q mais depress a possive l: to»

ALLARO - (depois de breve hesitação Não 8 possivel»


GABRIELA - Como?
ALVARO - fresolvendo-se sfinal) Sou ... casado.
- apoiando-se ne poço para não cair) Casado?
ALVARO - (Numa afirmação dolorosa) Casado»
2 - (Cem uma ponta de indignação). Mas, pelo menos menax. equi, sou a prime
persoa a quem o senhor faz esta revelação?(Alvero baixa a cabeça que fas foça para
«Ãe, volta ao seu tom de dogura, de doçura amarga de lAgrimas as suas palavras
) que a emotividade que sente não molhe
Como ss mudasse deasssunto e começghgs8 a tratar descoisas que dizem respeito a out
pessoas, não bles). Doutor Alvar0? ( el levant a a cobeça , atende ndo ao chamado) -
O senhor não tem irmÃs solteiras? (ele baita p maxx EY novome nie o olhar) nessa
ideie indecisa das crisálidas! ... meninos já Moças e môÇoas ainda menina s que vêm
na vida, apenas, O roflexso des próprios olhos mal-ab ertos de adoles centes , cheios
dessa pureza ingênua, drsss alegria viva, dessa espera nça

8R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. X 60 2.43.


Página 127

animadora que Deus dá 2a todos os que começam a trilhar um carinho que não
conhecem, andando sem saber para onde, à procura dessa grande ilisão que
não sabem o que é que nós sabemos que é nada e elas que é tudo ? ... tem
irmãs assim, doutor ?

ALVARO - (quase num gesto) Tenho

GRBRIELA - (contendo as lágrimas, docemente ferina) - E que feria, se logo


no inicio de caminhada, algueh um dia viesse mostrar-lhes que a ilusão é a-
penas um sonho que se transforma em desengano quando os olhos que viam o céu,
se abrem, de verddade, para a vida e baixam paraa terra por onde caminhamos

ALVARO - fisse alguem, irmã às vêzes, é mais Vítima que culpado... Vivo só...
(E COMO GABRIELA O OLHA COM CERTO AR DE ELE TROCA, AOS
POUCOS, O TOM HUMILDE DA DESCULPA PELO DA VEEMÍN CIA, MAS FIRME,
EMBORA COMOVIDA DA PROPRIA DEFESA). Pergunte ao seu Deus, sê não é
justo ao homem a quem mostram na terra o desengamo, querer conti-
nuar a olhar EXMMENXEE o céu da grande ilusão a que se referius o
ser que nasceu com vida procurar a vida que o próprio Deus lhe deu
quando ela lhe foge para esconder-se nas sombras da estupidez infini
ta des convenções humanas... Pergunte-lhe, irmã, e não 2 mimi

3KR DFANBSB NS.CGPR.;TEA,


páginas 128 e 129

- (sorena o firme) - Quero esanss, que 9 genhor resvondea)


há uma pausa» Oabrislo enos-ca com duress o ro pos que sus ente, com certa
sombraceria, O olher que 9 condena, áspois besite. Não pode mais. Puxa vm lenço
Rao Ohogo poreÃ, a leva-los aos clhos. Renístes Não ebors. 's lagrimas
s&cam-ihe e- 4nsa na 70%).

MUDO - Irma Gsbrielo: juro-lhe pele minha honra que ... ( não continãier
é sal, sirobalasdamon e para que não O vojem choror. a # irm&-de-osridade ost4
hirias Apoia-se com nais fôOrgça no pôços Mestie-'omingos, que desdis o
inicio da cena dançou, cosnt rolou e remungo. tem, na sus inconciônois, um momen-
te l0cido : ex vom por o banquinho da Jeb. junto da irma; que meg Mnsimenie, como
um sutomoto, se senta nie. Depois apoia 9a braoos no pôgo dhora, silenciosagente
«Paugas D? Pingos e ismçge» O Criado de Alvaro a escada dae ossa do F
As noite continua a à0908r.

Lsono, - (de don ro Ghemendo) - !itink fitissagass) (Cobricsia levanta a cobeças


os olhos. Leona aparece e como que relha com criançis teirmosse):! Melito bo-
nito Sinh4 donat Não foi à noveaa pera speshar sereno e veu sentar-se no quintal,
18 a repincadâinha, não é? (há uma Será Lorr ou reflezo fe crepust 10 da
lerie que úosspareço nou contornos longinguos dos morros?) (Leonor de sois de rep
rar na tiu) Que é isso? Chorou? (ue fazia aqui? está ne *e ameaça»
Não quero Brísiszas, ouviu? deste sorraisiírsmento so esosdas
dos P.., sim ser prosaemtábiom, entra no crea da D.M. Gom todas as procouções).s

GAB 1ZkMá - (Procurando esconder nua sorrise tà4a a que sente). .


RH29 eslé STÁStO ***

» LFÃÍRÚF. «m (Tªi-m) Fr.—.tl.

- (com ums pontada emoção) - E você minhas filh=?

Eb a =* a alegrias certa de e tods a (rístess da Arma-de-curidsie ao

presjs a eia) - Eu? Não as precenso comigo, titias Rão fige tris e sensondo que

e, tráste. ou muito aleg e e no calor da minho saloyxris a "ristess é como a


obuva ue verão: oi for e, rápida, mas passa deprosas ++**

Q Bai A - Untão tomb im estou alegro ***

Liu
A - (feimendo, gracioss). Não est1 ... Ustão mc lisondo que não esif. Não

ouve? (LmitinãÃo a vos que vom de longe) "Ius tis est tristo8"

GABULELA (sempre e sorrir, convoenoida deo que els. se refero ao cfssaro ecm que

Gostuma faisr)]. É quase noite, sainha fiiha *»»-

R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460, 5. 43,


R DEFANBSR NS.CPR;TEA,PTE OqóÚ/ [ª“qél

Página 130
LRONOR - (TORCENDO-SE DE UM LADO PARA UTRO, COM As MÃSO,digo, MÃOS NAS
COSTAS, INFANTIL, PONDO RETICENCIAS Nas PALAVRAS, COMO SE TRA-
TASSE DE UM ENIGMA), Não sabe quem me está falando . . .
GABRIELA - Será o passarinho?
LEONOR - Não. Uma estrelinha (APONTANDO) Aquela! ... meio escondidinha
ainda espiano, apenas, com O rabinho de um olho para nós, não
vê? láááãá loonge! É sempre a primeira que sai e a última que
se recolhe. É velhinha que só vendo! ... Tôda enrugadinha, olhat
Wá não sei quanto témpo - disse ontem Ex vê, lá de cima, os dia
e os homens cá em baixo morrerem e tornarem a nascer, nascerem e
voltabem a morrer... Tem uma posa agradável! É minha amiga, sa-
bes? Converso com ela tôdas as noites...
GABRELA-B já te disse alguma coisa hoje?
LBONOR-JÉ. Que não fôsse bôba. Que na minha idade não se deve pensar;
deve-se, apenas, viver!
GABRIELA-(RISONHAMENTE FILOSÓFICA) - E na minha, apenas pensar ...
NRONOR- ) (PoNDO A MXO No OUVIDO EM FORMA DER CONCHA) - Hein, estrelinha?
P (OLHANDO DE SOSLAIO PARA A TIA). Iss não lhe digo!
8R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.OI6O/.97 / 34 -
Leonor_ (torcendo-se de uux lado para outro, com as mãos nas costas, infantil
pondo reticencias nas palavras, como se iratasse de um engma). Não sabe onem est
me falando «***
GABRILLA - Será 0 pessariínho?
ILRONOR - Não. Uma estrolinha( apontando) aquela! ... meio
no, apenas, com O rebinho de um o]ho para nós, não vê? escondidânha ainda esp
lo0ong
E semore a primeiras que sai e a ultima quese recolhe, É velhinha que só el
Toda eniugadinha, olhal Vá não sei que to tempo - disse"me ontem vô 14 emvendo!
cima
.
os dias e Os homene cá em baixo morrerem e tornarem a nascer nascerem e voltare
é morrer «... Tem uma prosa agradavel! E minha amiga, sebes? ,conver so com ela tô-
das as noites %».
GABRIBL - E já te disse coisa hoje?
LEOSOR - Já» Que não fôsse ('o na minha idade não se deve pensar: deve-se,
viver
CGABRIE1 - XIXNEEXESIMZXRENXS (risonhamen e filosófica) e na minha
pensar +-»
LEONUR - (pondo a mão no ouvido em forma de concha) - eim, estrelinha?(0ihando
de soslaio para e tia) Isso não lhe dipol
G MURLULA - Pelou de nim?
LEKNGB - (Mudando 0 tratsmonto; com mais in'imidade e mais carinho) Que és bôba..
GABRIBLA - Por que?
RAEREXKX LEONOR -) orove pensas que as voltas devem pensar?
GABRIELA - E não devem?
LRUONÇR (sempre como se estivesse ouvindo a estrôlo) Não» Ponsom que pensam, mas
Rao pensam *o»
:) KXERER GABRIELA - For que ?

LEGNOR - Porque pensam sómente no que não derem pensar, jus somente
comoxx as me-
ninas bobas

GABRIEL, - (como tirando um muu pernssmento dacsteça) Então vamos não vensars

Leonor - Ou pensar no que se deve pensar.

LRMROR - Que mundo é bom como nós pensamos que 81e 8! Que a vida
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.!

peginsa 1212.

É «legre e Rinds, gomo ôste dis que a0r1e, como este noÃte cuco noucel e*»»
live sumos felises e polesos 1e0a quanto ouvir votrê-
los e 1a possorânhos, vostíár-nos com ae cores do nro.-haut benhbapr=Ros -
es os porfumas des flores, comer oc aros Choireos das manhas de soil e te
ber c ao1 auetinho des montanhas (U0L9MDO-0E Pan: 1 Ds RTA) Não
(A O4BFLA) Dis que sia) a EoTxkMA E FALANDO falha A
STi) Cao eou que terei tudo, tudinho «.. que, se fic-r na ponte ios
a os braços poderei aparhbí-ia e quardÃã-la somigo) (FICA AA
POETA voa PBS, ULENWAXNYTA Os BRAÇOS PABA O AB, CORRB ATA JUMYO DA Ja, ABA Aa
-!F,ABAYIARNDO 0a Braços, U8p 15 Bog CORO E afa718 # aUOUMA CO19Aa : AGAE&
A DA (O Consegui&... (BRWa LE NY
09 CLOS F E1 FLAJFORUNW Porque minho csttels 8: tv, titis, Se a boa cstrê
és minha vidal! I agora, COMNÓ uk, DUOALA, A
DO POCO). Uh4 Uh', me pogor ganhos um bei
Lá LEWANTASSE 3 CONPOREA a PEQCULA DE IUQUEFA, ELA â VOL:, R
fôa Tnts DF GABMIiELA, PUXASLEEL O RÉ&SITO, A IRMF VOLTASSE, BLA RX E CORRS
HESTaL roBiIFOON MAR DER é PUUALKE A CAMISA, COME,
OG TBM 10 GRU IBOUBVRO, ELA DESVYIA E-LKHE, DA-LEE 07 7TRO KO RA
2170, Ploa SARA LX 0 / ANB 3 DOMIROCS CUB "* APROANAM "A-
RA PEOS-LA, ENQUANTO MA DA GEATIBHOS 5 ST, 82 UA D.M, MÚIIO COR
e R Ma Garen ar o Porto, NE as é o RB O L),
PAÓisA 133 a
Mio es 191 PRARA, LIBOMÓR R VOARE),
LEME Venha (RENPMRAUDO) Que 8 isso que você estão tão goro?.
CMI. LARA 70% o váralinho ((e 931)
EOROR- (AV WC Para LB R ver delro-ne ver,
CETULTHMO)OORRE,ELA O CASADO E FICA COM SLB RA RO) Que É isso,
outro esselo? 'eiro-ne veri
Rãé, não4

:)
( O C/000) - Prês Cubissca o-
Prá& to) 18no CRJOLÍÁBRO - Tôda e minha roupa está aqui +*<
Ea |MURCHA- % into, o que & (4//1 M-RS a BAZRIGOo HETURECI1LA).
MAO - ? s neu trave siros
+*ee
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 2.99.
/
CBM continuação da página 133
LRONOR- E isto? (APALPA-LWE UMA RSPERCIE DE CORCUNDA QUE TRAZ Nas COSTAS.)

CEIQUINHO- os meus sapatos...

PAGINA 134.

LEONOR- Mas para que?

CEKIQUINHO- Peço perdão a todos. Mãs não posso mais. Apanho muito! ...
LEONOR- Vai fugir? Faz bem!

CXHIQUINHO - Vou para o Rio ...

LRONOR- Titia. le vai para o Rio! (A CHIQUINHO,INCREDULA) A pé?

OZIQUINHO- O doutor Alavaro vai me levar.

LEONOR.- (MUDANDO DE TOM) G Doutor Aflwaro? l

CXIQUINEO "Sim,senhora. O xr criado ex já está arrumandoxzas malas. Partimos


de noturno. Não diga nada a ninguém. file não quer que saibam. Até
um dia. (SAI E SOME-SE NA CASA DE P.).
t
4*LRONOR- (VOLTA-SE PARA GABRIBLA) . E Possível, 9 titia? (DEP0OZS, 9 COMO SE NZO
ACREDITASSE, OTIMISTA). Não, não pode ser.

- GABRIELA- É verdade, minha filha. (LRBONOR DESATA A CHORAR) Mas que tens?

LRONOR - Titia, não ficas zangada comigo? Posso Dizer?

e PAGINA 135

GABRIELA- Não é preciso, minha filha Mas... não pensemos msi mais nisso...
Esquece-o,

LRONOR- Esquece-lo?1 (COM UMA PONTA DE REVOLTA) Não! Esquece-lo por que?.

GABRIBLA - Mle é casado. (A UM OLHAR INTERROGATIVO DE LEONOR). Disse-me êle


" próprio, há pouco. (LRBONOR PARA DE CHORAR. FAZ XEXMÃEX UM GRANDE
ESFORÇO SOBRE SI MESMA. ENXUGA AS LAGRIMAS COM as MXOS. DOMINA-SE,
ORGULHOSA. RESSENTIDA. PRQUENA PAUSA. GABRIELA DESCE. ELA FICA AO RM
FUNDO. DA IGREJA, LONGINQUAS, AS 6 BADAILADAS DA AVE MARIA).

GABRIRBLA-A Ave Maria...

. LRONOR- (COMO UM ECO) - A ave Maria! ... (MESTRE DOMINGOS AJOELHA-SE. GABRIELA
S p SOBB ATÉ ONDB ESTX LEONOR. ENLAÇAÃ-A PRETA CINTURA.) .

GABRIELA-Estás triste, filhinha? A hora é doce, convida ao recolhimento e à pre


2 ce. Pede a Deus que tê dê ânimo e à estrelhinha que te aconselhe. Nes-
S&+ » .. continyga- --
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 04 60,
0-!6D -
con ânuição da Página 135

pão se persa, vive-se. | tristess 8 como a chova de verão, dai forte,


sas passa depressa». Vlha: (APOK: 1 ESTELA) cuet (POL a nho Eo HM
FORMA DE COBCRA) Veiân? (A LEONOR) Pala contigo, filha. "essBafa, querida, R4
le0nor, 74 e tudo passspã.s (LEÓROR "ORRI)
Páginas 116
ios0,. jssÃa, mas Rais alegre, “ª”. (Pair ABA A EOTRMLA) Não 6 (fales.
GU LONGE, Ia Oma, O CORO Da AFE-HARiA E a VOZ O BARMCEI E) ,
LINECD-ens Pavão, tir. tle não norace ...
QaBhIBLA- Não marece. NO BABQUINEO JUBTO AO POÇO, LROBOR OUVE. DE
PO1S Rig,HL X/IITO, CAIR CRORANDO 109 Bas "E GABRIELA),
1IMOMOAR- Não posso euís tia, não posso nsisl
RB2D000
Q DF BON ABE E DE BMOÇÃO). (ue é isso, minha filha?
coragem fs môçs, fe linda, és boa, e quando a gento é môça, Bôni-
ta é bos o direito de ser felis.
Não posso Rão uoi o que sinto, agors. Tenho como que um vezio jen-
tro de nim! Não imagina ( e o quisõase tonto! Com a sua ingrotidão,
levia Meo, quers-lho, quero-lhe nois egors! "ínto que meu
aumenta) aeo
41344ixui=- OusBto his a noi eo é escura, minha fálha, tonto maior é o brilho
ae Pªªtfªlªâooo
137

, LMUBOR- Não posso, não posso cOomprosader porque... Tor que, titis, por que
ds vim pra este logor É Ouero daqui) sara o ea
"ete lugar é PIO, foio, é horrÍívels

ÁBLIMR A- (faGaBICIJ-UQOZLKEI 08 "ossegs. Wada 8 f#9440, Nada é bonito»


Nossos olhos 5 «ue «em -s coisas foi=ss Ou benitas, segunia o Esta
43 je nOasa8 almss. uuhlo cbogesto, visto tudo a norrÃire.» !fayaers,
filha e tornariãs a ver +.. Tudo o sus sentes agora, não psasarf de
uia chuvs do verão «..» Es sinda muito oriísngs ... is -s, 19
risos -.- - ao oicutrizsasm loevrosss. !Ispera s tudo pessari ... FBF
forfo «.. TOda esta aliceéis, oa morros nlã, aà estreia 14 longe, as
flores, o ps-s&rinho a estrelinha, tulio, enfim tornará e sorrif£ee<
E as 148547 manhis de sol de que tanto ne falavey, voltaros
Moendo s gente 6 tem os olgos e sorrir ... e tu soris felis.
minha filhat tudo voltsxà «»»
Gon es
BR DFANBSB NS.CPR.TEA, Pte.
MGG o -10 |

continuação da página 137.

LREOHORZ (SOLUÇANDC) - Não, nunca mais! manhãs de sol não XE1x&6% vol
«««
mEsTaE poMINGOS- (QUE Parou UM MOMENTO,ÇCONTEMPLANDO O QUADRO,DIRIGE-SL PARA
O Portão no F., DANÇANDO E CARYTAROLANDO., LEOKOR SOLUÇAÃ. A
AVE MARIA B TRISTE COMO A NOITE CUE sE DESCE ia, JUN-
TANENTLE COM O
P â R O
páginas 138.

18 1 Z o

(TErRassE DO *BUNGALOW" DR VERANEIO DO ADVOGADO RENATO DE GUSKIO, Na ILHA DO


AsDsÃe A GASA, CIRCUNDADA POR UMa VARANDA ,CNDE WA TIRE aboiras RB VASOS FLORI-
DOS. DUAS PEQUENAS BSC Dag, COM CORNIMHO,ÇLEVAM A VARAB A PLA ICAVEL,UMA PORTA
DX ENTR DA AO DUAS JaKALAS ABREMeSE SOBRE a VR DA., NO X-
GAIOLAS E VIV/IROS DE PEHSsSaROS, CRADIS DE METAL CROMADO ENCIMANDO PILAS-
TRAS Pra TOAeEIS DE CIMENTO, CIRCUNDAM A A R;BL UM PORTÃO, COM SINO+
-CamPAIEEA QUE TOCA Tôbas às VR is qu ABREM OU FECEMM., ENTNE O BUGAIOYW E A AME
RADA, NO F. ESQUERDO, MA UMAPASSAGBEM ARA O IN /ERIOR DA CAoA. CANÍELROS.POLIRONA
DE VIMNE, UMA MEZANHA B UK HNORME, DE PRAIA, 10 FONDO, O MAR IRANQUI
LO E UM 7TR/CEO LONGINQ O DJ CIDADE., É a U4RDE, STO PASSADOS 010 AN S. RINAPO
JA NA VIDa, VESVINDO UM TRAGE DE EAIA, OLEA 19 S/ 19 FILEAS
E 6 E A4 ANS;
o DA E. ABRE-BRE, DE REPEWTE, A CANPAINOA SORBDP b E, RETIST
E APANMOR, Di: RO DE UWA * ARIA BLBGANTÍSSiXA DE OCRBAUFEUR DE LUXO ... UEM -
ASPAGURA EXEX E 50 EOss0 DO NOSSO MAITPIP!! FO CIC Ye
PorkaÇção "E É cuTRO R/S HMucs, RO aWDAR, Ná EX/RESSFO DE FELi
QuE "RAE NO ROSTO BECANKOADO., CS vãO 108 Porcos, DEIX/AEDG
CEIQUINEO - Dá licença ?

RENATO - Que é ?

CEIQUINHO - (DESENVOLTO) Ué ? Não me conhece ?

RENATO - (RECONHECENDO) É o Chiquinho ?

CEIQUINHO - Em carne e osso 1

RENATO - (EXPANSIVO) Dá cá um abraço !

CuIQINEHO ( RESPEITOSAMINEE, PRETENDERE ESQJIVAR:SE) SEJ Doutor ...

RENATO - (RINDO) Deixa disso. Tenho ogrx prazer em abraçar-#We 1 (abraçam se)
Abraçando- te, abraço Guarareaa inteira com a minha juventude junta»

CKIQUINEO - (rindo) E eu todos os advogades do Brasil ... ( reparando nas crian


t ) Suas filhas ?

RENATO - Ap enas as meninas. O cachorro é meu neto» filho das filhas ...

CKIQUINEHO - O senhor não mudo nada 1

RENATO - (rindo) Mudei de -Em roupa ...

CEHIQUINEO - (IDEM) Eu também ...

RENATO - Os homens, desde que o mundo é mundo, mudam apenas de roupa, mas são
sem re os mesmos ..».

CMIQUINEHO - Para o senhor foi bom continuou alegre

RENATO - E você simpático 1

GEIQUINEO - saudoso ) Como o tempo passa 1 +..

A CUIQUINHO - Aquela ... ?

RENATO - Tem quasé 7, já! Cai-me cinco ou seis mêses depois de teres fugido.

- São duas bonequinhas.» Sua senhora é loura ?

RENATO - Não conheces minha mulher ?

CHIgfINHO (ENCANTADO) Duas Eerikxkxs gracinhas ! ... Lindas 1 ... O senhor sabe
ser feliz.
2 141
RENATO eR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 -. 103 .
Pfeis não aprendi, Sou feliz por vocação ...
CEI UINHO
*». 8 por merociaento
RENATO
Obrigadº.
- CRI MINHO
" Esteu doido acanocor sua senhora., Para er duas filhas tão um:
- e umasariíido gre, deve ser benita e bao como uma santa!
Lembra-se da ls a? apou de boa hein? "amgradeira! ,.. Chegou a me
'mru...m n d... a Sinha, lembraçgse? O senhor
um inn-nb de todo. "Fa ato tLoasinha, coitad
“.! tão caipira neu ªquiPor «saque coisa: abm. alm. ahni Chorava
à eee
RERAT9O
(RIKDO IAMBÁM ) Bra muite chorona ...
bible: merecia coisa melhor, nas de acÓrdo com a sua inteli
live ràoldgrlmumm—mxwmom
.ª“,
APARECENDO A D.M, ). RERAÇO e» o
. RENATO
MOSTRANDO CHIQ . Não conheces? ( CHIWINHO ESPREGA 08 amanha:
ACREDITAR NO QUE )
SINBA
( ADLEGREMENTR )., Chiquinho!
CEI WINO
%%?ATO). Dorna SinhÃ:! ( SITUAÇÃO)
PERVERSAMENTE BRINCALHÃO) u levava uma espiga, hein?
CE INHO
à“). $0u AUutOF! *e

Que é? ( A CHIQINHO ). Como Wma“? ( EsTEmD


$a APERTA, DEPOIS DE/LIQUIRA HRSIT

ªll-HPE:
“www, O DQ PARA RENATO, COMO ROGAR&.LHE UE Não cost;
º m que fosse a senhora ...

€ ENLAÇÃROOA ESPOSA). Era cherona, era., ( CHI WINHO TOSSBaxGÍSTIADO)


coNT INUAÇÃO R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 3 104,

má.-“twommonm: dedicals das maôs.


(_ COMPRERNDENDOERINDO) Ah! le leabrou-se do tempo em que " eu abria o
berrador", como
CEI Q INEO P
A genhora Gesculpe, Seu Renato não me avisou nada ... "unca pensei que se
tivesse cas1do ...
1h3
sinhã ,
Fois jé temos três filhos,
capbro
Ipes?!
RENATO e e
O eutre está lá dontro? ( 4 SINHÍ ) JÁ veio da escola?
chiqiinhe
da está na escola?
RERFATO
má. Sabe latia, francês, inglhs. 4 um prodígio! Chama-se Cósar, como e
e1 fesano: á
1 SIKãP
" ( 5 OLHAVA PARA 0 LADO DA ChiGA), Me v a ai, ( APARECER KO BRAÇO DA CRIADJ
UMA CRIANÇA DE APENAS)
- RENATO a
a gªlª; o Cesar! ( sIaHÍ T0MAO DOS BRAÇOS "A EMPREGADA),
1 0
- C RINO) .É este que sabe framçês, inglês e latim? ( ENLEVA-
2%“)il de 2riarça!
É CAlama) Vá ver as roniras, panPprais,

, € CRIADA ) (mande elas quiseres ontrar n'agua, me ChanGo


A CHI IEFO
R [#] lá!; esta he,a $ munso, mas goste 95 571u porte deias. I94
CEI U a ;
, ). faz bem. Que gracinhas! S êste? Tan.ss vontade je comar.
" wu leitão! Ta como: é bonitinho éste peoquene!
RSATO
- Parecido comigo, nie é?
Chiinhe
GORTALUA
CORTINUAÇÃO
RR DFANBSBR ,ª;-,,Uóéí'tfg 23 i95,
CHI Q INEO
( DEPOIS DE LICEIRA COMPARAÇÃO )- Têm alguns traços. Os olhos são de
Dona Sinha: uns olhinhos chorões ...

adinho!
CRIÇ
Restou
RRNHAYO
não chora ,mais ... vi FÍRAO e. +
die simis é 9a
mantammModoch-rumn-.hvizn—m soi! .- tenhê
nudes. daquele teupo. Leabra-se?

Peis olhe que apanhavas como gente granle.


CHIINHO
Ap.-bum, não. Dava .
(
RINDO-SE ) Davas cos a aãe na palmatória ...
ªlgume
Porfalar eu pálmatória ... que fim levou Dona Nhanhã?
%
IHSTMIYMW AMRNDROTADO, PROCURANDO A "AIDA ) Aqui?

ázmw» Bla saiu com a "equitota. E está modificadas de gêrio ...


ªªª: assustei. foi precaução ... E Dens Poequitota ja se casou?
ª:h(namwm) 0 único têle que apareceu lá per Guararema fui qu.
raçadinho!
*: É nªno." ) Olho que ela 6 capas de chorar ...
5 tem perigo, ( OUTRO TOX) E mi, Chkiquirha, até arera não nes contou
ende se seteu durante todo tempo, que pú#nca nois se euviu
1a* sei none,
CHI F
"Eªch tªuanlp-Ebm. nª“farta-n deRie e ,., ( A#ET NO
UMA NATURALIDADE NDNEr 0: CURTO "OM DE VERDADE) conti
te 0464 - - 106 -
DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE

146

Quefei fazer lá?


CHIQUINHO
Uma viagem de recreie a
e de estudes prefissienais. Eu rão
queria ir, mas e
Dºnt T? Alvare insistiu tante!
SIN
Ah! ( HÁ UM CURTO SILÉNCIO DE EMBARÇOO
. O NOME DE ALVARO CAUSA UM REVIDENT
MAL-EBSTAR.). E
Mé&= MARIA
('QENT?O, SALVA a
A SITUAÇÃO, POR ACASO ). Dena SinhÉ! As men
AR' agua inas querem entrar
SIN a
Cem licença., ( SAI, BEVANDO o PEQUENO AO
COLO ),
CHIQINHO
Fiz mall
NATO
sse neme ainda preduz um certe mal-estar
CHI QUINEO na casa ...
E Dena Leener?
ATO
novigª
CHIQUINHO
Iraa-de-caridade?
RENATO
Levei anes lutande apara dissuçdi-la Nãe
fei pessível.
CHIÇUINHEO
E e passarinhe?
RENATO
O passarinhe -- diz ela -.-. ficeu em Guararema
;.,
CHI Q
REFLETINDO ). Ficeu em Guararema ... ( SORRI
COMO SE TIVESSE UMA IDÉIA E
ALA 08 DEDOS ).
RENATO a a a
( CONMTINUANDO) ... a estrela está de
acorde. Passados es primeires tempes
velteu a ser alegre, nae sei se sincera
eu fingidamente. Apesar disse, teima,
Ordena-se amanhã. Casa-se cem Deus.,
#R DFANBSB NS;CPR;TEA.PTE 0469 210+

(COÇANDO 1 CABEÇA) É o diabo ?

amo,,
que ? --"
CHI P IREO
O Doutor Alvaro... nio sabe ?
RENATO
cÉu—Um.e e &

Peis .; es» (LIGEIRA PAUSA, UM SUSPIRO). Coitado, é tão bem i...


RENATO 148
NURCA Hãis8 RO OSCPOVCOU
- CRI UIRBO
Nom a minguém. Mas acrodito. êle é muito seu amigo. 1 vida dêle
rés, desde que saiu de Guargrema - se e senhor soubesse! .....
ão falou gais comningués, não saiu, Passou seis meses trancado
L laborªtorio, ate receber e convite para ir a Europa, (IMPOR - _
TANCIA CUMICA) Aceitamos e embarcames os dois para a Alempnha, Lá
êurante quase sete anos pode-se contar as vezes que saiu 2 rua,
Yívia sempre fec e DO COMO PAZ 08 CAIXGIROS DAB*
gªmaª CA$A92). que nos "estudava" auito,
&
(IRÚNICO) Estudavam ?
CB1 7 iNBO é
âo imagina! Fiízonos experiencias netáveis., Os acios medicos
2ães5 verdadeiro ro te peles nosses trabalhos cia
5:51 ºu imagina e que nos fizenes!
EEA
Ipagirne
_ CHM VINHO
" (ELOWERTE R LOWAZ) - Até que recebesos uma carta de iraãl de. é
dêle.
centarndo aquilg que e senhor ouviu dizer. Sabarcamos ineliatamep
te. Ch há uma somans, lo, então, me mandou infagar, Inda.
subi âaqui é soube: Ilha do Gevernador. Yeopanoandio
Aqui deixei ele naquele hotelsinho e contimuio a investigar. Dog
cobri tudo ! -
R&RATO
fude ?
CHI UIRBO P
(RINDO.5:) "enos que o senhor se tinha casado com Dona SinhÃão..-
( RIEM. SR)
RENAÉO
& e Alvaro ?
CEI 149
Nao sabe da parte firal:
que levantei a caça,...
RENATO
DFANBSB Ns Cp
Que caça ? R.TEAPTE, 0460,
Sia s-108 .
CHIQUINHO
0 Serhor
RENATO
Heim ?
CHIQINHO 5
(JUSTIFICANDO-SE) € um mode
de dizer., Ofendeu-se ?
RENATO
Nao.Sabe quem levanta a caça ?
É e cachorro
CHIQINHO
Heirm ?
RENATO
Of&erdeu.se ?
CHIQINHO a
(RINDO-SE) Não, E es cacherrr 150
RENATO & es ?
as
Também não. És fiel. Nãe cnve
rgenhas a classe ...
CHIQUINHO
Entao pesso farejar ?
NATO
, yerntade
CHIINHO
(CHEIRANDO-SE) E... ? (FITA-O IN
TERROGATIVAMENTE)
RENATO
Diga-lhe que me telefone - Centir
CHIQINHO mue amige
a
(NUM TRANSPOREE)'Como e sgnher e bem
advegades cemo nes, estara ganha, (IN ! A causa entregue a deis .
RENATO TIMO) Que persa, celega ?
Que não devemos centar cem e ôvo que
a galinha nãe pôs.
CHIQUINHO
Tenho cenfiança ne senher ,...
RENATO
Heim ?
CHIQUINHO é R
E em mim também, Teremos o O1v9, (BI
. OUTROTTOM, IMPORTANCJA FA
DISPLICENTE) , Bem, A palestra est
á muite be,, muite agradável
Mas veu-me retirando. (ESTENDE
NDO-LHE A MÃO) "Aufiderzenl"
RENATO
Alemao ?
CHIQUINHO
(CARREGANDO MUITO NOS RRR) Es
tive ma Alemanha ! * * » e
%ílenjidozer zer guth; viguitz?; imteite zi? vi fili? - flacher-
ef, kate-gªl, chep-dúple !
RENATO
Au reveir,
CHIQINHO
Guiª; mernsieur, (COM UM GESTO EXAGERADO DE FRANCES COMO SE EEDESSE
TRADA DE UMA PORTA A UMA DAMA): Apres veus, madane, apres -
veus! ... Je cemrmais aussi Paris, mem Dieu de la France | E Lem -
dres !,...
RENATO
Lerndres ?
CHIQÇINHO
Yes, very-geed, sir. All right, feet-ball, geal. Light amd Pewer.
bife cem batatas... (RI)
RENATO
E quando pernge que te criavas analfªbeto, apanharde parcada de -.
criar bjiche,... Terms uma prefissãe, és vive, inteligente... Deves-
ter um edie de minha segra....
HIQÇINHO
die, per que? Seu superier a essas ceisas! (EM TOM DE DISCURSO)-
Ela nãe é senãe um predutoe de ambiente de ignorancia em ,que vivia
mergulhada! Errava,pergande que acertava,. (152) A culpa é des juil_
zes que entregam e erfãe sem exigir que a criança seja educada --
Para a vida., Quênte hemem que se fez vagabunde eu ladrtºao per, -
ausa disse ? Não saber, per ignerancia, tratar de uy orfao, nãe-
é crime, Mas ter uma tega e dá-les como se dãe cães é que é uma -
(GINGANDO O CORPO, COMO UM MALANDRO) Mens-tru-e-si-da-.det. ...
RENATO
(GE O OLHA COM ADMIRAÇÃO CÓMICA) - Que é isse, rapaz? Esteu be
quiaberte ?
CHIQINHO
(NATURAL) Isse mãe é meu, mãe O Deuter Alvare diz isse sempre,
eu descebri... (OUTRO TOM). Bem arrevederci.
RENATO
Estiveste também na Itália ?
CHI
Não. Mas como num restaurante italiane.,
RENATO
)INDICANDO-LHE A CASA) Queres sair pela frente ?
GEHIQINHO
Não., O meucarre está ali e a limha reta é e caminhe mais curte
deste pertãoe ae hetelzinhe ende eªeestá (OUVE-SE UMA CAMPAINHA
DENTRO DA CASA) Est㺠“%%%&?!de
t gr..
e -- "EA DTE Gºlªn.) ua é "O”:
0400, . *
RENATO BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 00, o AO
8%ªgºnia!“ sogra quonchega. 153
( NUM REPELÃO vioLuETO, TirnaNpo uma Das Mos a QE RENATO SOSTEM
E SAINDO PRECIPITADAMBNTA) Ate sempre ... ( RENATO
COM a VIgTi, DANDO UMA CARGALHADA,._ RUIDODEA AUTOMÓVEL E PARTR,
RENATO, COM Uma DAs Mos APOIADAS A PILASTRA DO PORTRO, "I AINDA
LEONORÍUROS VamaÁNDA., VESPE O HÁBITO DAS NOVIÇAS. TEM OITO ANOS
MAIS.» SUA FISIONOMIA, SNTRETANTO, AINDA É DOCA 5 JOVIAML, SRNTS
ss QUE aLA PROURA TORNARSS ; PELO MENOS BCBRIORMENTS,
Traz vÁrios Pacoras # VAI POR A MESA, DESATANDO-LHES
03 BARBARTAS.,)
LEONOR
( VENDO RENATO A RIR SOZINHO). Isse é sintoma de alegriá o» de
leucupra?
RENATO
( VOLTANDO-SÉ) DE loucura. JÁ chegou?
LEÉOQNOR
( IRACIOSA) Não. Ainda não cheguei ...
RENATO
adinha, E es outros?
E é não. Estão todos lá dentro. Por que se ria?
ENA
&mmnudndogn...viwn(cºn Imranção )
para a vida tristes, Opte pela melhor loucura: a da
al Re e eo 15h

estimu Isse e alusão?


RERAYT
no: 2
LEONOR
( RINDOSÉ ) uem sabe?
NATO
Triste?
LEGBNOR
Seu? ( FAZ UMA CARBTA, CARICATURANDO UMA CARA ALEGRS )
Olhe ... Esta vendo?
- * 4
“CANRQP NS (ªí:)EêgºÇCAp-rª Oki! Élia! fo - ll l

eeEEzEUAÇÃO DAPAGINA___154

"RENATO Nãe é precige, basta ver êsse hábito...


- LEONOR O habigtõe nae faz e menge...

- RENATO Mas faz de vecê uma sembra da Leonor que conheci...

LEONOR (DEONSTRANDQ A VA NTYGEM QUE HA EM SE R SOMBRA). Quem me de-


ra... As sembras são insensiveis|....

f
CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 155

RENATO (AFIRMANDO) E vecê não é...

LEONOR Então nãe seu sua sembra.,..

RENATO E come a veje...

LEONOR Sima de ?...

RENATO Argúcia...

LEONOR (rindo-sg).... e leucura, E de leucura triste., (eutre tem)


Onde estae Sinha e as crianças?

RENATO Na praia...

LEONOR Agora compreende: nãe era leucura, era ternura. Ria-se


para a mulher e es filhes.

RENATO Está emsanada; elhando para a mulher e es filhes, ria-me


de vece...

LEONOR (ningindo, serridente, que pensa que êle está leuce, afas-
tando-se um pouce e como quem dissesse "CUIDA DO)
Renate |:
R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE

4
f AF1KA 156

(Como se siaulasse
ioucura, a sorrir tam
be) Julieta de C apê
leto. (illa arregala es elhos
e a" ista-se sais, dle
avança)
He tanto fizeste cho
ri; 1 ando gaiste da Pega le
19! asefa, entro oe aviões o os Mhaçospes
rádios perdsa a irrevera- cia
de um ho-em de hoje... é s de Um ridiculo que cansa
risos...
y a As %
( Ho messo teu, Si f e
nhã apW. arece *no po
- |
f! +». QB Cula des, «. rtão ) $! e
Sancho

noé isso?

% um issista, sas não interroupa, (1


remantieas, Looner)> ls a tilt-in;

fs 93 última 208 144008809

P AUDIO: Não bes, quito bar,.(EÉ COG RE


Não estou interrompendo, esteu F A
aplandinde., Gostei, "ra,
/ALPAB A RIR, RENA ÁTO
TO a AGRADR CB COM
BCB COM n
30M % CM ATOR, LEONOR
27% 7vi
Palmas Dufta sim
UAA, es ad o isa
RAMBRA
:
VA PRM)

LE&QROR bem, vou entregaro os presentes às CÍPÍID AS , a a

F 157

friíseiro para le, (PARA C&SMR)

Cªsar é que ª 16 Cos


an ,,,
4

(OB Acaba DE DaSEMBNULDAR UM


CEKALHO, AGU aNDO-g)
G0?

0a, pega, filho,

Olhe que btomite (L#oROa ENÍRREIA O CEOCALEO 10 o


7 ?
a d ao P
nm ro A FATE

“45353, 2 - ||
r
TE.,
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.P O

CONTINUAÇÃO DA PAGINA 157

LEONOR Toma, meu amor, tema., (A RENATO E SINHÍÁ) Está muito benito
este pedacinho de gente....

RENATO (PONDO AS MÃOS NA LAPELA DO CAÉACO COMO SE AS PUBESSE NA$


CAVâS DO COLATE) Traste que nães se parece cem e done é
reub;ade., ..
LEONOR Pretenciese,
SINHÁ Chiquinho acheu-e parecido omige.,
LEONOR (CHOCADA) O Chiquinho?

XXXX EXKXXXXXXxXXXKXXXKXXXXXKXKXXXXX

PÁGINA 159
(REPROVANDO=-LHE A MENTIRA) Esteve, Renato. (ABASTA-SE.
DEIXA 08 OUTROS EMBRULHOS SOBRE A MESA)
(ATRAPALHADIBSIMO, ACOMPNHA-A) Vau explicar, esteve..
ve... fardadede chofer... (ENMCONTRANDO AFINAL A DESCULPA)
Esteve, mas nae e e Chiquinho que voce esta pensando.
LEONOR (ENCARANDO-O) Renate.
RENATO CONFESSANDO) É e Chiquinhe que você está,pensando, mas jure,
iste agera e verdade. Nãoe admite que vece duvide; se o rece-
bi porque ele deixeu, ma Burepa, quem voce sape e veltoeu
sezinhe para o Brasil., Isse, jure pele que voce autres quiser

P UM CRIADO (DO PATAMAR) Deuter? (RENATO VOLTA-SE) Telefene. DA


parte de deutor Ílvare. (RENATO DEIXA CAIR 08 BRAÇOS, DESA-_
NIMADO. SINHÁ LEVA A MÃO A BOCA, ASSUSTADA. LEONOR SORRI IROz-
NICAMENTE ;
na 2Dp TEA PTE 04 AA
BR DFANBSB NS.CP R.TEA.PTE.04 60 5, já,

CONTINUAÇÃO DA RAGINA 159

(AINDA FENTASALVAR-SE., DEPOIS DE LIGEIRA PAUSA DE_EMBARAãO,


REAGE) Vece nao sabe que estou verancando e que nae atendo
a qualquer um? Perque respondeu que eu estava em casa?
(SINHM
ANIMASSE)

PAGINA 160
CRIADO Perque ele me disse que e senhor havia mandade recad
o pele chefa
dele para que ele lhe telefonasse. (SINHA DESANIMA,
SITUAÇÃO)
RENATO (SEM MAIS RECURSO, IMPACIENTE) Está bem. Vá-se embora,
Irei já,
(CRIADO SAI) '
RENATO (EM ATITUDE DE QUEM PEDE DESCULPAS, A LEONOR QUE OLHA O MAR)
Leener,...(ELA VOLTA-SE, SORRI-LHE, A UM TEMPO, IRÓNICA
E RES
SENTIDA) Quero explicar-te...

LEONOR Não é precise. A casa é tua. Podes receber quem queiras,


faço-t:
somente, que esperes, até amanha., Apenas algumas heras,
mais,
A nao serque desejes que me vá agera ,

_ RENATO *"conor...

Prometes?

(DPOIS DE LIGEIRA HESITAÉÃÉÃ TOMANDO ATITUDE, ALGO GBBTESCAÍRDE


CAVALHEIRO) ProMmée, ( I, SOLENE, DISPOSTO A NÃO CUMPR
O QUE ACABA DE PROMETER... PAÚSA. LEONOR DESABA SOBRE A MESA,
A SOLUÇAR)
0460, o. N5 .
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.
L L

SINHA
(os OLHOS CHEIOS DE LÁGRIMAS), Leonorj... (CORRE PARA ELA, UM SIIÁNCIO)

LEONOR ___
Vou deixa-las escolher, Não ba nada melhor no mundo do que a gente escolher o
que vai ser nosso,,, (SINHA COMPREENDE-A, OLHA-A E SORRI ENTERNECIDA, DANDO CORDA AO
BRINQUEDOS), Não há nada melhor do que escolher, mas nunca se deve escolher o
que já foi
SINHA
(MTRANDO-A E PARA ALENTÁ-LA) Leonorj.,.,
LEONOR
(PASSA A MÃO NOS OLHOS, REAGE, RI), Estou precidando que me batas, não estou?
(RENATO APARECENDO, A ESFREGAR AS MÃOS, AIAGREMENTS, COMO QUEM ESTÁ CONTENTE
CONSIGO PROPRIO, VEM DESC&NDO, DESPREOCUPADAMENTE, A ESCADA, AS DUAS VOLTAM-SE
Para BB, AO REPARAR QUE É NOTADO, MUDA INSTANTANSAMENTE DE FISIONOMIA, DE ANDAR,
DE ATITUDE, TORNA-SE QUASE FÚNEBRE),
SINHA
(RINDO)., Que cara é essa? (RENATO, TRISTEZA VISIVELMENTE SIMULADA, OIHA PARA LEONOR),
LEONOR
(IDEM) Está com cara de cachorrinho que quebrou panela,,, (SINHA RI MAIS FORTE,
LEONOR TAMBÉM, E APONTAM PARA RENATO),
RENATO a
(OLHA, ORA PARA UMA, ORA PARA OUTRA E AFINAL TAMBÉM RI, DANDO A SEGUIR, VÁRIAS
PIRUBTAS), Ahj ah ahy
LEONQR
Que e isso?
SINHA
Está louco?
R&NATO
Estou alegre] (SALTA),
LEONOR
& precisas pular assim?
RENATO
Recalque, Estava alegre, mas como quando sai deixei vocês tristes, engarrafei a
minha alegria com a rólha de trlsteza. Vocês riram, Ela estourou como o chamv-
panj É derramando, (RI) Rian tambem; (NOTANDO QUE LEONOR NÃO RI & SE AFa%
rumbª Cªb..ªê,,“
liiAÁ—ªí E. Gªyª—,
oo Í Íé' *
PARA TAMBÉM DE RIR) Que aconteceu?
SINHA
Foste lembrar-lhe, ,.,
RENATO
Lembrar que?
SINHA
0 ALVITO, ,,
RENATO
Falei em Alvaro? Falei em champagne, em alegria (INDO A
IEZONOR E, SEGURANDO-A
PELOS OMBROS, FAZENDO-A VOLTAR-SE PARA SLE, COM ENERGIA)
Leonor] SLE VOLTA-SE,
BLA A BNCARA) Estoure sua rolha: Desengarrafe a sua alegria,
viva a vida]
SINHA
(NUMA REPROVAÇÃO) - Renato?)
RENATO
(NO MESMO TOM) - Que é?
SINHA
Você não tem sentimento?
RENATO
Tenho, Tenho sentimento e tenho lntellgenc1a, ouviu? Para que
tornar a vida difícil
se ela é tão fácil de viver? Para que fazer drama, quando a
comédia é tão leve,
tão graciosa e tão humana? Por que não querer aquilo que se
quer, repelir o que
nos procura quando temos vontade de fazer, justamente, o
contrário? Por que Leonor
não se casa com Alvaro, por que?
SINHA
Mas casar-se como? (LEONOR AFASTA-SE NOVAMENTE E VAI
FICAR JUNTO à MESA),
RENATO
Como toda a gente se casa) Pretorla, Igreja, arroz na cabeça, fellcitaçoes
(GEBSTOS DE CUMPRIMENTO) viajem de nupc1aS, Sapatinhos, touquinhas
(COMO QUEM
TRABALHA COM AGULHAS DE TRICOT) doutor chamado as pressas, filhos] (COMO SÉ EMBA-
LASSE UMA CRIANÇA),

SINHA
(BSCANDALIZADA), Mas Renato, o Alvaro é easado]
RENATO
Foi, (LEONOR VOLTA-SE, INTERESSADA), Sei disso há tempos, mas comia-se vivo quem
8R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.04 60] o. ”+
cont, 164
quem falasse em Alvaro aqui],.. Foi casado, Agora é viuvo,
STINHA RR 4
Viuvo? Estao a mulher dele morreu?
RENATO
Não, Quem morreu foi a avó,... (LEONOR APANHA A CAIXINHA DE MÚSICA DE SOBRE
A M&SA, E MIRA-A PENSATIVAMENTE) ,
SINHA
(NUM MUCHOCHO) Ah; (E UM Pouco PELA COMOÇÃO E OUTRO TANTO PELA ASPEREZA DA
RESPOSTA, DEPOIS B& PROCURAR CONTER-SE UM TEMPO DESATA A CHORAR COMO NO
PRIMEIRO ATO),
RENATO
Que é isso? Vou buscar a mamadeira do Gezinho,,., (VoLTA-SE, CORRE A MESA,
APANHA A MAMADSIRA E REPARA EM LEONOR, A OLHAR OS PORQUINHOS, JÁ COM CORDA,
Que BAIILAM, VOLTA, CHAMA A ATENÇÃO DA MULHER, SINHA VB, PARA AOS POUCOS DE
CHORAR, SORRI. SEGREDA, NO OUVIDO DO MARIDO, COMO SE CONTASSE, A HISTÓRIA DA
CAIXINHA-DE-MÚSICA DISPUTADA BELAS DUAS FILHAS E AFINAL ABANDONADA, COMPREENDEM
que LEONOR VR No BRINQUEDO UM SÍMBOLO DO QuE LHE ACONTECEU NA VIDA, SORRIEM,
PAUSA. OLHAM; DEPOIS APROXIMAM-SE NA PONTA DOS PÉS, IEONOR, COM A CAIXINHA DE
WSICA FUNCIONANDO NAS MÃOS, FICA ENTRE OS DOIS, UM MOMENTO, OS PORQUINHOS
_ DÁNÇAM, A CAIXINHA TOCA, AFINAL ELA PERCEBE QUE ESTÁ SENDO NOTADA, QUASI SEM
MOVER à CABEÇA, APENAS COM O RABO-DOS-OLHOS, OBSERVA UM, "DEPOIS OUTRO, SORRI),
LEONOR
Que É?
RENATO
(MAÁLICIOSO)], Nada,,,
P "LEONOR
Por que me olha assim? Estão pensando, que?

RENATO
(MAIS MALICIOSO AINDA), O mesmo que você,,. em ficar com esse brinquedo que
# se
ja nao tem dono, ,.
er DranNBsB NS.CPRTEAPIE 0460 p AB,

cont, 165
LEONOR

(CORANDO ATÉ A RAIZ Dos CABELOS, ENREGA-O A SINHA), Toma,

SINHA

HXB Não quero, (PASSANDO PARA O LADO DE RENATO) Já tenho o meu e gosto dêle,

E um !'pedaço!! não achas? (ABRAÇA O MARIDO),

LEONOR

(DEIXANDO A CAIXINHA-DE-MUÍICA SOBRE A MESA), Engraçadinhos],,., (AFASTA-SE)


Agora que

RENATO
(INDO A ELA) Mentira]
LEONOR
JUTO-LNE a e e
RENATO
(INTE&RROMPENDO) Mentira]

LEONOR
Quem pensa você que sou?

RENATO

' Mulher,,,

LEONOR

E os homens não mentem?

RENATO

mas não sabem mentir,,.

LEONOR A
& como conhece, entao, quando as mulheres mentem?

RENATO !
Quando elas falan,,,

LEONOR
E eu, por que lhe menti?
RENATO
Porque falou,
LEONOR
(APONTA PARA O LUGAR EM QUE ESTIVERA SILENCIOSA), E quando não falava?

RENATO
Dizia a verdade,,»
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 .1/49 .

167
LEONOR
Nesse caso, por que insiste, por que pergunta?

R&NATO
Porque quero saber a verdade,

LEONOR ,
É qual e a verdade?

RENATO suo
É o que voce nao diz,,,

LEONOR _
E, se nao digo, para que falar?

RENATO E
Para mentir,.,,porque a verdade é o avesso da mentira,
(ToMANDO, RAPITAMENTE, O BRINQUEDO E ENTREGANDO-LHE, MALICIOSO) Tome, Fique com
Ble, É seul

LEONOR a R2
ÉRECUSANDO) Não seja bobo, Renato, não o quero

RENATO S
(TRIUNFANTE, PARA SINHA) Viste o avesso, minha mulher?
Renato, nao perca tempo; vai buscá-lo, Quero-o como uma louca! (SINHA RI),

LEONOR
(VEEMENTE) Mentiral

RENATO t
(TRADUZINDO)., O Avêsso, verdade] (ALEGREMENE) Vamos esperar o Alvaro!

LEONOR
Disse-lhe para vir aqui?

RENATO _ a a 3
(TRANSIÇÃO DE ALEGRE E HIPOCRITA - MÉENTINDO) - Eu? Nao... Disse-lhe que nao viesse,

LEONOR P "% R
(IRÓNICA) Não e preciso ver o avesso, Renato... Os homens nem mentir sabem... (EN-
CARANDO-O) Disse-lhe para vir,

RENATO
(CONFESSANDO) Disse,,

SINHA
(QUEIXOSA E ESCANDALIZADA DO CINISMO DO MARIDO), Ahg Renato]...

LEONOR $ a
(RESOLUTAMENT&) Pois va, imediatamente, dizer-lhe que nao venha ou sairei agora

mesmo da sua casa para sempre, vá

SINHA
(QUE MIRAVA O MARIDO COM VISIVEL DESPRESO, INTERCEPITA-LHE OS PASSOS) Irei eu,

(AO MARIDO) Nunca pensei que chegasse a tanto, (SAI, RESOLUTAMENTS PARA O

! BUNGALOWN )
BR DFANBSB 69, p .| 3) .

cont, 168

RENATO

(DEPOIS DE PRQUENA PAUSA, QUASE HUMILDE, SINCERO, A IEONOR) Desculpe-me, A

minha intenção era...

LEONOR
(MAIS BRANDAMENTE), Sei, Renato, Mas há coisas lrremedlavels,"

RENATO

(RSAGINDO) - Mas irremediável por que?


LuOLx'OR
Você não com; ,,.
RENATO
Sou imbecil?

I,...OrlOR
É homem,... & não toque mais no assunto]

RENATO 2
(QUASI DESESPERADO). Não posso] Sou advogado] Vou ate a ultima instância (TOMA

FÚLEGO E VOLTA A TRATÁ-LA DE TU NO ENTUSIASMO DA FERORAÇÃO) Não é possível,


não entra na cachola, que estejas sendo sincera, Se não queres vê-lo é porque
* es * # A
ainda o amas e senao que mal haveria em encontra-lo? Tens medo de que?

LEONOR
o ano, à é547 : Marta p4 :
(ENTRE CENSURA 5 PILHERIA)., De ti, Estas ficando furioso,...

RENATO
s a a # A +
Mentira] Es uma recalcada, Estas com medo de ti mesma
LEONOR
Que mau pBlcoloºo és, Tenho pena de ti..,
mNAlO
Ja sei, Agora sou imbecil,...
LEONOR
Não, Continuas homem,...
SINHA
(ENTRANDO) Pronto, Telefonei,,,
LEONOR
44foé
SINHA
Falei com <le proprlo. Prometeu-me que partiria imediatamente,
LEONOR ie F
(LEVANTANDO AS MÃOS PARA O CEU), Graças a Deus
SINHA m %
Disse-lhe que não querias ve-lo nunca mais]
L&ONOR
3IMHA

(00MO 34 RBPSTIISS AS PALAVRAS DE ALVARO) Pode dizer-lhe que sua vontade sorá

feita: cla nunca mais me verá,

A# ursa y bo Was, ea U e o ps e #2 pa aa mm a a
(Não s300h06a Uka POA 3 AFLIÇÃO, UU RA&NATO, HUTA, SORRÍNDO), E$..0?
SIRHA

5 des1igou, .,.
#R DFANBSB NS.CGPR.TEA,
PTE, 0460, p - 123 .

LEONOR

(sem PoDER coNTER-9&, AGARRA 03 BRAÇOS, DA PRIMA PRESTES


A EXPLODIR EM PRANTO) , E,,,?

RENATO

(que sos, Uma BALA, AS ESCADAS, PARRA NA VARANDA DO


BUNGALOW E VOLTA-3& PARA A MULHER) ; Qual o numero do
telefone do Hotel?

LEONOR

(RSAGINDOO) Para que ?

RENATO

Para dizer-lhe que venha correndo, que tu o amas!

LEONOR

( COM RAIVA) Tenho dó de ti !,.

RENATO

(RINDO-S&) Já sei, Sêu um Homem ,,,

LEONOR

( com RANCOR, OS DOIS PUNHOS C&RRADOS), Não, És um inbecil !

R&NATO

Obrigado, (SLA RYBENTA Et SOLUÇOS, SINA COMOYV IDA;


ALISA-LHE 05 CABELOS. RENATO CUBGA-SE AOS POUCOS, LEVANTA-LHE
DOCEMENTB, A CAB&ÇA, OLHA-A NOS ©1HOS E DAPODB? COM TARNURA RISONHA),
& tu sabes que tu es ?

LEONOR

(TENTANDO SORRIR) Uma imbecil ?


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 04600 p. 12.3,

172-

R&NATO

(SINCBRO) Não, uma mulher .,,

LEONOR

(CONCORDANDO). lina mulher como as outras ,., COM CERTA


ANGUSTIAO . E iste ? (INDICA O HÁBITO),

RENATO
(NUMA DOCE IRONIA) . O hábito não faz o monge ..,

LEONOR

(POLOROSAMENTES) Mas fez dé mim uma sombra ,,, uma som


bra, apenas, de mulher ,,, Po

RENATO

Não. por que as sombras não sofrem ,,,

LEONOR

& eu sofro, sofro muito! ,,, 8 ai está a verdade que


querias! (CHORA NOVAMENTE),

SINHA

(PRSTENDENDO CONSOLA-BA), Leonor!,,,

RENATO

XX Deixa-a chorera, Que mx desabefe. Ela, ao contrário do que


aconteceu comiço, tínha apenas a rolha de alegris, A garrafa
era de tristesa, Deixa que a derrame, que a esvasie toda
para que
se enchs, depois da alegria, da felicidade que a esera ,,,

LEONOR

(IEVANPANDO A CABEÇA E REAGINDO) Não, não pode ser !


R DFANBSB NS
,ÇPR.T EA,PTE.
O

RANATO

( Trasr orMANDO Aa EMO Ão sm Im TGNAÇAO TRONICA?


JU“ ÍOÉL“C* AG «.vu ...—ÚJ.)»GAJN'IÉ0a ...;.ng Chai-
A DOR Dá LJOMH. 72435 FRIMAIRAS PALAVRA 3) k
por que ?

SINHA

REPROVAÇÃO) . hkenato |

R&NATO

(Lasanha) Esta xa pequena é doida | (PROCURANDO UM


" L A4 ª L R3

SINHA

Uma mulher, Renato ,,,

R&NATO

Uma imbecil, Sinha | ,,,

SENHA

Renato |

RSNATO

Mas não pode ser por que

LEQNOR

Não compreederias ,,,

Orgulho?

LEONOR

(MOVENDO A CABEÇA) Não,

RENATO

Medo ?
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. 0460 3,
|J 3

174.
L&ONOR

(GORFIRMANIO COM A CABEÇA) ; Medo,

a 2 a # _ a
(MORDAZ) Medo do que os outros digam,
não é? Do escôn -
dalo sécial!?,,, Quanta P inferioridade! o escandalo,
3 é
apenss o que scontedo do anoemal na vida dos outro
s ...
Na nossa nao!

LEONOR

Pouco me importa o escândalo!

RENATO
e bin 2
Enteo nodo de que ? Rg Fala:

De perder Tia Gabriela,

RBNA£O

Mas trata-se da tua vida!

E da dela, também! Ela morreria ..,

R&NATO
é # ' 4
3 morrera, é
por que todos morrem, é a lei natural A
do vi
## + G # a
da: morrer, O que não é justo é que se viva morta,
coso tu ...

LEONOR

Nem que para viver, sé mate,

RENATO

Mas matar com que ?


BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE. 0469
> | aà e

1ÃONOR

Gom aesgªosto.
RANATO
Desgosto não é ama. Não mata ninguém. Senão terias morrido ,.,

LEONOR

Sou moça,
RENATO
Es moça-vslha, Tia Gabrielks. ao contrário, é Velha-moça.
Tem mais anima quê tu,...
LEONOR
Mas não resistirha,

RENATO
por que ?
IAoHOR
não o perdoaria,
RERBATO
Por que ?

Ia 9
ile não era livre,
RENATO
Mas agora é.(PILHIRIANDO) Ao contrário de mim, que
era e agora não sou (OLHA PARA SINHA,D,

HONOR

Mas le não era,


BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 -. 19 3-

176 -

RENATO

& que tem isso ?

SINHA

(ESCANDALIZADA) Oh! Renato,

RENATO

Voces, mulheres, encurtaram os cabelos, mas as idéias


não ficaram compridas ,., O homem se casa para ter o
que?
$INHA
Mulher ,,,
RENATO
E o Álvaro tem mulher?
SINHA

Não, tinha porque ela lhe fugiu,

RE&NATO
E, se amanha, a nossa cachorricsha fugir e desaparecer,
eu continuarei dono dela ?
SINHA
Mas mulher não ,e cachorrinha!
R&NATO

A dele era ,.. à o crime é do dono ou da cachorrinha ?


LEONOR

Não gastes os teus argumentos e o teu bom humor. Quero


que faças justiça á minha inteligência,...

RENATO

(INTÉÃRÍÉÉPÉNW) as Fªçº e e e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 9460

LEONOR

...as não se trata de mim. trata-se de tia Gabricla ,..

R&NATO

lle vai casar-se com ela ou contigo?

IEONOR

Não me interrompas, Penso como tu. Para mim o único crime


de Álvaro-- e seja êste o meu último pensamento profano
foi ter fugido de nim

RENATO

Quando deveris ter fugido contigo ...

SINHA

ESUANDALIZADA) = Renato!

LEONOR

(comMPLACENTS) , REPETINDO AS PALAVRAS EVANBRLICAS,COM


CERTA XRONIA PLDOOÃ)
"Perdoa-lhe, Pai ,.."
RENATO

Se eu hipnotizasse, dirias que sim,. Psicanálise,Freud!

L&ONOR

Deixa Freud em paz e a mim também, Não será necessário


-me. Ouve. E não tores a insistir, Falo-te
sinceramente e não brinques. Amo a Álvaro. Nãorenuncio_
é vida profgna por ser uma romantica pilgls. lá uma razão
Sabes qual é ,,,
BR DFANBSB NS;CPR.TEA. PTE,. 0460, o-!AQ

178-
RENATO

(SINCSRO). Sei. Sentimentalismo. E, por isso, os moços per-


sistirno nos xe erros dos velhos e as gerações novas continua-
raão antigas ,
LEONOR

Não ergumentes, De nada valerá. Tia Gabricla é, para mim,


mais que não. 3 boa. 3 generosa. à nobre. Éinteligente e
Mas tem detenta anos de idade, não te esqueças
disso., Sei o que ela pensae como aprenda: a pensar., Seu es
pirito, para a sua epoca, é avançado, mas para a que vive-
mos esta tão longe como tu com o teu ego&smo utilitario, de
entender-me a mim, (COM SERENA FIRMIZA), Prefiro morrer a
beliscar, siquer, a Sencibilidadedessa velhinha que me
criou, que me educou, que me ama eseria capaz de fazer o
mesmo por mim, dai-quem sabe?-Se não serei mais feliz
professando? O mundo ,,,(00M AMARGURA) conheces o mundo,
nato? O tempo passou e passara ,., Seremos velhos ,., (“30-
NHADORA)Deixe-me levar parao claustro, como para um cofre,
o amor tão puro, tão doce, tªo poetico de meus dezessete anos,
Deixe-me guardar, para que nao envelheça, (COM OS OLHOS CHETOS
D& LAGRIMAS) o amor daquela juventude despreocupada, com o
passarinhoe a estrélinha que me falavam é aquelas encanta-
doras manhãs ax cheias de sol. de perfume e de recordações de
mim mesma e e é
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460
0p. 130.

179-
RENATO

(LIMPANDO Uma LA
GRIMA;MaS QUSREN
DO, ATNDA, R&AGIR
) -
mas ... isso é
romantismo!

SINHA

à tão lindo; ,,,

LEONOR

(baixa ps sonar,
RSACINDO CONTRA -
CONTRA QUEM ela mesmo NÃO sap
s
COIÁRICA) - Romant
mo ou nao, lindo is-
ou feio, e assim
farei. & acaboa! que penso e assim
Não aduito que me que
to, ou farei uma toques mas no ass
un-
entlendeste?- fare
cura! (QUAáâGRITAN i uma ou-
TO) é deixe-me - Xei Pelo amor de Deus
lhes PaQÇol... - Deixem-m
e em Pas ou nao sei o que
( farei:
MAR TRANQUILO & AZUL! NA NA AMURADA, OLHANDO o
TARUÉ QUA DSSAPARãU E: RENATO É
SINHA FIÇAM IMVEIS,
OLHAN-3&, DE REPENTS,
MO 38 33 LAMBRASSE Dá Aa ULTIMA, (0=
ALGO URG&NTS, DA ALôU
APRASS3ADOS PÁRA A ASU NS "PASSOS
ADA, RENATO CORRZ-LHE
CONSEGUB POR UK BRAÇO, JUNTO AOS AQ SNUALÇO R
TA SUBIR) DEGRAUS que ELA

RENATO
(4 M&I4A VOZ) - A onde vais?

SINHA
(ID&M) - Telefonar a Alvaro,

R&NATO
Já não lhe telefonaste?
BR DFANBSB NS.CPR.TEAPTE. 460
, o 134

180-

3INHA

Telefonei para ele vir ... Quero agora dizer que não
venha, (& NOTANDO O DE ADNIRAÇÃO DO MARIDO, UOMO
PEDINDO DESUULPAS) Que e? Não sabias que eu era ca-
paz de pregar una mentira?

RENATO

Sabia, (SINCERO) O que não sabia é que eras tão inte-


ligente ,,,

SINHA

(OLHANDO Para O PORTÃO DA 8, LEVA A MÃO à Boca, SUR-


PRASA)- ah! (RENATO OLHA PARA O MESMO LADO S SORRI)

à agora?

RANÁATO

É agora ...ye jo que estas emcondições de adudar-ne,


Vamos. (30BAM A ASCADA; SPHA ENTRA. RENATO FICANA VA-
RANDA, CHIQUINHO ENTRA, PÉ-ANTS-PY., O PORTÃO SSTÃ EN-
TR&ABSRTO, SLA FICA SEM SABSR COMO AGIR PRA CHAMAR A
ATENÇAO DE RENATO INDICA-LHE A CAMPAINHA COM
UM G&STO, QUE A FAÇA FUNCIONAR. CHIQUINHO BATS NA CAMPAINHA
QU& R&TINA & SAI, RAPIDO, PELO PORTAO RENATO E360NDE-9E ATRAS
DA BALAUSTRADA),

LHONOR

(vaLTa-s& DÁ UNS PASSOS PARA O PORTÃO) Quem é ?

ALVARO

(&NTranNDo PaLo PorlÃo. TEM OITO ANOS MAIS. UM POUCO DE


BRANÇO NAS TÉMPORAS) sou eu! (EMOÇÃO DE AMBOS. AFINAL
SLÁ RESOLVE DEIXA-LO, VOLTA-SS PARA SAIR. RIE REANIMA-SE,
BR DFANBSB
(460 p -D

18l- L'!L
AX S&GUS-A, ENQUANTO CHIQUINHO,DE
POIS DE CONTORNAR
A MURADA,PELO LADO Dá FORA AO CHEG
AR AO FUNDO SALTA
POR ELA, SILENCIOSAMENTS, R VAI
TR U BNTENDDENTO MU
DO COM RSNATO, QUE O CHMA DA VARA
NDA, E AMBOS, DEPOIS
S ESCONDEM,RENATO ENTRANDO PARA
O BUNGALOW E CHIQUI-
NHO SUMINDO-SS P&LO CORRSDORZINH
O DA E,A.,ENTRÉ O PRO
LOGAM&NTO DA AMURADA % UM LADO LO BUNG
ALOW), Não es-"
perarva ver-ns?

LSONOR

(DSTSNDO-SE,MAS QUASE SEM VOLTAR-SE)


Não. 0 senhor pro-
cure a quem ?

ALVARO
A Leonor,

L&ONOR

A Leonor?

ALVARO

(EMOTIVO) Sim, a una menina que conheci


em uma linda
manha de sol e que, nas manhas
seguintes, sentadinha
nus poço, ao mesmo tempo escutava
a u passarinho, ou-
vie-me tocar violoncelo e o que
os meus olhos diziam
sos seus olhos ,.. & assim, durante
três meses FP!

LEONOR

( NUM G&STO LE D&ASÁNIMO) - Não cont


inue,
Chegou tarde demais ..,.

ALVARO

Não. Cheguei muito cedo, Devia ter-lhe escrito e pre-


parado a minha volta,
A A
Rmendes neo #
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 9460, p- !

189.

LEONOR

"ão adiantaria nada,

ALVARO

Por que?

Porque a Leonor q que você se refere


ja não existe. Morreu,

ALVARO

Morreu? No acredito,

LEONOR
Se não morreu, .., está morta, Lô-me licença, You cha-
mar pelo Renato.,

ou ALVARO
à,

Espere, peço-lhe, "Não por ele. Vim por si, ou me-


lhor, por mim ... por nos, pera dizer-lhe que, ea oi-
tp anos de audencia, quanto mais meus passos me afst-

tavam de Leonor, mais o meu pensamento me aproximava


dela, que quanto mais diminuia a minha esperança,
meis
aumentava o meu smor, e que em meus olhos-olhos que
adoro porque avirani-Nunca se apagarem os seus o-
NÃO ODE BVITAR E OLHA-O NOS 0LHOS)-
esses olhos que me falavam e ,., ainda me falas, como
naquelas sadias, naqueles luminosas, naquelas encanta-
doras manhas de sol, Lembra-se?

L&OCNOR

(qua PormTNDO Da oLHos ABERTOS, HAVIA SSQUSCIDO


OS OLHOS
NOS OLHOS L515, REAGE ), -Deixe-me, peço, (AFASTA-3S
E ),
BR DFANBSB NS.OPR;TEA;PTE, 0460, p: | &44.

183 - 184
ALVARO

(VEREMENTE, INSISTINDO) - Não pode ser!

LEONOR
(DESANIMADA, DESILUDINDO-0) Não pode ser, .,

ALVARO

Sabe que posso fazê-la minha esposa?

LEONOR

Sei, Mas não quero porque não lhe quero, No que a menina julgava amor,
a
mulher viu, apenas, uma experiência, uma travessura, Não foi a você,
Alvaro,
a quem amei, amei em você, apenas, o amor que eu não conhecia,., Sou uma

desiludida, Não pode ser, Deixe-me, Adeus, Alvaro, (DANDO-LHE, AS COSTAS, BNCAMINHA-
8& PARA O FUNDO, APOZA-S& A BALAUSTRADA, DE FRENTE PARA O MAR, RIE
FICA
mmÓveL, DEPOIS, LSNTAMENTE, SNCAMINHA-SS PARA O PORTÃO. O PASSARINHO, AQUELE

PASSARINHO AMTGO DE GUARAREMA, ROMPS A CANTAR A CANTAR


1%
PARA, BLA PRESTA ATENÇÃO, & AMBOS PROCURAM, E, BBak#KK PROCURANDO
O PASSARINHO
Que LHas DesPERTA TANTAS RECORDAaÇõEeS ADORMECIDAS, ENCONTRAM OS OLHOS
UM DO OUTRO,
UM MOMENTO, AFINAL SLA VOLTA-LHES AS CoNMSTAS, NOVAMENTE, R1E POUSA
A MÃO NO
PORTÃO Para aBrÍ-LO, O VIOLINO DE RENATO, ROMPE, LÁ DENTRO, A MESMA
PÁGINA QUE
ALVARO TOCAVA NO VIOLONCELO, SLE Para NOVAMENTE, OUVE, XE ELA TAMBÉM,
UM MOMENTO,
“roman-ss, ouTra vaz, E BB, NOTANDO NAQUELE OLHAR QUE LSONOR LHE MUNTIRA, VAI LEN-
TAMENTS A BLA),
ALVARO
Ouve) Escuta] É a "Reveris de Schumann", que tanta vez ouviste, o rosto cheio de
801, da janelinha da tua casa, lembra-te?
à LEONOR
né ' (SUPLICANTE, AGORA) - Alvaro deixa-me] Peço-te por Deus)]
a ALVARO
Mas se é Deus que nos aproxima, não vês?

LEONOR
(INDICANDO O HÁBITO) Não pode ser]...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,PTE, 0400, e- 135.

Cont., 184, - 1385-186


ALVARO

Como não pode ser? Porque és noviça? Mas ainda não professaste, Escolhe

lrcligiaommro da família, que é a religião de Deus] (AS CRIANÇAS,


LÁ DENTRO, COBRINDO O VIOLINO QuE VAI BAIXANDO ATÉ DESAPARECER, BRINCAK,
CANTANDO) :
Pai Francisco entrai na roda, olé
Fera ver como se dança, ºla;
Ghegou o delegado
Deu-lhe ordem de prisão
Gomo àle vem
Todo se requebrando
Nu Valãa ligeira
Sle vem dançando]
(DSPOIS DS PEQUENA PAUSA) Ouves? As crianças.,, As crianças que cantam, a
casa inteira que rif.., É foi para isso de Deus fêz a mulher]
1AONOR
(RUM TRANSPORTE InrSPRIMÍVEL), Alvaro]
ALVARO
(TOMANDO-A NOS BRAÇOS) - Leonor] És minha;
LEONOR E
RE&CUANDO) - Não] (JUSTIFICANDO-SE), Ouve-me, tens que renunciar-me e vou dizer-te
porque, ,,
ALVARO
(TOMANDO-A NOVAMENTE NOS BRAÇOS, BLA DEIXA-3E SNLAÇAR) - Por que?

R&NATO
(APARECSNDO NA VARANDA à APSRTANDO O INTERRUPITOR DA LUZ, ACENDEM-SE 13
LAMPADAS) Por que.., quer mesmo saber? (OS DOIS, ASSUSTADOS, 95 AFASTAM).
CGHUQÇUINHO
(SAINDO DO ESCONDERIJO) - Ora, seu Renato, o senhor veio estragar o melhor da
festa], ,.,
R&NATO
Não, Vim trazer quem responda aquele "Por que"?
TIA CGABRIALA
(ENTRANDO A SORRIR) Eu..., (CHIQUINHO CONTORNA Z VAI FICAR NA EXTREMA ESQUERDA
DA GSM? OPDoTO AO “WW“ 3 R&NATO, CORRA A aoTRtàITAR A MÃO DE& ALVARO, SINHÁ
' BR DFANBSB NS;CPR;TEA;PTE. 0460
, p- 136.

186-
LLSONQR

(INDO-LHS AO ENCONTRO) Titia, eu .,.

TIA GABRISLA

Não me diga nada, Tudo quanto era possível dizer foi-


me dito pelo seu advogado de defesa, (APONTA O RENATO)
Alias o juiz nao lhe deu grande trabalho: a causa era
justa e nobre, O meu corpo e Yelho, minha filha, mas
meu es to e MOÇO ,925
RENATO

(ORGULHOSO) Quem lhe isso fui eu,

GABRIALA

Foi, mas é verdade a e #

LEONOR

NUM TRANPORTE DS Titial!.,,

ALVARO

(IDlM)- ImIrma Gabriela, como asenhora é boal!...

(BSIJA-LHS AS MÃO).
CHIQUINHO

(EMOÇÃO CÓMICA) - Vou-me enbora, senão começo a cho-


rera ... Para essas coisas sou mole que nom genipapo
eé9

RENATO
Fica. Tu Foste ua notável auxiliar da defesa ...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 0400p -137+

187-

SINHA

É eu?

R&NATO

Também, Ficou até inteligente!

GABRTELA

(0pxmo Numa Prics, a ALvaro É LEONOR UM DE CABA LADO,


à ULIIMA AGARIGIANDO AS CABAÇÃSG DAS MENINAS COR
RERAM AO SAY - & que Deus Misericordioso,
que nos esta vendo, de-lhes em felicidade o que paga-
rem em abnegeção., (COMOÓVIDA) Uma casa ditosa, como es-
ta (APONTA O BUNMGALOW) que ria sempre pela boca do
marido, mulher e de muitos filhos, (LEONOR ABRAÇA-
A DE UM ALVARO UE OUTRO,AS GRINA CRIANÇAS CEGAN-SE
GARINHOSAS, VELHA IRMÁ-DE-CARIDADE, RENATO 8 SINHA,
TAMBSM GOMOVIDOS, ABRAÇAN-SS, B&IJANDO O FILHINHO NB

00LO DELA, PAUSA),

CHIQUINHO

(GORANDO) Ahy,aha,aha, (VOLITA-SE PARA R1l£) Sou eu


... & C&ârne e fraca, Nao possoresigtir a e39sa8 coi-
Sas, Assim, acabo sendo freira também ,,.

RA4NATO

Não é só você. Estamos todos chorando, ..

LEONOR
(LIMPANIO A$ L4GRIMAS) % alegria, De alegria também
se chora, não etitiazinha? (LIMPA OS OIHOS DA IRMÍ-
DE-CARIDADE), Nao e verdade? Nao pensa como eu?
#R DFANBSB NS.GPR.TEA.PTE, 0900, o-! ?

188-
GABESLA

Penso,,, que quando se é feliz, Mão se deve pensar.,

Deve-se apenas viver. Lenbras-te de que su te disse? Tudo voltara,

(RADIANTE)- Sim, Titia, as manhas de sol voltarão para


Macs mim! ,,,

BXANROXRESX QO mªrfim,“; MO ExRASB-


sm Q W?Não:
3ó falta o passwírúmbhín VOM RABO DO OLHO PARA CHIe
301,30)
QUINHO, QUE ENFIA A MÃO NO
LE&EOB
(1143313134*º*—J.) DO QUS OUVIRAMÁ) Nû) huRªªJ—LlnN—O) - 0 pas-
sarinhe? MNãoF - Su sonhava aocrâada— foi ilusão ,..

RI!
ALVARO

Não., Su o ouvi há poucos! (COM EXC&ÇÃO DE RENATO, TODOS

OLHAM, INGREDULOS, PARA OS DOIS, CHIQUINHO QUE TIROU DO

BOLSO UM APARSLHOZINHO DE METAL, PÚS-NO NA BOCA E (COMEÇA

à TRINAR COMO PASSARINHO DSamªrmos


GUARAREMA. TODOS,

comEÇaM A PROCURAR cOM Os OLHOS, COM ExcaÇÃO DE RENATO QUE


FINGS, APENAS,QUS PROGURA,SINHAÃ DESCOBRE A BURLA).

(APONTANDO PARA UHIQUINHO) - Olhesm! E o Chiquinho! (T0-


LOS 3& VOLTAM, CHIQUINHO COMO 595 BATESSE AS A3AS, TRINA,
ALGANDO O GORPO NA PONTA DOS Pós. RISOS).
LEONOR
Ah! Foi você
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460p -! 34 ,

189-

CHTIÇUTINIO

Foi Deus "siá2 Leonor, porque se não fossé


pas-
sarinho, a alegria não cantaria agora aqui! Foi
Deus,
Bsia" ieonor ,,, (& PONDO NOVAMSNTE O APARELHO
NA B-
Cá, FICA NA PONTA Dos ps, COMO SE VOASSS & DODOPIA E
TRINA,

RSNATO

(Pára O CÉSAR, SIMULTANSAMENTS)-Olha, o passarinho,


© passarinho de Guararêna..Olha, filhinh
o! (PROVOCADO
TRINAVOS,GOMEÇAM A CANTAR OS PÁSSAROS DOS VIVEI-
RC3 3 DAS GATOLAS,FORMANIO UM UONCRSTO ALEGRE
DG Ma=
NHÁA Ds GAMPO. SINHA 5 RENATO, VOLTAN-SS8 PARA
OS PÁSSA-
Ros QUs CANTAM, B&IJANDO O FILHO,
LSONOR % ALVARO
OLHAN-S3& COM T&RNURA, OS DOIS,SORRIDENTS 8
a eu Ayrare a
AO MAOS DSsSUGUPAUAS? POIS MLES ANLAÇA M A IRMÁA-DE- GCARIDA

CABRISLA

& que Deus seja louado!

ALNVARO
f .uma x suas s & e SRE à es m a ”.».
LGOMO 53 SONHA3SB,A LEONOR) ; As tuas manhas-de-so1!

és
(IDEM) As nossas manhãás-de-sol! ...

P A N O
me
sR DranBsB Ns/cpRteA pre. 0400 2.0 .

MinNSTERIO OA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

%((%/1/5

mre, eaimame omc o eso


A

[ZW/%%;
ars .

emoooeeasimmegamannm atieeeeemeino> <E eo


FANBSBNS.CPR;TEA,PTE,
0460, o 14 |

#«ÇN—f/ &

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

ME, Ro SN/68 - IC70


Brasília, 01-agost0-1968
DO: CHEFE Da 1090
AO: SR., CHBFS Dai SHORETAIA DO SCDP
ASSUNTO:; Solicitação (fas)

317. Chefe:
Solicito, de V.%a., providências no sentido de que sejam
remetidas É DR-SP, os scripts (duas vias) das peças "ODORICO,O BEM
AMBDO* , "MANHÃS DE SOL", "PONTO DE PARTIDA", A ABE", a fim
de que sejam devolvidas ao interenssÃão, Federação Andresnse de
Teatro Amador, rua Corrêa Dias, 55, em Santo André, daquele Estado.

Encareço mais,scliícitar ao Chefe da TCDP-DR/SP informar


ao interessado que os scripts das referidas peças não atenderam ao
dispôsto no artigo 44 do Decreto-Lei 20.493/46.

Atenciosamente
HMSIlEIM[][ AUTORES RMMS - d. P. F. DE
ia,
SOCIEDADE
Setembro 97de- 3.o1917andar. £
Fundada em 27 deBARROSO, SERVIÇO CGENSLIRA
Séde: AV. ALMIRANTE
Teleg.: SBAT- RIO 1 % 4 uvrEpsóra piUBICAS
RIO End.
DE JANEIRO - BRASIL f / E o a aa
#48Dp DEANRER NS CDD TEA DTE ()(jóú
DFANBSR NS.CPR.;TEA.PTE. AIA p. |G4 o.. A
Direitos de Representação Autorizaçai) Nº17074

A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), reconhecida como


de utilidade pública federal, pelo decreto n.o 4.092, de 4-8-1920, mandatária de
seus associados nacionais e estrangeiros, para todos os fins de direito, autoriza,
nos termos do artigo 2.o do decreto n. 4.790, de 2-1-1924, combmado com os
artigos 26 e seu parágrafo único, e 27, do decreto n.o 5 . 492, de 16-7-1928, art. 46
do decreto n.o 18.527, de 10-12- 1928 e artigo ob do demeto n.o 21.111, de 1-3-1932,
Lei n.o 2.415, de 9-2- 9)) art. 42, dodemeto n.2» 193, de 24-11-1946, a representa-
cão da péca teatral:

Música de "9 lt d ta a aaa da o ee e ea s va koe


aducãao
T1 ela - ato aço
CAPM, QAfAno
Ni Dag blgãjg,

5 P é )
ªnªlíníma
de Gr .. --- - /-... por espetáculo, obrigando-se a Em-
a a fornecer -A SBAT uma cópia do "bordereau" de receita, devidamente au-
Pivícado, vespo sab'hzando-be pelasua exatidão, bem
i stipulados, e

ma respectivo e entregue às autoridades competentes.


-- A quitação do direito autoral respectivo, só poderá
ser dada na primeiro via do recibo oficial da SBAT. ' -s Dec. 1.957, de 1729-945.
& $
Resumo dos textos de Leis invocadas nesta autorização

BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
045), p ' /43 .
Decreto n.o 4.092, de 4 de agêósto de 1920: cutantes "Ou transmitentes tenham retribuição pelo tra-
balho.
Art. 1.o - Fica reconhecida como de Utilidade Pú-
Art. 27 - Os proprietários ou empresários de quais-
blica a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais com sede
quer estabelecimentos de diversões públicas, são responsá-
no Rio de Janeiro.
veis pelos direitos autorais das produções aí realizadas.
8 1.o - É facultado a esta. Sociedade representar seus
associados: Decreto n.o 18.527, de 10 de dezembro de 1928:
a) - Perante a Polícia ou em Juízo Civil e Crimi-
Art. 46 -Ficam obrigados à apresentação de pro-
nal ativa e passivamente, em todos os processos referentes
gramas os proprietários, empresários, diretores ou quais-
à propriedade literária e artística nos quais êsses associa-
quer outros responsáveis pelas representações, exibições ou
dos sejam parte.
irradiações que se realizarem em teatros, cinematógrafos,
b) - Perante as Emprêsas teatrais, para a cobrança
dancings, cabarés, sociedades radio-telefônicas ou outros
das quotas ou percentagens de direitos de autor.
quaisquer estabelecimentos de diversões públicas.
8 2.o - Para o disposto no 8 1.o a Sociedade se repu-
tará mandatária de seus associados, para todos os fins de Decreto n.o 21.111, de 1 de março de 1932:
direito, pelo simples ato de filiação à Sociedade, salvo cláu-
sula expressa em contrário. Art. 35, 8 1.o - A irradiação de quaisquer assun-
tos ou trabalhos, já divulgados ou não por, meios,
8 4.o - A prova de filiação à Sociedade Brasileira
deverá respeitar os direitos autorais e ser igualmente pre-
de Autores Teatrais ou às suas congêneres estrangeiras
poderá ser feita pela relação oficial dos sócios, publicada cedida da indicação dos nomes dos autores,
pela imprensa ou em avulso, ou por certidão em cartório, Decreto n.o 20.493, de 24 de janeiro de 1946;
ssada por tabelião público, pela qual se verifique cons-
a relação o nome do autor teatral. Art. 42 - Considera-se local de representação, exe-
cução, exibição e irradiação e de outras formas de espe-
Decreto n.o 4.790, de 2 de janeiro de 1924: táculo, reuniões e diversões públicas, inclusive competi-
ções desportivas, os teatros, os circos, arenas e ristas, par-
2.o - Nenhuma composição musical, tragédia, ques, salões ou dependências adequadas, assim cá uais-
komédia, ou qualquer outra produção, seja qual quer estabelecimentos onde se reserve espaço p um
1a denominação, poderá ser executada ou repre- daqueles fins e que sejam, de qualquer maneira, ftrWyien-
em teatros os espetáculos públicos, para os quais tados coletivamente, mesmo
as que tenham a denominação
he entrada, sem autorização ,para cada vez, de seu
de sociedades recreativas e desportivas.
representante ou pessoa legitimamente subrogada nos
s daquele. Lei n.o 2.415, de 9 de fevereiro de 1955:

Decreto n.o 5.492, de 16 de julho de 1928: Art. 1.o - A autorga, no território nacional, da li-
cença autoral para a realização de representações, exe-
Art. 26 - As disposições do art. 2.o e seguintes do cuções públicas e tele-transmissões, pelo rá televisão,
Decreto n.o 4.790, de 2-1-1924, aplicam-se a tôdas as
de que tratam os arts, 42 e 43, 8 1.o, do! número
composições musicais e peças de teatro, executadas, re- 18.527, de 10 de dezembro de 4
presentadas ou transmitidas pela radio-telefonia, com in- n.o 20.493, de 24 de janeiro de 1946, combéfe e
tuito de lucro, em reuniões públicas. vamente ao próprio autor ou à Sociedade legalmente a
8 único - Consideram-se realizadas com intuito de tituída para a defesa de direitos autorais, à qual o autor
lucro quaisquer audições musicais, representações artísti- fôr filiado e que o tenha registrado na forma do artigo 105,
cas ou difusões, radio-telefônicas em que os músicos, exe- $ 1LP, do Decreto n.o 20.493, de 24 de janeiro de
1946.
o "(sang - 1449
op
L91 0659 !*N
“ªff/“60
<" FVXAWÚNAAÉD
Xewªwzºwº“ WM -
kgG/ p ç/oxw“TNA[
AJ4/ ON irrpa y - WMWÁ“
dt a edi rala l E _;S iW»39808 NOSa
Prensas,
L'“ [“x—“:.:. “"lua Lar
:

-A
! as!
103iN *349
3aA aa-UE
Vd

É“
' INnnªíégoglznnqe n SA fisaia
..3113 M1i3.a 3 3a WM:

2
a
O (.') là)
VY . irliífl'ઠ| f Nigvyiv.. 1 1
,Ãzfºtªeºw
clgg?iªªã ) S V 03N ) id 48LL9O0/d" |
iv As
d ALLº" SOL ( 90402 |
09poQ a 1a va prudarsn asenmio o+
à na O3 A I a fm DF
O
RSA p
n "A“ |
WQKL.
ª'". ”ahi-Tv Wil“;-
BR DFANBSB /-I4#6 |

a
o
oCha MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 5 , PARÁ uso DA fESTAç.fsQ_'_;74.._ A
aOs DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL io soa
o
la] N 1% 5a
000004
O

oO
écie:. OFICIAL Número, ... 9 i. u . e . '
ENDEREÇO PREÁMBULO

ao
«4[El Palavras..............>
á<A
ad A orb o [Mao
doel SCDP/SR/SP0/SP posição: LW
oR
dAs Quitação
<
a0 HRS: OPR:
2 Ro
»
a R0O no 631/0CDP , 12 11 87 RERA NR 20406 061187 ET NR 20569 091187
a
R A SCOP/SP vG INFO PEÇAS TEATS BIPT "MANHAS DE SOL" LIB QUATORZE ANOS
eoM
TRANSMITIR

2 Rd©
o
CERT VENE'500476 3,1. NADA CONSTA VG "A MANDRAGORA" LIB DEZOITO ANOS
m) voE CERT VAL 221090 3.1, TEMATICA ADULTA-CENAS DE NU VG "MAO NA LUVA"
<
AaO
RG ha]o
E LI98 DEZOITO ANOS CERT VAL 281190 3.1. CENA DE NUDEZ ET "CARLITOS
po!sao
dO
A

9 NO CIRCO" CLASS LIVRE CERT VENC 230585 PT QUANTO AS DEMAIS PEÇAS


[s"]A
TEXTO

0
NADA CONSTA PT DCOP
uso
oU
R
aO fa ) ; a /
0 C- “< |_ f -n
13 PCLde pinL] -


Nilma ena Sanesn "Domingo,
Assinatura ou rubrica do expedidor ,...... Ai...... aa a 2 omg ut ao a a a a d a a a a a a a e a a a a a e a a a a a aos e a e a a e e a e a a » DPF-84
A Chefe do SC - DCDP
(«/$> R
OQJ<>3©©
Grêmio Dramático Santa Bárbara

F u n d a d o e m 6 - 8 - 6 2

8 ANTA BÁRBARA D' O ESTE


om e
E «.A
D é $ 8
ear RESO : 0 1 . RTI ORA R é

011897 1 BR71

!! N] j%ve g

nntandn e
anroveitamos
de elevada es+ in , 'ª-Ír-Af-irj—rvm consideracao

osamente
teatrais (SBMT)
DE autores
BRASILEIRA
sociEoapE - Reconhecida co iada
mo de
ad a em 27 de setembro de 1917 de 4-8 -19 20 - Fil
Fund ec. 4.092,
Utilidade Públi ores e Com-
ção i
à Confedera i
positores - Memb
Membro do IBECC resentan
da UNESCO - Rep tura.
Cultura - Membro nema do Ministério da Educação e Cul
uto Nac ion al do Ci #.a
tit Janeiro GB.
e Bar ros o, 97 - 3o andar - Rio de 1449
Sede: Av. Almirant /CPRTE A;PTE, E 0460 0, p.
». 14
p DE AN BS B NS FE R. PT
NS.CPR,
R DFANBSB 14695
PA RA 3/ 70 -SP M
AUTORIZAÇÃO Séri e
ATRAL
O DE PEÇA TE
REPRESENTAÇÃ lidade pública
ecida como de uti
Aut ore s Tea tra is (SBAT), reconh estrangeiros,
A Sociedade Brasil
eira de ados nacionais €
-19 20 man dat ária de seus associ -1924,
o n.o 4.092, de
4-8 o n.o 4.790, de 2-1
federal, pelo decret do artigo 2.o do decret
s de direito, autori
za, nos têr mos
16-7-1928, art. 46
para todos os fin úni co, e 27, do decreto n.o 5.492, de
parágrafo n.o 2.415,
combinado com os
artigos 26 e seu 111, de 1-3-1932, Lei
artigo 35 do decreto n.o 21.
, de 10-12-1928, e dªe/rºem n.o 1.023 > ,
do decreto n.o 18.527
20. 493 , de 2 -1 Í9 46, e artigo 1.o do
do decreto n.o A
de 9-2-955, art. 42, O
ação da peça teatral:
17-5-1962, a represent

eitos autorais, n
nto dos respectivos dir
sob condição de pagame de NES ..... *.
* >>>
de cad a esp etá cul o, com a garantia mínima u" de rec eit a, de-
da renda bruta er à SBAT uma cópia do
"borderea
Em pr ês a a for nec ame nto dos
por espetáculo, obrigando
-se a integral pag
zan do- se pel a sua exa tidão, bem como pelo
responsabili
vidamente autenticado, corrente.
ma estipulados, em moeda
direitos autorais aci mesma forma obrig
iga a Emprêsa, imp licitamente, a Da der eaux de receita, co
Esta autorização obr sm a cót lo de dire i- bor
a porcentual, a títu r de qual- GOS normais, todos os que
pag ar à SBA T a me prio teatro,
tos autorais, sôbre asa imp ortâncias que recebe Federais, cotistas da Emprêsa Ou do próauto ral.
ou pri vad a, Rep art içõ es s da cobran ça do dire ito
quer entidade, públic pai s, des de que tais recebimentos a efeito
Estaduais ou Mun ici
no todo ou parte da lo-
obriguem a conceder ing pre ços s mesmos, a qualquer
tação, ou reduzir os
| N
en e D avo - 657« a
vale como recibo. Deverida sel
Esta via de Autorizaçãoresnão pec tiv o e ent reg ue às auto -
ma
anexada ao progra A quitação do direito autoral respec- s
des competentes. - a na primeira via do recibo oficial Etr vo e ado * + + a SBAT)
(pel
tivo, só poderá ser dad fo
da SBAT.
9.1 SQO-
PR;TEA.PTE 04600
R DFANBSB NS;C

invocadas nesta autorização


dos textos de Leis
Resumo

mbro de 1928:
de 1920: Decreto n.o 18.527, de 10 de deze
Decreto n.o 4.092, de 4 de agôsto
entação de pro-
de Utilidade Pú- Art. 46 - Ficam obrigados à apres
Art. 1.o - Fica reconhecida como s, diretores ou quais-
es Teatrais com gramas os proprietários, empresário
blica a Sociedade Brasi leira de Autor sentações, exibições
quer outros responsáveis pelas repre
sede no Rio de Janeiro." e
iaçõe s que se reali zarem em teatros, cinemató-
ou irrad -telefônicas ou
cabar és, socie dades radio
edade representar grafos, dancings,
8 1.o - É facultado a esta Soci eleci mento s de diver sões públicas.
outros quaisquer estab
seus associados:
de 1932:
a) - Perante a Polícia ou em Juízo essos referentes
Civil e Criminal Decreto n.o 21.111, de 1 de março
, em todo s os proc
ativa e passivamente quaisquer. assun-
à propriedade literária e artística
nos quais êsses asso- Art. 35, 8 1.o - A irradiação de
lhos, já divul gados ou não por outros meios,
ciados. sejam parte.. tos 'ou traba é "ser igualmente
os. direi tos autor ais
deverá respeitar
ais, para a cobrança s, dos autor es.
b) - Perante as Emprêsas teatr precedida da indicação dos nome
direitos de autor.
das quotas ou percentagens de ro de 1946:
1.o a Sociedade se Decreto n.o 20.493, de 24 de jªnei
8 2.o - Para o disposto no 8
asso ciad os, para todos os representação, exe-
reputará mandatária de seus Art. 42 - Considera-se local de
de direi to, pelo simp les ato de filiação à Sociedade, e irrad iação e de outra s formas de espe-
fins cução, exibição
salvo cláusula expressa em contr
ário. dive rsõe s públi cas, inclusive competi-
táculo, reuniões e s, arenas. e pistas,
os, os circo
ção à Sociedade Brasileira ções desportivas, os teatr
8 4.o - A prova de filia adequadas, assim como
ou às suas congêneres estrangeiras parques, salões ou dependências
de Auto res Teat rais se reserve espaço para
al dos sócios, publicada quaisquer estabelecimentos onde
poderá ser feita pela relação ofici certidão em cartório,. algum daqu eles fins é que seja m, de qualquer maneira,
ou em avuls o, ou por as que tenham a de-
pela imprensa se verifique cons- frequentados colet ivame nte, mes mo
públ ico, pela qual e desportivas.
passada por tabelião al. nominação de soci edad es recre ativa s
do auto r teatr
tar da relação o nome
de 1955:
ro de 1924: Lei n.o 2.415, de 9 de fevereiro
Decreto n.o 4.790, de 2 de janei
tório nacional; da li-
ão musical, tragédia, Art. 1o - A autorga, no terri
Art. 2.o - Nenhuma composiç al para a real izaç ão de representações, exe-
quer outr a produção, seja qual cença autor pelo rádio ou televi-
drama, comé dia, ou qual tele -tra nsmi ssõe s,
ser executada ou repre- cuções públicas e 8 1.o, do Decreto
fôr a sua denominação, poderá públicos, para os quais são, de que tratam os arts. 42 e 43,
ros os espe tácu los deze mbro «de 1928, e 88 do
sentada em teat
riza ção, para cada vez, de seu número 18.527, de 10 de ro de 1946, compete
se pague entrada, sem auto janei
"pes soa legi timamente subrogada Decreto n.o 20.493, de 24 de ou à Sociedade lega
autor, representante ou exclusiv amen te ao próp rio auto r
sa de direitos autorais, a
nos direitos daquele. mente constituída para a defe ha registrado na forma
filia do e que oten
julho de 1928: qual o autor fôr n.o 20.493, de 24 de
Decreto. n.o 5.492, de 16 de do Decr eto
do artigo 105, 8 1.o,
janeiro de 1946.
art. 2.o e seguintes do
Art. 26 - As disposições do maio de 1962:
2-1- 1924 , apli cam-se a tôdas as Decreto n.o 1.023, de 17 de
Decreto n.o 4.790, de teatr o, executadas, re-
s de lo público (representa-
composições musicais e peça radio-telefonia, com in- Art. 1.o - Qualquer espetácu
presenta das ou tran smit idas pela funções esportivas, recrea-
públicas. ções, execuções, irradiações, o em teatro, cinema, es-
tuito de lucro, em reuniões tivas e bene fice ntes , etc.) real izad
izadas com intuito de o e tele visã o, circ o, parque, cassino, clube,
8 único - Consideram-se real tações de rádi as, salões de depen-
ções musi cais , representações artísti- associações recreati vas Ou espo rtiv
lucro quai sque r audi
nicas em que Os músicos, end e de apro vação do respectivo
cas ou difusões radio-telefô dências adequadas, dep de Diversões Públicas
smit ente s tenh am retribuição pelo trã- programa, pelo Serviço de
Cens ura
executantes ou tran ral, e pela autoridade po-
balho. (S.; C..; D.. P.); no Distrito Fede seja o espetáculo ou fun-
Esta dos e Terr itór ios,
licial nos en-
Art. 27 - Os proprietários
ou empresários de quais- física ou jurídica, ou por
s públicas, são respon- ção promovido por pessoa l ou de organização civil.
de dive rsõe ção come rcia
quer estabelecimentos prod uções aí realizadas. tidade de organiza
das
sáveis pelos direitos autorais
A.PTE. C 400 p. A
ER DFANBSB NS.CPR;TE

CADERNO N. 69
COLETANEA TEATRAL

» VIANNA
ODUVALDO

S DE SOL
MANHA

Comédia em 3 atos

à %
*
% o a

Au 1a?

1
<
Ru? REST

título
espanhola de F. J. Bolla, o
Esta peça recebeu, na tradução
R. Salvatore
na versão napolitana de
de "Mafanitas camperas" e
.
Rubino, o de "Matenate e Sole"

de Autores Teatrais
Ediçãoda Sociedade Brasileira

| 2.6 1
O
#R DFANBSB NS;CPR.;TEA.PTE.OÍIÇ

MANHÃS DE SOL foi representada, pela primeira vez, no Teatro

Trianon, do Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1921,

com a seguinte

DIS O

LEONOR Abigail Maia

IRMA GABRIELA ......... Apolônia Pinto

Graziela Diniz

PEQUITOTA Palmira Silva

NHANHÃ Natalina Serra

RENATO -.. ->. Procópio Ferreira

MESTRE DOMINGOS Manoel Durães

CHIQUINHO Palmeirin Silva

DR. ÁLVARO DE ALENCAR ..... Jorge Oiniz

FIRMINO Norberto Teixeira

Luís Fortino

O autor, em fevereiro de 1939, ao dar consentimento para a

versão castelhana, reviu e alterou os diálogos da comédia, dando-os

por definitivos naquela edição.

Tôda e qualquer representação desta peça, seja por que processo fôr, de-
pende de autorização prévia da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
S DE SOL
MANHA
NA
DE ODUVALDO VIAN
COMÉDIA EM 3 ATOS,

1.o ATO

ado, abotoando
com um pé descalço, outro calç
uma vila do in-
Estamos em Guararema, entra de meias,
"mm ainda o vestido. Pequitota,
sta a Sua pas-
Wrior de São Paul o, que arra cabeça cheia de
com os sapatos nas mãos, a
caudalosas do
inaceira por entre as águas pape lote s).
o dos habitantes. - Sinho-
Paraíba e o atrazo rotineir SINHÁ e PEQUITOTA (à porta)
tal. O muro, prati-
A cena representa um quin ra, mamãe!
fôrn o de tijolos, e E. B. de cha-
cável, part e de um
e for mando um ângulo NHAÁNHÃA - (porém, não pára a ponto
A., ond elha,
vai até a E.
por todo o mar pelas filhas. Colérica, verm fôlego) - Si
fundo, para ter-
reto, se estende o
do de estourar, grita, até perder
com Os fundos
minar na D. A. conf inan
Pequ itot a! Sinh ãaaa ! Pequ itotaaa !
nhá!
a tôda a Direita.
da casinha roceira que tom um portãozinho SINHÁ - (enq uant o Pequ itot a ,ataranta-
o, a os sa-
A E.M., logo depois do fôrn da, senta-se no topo da esca da e calç
para a hort a e o galinheiro.
de ripa s que dá
port ão patos). - Já estou aqui, mamãe!
mais largo, de a manei-
um
Ao fund o-mé dio,
mei o do muro, NHANHA - (arremedando-lhe
ssa, bem no u aqui, mamãe!
madeira maci
peq uen a pass ra molenga de falar) - Já esto
agem, de
abrindo-se para uma ulada) - Pa-
da que sobe para (Numa rebentina de bilis acum ta a chorar.
a porta
onde sai uma esca el, monha.
se abre Môsc a-mo rta! (Sin há desa
prat icáv siado infantil
de uma casa mais alta, É um pranto sincero, mas dema
outras casas
para a cena . Pers pect iva de ito anos ). Pron to! Derreteu
para os Seus dezo
a (D. B.) e ja-
iguais. A D. a casinha de port os, de tijolo, Sabem que O
tôsc a manteiga! Songa-mongas !
Dois degr aus cinco e levam
nela (D. M.). trem passa pouco depois das
, um poço, com
praticáveis. No meio da cena não sei quantas horas para se
caixão a guisa
vestirem! Prin-
enro lade ira. Um s-de-Milo! Es-
balde, corda e cesas! Rainhas-de-sabá! Venu
dia que co-
anu nci am o num tom que
de banco. Os galos trelas-d e-ci nema ! (Ord enan do
ínquos...
meça a surgir. Mugidos long não admite
a da casa, répli ca) - Vamo s: lavem êsses 1o-
Sobe o pano. Nhânhã, a don banhas, de cinhos !
velh a chei a de - Ahn!...
apar ece. É uma
Está indignada. SINHÁ - (chorando mais alto)
nervos e de fé nos padres. r os nossos fo-
itot Ahn!... Vamos, Pequitota, lava
a, acordaram
É que as filha s, Sinh á e Pequ o balde dentro
4 cinhos. (as duas deixam cair
horta, com o
tarde. Ela entra da E. M., da do poço , reti rand o-o chei o dágu a que despe
Coloca-se no poço»
avental cheio de verduras. jam numa baci a de ágat a. Lav am Os rostos,
Apesar da enxu-
Vai ao fôrno. Abre-o, espia. enquanto Nhãânhã, voci fera ndo cois as que 36
a depr essa , fala depressa, autori- o pão do fôrno.
dia, ela and
ame ela entende, continua a retirar
nte o fôrno e
dida . Fec ha nov todo. Sinhá so-
tária e deci
man do O sol, muito claro, surge de
em direção à
emen te, cha solo de vio-
grita, fort luça ainda. Da casa do fundo, um
casa da D. |
elo envo lve a cena . Nhân hã, sem se deter
Jonc
resanfoninar,
a! (Ligeira no seu trabalho, emenda ao seu
NHANHAÃA - Sinhá! Pequitot entre indignad a e irôni ca):
apanhar uma
pausa que ela aproveita para NHANHAÃ - Mais um músico para
o con-
cabo comp rido e um tabo leiro de ma- e do rabecão. E se o Ou-
pá de á! Pequ itot a! cert o! É o moç o trist
deira encostado ao poço). Sinh tro maluco não estivesse dorm
indo, teriamos
mente ao fôr-
(Outra pausa. Ela dirige-se nova tam bém uma rabe quin ha às cinco horas da
primeiro pão
no. Abreo e tira, com a pá, O manhã! Uma beleza! (dirigindo
-se com o ia-
pés.) Sinhá! Pe- raçados que
que joga no taboleiro, a seu poleiro de pão para a D.) Desg
no fôrno, n
quitota! (Enfia, de novo, a pá não têm nada que fazer ! (Já no topo da pe-
cada vez mais
quanto continua a chamar, ndo pão. quen a esca da, volt ando-se para as filhas). E
segu
alto). Sinhá! Pequitota! (Vira o vocês andem com isso, ouviram? jam aí esfre-
Quero só que
ha-o com O
Segura-o. Queima as mãos. Apan a o trem cheg ue e você s aind a este
aumenta-lhe
avental. A dor da queimadura gando as fuças, para ver!
am estridentes,
raiva e os gritos que se torn dese sper a SINHAÁ (ofendida com "as fuça
s", desata,
em false tes Ahn!...
repetidos, terminando novamente, o pran to) - Ahn! Ahn!
Pequitota! Si-
dos). Sinhá! Pequitota ! Sinhá! NHAÁNHÃ - (arf ando de raiv a e de can-
porta da ca-
nhá! Pequitotaaaaaa! (Abre-se a nhas saço 'de falar tant o e tão depressa, sai, arre-
duas cari
zinha da D. Assomam, por ela, batadamente, pela cazinha da
D., batendo a
itota. Ambas
assustadas: as de Sinhá e Pequ port a com estr ondo . Sinh á, de soslaio, olha pa-
les de moci-
usam tranças, vestidinhos simp ra a porta. Limpa os olhos. Vai,
depois, a D.,
. Sinhá vem
nhas do interior, Estão atônitas
154.
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.0460

MANHÃS DE SOL

põe a língua de fora, num desabafo natural, PEQUITOTA - (sempre ingênua) - Não
num "Ahn!"... desaforado, ao mesmo tempo sei. Faz seis anos que não vejo ela.
que Renato, rapazelho quasi imberbe, asso- RENATO - Ela mora longe daqui?
ma à porta da casa do fundo, de roupão de PEQUITOTA - Muito!...
banho e saboneteira em punho. Traz os cabe- RENATO - Na China? 2
los em desalinho como quem acaba de levan- PEQUITOTA - Mais longe! No Rio de
tar-se. Espreguiça-se. Começa a descer a es- Janeiro!... O senhor também mora lá, não
cada. 8 mora?
PEQUITOTA - Cuidado! Ela já ioi? (Re- RENATO - Moro.
nato pára no meio da escada e iaz-se especta- PEQUITOTA - E não conhece a tia Ga-
dor do que se passa no quintal vizinho). briela !?
SINHÁ - Foi. Um dia eu não sei não! RENATO - Muito!...
Pego um revólver, ponho no ouvido e... PEQUITOTA - E a Leonor também?
RENATO (imitando um Tiro) - Pum!... RENATO - A Leonor nem se fala!...
SINHÁ - (assustando-se, corre, abraçan- PEQUITOTA - É nossa prima. Tem 17
do-se a Pequitota). - Jesus! anos. Quando saiu daqui tinha oito. Ela lhe
RENATO - (numa gargalhada ruidosa, de falava de nós?
perder o fôlego) - Ah! ah! ah! ah! RENATO - Falava. Todos os domingos,
SINHÁ - (voltando, a mêdo, os olhos à tarde, sentados num banquinho do Jardim
para o fundo e vendo Renato, desata a cho- público da rua do Ouvidor, famos ouvir a ban-
rar) - Ahn! ahn! ahn! da de música local no coreto da esquina da
PEQUITOTA - (refeita do susto) - Não rua da Carioca com a da Avenida Atlântica...
chore, bôba. É isso mesmo que êle quer! PEQUITOTA - É?
SINHÁ - (recortando a frase de solu- RENATO - É. E ela então falava muito
cos) - Que-susto-que-êle-me-pregooou ! . .. de vocês todos! Ela chega, também, hoje?
RENATO - (imitando-a) - Que susto que PEQUITOTA - Chega.
êle me pregooou !... SINHÁ - (entrando, 2 saltar como uma
PEQUITOTA - (entre zangada e S0rri cabrita) - Olhe o ôvo! Olhe o ôvo! Está
dente) - "Seu" Renato! quentinho ainda!... (encosta-o no rosto de
SINHÁ - (limpando os olhos c esboçando Pequitota). Veja!
um sorriso de disfarçada simpatia, formula RENATO - Se eu pedisse êsse ôÓvo vocês
uma pergunta um tanto forçada no intuito me davam?
ingênuo de puxar conversa:) - O doutor Al- SINHÁ e PEQUITOTA - (com dengue)
varo já se levantou, não já? - Não.
PEQUITOTA - (respondendo à irmã) - RENATO - É receita médica...
Já. Você não ouviu o rabeçcão? SINHÁ e PEQUITOTA - Não...
RENATO - Rabecão é seu nariz! Violon- RENATO - Por que?
celo. (Pequitota cora) - Desculpe. Estou brin- SINHÁ - Peça p'ra Ester...
cando. (Fixando o olhar nas duas que acabam RENATO - Está com ciúme? Eu não
de enxugar o rosto). Vocês vão a alguma festa gosto dela...
hoje? SINHÁ - (com esperança de 'uma decla-
SINHÁ e PEQUITOTA - (de costas para ração, cada vez mais dengosa) - De quem
Renato, retorcendo a toalha e o corpo) - Não é que o senhor gosta, então? Quem o senhor
senhor. prefere?
RENATO - Ah! Vão fazer a primeira RENATO - Entre você e a Ester, prefi-
comunhão? ro...
SINHAÁ e PEQUITOTA - Não, senhor. SINHÁ - (não cabendo em si) - Pre-
SINHÁ - (curiosa, olhando-o de soslaio) fere?
- Por que, seu Renato, por que, hein? RENATO -- Prefiro... o ôvo.
RENATO - Estão lavando a cara... (ri SINHÁ - (num muchocho) - Ah! (Rena-
ruidosamente ). to ri. A pequena com raiva, arremessa o ôvo
SINHÁ - (fazendo cara de chôro) - Ah! no chão).
Também ! . . . NHANHAÃ - (que assoma a porta) -- Que
PEQUITOTA - Bôba, é isso mesmo que é isso, menina? (Renato desce, a correr, a es-
Ele quer! cada. As duas pequenas, atônitas, não sabem
RENATO - É mesmo! Você fica boniti- o que fazer. Nhânhã avança para elas que
nha quando choraá!... (descendo mais dois de- correm, as mãos levantadas em forma de de-
graus) - Mas onde é que vocês vão a estas fesa).
horas? NHÁNHAÃ - Suas assanhadas! Sapecas!
PEQUITOTA - Vamos à estação esperar Quebrando ovos e conversando com êsse tran-
uma tia. galha-danças e o trem que fique à espera!
SINHÁ - A tia Gabriela. SINHÁ e PEQUITOTA - (quase que si-
PEQUITOTA - Irmã de mamãe. multâneamente) - Não, mamãe, não! Eu não
RENATO - Irmã de caridade e irmã de faço mais! Não! (Álvaro chega à janela da
sua mãe?! Bem se diz que os extremos se to- casa do F. D. É um rapaz de vinte e alguns
cam... (uma galinha cacareja). anos, de fisionomia tristonha mas atraente.
SINHÁ - Foi a minha carijó! Vou bus- A gritaria continua).
car o ôvo. (Sai a correr pelo E. M.) SINHÁ - Mamãe, não me bata!
PEQUITOTA - (para a irmã que sai) - PEQUITOTA - Não faço mais, juro. (Bei-
Não se demore. Olhe mamãe! ja os dedos em cruz).
SINHÁ - (de dentro) -- Já vou! - (feroz, cercando as filhas,
RENATO - (sem em tom de burla) - no intuito de bater-lhes) - Sim, vocês dizem
Essa tia Gabriela é bonita como o resto da sempre isso e não se emendam! Sapecas! Vão
família? acabar de aprontar-se e zarpem para a esta-
REVISTA DE TEATRO

ção, vamos! (As duas pequenas, esgueirando- RENATO - Ou me dá os ovos frescos ou


se, conseguem escapar à fúria da velha e o dinheiro que lhe dei ontem!
entram para a casa daD., gritando e choran- NHANHAÃ (de dentro) - Chiquinho! ó
do. Nhânhã vocifera, ainda, alguns desaforos!) Chiquinho ! P
Sapecas! Assanhadas! (E vai perseguir as fi- CHIQUINHO (atarantadíssimo) - Ih, meu
lhas. Chegando à porta, porém, muda de idéia, Deus! Me veja a hora, "seu" Álvaro. f
e volta-se, olhando através do muro, à pro-
ALVARO (consultando o relógio-pulseira)
cura de alguém). Chiquinho! Ó Chiquinho! - Cinco e trinta e oito.
(Pausa. Ela desespera-se, novamente) - Isto é
CHIQUINHO - E a que hora o trem
de deixar uma criatura maluca! (Chama, ou- chega?
tra vez, aos gritos) Ó Chiquinho dos quintos!
Ó Chiquinho do diabo! ÁLVARO - As cinco e quarenta e dois.
CHIQUINHO (fora da cena, da E. M.) - CHIQUINHO (levando as mãos a cabeça)
Sinhora! Sinhoraaa! - E "O Estado de São Paulo", meu Deus!
NHANHAÃA - Vem cá, condenado! NHANHA (de dentro) - Chiquinho! 6
Chiquinho! (O rapazelho, como um doido,
CHIQUINHO (entrando E. M.) - Já es-
precipita-se pelo portão do F. Ela chega à por-
tou aqui, Siá Nhanhã! (Chiquinho é um ra- ta) Chiquinho! Chiquinho!
pazinho do local, peão e cria da casa. Miúdo,
e de gestos rápidos, olhar vivo e resposta pron- CHIQUINHO (abrindo o portão, novamen-
Ma, seria um verdadeiro diabrete se as panca- te, e entrando, com a língua de fora, como se
das não o fizessem adotar, de quando em tivesse ido e voltado numa carreira só) -
quando, atitudes de anjo...) Pronto, siá Nhanhã! Estou que não posso
nem falá. (Noutro tom) São cinco e trinta e
NHANHÃ (sempre rápida, nervosa e al- oito.
terada) - Onde é que que você estava me-
tido? NHANHÃA - E o trem?
CHIQUINHO (olhando para a janela, onde
CHIQUINHO - Eu estava no... os rapazes, a sorrir, assistem a cena e agora
NHANHÃ - Não quero respostas! Cala tentam ajudá-lo fazendo-lhe sinais com os de-
a bôca, peste! Vá ali à venda de Nho Nito dos) - O trem... o trem... O trem passa ns
Branco e veja quantas horas são. Depressa! cinco... às cinco e... e... (Compreendendo
CHIQUINHO - (saindo, como uma bala) mal os sinais) As cinco e vinte.
- Sim, sinhó! NHANHAÃA - Então já passou.
NHANHÃA - Venha cá, condenado! CHIQUINHO - Passou...
CHIQUINHO (voltando) - Sim, sinhó! NHANHA (alçando os punhos) - Ah!
NHANHÃA - Veja se éle sabe a hora CHIQUINHO - Não, não passou. (Com-
certa do trem chegar. preendendo, enfim, os sinais). Passa às cinco
CHIQUINHO - Sim, sinhó. .. (Nova saí e quarenta e dois.
da). NHANHÃ - E o jornal?
NHANHAÃ - Espere, bandido! CHIQUINHO - O jornal?! Pois é... Ah!
CHIQUINHO (voltando) - Sim, sinhó! Nhô Nito mandô dizê que a casa não empres-
NHANHAÃA - Si "O Estado de São Paulo" ta mais jorná. Quem quisé lê que compre!
já tiver chegado, que me empreste um ins- NHANHAÃ (como uma fúria, descendo as
tantinho. escadas com a intenção de ir tomar satisfa-
CHIQUINHO - Sim, sinhó. (Sai, nova- ções do vendeiro) - Ele disse isso? Vou lá
mente, como um pé-de-vento). e Ele... (Ouve-se o apito do trem).
NHANHA (sempre no topo da escada) - ÁLVARO, RENATO e CHIQUINHO (os
Um pé lá, outro cá. Depressa! Depressa! (En- dois primeiros para salvar o último e êste
tra para a casa, resmungando). Vagabundo por instinto de conservação) - O trem!
que não serve p'ra nada!... (Pausa, rápida. NHANHÃA - (retrocedendo, grita, dirigin-
A mêdo, entreabre-se o portão do fundo. Chi- do-se para casa) - Sinhá! Pequitota! Já es-
quinho entra, cauteloso. Espreita. Corre à tão prontas? (Sai D. e a sua voz se perde) Pa-
porta da D. Cerra os punhos trêmulos de rai- monhas! Môscas-mortas! Depressa!
va, agita-os no ar, numa ameaça). RENATO - Se você não me trouxer os
CHIQUINHO - Jararaca! ovos conto tudo já!
ÁLVARO (da janela, chama-o) - Chiqui- CHIQUINHO - Levo uma dúzia!
nho! (O peãozinho assusta-se, Volta-se rápido, RENATO - Quero duas!
num "ai" angustioso e cai sentado no chão). CHIQUINHO - Levo três!
Sou eu! NHANHÃ (cuja voz vem se aproximando
CHIQUINHO (volta a cabeça, vê Álvaro) de dentro, de mistura com o chôro de Sinhá)
- Que susto! (Leva as mãos ao coração que -- Pamonhas! Depressa! Depressa! (Empurra
quer saltar-lhe do peito e desata a rir, sem as pequenas) Se chegarem tarde, vão ver!
fôlego, numa crise de nervos). SINHÁ (acabando de vestir um casaco
ÁLVARO - Que tens? muito curto, sempre a chorar) - Ahonnn!
CHIQUINHO - Nervoso. O senhor me Anda depressa, Pequitota!
pregou um susto!... PEQUITOTA (terminando de ageitar um
ÁLVARO - Desculpe, não foi minha in- chaile) - Anda você, "sua" molenga! (Sinhá
tenção. Queria só poupar-te o trabalho da ca- chora mais alto) Manteiga! (Saem pelo F. Ou-
minhada. Tenho horas certas e sei o horário vem-se os soluços da pequena. Nhanhã, que
do trem. empurrou as filhas até ao portão, volta à por-
RENATO (aparecendo na escada, de volta ta. Ouvem-se os guizos dos cavalos de uam
do banho) - Onde estão os ovos? troli, que se põe em movimento. A velha lem-
CHIQUINHO (levantando-se, assustadíssi- bra-se de algo e grita muito alto).
mo) - Grite mais baixo, seu Renato, grite NHANHAÃA - Chiquinho!
mais baixo! Não me comprometa! CHIQUINHO (junto dela) - Sinhá! '
.CPR.TEA;PTE , 04660 ) « Xcv/'
Do
ER DFANBSB NS

MANHÃS DE SOL

NHANHAÃ - Que faz aí, condenado? Cor- abre o portão como se falasse a alguém. En-
ra atrás do troli e vá com elas para trazer tra, Saci! (Caminhando em direção do poço)
as malas! (Chiquinho sai a correr, pelo fun- Cangoetê. Moanuami cumda! Gananzabú ame-
do. Ela fica à porta, como quem acompanha, na! (Larga a sanfona sôbre o pôço, apanha o
com os olhos, o troli que se perde na distân- balde e bebe um longo trago de água. Oferece,
cia e a carreira de Chiquinho para alcançá-lo). depois, ao seu invisível companheiro) Bebe,
Saci. (Dá-lhe de beber) Não qué bebê mais?
RENATO (depois de olhar, ora para o
Pruquê, Saci? Pai "Omingos" dá. (Dirigindo-
troli, ora para a velha, com amabilidade exa- -se para a D. B.) Mofidalofé uá bô ô loqué!
gerada) - Bons dias.
Esbegi, morí, oucurincan! (Oferecendo o ban-
NHANHAÃ (àsperamente, tirando a mão
co ao Saci) Senta Saci!... Espera! (Limpa o
que levara aos olhos à guisa de viseira) -- banco com a fralda da camisa) Senta, agora,
Bons dias. (E como Renato continua a fitá-la).
- Deseja alguma coisa? Saci! (Senta-se também e canta tocando san
RENATO - Desejo expressar-lhe a nossa fona)
grande admiração pela sua infinita bondade Arimandolá, oué!
em aguentar êsse moleque... (Refere-se ao Arimandolá, ouá!
Chiquinho ). Assacarila-assakará !
NHANHAÃ (sensibilizada) - Ó, muito obri- U6! Eó!
gada. (a Álvaro) O senhor está passando me- Eh! Ah! 4Y
lhor?
ÁLVARO - Não tenho tossido tanto... (Levanta-se) Vem dançá. Saci! (Como se
RENATO (depois de pequena pausa) - segurasse alguém, começa a dançar). (Ouvem-
Por que a senhora não mata, de uma vez, o -se, então, os guizos dos cavalos do troli que
Chiquinho? se aproxima e logo depois gargalhadas môças
NHANHÃ (rindo) - Ele bem merece. E cobrem a voz do prêto velho. Renato abre a
uma peste! É um malagradecido. (Como janela. Álvaro surge à porta da casa do F.
quem conta um benefício feito) Tirei-o do Nhanhã sai da casa de D. a correr, enquanto
Juiz de órfãos!... cresce o vozerio lá fora e as gargalhadas de
RENATO (fingindo estupefação) - É?! Leonor redobram).
(Olha para Álvaro) Que ingrato! NHANHÃ (já no portão do F., abrindo-o)
NHANHÃ (animada, valorizando o que Entrem! Entrem! (Entra Leonor. É um sol,
diz:) - Há dez anos! Era dêste tamanho! feita mulher. Mocidade. Alegria. Sedução. Tudo
Criei-o ! se reune nessa figurinha encantadora de ado-
RENATO (a Álvaro) - Que coração! lescente, cuja voz, o gesto, o olhar são um
NHANHÃ - Mas não se pode ser cari- hino de encantamento. Entra dentro de um
dosa neste mundo! O senhor vê o que êle uniforme de colegial, beija estouvadamente a
me faz? tia no portão, quase a fazendo cair e corre pela
RENATO - Vejo, indignado! Vejo todos cena tôda, enchendo-a com a sua juventude.
os dias êsse bandido bater desapiedadamente Irmã Gabriela, já velha, abraça e beija Nha-
com a cara nas mãos da senhora!... nhã ainda mal refeita do susto que teve com
NHANHÃ - Hein?! (A Álvaro, com voz al- o estouvamento da sobrinha).
terada) Com licença. GABRIELA - Deus te proteja, minha ir-
RENATO (imitando-a) - Tem tôda. (Ela mã!
entra e fecha a porta com estrondo. Renato ri. NHANHÃ (com os olhos pregados em
Álvaro reprova-lhe o procedimento com a ca- Leonor que mexe em tudo) - Amém! (Chi-
beça, não podendo, porém, deixar de sorrir) quinho entra carregado de malas para o in-
Não engulo essa velha! (Passa a «ião num terior da casa da D. As duas irmãs estão abra-
violino que está numa mesa, junto à janela).
cadas. Leonor já está sôbre o pôço, saltando,
ÁLVARO (com um toque de tristeza) -
alegremente, entre Sinhá e Pequitota que en-
Ela é como as outras: mulher... (Depois de
traram a correr).
uma pausa, em que Renato dá um acorde no
violino) Deixa-me ver o arco aí. (E os dois LEONOR - Como tudo isto é bonito!
de costas para a janela começam a tocar a Campo, flôres, céu, pássaros e... até esta
"Reverie de Schumann". Logo depois um cria- cazinha feia, como é bonita, Jesus! Deus, quan-
do, a um sinal de Renato, fecha a janela. A do castigou Adão, esqueceu-se dêste pedaço
música quase se extingue. Ouve-se o apito de de paraíso!... (Álvaro, da porta da casa, olha-
um trem que parte. Ao mesmo tempo, entre- -a com marcado interêsse).
abrindo o portão do fundo, aparece a figura NHANHÃ (escandalizada) - Que é isso,
alquebrada do Mestre Domingos -- "Omingos" Leonor?
como êle próprio se chama. É um prêto velho. MESTRE DOMINGOS - "Suns Cristo",
Tem cento e alguns anos. É caduco. Sua ca- Sinhá !
beça é um floco de algodão. Quasi não anda, LEONOR (que só agora o nota) - Quem
arrasta-se. Pede esmola. Fala sôzinho. Canta- é?
rola sempre toadas afro-brasileiras, acompa- PEQUITOTA - É o Mestre Domingos, não
nhando-as com uma sanfona de sons inarticu- se lembra dêle?
lados, quase tão velha quanto êle e anda sem- LEONOR (fazendo fôrça para recordar-
pre acompanhado ou em companhia de "Saci -se) - O Mestre Domingos? (Salta do pôço
Pererê"... A sua voz vem do fundo). e toma-lhe a sanfona) Deixa-me tocar um pou-
MESTRE DOMINGOS - co de sanfona? (Senta-se no banquinho).
Arimandolá, oué MESTRE DOMINGOS (num grito roufe-
Arimandolá, ouá! nho) - Num!
Eh! Ah! LEONOR (assustando-se, deixa cair a san
..(Entra apoiado a um pedaço de pau) fona e foge) - Ai! (Abraça-se à Gabriela).
"Suns Cristo!" (Beija o pôço. Benze-se, volta, TODOS - Que foi?
BR DFANBSB NS.CPR.TE
A.PTE, O<

REVISTA DE TEATRO

MESTRE DOMINGOS - Saci Pererê, meu NITINHO - Bons dias.


tumpanhelo, castiga mulhé que deixa home, FIRMINO - Bons dias.
está sentado aí. ZÉZÉ - Bons dias. (Ri) Ahn, ahn, ahn!...
LEONOR Onde? (Sinhá e Pequitota (Torce o chapéu nas mãos. Pausa).
riem e segredam qualquer coisa ao ouvido de: NHANHÃ - Desejam falar comigo?
Leonor, enquanto Nhanhã, num gesto, diz a NITINHO - "Desejamos".
Gabriela que o prêto é louco). FIRMINO - "Desejamos".
LEONOR (caridosamente, apanhando a ZEZE - Desejamos. Ahn, ahn, ahn, ahn...
sanfona e entregando-lha) - Desculpe, Mestre (Pausa).
Domingos, não vi que o seu amigo estava NHANHA (impaciente, mas contendo-se e
sentado ali. (Domingos afasta-se, resanfoni- procurando ser amável) - Querem entrar?
nando. Há uma pausa de piedade) Coitado !... NITINHO - "Agardecido. "Nós estemo"
NHANHAÃ Bem, vamos entrar. Vocês bem aqui...
não querem mudar de roupa? FIRMINO - "Estemo" bem aqui...
LEONOR (novamente alegre) - Vamos! ZEZINHO Bem aqui. (Ri) Ahn, ahn,
Vamos! Vamos ver quem chega primeiro. (Sai ahn, ahn...
a correr pela D. acompanhada por Pequitota NHANHAÃ (já impaciente) - Mas, afinal,
e Sinhá. Nhanhã, e Gabriela encaminham-se que desejam de mim? (Eles entreolham-se.
para a porta, esta última meneando a cabeça Afinal, Nitinho, resolve-se).
«em reprovação ao estouvamento da sobrinha. NITINHO - Vol falar. Uão lhe parece?
"Alvaro e Renato, desaparecidas as pequenas, FIRMINO (baixando os olhos) Este
desaparecem também no interior da casa do Nhô Nitinho é levado!...
fundo ). ZÉZÉ (ri) - Ahn, ahn, ahn!...
MESTRE DOMINGOS (aproximando-se de NHANHÃA - Afinal?. ..
Nhanhã) - Sinhá! Num tlen nada seu prêto NITINHO - Vou falar. Não lhe parece?
véio? O Firmino está com vontade de "se amarrar-
NHANHÃ - Entre (Aponta o portãozi- -se" e queria que a senhora fôsse madrinha
nho da esquerda) e apanhe as laranjas que es- déêle nesse consórcio "matrimoniá".
tiverem no chão. NHOÓ FIRMINO (numa exclamação de en-
MESTRE DOMINGOS Suns Cristo! tusiasmo) - Eta nhô Nitinho dos Quintos!
Vem Saci (Sai. E. M.) Fala que parece uma cachoeira! Nasceu p'ra
GABRIELA (contemplando, piedosamente, deputado êste disgraçado, com perdão da pa-
a figura alquebrada de Domingos) - Deus lavra. Pois... eu sou noivo há uns par de
ainda não se lembrou dêsse pobre homem! ano...
NHANHAÃA - Dizem que êle tem cento 8 NITINHO - Há uns vinte. ..
vinte anos! Dizem que ficou assim desde que FIRMINO - Há mais. Muito mais! Há
a mulher lhe fugiu. Sem vergonha! (Outro uns "dezasseis" ano já. Há mais de dez ano
tom) A que missa você vai? que o enxová da Silóca tá preparado!
GABRIELA - A das sete, não é? NHANHA E por que não se casou
NHANHÃ - É. Vamos entrando. (Enca- antes?
minham-se para a D.) A Leonor está uma FIRMINO - Por farta de emprêgo. ..
môça! 2 NHANHA - Quem bebe, como você, não
GABRIELA - É de uma alegria!... pode arranjar emprêgo.
NHANHÃA - Alegre de mais, não é? Me- FIRMINO - Pelo contrário: pranta que
nina rica, em colégio, tem liberdade de mais, não é moiada é que não dá fruita. ..
& não acha? NITINHO - Ele ainda não se casou por
GABRIELA Não, Nhanhã. Perdeu os um caso de convicção política, não lhe pa-
pais muito criança, mas ela é boa como o seu rece?
estouvamento. Aquela alma não tem uma nó- FIRMINO É. Só me serve emprêgo
doa de maldade. púbrico . ..
NHANHÃ - Vamos entrar. Estas meni- NITINHO - E votou sempre da oposi-
nas de hoje!... (Vão entrar quando se ouve cãO...
bater no portão do fundo. Param). Quem se- FIRMINO - Agora bandiei de partido...
rá, meu Deus? Vá, Gabriela, eu já vou. (Ga- Por isso arresorvi apressá o casamento pro
briela entra. Ela volta-se, na escada). Entre fim do ano que vem, mas se vancê achá muito
quem é. (Abre-se o portão. Aparecem Nitinho perto eu trans... trans... trans...
Franco, Nhô Firmino e José dos Prazeres, NITINHO (socorrendo-o, dá-lhe o têrmo
Zézé. O primeiro farmacêutico e sacristão lo- que lhe escapa) -. Transfiro. ..
cal, tipo do provinciano pernóstico, metido a FIRMINO - Isso! Eu "transpiro" êle
espirituoso. Traz um pano prêto em um «dos p'ra mais tarde.
olhos. O segundo é simples, ingênuo e bebe- NHANHAÃ (bastante impaciente) - Muito
dor de pinga. O terceiro é um retardado men- bem. Serei sua madrinha. É só?
tal. Fala por monossilabos e pisca a todo ins- NITINHO - O padrinho sou eu. Está bem.
tante, rematando tudo com um riso de cre- Não lhe parece?
tino. Ri sempre, de tudo e de todos. Tanto o NHANHÃ - Muito bem. Mas, agora, se
primeiro como o último são adoradores das me dão licença... (Faz menção de entrar.
filhas de Nhanhã e procuram sempre um Nessa mesma ocasião Pequitota assoma à ja-
pretexto para penetrar a casa de suas Julie- nela. Nitinho e Zezé saúdamna com visível
tas). prazer).
NITINHO - Dá licença para um triân- NITINHO - Bons dias, dona Pequitota!
gulo? Somos três... PEQUITOTA - Bom dia.
NHANHÃ - Já disse que entrem. (Eles SINHÁ (pondo a cabeça fora da janela)
aproximam-se e param perto de Nhanhã, cada - Quem é, hein? (vendo os visitantes) Bom
um por sua vez, saudando a dona da casa). dia, seu Zezé.
60 2- ! SB -
NS CPR;TEAPTE. (4
BR DFANBSB

MANHÃS DE SOL

vê) -
Bom dia... Ahn, FIRMINO (não acreditando no que
ZEZÉ (melosamente) - Leano r? Num diga, dona do céu! Aquela
Siá
?! Mas tá
ahn, abhn...
- Zezé ? É o seu na- que eu conheci pequetitinha assim
LEO NOR (de dent ro) grand e!
rece por sôbre a ca- um monstro de cava
morado? Quero ver! (Apa ang ime nto dos NITINHO (apertando-lhe a mão,
as. Con str em re-
beça das duas prim lheir esco) - Tenho muita sastifação
m ).
caipiras que se entreolha ina! Que mo- vê-la.
NHANHÃ (enérgica) - Men de em- LEONOR (imitando-lhe a voz e a mesu
ra)
iro silê ncio pare-
dos são êsses? (Há um lige - A "sast ifaçã o" é tôda minha , não lhe
com a mão na
baraço. Leonor sai da janela, ece à porta ce? (Nitinho choca-se ligeiramente
com a imi
a não rir. Gabr iela apar
bôca par tação).
suave-
da D.).
hora da missa. GABRIELA (baixo, repreendendo-a
GABRIELA - Estamos na mente , apesa r da graça que lhe acha) - Leo-
dia. (Eles res-
(Reparando nos caipiras) Bom nor!
pondem ).
ir me arra n- LEONOR (ainda a Nitinho) - Está sen-
aind a
NHANHÃ - Não pude tindo frio?
não se lembra?
jar! Já volto. Conhece todos, . 2 NITINHO - Não, senhorita. Por
que?
NITINH O - Eu sou O Nito (apon tando -lhe o pano prêto do
D. M.). LEO NOR
NHANHAÃ - Com licença. (Sai olho) - Está com uma janela fecha
da...
mino Bor-
NITINHO (apontando) - O Fir NITINHO - Janela?
ba, o Zezé dos Prazeres. é? Ahn?—)») )
rar-se) - ZEZÉ - Jinela é tapaoio, num
GABRIELA (procurando lemb ahn, ahn, ahn!
ahn,
Nito. ..
Fran co. O Niti- LEONOR (imitando-o) - Jinela? Ahn,
NIT INH O - Nito . Nito É sim, senhor... (Zezé fica súbita-
tempo do pa- abhn!...
nho da farmácia e sacristão no mente sério, chocando-se com o gracejo).
Cassiana. ..
dre Bartolo, filho da dona Ah! Está GABRIELA (baixo a Leonor, entre-zanga-é
GABRIELA (lembrando-se) - da e risonha) - Minha filha, essa
gente
um homem ! desconfiada... (a Eles) Não levem a
não lhe pa- muito
NITINHO - Graças a Deus, mal. Ela gosta muito de brincar.
se lem bra? Filho da ua
rece ? Este é o Zezé , não NHANHÃ (aparece à porta da D. Traz
Dona Maria, a viúva... de mantilha à cabeça e um livro de missa nas
raça
FIRMINO - O que teve a desg morri mãos) - Estou pronta, Gabriela.
(As meni-
déêle ter
nascê dois anos depois do pai nas que estão na janela) Muito juízo,
hein?
do, se lembra? o Chiquinho varrer e limpar tudo. Vo-
mente o ti- Façam
GABRIELA (contendo discreta cês vão à missa das dez. (A Leonor)
Quer ir
sua mãe? (A
so) - Como vai você, Zezé? E agora, Leonor?
um "bem"
cada pergunta Zezé responde com bôbo. LEONOR - Vou com elas, titia...
sua clás sica risa da de muito
acompa nha do de NHANHAÃ - Está bem. Até logo e
Leonor aparece à porta da casa). dirige cuidado! (A Chiquinho) E o "senhor" veja lá
FIRMINO (notando que Gabriela como se porta!
respeitosa-
para êle o seu olhar, descobre-se, bei- GABRIELA (beijando Leonor)
- Que
se a seus pés,
mente, aproxima-se, ajoelha- - Deus fique contigo, filha.
ão.
ja-lhe o hábito e benzese) A bênç FIRMINO (benzendo-se) - E comigo.
Levante-se.
GABRIELA - Que é isso? ca? NHANHAÃ - Hein? Vocês vão também
!
? E a Siló
Deus o abençõe. Como vai você FIRMINO - Então vamos com Deus...
Quantos filhos têm? a. NITINHO (despedindo-se) - Inté
logo,.
FIRMINO - Fios? Num sei aind senhoritas. (Ao apertar as mãos, deixa-lhes
GABRIELA - Não sabe? uma carta que Zezé lhe passa. A Leonor)
Se-
am co-
FIRMINO - fles ainda não nascer nhorita? Nitinho Franco. Farmácio do Povo.
mo é que eu vou saber quantos são? u, ir- LEONOR - Muito prazer, senhor
Farmá-
NITINHO - Ele ainda não se caso cio do Povo... Quero dizer, Nitinho
Franco.
Muito
mã, não lhe parece?
de- ZEZÉ (estendendo lhe a mão) -
FIRMINO - Continuemos noivos. Faz gôsto... Ahn, ah, abnl:..
o, num é?
zasseis anos. É um pouquinho muit LEONOR - O mesmo, ahn, ahn,
ahn!...
er-se e
LEONOR (à escada, não pode cont FIRMINO - Inté logo, prá mecês iu
a) Ah!
explode numa gargalhada sonora e môç dos !... (saindo).
desde o
ah! ah! ah! ah! (Zezé e Nitinho que la AS MENINAS - Até logo!
Até logo!
nto de Sin há e Pequ itot a à jane - Juízo,
aparecime iam NHANHA (simultâneamente)
estão a deitar olhares ternos às duas e faz hein?
uma car-
justamente sinais para lhe entregar ena. GABRIELA (idem) - Até
logo, filhas
ta, assustam-se com a gargalhada da pequ (Saem Gabriela, Nitinho e Zezé, que jogam
ere m por-
Escondem a carta. Depois, sem sab olhares para as pequenas, Firmino
e por
que, riem também, sem vontade). fim Nhanhã).
) .-
GABRIELA (sem poder conter o riso LEONOR (que foi até ao
portão certifi-
Que é isso, Leonor? de que se haviam ido os que sairam,
a, titia. car-se
LEONOR (aproximando-se) - Nad vir... olhando maliciosamente para
as duas primas
ecei a
Lembrei-me de uma coisa e com e repuxando o olho com 0 indicador esquer-
a de falar de
Uma coisa (imitando a maneir açad a", de), - Olhem ' :- .
engr
Firmino) um "pouquinho muito onfiados). SINHÁ e PEQUITOTA (fazendo-se
de de-
num é? (Os caipiras olham-na desc r a si- sentendidas) - Que é?
GABRIELA (procurando contorna a me- LEONOR - Quando vocês
iam já eu tinha
m dest
tuação) - Vocês não se lembra 7 voltado há muito tempo ! ...
2 .. a
nina?
", não. . PEQUITOTA - Não entendo.
' FIRMINO - Não me "alembro SINHAÁ - Você tem cada coisa!... Que é?
GABRIELA - É a Leonor.
RR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460

REVISTA DE TEATRO

LEONOR - Que duas artistas de cinema! LEONOR - Comigo é assim: contou pro-
A carta que o olho-tapado entregou a vocês? sa, apanha.
SINHÁ e PEQUITOTA (como se cantas-
RENATO - É por acaso, filha do Al Ca-
sem em côro, num esfôrço de simulação) -
pone?
Carta!... Que carta?!...
SINHÁ (beijando os dedos em cruz) - LEONOR - Não., Sou o Lempeão disfar-
Juro por tudo quanto é mais sagrado!... cado.
(Chora) Ahnnnn! RENATO - Disfarçada de mal-criada?
CHIQUINHO - Pronto! Derreteu a man- LEONOR - Não, para não me confun-
teiga! Quando Nhanhã chegar eu vou contá. direm com o senhor...
LEONOR - Não conta nada! ÁLVARO - Não seria possível. Ele não
CHIQUINHO - Conto. Não quero namô- é bonitinho assim. ..
ro aqui. (Pequena pausa de malícia) É. Na LEONOR - E o senhor tem alguma coisa
môro aqui é só comigo... com isso?
LEONOR (a Pequitota que saiu da janela RENATO - Nem tão bonitinho, nem tão
e está em pé na soleira da porta) - Não mal-educadinho ...
chore. Não seja bôba! Que tem receber uma LEONOR - Pelo menos não ando bisbi-
carta? lhoteando o que se passa no quintal dos vi-
ª. SINHÁ (transformando o chôro em sor- zinhos . ..
4 A,is0) - Você não conta nada? (desce a
es- RENATO - Nós estamos na nossa casa...
tada).
LEONOR (dedos em cruz) - Por esta luz! LEONOR - E nós na nossa e não mete
SINHÁ (resolutamente) - Pequitota, dá mos o nariz onde não somos chamadas!
a carta. SINHÁ (escandalizada) - Leonor!
PEQUITOTA - Carta? (Leonor corre pa- PEQUITOTA (idem, ao mesmo tempo) -
ra agarrála na janela. Ela sai, ràpidamente, Que é isso?
e entra em cena pela porta, onde Sinhá a se- RENATO - Está bem, desculpe. Gente
gura). bonita, zangada, fica feia. Sôfro de bichas e
SINHÁ e LEONOR (revistando-a) - A morro de mêdo de gente feia...
carta! A carta! A carta! LEONOR - E não há espelhos nessa
PEQUITOTA (resolvida) - Esperem aí. casa?
Esperem aí. (Desvencilha-se de ambas, senta- ÁLVARO (rindo) - Não. fle nunca olhou
-se, no degrau da sacada, tira o sapato e de para um espêlho. ..
dentro dêle o bilhete). LEONOR - E nunca tomou banho tam-
LEONOR - Vamos ler! bém?
PEQUITOTA - Não! ÁLVARO (estranhando a pergunta) -- Ba-
LEONOR (arrebatando lhe o bilhete das nho?
mãos) - Vamos sim, vamos. (Corre, abre o
bilhete, perseguida pelas duas pequenas). LEONOR - Pois pode ver-se na água e
morrerá na certa... (Renato fica sério. Al
CHIQUINHO (correndo também) - Não vàro ri. Ela ri também).
leia, siá Leonor, não leia. Depois quem entra
ÁLVARO - Ela já está nossa amiga. Está
na vara de marmelo sou eu! se rindo. ..
LEONOR - Não amole, Chiquinho! Não
LEONOR - Estou rindo de você. ..
amolem. (Sobe para cima do pôço e começa
ÁLVARO - De mim? Por que?
a ler, rindo das asneiras gramaticais que en-
LEONOR - Por você estar se rindo dêle
&/ Q&sontra). "Nois precisemo" falar com "ambas
ser feio... (Álvaro fica sério e Renato ri per-
as duas". "Nois esperemos-lhes na farmácia
didamente caçoando do amigo. Ela tabem ri
durante a missa. Nóis. .. muito ).
CHIQUINHO (de um salto, arrebatando
RENATO (com intenção de gozar mais
o papel da mão de Leonor) - Não leia mais,
pronto! (Rasgando o bilhete e correndo) De- o amigo) - E agora, de quem se ri? Déle ou
de mim?
pois quem paga o pato sou eu!
LEONOR - Dos dois.... (Riem todos, in-
SINHÁ (chorando e avançando para o
clusive Sinhá, Pequitota e Chiquinho).
moleque) - Intrometido! Adulador! Ahnnn!...
ÁLVARO - Agora sim. Tudo acabou bem.
PEQUITOTA (idem, ao mesmo tempo) --
Não está mais zangadinha conosco?
Atrevido! Sem vergonha! (E as três, como
LEONOR - Faz muita questão de saber?
três pequenas Fúrias, conseguem agarrar o
ÁLVARO - Muita.
criado dando-lhe formidável surra, gritando
LEONOR - Estou.
sempre "descarado! Atrevido! Adulador! Que
RENATO - Está?
vais ganhar com isso?" Chiquinho berra "Ai!
Ai" Me larguem! Me larguem! Acudam! Vou LEONOR - Estou... E só faço as pazes
se vocês tocarem alguma coisa para nós dan-
contar!" - Renato e Álvaro, atraídos pela al-
gazarra abrem, respectivamente, a porta e a carmos. (As primas) Não são êsses que jo-
cam? (Gesto de passar o arco do violino. Afir-
janela da casa do fundo).
mativa de cabeça das interrogadas).
ÁLVARO - Que é isso? CHIQUINHO - Não toquem! Depois
RENATO (fingindo que apita) - Prrr!
Prrr! Polícia! Polícia! (Sinhá chora mais for- quem vai dançar (gesto de pancada) sou eu...
te. Pequitota disfarça como se não tivesse na- RENATO - Não amole. (A Leonor) Que
quer que toquemos?
da com a coisa. Apenas Leonor segura ainda
o peão). LEONOR - Lambert walk (fazendo o
RENATO (enérgico) - Que é isso? gesto clássico da dança, com o polegar para
trás) Oi!
CHIQUINHO - Esta menina pensa que MESTRE DOMINGOS (entrando da E. M.
eu sou táboa de bater roupa! (Desvencilha-se a mastigar uma fruta e a cantorolar a sua
das mãos da garôta). canção).
NS.ePR;TEA.PTE. 0460
ar DrAnNBSB

MANHÃS DE SOL

ente, pela
respeitam ! . . . (Sai, chorando, novam
Arimandolá oué ! D. M.).
Arimandolá, ouá! ÁLVARO (a Leonor, tirando
um lenço do
En! Ah! vamo s envol ver o dedinho
bolso) - Agora
re Domin- em gaze. (Rasga o lenço).
RENATO - Que toque O Mest muito jei-
gos e dançaremos nós todo s! LEONOR - O senhor não tem
Como eu vou to para médico...
CHIQUINHO - Nossa mãe! êle é mé-
.. (Co mo se lhe bate ssem , grita a ex- RENATO (rindo-se) - Não. Pois
dançar!. de pes-
da danç a em tom dolo rido dico mesm o...
clamação tem muitos
soa que apanha) Ui!... LEONOR - É? Desculpe. E
Mest re Domi ngos .
LEONOR - Toque, doentes?
re Omingos
MESTRE DOMINGOS - Mest te-p é,
RENATO - Um.
a, péan
nu toca nada! (Sinhá e Pequitot uinh o, LEONOR - Um só?
de Chiq
aproveitando-se do desespêéro ÁLVARO - Um só.
abrem o portão e saem). Renato) - O
LEONOR (apontando para
LEONOR - Toque! Toque! senho r?
Não , toque!
CHIQUINHO - Não toque ! RENATO - Deus me livre!
Sou moço,
r que êle
LEONOR - Não precisa grita quero viver muito .
não toca mesmo. o doente?
Se lhe de- LEONOR - Quem é então
CHIQUINHO - Eu conh eço êle.
ÁLVARO - Eu.
rem dois mil réis êle toca. o médico . ..
réis. (Pro- LEONOR - É o doente e
LEONOR (Alegre) - Dois mil ÁLVARO - Apena s o doent e. O médico é
cura o dinh eiro ). com fôrça ) Ele é o meu
mesmo) êste ar. (Respirao
CHIQUINHO (indignado com êle a- médic o.
uma panc
_ Burro! Burro! Burro! (dando RENATO (depois de respir
ar, também )
ça, como na
da com o polegar na própria cabe - Não cobra e não mata. (Riem ).
dança americana) Oi! nas mãos de
do bolso) LEONOR (cujo dedo está
RENATO (que tirou a moeda Álvaro que o envol ve) - Ai!
- Tome (Vai atirar). RENATO - ...E nem machu
ca. (Riem)
. Jogue p'ra
LEONOR - Espere. Não atire para Isso não é trilho de ponde. É dedo. Nem é
salto e,
mim. (Corre para o muro de um dedo; é dedinho. ..
Dá um grito
galgálo, põe a mão sôbre êle. MESTRE DOMINGOS (rece
itando) - Bo-
de dôr:) Ai! mbuc urú. .. Bom. .. Bom .-.
NHO ta aí... anha
RENATO, ÁLVARO e CHIQUI Anhambucurá sára. .. Pai Omin gos diz. .. (Os
Que foi? Que foi? risonhamente porque não
muro) - , três se entreolham
LEONOR (apontando para o ami- ente ndem nada) .
os dois
Era um pedacinho de vidro. (E RENATO - É bom?
escada. Leo-
gos descem precipitadamente a MESTRE DOMINGOS - Bom
!
nor senta-se no pôço) . TO Então quando descobirmos
propor- RENA
CHIQUINHO (dando ao acidente o que isso é, poremos no
dedinho dela...
, levando
ções de catástrofe, desesperadamente ÁLVARO (dand o por termi nado curativo)
Sangue! So-
as mãos à cabeça) - Meu Deus! - Pronto.
corro! Socorro! Acudam ! LEONOR - Obrigada. E
como é o seu
ATO (que entra com Álva ro pelo
REN lenço ? Vai ficar só com a metade?
é isso?
portão F.) - Que é isso rapaz, que ÁLVARO - Vou. É a bande
ira branca qui
-se mui-
ÁLVARO (a Leonor] - Machucou fica haste ada entre nós. Não brigaremos"
to? 4 m ais...
LEONOR - Não. Não é nada...
(Álvaro da D.) -
com água CHIQUINHO (saindo da casa
e Renato lavam o edo da pequena Minha nossa Senhora da Aparecida!
As meni-
do balde). sumiram! (Desce a escada) Quem vai pa-
e de nas
CHIQUINHO (parando imediatament gar tudo sou eu! (Chama)
Sinhá! Pequi. ..
? Graças a
gritar e já risonho) - Não é nada (interrompendo-se, numa transição de luci-
Deus! . é farmácia do Nito,
Tanta aflição dez). Ah! Já sei! Estão na
,LEONOMagradecida) - namorando !
por mim, Chiquinho? - Na-
ra, é por RENATO (como se monologasse)
CHIQUINHO - Não é pela senho morando? (Num interêsse
repentino, batendo
fôsse grave , olhe (Esta la os dedos aí que já volto.
mim. Se, nas costas de Álvaro) Espere
ar panc ada. Há um silên cio. Chi-
para indic (Sai, a correr pelo F.).
curativo. De re-
quinho acompanha risonho o CHIQUINHO (batendo,
com intimidade
. Fica sério.
pente sente a falta das pequenas nas costas de Álvaro, repete a frase com a
outro. Dá um
Olha, a mêdo, de um lado para mesma inflexão de Renato). - Espere aí que
stam. "Que
grito) Meu Deus! (Os três se assu já volto! (E sai, a COrrer, atrás de Renato).
há?" "Que acont eceu? " - pergun- os que
foi?" "Que
ndo) As meni- ÁLVARO (depois de acompanhar
tam) As meninas! (Procura saíram, com o olhar) - Dois
malucos.
estão as meni nas? Seu Renato,
nas!... Onde LEONOR - Dois? E o senhor...?
o senhor não viu as meninas? " ÁLVARO - Eu?!
guarda-meni-
RENATO - Sei lá. Não sou LEONOR - Tem muito juíz
o?
-
nas..:
en- ÁLVARO (sorrindo, pergunta também)
CHIQUINHO (chorando e chamando Tenho?
do desespêéro dêle) - com a pa-
LEONOR (alegremente, negando
quanto os três sorriem
os três, fazen- - Não!...
Sinhá! Pequitota! Sinhá? (Para lavra, a cabeça e o indicadorzinho)
certa importân-
do uma pausa no chôro, com ÁLVARO - Não?
que eu não gos:
cia) Estão vendo? É por isso LEONOR - Não.
casa. Não me
to de ficar tomando conta da
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0645;

REVISTA DE TEATRO 11

ÁLVARO - Tenho cara -de louco? ÁLVARO - Bem vi que tínhamos algu-
LEONOR - Tem... * ma coisa de comum: O Rio é meu, também.
ÁLVARO - Hein? LEONOR - É meu, é seu, é de todos e
LEONOR - Tem cara de bom... não é de ninguém, Tudo que é muito da gen-
ÁLVARO - De bom ou de louco? te, geralmente é dos outros, não é? A nossa
terra, o nosso bairro, a nossa rua, o nosso
LEONOR - De bom... bonde e até a nossa cása... São sempre de
ÁLVARO (satisfeito) - Ah! outros, já notou? (Pausa) Em que está pen-
LEONOR (continuando) - ...e de lou- sando?
ÁLVARO (entre jocoso e sentimental) -
ÁLVARO - Hein? Em "meu" coração...
LEONOR - Todo louco é bom... LEONOR (alegremente) - É de todos,
ÁLVARO (sorrindo amarelo) - Obriga- como o Rio de Janeiro?
do... E todo bom...? ÁLVARO - Apenas não é meu...
LEONOR - ...é louco. LEONOR - ...nem de ninguém, como as
ÁLVARO - É? E se eu lhe disser que te- ruas, os bairros, e os bondes?
nho juízo. ÁLVARO - Não. Não é meu. Mas era.
LEONOR -- Não acredito. O senhor não Até há muito pouco era inteiramente meu...
tem cara de homem de juízo... (Olham-se. Ligeira pausa embaraçosa. Um
ÁLVARO - Pois tenho juízo, muito juízo. pássaro canta. Ela, reagindo, retoma o estou-
LEONOR - Não tem. O senhor é louco. vamento, sobe, de um salto, para cima do
Se eu visse que tinha juízo teria fugido. pôçco).
ÁLVARO - Fugido por que? LEONOR (olhando para o alto como se
LEONOR - De mêéêdo. Tenho mêdo, que visse um velho amigo) - Bom dia! Como vai
me pelo, de quem tem juízo!... É a gente você (Álvaro olha. Procura a pessoa com quem
mais perigosa do mundo! ela fala) Está bonzinho? Eu estou Bem, mui-
ÁLVARO - E os loucos? to obrigada. Este é o... (A Álvaro) Como é
LEONOR - É a melhor gente que co- seu nome?
nheço. ..
ÁLVARO - Álvaro.
ÁLVARO - E conhece muitos?
LEONOR - De nome, uma infinidade. To- LEONOR (como se repetivesse, a alguém,
dos os grandes homens foram loucos. De vis- rápida) - Álvaro. (Pondo a mão no ouvido
ta, o primeiro é o senhor... em forma de. concha) De que? (A Álvaro) De
ÁLVARO - Obrigado. que?
LEONOR - Não há de que. ÁLVARO - De Alencar.
ÁLVARO - E de juízo. ..? LEONOR (ao invisível) - De Alencar.
LEONOR - Conheço muita gente tam- ' ÁLVARO - Mas com quem está falando?
bém. .. LEONOR - Não vê?
ÁLVARO - De nome ou de vista? ÁLVARO - Não vejo ninguém.
LEONOR - De vista e de nome. LEONOR - Com um passarinho... Aque-
ÁLVARO - De vista...? le, vê? É meu amigo. (Um trinado. Ela, fala
LEONOR - Minha tia Nhanhã... para o pássaro, em falsete, como se fôsse um
ÁLVARO - Tem juízo? pássaro que cantasse). Este (aponta Álvaro)
LEONOR - Muito! Castiga sempre, es- também é meu amigo. (A Álvaro, em voz na-
panca sempre, não perdõa nunca! Os que têm tural) Disse: muito prazer em conhecê-lo. (Ou-
juízo não perdoam: prendem, guilhotinam, ele- tro trinado - Ela, para o passarinho, como
trocutam, bombardeiam, matam! O senhor já se compreendesse, afinando a voz) Muito obri-
viu um louco fazer dessas coisas? gada.
ÁLVARO (sincero, com uma ponta de ad- ÁLVARO - Que disse êle agora?
miração e sentindo aumeçgtar a sua simpatia LEONOR - Que o senhor é muito sim-
pela garôta) - Não. pático.
LEONOR - Jesus matou ou perdoou? ÁLVARO - Muito obrigado, Leonor! -
ÁLVARO - Perdoou. LEONOR (rápida) - Não fui eu quem
LEONOR - E então?... disse, foi o passarinho... (Ao passarinho) Diz
ÁLVARO - Então g. que? que obrigado. (Trinado. - A Álvaro, interpre-
LEONOR - Quer mesmo ter muito juízo? tando o trinado com voz de pássaro) Não há
ÁLVARO - Não. Prefiro ser louco. de que. (Trinado. Ela novamente ao pássaro
LEONOR (batendo palmas, alegremente) hipotético). Não. Conheci-o hoje, como a você.
- Muito bem! Muito bem! (Trinado. Outro trinado. Ela volta-se como se
ÁLVARO - E a senhorita? fôsse apresentada a outros pássaros). Muito
LEONOR (levantando-se do pôço) - Sem- prazer. (Vários trinados) Muito prazer. Muito
pre fui! prazer. Muito prazer! (Um trinado longo) Não,
ÁLVARO - Bravo! nunca. (Outro trinado) Ele também, nunca.
LEONOR - E hoje duas vêzes louca! (Outro trinado. (A Álvaro com voz natural).
Louca por ser luca e louca de alegria! - Pergunta se já fomos pássaros. (Trinado).
ÁLVARO - Por estar perto de mim? -- Ah! sim! Tínhamos vontade de ser! É
LEONOR - Por estar longe de mim. bom? (Vários trinados. Ela leva as mãos aos
ÁLVARO - Longe de si? ouvidos). - Não falem todos ao mesmo tem-
LEONOR - Longe de tudo. Do mundo, po. Um de cada vez. (Vários trinados). - Ah
entendeu? Do meu mundo. sim? (Ouve) - Lindo! (Trinados longos e va-
ÁLVARO - E qual é o seu mundo? riados. Ela, eplevada, como se estivesse ven-
LEONOR - O Rio de Janeiro! do e ouvindo "os pássaros e fôsse, a propor-
ÁLVARO - O ,Rio é seu? ção que êles cantam reproduzindo o que
LEONOR - É, sim senhor. dizem, uma das mãos levantadas como a pe-

BR DFANBSB
pre 0460
12 MANHÃS DE SOL

2 e "*
dir pausas para que ela possa falar). - Ár-
vores... montanhas... rios... estradas!...
ÁLVARO (voltando-se do portão do F.) -
No inverno podemos voar até junto do sol!...
Que é?
No verão baixamos até à sombra das árvores,
LEONOR - Desculpe. Avisei-o: sou meio
na relva verde que margeia os regatos de
maluquinha. ..
água fresca!... De manhã, o céu abre sôbre
ÁLVARO (procurando ser indiferente) -
nós o chuveiro do orvalho... De noite, acen- Ah! (Menção de ir-se.)
de a lâmpada da lua e, para dormirmos, os LEONOR - Já vai?,
anjos cantam baixinho pela bôca de ouro das ÁLVARO - Já.
estrelas!... Tudo é nosso: o que cai do céu
LEONOR - Espere um POUCO. (Apanha
e o que sobe da terra: A luz dos astros e o
um cravo de um vaso que está na floreira que
perfume das flores. O ar, o espaço, as plantas,
acompanha o parapeito da janela e entrega-o
os frutos. Não pagamos impostos, não temos
ao médico que vai buscá-lo. Ele lova a flor à
fronteiras. Não compramos; não vendemos;
altura do rosto. Aspira-a. De repente, brusca-
vivemos! Não plantamos, por que não somos
mente, joga a flor ao chão.)
ambiciosos, colhemos o que há e que é de to-
ÁLVARO - Não. Não quero. Não DOSSO,
dos! Voamos quando queremos voar; ama-
não devo aceitar. Não quero (Sai arrebatada-
mos quando nos apetece amar; 'cantamos
mente pelo F. Leonor, chocada, sai da janela
como uma bala. Chega ao quintal.
quando temos vontade de cantar!... Canta-
mos! Cantamos! Cantamos! (Pausa. Gorgeio
cravo. Corre ao portão, indignada peloErgue o
insulto,
de «pássaros. Ela vocalisa) Ah! ah! ah! ah!
e ameaça arremessálo sôbre Álvaro que sobe
ah! ah! (Gorgeio - Vocalização - Gorgeio
a escada da casa do F. Arrepende-se. Volta. Dá 2)
- Vocalização). E cantamos! (Álvaro boquia-
um "shoot"" desprezivo na flor, como quem
berto, enlevado, comovido, vai se aproximando
diz: "não me importa". Álvaro entra na casa
dela). E enquanto os homens, uivando,
do F. Os pássaros cantam ainda, Ela dirige-se
gindo, se envenenam, se inutilizam, se degla-
ao Mestre Domingos. Tira-lhe a sanfona, di-
diam, se devoram, se destroem, se mÃtam,
zendo ):
nós... voamos!... Amamos!... Cantamos !.. 2
LEONOR - Acho que sei tocar isso. No
(Vocaliza longamente. Álvaro contempla-a ena-
colégio eu tocava narmônium . .. (Vai sentar-se
morado. Ela vocaliza álternando com os pás-
ao poço. Toca algumas notas desarticuladas.
saros, alheia a tudo. Afinal, êle baixa os olhos.
Álvaro entreabre a janela e espia. Ela volta a
cabeça de repente, para o F.) Está
Pabsa os dedos pelos olhos umedecidos. Ela
não canta mais. Ouve-se, ao longe, o sino da
do? (Ele bate a janela com fôrça. me Ela
espian-
assus-
igrejinha repicar. Só, então, parece, ela volta
ta-se e deixa cair a sanfona. Faz cara de chôro.
a si e volta-se para o médico). Como o tempo
Sorri. Apanha a sanfona. Corre ao prêto velho
que resmunga. Ouveo.) Hein? Quê? (Como
passou depressa! A missa está acabando!...
(Repara) Que é isso? (Álvaro desvia o rosto)
compreendesse) Ah! (Volta-se para a janela see
chama) Môço? O !... Olhe!
Está triste? Está chorando? o que o Mestre Domingos está dizendo Escute
ÁLVARO - Não é nada. (Sorri) Deixe-me ro abre a janela) O Mestre Domingos, diz(Álva-
ver o dedinho. (Toma-lhe, novamente, a mão)
Está melhor?
foi assim que êle começou (gira o dedo que na
LEONOR - Estou. Mas que tem?
testa para indicar loucura) batendo janelas.
ÁLVARO - (acariciando-lhe a mãozinha)
(Ri. ÁlvafB bate, novamente, a janela. Os pás-
- Pergunte ao passarinho, (Pausa. Os olhos
Saros param, aos poucos, de cantar. Ela ri.
de ambos se encontram. Ela, retira a mão,
Dirige-se para o poço. Senta-se. Ri até chorar,
infantilmente, sem preocupação de comover.
sum repente,.) Um pássaro gorgeia alto e mais perto. Ela- le-
* LEONOR - Estamos sós aqui! Minhas vanta a cabeça, ainda chorando, e responde
primas saíram! (E sai a correr, entrando pela como se o pássaro lhe houvesse falado.) Pas-
D. M. Os pássaros continuam a gorgeiar, Mes- sarinho? (Gorgeio) Tens razão, meu
tre Domingos, que durante todo o tempo co- nho: a vida conduz à morte. A estrada éamigui-
meu frutas, resmunganço, pasece rezar, curvan-
do o busto até bater à fronte no chão. Álvaro
Devemos cantar e rir Viver a vida! (Olhacurtapara
contempla, por um momento, a porta que se
a casa de F. Limpa os olhos. Toca a sanfona,
fechou atrás daquela figurinha de mulher.
fortemente. Mestre Domingos dança. E ela ri
Limpa, discretamente, uma lágrima mais dis-
e canta a um tempo. Os pássaros trinam em
creta ainda. Vai sair. Abre-se a janela.)
côro. E o pano cai devagar.)
LEONOR (chamando-o) - fFêêgê,
«o FIM DO 1.o ATO
e
2_0
A 140
(O mesmo cenário do 1.o ato. É à tardinha
Primavera. Há muitas flôres nas árvores .e seis pés ali estendidos) - Uma-duas-angoli-
nhas, tira-o-pé-das-pompolinhas; o-rapaz
hos vasos. Trepadeiras floridas nas paredes e -que-
nos muros. Ao subir o pano estão em cena: jôgo-faz faz-o-jôgo-do-papão e retire-o-seu-peézi-
Leonor, Sinhá e Pequitota. Sentadas no chão, nho-que-lá-vai-um-be-lis-cão! (belisca um dos
brincam de "uma-duas-angolinhas". Sentado pés de Sinhá onde, por acaso aparente, termi-
sôbre o parapeito da janela da casinha da D., na a última sílaba).
SINHÁ (dando um gritinho agudo) -
Chiquinho areia talheres, interessado no brin (Retira o pé e acaricia-o) Coitado do meu Ai! pé-
quedo das meninas.) , zinho! (A Leonor, queixosa) Você belisca com
LEONOR (a cada palavra que pronuncia, muita fôrça!
espeta o dedo indicador no peito de um dos CHIQUINHO (rindo, em tom de caçoada)
- Ih! ini in!...
TE.Ú 40 600 o -163.
BS B N&CPR.TEAP
er DEAN

13
REVISTA DE TEATRO
a os olhos.
a o. Senta-se. Fech
rigese para O poç itota se entreolham com
PEQUITOTA acaba apanhandoÉ
- Você cadeias Ouve. Sinhá e
Pequ
está com as viradas. inteligência.) Lind
o !... (Pausa.)
hoje! Mamãe lá na cozinha ! (de repente) -
Bonito, nã
melhor ir arear OS(atalheres
O
Leonor) - Tenha a Pa CHIQ UI NH
ine i êle a tocar isso!
CHIQUINHOadvogada! é? (Pausa) Fui eu e a (Ouve. Depois,
LEONOR - Cal
lavra a minha(a Pequitota) ental, como Se
estivesse longe
dali, em
LEONOR ao menos, O direito de nos ver sen tim
completo alheia
ment o obj eti vo. El a é tôda re-
tem,
êle não enquanto nós mesmas?
trabalha paranão a.) Schumann!
Como é bo-
brincar, sei se ma- colhimento. É alm chumann !... Bonita e ete
eS
PEQUITGTA -
Acho, mas nota a Reverie d nca porque morrendo quan-
na ! Nã o morre nu meça, como
mãe acha... coma me- sce quando reco
LEONOR - Se
não achar que
Sinhá e do se acaba, rena , igual mas sempre nova!
dia
ri perdidamente. a luz de cada o é somente cére
bro de um
nos... (Chiquinho olham para a PO! Eterna porque nã alma de um artista! Alma
Pequitota, assustadíssimas, ém
gênio, mas tamb nhou, cantando! Para ouvi-
ta da casinha.) am orada que so ver 3a
SINHÁ - Leonor! en xe para não mo
- Chiquinho !... qUe la, o vento não se me sil enc ios os. .. 08
PEQUITOTA slizam
- Não sejam medrosas 194 fôl has ... 09 rios de as pássaros não can-
LEONOR ...
é feio. mêdo de insetos não piam i s companheiras
©
- Eu não tenho ta m! .. . (Pausa. cer ta est ranheza, dis-
CHIQUINHO se co m
Chiquinho olham- chem OS olhos!
(Ela
nada!
- Olhe titia aí!... le- cr et am ente cômica.) Fe ois de se ent reolha-
LEONOR dá um grito, outros, dep
CHIQUINHO (assustado, 8 cerra os dela. Os pebras.) Assim ..
à guisa de defesa, como escudo re m, fe ch am também as pál eabrem um ôlho
vanta a mão supli- Os outros entr
janela, para O quintal, fecham novamen-
dá um salto da' Eu não faço mais! (Leonor
cando) - Perdão! olha a mêdo
também. O pião,
ri. As pequenas . Ele perce- ,
a jan ela . As risadas redobram e à jane-
para no va me nt
ra, SO be gente vê m
bendo a brincadei pequenas cOm o olhar.)
ja, fulm in an do as nã o Chiquinho apert
(i mi ta nd o- o) - Perdão! Eu nos.
não vêem. Abrem- am as sombras dos sonhos
LEONOR .) Pass
a fec há- los ta coisa bo-
faço masi. A ntando ! .-. . Quan
o!
SINNAÁ - Medros e quem fala!... da nossa vida, ca olh os fec hados, ouvindo
de
CHIQUINHO -
Olh
ponder a nita a gente vê cio. A música termina.)
NH Á (le van tan do-se para res do de está música! (Si
lên
de apertar muito )
os
SI do de quem? Mê UINHO (depois de
) - Eu ? Mê CH IQ no r nã o re sp on
Chiquinho onor? (Leo
quem? olhos) - Siá Le
- De sua mãe! Le on or ? baixo)
CHIQUINH O
de mamãe? Pois,
sim ! Siá apenas, um ôúlho,
SINHÁ - Mêdo e-p é foi SINHÁ (abrindo,
ant
levantou, e pé-
- Cale a bôca! o os ta
LEONOR (que Se ma, imitando Nhanhã) É que eu não vej
-se atr ás da pri CHIQUINHO -
postar
do de mim? lheres. ..
-- Não tens mê
(fingindo-se apa
vorado) - Psiu!
NH O PEQUITOTA - areá e não encon-
NHO - Preciso
CHIQ UI
pau ! UI o
Não lhe bat a co m êss e
tan do- se) - CH IQ
tei a) Ma is fe chado do que ist
de mêdo, vol tro nem um. (ta m dor de ca
SINHÁ (cheia Cho ra. Os já est ou até co
(Dá com Leonor. não é possível. tou fazendo € nã
o
Mamãe, eu ju... ça de tan ô in há e Pe-
rie m.) pe lho s? (S
outs chorona!
vejo nada. Pos a mêdo, espremid
a-
berrador ! qui tot a riem, a princípio a. Leonor abre OS
n- o na bôc
. Estamos brinca mente, com A mã Chiquinho ainda de olhos
ue £m um a torneira em olh os. Mir a-a s. Vê . Sorri. As
do. Você parece ura dos talhesres e. Chiqui-
a ôlh o!. .. «
te, de fechados, à proc ri em fr an ca me nt
cad -se, bruscamen ão,
SINHÁ (desvencilha ! . .. g duas outras, ent olhos. E ri tamb
ém.)
- Ora , ta mb ém n. .: nh o animado, abre os - E ag or a Va
Leonor ] ahi )
- Ahn, ahn, ahn, legremen te
LEONOR (chora) tem PEQUITOTA (a
chorar) - Que uma viu!
(pa ran do de s sa be r o que cada mamãe
SINHÁ mo
Po T várias vêzes...
ndi-a? SINHÁ - Vi, (risos) E você,
você, Leonor? Ofe ndo) - Não0 00 ! er ver est rêl as.
LEONOR (cho lrando? chegar e nos faz
POI que está cho mos- iquinho? três irem
SINHÁ - Então sempre) - Par a Ch
Eu vi tôdas as
ON OR (ch ora ndo (Ri . CH IQUINHO - (ri sos ).
LE ehora, Um hospíc io ...
fica feia quando direitinho para or? (Cessando
de
trar como você lev ava m a sét io o E voc ê, Le on
ota, que SINHAÁ - do) Está com
OS
Chiquinho e Pequii .) iss o? (R in
riem também rir) Mas que
é
chôro de Leonor, Olha para todos aque riem água !.. .
SINHÁ (sorri. olhos cheios d' a-se para
, ahn, ahn, ntirosa! (Afast
res olv e cho rar outra vez) - Abn De Ye- LEONOR - Me
, os olh os. Si nhá e Pe-
e outros aumenta. , disfarçadame
nte
. (O ris o dos um lim par an ça m pa ra Leonor,
ahn!.. da casa do fundo,ouve. a se entreolham.
Av
mo Se
ouv e-s e, vin do qui tot , igu ais , co
pente Sc humann. Leonor ent e, COM passos
Rev eri e de dec idi dam
trecho da façam ruí
sinal para que não marchassem.) e tambor)
Perturba-se. Faz nho morre ET omo se rufass
uit ota e Chi qui CHIQUINHO (c pequenas la-
do. O riso de Peq por ém, ain - (A s du as
inui o chôro. Dá, depois de ta-pla n.
poucos. Sinhátdim Ra-ra-ta-plan, ra-
uço qua se imperceptível de iam Leonor.) gida) -
da um sol com energia fin
sa. ) eta , SI NHÁ (chamaa,
uma pau - Psiu! Fique qui or !
LEONOR (nervosa) Senhorita Leon
(Si lên cio . Leo nor , shonhadora, di-
menina !...
E. 0a€
BR DFANBSB NS;CPR.TEAPT

MANHÃS DE SOL

PEQUITOTA - Volte-se para nós! cortado de uma revista, quem é que tem, de-
baixo do colchão da cama?
CHIQUINHO - Meia volta. Volver! (Leo-
SINHAÁ - Eu faço coleção de artistas de
nor volta-se. Está sorridente.)
cinema...
SINHAÁ (ameaçando-a com o dedo indica-
LEONOR - Mas êle não é artista de ci-
dor que marca as sílabas ditas destacadamen-
nema, é estudante de direito...
te) - Vo-cê-es-ta-va-cho-ran-do0dô (acentua a
PEQUITOTA - Mas não estamos tratan-
última sílaba).
do de você. ..
LEONOR (idem) - Não-es-ta-vaaa! (rápi-
SINHÁ - É de você. .. Das flôres que Sle
da) Não tenha mêdo da concorrência. Você
manda a você. ..
continuará a ser a única chorona da casa...
PEQUITOTA - Das conversas ali por ci-
(Chiquinho ri.)
ma do muro...
SINHÁ (a Chiquinho, com cara de chôro)
SINHÁ - Dos olhares na novena...
-- Chiquinho !...
CHIQUINHO - Ele só vai tocar violonce-
CHIQUINHO (apontando a rir) - Ela vai
lo na igreja, agora, para agradar a tia Ca-
chorar!...
briela. ..
PEQUITOTA (à irmã) - Sinhá! (A Leo-
SINHÁ - Ele chegou muito antes de v0-
nor, que ri) E Você não disfarce. (Segura-a
cês, com o outro maluco, para tratar-se. Não
por uma orelha. Sinhã já sorridente iaz O
atendia a chamado de ninguém. (A Pequitota)
mesmo com a outra. E levamna, assim, para
Lembra-se? (A Leonor, como se fôsse Alvaro
um canto da cena, assobiando uma canção
quem falasse.) "Sou doente. Não sou médico."
popular e dando aos corpos a cadência da
Estava fraco. Vinha tomar ares. Não apanha-
musica. Chiquinho, feliz com a brincadeira,
va sereno nem chuva. Você chegou... êle apa-
cania e marca os compassos com palmas.)
nha tudo para ir onde você vai!
PÉQUITOTA - Leonor, olhe bem para
PEQUITOTA - Tia Gabriela teve uma
nós!
constipaçãozinha de nada, e êle, sem ninguém
LEONOR - Não pósso. Fico vesga. Uma
chamar, aparecia aqui não sei quantas vêzes
está de um lado, outra está de outro... (As
por dia...
duas se reúnem, de costas para Chiquinho.)
SINHAÁ - Olhe agora! SINHÁ - E você não é a mesma!
CHIQUINHO - Vê de olhos fechados !
PEQUITOTA - Mas sem fechar os olhos.
SINHAÁ (rápida, repreendendo) - Chiqui-
LEONOR - Não estou fechando os olhos.
nho! (A Leonor] O vento passa cantando...
Estou piscando... Namorando o Chiquinho.
Os sonhos não se movem. ..
CHÍQUINHO (importante) - Vê lá se eu
PEQUITOTA - Chpra à tôa!
dou confiança!...
CHIQUINHO - Até parece a Sinhá...
PEQUITOTA - Não disfarce. Olhe bem !
exageradamente Os LEONOR - E daí?
LEONOR "*(abrindo
SINHAÁ - Chiquinho!
olhos e quase dando uma cabeçada na inter- PEQUITOTA - Confessa?
locutora) - Pronto!
LEONOR - Vocês estão doidas!
PEQUITOTRA - Você tem coragem de ne-
SINHAÁ (depois de piscar para Pequitota)
gar que gosta do Doutor Álvaro?
- Então desculpe. Não precisa zangar-se. Nos-
SINHAÁ (afetando a sua simplicidade) -
so intuito era só de prevenir você para estar
E vice-versa?
preparada.
LEONOR (que, embora compreendendo
LEONOR - Preparada para quê?
que se havia traído, procura salvar-se mudan- SINHÁ (# Leonor) - Conto?
o curso da conversa) - E vice-versa? (Ca- LEONOR - Conta, quê!
coando) A Sinhá está falando difícil! Repita.
SINHAÁ (como se desabafasse) - Tia Ga-
Quero tomar nota. Como é mesmo?
briela sabe de tudo!
SINHÁ (com cara de chôro) - Isso é
LEONOR - Sabe? Contaram-lhe ou ela
privilégio seu. O vento não se mexe... Os so-
viu alguma coisa?
nhos passam cantando... (Ameaçando de cho-
PEQUITOTA - Caiu! Caiu! (Chiquinho ri.
rar) Ahn...
Leonor leva a mão à bôca ,percebendo que se
PEQUITOTA - Sinhá, não derreta agora!
havia traído.)
(interessada à Leonor) Vamos, responda.
SINHÁ (ao mesmo tempo) - Viu como é
LEONOR (com ingenuidade estudada) -
verdade?
Gosto. ..
LEONOR - Mas ela sabe mesmo?
PEQUITOTA (triunfante) - Ah!...
SINHAÁ - Ainda outro dia brincou com êle.
LEONOR - ...gosto de ouvi-lé tocar vio- LEONOR - E éle?
loncelo.
SINHÁ - Ficou vermelho como um pi-
SINHÁ (como se fôsse um comissário de f
pthão!...
polícia procurando contradizer um criminoso)
ª NHANHÃ (que se aproximou, de um ra-
- Isso era violino!
pelão violento, arranca Chiquinho, que está
LEONOR - Eu sei. Não erá êle. Ele não
distraídg, da janela) - Ah, seu sem-vergo-
está em casa. Saiu cedinho... Quem tocava
rha!... Aqui é lugar de arear talheres?
era o Renato, entendeu? (Maliciosa) O Re-
nato... CHIQUINHO - Não faço mais!
SINHÁ - Não sei porque você me fala NHANHÃ (de dentro) - Sujando a sala
nesse sujeitinho dêsse modo... tôda! Vai me pagar. (Ruído de bôlo.)
LEONOR - Sujeitinho? Eu sei, meu cha- CHIQUINHO (de dentro - Ai! ai! ai!
fariz ambulante. .. (Sinhá e Pequitota, acovardadas, correm para
CHIQUINHO (rindo) - Chafariz ambu- um canto.)
lante, é boa! & LEONOR (indignada, corre ao portão da
SINHAÁ (choramingosa) -- Chiquinho! (A E. e chama para o pomar) - Tia Gabriela?
Leonor) Eu até tenho raiva dêsse não-sei-quê! Venha cá!
LEONOR - Raiva? E o retrato dêle, re- CHIQUINHO (descendo os degraus da
é

BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. Og /

e
REVISTA DE TEATRO 15

escada da D. agarrado por Nhanhã que o per- ra lhe dá alguma coisa? Portanto, quando não
segue, consegue desvencilhar-se das mãos da faz, também não pode dar-lhe pancada. É
megera que grita: "Descarado", "Sem vergo- assim que se educa. Perdoando os erros, com-
nha" e, contornando o poço, vai ficar à esquer- pensando os acertos.
da do mesmo, sempre pedindo, sempre supli- NHANHÃ (irônica) - Obrigada pela lição.
cando) - Chega! Não faço mais! Não faço LEONOR (sem se desconcertar) - Não
mais! (Renato, que ia sair, pára no cimo da há de quê. E se daqui por diante tornar a va-
escada.) ter no Chiquinho...
NHANHÃ (feroz, empunhando uma pal NHANHÃ -- Você me dá pancada?
matória) - Venha cá! LEONOR - Não. Não lhe dou açúcar...
CHIQUINHO (suplicante) - Pelo amor (ri).
de Deus! (Nnhanhã atira-se sôbre êle. Ele NHANHÃ - Com licença. Não posso mais.
entrega-lhe a mão. Ela vai desfirir o bôlo.) Arrebento. (Sai.)
LEONOR (como se visse algo de anormal GABRIELA - Espere, Nhanhã. (Ela pára
atrás da tia) - Meu Deus, olhe aí titia! na porta da D. A Leonor, enérgica) Isso é de-
NHANHÃ - Ai! (Volta-se assustada.) mais! Vem cá! (Segura-a com fôórça, por um
LEONOR (rápida, a Chiquinho) - Fuja, braço.)
pôbo! (Chiquinho, como uma bala, foge pelo NHANHÃ -- Isso! Muito bem! É do que
portão do F. Nhanhã volta-se, como um relâm- ela precisa! (Sai.)
pago. É tarde. O peão perdeu-se na distância. GABRIELA - Leonor, pelo que fizeste!...
Sinhá e Pequitota, olhos arregalados, contem- (Olha para trás. Vê que a irmã já entrou.
plam com admiração a prima, e com pavor, a Completa, então, a frase, carinhosamente) ...
mãe. Renato sorri. Leonor, fazendo letras com mereces muitos beijinhos. Fizeste muito bem,
o dedo na tampa do poço, em atitude entre filha. (Beija-a. Sinhá, Pequitota e Renato, in-
precavida e desafiante, tem os lábios unidos do, aplaudem com palmas e "muito bem". Ga-
em bico, o nariz franzido e os olhos para 0 briela impõe-lhes silêncio, sorrindo.) Psiu!
alto. - Nhanhã que, num relance, compreen- (Alteia a voz, com energia, dirigindo-se para
deu que fôra vítima de um truque da peque- a porta, falando para dentro da casa para que
na, fúlmina-a com o olhar. Gabriela, entra, a irmã a ouça.) E que isso nunca mais se re
apressadamente, do portão da Esquerda. Isso pita, ouviu? Não quero que faças mais isso,
tudo é passado quase que simultâneamente.) senão!... (Baixo, voltando-se para Leonor.) E
GABRIELA - Que é isso? Por que "Essa agora entra chorando. Vá fazer as pazes com
gritaria? (Vendo a atitude da sobrinha e da ela. Ela não é má. É - coitada! - ignorante.
irmã, indo ficar entre-as duas) Mas que foi, Vem. (Sai) (As três meninas, em fila, a rir
afinal, que aconteceu? baixo, vão saindo na ponta dos pés. Sinhá joga
NHANHÃ (bufando) - Pergunte à sua olhares ternos 2 Renato, que lhe corresponde.)
encantadora sobrinkg. LEONOR (a Renato) - Não olhe muito
LEONOR (a Gabriela que se volta para para Sinhá. (Mostrando-lhe a palmatória que
ela) - Não precisa perguntar, tia Gabriela. Nhanhã deixou sôbre o poço) Olhe o que o
Basta olhar: olhe. (Aponta para a palmató- espera!
ria. Gabriela olha. Nhanhã perturba-se, afinal RENATO (rindo) - Qual!... Isso não dá
explica.) para o gasto da casa!...
NHANHÃA - Aquêle demônio veio arear LEONOR - er saber de uma coisa?
os os talheres na janela de sala de jantar. (Olha para Sinhá) Ela o chamou de "sujei-
Desculpe, minha irmã! Mas aquilo é um de- tinho".
mônio ! SINHÁ - Ih! Que mentira, seu Renato !...
LEONOR - E titia, que é um anjo, resol- LEONOR - Chamou! Chamou! (Entra a
veu espancar o demônio a. correr, com Pequitota. Sinhá, distraída, fica
NHANHA - Espancª-lo, não! a olhar o rapaz.)
LEONOR - Fazer-lhe mimos com a pal- RENATO - Deixe estar! Você vai para a
matória ... lista negra! (Sinhá, sorridente, pára. Está ena-
GABRIELA (repreendendo-a) - Leonor? morada. Olha-o sem dizer palavra. O rapaz
LEONOR - Perdoe-me, tia !, põe-lhe a língua.) Ahn!... Nunca me viu?
NHANHÃ - Mais tarde êle há de me agra- SINHÁ - Nunca, pronto!
decer as pancadas! É assim que se educa, RENATO - Onde você arranjou essas
comptende? Você - aposto - nunca apanhou. trancinhas, hein?
LEONOR - Está se vendo .a. SINHÁ (ri sem vontade) - Ah, ah, ah!
LEONOR - E a senhora apinhou ... Desculf€ não rir mais, por que não achei gra-
NHANHÃ - Graças a Deus! ca, ouviu?
LEONOR - Está se vendo também . .. RENATO - Daqui a pouco eu digo uma
GABRIELA (conciliatória) - Minha fi- das minha e você abre a bôca. (Imitando-a,
lha!... quando chora) &hn !...
LEONOR (numa repentina indignação) - SINHÁ - Ah! não me amole. (Sai.)
Isto revolta, titia! RENATO - Sinhá! 6 Sinhá?
NHANHÃ - E como quer que o eduque? SINHÁ (voltando, risonha e curiosa) -
Com torrões de açúcar? Que é, seu Renato!
LEONOR - Com torrões de açúcar. Até RENATO (descendo a escada) - Nunca
aos animais se ensinam assim, nos circos. Com me viu? (Póe-lhe a língua). Ahn... (Enterra o
torrões de açúcar. Recompensando-os quando chapéu na cabeça e desce a escada, correndo,
fazem o que se quer que éles façam. A pequena faz um muchôcho e sai pela D. O
NHANHAÃ - E quando não fazem o que Mestre Domingos, sempre resmungando a sua
se quer? canção, aparece no portão do F. Sinhá volta
LEONOR - Basta não lhe dar nada! Quan- trazendo um tricô.)
do o Chiquinho ,faz o que deve fazer a senho- MESTRE DOMINGOS - Entra, Saci!
#
E 4,351“
TEAPT
NS.GPR
BR D EANBSB

MANHÃS DE
SOL oa
16
á, você não
irado) _- Sinh
escada RENATO (adm
o-se nó degrauMeda
me ro ?
s, de Ho
SINHÁ (sentand- Boa tar de, st re Do conhece o Ulisse
e filho?
SINHÁ - Pai
para fazer tricô) (e sc an dalizado) - Si
nhá!...
mingos! panhá la RE NA TO miração é essa
DOMINGOS - Pode SINHÁ - Não
sei que ad
daq ui. Nunca fui ao
Rio de
Só conheço gen te

SINHÁ - Pode. OS - Saci, também? Jan


eiro. . Cristo
irá para O céu
RE pO MI NG RE NATO - Mas us .. ." Pois eu
MEST mb ém . les é O reino do s cé
SINHÁ - Sac i, ta vem dis se: "dê
OS - Vem. Saci, u o Ulisses, de
Homero.
MESTRE DOMIdaNGE. M. cantarolando. Re- so SINHÁ - Você? e é
(Sai, portãozira nho beça no por- Você sabe o qu
rr at ei me nt e, enfia a ca pr eg ui - RE NA TO - Sinhá!
nato, so boceja, es
nhá, sem vê-lo, a, come- uma cobra? a) - Sei!
tão do F. Si A língua de for
, co m SINHÁ (admirad ra.
você é uma cob
po is
cando-se- De
ca a trabalha
r. Pausa.)
á! RENATO - Pois
nh ?
RENATO (c
hamando) - Si SINHÁ - Hein ao invés de atr
air O
(a ss us ta nd o- se) - Quem é? vor? RE NA TO - Só que atraiu com O canto,
SINHÁ r um fa o olhar,
cê quer me faze passarinho com
RENATO - Vo a
? Eu sou O passarinh
o.
SINHÁ - Nã o! z! Ca ma ra da - en te nd eu
ar in ho Ou Ulisses de Ho
tindo) - Fa SINHÁ - Pass
RENATO (insis
ero? amabili-
gem .. Se dissesse uma
SINHÁ - Não. RENATO (como Homero, para os inteli-
até 1080. (Sai.) de
RENATO - Então...tempo! dade) - Ulisses passarinho.
SINHÁ - Há
mais
de novo) - gentes; Para você, - ito obriga... (Faz
0 portão, SINHÁ (ingênua) como se refle-
RENATO (abrindo sílaba,
(Sai.) longe... ligeira pausa na última irritada) Como foi
Até logo. que estivesse e pergunta, Um pouco
- Pensei Adeus! tisse
SINHÁ entrando) - mesmo que O
senhor disse? O que
RENATO (novamente, chamo - Não tem importância.
- Seu Renato, olhe que Ih! RENATO saiba que voltei atraí-
SINHÁ mêdo) que você
mamãe!... (Renato
foge, fingindo me interessa é um passarinho
pelo
! Fugiu de mêdo ! O do por sua VOZ, como
Medroso não faz mesmo - _ .
RENATO - Então, olhar de uma cobra. e envaidecida)
-
SINHÁ (já reconciliada
Seu Renato:
SINHÁ - Não.
. Muito obrigada, Você tem uma VOZ linda! É
Es tá D RENATO -
RENATO -
mundo muito
pequeno: uma Gali Curci! - Acha, Seu Renato!
a! .. . (Fecha e SINHÁ (derretida)
trar um di & - Sua garganta é preciosa.
Abreo) Sinhá! o quem diz: "qutra vez!") - RENATO
Acha ,seu Renato? que trouxe
SINHÁ (com Acho. Tanto assim
Re na to ! ra
Que é, Seu
- Nã o pa re de trabalhar pa para essa garganta!
RENATO um presente si de contente)
ou nã o me fazer O favor? (não cabendo em
re sp on de r. Qu er cô) - Qu e SINHÁ é?
e fazendo O tri Que
um pedaço de
SINHAÁ (sempr - Um presente?!
(mostrando-lhe mãos) - Uma
RENATO
favor é? ondido nas
z?
RENATO - Fa rse livre dele) - Faço. a corda em DES
SINHAÁ (p ar a ve cor te) Hurrrr !...
é? r ur , pe da - coço. Imitan
e ta
Qu .. Mme empres SINHÁ (
RENATO - É. ra eu fechar uma carta,
ss a lí ng ua pa ahn, abn!... (V
co de bi
empresta ? Seu Rena to ! Renato,
SINHÁ (levan
tando-se) --
. A peque-
RENATO - Não
fe ch ando o portão do. (Segura-a. Limpa-
(Ele sai a se Nua
sorri. Senta-
fa z mu ch ôcho. Depois ic ô. Po e a uma idiota!...
na r tr SINHÁ (recomec
a do PO CO Volta a faze de do s. um
beirad nta
RENATO (tirando a ©
de fo ra . Pe ga-a com a po lt a A
língua ro . Tr ab al ha. Vo (Coloca-lhe
paa dent - Espere.
Põe a língua fora. Repara
no o ruí
er, à língua de nsa: uma Brolta, imitando;
pôr, sem quer a pá -l a. Re co lh ea . Pe
volta numa fechadura)
a a. aP m a dar
defeito. Torn sem estar co ainda
de fazer tricô, a chei O "choreiro". de chorar, mas
o único meio cantarola um
To ra da bô ca , é ca nt ar . E
ec e po r SINHA # narando Choreiro?
líng ua nato ap ar ) -
. Um tempo. Re com voz senti de chorar...
velha canção - A máquina está
cima do mu ro .)
Si nh á?
RENÁTO
guarda a chave) Bem. já
TO (c ha ma ndo) - nha ri. Renato para despedir-se)
RENA
tada, levanta-
se rápida, lhe a mão
SINHÁ (assus sorrindo. (Dando denzosamente
a mão,
es qu er da) - Ai! 1080 (Balança-lhe.
uma corrida pa
ra A Até ingênuos.)
u eu! como namorados Até 1080.
RENATO - So do balanço) -
Vo ltou?! SINHÁ (gostando para O portão,
SI NH Á - ses, de Home-
ltei como Ulis RENATO (encaminhando-se
pequena € sempre
ba-
RENATO - Vo . A sereia é mão da
sem deixar a
se re ia
lo canto da
ro, atraído pe logo.
Jançando-a) - Até - Até 1050...
ia? SGINHÁ (idem) é sério. Faz Um
favor?
SINHÁ - Sere ale é sereia?
- Não sabe o ta RENATO -
lo que faz! (Imi Faz?
NHA - Sei.
É aq ui (Muito mimoso)
elgtrica.)
uma sereia

b
BR DFANBSB NS.CPR.TEAPTE. 0460 464 >

REVISTA DE TEATRO 147

SINHÁ (completamente entregue) - Fa do o muro. Leonor acompanha-a, admirada.


co, sim. Que é? De repente a pequena não se contém mais)
RENATO (tirando com a mão livre uma - Que é que você quer comigo? Não tenho
carta do bôlso) - É entregar esta carta.. nada! (Gritando) Não tenho nada! (Dá um
SINHÁ (convencida de que a carta é para soluço e sai, a correr, pela D. M., deixando
ela) - P'ra quem, seu Renato, p'ra quem? cair o tricô e a agulha que tinha nas mãos.
RENATO - Entrega? Leonor olha-a, coça a cabeça, apanha, depois,
SINHÁ - Entrego, sim. É... (Envergo- o que caiu e leva tudo para o banco da D. B.)
nhada como se dissesse: "é para mim?!!) p'ra CHIQUINHO - (pondo a cabeça pelo mu-
quem? ro do lado esquerdo, medrosamente, chama
RENATO (no mesmo tom) - É. . para n com precaução) - Siá Leonor! Siá Leonor!
Ester. (Esconde-se atrás do imudo.)
SINHÁ (puxando, bruscamente, a mão) LEONOR (voltando-se) - Quem é?
- Hein? CHIQUINHO (pondo a cabeça novamen-
RENATO (justificando-se) - O velho hoje te) - Sou eu! (Como vê que Leonor não o
não saiu de casa... encontra.) Estou aqui.
SINHÁ - E o senhor pensa que eu sou LEONOR (descobrindo-o afinal) - Ah!
onze letras? Não levo nada, pronto! CHIQUINHO - Ela está mais mansa?
RENATO - Está com ciúmes? LEONOR - Acho melhor não entrar já...
SINHÁ - Eu?! CHIQUINHO - Mas é que ainda não
RENATO - Se você fôsse rica era com jantei. .. [N
quem eu me casaria. Mas você é mais "pronta" LEONOR - Desça daí. Vou ver se encon-
do que eu!... tro alguma coisa na cozinha. (Sai a correr,
SINHÁ - (irônica) -- Sim... D. M. Chiquinho, precavidamente, salta o mu-
RENATO - É sério. Caso-me com outra ro, e fica à espera, um Ólho na porta da casa
contra a vontade, porque eu gosto é de você. outro no portão do pomar, como se fôra um
SINHÁá - Daquela moda!... ladrão. A espera é curta porque Leonor, apa-
RENATO - Desde que cheguei a êste bem- rece.) Não encontrei nada. O que sobrou de-
aventurado lugar. Você estava na estaçao O ram aos porcos. Só encontrei pão e assim
trem parou, lembra-se? Pus o primeiro pé na mesmo duro.
plataforma. Vi você. Sabe o que fiz? CHIQUINHO Se eu tivesse nascido
SINHÁ (novamente ingênua) - Não. Que porco !
foi? LEONOR (snrrmdo) - Teria comido, Chi-
RENATO - Pus o outro pé. (Ri) quinho. ..
SINHAÁ (desiludida) - Ah! CHIQUINHO - Ser porco é melhor do
RENATO - Então, não lava mesmo a que ser gente!...
carta? LEONOR - É e não é. à
SINHÁ - Não. CHIQUINHO - Por quê?
RENATO - Então até logo. (Estendendo- LEONOR - Porque um porco não conse-,
lhe a mão.) gue nunca ser homem ;e há muito homem que
SINHÁ (recusando-a) - Não dou, pron- pode ser porco...
to! (Senta-se no poço.) CHIQUINHO - É? Então eu quero virar
RENATO - Olhe que você chora... porco, só para comer bastante!
SINHÁ (peremptória) - Hoje não há 1a LEONOR - Geralmente é para comer
da que me faça chorar. bastante que os homens viram porcos...
RENATO - Não? (Fingindo que vê Nha- CHIQUINHO - O melhor é comer pão
nhã à D. M.) Boa tarde, Dona Nhanhã! duro... Estou com uma fome que como até
' SINHÁ (levantando-se de um salto, a cho- pau! (Vai levar o pão à bôca.)
rar) - Ahn, ahn, ahn... LEONOR - Não. Espere aí. Vou buscar
RENATO (rindo) - Chorou ou não cho- dinheiro lá dentro... (Chiquinho joga o pão
rou? (Sinhá percebendo a blague, olha-o com na saliência da bôca do fôrno. Ela, 2o voltar,
raiva) Bem... não leva a carta? -se, dá com Álvaro que começa a subir a sa"
SINHÁ - Não! cada do F. com a preocupação mal disfarçada
RENATO - Levo eu. Até logo.; (Sinhá de evitá-la. Esquece-se do peão. Entre irônica
estende-lhe a mão) Agora não quero. (Bate-lhe e alegre). Doutor AÁlvaro!... Bons olhos o ve-
na mão estendida. indo, pára no portão) E jam!... '(Álvaro qgu& não tem outro remédio
não se esqueca da corda!... (Sai. Sinhá vai resolve descer a escada para vir saudála) Ti-
ao portão. Olha, dolorosamente, para a rua. rou a sort& grande? Não quer falar aos D0-
Depois volta-se. Fecha o bortão. Encosta-se bres? (Chiquinho, sentindo-se esquecido, 2pa-
nêle. Faz fôrca para conter o pranto. Mas não nha de novo o pão e começa a comê-lo).
pode. E chora, desta vez convulsivamente.) ÁLVARO (abringo o portão) - Dá licença?
LEONOR (chega e encosta-se, contempla- LEONOR (entre, alegre e ressentida) -
tiva, ao batente da porta da D. Ouve um solu- Entre! Entre! Que fim levou hoje?
ço. Volta a cabeça. Contempla, por um tempo, ÁLVARO - Fui à roça.
a prima) - Que é isso? ?LEONOR - E não teve tempo de avisar-
SINHÁ (limpando os olhos) - Nada. -me?
LEONOR (encaminhando-se para a choro- ÁLVARO - Sentiu, então, muita falta?
na. Esta, riscando o muro com o dedo, pro- LEONOR (novamente infantil) - Tive
cura desviar-se da inquirição. Leonor contor- uma saudade grande, grande!...
nando o poço vai até junto de Sinhá que pára ÁLVARO (saindo, um pouco forçadamen-
e lhe sorri) - Qual! Você anda sofrendo da te, de seu tom reservadoe procurando ser
bola!... Que tem você, Sinhá? alegre). -- Do tamanho.
SINHÁ (sorri, de novo, com evidente von- LEONOR (alegremente procurando uma
tade de chorar. Continua a caminhar, riscan- comparação) - Do tamanho... do tamanho..
MANHÃS DE SOL
18
e-sol. .. Renda de
- Do tama- do o que diz) Fios de-luz-d . Tudo muito
CHIQUINHO (concluindo) fôlhas... Perfume de flor es..
nho da minha fom e (Ris os). ame nte ) A receita era
No Brasil nin- pem dosado! (Rindo nov
ÁLVARO (galhofeiro) - .. (No vam ent e se torn ando sincera) Co-
sua.
rapa z. de ninhos e asas...
gué m pas sa fom e,
il pode ser, mas loridos de penas... Ruídos
CHIQUINHO - No Bras que se apr oximavam: (imita
sei não!... Cantos de aves
aqui neste quin talz inho , não bian do) Voze s de homens que
entra? um pássaro, asso
- E por que não Eee eh booooi!... Lem-
ÁLVARO
ir lá dentro . .. se afastavam: Eh boi!
CHIQUINHO - Não posso que ela passa de
bra-se? (Pequena pausa em
LEONOR Pode. Mas se fôr apanha. saudosa a mordaz) Misture
e mande. Uma co-
digo: não pos- Era o preparo...
CHIQUINHO - É o que lher inha de hora em hora ...
foi fácil ... E o dout or (Acentuando
O resto ha de comen-
ÁLV ARO - Gue rra ? mais uma poçã ozin
um país des armado . .. a ironia) com mo num pa-
LEONOR - Ele é viol once lo - (co
e con tra o fraco. tário musical de ade de cho-
ão do fort ente vont
Apenas opress ela, Leonor) rêntese, rindo com evid
ÁLVARO (referindo-se a ali, (Aponta, acen-
rar) era mais teatral! -
sentimental) da-
E a Inglaterra?... eiro . ., tuando, sem querer, o tom
LEONOR - Ia buscar dinh la (No vam ent e jrôn ica) sem uma
Din heiro? Aqui não quela jane apenas com
ÁLV ARO (rin do) - O comp rome tess e,
palavra que e o médio a al-
há restaura ntes ... a 0 indi cado r
ent ão hei de passar êsses olhos (Lev indigitá-los,
CHIQUINHO - Mas Álva ro, para
tura dos olhos de
o dia todo sem comer? mas com evid ente vont ade de vasálos) nestes
camelos passam da fôrça que faz
LEONOR (rindo) - Os olhos (indica os dela. Apesar
oito dias... 8 er-s e, não cons egue esconder a emo-
sou camelo! para cont coisa, tanta! ...
CHIQUINHO - Eu não ção que sent e) dizi a-me tant a
NOR (ref erin do-s e à Nhanhã) - Mas tant o... tant o!.. . Dizia-me?
LEO Prometia-me havi a dito,
é da família. .. o que já me
Voc ê vai com er lá em casa. Não! Repetia-me Vez, aqui mes mo, OS
ÁLVARO -
) - Não diga quando pela primeira (lim-
#CHIQUINHO (alegremente seus olho s falaram aos meus olhos...
isso duas vêzes, que vou
mesmo ! (procurando ser
Benedito que lhe pando uma lágrima) E eu do para não
ÁLVARO - Vá. Diga ao cômica) que men ina pôba ! (rin
com er. Eu irei logo . dite i na ment ira dêss es olhos...
dê de
fora , com despre- chorar) acre ar-se)
CHIQUI NHO (jo gan do tend endo just ific
posso comer pão ÁLVARO (pre
zo, o pão que comia ) - Não Leon or.. .
portão do F. e diz: "não se jus-
sêco !... (Sai a correr, pelo LEONOR (num gesto que
degraus da escada ironia, que atin-
galga de dois em dois, os tifique" , ret oma ndo o tom de
de Álvaro. No cimo da escada pára quas e à mord acid ade) E foi
da casa ge, agora,
para Leonor). Siá Leonor, é servida Gabr iela acab ara de adorme-
e volta-se não faça cerimô- além !... Tia
de comer «comigo? Se quer, irônica) - não foi
e Álvaro cer*.. Ambos (bregeirice
é nossa... (Sai. Leonor tom ámo s o termômetro
nias. A casa
vão ficando sérios. de propósito, foi? - ) Suas mãos to-
riem-se. Depois, aos poucos para ver a febre... (emotiva te bregeira €
amen
Uma pausa). ada com caram as minhas... (nov - e a dúvida...
LEONOR - Estou muito zang irônica) - foi acas o, não foi?
Álvaro. ipad a. Voc ê falo u, enfi m. Ouvi-lhe a
você, e, Pa- ' -. foi diss
ÁLVARO (pretendendo desculpar-se, rei vive r sem você !..."
VOZ! "não pode
ra evitar <a. cena, exagerando em colóquio)
as precauções mato) - Não po-
ÁLVARO (como um autô
para que não sejam apanhados derei viver sem você!... Falso!
- Leonor...
de que a ve LEONOR (numa rev lta) -
LEONOR (sem se preocupar ÁLV ARO - Leon or!
bilhetinho dizendo um que êle se jus-
'jam) - De certo. Nem um - * LEONOR (na esperança de o vigor da
ia... endo , aos pouc os,
. para onde eu..: tifique, e perd a, and a tão es-
aque eu... porq ue, agor
ÁLVARO -
pão! (Com lá- revolta) - Então, uena pausa.
Não gaguele, mim ? (Peq
LUEONOR -
mal!... Não posso quivo? Por que foge de idente, com
grimas na voz) . Não faz Olha -o. Numa queixa, quase sorr
.. tudo seja, nada)
obrigar você a gostar de mim:. vontade de perdoálo, de que
- Leonor, cuidado .. sem pre que pode .. .(N uma suave te-
ÁLVARO Evita-me
(sem ouvi-lo, com uma ponta de cert a de que, no fim, êle aclarará
LEONOR
que mudou as- criminação, que êle repita
- Mas por pret exto para
revolta educada) chorando) Por tudo. Apenas um Torn a-se quase
sim? Que lhe fiz eu? (quase amac ia-s e.
tornou tão mau? que a ama. A voz môça, que
que, de repente, você se É mais a menina que a
c E eu acreditei nas
Tão mªlu! quem te disse fala nessa menina-môça).
AIN ÁRO - Mas, Leon or.. . boni tas que você me dizia!... (Amea-
coisas lmada, como
2 e com a mão zin ha espa
(pro cura ndo disf arça r o seu res- . cando-o Deix e esta r... Nas cartas...
LEONOR jovia l) - uma criança) m pro-
mand o o Seu tom cart a... (Co mo que
sentimento, reto arinho. No final da última o nosso segrê-
Um passarinho... Aquêle pass que? *cur a recordar-se) "Contei todo
ALVARO - Mau, eu? Por o." Sabe? Estou
ando ser bre- do ao passarinho, teu amig e e não posso";
LEONOR (a princípio procur cura do", lhe disse . Prec iso ir-m
o, sempre senti- malicioso, não?
jeira, depois irônica. No fund aqui. cheguei, tô- _- "Por causa dela"? - Que .. tua causa,
- Porq ue, logo que ondi . "Ape nas por.
mental).
quis esse ridicula- -, "Não", resp igo a ti e a
... (Co mo se ia leva r-te com
das as manhãs pri mav era te- passarinho. Quer man hãs de
ant ism o) A inol vidá veis
rizar o próprio rom tudo que vive nestas
e - (Rindo) era o "Leonor. Leva a Leonor
cia, para nós dois soment - Manhâzinhas sol. .. E êle sorr iu:
que você afirmava, não era? rapaz". Sigo o com
aos poucos sentin- contigo e levarás tudo,
de soª. ,. (se m quer er, vai,
« P #
é
9
#
BR DFANBSB NS.CBR;TEA.PTEOAÍ

REVISTA DE TEATRO

selho do passarinho: peço-te que sejas a mi- faz) Qui, qui, qui, qui, qui! (Gabriela que iaz
nha mulherzinha para, ao sair daqui, levar co- fôrea para não rir, quando, afinal, sente que
migo estas manhãs de sol. O sol na luz dos de fato, os dedos da garôta começam a atingi
teus olhos, as flores, no perfume dos teus ca- da, ri).
belos; os pássaros cantando na tua voz, o GABRIELA (rindo) - Fica quieta, Leo-
mel das abelhas, nos teus lábios, e o céu, e o nor!
campo e os ares que me fazem tão bem, na LEONOR (triunfante) - Ah! Riu! Riu!
alegria môça e pura de tua alma! (Voltando- Sou irresistível! (Falando como se fóra uma
-se para êle, alegre tom ela mesma, num tom criança) Atabou a zandinha? Sua sobininha 4
de vitória tão ingênuo que se torna cômico) boa, boazinha, boazinha!... Que foi que eu
Viu? Decorei dinho! (Pausa rápida. A ale- fazeu?
gria momentânea, cede, novamente, lugar à GABRIELA (serena e prescutadora)
- queixa, desta vez chorosa, quase humilde) Eu Não tens nada para me dizer?
não merecia isso... Você foi cruel. Enganou- LEONOR (como se fôsse uma napolitana)
-me! -- Io? Per la madona! Niente, exelença, ni-
ÁLVARO Fui um insensato! Evitei, ente!
quanto pude! Não sei como cheguei a dizer- GABRIELA - Não me estás ocultando se-
lhe tudo isso... gredinho nenhum?
LEONOR - Confessa que, apenas, se di- LEONOR (com inflexões de galega) - Se
vertia. .. lo juro, sefiora mia! Nada, por la virgem Ma-
ÁLVARO - Nunca fui tão sincero (num ria Santissima !...
transporte incontido) Gosto de ti, Leonor, co- GABRIELA - Não digas isso, nem brin-
mo se pode gostar na vida! cando! Perguntei, apenas, por perguntar. Não
LEONOR (triunfante) - AÁlvaro!... preciso que me respondas: estou vendo.
ÁLVARO (contendo - Não. Não é pos- LEONOR - Vendo que?
sível! Não posso! Deixa-me. (Afasta-se). GABRIELA - O que se passa em teu 2o-
LEONOR (Pausa. Ofendida em seu amor ração.
próprio) - Está bem. LEONOR (com os dois indicadores em
CHIQUINHO (assomando a janela" do F.) riste, apontando os olhos da tia) - Raios X?
- "Seu dotô"! A "bóia" está esfriando! Tem GABRIELA Idade... Experiência...
lá um viradinho de feijão! Ó virado!... Melhores que raios X. Não é de hoje que te
ÁLVARO - Até logo. (Sai F.) observo. A ti e a êle. Vamos - conta-me.
GABRIELA (aparecendo ao portão da D. LEONOR (contando, a rir e a saltar como
com uma "pamonha" envolta em palha de se estivesse pulando corda) - Um, dois, três,
milho verde). Leonor!... Queres um pouco quatro, cinco, seis, sete, oito, quem pular mais
de pamo... (A expressão da fisionomia de ganha biscoito! (Pára de saltar e encara, bre-
Leonor, que não a ouve, nem a vê, fa-dla inter-geira a irmã&-de-caridade). Quer biscoito, salte.
romper a frase. Desce os degraus) Que tens, GABRIELA Não tens nada para me
minha filha? contar?
LEONOR - Nada... (Gabriela volta o LEONOR - Nada, nada! (Recomeçando a
olhar para a casa do F. Álvaro sobe a escada, saltar) Nove, dez, feijão com pastéis? (Paran-
vagarosamente, desabado sôbre si mesmo. No do, novamente, à tia). Quer pastéis?
patamar, antes de entrar, deita un; olhar a GABRIELA - Nada? Dá-me tua palavra?
Leonor. Gabriela surpreende êsse "olhar. E LEONOR (saltando na corda hipotética,
compreende). a correr) - Onze, doze, treze, quatorze, quin-
GABRIELA - Hum!... ze, dezesseis, (não pode continuar a fingir
LEONOR (já senhora de si) - Que %, aquela alegria que não sente. As lágrimas
titia? ameaçam traíla. Não lhe molham os olhos
GABRIELA - Não quero prosa contigo. mas começam a envolver-lhe as palavras). de-
LEONOR - Está mal comigo? zessete, dezoito, dezenove, vinte... (Explode
GABRIELA - Estou. em pranto. Cai, chorando, nos ombros de a-
LEONOR (brincalhona. Infantil) - Então briela) Quero voltar para o colégio, titia! As
dê-me o dedinho. (Estende o dedo mínimo co- férias já terminaram. Vamos voltar, vamos
mo as crianças quando resolvem cortar rela- sair daqui... 2
ções. Gabriela não altera a austeridade da fi- GABRIELA (com muita emoção contida,
sionomia). Isso é mesmo sério? (dá-lhe um apertando-a nos braços) - Compreendo, mi-
beijo numa das faces). , que cara feia? Se nha filha, compreendo... (Pequena pausa., O
você soubesse co fica Yeia quando se zan- &oloncelo, no fundo, como um gemido huma-
ga! (Dálhe outro beijo noutra face) Não se no, recomeça. As duas escutam, e, vagarosa-
riu ainda? Rindo fica bonita! Ria! (Numa pi- mente, voltam-se para a casa do fundo. De-
rueta, passa para o lado contrário e beija a pois, ao voltarem novamente os rostos, olham-
outra face da irmÃ&de-caridade). Não riu ain- -se nos olhos. Pausa. E choram, em silêncio,
da? Está durinha, hein? (Faz jma careta) Ria! Ouvindo. Um tempo).
Dou uma cambalhota (Ameaça a cambalhota - ZEZÉ (entrando pelo portão do fundo,
Gabriela continua séria). Faço cosquinhas. .. também embebido na música que ouve) - Bo-
(Realiza a ameaça e com os dois indicadores nita essa rabeca, não é? (Ri como sempre)
em riste, avança, passando rápida e ágil, de Ahn, ahn, ahn. (Leonor e Gabriela limpam os
um lado para o outro, ameaçando cócegas em olhos, ao mesmo tempo que se ouvem garga-
Gabriela). Sou o camondango Mike e você é lhadas alegres como a mocidade: É Renato
o pato Donald. Qui, qui, qui, qui. (Como se que chega, com Firmino e Nitinho).
fôsse Gabriela que falasse, imitando o pato) RENATO (ruidoso) Entrem, entrem !
Não faça isso! Estou danado da vida! All Vamos contar a sensacional novidade. (Amá-
right! Não quero brincadeiras! O. K.! Não vel) Boa tarde, tia Gabriela. Boa tarde, (A
riu? Então não ameaço. Vou fazer mesmo (e Leonor. Gritando, novamente com a intenção
A.PTE. OQ (Ó 2 13
R DFANBSB NS.CPR;TE

20 MANHÃS DE SOL

mos ainda o Mestre Domingos, o Cassiona da


preconcebida de fazer Sinhá chegar a janela).
Nha Maria-do-papo-grande, o Formiga e vá
Que venham todos, todos, que venham todos
rios outros. Vamos fazer hoje o primeiro en-
para ouvir a boa nova!...
PEQUITOTA (chega ndo à janela) - Que saio e hoje mesmo viremos tocar aqui.
SINHÁ - E a outra novidade?
aconteceu? PEQUI TOTA - A outra?
RENATO - Aconteceu que... (Não tendo
RENATO - A fundação de uma escola
nada que contar, volta-se para a janela do
de métodos ultra-modernos. Professor ( Indi-
fundo). Ó Álvaro, pare com isso! (Num grito
ca-se e curva-se). Alunos. (Indica Nitinho, Fir-
quase desesperado). Páre com isso, homem
la) Só gosto de música s ale- mino e Zezé que fazem o mesmo). Ensino Ta
triste! (A Gabrie (Senta-se no pôço). As lições são gra-
música faz mal a gente. cional.
gres, não acha? Essa mas os "tests" são apostados. Processo
Leonor . Cessa a tuitas
(Depois de fixar a vista em modern íssimo . Desperta, a um tempo, a in-
música). A Leonor até já está com cara de
teligên cia e o interêsse do aluno, se fôr es-
missa de sétimo dia!
perto. Já fiz experiências. Eles perderam mas
LEONOR (procurando ser alegre) - Na-
ente. ganharão. Os progressos que demonstraram
turalm ..
(maldo so) - Será pela música da segunda vez, foram incríveis. Na terceira
RENATO
ou pelo músico? ganharão na certa. (Como se fizesse um gran-
!
nem outra. de elogio). São uns notáveis mentencaptos
LEONOR - Por uma coisa HO (lisong eado) - Muito obrigado
ale- NITIN
Fico assim sempre que vejo você... (Ri pela parte que me toca.
gremente, apontando para Renato desaponta- ZEZÉ (modesto) - Isso é bondade sua...
do. Nitinh o, Firmin o, Zezé e Pequit ota gozam
do rapaz). Não "semos" tanto assim... (Pequitota, Si-
a piada e a cara e Renato riem, espremidamente, com a
do, encami nha-se para nhá
GABRIELA (sorrin na bôca, da ingenuidade dos caipiras.
a porta) - Vou indo... mão
o tom ale- Leonor , que contempla tudo mais ou menos
RENATO (reagindo e tomando da, sorri com dó dos coitados).
de? abstraí
gre de sempre) - Não quer ouvir a novida FIRMI NO (de boa fé) - Por enquanto o
É sensacional!
mentecapto tem sido só o senhor ...
GABRIELA (referindo-se com bonhomia,
, à respos ta de Leonor ) - ZEZÉ e NITINHO (aplaudindo) - Muito
risonha e irônica bem! Muito bem!
Não, meu filho. A que ouvi me bastou . Até
LEONOR (acompanhando os aplausos,
logo. (Sai. Leonor e os outros riem, apontan-
irônica) - Bravo! Muito bem. (As pequenas,
do para Renato, novamente desapontado).
agora, riem de Renato. Ele sorri, amarelo.
RENATO - Mas será possível?! Hoje to- Reage).
dos tomaram assinatura em cima de mim?
grita novame nte) Che- RENATO - Muito obrigado! Muito obri-
(Depois, refazendo-se, Vou fazer uma demonstração prática
novida de! (Gri- gado!
guem todos! Venham ouvir a processo de ensino. Atenção! (Tiran-
m ou- do meu
tando quase para dentro da casa) Venha uma nota de cinco mil réis do bolso) Cinco
vir a grande novidade! do
PEQUITOTA (que saiu da janela, vindo mil réis cada um. (Todos sacam cinco mil
réis). Deposita-se aqui. (Depositam) O "test"
ao encontro de Renato) - Não grite assim.
Mamãe pode ouvir! é simples. Sistema intuitivo. Resposta indire-
RENATO (rápido) - Não ouve. Ela está ta. Exercício para a sagacidade dos alunos.
o olho com o Quem responder certo, leva tudo. Todos pu-
na frente da casa. (Repuxando
m saber seram?
indicador) Eu vi! (Gritando) Quere NITINHO - Todos. (Leonor, mais inte-
qual é a novidade? (Curiosidade. Rodeiam-no, , aproxima-se do grupo).
ressada
menos Leonor) Querem saber a novidade?
PEQUITOTA - Conte! RENATO - Um pintor, num andaime,
pinta uma casa. Escorrega e cai. Cai contra
RENATO (gritando sempre) - Vou con-
o que acon- que? (A Nitinho) Depressa?
tar a novidade. Querem saber
NITINHO - Contra o chão.
teceu?
(surgi ndo a porta) - Que foi que RENATO - Perdeu, (Aponta para Zezê)
SINHAÁ Cai contra que?
aconteceu, seu Renato? Que aconteceu? ZEZÉ - Contra a calçada, ahn, ahn, ahn.
RENATO (que não tem nada de sensaci o-
Aconte ceu... RENATO - Perdeu. Ahn, abr, ahn, ahn !
nal para contar) - Aconteceu... (A Firmin o) Cai contra que?
LEONOR (brincalhona) - Não aconte ceu
FIRMINO - Cai contra... (Coçga a ca-
nada. Ele queria apenas que você aparecesse beça).
cobro nada.
(cínico ) - Foi. (Risos ) RENATO - Rápido, senão perde. A res-
RENA TO
Pois vou-me embor a outra posta é fácil. Cai contra que?
SINHÁ - É? FIRMINO - Cai contra um toldo que ha-
vez. via em baixo.
RENATO - Não vá. Aí vai a novidade RENATO - Não. Perdeu. Perderam OS
sensacional. (Sobe para o pôço, como para três. Cai contra a vontade. (Apanha o dinhei-
um púlpito. Sinhá volta-se, curiosa). eus
ro) Por vontade dêle, êle não cairia, não é
amados irmãos. Guararema vai ter dois" me- isso?
lhoramentos de alto valor! O primeiro, a fun- OS TRES (uma frase para cada um, 2o
dação de uma filarmônica local. (Apontando tempo) - É verdade! É isso mesmo!
(Firmi no, sempr e mesmo
para Firmino) Clarinete. não me ocorreu isso!
reverên - Como
regularmente embriagado, faz uma RENAT O (guardando o dinheiro) - Vi-
ri,
cia. Renato indica Zezé). Trombone! (Zezé, ram? O método é prático e simples... E não
curvando-se. Renato indigita Nitinho) Bom cobra nada.
o)
bardão ! “Vitinho curva-se, também risonh LEONOR (aos caipiras) - Emprestem-
Regente. (Aponta para si próprio e faz uma cinquenta mil réis. (Os caipiras mexem
princip ais. Te- me
reverência). Somos as figuras
sR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. 0%_. /34/

REVISTA DE TEATRO 21

prontamente os bolsos: Reunem dinheiro. A RENATO (que, sorrindo, a deixou chegar


Renato) Ponha cingienta mil réis aí. até à porta) - Sinhá.
RENATO - Cinquenta mil réis?! SINHÁ (voltando-se rápida, demonstran-
LEONOR - Sim, professor. Demonstre do ter interêsse em ficar) - Que é, seu Re-
aos seus alunos como se ganha, respondendo. nato?
(Renato saca os cinquenta mil réis, de má RENATO - Vai mesmo?
vontade. Os caipiras reuniram o dinheiro e SINHÁ (duramente) - Vou (Movimento
entregam a Leonor). de voltar-se para entrar. Como, porém, o ra-
FIRMINO - Cinquenta mil réis. paz não insiste, ela adocica a voz) Por que,
LEONOR - Obrigada (A Renato) E os hein?
seus? RENATO - Porque... podia não ir e, se
RENATO - Cinquenta mil réis. (Deposi- não fôsse, ficava...
ta-os). SINHÁ (descendo, como quem não quer,
LEONOR - Um homem todo de claro, vai os degrauzinhos da escada, balancando os bra-
saltar uma valeta cheia de lama e cai dentro cos, cujas mãos se encontram várias vêzes) -
dela. Como é que êle sai? Depressa! (Os cai- Não fico, tá aí. Pode pedir, e rogar que não
piras assistem a prova animados. Pequitota fico! Não tenho «nada que conversar com o
e Sinhá, também). Vamos professor? senhor nem o senhor comigo... Se tivesse
RENATO (triunfante) - Sai sujo de la- eu ficava... (Senta-se à beira da tampa do
ma? pôço).
LEONOR (mais triunfante ainda) - Não. RENATO (sentando-se a seu lado) - Gos-
Sai danado da vida! (Passa, ràpidamente, a to tanto de estar perto de você!...
mão no dinheiro, e entrega-o aos caipiras que SINHÁ (radiante, mas fingindo não acre-
riem e aplaudem juntamente com as duas ou- ditar) - Mentiroso!...
tras pequenas). Tomem. Dividam entre vocês. RENATO - Perdi o ano por sua causa
Vão-se embora e não estudem mais por êsse Vim para passar dois meses e já estou aqui
método. Vão-se embora. (Os caipiras, rindo- há quase quatro!...
-se, saem, satisfeitíssimos. Leonor corre para SINHÁ - Não é por causa da Ester, não?
dentro, de costas, com o polegar na ponta do RENATO (meloso) - Não...
nariz a agitar os outros dedos. Pequitota SINHÁ (com um movimento requebrado
acompanha-a, fazendo o mesmo. E Sinhá, tam- de ombros, tentando provocar uma declara-
bém. Todos riem do rapaz, absolutamente de- ção) - Então é a Vila...
sapontado. Saem os caipiras pelo portão 'do RENATO - Não... A Vila é bonita, con-
fundo. Leonor e Pequitota pela porta da D. M. fesso. Bonita e divertida. As noites são tristes,
Sinhá, que é a última a chegar à porta, con- as manhãs monótonas e as tardes aborrecidas.
doi-se do rapaz. Retira a mão da ponta do É verdade. Mas ao meio dia tudo isso é com-
nariz. Para de rir. Olha condoida para Renato. pensado. Você não imagina como espero O
Dá uns passos para aproximar-se dêle. E meio-dia! Como me divirto ao meio-dia.
chora). SINHÁ - Ao meio-dia?!
SINHÁ - Ahn, ahn, ahn, ahn. RENATO - É. Não reparou ainda? Re-
RENATO (reanimando-se, de um salto, pare. Quando bate meio-dia na matriz fico
chega até à pequena e, como se passasse a sempre esperando... esperando. ..
chave numa fechadura, no caso a mão dêle SINHAÁ - Que?
'kw, e a bõôca da sarôta, imita o ruído). Prrr! (Si RENATO - Que bata uma hora. É o me-
nhá olha-o) Fique com a chave. Tome. (Entre- lhor divertimento local! (Ri. Sinhá vai levan-
ga-lhe a chave hipotética. Ela, entre chorosa tar-se do pôço, desiludida. Ele segura-a). Oiça
Bec sorridente, apanhaa e guardaa no seio). a verdade: - Estou aqui por sua causa. (Ela
SINHÁ - Obrigada. baixa os olhos. Renato saca uma carta do bol-
RENATO - Você já perguntou a sua mãe so exterior do casaco). Gosto tanto, tanto de
se chovia quando você nasceu? você... que a não poder falar... prefiro...
(pôe-lhe a carta na mão).
SINHÁ (num muchocho) - Ah! SINHÁ (não cabendo em si de contente,
RENATO - Por que chorou agora? convencida de que a carta é para ela) - Para
SINHÁ (querendo, ingenuamente, escon- que é isso, seu Renato?
der a causa do pranto e confessando-a) - Não RENATO (muito achegado a lea) -- I$Sso
foi por sua causa não, não pense! é para você. .. (ela com a carta entre as mãos
RENATO (malicioso) - É? Quem está aperta-a amorosamente ao peito. Ele, porém,
pensando é você. .. depois da longa reticência, completa ràpida-
SINHÁ - Não estou pensando nada! Po- mente a frase)... para você... levar para Es-
dem judiar do senhor, à vontade! Que-bem- ter.
-me-importa! (Destaca as sílabas). SINHA (levantando-se de um salto e pas-
RENATO (imitando-a) - Quem-bem-me- sando para o lado opôsto do terreno) - Ah!
«importa ! É p'ra Ester, é? Olhe aqui. (Indignada, as-
SINHÁ (arrufando-se) - Seu Renato!... gando a carta) P'ra Ester!... (Junta as duas
RENATO - Confesse. Faça de conta que metades e torna a rasgar) P'ra Ester!... (e
sou o capelão. Ajoelhe-se no confissionário. vai rasgandoWsempre) P'ra Ester!... P'ra Es-
Aqui a meus pés. (De mãos postas como um ter... (e rasga os últimos pedacinhos. Amar-
padre e afinando a voz como se fôsse Sinhá) rota-os e arremessando-os ao chão). P'ra Es-
Padre, confesso - tenho um "xodó" pelo Re- ter!... (Chora) Ahn, ahn, abn!...
nato !... RENATO (chegando-se a ela, carinhoso)
SINHÁ - Pretencioso!... Sabe que mais? - Que é isso? Não seja bôba. Está chorando
Vou-me embora. (Encaminha-se para a porta mesmo de verdade? (Procura ver-lhe o rosto,
'da D., pisando duro). como se somente agora descobrisse sinceri-
%

22 MANHÃS DE SOL

dade no amor que a pequena lhe vota). Mas do! Deixa passar. Entre. (Empurra-1. Ela, em-
você gosta mesmo de mim? purrada, caminha alguns passos forçadamen-
SINHÁ (num desabafo, chorando, sem- tçde [estaca medrosa. Renato apita). Está off-
pre) - Gosto, sim! -side !
RENATO (em tom carinhoso, mas voltan- SINHAÁ (afastando-se) - Não amole, seu
do a brincar, com mêdo de se prender séria- Renato.
mente a um compromisso que não lhe con- RENATO - Dimbla e entra. Vá. (Em-
vém, a imitar a voz de chôro da garóta) - purra-a. Ela passa como uma bala, gritando,
Gosto, sim! (Mas carinhoso) Não chore. (Sin- com a mão defendendo a nádega ameaçada,
cero) Também gosto muito de você. (Brinca- que também não é atingida pelo golpe vibra-
lhão, novamente, encostando a cabeça na da do com a palmatória. Renato, animado, avan-
pequena, canta, como se fizesse calar um ne- ca alegremente) Goal! Dois a zero!
nezinho, imitando uma criança a falar). NHANHÃ (alcançando a palmatória) -
O sentor que pensa que isto aqui é?
Não "chole", nenezinho, RENATO (afastando-se até ao fôrno, onde
Não "chole", não, me bem... se encosta) - Sou apenas juiz. Não posso en-
Papai compra um doce trar nesse jôgo.
Mamãe compra um trem... NHANHÃ (dando alguns passos para êle,
que contorna a cena, no intuito de procurar
PEQUITOTA (a porta da D. M.) - Muito
o portão de saída. Está se vendo que o seu
bonitinho, hein?
mêdo é fictício. É mais debique do que mêdo)
CHIQUINHO (da janela -do fundo) - Seu
- O senhor mora aqui? (Renato, movendo :
Renato é um "bicho" p'ra desmamar crianças!
cabeça de um lado para outro, com discreto
(Situação).
PEQUITOTA - Vou contar... exagêro de medroso, responde que não). En-
SINHAÁ (implorante) - Pequitota!. .. tão, que faz metido aqui todo o santo dia?
(Ele meneia apenas a cabeça, como quem diz:
PEQUITOTA (com bonhomia bregeira) -
- "que hei de responder?") Não sabe que mi-
Fêz muito bem. Aproveite. Eu não faço o mes-
mo porque não tenho com quem... nhas filhas são mocinhas solteiras e que isso
não fica bem? (Renato diz que sim, com a ca-
RENATO - Muito bem. Vocês, depois que
beça). Não acha que tenho razão? (Ele, com
eu vim para cá, estão se civilizando. ..
a mão espalmada significa: assim, assim.
NHANHÃ (de dentro) - Meninas!
SINHÁ - Ih! Mamãe! Nhanhã coloca a palmatória sôbre o pôço).
Seu Renato, já não lhe disse que não quero
CHIQUINHO (fugindo da janela) - A
que o senhor venha aqui quando eu não os-
véia !
PEQUITOTA (empurrando Renato) - Fu tiver?
RENATO - Pois é justamente quando
ja! Fuja!
RENATO (resistindo aos empurrões, aos gosto de vir.
NHANHÃ - Hein?
é quais Sinhá se associou) - Não! Não! Não
cometi crime nenhum! "RENATO (dando uma corrida e sentando-
-se sôbre a palmatória. Cínico) - Agora po-
NHANHÃ (à porta, já com bilis na voz)
demºs conversar. (Outro som) Deixa-me ver
- Meninas! (Elas, atarantadas, param de em-
purrar. Situação. A velha a Renato, sempre a mão.
mal humorada) Boa tarde. NHANHÃ - Como?
RENATO - Boa tarde. RENATO - Tôda a gente, por aí, diz que
SINHÁ (atarantadíssima, sem saber o que a senhora é má. Acho que não é. Sei ler as
fazer) - Boa tarde. (Nhanhã fita-a. Ela leva linhas da mão. Deixe-me vêla: a senhora deve
a mão a bôca. É tarde, porém, o boa tarde sobrer do fígado. Dê-me a mão. (Nhanhã, ma-
havia saído, denunciando essa distração ca- quinalmente, entrega-lhe a mão) Não disse?
racterística dos medrosos quando pensam, Gosto muito da sua linha do coração. Mas
apenas, nos meios de salvar-se). aqui, está vendo? É o fígado.
NHANHÃ - Já são quase horas da nove- NHANHÃ - Não gosta?
RENATO - Gosto... a veneziana.
na. Gabriela não está se sentindo bem. Leo-
NHANHÃ - O senhor está brincando?
nor ficará para fazer-lhe companhia. Vocês
vão comigo. Precisam rezar. (Isso tudo é dito (Pretende puxar a mão que Renato retém).
RENATO - Não. Não. Espere. Vou ler a
muito articulado, de pessoa que não pode ex-
plodir, mas quer que compreendam que está sério.
CHIQUINHO (que chega à janela, vendo
ameaçando. Continua, tomando a palmatória
que está sôbre o pôço). Vão pôr o fichú. Va- o rapaz agarrado a mão de Nhanhã, com ma-
mos. (Avançando vagarosa, enquanto as filhas lícia, a Renato) - Mas nem a velha escapa?!
NHANHÃ (ouvindo a voz de Chiquinho)
se afastam. Está prestes a explodir tôda aque-
la raiva concentrada). Passe, Pequitota! - Ah! Bandido! (Consegue arrancar a (pal
RENATO (para ver se desarma o mau matória sôbre a qual Renato está sentado e
humor da velha e quebra a austeridade da hbrandindo-a e vociferando, sem saber bem de
cena, resolve fingir-se amalucado: - Fazse de onde saíra a voz, pois o peão se esconde logo
juiz de futebol) - Vou dar saída neste jôgo! depois da frase irreverente, encaminha-se, en-
(Apita com a bôca. A Pequitota, empurran- furecida, para o portão do fudo e dá com ela
na cabeça de Zezé que, sermK saber de nada,
do-2) Vá. Já! Coragem. (A pequena, enquanto
a velha incha de raiva, resiste, medrosa. De- vem entrando).
pois anima-se. E passa numa corrida pela fren- ' ZEZÉ - Que é isso? (Foge) -
NHANHÃ - Desculpe. Não era para o
te de Nhanhã quenão consegue atingí-la com
a palmatória no lugar onde se dão palmadas senhor. Entre.
nas crianças. Renato continua a simulação ale- ZEZÉ (entrando, desconfiado com um
gremente). Goal! Um a zero! Ale-guá-guá-guá! trombone a tiracolo e com a mão na testa)
(A Sirªá) Agora, você. Esse goal-keeper é fun- - Dá licença? Ahn, ahn, ahn!... 4
O 4aÇO,
R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.

REVISTA DE TEATRO

te. (Sorri e
que estão po ainda de ir ver a minha clien
RENATO (a Nitinho e Firmino desce ).
se devem en
parados no portão, indecisos MESTRE DOMINGOS (entrando,
sempre
- Entrem.
trar, devido a atitude de Nhanhã) dançando a músi ca da canç ão que canta rola
hora.
Não tenham mêdo. Chegaram à pa- e mast igan do uma fruta).
clari nete,
NITINHO (empurrando um Arimandolá oué !
ra os lados) -- Entrem. Arimandolá, ouá! etc.
ardão,
FIRMINO (envolvido num bomb s mú- (Gabriela sai da janela para apar
ecer à
entr am vário Álvaro
idem) - Vão entrando. (E porta just amen te na ocasi ão em que
incianos.
sicos. Tipos bem compostos de pronv transpõe o port ão do fundo ).
o terreno de
É a banda de Renato que invade ÁLVARO (risonho e amável) - Aqui
estou.
Nhanhã, atôni ta). Não poss o demorar-me porque sou o violon-
NHANHAÃ - Mas que é isso? celista da novena. Quero apenas
cumprimen-
sociedade
RENATO (rindo) - É a minha tá-la como amig o.
r para ela?
de Concertos Sinfônicos. Quer entra ada) Não GABRIELA (também sorrindo) -
E um
panc
Tocará bombo. (Gesto de dar leva da amigo que, para não perd er o hábit o faz visita
se zangue! Cure O fígado! A gente s viver de médico: apres sada.
Vamo
vida, a vida que a gente leva! tir-nos ! ÁLVARO - Vossa caridade não
precisa
músic a. Vamo s diver . ..
com alegr ia, com mais de médico. Está radiosa de saúde ami-
Estão todos prontos? os cinco GABRIELA - Mas talvez precise do
FIRMINO - Eu estou. Os últim
Zezé.
mil réis perdi num "test" com o ÁLVARO - Estou às suas ordens.
Con-
ZEZÉ - Ahn, abhn, ahn, ahn. ngos . tinua bem, não é?
re Domi
NITINHO - Só falta o Mest GABRIELA - E o senhor como vai?
debaixo
ZEZÉ - Ele está dormindo ali ÁLVARO - Quase bom...
da "arvre"... Ahn, ahn, ahn ! GABRIELA (maliciosa) - Não acredito...
á-lo com
RENATO - Então vamos acord ÁLVARO (sempre sorridente) - Não?
a palmatória
música. Atenção, (arrancando GABRIELA (idem) - O senhor,
agora, é
dela uma ba-
da mão de Nhanhã e fazendo que está começ ando a ficar "doen te".. .
velha e gasta
tuta). Já! (A banda toca uma port a e ÁLVA RO (brincalhão) - Não me assus-
. A
melodia, : regularmente, desafinada te... E é grave?
ela, Leonor,
à janela aparecem, curiosas, Gabri o "fi- GABRIELA (sempre sorrindo) -
Acho
Sinhá , estas duas já com seu médico?
Pequitota e que não. Quer que eu seja
novena. A ja-
chu" à cabeça, prontas para a ÁLVARO - Quer ascultar-me?
Um criado
nela do fundo, Alvaro, Chiquinho. por GABRIELA - Venho-o ascultando há
mui-
não ser visto
a porta. O primeiro procura to tempo ...
sos).
Nhanhã. O portão enche-se de curio ÁLVARO - E o diagnóstico?
Que be-
RENATO (regendo e gritando) - GABRIELA - Coração...
a. Cha-
leza esta estréia! É composição minh ruas! ÁLVARO (perturbado, perdendo o sorris
o)
ar as
ma-se Sinhá. Agora vamos alegr - Como ? Ela?. ..
O bom-
(Sai à frente dos músicos, regendo. GABRIELA - ...não me disse nada,
fi-
veis que fe-
bardão de Firmino dá notas incrí lho. Mas não se esque ça que dentr o dêste há-
expe-
rem os ouvidos.) bito há uma mulher... e uma mulher
CHIQUINHO (a Renato) - Isso. Vá le- riente . ..
ra-o. Ele
vando a palmatória! (Nhanhã procu ÁLVARO - Mas, que desta vez, se enga-
se esconde). nou...
filhas)
NHANHAÃ (depois de se refazer, às GABRIELA - Não... Mas não se per-
(Aponta
- Vamos-nos embora, por êste lado. turbe assim. A moléstia não é grave. O
remé-
a). Até
o lado contrário ao que saiu a band uinho dio é conhecido. Receito? Tome nota e mande
o Chiq
logo. Gabriela, Leonor, juízo! Se aviar o mais depressa possível: casamento.
do eu voltar
aparecer, não o deixem sair. Quan ÁLVARO (depois de breve hesitação) -
pancada.
da igreja vou matar aquele diabo de cando- Não é possível.
Até logo. (Sai com as duas filhas belis já GABRIELA - Como?
sorri aind a ouvin do,
«as. Pausa. Gabriela so- ÁLVARO (resolvendo-se afinal) - Sou...
de Rena to e,
longe, a música desafinada casado.
acordes
bretudo, o bombardão de Firmino em GABRIELA (apoiando-se no pôço para não
que se dest acam como trovo ada).
- cair) - Casado?
LEONOR (que está à janela com a tia) ÁLVARO (numa afirmação dolorosa)
--
o. (De fato a noite come ça a
Está escurecend Casado.
cair). Vamos entrar? GABRIELA (com uma ponta de indigna-
da ja-
GABRIELA - Vamos. (Leonor sai ção) - Mas, pelo menos aqui, sou eu a
pri-
A pori a da
nela. Gabriela vai fazer o mesmo. às meira pessoa a quem o senhor iaz essa reve-
ncelo
casa do F. abre-se. O criado, violo lação? (Álvaro baixa a cabeça. Gabriela
con-
e a ja-
costas, sai. Ela, curiosa, abre novament as tendo-se, volta ao seu tom de doçura, de do-
nela que ia fechar. Álvaro, a seguir, desce cura amarga de que faz fôrça para que
a emo-
escadas da casa). que sente nã molhe de lágrimas as
o) - Boa tarde , dou- tividade
GABRIELA (a Álvar de assun-
suas palavras. - Como se mudasse
tor. Zangado com os pobres? to e começasse a tratar de coisas que dizem
ÁLVARO (da escada) - Eu? Doutor
u- respeito a outras pessoas, não êles).
GABRIELA - O senhor mesmo. Preoc (Ele levanta a cabeça, atendendo ao
inha. Álvaro?
pava-se tanto com a saúde da sua doent chamado). O senhor não tem irmãs solteiras?
(Refere-se a ela própria) e agora... (Ele baixa, novamente, 0 olhar] nessa
idade
não
ÁLVARO - Muito trabalho. .. Mas indecisa das crisálidas!... meninas já môças
Está quas e
quero que faça mau juízo de nim. e môças ainda meninas que vêm na
vida, ape-
terei tem-
a hora de começar a novena, mas
P
BR DFANBS B 00, p | 34

24 MANHAS DE SOL

, nas, o reflexo dos próprios olhos mal-abertos LEONOR (teimosa) - Está.


de adolescentes, cheios dessa pureza ingênua, GABRIELA (com uma ponta de emoção)
dessa alegria viva, dessa esperança animadora - E você, minha filha?
' que Deus dá a todos os que começam a tri- LEONOR (forçando a alegria, certa de que
lhar um caminho que não conhecem, andando tôda a tristeza da se prende
sem saber para onde, à procura dessa grande a ela) - Eu? Não se preocupe comigo, titia.
ilusão que não sabem o que é que nós sabe- Não fique triste pensando que estou triste.
mos que é nada e elas pensam que é tudo?... Sou muito alegre e no calor da minha ale-
Tem irmãs assim, doutor? gria a tristeza é como a chuva de verão: cai,
ÁLVARO (quase num gesto) - Tenho... forte, rápida, mas passa depressa...
GABRIELA (contendo as lágrimas, doce GABRIELA - Então também estou ale-
mente ferina) - E que faria, se logo no iní- gre...
cio da caminhada, alguém um dia viesse mos- LEONOR (teimando, graciosa) - Não es-
trar-lhes que a ilusão é apenas um sonho que tá|.. Estão me dizendo que não está. Não
se transforma em desengano quando os olhos ouve? (Imitando uma voz que vem de longe)
que viam o céu, se abrem, de verdade, para "Tua tia está triste!". ..
a vida e baixam para a terra por onde cami- GABRIELA (sempre a sorrir, convencida
nhamos? f de que ela se refere ao pássaro com quem cos-
ÁLVARO - Esse alguém, irmã às vêzes, tuma falar) - É quase noite, minha filha...
é mais vítima que culpado... Vivo só... (E LEONOR (torcendo-se de um lado para
como Gabriela o olha com certo ar de desprê- outro, com as mãos nas costas, infantil, pon-
so, êle troca, aos poucos, o tom humilde da do reticências nas palavras, como se tratasse
desculpa, pelo da veemência, delicada, mas de um enigma) - Não sabe quem me está fa-
firme, embora comovida, da própria defesa). lando...
Pergunte ao seu Deus, se não é justo ao ho- GABRIELA - Será o passarinho?
mem a quem mostram na terra o desengano, LEONOR - Não. Uma estrelinha (Apon-
querer continuar a olhar o céu da grande ilu- tando) Aquela!... meio escondidinha ainda,
são a que se referiu; o ser que nasceu com espiando, apenas, com o rabinho de um olho
vida procurar a vida que o próprio Deus lhe para nós, não vê? Láááãá looonge! É sempre
deu quando ela lhe foge para esconder-se nas a primeira que sai e a última que se recolhe.
sombras da estupidez infinita das convenções É velhinha que só vendo!... Tôda enrugadi-
humanas... Pergunte-lhe, irmã, e não a mim! nha, olha! Há não sei quanto tempo - disse-
GABRIELA (serena e firme) Quero, -me ontem - vê, lá de cima, os dias e os ho-
apenas, que o senhor responda! (Há uma mens cá em baixo morrerem e tornarem a
pausa. Gabriela encara, com dureza, o rapaz nascer, nascerem e voltarem a morrer... Tem
que sustenta, com certa sombranceria, o olhar uma prosa agradável! É minha amiga, sabes?
que o condena. Depois hesita. Não pode mais. Converso com ela tôdas as noites...
Puxa um lenço. Não chega,porém, a levá-los GABRIELA - E já te disse alguma coisa
aos olhos. Resiste. Não chora. As lágrimas hoje?
saem-lhe, apenas, na voz). LEONOR - Já. Que não fôsse bôba. Que
ÁLVARO - Irmã Gabriela: juro-lhe pela na minha idade não se deve pensar; deve-se,
minha honra que... (Não pode continuar. E apenas, viver!
sai, arrebatadamente para que não o vejam GABRIELA (risonhamente filosófica)
chorar. A está hirta. Apoia- E na minha, apenas, pensar...
-se com mais fôrça ao pôço. Mestre Domingos, LEONOR (pondo a mão no ouvido em
que desde o início da cena, dançou, cantaro- forma de concha) - Hein, estrelinha? (Olhan-
lou e resmungou, tem, na sua inconsciência, do de soslaio para a tia). Isso não lhe digo!
um momento lúcido: e vem pôr o banquinho GABRIELA - Falou de mim?
da D. B. junto da irmã, que, maquinalmente, LEONOR (mudando o tratamento, com
como um autômato, se senta néêle. Depois apoia mais intimidade e mais carinho) - Que és
os braços no pôço e chora, silenciosamente. uma bôba...
Pausa. Domingos cantarola e dança. O criado GABRIELA - Por que?
de Álvaro sobe a escada da casa do F. A. noite LEONOR - Porque pensas que as velhas
continua a descer. devem pensar...
GABRIELA - E não devem?
LEONOR (de dentro, chamando) - Titia! LEONOR (sempre como se estivesse ou-
O Titiaaaaaaa! (Gabriela levanta a cabeça. vindo a estrêla) - Não. Pensam que pensam,
Limpa os olhos. Leonor aparece e como quem mas não pensam...
ralha com uma criança teimosa): Muito bo- GABRIELA - Por que?
nito, sinhá dona! Não foi à novena para não LEONOR - Powue pensam somente no
apanhar sereno e vem sentar-se no quintal, que não devem pensar, justamente como as
tôda repimpadinha, não é? (Há uma clarida- meninas bôbas...
de, Será luar ou reflexo do crepúsculo da GABRIELA (como tirando um mau pensa-
tarde que desaparece nos contornos longin mento da cabeça) - Então vamos não pensar.
quos dos morros?) (Leonor depois de repa- LEONOR - Ou pensar no que se deve
rar na tia) Que é isso? Chorou? Que fazia pensar.
aqui? Está triste? (Infantilmente ameaçadora) LEONOR - Que o mundo é bom como
Não quero tristezas, ouviu? (Chiquinho desce nós pensamos que êle é! Que a vida é alegre
sorrateiramente as escadas dos F. e, sem ser e linda, como êste dia que morre, como esta
pressentido, entra na casa da D. M. com tô- noite que nasce!... Que somos felizes e pode-
das as precauçõesy.u mos conseguir tudo quanto desejamos: ou-
GABRIELA (procurando esconder num vir estrelas e passarinhos, vestir-nos com as
sorriso tôda a mágua que sente) - Não estou cores do arco-íris, bgnhar-nos com os perfu-
triste... . mes das flores, comer os ares cheirosos das
_;
— __
__
”_ .
.CPR.TEAPT E.06O,/! 23
sr DranBSB NS

REVISTA DE TEATRO
s zangada CO-
LEONOR - Titia, não fica
manhãs de sol e peb-se er o sol quentinho das migo? Posso diz er?
(Vo lta ndo para ' a estrêla) Nãoa GABRIELA - não os é preciso, minha fi-
montanhas! que sim ! (Mirando, nov pen sem mais nisso... Es-
é? (A Gabriela) Diz lha. Mas... não
and o par a a tia) Que sou
mente, a estrêla e faltudinho!... que, se ficar quece-o. m uma pou
feliz, que terei tudo, LEONOR -Não Esquecelo?!elo(Co por que?
pés e levantarcomOsigopraç os: pode- ta de revo lta) ! Esq uec
na ponta dosla e gua rdá -la ! (Fica 1a ado. (A um olhar
rei apanhá
ços par a O NG GABRIELA - Ele é casDis se-mo êle pró-
ta dos pés. Levanta os bra
nor)
;nterrogativo de Leo
pon
Corre até junto da tªn. Abai
xa-se, abaixando
(Le ono r pára de chorar. Faz
prio, há pou co.
mãos como Se ampara
sse
o sôb re si mesma. Enxuga
os braços. Une as riela um grande esf ôrç
mãos. Domina-se, org
u-
sa e aga o) aCon
rra cabeça da Gab as lágrimas com as
alguma coi segui !... (Gabrie rie la
enc ost and o-a ao peit Pequena pausa. Gab
és: ihosa. Ressentida. igreja chegam,
a ela) Porque minha ao fundo. Da
la levanta os olhos par da minha gesce. Ela fica 6 bad ala das da Ave Maria).
és tu, titi a, és a boa estrêlanca r! (C O jongiíng uas, as
trêla Vamos bri Maria!...
vida! E agora, alegria! GABRfELA - A Ave
er-se atrás do
doi da, a esc ond ) - A Ave Ma
re, como uma LEONOR (como um eco lha-se. Gabriela
pôço) Uh! Uh! Que
m me pesar ganha um -,, 1... (Mestr e Dom ing os ajoe
ant ase e contorna 0 pôco gope até onde está Leonor
. Enliaçaa pela cin-
peijo! (Gabriela lev 2 VO!
agachada, odá3313
a procura da pequen a. Ela 550. tura). aaa 3 A Ho
puleaçllhet
lrlela, 2 P
« 33,19 por tllt'as deElGall corre.estre Domin-
ê
ás triste, filhinha? A 5
rmã volta-se. Ela ri e GA BR IE LA : Est
. Ela desv ia-s e dêle e puxalhe 2 nàll lgª t㺠dãe câc gªl rgegtã eesªrglriâãeá
gos cercaa ro. ª (fe dãcê'eãg 2
ela vem ao seu encont F a
camisa. UorreíhGabri no hábi- dãhgªâ 㪠€313%
33,1 st; 10033255 Seiª?“ àdâ
lhe out ro pux ão
Ela desvia-se-lhe. Dá- Do- k Air
a irmáã-de-caridade e e ano
to. Afinal fica entre para pegá-la, en- esããó"nglgãçigàpgg;
mingos que se aproxismame'ri. Chiquinho gui à" ;ºgstfr'êíªÍSQªªâsipc
?—)ípg
quanto eia (l_á grit inho n? (A Leonor) Fala
con-
tão. forma de concha) hei Ri, Leonor, T1
grgºúãiããlqãíngªíê? por fa, que rid a.
Éfeslãlewàof:]?઺ºsg Oia ê1.e' (Chi tigo, filha. Des aba
i) Isso. Assim.
MESTRE DO MI NG OS
e tudo passaraleg á. (Leonor sorr não é?
To a "
Mais alegre, re. (Para a estréia)
2
nho pár
!
a. Leo nor e Gabriela voltam-se ). ge, da igre ja, o cór o da
qui
(Pausa. Ouve-se, ao lon
brincar. (Reparando) harmonium ).
LEONOR - Venha Ave -Ma ria e a voz do
ê está tão gordo? ão, tia. Ele não me-
Que é isso que voc LEONOR - Tens raz
o viradinho que comi!
CHIQUINHOY- Foi TEce...
and o para êle e seguran merece. (Senta-se no
LEONOR (avanç (Chi- GABRIELA - Não De-
ver, deixeme Ver. to ao pôço. Leonor ouve.
do o) - Deixeme ban qui nho jun
nho corr e. Ela seg ura-lhe o casaco e fica Ri, ri mui to, até cair chorando aos
qui ? pois ri.
é isso, outro casaco
com êle nx mão) Que pés de Gabriela). -
so mais tia, não pos
Deixe-me ver ! LEONOR - Não pos ,
, não!
CHIQUINHO - Não SQ mais!
2
e
o casaco) - Três _subhmç de biqndade
LEONOR (ab rin dol he GABÍÉIELA (serena,
s cam isa s.. . isso , 'mmha filha? Co-
casacos. Trê a a minha roupa est
á de emoçao ) > Quç é
CHIQUINHO - Tôd "tm, "o
no
io
ãegªsªgrºfeãiz?c%ªgagemnf 3
infinito miar pi
que
aqui...
LEONOR - E isto, o
que é? (Apalpalhe a
| LEONOR - Nãocom posso! Não sei ioo den -
ume cid a). _ ra. Ten ho o que um vaz
barriga sat O - É o meu travesseiro. sinto, ago ima gin ava que O qui ses se
CHIQUINH Não
es- tro de mimm! a sua ingratidão, devia odiálo.
LEONOR - E istoêle ? (Apalpa-lhe uma as). tanto! Co e, quero-lhe mais agora! Sinto
da que tra z nas cost Mas, quero-lh
pécie de corcun os meu s sap ato s.. .
CHIQUINHO - São a que? que meu amor aumentanto !...
s a noite é es-
LEONOR - Mas par perdão a todos. Mas GAB RIELA - Qua tantomaimai or é o brilho
CHIQUINHO - Peç o cur a, minha filh a filh a,
nho mui to
não posso mais. Apa fugir? Faz pem !! ... ... E 12
das estrelas com-
LEONORNH-O Vai par a o Rio . .. LE ONOR - Não posso, não POSSO vim
CHIQUI - Vou er por que ...holrPor que titia, POT que
a. Ele vai par a o Rio! (A pre par end
a êste lug ar 'rllve'HÉQtueão _salr' (fiaqulã
LE ON OR - Titi
Chiquinho, incrédula) - A pé? àgfââPªrª o colé gio! Este lugar © ra
Álvaro vai ine
CHIQUINHO - O doutor a LE
cariciando-lhe Os cabelos)
GABRIELA
levar 2
___ Sossega. Nada—é feio . Nada é bonito. Nosi-
5 LESNOR (mudando
de tom) - O doutor sos olhos é que vem as coisas feias ou bon
. " - ado de nossas almas. Quan
Alvaro: ' tas, segund o o est
_CHIQUINH O - Sim, sen hora. O criado já do chegaste, viste tudo a sorr
, fi-
ir... Espera
á ndo as mal as. Partimos de notur- o o que sentes
est afr uma
quer j]ha e tornarás a Ver. .. Tud
a a ninguem. Ele não uma chu va de verão...
no. Não diga nad agora, não passará de
dia. (Sai e somese na anç a.. . As feridas, nas cri-
que saibam. Até um _ És ain da mui to cri
ressa. Espera e tudo
casa de F.).
Gabriela) - E ánças, se cicatrizam dep
OR (vol ta-s e par a Ver ás. .. Tôd a esta aldeia, os mor-
LEON passará...
como se não acre e, as flores, o pas-
possível, titia? (Depois, ros ali, as estrad as lá long
enfim tornará a
, não pode ser. ha, tud o,
ditasse, otimista) Não e, minha filha. sarinho a estrelin de sol de que
GABRIELA - É verdad que tens? sorrir, .. E as lindas man
hãs
] Mas %
(Leonor desata a chorar 4
$
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE. 0400 P;VY

26
MANHÃS DE SOL

tanto me falavas, voltarão. Quan


do a gente o portão do F. dançando e cantarolan
é feliz tem os olhos a Sorrir... do. Leo-
e tu serás nor soluça. A Ave Maria é triste como
feliz. Espera, minha filha: tudo
voltará . ..
LEONOR (soluçando) - Não, nunc que desce devagar, juntamente com a noite
a mais! o
Minhas manhãs de sol não volta
rão ! . ..
MESTRE DOMINGOS (Que parou PANO
mento, contemplando o quadro, um mo-
dirige-se para
FIM 2.o ATO

3.o ATO
+
(Terrasse do "bungalow" de veraneio
do do-te, abraço Guararema inteira com
advogado Renato de Gusmão, na ilha a minha
do
vernador.,.A D. A. a casa, circundada por Go- juventude junta.
uma CHIQUINHO (rindo) -- E eu
varanda, onde há trepadeiras e vasos ílorid todos OS
Duas pequenas escadas, com corrimão, os. advogados do Brasil. .. (Reparan
levam do nas crian-
à varanda praticável. Uma porta envidraçad cas) Suas filhas?
a RENATO - Apenas as meninas.
dá entrada ao prédio. Duas janelas abrem O cachor-
-se ro é meu neto. Filho das filhas
sobre a varanda. No exterior gaiolas . .. (Acaricia
e vivei- as pequenas.)
ros de pássaros. Grades de metal
cromado CHIQUINHO - O senhor não
encimanao pilastras praticáveis de mudou
cimento, nada!...
circundam a terrasse. A E. B. um
portão, RENATO (rindo) - Mudei de roupa
com um sino-campainha que toca . ..
tôdas às CHIQUINHO (idem) - Eu tamb
vezes que o abrem ou fecham. Entre ém. 14
o bun- RENATO - Os homens, desde
salow" e a amurada, no F. esque que o mun-
rdo, há do é mundo, mudam apenas
uma passagem para o interior da de roupa, mas
casa. Can- são sempre os mesmos. ..
teiros. Poltronas de vime. Uma mezin
ha e um CHIQUINHO - Para o senho
suarda-sol, enorme, de praia. Ao r foi bom:
fundo, o continuou alegre,.
mar tranquilo e um trecho longínquo
da cida- RENATO - E você simpático
de. É à tarde. São passados oito anos. !
Renato, já instalado na vida, vestindo CHIQUINHO (saudoso) - Como
um o tempo
traje de praia, brinca com duas garôta passa!...
s, suas
filhas, de 6 e 4 anos respectivamente CHIQUINHO - Esta...? (Pou
, ambas sando a
em maillots de banho, enquanto uma mão na cabeça da filha mais velha
criadi- .)
nha, com os roupões de ambas num RENATO - ... com quase 7,já!
braço e cinco ou seis meses depois de teres Casei-me
um cachorrinho felpudo, noutro,
espera, ri- fugid
sonha. Como se fôsse também uma CHIQUINHO (acariciando as garot o.
criança, - São duas bonequinhas. Sua senh inhas)
o advogado, formando uma roda com
as %iy ra? (Ou morena, conforme o tipo ora é lou-
lhas, canta e salta com elas. Os pássa das garôtas.)
ros can-
tam., RENATO - Não conheces minh
(As pequenas) Vão chamár mamã a mulher?
e.
Saropango da vingança AS DUAS (saem a gritar) -
Mamãe! Ma-
Tôda a gente passarão mãe! (A criada as acompanha.)
A lavadeira faz assim (imita) CHIQUINHO (encantado) -
Duas graci-
Faz assim, também assim! nhas !... Lindas!... O senhor
sabe ser feliz,
RENATO - Pois não aprendi.
Sou feliz
Saropango da vingança POr vocação. ..
Tôda a gente. .. CHIQUINHO - ... e por mere
cimento.
RENATO - Obrigado.
(O portão da E. abre-se, de repente. A CHIQUINHO - Estou doido para
cer sua senhora. Para ter duas conhe-
campainha, sôbre êle, retine ruidosamen filha
aparece, dentro de uma farda elegantíssim
te e das e um marido tão alegre, deve s tão lin-
de chaufeur de luxo... quem? - A figura
a e boa como uma santa! (Rindo-se) ser bonita
ri- da Ester? Escapou de boa hein? Lembra-se
sonha e lépida do nosso maltrapilho Chiqui Namoradei-
- Ta!... Chegou a me namorar. ..
nho. A transformação é completa. É Eu é que não
outro liguei... E a Sinhá, lembra-se? O
nos modos, no na expressão de felici- senhor andou
dade que traz no rosto escanhoado. Os pás- meio inclinado, não? Não era
má de todo. Era
saros vão aos poucos, deixando de cantar até boazinha, coitada, mas tão
). caipira meu
Deus! Por qualquer coisa: ahn, ahn,
CHIQUINHO - Dá licença? ahn! Cho-
rava à tôa!...
RENATO (interrompendo a brincadeira) RENATO (rindo também) - Era muit
- Que é? chorona... o
CHIQUINHO (desenvolto) - Ué? Não me CHIQUINHO - Muito! O senhor
conhece? coisa melhor, mais de acôrdo com merecia
a sua inte-
RENATO (reconhecendo-o) - É o Chi- ligência. Tive mêdo que o senhor
levasse aque-
quinho? !! la espiga! Agora vejo que soube
escolher, fe-
CHIQUINHO - Em carne e ôsso! lizmente !

& RENATO (expansivo) - Dá cá um abraço SINHÁ (aparecendo à D.*M., ladea
! filhas que a arrastam) - Que é, da pelas
CHIQUINHO (respeitoso, pretendendo és- Renato?
quivar-se) - Seu doutor... RENATO (mostrando Chiquinho)
- Não
conheces? (Chiquinho esfrega os
RENATO (rindo) - Deixa disso. Tenho olhos, sem
acreditar no que vê.)
prazer em abraçar-te! (Abraçam-se) Abraçan-
SINHÁ (alegremente) - Chiquinho!

#
1 +7 .
TE. 4007-
ns.cPR;TEA.P
poranese

tw 27
-"
ATRO apare
REVISTA DE TE
-*-"
palmató-
Por falar em
CHIQUINHO - an hã ?
na Sinhá! vou Dona Nh
stupefato) - Do ria... que fim le tá aqui.
CHIQUINHO (e _ RENATO - Es amedronta-
(Situação.) rsamente brinca
lhão) - nstintivamente
CHIQUINHO (i da) - Aqui?!
RENATO (perve , hein? a saí
esp iga do, procurando a saiu com
Eu levava uma trapalhado) -
Seu dou o se asuste. El
CHIQUINHO (a RENATO - Nã dificada de gênio...
á mo
a Pequitota. E est Foi pre-
tor!... é? (A Chi- Não me assustei. u?
mente) - Que CHIQUINHO - ca so
SINHÁ (cândida iquinho? (Estende-lhe a na Pequitota já
se
, Ch caução... E Do nda não. (Brinc
ando) O
quinho) Como vai , depois de ligeira hesi- RENATO - Ai Guararema
qu e Ele ape rta ec eu lá po r
mão apar
tação.) único tôlo que
o, olhan-
empre atrapalhad fui eu...
CHIQUINHO (s A rog ar-lhe que não adinho!
SINHÁ - Engraç -se) - Olhe que ela é
, co mo
do para Renato e fôsse a Se- NH O (ri ndo
Não esperava qu CHIQUI
conte nada) - chorar... tom)
nhora. .* Era cho- perigo. (Outro
ando a espôsa) - se) Mas A - Não tem nos contou
RENATO (enlaç do , tos o, até ag or a nã o
rona, era. (Chiqu
inho an gu st ia
dedicada das E você, Chiquinh u durante todo êsse tempo,
espôsas e a mais te
é a melhor das por onde se me ciar o seu
Se ouviu pronun
mães. o) - Ah! que nunca mais
ndendo e rind nome. mica) - Vim
SINHÁ (compree que "eu abria
O (importância cô
mb ro u- se do tempo em CHIQUINHO far tei -me do Rio e...
El e le pois ,
", co mo dizias? . Seu pa ra O Rio. De id ad e qu e não conse-
perr ad or descul pe
tando uma na
tgal
UI NH O - A senhora pensei (A fe to m de ve rdade) fui
nder um € to
CH IQ
me av is ou nada... Nunca gu e es co
Renato nã o
que se tivessem
casado... para a Europa. avo!
is já te mo s três filhos. RENATO - Br
Que foi fazer lá? de recreio €
SINHÁ - Po
- Tr ês ? ! SI NH AÁ -
CHIQUINH O dentro? (A Uma viagem
outro está lá CHIQUINHO - queria it,
RENATO - O ? tu do s pro fis sio nais. Eu não
Já vei o da esc ola de es ins ist iu tan to! ...
Sinh á) Álvaro
CHIQUINH mas o Doutor (H á um curto sil
êncio de
S SI NH Á - Ah ! a Um evi-
- Já. ro ca us
O nome de Álva
RENA TO o ge ne
íg io ! Ch am a- se César, como em ba ra ço .
É um prod
ral romano! ) dente mal-estar.) tro, salva a sit
uação, PO!
ol ha va pa ra O lado da casa MARIA (de den á! As meninas querem
SINHÁ (que o da cri ada , Si nh
acaso) - Dona

(Aparece, no br
_- fle vem aí. ses, apenas.) n'água!
ia nç a ro bu sta de alguns me to- ent rar ença. (Sai, Jeva
ndo O
NHÁ - Com lic
uma cr (Sin há
NA TO - Ei lo! É O César! SI
RE
mao dos braç
os da empregad
a.)
e sabe pequeno 320 colo.) - Fiz mal?
) - É êste qu CHIQUINHO uz UM
me ainda prod
NH O (r in do
CHIQUI , enle-
e la ti m? (Acariciando-o RE NA TO - Esse no .
francês, inglês cas a..
certo mal-estar na- E Dona Leonor? .
a !
canto de crianç
vado) É um en roupões nas
SINHÁ (à cria
da que veste os CHIQUINHO
(A s pe noviça.
RENATO - É
ia.
2a meninas à pra ?
cria nç as ) - Le ve
. At é já! (Be ija -as .)
UI NH O - Irmã-de-caridade dis-
nhas fil has CHIQ os lutando para
quenas) Vão, mi At é já, ma mã e! (Ao
TO - Le ve i an
IS VE LH A - a RE NA
A MA beija a outr possível.
pai que a beija)
Papai? (Sinhá suadi-la. Não foi inho?
. As garôtas saem,
ale-
CH IQ UI NH O - E o passar -
to ta mb ém
O pa ss ar in ho - diz ela
o cãozinho.) RENATO -
gremente, com inh o'. Até já arema ...
Até já, papaiz ficou em Guar Ficou em
AS DUAS - fletindo) -
in ha ! qui se- CH IQUINHO (re Se tiv esse uma
mamâez elas como
NH Á (à cri ada) - Quando o ) Gu ar ar em a... (Sorri
SI (A Chiquinh dedos.)
gua, me chame. idéia e estala Os -. a estrela
rem entrar n'á
ho ra é ma nso, mas gost
o de
RE NA TO (continuando) - eiros tempos
O mar a est a
Pa ss ad os OS pr im
estar perto delas. z bem (As está de acôrdo. , não sei se sincer -se ama-
a Ou fin
CHIQUINHO (c
omovido) -- Fa
já! At é vo ltou a Ser alegre so, tei ma. Or de na
At é dis
crianças,, que Sa
em gritando! -
êste? Tem-se gidamente. Apesar us.
já! Qu e gracinhas! E mo ! Te nh. Casa-se com De a cabeça) - É
O
UINHO (coçando
é
um leitão! Te co
já! At
e de co me r. É CH IQ
vontad queno!
bonitinho êste pe diabo?
como! Como é comigo, não é? quê?
Pa re ci do RENATO - Por aro... não
- O Doutor Álv
RENATO - a co mp ar a
O (d ep oi s de lig eir
CH IQ UI NH O
CHIQUINH ol ho s sã o de
guns traços. Os sabe?
ção) - Tem al ões... dizer...
Si nh á: un s olhinhos chor RENATO - Ouvi is é... (Ligeira pausa.
Do na
aç ad in ho ! UI NH O - Po
SINHÁ - Engr CHIQ !...
tou brinca ndo... tado, é tão
CHIQUINHO - Es ora não chora mais... Um suspiro) Coi a mais me escrev Mas,
eu...
RENA TO - El a ag RENATO - Nunc m a ninguém.
O - Ne
Vive rindo. .. vontade CHIQUINH A vida dêle,
Quem está com ito seu amigo.
CHIQUINHO - não sei! - acredite, êle é mu u de Gu ar ar ema - Se o
ze s - e sai
.. As vê
de chorar sou eu. ele tempo. Lembram-se? porém, desde qu . Não falou mais com nin-
qu
tenho saudade da olhe que apanhavas como senhor soubesse !.. i cado
RE NA TO - Po is guém, não saiu. i
a '
gente grande. ... no laboratório, ) Ac ei ta mo s €
anhava, não. Dava o tância cômica
CHIQUINHO - Ap s co m a mã à Europa. (Impor pa ra a Al em anha. Lá, du-
va s
RENATO (rindo-se
) - Da embarcamos 08 doi
na palmatória...
28 MANHAS DE SOL

rante quase sete anos pode-se contar as vêzes right, football, goal, Light and Power, bife
que saiu à rua. Vivia sempre fechado. (Plura- com batatas... (ri).
rizando como fazem os caixeiros das grandes RENATO - E quando penso que te criavas
casas) É que nós "estudava" muito. analfabeto, apanhando pancada de criar bi-
RENATO (irônico) - Estudavam? cho... Tens uma profissão, és vivo, inteligen-
CHIQUINHO - Não imagina! Fizemos te... Deves ter um ódio de minha sogra...
experiências notáveis. Os meios médicos ale- CHIQUINHO - ódio, por que? Sou supe-
mães tinham verdadeiro respeito pelos nossos rior a essas coisas! (Em tom de discurso) Ela
trabalhos científicos! Não imagina o que nós não é senão um produto do ambiente de igno-
fizemos! rância em que vivia mergulhada! Errava, pen-
sando que acertava. A culpa é dos juízes que
RENATO - Imagino!
entregam o órfão sem exigir que a criança
CHIQUINHO (eloquente e loquaz) - Até seja educada para a vida. Quanto homem não
que recebemos uma carta da irmã dêle con- se fêz vagabundo ou ladrão por causa disso?
tando aquilo que o senhor ouviu dizer. Embar- Não saber, por ignorância, tratar de um órfão,
camos imediatamente. Chegamos há uma se- não é crime. Mas ter uma toga e dá-los como
mana. Ele, então, me mandou indagar. Inda- se dão cães é que é uma (gingando o corpo,
guei dali, indaguei daqui e soube: Ilha do Go- como um malandro) mons-tru-o-si-da-de !...
vernador. Veraneando. Aqui deixei êle naque-
. RENATO (que o olha com admiração cô-
le hotelzinho e continuei a investigar. Desco-
mica) - Que é isso, rapa boquiaberto?
bri a casa. Descobri tudo!
3 CHIQUINHO (natural) - Isso não é meu,
RENATO (irônico) - Tudo?
não. O Doutor Álvaro diz isso sempre e eu
CHIQUINHO (rindo-se) |- Menos que o
decorei... (Outro tom) Bem, arrevederci.
senhor se tinha casado com Dona Sinhá...
4 RENATO - Estiveste também na Itália?
(riem-se ). CHIQUINHO - Não. Mas como num res-
RENATO - E o Álvaro ? taurante italiano.
CHIQUINHO - Não sabe da parte final: RENATO (indicando-lhe a casa) - Que-
que levantei a caça... res sair pela frente?
RENATO - Que caça? CHIQUINHO - Não. O meu carro está
CHIQUINHO - O senhor. ali e a linha reta é o caminho mais curto dêste
RENATO - Hein? portão ao hotelzinho onde êle está. (Ouve-se
CHIQUINHO (justificando-se) - É um uma campainha dentro da casa) Estão to-
modo de dizer. Ofendeu-se? cando... FQ
RENATO - Não. Sabe quem levanta a RENATO - Deve ser minha sogra que
caça? É o cachorro. chega.
CHIQUINHO - Hein? CHIQUINHO (num repelão violento, ti-
RENATO - Qfendeu-se? rando uma das mãos a que Renato sustem e
CHIQUINHO (rindo-se) - Não. E os ca- saindo precipitadamente) - Até sempre...
chorros? (Renato acompanha-o com a vista, dando uma
RENATO - Também não. És fiel. Não gargalhada. Ruído de automóvel que parte.
envergonhas a classe... Renato, com uma das mãos apoiadas à pilas-
CHIQUINHO - Então posso farejar? tra do portão, ri ainda. Leonor surge à varan-
RENATO -- A vontade. da. Veste o hábito das noviças. Tem oito anos
CHIQUINHO (cheirando-o) - E...? (Fi- mais. Sua fisionomia, entretanto, ainda é doce
ta-o interrogativamente.) e jovial. Sente-se que ela procura tornar-se
RENATO - Diga-lhe que me telefone. Con- alegre, pelo menos exteriormente. Traz vários
tinuo amigo. pacotes que vai pôr sôbre a mesa, desatando-
CHIQUINHO (num transporte) - Como lhes os barbantes.)
o senhor é bom! A causa entregue a dois advo- LEONOR (vendo Renato a rir sôzinho) -
gados como nós, estará ganha. (Íntimo) Que Isso é sintoma de alegria ou de loucura?
pensa, colega? RENATO (voltando-se) - De loucura. Já
RENATO - Que não devemos contar com chegou?
o ôvo que a galinha não pôs. LEONOR (graciosa) - Não. Ainda não
CHIQUINHO - Tenho confiança no se- cheguei...
nhor... RENATO - Engraçadinha. E os outros?
RENATO - Hein? LEONOR - Também não. Estão todos lá
CHIQUINHO - E em mim também. Te- dentro. Por que se ria?
remos o ôvo. (Ri. Outro tom. Importância RENATO - Uns dão para passar a vida
dis&icente) Bem. A palestra está muito boa, alegres... outros (com intenção) para passar
muito agradável, mas vou-me retirando. (Es- a vida tristes. Opto pela melhor loucura: a
tendendo-lhe a mão) "Aufiderzen !" da alegria. ..
RENATO - Alemão? LEONOR - Isso é alusão?
CHIQUINHO (carregando muito nos rr) RENATO - Você é louca?
- Estive na Alemanha!... Splenjidozer; zer LEONOR (rindo-se) - Quem sabe?
guth; viguitz?; isteite zi? vi fili? - flacher RENATO - É triste?
bier, kató-fen, chop-duplo! LEONOR - Sou? (Faz uma careta, cari-
RENATO - Au revoir. caturando uma cara alegre) Olhe... Está
___CHIQUINHO - Oui, monsieur. (Com um vendo?
gesto exagerado de francês como se cedesse a RENATO - Estou. O rosto, apenas.
entrada de uma porta a uma dama): "Apres LEONOR - O coração não lhe posso
vous, madame, aprês vous!... Je connais aussi mostrar...
Paris, mon Dieu de la France! E Londres!... RENATO - Não é preciso. Basta ver êsse
RENATO - Londres?! hábito...
CHIQUINHO - Yes, very-good, sir. All LEONOR - O hábito não faz o monge...
-m 2 ele d cao, a am a
BR DFANBS
B NS.CPR.T
EA pTE, 0460,
-- 139 .

eaano REVISTA DE TEATRO


29

RENATO - Mas fàz de você
da Leonor que conheci. © uma sombra A MAIS NOVA (simultâneam
mos vendo! (E saltam amb ente) - Esta-
LEONOR (demonstrando a as, para apanhar
há em ser sombra) - Que vantagem que os embrulhos, procurando
Subir pelo corpo da
m me dera! As prinfa como se subissem
sombras são insensíveis !. * POr uma árvore para
RENATO (afirmando) -- E apanhar um fruto.)
você não é. .. AS DUAS CRIANÇAS (aos
LEONOR - Então não sou gritos) - Me
sombra... dá! Me dá! Me dá! Me
RENATO - É como a vejo dá !
... LEONOR (pedindo S0cOrro)
LEONOR - Sim de...? - Acudam!
RENATO - ... argúcia . .. Acudam !
LEONOR (rindo-se) - ... RENATO (fingindo de polí
de loucura. E Estão prêsas! Estão prês cia) - Prrrri!
de loucura triste, (Outro tom as! (E segura uma
) Onde estão Si. das crianças que se deba
nhá e as crianças? te a rir, porque êle
RENATO - Na praia. .. lhe faz cócegas, enquanto
Sinhá sustém a
LEONOR - Agora compre outra.)
loucura, era ternura., Ria- endo: não era
se para a mulher e SINHÁ (a criança que,
rindo, luta para
os filhos, desvencilhar-se dos seus
braços) - Espera,
RENATO - Está enganada; olha filh inha , espe ra !
a mulher e os filhos, riame ndo para LEONOR - Bem, vou entr
de você. .. tes. egar os presen-
LEONOR (fingindo, sorriden Antes, porém, Gero um
te, que pens a (Sinhá corre, de um lado de cada uma,
que êle está louco, afastand com a mais môça,
o-se um pouco e e suspendea à altura de
como quem dissesse "Cui uma das faces de
dado!. ..") - Re. Leonor. Renato faz o mes
nato !... mo com a outra, do
RENATO (como se simulass lado oposto. E cada uma
,
sorrir também) - Julieta e loucurÃ, a beija Leonor, com fôrça.) ao mesmo tempo,
de Capuleto. (Ela Obrigada. (E, rin-
arregala os olhos e afasta-s do-s e, tira a face, de repente, de
e mais. Ele avança) man
Que tanto fizeste chorar as duas crianças sem querer se beij eira que
qua am e corre
pena de Shakespeare! agora, ndo saíste da j e Césa r, a quem dá um beijo,
e os rádios - perdoa a entre os aviões exclamando !) César, Cêzi
irreverência de um nho! (Sinhá e Rena
homem de hoje - és de um to precipitam-se com as
ridículo que cau- filhas para se grupar
sa riso!. .. em tôrno de Leonor, da cria
da e do pequeno.)
LEONOR (no mesmo tom. RENATO (correndo) -
Vamos
no portão) - E você - Sinh á apar ece AS FILHAS - Protesto! Prot pretestar!
Sancho Pansa! - SINHÁ (simultâneamente esto! -
causa dó. .. ) - Protesta-
SINHÁ - Que é isso? mos!
RENATO - É um drama. Assi RENATO (algazarra de
sta, mas não e gritos) - César não a alegria, com risos
interrompa. (A Leonor) beijou!
Es a última das ro-
mânticas ! LEONOR - Ele não foi beij
não anda ainda e foi o men ar-me porque
LEONOR - És o último dos os interesseiro por-
SINHÁ (rindo e aplaud idio tas. .. que não pediu nada. (Começa a des
indo) - Muito o presente.) embrulhar
bem! Muito bem! (E com
Não estou interrompendo. o Ren ato a olha ) A FILHA MAIS VELHA - e
Estou aplaudindo. que não fala, é! . .. (Risos.) Não pediu por-
Gostei. Bravo! (Bate pal
mas a rir, Renato LEONOR - Primeiro para
agradece como um ator.
Leonor ri também, êle!
embora sem o estouvame RENATO - A César o que
nto da prima. As é de César. ..
crianças irrompem alegreme LEONOR (que acaba de
nte, a cha mar o lind desembrulhar um
cãozinho que levaram, pux o chocalho, agitando-0o) -
ando-o pelo cordão Gostou?
que o ata. A criada aco RENATO - Toma, pega
mpanhaas com César , filho!
ao colo.) SINHÁ - Olhe que boni
as to! (E enquanto
A FILHA MAIS VELHA as meninas esperam, ansi
- Vem, Tutu, sentes, Leonor entrega o osas, os pre-
vem! chocalho ao garôto.)
A MAIS NOVA (ao mesmo LEONOR - Toma, meu
tu! Tutu! (Ao verem Leo tempo) - Tu Renato e Sinhá) Está mui amor. Toma. (A
nor ambas se jogam, to bonito êste pe-
a rir, sôbre a pequena, dacinho de gente!...
segurando-lhe as per-
nas e rodando em tôrno RENATO (pondo as mão
dela.) s na lapela do
A MAIS VELHA - Leonor casaco como Se as pusesse nas
zinha!, que trouxeste par zin ha! Leon or- te) - Traste que não cavas do colê-
a tua se parece co
A MAIS NOVA - Leonorzi priminha ! é roubado. .. o dono
minha, onde está meu nha, minha pri- LEONOR - Pretencioso
presentinho? (Dizem !
isso aos gritos, ao mesmo SINHáÁ - O Chiquinho
tem po. Sent e-se que achou-o parecido
lhes foi ensinado pela comigo,
própria Leonor que,
cada vez que vem da rua, LEONOR (chocada) -
lhes traz algo.) q Chiquinho?
SINHÁ (ajuda a algazarr SINHÁ - Não sabes?
a) - Meu Deus, Ele estêve aqui...
filhinhas! (A Leonor) Fost LEONOR - Estéve aqui?
dir em verso! (Ri.) e ensinar-lhes a pe- O Chiquinho de
Guararema?!
RENATO (a um tempo, SINHAÁ - Estéve,
crianças e Sinhá) - Isso junto com As RENATO (ao mesmo tem
, filhas. Sejam inte- téve. po) - Não es.
resseiras e vencerão na
vida!
LEONOR (fugindo LEONOR - Como?
- perseguem, levantando das pe SINHÁ (ingênua) - Ent
os embrulhos com que ão não estéve?
entrou) - Hoje não trou RENATO (procurando faze
xe nada! Não trouxe à mulher que não con r compreender
presente para ninguém! vém Leonor saber) -
Para
AS CRIANÇAS - Trouxe ninguém. .. Não estêve,
! Trouxe! SINHÁ (sem compreender)
A MAIS VELHA - Est
á nas suas mãos! estêve?! Todo bonito, - Como não
fardado de chofer !...
J
MANHÃS DE SOL
AJ

. po) - Não dou! Não dou! (Entram, em alga-


RENATO - Não estéve, Sinha, não estêve zarra, correndo.)
SINHÁ (começando a compreender)
SINHÁ (impondo silêncio) - Psiu!... (As
Não estêve? as olham. Silenciam.)
pequen
RENATO - Não estéve. A MAIS VELHA - Que é isso? Você está
SINHAÁ - É. Não estéve. choran do? E Leonor também?
A FILHA MAIS VELHA - Mentiroso! LEONOR (que tem a cabeça entre os bra-
Estéve sim. Estéve, Leonor. (Situa ção.) as
cos, levantando-se de repente e segurando
LEONOR (reprovando-lhe a mentira) - pequen as que Se aproximaram) - Peguei
!
Estéve, Renato. (Afasta-se. Deixa os outros Ri.)
embrulhos sôbre a mesa.) A MAIS VELHA (tentando escapar) -
RENATO (atrapalhadíssimo, acompanha-a, Deixe-me !
)
depois de lançar um olhar feroz para a filha) A MAIS NOVA (idem, ao mesmo tempo
explic ar, estéve ... estéve ... farda do - Largue -me !
- Vou
de chofer... (Encontrando, afinal, a desculpa) SINHAÁ (ajudando Leonor a segurar as 21.
Estéve, mas não é o Chiqu inho que você está lhas) - Caíram na ratoeira!...
pensando. A MAIS VELHA (apontando, como as
LEONOR (encarando-o) - Renato? crianças fazem quando acusam) - Estavam
"RENATO (confessando) - É o Chiqu
inho fingindo que choravam para nos pegar! É!...
que você está pensando, mas juro - isto agora LEONOR - Estávamos. Quem pode cho-
A
é verdade! Não admito que você duvide ! - rar quando vocês riem? ;Fíz-lhe cócegas.
a, pequena ri. Leonor tira-l o embrulho já
só o recebi porque êle deixou, na Europ
quem você sabe e voltou sôzinho para o Bra- quase aberto, enquanto Sinhá faz o mesmo
sil. Isso, juro pelo que você quiser ! com a mais nova e a criada, segurando a mão-
UM CRIADO (do patam ar) Douto r? - zinha de César, fálo agitar o chocalho.)
parte do Dou- A MAIS VELHA - Qual é o meu? Qual é
(Renato volta-se) Telefone. Da
tor Álvaro. (Renato deixa cair os braços , desa- o meu?
nimado. Sinhá leva a mão à bôca, assustada. A MAIS NOVA - E o meu?
Leono r sorri irônic amente .) SINHÁ - Espere. Leonor vai escolher.
RENATO (ainda tenta salvar- se. Depoi s de LEONOR (escondendo os presentes, de-
reage) - Você não sembru lhados, atrás das costas) - Não. Esco-
ligeira pausa de embaraço, Não há nada melhor no mundo
não atend o lham vocês.
sabe que estou veraneando e que escolher o que vai ser nosso...
que eu do que a gente
a qualquer um? Por que respondeu eende a. Olhaa e sorri enterne-
(Sinhá compr
estava em casa? (Sinhá anima-se.) to.) e
Porqu e êle me disse que o se- cida, enquan
CRIADO - VELH A (salta e procura, curiosa,
recad o pelo chofer dêle A MAIS
nhor havia mandado !
ver o que Leonor esconde) - Então mostre
para que êle lhe telefonasse (Sinhá desanima.
Mostre !
Situação.)
A MAIS NOVA (idem, ao mesmo tempo)
RENATO (sem mais recurso, impaciente)
o - Quero ver! Quero ver!
_- Está bem. Váse embora. Irei já. (Criad LEONOR (que, dando voltas para fugir
sai. As duas menin as, aprove itando -se do ense-
pé até junto da mesa e, à da curios idade das meninas e dando corda nos
jo, foram pé ante brinqu edos, corre para um lado, levanta as
de repent e, os em-
saída do criado, aapnham, mãos mostra ndo o que escondia: uma caixa
a praia. A
brulhos e desandam a correr para de música com os "três porquinhos" que dan-
encalç o.)
criada, com César ao colo, vai-lhes ao cam e o Pato Donald , que grita, ambos fun-
CRIADA - Meninas, venham cá! Venha m
cionan do) - Pronto! Vejam! (Há um silêncio.
cá. (Sai. Ligeira pausa.) As crianças, enlevadas, admiram os brinqu
e-
RENATÓ (em atitude de quem pede des- Olham para um e para outro.)
o mar) - Leonor ... dos.
culpas, a Leonor que olha A MAIS VELHA (apontando para a caixa
a
(Ela volta-se. Sorri-lhe, a um tempo, irônic de música , corre para Leonor que baixa as
e ressentida) Quero explicar-te. .. mãos) - Eu quero êsse!
LEONOR - Não é preciso. A casa é tua.
queira s. Peço-t e, somen te, A MAIS NOVA - Eu também quero! (E
Podes recebe r quem
as ambas pretendem a caixinha de música e a
que esperes até amanhã. Apenas algum disputam. "É p'ra mim! É meu! Larga! Dei-
ser que deseje s que me vá
horas, mais. A não xa! É meu! É meu!" A mais velha, mais ágil,
agora. consegue arrebatála: "Eu escolhi primei-
RENATO - Leonor!
ro!..." e afasta-se correndo, enquanto a irmã
LEONOR - Prometes? agarra- se ao hábito de Leonor e esconde o
RENATO (depois de ligeira hesitação, 1o-
rosto ,amuad a.)
mando atitude, algo grotesca, de cavalheiro) LEONOR (alisando a cabeça da pequena,
sai, solene , dispos to a não
- Prometo! (E mas pensando noutra coisa) - Não há :iada
cumprir o que acaba de prometer... Pausa. melhor do que escolher, mas nunca se deve
Leonor desaba sôbre a mesa, a soluça r.)
as) - escolh er o que já foi escolhido... Ela esco-
SINHÁ (os olhos cheios de lágrim lheêu primei ro, filhinha...
o. As
Leonor !... (Corre para ela. Um silênci SINHAÁ (que torna a compreender a inten-
ruidos amente , entra m a correr pela
crianç as, cão das palavras de Leonor, aproxima-se e
cena, a gritar, acompanhadas pela criada com tenta gonsolar a filha) - Não fiques assim.
o garôto ao colo.) comprate um brinquedo igualzinho
- Dêem- me os em- Mamãe
A CRIADA (inda fora) A MAIS NOVA (com o rosto ainda enfia-
brulhos! Dêem-me os embru lÃos, menin as!
ltâne amen- do no hábito de Leonor) - Não quero igual-
A FILHA MAIS VELHA (simu nada! Quero aquêle!
bru- zinho
te, correndo, rindo, e acabando de desem SINHÁ (ameaçando uma palmada na fi-
lhar) - Não! Não! É meu!
lha) - Malcriada!
A MAIS NOVA - (idem, ao mesmo tem-
| %*

BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.OGÇA _. |9) .

REVISTA DE TEATRO 31

LEONOR (detendo-lhe o gesto) - Não. Ele a encara) Estoure a sua rôlha! Desengar-
Deixea. As vêzes é assim mesmo. (Não con- rafe a sua alegria, viva a vida!
seguindo esconder a emoção) Não serve igual SINHÁ (numa reprovação) - Renato?!
zinho: é, apenas, aquêle. ..
RENATO (no mesmo tom) - Que é?
SINHÁ (mirando-a e para alentála) -
Leonor !... SINHÁ - Você não tem sentimento?
RENATO - Tenho. Tenho sentimento e
LEONOR (passa a mão nos olhos. Reage.
tenho inteligência, outiu? Para que tornar a
Ri) - Estou precisando que me batas, não
estou? (E imediatamente, sem se deter com vida difícil, se ela é tão fácil de viver? Para
que fazer drama, quando a comédia é tão le-
o olhar de ternura que a prima lhe deita, à
ve, tão graciosa e tão humana? Por que não
garôta mais nova, alegremente, como se nada
houvesse acontecido) Leonorzinha? Olha, (dan- querer aquilo que se quer, repelir o que nos
procura quando temos vontade de fazer, jus-
do corda) êste é mais bonito!... Faz quá-
-quá-quá que aquêle não faz!... A mais ve- tamente, o contrário? Por que Leonor não se
casa com Álvaro, por que? e
lha, que brinca com os porquinhos", presta
atenção no que diz Leonor) É o pato Donald! SINHÁ - Mas casar-se como? (Leonor,
afasta-se novamente e vai ficar junto à mesa).
Zangado!... Como você, mas que só ameaça
como muita gente! Olha. (Coloca o pato sêó- RENATO - Como tôda a gente se casa!
bre a mesa. O boneco anda e faz quá-quá-quá Pretoria, igreja, arroz na cabeça, felicitações,
mecânicamente) Estás vendo? (A outra vai-se (Gesto de cumprimentos) viajem de núpcias,
aproximando) Vês como é lindo. Queres? sapatinhos, touquinhas (Como quem trabalha
com agulhas de tricot) doutor chamado as
A MAIS VELHA (largando o brinquedo
pressas, filhos! (Como se embalasse uma cri-
que tem nas mãos e apanhando o outro) -- ança).
Eu quero! (Apanha-o e sai correndo para a
direita do bungalow). SINHÁ (escandalizada) - Mas Renato, o
Álvaro é casado!
A MAIS NOVA - É meu! É meu! (Perse-
gue-a). RENATO - Foi. (Leonor volta-se, inte-
SINHÁ - Meninas! (A criada) Que não ressada) Sei disso há tempos, mas comia-se
briguem! (A criada que apanhava a caixinha- vivo quem falasse em Álvaro aqui!... Foi ca-
sado. Agora é viuvo.
-demúsica e punhaa sôbre a mesa, sempre
com César ao colo, vai ao encalço das garô- SINHÁ - Viuvo? Então a mulher dêle
morreu?
tas. Se o cachorrinho estiver em cena e puder
fazer o mesmo, melhor) Depressa! Anda! Va- RENATO - Não. Quem morreu oi a
mos! (Voltando-se para Leonor, sorrindo) Viu avó... (Leonor apanha a caixinha de música
o que é criança? de sôbre a mesa, e mira-a pensativamente).
LEONOR (sorrindo também) - E, às vê- SINHÁ (num muchocho) - Ah! (E um
zes, crescemos e continuamos assim... (Re- pouco pela comoção e outro tanto pela aspe-
nato aparecendo, a esfregar as mãos, alegre- reza da resposta, úepois de procurar conter-se
mente, como quem está contente consigo pró- um tempo desata a chorar como no primeiro
prio, vem descendo, despreocupadamente, a ato).
escada. As duas voltam-se para êle. Ao repa- RENATO - Que é isso? Vou buscar a na-
rar que é notado, muda instântaneamente de madeira do Cezinho. .. (Volta-se, corre à me-
fisionomia, de andar, de atitude., Torna-se qua- sa, apanha a mamadeira e repara em Leonor,
se fúnebre). a olhar os porquinhos, já com corda, que
SINHÁ (rindo) - Que cara é essa? (Re- bailam. Volta. Chama a atenção da mulher.
nato, tristeza visivelmente simulada, olha pa- Sinhá vê. Pára aos poucos de chorar. Sorri.
ra Leonor). Segreda, no ouvido do marido, como se con-
LEONOR (idem) - Estás com cara de tasse, a história da caixinha-de-música dispu-
cachorrinho que quebrou panela... (Sinhá ri tada pelas duas filhas e afinal abandonada.
mais forte. Leonor também. E apontam para Compreendem que Leonor vê no brinquedo
Renato). um símbolo do que lhe aconteceu na vida. Sor-
RENATO (olha ora para uma, ora para riem, Pausa. Olham. Depois aproximam-se na
outra e afinal também ri, dando a seguir, vá- ponta dos pés. Leonor, com a caixinha de mú-
rias piruetas) - Ah! ah! ah! sica funcionando nas mãos, fica entre os dois.
LEONOR - Que é isso? Um momento. Os porquinhos dançam. A cai-
SINHÁ - Estás louco? xinha toca. Afinal ela percebe que está sendo
RENATO - Estou alegre! (Salta). notada. Quasi sem mover a cabeça, ancªs
LEONOR - E precisas pular assim? com o rabo-dos-olhos, observa um, depois ou-
tro. Sorri).
RENATO - Recalque. Estava alegre, mas
LEONOR - Que é?
como quando saí deixei vocês tristes, engar-
rafei a minha alegria com uma rôlha de tris- RENATO (malicioso) - Nada...
teza. Vocês riram. Ela estourou como o tham- LEONOR - Por que me olham assim?
pagne; pan! E derramou! Está derramando. Estão pensando, que?...
(Ri) Riam também! (Notando que Leonor ão RENATO (mais malicioso ainda) - O
ri e se afasta, pára também de rir) Que acon- mesmo que você... em ficar com êsse brin-
teceu? quedo que já não tem dono...
LEONOR (corando até à raiz dos cabelos,
SINHÁ - Fôste lembrar-lhe. .. entrega-o a Sinhá) - Toma.
RENATO - Lembrar que?
SLNHÁ - Não quero. (Passando para o
SINHÁ - O Álvaro...
l2do de Renato) Já tenho o meu e gosto dêle.
RENATO - Falei em Álvaro?! Falei em É um "pedaço" não achas? (Abraça o marido).
champagne, em alegria! (Indo a Leonor e, se- LEONOR (deixando a caixinha-de-música
gurando-a pelos ombros, fazendo-a voltar-se sôbre 'a mesa) - Engraçadinhos !... (Afasta-
para êle, com energia) Leonor! (Ela volta-se. -se) Agora que compreendi...

)
3

à
% &
29 -,. _ o
p. Nob
#R DFANBSB

MANHÃS DE SOL

RENATO (indo a ela) - Mentira! o amas e senão que mal haveria em encon-
LEONOR - Juro-lhe. .. trá-lo? Tens mêdo de que?
RENATO (interrompendo-a) Mentira! LEONOR (entre censura e pilhéria) - De
LEONOR - Quem pensa você que sou? ti. Estás ficando furioso...
RENATO - Mulher... -P RENATO - Mentira! És uma recalcada.
LEONOR - E os homens não mentem? Estás com méêdo de ti mesma!
RENATO - Mentem, mas não sabem men- LEONOR - Que mau psicólogo és. Te-
nho pena de ti...
tir...
RENATO - Já sei. Agora sou imbecil...
LEONOR - E como conhece, então, quan- LEONOR - Não. Continuas homem...
do as mulheres mentem? SINHÁ (entrando) -- Pronto. Telefonei...
RENATO - Quando elas falam. .. LEONOR - É?
LEONOR - E eu, por que lhe menti? SINHÁ - Falei com êle próprio. Prome-
RENATO - Porque falóu. teu-me que partiria imediatamente.
LEONOR (aponta para o lugar em que es- LEONOR (levantando as mãos para o céu)
tivera silenciosa) - E quando não falava? - Graças a Deus!
RENATO - Dizia a verdade. .. SINHÁ - Disse-lhe que não querias vê-
LEONOR - Nesse caso, por que insiste, lo nunca mais!
por que pergunta? ( LEONOR - E éle...? *
RENATO - Porque quero saber a ver- SINHAÁ (como se repetisse as palavras de JIN
dade. Álvaro) - Pode dizer-lhe que sua vontade será "
LEONOR - E qual é a verdade? feita: ela nunca mais me verá.
RENATO - É o que você não diz... LEONOR (não podendo esconder uma pon-
LEONOR - E, se não digo, para que fa- ta de aflição, que Renato, nota, sorrindo) -
lar? El...?
RENATO - Para mentir... porque a ver- SINHÁ - E desligou...
dade é o avêsso da mentira. (Tomando, ràpi- LEONOR (sem poder conter-se, agarra os
damente, o brinquedo e entregando-lhe, ma- braços da prima, prestes a explodir em pran-
licioso) Tome. Fique com êle. É seu! to) - E...?
LEONOR (recusando) - Não seja hbôbo, RENATO (que sobe, como uma bala, as
Renato, não o quero! escadas, pára na varanda do bungalow e vol
RENATO (triunfante, para Sinhá) - Viste ta-se para a mulher) - Qual o número do ie-
o avêsso, minha mulher? "Renato, não perca lefone do Hotel?
tempo; vai buscá-lo. Quero-o como uma lou- LEONOR (reagindo) - Para que?
ca!" (Sinhá ri). RENATO - Para dizer-lhe que venha cor-
LEONOR (veemente) - Mentira! rendo, que tu o amas!
RENATO (traduzindo) - O avêésso: ver- LEONOR (com raiva) Tenho dó de
dade! (Alegremente) Vamos esperar O Al til.
varo! RENATO (rindo-se) - Já sei. Sou um ho-
LEONOR - Disse-lhe para vir aqui? mem...
RENATO (transição de alegre e hipócrita LEONOR (com rancor, os dois punhos
- mentindo) - Eu? Não... Disse-lhe que não cerrados) - Não. És um imbecil!
viesse... RENATO - Obrigado. (Ela explode. Re-
LEONOR (irônica) - Não é preciso ver benta em soluços. Sinhá comovida, alisa-lhe
o avêsso, Renato... Os homens nem mentia os cabelos. Renato chega-se aos poucos, le-
sabem... (Encarando-o) Disse-lhe para vir. vanta-lhe, docemente, a cabeça, olha-a nos
RENATO (confessando) - Disse... olhos e depois, com ternura risonha) E tu,
SINHÁ (queixosa e escandalizada do ci- sabes que tu és?
nismo do marido) - Ah! Renato!... LEONOR (tentando sorrir) Uma im- :
LEONOR (resolutamente) - Pois vá, ime- becil?
diatamente, dizer-lhe que não venha ou sairei, RENATO (sincero) - Não. Uma mulher...
agora mesmo, de sua casa, para sempre. Vá. LEONOR (concordando) - Uma mulher
SINHÁ (que mirava o marido com visível como as outras... (Com certa angústia). E
desprêso, intercepta-lhe os passos) - Irei eu. isto? (Indica o hábito).
(Ao marido) Nunca pensei que chegasses a RENATO (numa doce ironia) - O nábito
tanto. (Sai, resolutamente para o "bungalow"). não faz o monge...
RENATO (depois de pequena pausa, qua- LEONOR (dolorosamente) - Mas fêz de
se humilde, sincero, a Leonor) - Desculpe-me. mim uma sombra... uma sombra, apênas, de
A minha intenção era... mulher...
LEONOR (mais brandamente) - Sei, Re- RENATO - Não, por que as sombras não
nato. Mas há coisas irremediáveis. .. sofrem. ..
RENATO (reagindo) - Mas irremediável LEONOR - E eu sofro, sofro muito!...
por que?! ! E aí está a verdade que querias! (Chora no-
LEONOR - Você não compreenderia ... vamente).
RENATO - Sou imbecil? SINHAÁ (pretendendo consolála) - Leo-
LEONOR É homem. .. E não toque ROr!. ..
mais no assunto! é RENATO - Deixa-a chorar. Que desabafe.
RENATO (quasi desesperado) - Não pos- Ela, ao contrário do que aconteceu comigo,
so! Sou advogado! Vou até a última instân- tinha apenas a rólha de alegria. A garrafa era
cia! (Toma fôlego e volta a tratá-la de tu no de tristeza. Deixa que a derrame, que a es-
entusiasmo da peroração) Não é possível, não vazie tôda para que se encha, depois da ale-
entra na cabeça de ninguém com três dedos gria, da felicidade que a espera...
de massa cinzenta na cachola, que estejas sen- LEONOR (levantando a cabeça e reagin-
do sincera. Se não queres vêlo é porque ainda do) - Não, não pode ser!
» -
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 0400, /- (63

33
REVISTA DE TEATRO

Penso
em LEONOR - Não me 'interrompas.
RENATO (transformando a emoção como tu. Para mim o único crime
de Álvaro
nação irônic a, volta ndo, porta nto ao tom
indig - e seja êste o meu último pensa
mento pro-
dor de
irreverente de sempre, caricaturando a fano - foi ter fugid o de mim.. .
Não
Leonor na strês primeiras palavras) - RENATO - Quando deveria ter
fugido
pode ser, por que? contigo...
o !...
SINHÁ (numa reprovação) - Renat SINHÁ e(scandalizada) - Renato
!
RENATO (indi gnado ) - Esta peque na é pa-
é -a LEONOR (complacente, repetindo as
doida! (Procurando um têrmo) É... lavras evangé licas, com certa ironia piedosa)
SINHÁ - Uma mulher, Renato... - "Perdoa-lhe, pai..."
RENATO - Uma imbecil, Sinhá !... RENATO - Se eu te hipnotizasse,
dirias
SINHÁ - Renato! que sim. Psicanálise, Freud !
RENATO - Mas não pode ser por que?
mim
LEONOR - Deixa Freud em paz e a
izar-me.
LEONOR - Não compreenderias ... também. Não será necessário hipnot
sincera-
RENATO - Orgulho? Ouve. E não tornes a insistir. Falo-te
Não re-
LEONOR (movendo a cabeça) - Não. mente e não brinques. Amo a Álvaro.
tica
nuncio à vida profana por ser uma român
RENATO - Mêdo?
a) - piegas. Há uma razão: sabes qual é...
LEONOR (confirmando com a cabeç RENATO (sincero) - Sei: Sentimentali
s-
Mêdo. nos er-
que Os mo. E, por isso, os moços persistirão
RENATO (mordaz) - Mêdo do ros dos velhos e as gerações novas contin
ua-
escândalo social!...
&outros digam, não é? Do rão antigas...
é, apenas
Quanta inferioridade! O escândalo, LEONOR - Não argumentes. De nada
va-
mal na vida dos Ou-
o que acontece de anor lerá. Tia Gabriela é, para mim, mais
que
tros... Na nossa não! mãe. É boa. É generosa. É nobre.
É inteli-
o escân-
LEONOR - Pouco me importa anos de
gente e tolerante. Mas tem setenta
dalo !
idade, não te esque ças disso. Sei o que ela
que? Fala!
RENATO - Então, mêdo de Seu espíri-
ela. pensa e como aprendeu a pensar.
LEONOR - De perder tia Gabri a sua época, é avanç ado, mas para
vida ! to, para
RENATO - Mas trata-se da tua vivemos está tão longe como tu, com
dela, tamb ém! Ela mor- a que
LEONOR - E da e a
o teu egoismo utilitário, de entender-m
reria ...
mor- mim. (Com seren a firme za) Prefiro morrer a
RENATO _ morrerá, porque todos velhi-
r. O que beliscar, siquer, a sensibilidade dessa
rem. É a lei natural da vida: morre que me criou, que me educo u, que me
como tu-> nha
não é justo é que se viva morta, o pol
se mate. ama e seria capaz de fazer o mesm
LEONOR - Nem que para viver,
mata r com que? mim. E daí - quem sabe? - Se não serei
RENATO - Mas (Com
mais feliz professando? O mundo...
LEONOR - Com desgôsto. conhe ces o mundo, Renato? O tem-
é arma. Não amarg ura)
RENATO - Desgôsto não ... (So-
po passou e passará... Seremos velhos
mata ninguém. Senão terias morrido... ra) Deixe-me levar para o claustro, co-
nhado
LEONOR - Sou môça. tão doce,
ela, mo para um cofre, o amor tão puro,
RENATO - És môça-velha. Tia Gabri o de meus dezess ete anos. Deixe-me
mais ânimo tão poétic
ao contrário, é velha-môça. Tem os
guardar, para que não envelheça. (Com
que tu... de lágrimas) o amor daquela ju-
resist iria. olhos cheios
LEONOR - Mas não rinho e
ventude despreocupada, com o passa
RENATO - Por que? inha que me falavam e aquelas encan-
a estrel
LEONOR - Ela não o perdoaria. me e
tadoras manhãs cheias de sol, de perfu
RENATO - Por que? daçõe s de mim mesma ...
(A de recor
LEONOR - Ele não era livre. RENATO (limpando uma lágrima, mas
eriando )
RENATO - Mas agora é. (Pilh ndo, ainda, reagir) - mas... isso é 10-
e agora não quere
Ao contrário de mim, que era manti smo !
sou. (Olha para Sinhá). SINHÁ (idem) - É tão lindo!...
LEONOR - Mas éle não era. ndo
LEONOR (deixando de sonhar, reagi
RENATO - E que tem isso? -
(esca ndali zada) - Oh! Renat o. contr a - ela mesmo não sabe contra quem
SINHÁ
Vocês , mulhe res, encu rtar am imperi osa, quase colérica) - Romantismo ou
RENATO - e assim
am com- não, lindo ou feio, é assim que penso
os cabelos, mas as idéias não ficar E acabo u! Não admito que me to-
ter o que? que farei.
pridas... O homem se casa para *
ques mais no assunto, ou farei uma
SINHÁ - Mulher... a! (Quase
TO - E o Álvar o tinha mulh er? - entendeste? - farei uma loucur
RENA de Deus
fugiu. gritando) E deixem-me, - pelo amor
SINHÁ - Não tinha porque ela lhe
se aman hã, a nossa ca- lhes peço !... - deixem-me em paz ou não sei
RENATO - E, -se na
nuarei o que farei! (E afasta-se, debruçando
chorrinha fugir e desaparecer, eu conti na
amura da, olhando o mar tranquilo e azul,
dona dela? Renat o e Sinhá ficam
a ! tarde que desapa rece.
SINHÁ - Mas mulher não é cachorrinh , co-
RENATO - A dêle era... E o crime
é do imóveis. Olham-se. De repente, a última
s
cacho rrinh a? mo se se lembrasse de algo urgente, dá algun
dono ou da sados para a escada. Renato cor-
Não gaste s os teus argum en- passo s apres
- 3 LEONOR - por um
faças jus- relhe ao encalço e consegue detê-la
tos e o teu bom humor. Quero que aos degra us que ela ia subir).
braço, junto
tica à minha inteligência...
.. RENATO (a meia voz) - Aonde vais?
RENATO (Interrompendo-a) - Faço. .
mim, SINHÁ (idem) - Telefonar a Álvaro
LEONOR - ...mas não se trata de
tia Gabri ela.. . RENATO - Já não lhe telefonaste?
trata-se de quero
SINHÁ - Telefonei para êle vir...
RENATO - fle vai casar-se com ela ou
agora dizer que não venha, (E notando o olhar
contigo?

# :
p 15
;TEA .PTE. 04600,
SB NS;CPR
BR DFANB

34 MANHÃS DE SOL

ÁLVARO (veemente, insistindo) - Não


de admiração do marido, como pedindo des- .pode ser!
culpas ) Que é?' Não sabias que eu era capaz
LEONOR (desanimada, desiludindo-0o) -
de pregar uma mentira?
Sabia. (Since ro) O que não Não pode ser...
RENATO -
ÁLVARO - Sabe que posso fazê-la minha
sabia é que eras tão inteligente. ..
SINHÁ (olhando para o portão da E. leva espôsa?
a mão à bôca, surprêsa) - Ah! (Renato olha LEONOR - Sei. Mas não quero porque
para o mesmo lado e sorri) E agora? não lhe quero. No que a menina julgava amor,
- E agora. .. vejo que estás em a mulher viu, apenas, uma inexperiência, uma
RENATO
-me. Vamos . (Sobe m a es- travessura. Não foi a você, Álvaro, a quem
condições de ajudar em você, apenas, o amor que eu
fica na varand a. amei, amei
cada. Sinhá entra. Renato Sou uma desiludida. Não po-
Chiquinho entra, pé-ante-pé. O portão está en- não conhecia...
agir para de ser. Deixe-me. Adeus, Álvaro. (Dando-lhe
treaberto. Ele fica sem saber como
chamar a atenção de Leonor. Renato indica- as costas, encaminha-se para o fundo, apoia-
Jhe a campainha com um gesto. Que a faça -se à balaustrada, de frente para o mar. Ele
funcionar. Chiqui nho bate na campa inha que fica imóvel. Depois, lentamente, encaminha-se
, pelo portão . Renato es- para o portão. O passarinho, aquele passari-
retina e sai, rápido
conde-se atrás da balaus trada) . nho amigo de Guararema, rompe a cantar in-
LEONOR (volta-se dá uns passos para o sistentemente. Ele pára. Ela presta atenção.
portão) - Quem é? E ambos procuram. E, procurando o passari-
ÁLVARO (entrando pelo portão. Tem oito nho que lhes desperta tantas recordações ador-
anos mais. Um pouco de branco nas têmpo- mecidas, encontram os olhos um do outro.
ras) - Sou eu! (Emoç ão de ambos. Afinal ela Um momento. Afinal ela volta-lhe as costas,
resolve deixá-lo. Volta-s e para sair. Ele reani- novamente. Ele pôusa a mão no portão para
to Chiqui nho, depois abri-lo. O violino de Renato, rompe, lá dentro,
ma-se. Seguea, enquan
lado de fora, a mesma página que Álvaro tocava no violon-
de contornar a amurada, pelo
ao chegar ao fundo salta por ela, silenciosa- celo. Ele pára novamente. Ouve. Ela também.
mente, e vai ter um entendimento mudo com Um momento. Olham-se, outra vez. E êle, no-
Renato , que o chama da varand a. E ambos, tando naquela olhar que Leonor lhe mentira,
escond em. Renato entran do para vai lentamente a ela).
depois se
ÁLVARO - Ouve! Escuta! É a "Reverie
o bungalow e Chiquinho sumindo-se pelo cor- que tanta vez ouviste, o rosto
redorzinho da E. A., entre o prolon gament o da do Shumann",
Não es- cheio de sol, da janelinha da tua casa, lem-
amurada e um lado do "bungalow").
perava ver-me? bras-te?
LEONOR (suplicante, agora) - Alvaro
LEONOR (detendo-se, mas quase sem vol-
O senhor procur a a quem? deixa-me! Peço-te por Deus!
tar-se) - Não.
ÁLVARO - A Leonor. ÁLVARO - Mas se é Deus que nos apro-
LEONOR - A Leonor? xima, não vês?
LEONOR (indicando o hábito) - Não po-
ÁLVARO (emotivo) - Sim, a uma menina
de ser!...
que conheci em uma linha manhã de sol e
ÁLVARO - Como não pode ser? Por que
que, nas manhãs seguintes, sentadinha num
ao mesmo tempo escuta va a um passa és noviça? Mas ainda não professaste. Escolhe
spôco,
a religião do amor e da família, que é a reli-
rinho, ouviame tocar violoncelo e o que Os
aos seus olhos.. . E assim, gião de Deus! (As crianças, lá dentro, cobrin-
meus olhos diziam
durante três meses... do o violino que vai baixando até desaparecer,
gesto de brincam, cantando):
LEONOR (interrompendo num
desânimo) - Não continue. Chegou tarde de- Pai Francisco entrai na roda olé!
mais. .. Para ver como se dança, olá!
ÁLVARO - Não. Chegue i muito cêdo. De-
Chegou o delegado
via ter-lhe escrito e preparado a minha volta. Deu-lhe ordem de prisão
LEONOR - Não adiantaria nada.
ÁLVARO - Por que ? Como êle vem
LEONOR - Porque a Leonor a que se re- Todo se requebrando
fere já não existe. Morreu .
acredit o. Na valsa ligeira
ÁLVARO - Morreu ? Não
... está mor- Ele vem dançando!
LEONOR - Se não morreu
ta. Dê-me licença. Vou chamar pelo Renato .
(Depois de pequena pausa) Ouves? As cri-
ÁLVARO - Espere, peço-lhe. Não vim por anças... As crianças que cantam, a casa in-
êle. Vim por si, ou melhor , por mim.. . por
teira que ri!... E foi para isso que Deus fêz
nós, para dizer-lhe que, em oito anos de au- a mulher!
sência, quanto mais meus passos me afasta-
pensam ento me LEONOR (num transporte irreprimível)
vam de Leonor, mais o meu
diminu ia a - Álvaro!
aproximava dela, que quanto mais
ÁLVARO (tomando-a nos braços) - Leo-
minha esperança, mais aumentava o meu És minha! f
nor!
amor, e que em meus olhos - olhos que ado- (recuando) - Não! (Justifican-
LEONOR
ro porque a viram! - Nunca se apagaram
do-se) Ouve-me, tens que renunciar-me e vou
os seus olhos - (Leonor não pode evitar e dizer-te por que...
olha-o nos olhos) - êsses olhos que me fala-
ÁLVARO (tomando-a novamente nos bra-
vam e... ainda me falam, como naquelas sa-
encant a- cos. Ela deixa-se enlaçar) - Por que?
dias, naquelas luminosas, naquelas RENATO (aparecendo na varanda e aper-
doras manhãs de sol. Lembra-se?
LEONOR (que, dormindo de olhos aber- tando o interruptor da luz. Acendem-se as lâm-
ido os olhos nos olhos dêle, padas) - Por que... quer mesmo saber? (Os
tos, havia esquec
(Afasta -se). dois, assustados, se afastam).
reage) - Deixe-me, peço.
Q 4.
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 040 / .I O .-

MANHÃS DE SOL 35

CHIQUINHO (saindo do esconderijo) - ver. Lembras-te da tua estrelinha? E lembras-


-te do que eu te disse? Tudo voltará.
Cra, seu Renato, o senhor veio estragar o me-
lhor da festa!... LEONOR (radiante) - Sim, titia, as ma-
nhãs de sol voltarão para mim!...
RENATO - Não. Vim trazer quem res-
ponda aquele "por que?" RENATO - Só falta o passarinho (Olha
1
TIA GABRIELA (entrand o a sorrir) com o rabo do olho para Chiquinho, que en-
Eu... (Chiquinho contorna e vai ficar na ex- fia a mão no bolso).
a trema esquerda da cena, opôsto ao "bunga- LEONOR (lembrando-se do que ouvira,
low". Renato, corre a estreitar a mão de Al mas não acreditando) - O passarinho? Não!
- Eu sonhava acordada, - foi ilusão...
varo. Sinhá, aparece, com as crianças, na va-
randa. Tia Gabriela desce). ÁLVARO - Não. Eu o ouvi há poucos!
LEONOR (indo-lhe ao encontro ) - Titia, (Com exceção de Renato, todos olham, incré-
eu... dulos, para os dois. Chiquinho que tirou do
TIA GABRIELA - Não me diga nada. Tu- bolso um aparelhozinho de metal, põôe-no na
do quanto era possível dizer foi-me dito pelo bôca e começa a trinar como o passarinho de
seu advogado de defesa. (Aponta o Renato) Guararema. Todos, surprêsos, começam a pro-
Aliás o juiz não lhe deu grande trabalho: a curar com os olhos, com exceção de Renato
causa era justa e nobre. O meu corpo é velho, que finge, apenas, que procura. Sinhá desco-
ninha filha, mas meu espírito é moço. .. bre a burla).
RENATO (orgulhoso) - Quem lhe disse SINHÁ (apontando para Chiquinho)
isso fui eu. R Olhem! É o Chiquinho! (Todos se voltam.
&? GABRIELA - Foi, mas é verdade... Chiquinho como se batesse as asas, trina, al-
LEONOR (num transporte de reconheci- cando o corpo na ponta dos pés. Risos).
mento) - Titia!! LEONOR - Ah! Foi você!
CHIQUINHO - Foi Deus "siá" Leonor,
ÁLVARO (idem) - Irmã Gabriela, como
a senhora é boa!!... (Beija-lhe as mãos). porque se não fôsse êste passarinho, a alegria
não cantaria agora aqui! Foi Deus, "siá" Leo-
CHIQUINHO (emoção cômica) - Vou-me
nor... (E pondo novamente o aparelho na
embora, senão começo a chorar... Para es-
bôca, fica na ponta dos pés, como se voasse
sas coisas sou mole que nem genipapo...
RENATO - Fica. Tu fôste um notável au- e rodopia e trina. As crianças correm para
xiliar da defesa... êle a pular e a gritar).
SINHÁ - E eu? A MAIS VELHA - Mé dá! Mé dá! Eu
RENATO Também. Ficou até inteli- quero êsse passarinho!
A MAIS NOVA (ao mesmo tempo. Alga-
gente!
GABRIELA (como numa prece, a Álvaro zarra alegre). - É pra mim! É pra mim! Vem
e Leonor um de cada lado, a última acarician- cá, passarinho, vem cá!...
RENATO (para o César, simultâneamente)
do as cabeças das meninas 'que correram ao
seu encontro) - E que Deus Misericordioso, - Olha, o passarinho, o passarinho de Gua-
rarema. Olha, filhinho! (Provocado pelos tri-
que nos está vendo, dêlhes em felicidade o
que pagaram em abnegação. (Comovida) Uma nados, começam a cantar os pássaros dos vi-
veiros e das gaiolas, formando um concerto
casa ditosa como esta (aponta o bungalow)
que ria sempre pela bôca do marido, da mu- alegre de manhã de campo. Sinhá e Renato,
voltam-se para os pássaros que cantam, bei-
lher e de muitos filhos. (Leonor abraçaa de
um lado. Álvaro de outro. As crianças che- jando o filho. As crianças vêm para junto dê-
Chiquinho continua a piar, agora para provo-
gam-se, carinhosas, à velha irmÃã-de-caridade.
car os passarinhos no 1.o ato. Sinhá e Renato,
Renato e Sinhá, também comovidos, abraçam-
voltam-se para os pássaros que cantam, bei-
-se, beijando o filhinho no colo dela. Pequena
jando o filho. As crianças vem para junto dê-
L pausa).
CHIQUINHO (chorando) Ahn, ahn, les formando um grupo carinhoso. Leonor e
ahn. (Voltam-se para êle) Sou eu... a carne Álvaro olham-se com ternura. Gabriela, entre
é fraca. Não posso resistir a essas coisas. As- os dois, sorridente e feliz, junta-lhes as mãos
sim, acabo sendo freira também... desocupadas, pois, êles enlaçam a irmã-de-ca-
RENATO - Não é só você. Estamos to- ridade).
dos chorando. .. GABRIELA - E que Deus seja louvado!
LEONOR (limpando as lágrimas) - É ÁLVARO (como se sonhasse, a Leonor)
alegria. De alegria também se chora, não é - As tuas manhãs-de-sol!
titiazinha? (Limpa os olhos da irmã-de-carida- 1'LEONOR (idem) - As nossas manhãs-de-
de). Não é verdade? Não pensa como eu? -Sol!...
GABRIELA - Penso... que quando se é
feliz, não se deve pensar. Deve-se apenas vi- P A N O

NOTA - O autor, propositadamente, conservou, nó diálogo, à mistura, muito


brasileira, de tratamento de tu e você.
A.PTE.04 60, p-|B86.
BR DFANBSB NS/CPR;TE

TEATRAL
COLETÁNEA

so, 97, 3.o andar


da SBAT -- Av. Almirante Barro
Peças Publicadas, à Venda na Sede

Gastão Tojeiro
- ONDE CANTA O SABIÁ, de s
- SAUD ADE, de Paul o Maga lhãe
Wanderley
COMPRA-SE UM MARIDO, de José o Orlando
SE O ANACLETO SOUBESSE..., de Paul
DINDINHA, de Matheus da Fontoura etti
O CASACO ENCANTADO, de Lúcia Bened Pederneiras
O CHá DO SABUGUEIRO, de Raul Alvim e Nelson Abreu
O AMIGO TERREMOTO, de RenatoVian na
O DIVINO PER FUM E, de Rena to
Santos e Luiz Iglezias
PRIMINHO DO CORAÇÃO, de Miguelo Magalhães
CHAPRUZINHO VERMELHO, de PaulCarneiro
O CULPADO FOI VOCE, de Nelson Iglezias
ONDE ESTÁS, FELICIDADE?, de Luiz Léo Victor
A MÁQUINA DA FELICIDADE, de Santo s
HOTEL DOS AMORES, de Miguel erley e
COMO VOCE QUISER, de José Wand LERO-LERO, de R. Magalhães Júnior
NOVAS AVENTURAS DA FAMÍLIA Gonzaga
A FLOR DOS MARIDOS, de Armaondo h
UM CRAVO NA LAPELA, de Pedr Bloc ida
PAIOL VELHO, de Abílio Pereira de Alme
O CHALAÇA, de Afonso de Carvalho MOELA DA GALINHA, de Viriato Corrêa
os LINGUICEIROS RODERIZ e A
O IDIOTA, de Léo Victor sto de Abreu
QUANDO O CORAÇÃO QUER, de Mode s
FRUTOS DA EPOC A, de Mári o Nune
A PAIXÃO, de Luiz Peixoto
O BôBO DO REI, de Joracy Camargo e Darcy Evangelista
A CAMISOLA DO ANJO, de PedroiraBloch Sampaio e Arnaldo Faro
FUTEBOL EM FAMÍLIA, de Silve
RETRATO A óLEO, de Arthur Azevedo
FONTE CASTÁLIA, de Arthur Azevedo E E A SOPA, de Arthur Azevedo
ALMANJARRA e ENTRE O VERMUT
JÓIA, de Arth ur Azev edo
DOTE e o ORÁCULO, de Arthur Azevedo ur Azevedo
BADEJO e UMA CONSULTA, de Arth edo e Aluízio Azevedo
CASA DE ORAT ES, de Arth ur Azev
O MAMBEMBE, de Arthur Azevedodee Arth José Piza
ur Azevedo e Moreira Sampaio
O GENRO DE MUITAS SOGRAS, Gonçalves
HELENA, de Eurípedes, tradução de Lopes
O CRÉDITO, de José de Alencar
A FAMÍLIA, de Quintino Bocayuva
QUEBRANTO, de Coelho Netto e el Santos
UMA VISITA DE CERIMÓNIA, de Migu o Pereira de Almeida e
MORAL EM CONCORDATA, de Abílieiro
PRIMA DONNA, de José Maria Mont Pinheiro Guimarães e
HISTÓRIA DE UMA MOÇA RICA , de
el Santos
O BANQUETE DO PREFEITO, de Migu
A CAPITAL FEDERAL, de Arth ur Azevedo
LOUCURAS DE MAMÃE, de Jota Gama de José de Alencar e
O RIO DE JANEIRO (Verso e Reverso), or
MALDITA PAR ENT ELA , de Fran ça Júni
Manuel de Macedo
REMISSÃãO DOS PECADOS, de Joaquim rgo
DEUS LHE PAGU E, de Jora cy Cama
DONA XEPA, de Pedro Bloch
MARIA MADALENA, de Batista Cepelos
O CORDÃO, de Arthur Azevedo ra de Almeida
RUA SÃO LUÍS, 27-8.o, de Abílio Perei
GIMBA, de Gianfrancesco Guarnieri
ELES NãO USAM BLACK de Gianfrancesco Guarnieri
OS CAFTENS, de A. Lopes Cardoso lhães
A PRINCEZINHA DE OURO, de Paulo Maga aldo Viana Filho
CHAPETUBA FUTEBOL CLUBE, de Oduv Alexandrino de Souto
A MENINA QUE VENDIA FLORES, de
NHA, de Joaquim Manuel de Macedo
A MORENINHA e O MACACO DA VIZI Pongetti
SOCIETY EM BABY DOLL, de Henr ique
LHER DE BRIGA) de Pedro Bloch
UMA FLAUTA PARA O NEGRO (MU
OS RAIOS Y, de Justi no dos Santo s
A FARSA DA ESPOSA PERFEITA, de Maga Edy Lima
lhães Júnior
FUGIR, CASAR OU MORRER, de R.
O MICRÓBIO DO AMOR, de Bastos Tigre edo
AMOR POR ANEXINS, de Arthur Azev Piza (2a edição com notas e esclarecim
entos).
O MAMBEMBE, de Arthur Azevedo e José
MIQUELINA, de Pedro Bloch
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA eRDFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.OG6J je
DEPARTAMENTO DF POLÍCIA FEDERAL

SERVIÇO DE CENSURA DE DIVERSÓES PÚBLICAS


TURMA DE CENSURA DE TEATROS E CONGENERES

PAR E Cc E R

1) Documentação

a) Título em Português:.

b) Título original i...

e) Autor :.__Q4uvaldão Viana

d) Tradutor

e) Diretor:. _

f) Produtor :_____ 2

g) Companhia;

h) Classificaçao da Censura:

2 a
Analise

a) Gênero;

b) Argumento:
Trorana
= C |-S

mostrando
mbotando

incipalmen'+ e

3 Cconhecitins
meios

2 - Impres:

d) Diálogos: _Narmai 3,

W'F-SAV. 192
£) Personagens:
Firmino, Alze Nit

g) Valor educativo:
iA nfarinros
PA - R

a 211 ,.

III) Conclusão

encaminho a peça abgdixo inÃicada, com o parecer ào


Anexo

TÉécnico de Censura LUIZ CARLOS MELO AUCÉLIO, que a examinou,

Título; MANHÃS DE SOL

Autor : Oduvaldo Vianna

Restr.: 10 (DEZ) ANOS


';.

Obs.: Peça liberada em 08.11.68 com a classificação de 14 anos.,


Em 19 de Va
abril de 1971
gf, qujgx/ÚM/
ANTÓNIO DE P. C. ALVES
ÍÁC dh; TOTC

DA SC Optra 710 Jajá/Za A


/
º/ÃWK/Q7ZQÇÓ ('Já HN/yvo/W/ch/àm/x
B tdo Cru & gue
”%%/0 7a AAs 3320200 :
fale 9,70!!!wa /
BR DFANBSB NS.CPR
;TEA.PTE.0 460, - ./849 ,

PRE mistério Da JUSTIÇA

N' DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

CENSURA FEDERAL

#4 Certificado No 365 ZZ ZI

prEçÇa___==="___MANHÃS DE SOL__ *===

ORIGINAL DE ODUVALDO V1ANNA

APROVADO PELO S. C. D. P. VÁLIDO ATÉ_3JQde___ ABRH -_- é i16.

CLASSIFICAÇÃO

___de 1 º_ll.
dh

P R O 1B1B©|
PARA MENORES DE
14 ANOS
BR DFANBSB NS.CPR.TEApr
e 0460, / - (90 .
M. J. - D.P.F.
CERTIFICADO DO S.C.D.P.

Certifico constar do livro no 02 folha no 15 ; de Tegistro de peças

teatrais, o assentamento da peça intitulada * MANHAS DE SOL a

Original de ODUYVALDO VIANA .


Tradução de

Adaptação de oo el Salo --- i de É

Produção a-__GREMIO DRAMÁTICO SANTA BÁRBARA /SP

Tendo sido censurada em 17 de ABR'L de 19 71 e recebido

a seguinte classificação: PRO'B'DQ PARA WhpRç-S DE QUATORZE Ams

- CONDICIONADO AO EXAME DO ENSAIO GERAL -

o PRESENTE CERTIFICADO SóMENTE TERÁ VALIDADE QUANDO ACOM-_

PANHADG DO SCRIPT DEVIDAMENTE CARIMBADO PELQSOOP___ //

edodio Deo des d

CUTLP 2] &
WILSON DE QUEIROZ GARCIA

Brasília,30«c_ ABRIL__. «. 1971_______CHEFE DA SEÇÃO DE CENSURA

MMWM+
DPF-SAv.150 det Fdaintolr é 46brldê nrteis +
TE. 0460, 94.
er DraNBSB NS.CPR;TEA.P

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
FEDERA 2 gyz/
Departamento DE POLÍCIA

MEM .o N.o
DataBº/4m

po CHEFE DA SEÇÃO pe CENSURA

"_. CMEFE DA TODPSDR/ SP

PROVIDENCIAS / /
Assunto:

SENHOR CHEFE,

s no SENTIDO DE
soLrerro as suas provipenocpa
GERAL DA FEÇA ABAIXO -
ou seua assisTtiDo o EmSaro
ENTREGUE A poctmeENTAÇÃo -
piseriuINADA, PODENDO Ser
POR
cLaSSIFICAÇÃO ESTABFLECIDA
ao iuteressaDo, caso a
com o oeservano No ENSATO
êste sopp esteJa pe acônpo
nemETiDo MINUCIOSO RELA-
nevenpo, posteriormente, ser

TôRrio a RESPEITO,

peça, MANHÃS DE S0L

AUTOR, ODULVALDO VIANNA


RA SANS
nNTrS., JOSÉ LAERCIO TEIXEI

ATENGI OSAMENTE,

pc aucinoz GARCIA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

AA D!

: LQCURLDOO 2472

pp” i/A'HW ””'/q, Autuação

me
C
L
LL
k
©
J
O
0
L
o
(0)
-
Z
W
2
«
E
C
4
0
UW
O
|
-
s
MANHA DE SOL

comédia em tres atos

MANHÃS DE SOL fei aprcsonindn,Íola primeira ves, no


Teatro Trianon, no Rie de Janeire, em 19 de outubro de 1921

D I 8 ? R 1 B 0 I c A 0

Our ; +9

IRMX GABRIELA 73 e e e e e e e e e é e e e é e » e e e e
+++ 9 $ 33333 $ 3353

PEQUITOTA é

MESTRE DOMINGOS ;

e e e e +
CHIQUINHO ;33 ;; 9 9 + 3 9

DR, ALVARO DE ALENCAR ;:j::3:3333 e e e e e e e é e


Presas

33333 $ $ 33333333

- LBRÁÉ

NITINHO
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0460, p- 196.

MANHX DE SOL

cemédia em 3 atos de ODUVALDO VIANA

2 A o

lin
Estamos em Guararema, una vila de intejirier de São Paulo
que arrsta a sua pasmaceira por entre às águas caudale-
sas de Paraibkba e o atrazo retineire des habitantes; A ce-
a representa um quintal., O mure, praticaveli, paris die
um fêrne de tijolos, e E, D, vai até a E. A. onde fermando
um Armgulo reto, se estende por tede e fundo, para terminar
ma D. A, cenfimandoe cemm es fundos da cesinha receira que %
tema teda a Direita. A, E, M. , lege depos de Fôrne
aum pertaszirnhe de ripas que dá para a herta e e galinhei
re
Ae "ais large, «e maúsira macissa
sem mo meiose de muro, abrindo-se para uma pequena passagem
de onde sai uma escada que sebe para a perta de umacasa
mais alta, praticarel se abre para cena., perspectiva de
xt
4 extras casa iguais, A, D, a cesinha de pertas
Bªil e jamela(D,M,.) Deis degraus têésces, «e vijelo,
praticaveis. No meio da cena aum peçe, com balde corda
e ermreladeira, Um caixão a guisa de Bance., Os gales
amuwnciam e dia que começa a surgir, Muçidos Lençíqgães ...

e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE,0400, p- !9+

07
Sebe o,pare., MINHA , a dera da casa aparece. é uma ,Telha N9%a
cheia de banhas, de nerbes e de fé nos padres. Está im-.
digmada, E que axsxx as filhas, Sinha e Pequiteta, acerdaram tar-
de, Ela emtra da E, M, da Horti, cem avental chele de verdaras
Celocase me peçe. Vai ao forme, Are, espia: Apesar
da erxídia, ela anda depressa, fala depressa, aumteritaria e
decidiêa, fecha mevemente o ferno e grita, fertemente, Chnande
em direção á casa da D.

ANHNHX
Simhá, pequitera| (LIGEIRA PAUSA QUE ELA APROVEITA PARA A
AnHAÃ OMA PA DE CABO CONPRIDO E UM TABULEIRO DE MADEIRA
ENGOSTaDO ao POÇO), Simhá, Pequitetal (OUTRA PAUSA, EIA DI-
IGE-SR NOVAMENTR ÃO FORNÓ, ABRE-O E TIRA, COM A PL, O PRBE-
MEIRO PRO QUE JOGA NO TABULEIRO A SRUS PES.) Sinhá! pequiteta!
(ENFIA?DE NoVO s PA NO FORNO ENQUANTO CONTINJA A CHAMAR
CADA VEZ MAIS ALTO, Sinhá! Pequiteta! (VIRA O SEGUNDO PRO
SEGURA-O QUEIMA AS MAOS APANHA-O COM O AVENTAL A DOR DA QUEIMADURA
AUMENTA-LÉ A RAIVA E Os GRITOS QUE SE TORNAM ESTRIDENTES,REPETIDOS
- EBRMINANDO EM FALSSETES DESESPERADOS) J Stahá! Pequitetal Sianá! pr
Prquiteta! Simhá! Pequitetaaaaaa! (ABRE-SE A PORTA DA COZ DA
D, ASSOMAM? POR ELA ASSUSTADAS: AS DE SINHÁ E PE-
QUITGTA AMBAS USAM TRANÇÃS VESTIDINHOS SIMPLES DE MOCINHAS DO
IOR, SSTKXO ATONITAS; SINHA vimecom um PE DssCALÇO OUTRO CALÇADO
FOANDÓO AINDA O VESTIDO, PEQUITOTA, ENTRA DE MEIAS; COM OS SAPÁTOS
Tt MXOS, A CABEÇA CHEIA DE PAPELOTERS) ;

e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE,
0%0, o- 198.
SINHÁ E PEQUITOTA kA

- (A PORTA) Sinhera, Mamãe:

NHANHA
(PorÉM, NÃO PARA DE CHAMAR PELAS FILHAS,
LHA, A PONTO DE EST OURAR; GRITA ATE PERDERCOLORRI CA. VER ME-
FOLEGO)
Simhá! Siridaaa: Pequitetaaa:

SINHáÁ
Ouaquasto PEQUITOTA ATARANTADA,SENT
EB CALÇA OS SAPATOS), Já esteu aqa A-SE NO TOPO Da ESCADA
i mamãe!
NHANHX
(ARREMEDANDO-LHE A MANEIRA MOLENG
- mamãe (NUMA REBENTINA A DE FALAR). Já estea aqui
DE BIL IS ACU
mesca morta! (SINHÍ DESATA A CHORARMULADA) ; Parerha
MAS DEMASIADO INFANTIL PARA SEUS A, É O' PRANTO SINCERO
r Derreteu a Manteiga! Serga- DEZOITOS ANOS), Prente
d'ªªiª da cince e levam mão Sabem que e trem passa peuce
sei qWantas hêras para se Yestirem
©sa3, Rainha de Sabá! Veras de Mil
e Estrelas de Cimema (ORDEN
NUM TON QUE NÃO ADMITE RÉP AND
rooiiigli LICA). Vames: Laverm esses

SINHX
ORANDO MAIS ALTO) Ahh!
,,. Ahh,! Vames Pequitota
fecimhes(AG DUAS "DEIXA , lavar
RETIRANDO CHEIO DAGUR QUE M CAIR O BALDE DENTRO Só
DESPEJAM NUMA BXX SACIA Poço
AM OS ROSTOS ENQUNTO NHX Du AGATA
NHX, VOCIFFERRANDO COISAS
ExXEX SO ELA ENTENDE, CON
TINUA RETIRAR O PRO DO BÓR
NO ;
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,pTrE. 409
, e -199 h.

o SOL, MUITO CLARO,


SURGE DE TODO. RWLE SOLUÇA AINDA. DA ©
CASQA DO FUNDO, UM SOLO DE VIOLONCELO ENXXX ENVOLYE A CENA,
NHXNHX sEM sE DeTEr NO SEU TRABALHO, EMENDA AO SEU RESNFO-
NINAR, ENTRE INDIGNADA R IRÓNICA )

NHXNHÃ

4
Mais um musico pa ra e concebe! 1 e moço triste de Xt rçhecão
B se e eutre Maiuces nas estivesse dgrainds toriames tambem uma
rabo, uinha as cince hesras da manhã! Uma beleza! (DIRIGINDO.SE
COM O TABULEIRO DE PÃO PARA A D. ) !Desgraçades que
nae ,tem nada que faser! (JÁ NO TOPO DA ESCADA, VOLTANDO-SE Para
as filhas). R veces andem cem isso, euviram? Quero só que e trom %)
Chegue e veces ainda estejam ali esfresands a s fuças. para Var! ...

SINHÍ

)OFENDIDA COM AS FUÇAS NEZYTX DESATA NOVEMENTE O PRANTO), Ahai


Ahn! Ahnl .,.»

NHÃNHAX

(ARFANDO DE RAIVA E DE CANSAÇO DE FLAKR TANTO E TÃO DEPRESSA


SAI; ARREBATADAMENTE? PELA COSINHA DA D: BATENDO '
4 A PORTA COM RSTRONDO. SINHÍÁ DE SOSLAIO, OLHA PARA A PORTA,
IMPA Os OLHOS, VAI DEPOIS, A.D. POE A LINGUA DE FORA? NUM
DESABA PO NATURAL; NUM HAN! ,.. DESAFORADO, AO MESMO TEMPO
Q UB RENATO, RAPAZELHO QUASI IMBERBE, ASSMÁ A PORTA DA CASA
Dó FUNDO, Dk ROUPÃO DE BaNHO E SABONETEIRA EM PUNHO. TRAZ OS
CABBLOS RM DESALINHO COMO QUEM ACABA DE LEYVANTAR-SRE, RSPREGUIÇA-
SE COMEÇA A DESCER A ESCADA,
8R DFANBSB
NS.CPR.TEA pr
e, 0400, e 00
.
5.

PEQUITOTA

CUIDADO! Ela já foi? (RENATO PARA NO MEIO DA ESCADA E FAZ-


SE ESPECTADOR DO QUE SE PASSA NO QUNTAL VIZINHO).

SINHÍ

Foi Uma dia eu não sei não! Pego um revolver, ponho no ou-
vido e...

RENATO

( IMITANDO UM TIRO). Pum !...

SINHÍ

(ASSUSTANDO+- SE, CORRE, ABRAÇANDO-SE A PEQUITOTA). Jesus!

RENATO

( NUMA GARGALHADA RUIDOSA, DE PERDER O FOLECO). Ah! Ah!


AH! i

SINHÁ

(VOLTANDO A MEDO, OS OLHOS PARA O FUNDO E VENDO RENATO, DE_

SATA A CHORAR). Ahn! Ahn! Ahn!i.

PRQUITOTA

(REFEITA DO SUSTO). Não chore,bôba. É isso mesmo que 8le


quer!

SINHÁ

(RECORTANDO A FRASE DE Que-susto-que-l3le-me-pre-


gooou! ...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.040 p)O! *-

RENATO

(IMTITTANDO-A) .Que susto que Ele me pregooou! ...

PEQUITOTA

( ENTRE ZANGADA E SORRIDENTE). " Seu " RENATO!

SINHÍ

(LTMPANDO OSOLHOS E ESBOÇANDO UM SORRISO DE DISFARÇADA


SIMPATIA, FORMULA UMA PERGUNTA UM TANTO FORÇADA NO IN-
TUITO INCENUO DE PUXAR CONVERSA& :)0 doutor Álvaro já
se levantou,não já?

PEQUITOTA

(RESPONDENDO A IRMÃ). já. Você não ouvio o rebecão ?

RENATO

RABECÃO é seu nariz! Violoncelo. ( PEQUITOTA CORA). Des


culpe. Estou brincando. (FIXANDOQUL'Ã O_OLHAR NAS DUAS
CABAM DE ENXUGAR O ROSTO). Vocês vão a alguma festa ho-
je ?
SINHÍZ E PEQUITOTA
(DE COSTA PARA RENATO, RETORCENDO A TOALHA E O CORPO)
Não senhor.

RENATO

Vão fazer a primeira comunhão?

SINHÍ E PEQUITOTA

Não, senhor.
.
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. (4650 5.08

1.

Sinrhã

(CURIOSA, OLHANDO-O DE SOSLAIO). Per que, seu Renate,


per que Hem!

RENATO

Estão lavande a cara ... (RI RUIDOSAMENTE).

SINHÍ

(PAZENDO CARA DE CHORO). Ah! Também ooo

PAQUI I0IA

Béba, é isso mesmo que éle quer!

RENATO

É mesme! Veces fica qundo cheya! . . ADESCENDO


MAIS DOIS DEGRAUS). Mas ende é que veces vão a e Gesta
&
hera?

PRQUITOZA

Vamos É estação esperar uma tis.

sINHÍ

A tia Gabriela.

PEQUI TO0TA

Irnã de namãe.

RENATO

Irmã ée caridade e irmã de sua mad? # Bem se diz que es


extremes se tecam ,.. (UMA GALINHA CACAREJA),.

SsINHÍ

POI A MINHA CARIJÓ! Veu buscar e (SAI A CORRER


PELO Eolo)o *
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0400, p.. 8.

PEQUI TOTA

( PARA A IRMK QUE SAI). Não se demore. Olhe mamãe!

SINHÍ

( DE DENTRO). já vou!

RENATO

( SEM EM TOM DE tia Gabriela é bonita co


mo o resta da famflia ?

PRQUITOTA

( SEMPRE INGENUA). não sei. faz seis anos que não vejo
ela.,

RENATO

Ela mora longe aqui ?

PEQUITOTA

[UT TO ...

RENATO

NA CHINA ?

PEQUITOTA

Mais longe! No rio de Janeiro! ... O senhor também mo-


#
ra lá, nao mora ?

RENATO

PEQUITOTA

E não conhece a tia Gabriela! ?

RENATO

MUITO!, ..
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 0460, p-4,

9.

PEQUI7O0T&

E a Leonor também ?

RENATO

Axzenmxikmweximmbém A Leonor nem se fka fala!...

PEQUITOTA

# nossa pruma. Tem 17 anos. Quando saiu daqui tinha oito


Ela lhe falava ie nós?

RENATO

Falava. Todos 03 áomingos,-a tarde, sentados num banqui-


nho do Jardim publico da rua do Ouvidor, iamos ouvir a
banda kik& lecal no coreto da esquina da rua da Ca-
rioca com a da Avenida Atlântica ...

PEQUITOTA

EP
RENATO

E e ela falava muito de voces todos! Ela chega, também,


heje ?
PEQUITOTA
EX Chega.
SINHÁ
. (ENTRANDO, A SALTAR COMO UMA CABRITA) Olhe, o ôve! olhe
o ôvo! Est! quentinhe ainda!...(ENCOSTA-O NO ROSTO DE
PRQUITOTA). Veja!
RENATO
Se eu pedisse êsse Ovo vocês me davsm?
3D NEANRCR NG ADD
BR DFANBSB NS.CPR, TEA.PTE.04 080 p
10 e

SINHÁ E PEQUITOTA

( COM DENGUR). Não.

RENATO

É receita médica ..,

SINHá E PEQUITOTA

NÃO 3;3%

RENATO

POr que ?

SINHÍ

Peça p'ra Ester ,..

RENATO

Está com ciúmes ? Eu não gosto dela ...

SINHA

( COM ESPERANÇA DE UMA DECLARAÇÃO, CADA VEZ MAIS DEN-


GOSA).
a
De quem é que o senhor gosta, então ? Quem o senhor
prefere ?

RLNATO

Entre você e a Ester, prefiro ....

SINHA

( não cabendo em si) Prefere ?

RENATO

Prefiro ... o vo.

SINHZ

(_NUM MUCHOCHO). An! ( RENATO RI) A PEQUENA COM RAIVA,


ARREMESSA O 0VO NO CHão).

NHANHÃ

(QUE ASSOMA A PORTA) . Queé isso, memina? (RENATO DES$-


CE, A CORRER, A ESCADA. AS DUAS PEQUENAS, Nao
Sa-
BR DFANBSB NS.CPR
É?“
.TEA.pTeE. 04 00, P

"..BEM O QUE PAZER. NHÍNHX AVANÇA PARA ELAS QUE CORREM, As


MÃOS LEVANYADAS EM FORMA DE DEFESA)

NHANHX
Suas assanhadas! Sapecas! Quebrando eves e cenversandeo
com esse trangalha-darnças e e tram que £i que espera!
SINHA E PEQUITOTA
(QUASE QUE Não. Manães não! Eu mãe fa
e mais! NZe!(ALVARO OHEGA A JANELA DA CASA DO P.D. É
gu RAPAZ DB VINTE E ALGUNS ANOS. DE PISIONOMIA IRISTO-
NHA MAS ATRARNTE. A CONTINUA);

SINHA
Mamãe não no bata! !
PEQUI?0?A4
Não faço mais jure (BEIJA OS DEDOS EM CRUZ).

(FEROZ, GERCANDO AS FILHAS NO IBTUITO DE BAIER-LHES )


Sim, vosses dizem sempre isse e mãe se emendar! Sapecas!
Vãe acsbr de apreantar-se e sarpem para estaçao, vanes
(AS DUAS PQUENAS ESCURIRSNDO-SE CONSECUBEM A1 PER
FURIA DA VEBBA E ENTRAM PARA CASA DA D. GRITANDO E CHOR
ANDO , MHAnhà VOCIYERA AINDA ALGUNS DESAFOROS) Sapecas!
Ass adas! (E VAI PERSBCUIR AS FILHAS CHEGANDO A PORYA
PO MUDA DE Ibnãªiª VOLTA-SE OLHANDO ATRAVES DO MURO
A PROCURA DE ArO ) Chi quinhe :! ,Criquinmhe PUSA ELA
DESESPRBRA-SE NOVAMENTIE. ). Iste é de deixar uma eria
Sura maluca! (CHAMA OUTRA VES AOS GRITOS). Ohiquinhe
des quiates é cohiguinmhe de diabe!
CPR teA pre 400, e -20
+

22.
CHIQUINHO

(FORA DA CENA, DA E.M.F. SINHORA! SINHORAAA !

NHANHR

VEM CX, condenado!

CHTIQUINHO

( ENTRANDO E.M.), J4 est


u aqui, Siá Nhanha! (CH
RAPAZINHO DO LOCAL, PEÃ IQUINHO E UM
O DE CRIA DA CASA, MIUUDO
RÁPIDOS, OLHAR VIVO RES , DE GESTOS
POSTA PRONTA, SBRIA UM
BRETE SE AS PANCADAS NÃO VERDADEIRO DIA
O FIZESSEM ADOTAR, D"
DO, ATITUDES DE ANJO QUANDO EM QUIN
..,.)

NHANHX

(SEMPRE RÁPIDA, E ALTERADA). Onde é que


tava que você es-
metido?

CHIQUINHO

Eu est va no ..,

NHANHÃ

Não quero resposta! Cala a bôca,


peste! Ví ali à venda de
NHO Nito Branco e veja quantas
horas são. Depressa!

CHIQUINHO

(( SAINDO, COMO UMA BALA). Sim Sinhê.

NHANHÃ

Venha cá condenado!

CHIQUINHO
( VOLTANDO) . Sim Sinhô

NHANHÃ
A
Veja se ele sabe a hora certa do trem
sr DrAaNBSB 0400, 5 . 08.

13.

CHIQUINHO

Sim, Simhé ,.. (NOVA SAIDA).

Espere bandiãe. i

CHI QUINHO

(ONTANDO) Sim ,Sinhê!

31 "O Estado de São Paulo" Já estiver choghrio, que no em-


. preste um instantinrnhe.

Sim Simhé: (SAI NOVAMENTE COMO UM


PBF DE VENTO);

(SEMPRE NO TOPO DA ESCADA). Um k*a pé la e eutre


of. Depressa!
Depressa! (ENTRA PARA CASA,RESMUNHANDO). Vagabundo
que
hão serve pra mada!... (PAUSA,RÍÁPIDA. MEDO, ENTREABRA-SE
| 0 PORTÃO DO FUNDO. CHIQUINHO ENTRA. CAUTELOSO.
ESPREITA
* CORRE A PORTA DA D. OBRRA Os PUNHOS TRÉMU
LOS DE RAIVA,
AGITA-O0S NO AR, NUMA AMEAÇA). 5

CAHIQUINHO
Jararaca!
e ALvaro
(DA JANELA, CHAMA-O). Chiquinho! (O
PEXOZINHO ASSUSTA-SE
VOLTA-SE RÁPIDO, NUM "AI" ANGUSTIO
SO E CAI SENTADO NO CHÃO).
Seu eu!
$ CHI QUINHO
(VOLTA A CABEÇA, VB ALVARO) Que sust
e: ! (LEVA As Mãos
AO CORAÇÃO QUE QUER SALTAR- LHE DO
PRITO R DESATA A RIR,
SPM FOLEGO, NUMA CRISE DE NERVOS).
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 0460 o- 0 9 .

14.

AVARO

CHIQUINHO

Nervoso. O senhor me pregou um susto! ...

ALVARO

DESCULPE, não foi minha intenção. Queria só poupar-lhe


o trabalho da caminhada, Tenho horas certas esei o ho-
rário do trem.

RENATO

( APARECENDO NA ESCADA, DE VOLTA DO BANHO). Onde estão


os ovos ?

CHIQUINHO

( LEVANTANDO-SE , ASSUSTADISSIMO). Grite mais baixo, seu


RENATO, grite mais baixo! Nao me comprometa!

RENATO

Ou me dá os ovos frescos ou o dinheiro que lhe dei ontem

NHANHÃ

(DE DENTRO). Chiquinho! Ó Chiquinho!

CHIQUINHO

(ATARANTADISSIMO). Ih, MEU DEUS! Me veja , hora, "seu Al-


vareo.

ALVARO

(CONSULTANDO O RELÓGIO- PULSEIRA). Cinco e trinta e oito.

CHIQUINHO

E a que hora o trem chega?


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 9400, p
- LO .

150

as inaro

As cimoes e quarenta e deis.

CHIQUINHO

(LEVANDO As MÃOS A GABEÇA) E "O Estado de São Paule",


Eux Deus!

NHÁNHI

ó amônia.: (o mammcguo
(DE DENTRO). Chiquinhe:
Um DOIDO, PRECIPITA-SE PELO PORTÃO DO F. RLA CHEGA POTA)
QO Caiquinho | Chiquinhe:
CRI QUINHO
(ABRINDO O PORTÃO, NOV NTE, ENTRANDO , COM
DE FORA COMO SE ESTIVEEMB A
SSE IDO E VOLTADO NUMA CARLIN GUA
REIRA só).
Prente sia Nhânha? Esteu que não posse mem
TOM). São coimos e trinta e eite. fail. (NOUTRO

y NHA NHX
EB o trek? .
CHIQUINHO
(OLHANDO PARA A JANEBA, ONDE Os RAPAZES,
A CENA B AGORA PENTAM AJUDA-LO A SORRIR, ASSISTEM
8 DEDOS), Otrem ... o trem... PAZENDO-ILHE SINAIS COM
e trem passa às cince.
%: 18... .(COMPREENDIDO MAU Os SIN .. ás cince e
AIS) As cincos e vinte,
NHÁNHX
Então já passeu
BR DFANBSB NS;CPR;TEA.PTE. 0460 p. AM

CHI QUINHO

Passou ...

NHANHÃ

4IÇANDO OS PUNHOS), An !

CHIQUINHO

Não, não passou. (COMPREENDENDO, ENFIM OS SINAIS). Passa


às cinco e quarenta e oito.

E e jornal ?

CHIQUINHO

O Jornal?! Pois é ... Ah!. mandou dizer que a cas


pra s s 4 s
Sa nao empresta mais jorná. Quem quisé lê que ecempre!

(COMO UMA FURIA DESCENDO AS ESCADAS COM A INTENÇÃO DE IR


TOMAR SATISFAÇÓES DO VENDEDOR). Fle disse isso? Vou lá £
le... ( Ouve-se o apito do trem);

ÁLVARO RENATO E CHIQUINHO

(_0OSs DOIS PRIMEIROS PARA SALVAR O ULTIMO E ESTE POR INS€


TINTO DE CONSERVAÇÃO). O trem!

NHANHA

(retrecedendo, grita, dirigindá-se para Casa). Sinhá! Pe


quitita! Já estao prontas? (SAI D., E A SUA VOZ SE PERDER)
Pamonhas! Môscas-mortas! Depressa!

RENATO

Se vecê nao me trouxer os oves conto tudo já!


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0400, o- VA -

CHIQUINHO e

Levo uma dúzia!

RENATO

Quero duas!

CHIQUINHO

Levo tfês!

NHANHA

(CUJA A VOZ VEM SE APROXIMANDO DE DENTRO. DE MISTURA COM


O CHORO DE SINHÍ). Pamonhas! Depressa! Depressa! (EMPUR-
RA AS PEQUENAS). Se chegarem tarde, vãe ver!

SINHÍ

(ACABANDO DE VESTIR UM CASACO MUITO CURTO, SEMPRE A CHOR


RAR). Ahnnnn! Anda depressa, Pequitota!

PEQUITOTA

(TERMIMANDO DE AGEITAR UM CHAILE). êânda veeê, "Sua" mo--


lenga! SINHX CHORA MAIS ALTO) Manteigà ( SAEÉM PELO P.
OUVEM-SE OS SOLUÇOS DA PEQUENA,NHANHÃ, QUE EMPURROU A3 F
FILHAS ATE AO PORTÃO. VOLTA A POTA. OUVEM-SE OS GUIZOS
DOS CAVALOS DE UM TROLI. QUE SE POE EM MOVIMENTO. A FEL-
HA LEMBRAÇA-SE DE ALGO E GRITA ALTO).

NHANHÃ

Chiquinho!

CHIQUINHO

( JUNTO DELA). SINháÁ

NHANHÃ

QUE faz aí, condenado? Cerra atrás do treli e vá com elas


para trazer as malas! ( CHIQUINHO SAI A CORRER, PELO FUN
DO. ELA FICA A PORTA X COMO QUEM ACOMPANHA, COM OS
. 915 -
sr DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460

18%

OLHOS O TROLI SE PERDE NA DISTANCIA B A CARREIRA


DE CHIQUINHO PARA ALCANÇAÃ-LO).

RENATO

(DERPOIS DEBE OLHAR ORA PARA O TROLI ORA PARA A VELEA,COM


AMABILIDADE EXAGERADA). Bems dias.

NHANHX

(RSPERAMENTTE, TIRANDO A MÃO QUE LEVARA AOS OLHOS A GUISA


DEVISEIRA ). Bems dias. (E COMO RENATO CONTINUA A FITA-LA).
Deseja alguma coisa?

RENATO

Deseje espressar-lhe a nessa grande admiração pela sua infinita


berndades em aguentar êsse moleque... .(REFERBE-SE AO CHIQUINHO).

NHÁNHX

(SENSIBILIZADA). é muite ebrigada.(A ALVARO) esenher


está passando nelher?

ALVARO

Não tehhe toessido tanto....

RENATO

DEPOIS DE UMA PEQUENA PAUSA). Per que a senhora não mata


de uma vez, e Chiqguinhe?

NBHBXNHX

ÉRIUDO) $le bem merece. É uma peste! É um mal- agradecido


Oºgªº QUEM CONTA UM BENEFICIO FEIIO). Tireieo de Juís de
IÍ&OS! oo.

RENATO

(BINGINDO BSTUPEPAÇÃO). É? (OLHA OARA ALVARO). Que ingrato!


DFANBSB 0400o .AI4 .
19,
NHÁNHX

ANIMADA, VALORIZANDO O QUE DIZ) Há dez anos! Era dêste


tamonho! Crio-o!

RENATO

( A ALVARO). Que coração!

NHÁNHA

Mas não se pode ser carinhosa nest: mundo! O Senhor vê


o que Ele me faz?

RENATO

Vejo, indignado! Veje tedos os dias esse bandido bater


desapiedadamente com a cara nas mãos "da senhora! ** e * +

NHÁNHK

Hein?! (ALVARO, COM VOZ ALTERADA). Com licença.

RENATO

(IMITANDO-A) . Tem têda. ( ELA ENTRA E FECHA A PORTA C


COM ESTRONDO. RENATO RI. ALVARO REPROVA-LHE O PROCED
I
MENTO COM A CABEÇA, NÃO PODENDO, PORÉM, DEIXAR DE
SORR
RIR). Não engulo essa velha ess! ( PASSA A MÃO NUM
ado
LINOQUE ESTÁ MUMA MESA, JUNTO A JANELA ) ;

ALVARO ALVARO

( COM UM TOQUE DE TRISTEZA), Ela é come as outras mulh


heres .... ( DEPOIS DE UMA PAUSA, EM QUE RENATO DÁ UM
ACORDI NO VIOLINO). Deixa-me ver e arco af. (E os DOIS
DE COSTAS PARA A JANELA COMEÇAM A TOCAR A "REVIRIE DE
SCHUMANN", LOGO DEPOIS UM CRIADO, A A UM SINAL DE RE-
NATO, FECHA A JANELA A MUSICA QUASE QUE EXTIGUE,. OUVE
SE UM PAITO DE UM TREM QUE
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 3. .
/

20.

QUE PARTE. AO MESMO TERPO ENTREABRINDO


O PORTÃO DO FUNDO
APARECE A FMX FIGURA ALQUEBRADA DO MESTRE DOMIN
GOS *
"OMINGOS" COMO BLE PROPRIO SE CHAMA.
Um PRETO VELHO.TEM
CENTO EB ALGUNS ANOS. E CADUCO,SUA CABEÇ
A Ek UM FLOCO DE
ALGODÃO, QUASI NÃO ANDA ARRASTA-AB
PEDE ESMOLA PALA
SOZINHO, CANTAROLA SEMPRE TODAS AFRO-
BRASILEIRAS, ACOMPAN-
DO-AS COM UMA SANFONA DE SONS IMNART
ICULAIOS, QUASE TÃO YE-
LHA QUANTO BLE E ANDA SEMPRE ACOMPANHADO OU EM COMP
ANHI A
DE "SACI" PERERS ... ASUA VOZ VEM DO
FUNDO

MESTRE DOMINGOS

Arimandelá, eug
Arimandesla, eue
Eh ! Eh!

(ENTR A MEXPEEES APOIADO A UM PEDAÇO DE PAU)


Suns Criªãª(BEIJ
O POÇO. BENZE-SE, VOLTA POTÃO COMO SE FALASSE
A ALG
Entra,Saci,(CAMINHANDO EM DIREÇÃO AO POÇO). Cange
ete.
Meanuami cunda!Gamensabú amerma!(LARGA AÚSANFONA
SOBRE O POÇO
APANHA O BALDE E BEBE UM LONGO TRAGO DE AGUA,
OFERECE DEPOÍS
AQ SEU INVISEVEL CBMPANHEIRO) . Bªbe sa&OÍ .
(DA-LHE DB BEBER)
Não que bebe, mais? pruquê , Saçi? Pai "emin
ges" da.
SE PARA A D.B.) M Mefidslefe uá be é Loquêé! Esbege, mer
espere!(OFERECENDO O BANCO AO SACI) Semta
Sao eo> Espere!
LIMPA O BANCO COM A FRALDA DA CAMISA) Senta
agera Saci! (SEN
SB TAMBEM E CANTA TOCANDO SANFONA)
BR DFANBSB NS
.CPR.TEA.PTE . (460 AH. ?1*
Arimandolá, eué!
Arimandeláí, oué!
Assacarila-assakará!

Uó Ré!
Eh!. An!

(LEVANDA-SE) Vem dançaá, Saei


! ( COMO SE SEGURASSE ALGU
COMEÇA Q DANÇAR) . ÉM
(OUVEM+SE ENTAO, OS GUISOS
DOS CAVALOS
DO TROLI QUE SE PROXIMA E
LOGO DEPOISGGARGALHADAS MOÇA
COBREM A VOZ DO PRETO VELH S
O, RENATO ABRE A JANELA,
SURGE A PORTA DA CASA DO F. ALVA RO
NHÃÁNHÃ SAI DA CASA DEVYVD,. A
RER, ENQUANTO CRESCE O VOZE COR
IRO LÁ FORA E AS GARGALHADAS
DE LBONOR REDOBRAM) , "7

HHANHÃ

(JÁ NO PORTÃO DO F. ABRINDO-O)


. Entrem! Entremi( ENTRA L
LEONOR. É UM SOL, FEITA MULHER,
MOCIDADE, ALEGRE, SEDUÇÃO;
TUDO SEB REUNI NESSA FIGURINHA ENCA
NTADOURA DE ADOLECENTE,
CUJA A VOZ, O GESTO, O OLHAR
S%O UM HINO DE ENCANTAMENTO:
ENTRA DENTRO DE UM UNIFORME DE
DOLEGIAL. BEIJA EUTOUANDA--
MENTE A TIA NO PORTÃO, QUASE A FAZE
NDA CAIR E CORRE PELA C
CENA TODA, ENCHEBDO-A COM SUA
JUVENTUDE, IRMÃ GABRIELA, JÁ
VELHA, ABRAÇA E BEIJA NHANHÃ AIND
A MAL REFEITA DO SUSTO
QUE TEVE COM O ESTOVAMENTO DA
SOBRINHA).

GRA
GABRIELA

DEUS TE PROTJIA MINHA IRMÃ!

NHÁNHA

(COM OS OLHOS PREGADOS EM LEONOR QUE MEXE EMTUDO). Amém!


BR DFANBSB NS.CPR.TE
A.

(CHIQUINHO
ENTRA CARREGADO DE EXM MALAS PARA
G INTERIOR DA
AS DUAS IRMÃS RSTÃO ABRAÇADAS. LEON
OR JÁ ESTÁ SOBRE |
S&RPA SALTANDO ALEBGREMENTEZ, ENTRE SINKÍ E
PEQUITOTA QUE ENTRARAM A CORRER).

LEONOR

Como tuds iste é benite! Campo, flêéres,cê


éu, p-assares e
-- esta casinha feia, come é bemit
a, Jesus! Deus,
quando castigou adão , esqueceu-s
e de pedaço de paraiso!

(ALVARO,DA PORTA DA CASA? OLHA-A COM MSRCAD


A IN:
.
TIBERESSE)

NHÍNHX

ESCANDALIZADA). Que é isse, Leener?

MESTRE DOMINGOS

"Suns Criste", Sinhá!

LEONOR

_ (QUE SÓ AGORA O NOTA). Quem é?

LA PEQUITOTA

e e Mestre Deminges, não se lembra dele?

LEONOR

(FAZENDO FORÇA PARA RECORDAR—SEg. 0 Mestre Deningoes? (SAL


€ (2 lu sm A tocar um pouço
MESTRE DOMINGOS
(NUM GRITO ROUFENHO). Num!
1
BR DFANBSB NS.CPR.TI A,PTE,.!

LEONOR

(ASSUSTANDO&SEZ DEIXA CAIR A SANFONA E FOGE), AÍ| ( ABRA-


CA-SE A GABRIELA) ;

TODOS

Que foi?

MESTKE DOMINGOS

Saci Pererê, meu tumpanhelo, castiga mulhé que deixa ho--


me, está sentado aí.

LEONOR

Onde? (SINHàA E PRQUITOTA HIEM E SEGREDAM QUALQUER COISA


AO OUVIDO DE LEONOKk,(ENQUANTO NHANHÃ, NUM GESTO,DIZ A
GABRIELA,QUE O PRETO É LOUCO).

LEONOR

( CARIDOSAMENTE, APANHANDO ASANFONA E ENTREGANDO-LHA) +


Desculpe, Mestre Domingos, nao vi que, seu amigo estava
sentado ali. (DOMINGOS AFASTA-SE, RESANFONINANDO. HÁ UMA
PAUSA DE PIEDADE). Coitado!...

NHANHÃ
&
Bem, vamos entrar.» Vocês nao querem mudar de roupa?

LEONOR

( NOVAMENTE ALEGRE). Vamos! Vamos! Vamos ver quem chega


primeiro. ( SAI ACORRER PELA D. ACOMPANHADA POR
TA EB SINHÍ, NHANHÃ E GABRIELA ENCAMINHAM-SE PARA A PORTA,
ESTÁ ÚLTIMA MENBANDO A CABEÇA EM HEPROVAÇAÃO AO ESTOUVAMEN
TO DA SOBRINHA, ALVARO E RENATO, DASAPARECIDAS PEQUENAS 7
DESAPARECEM TAMBÉM NO INTERIOR DA CASA DO FUNDO) ,
30D Ma ADD TCA DTC ( “AQ As £pr
IRGBR NS.GCPR.IEA.F Pa ! lºi
| EZ. M (JOà O e
!

MESTRE DOMINGOS 24 .

(APROXIMANDO-SE DE Sinhá! Num Tlen noda seu pre-


to veio?
*

NHANHA

Entre( APONTAO POHTZÓZIQHO ESQUERDA) e apanha as leran


jas que estiverem no chão.

MESTRE DOMINBOS

Suns Cristo! Vem sacf (SAI 3.MH.),

GABRI ETL A
(COFTENPLANDQ,PIEDOSAHEJTE A FIGURA
ALQUEBRADA DE DOMINBOS ).
Deus ainda não se lembrou desse pobr
e homem?

NHANHR

Dizem que tem cento e vinte anos!


Diczem que ficou s ssim
desde que a mulher fugiu, sem vergonha!:(0OÚTRO
TOM). A
que missa voce vai?

AXE Za
GABRIET A

A das sete não é

NHÃAnhaÃ

e vames entrando(ENCAMINHA-SE PARA


A.D.) Ake A Leonor esté
uma moça.

GABRTEEA

E de uma Alegria!...

NHARHA

Alegre de mais, não é? Menina


rica, em colégio tem liberdade de
msi, não Acha?

GABRIELA

Não Nhanhã. Perdeu os país mui


to criança, mas ela é boa co-
mo o seu estouvamento. Aquela alma
não tem uma nodoa de mal-
à ade.
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.P
TE, 04G0p -O ,

- 25 e

Vames entrar. Estas meninas de Nejef...(VÃO ENTRAR


QUA=
DO SE OUVE BATER NO PORTÃO DO FUNDO, PARAM)
. Quem será meu
Deus? va, gahrikzsks Cabriela, eu ja veu.(G
ABRIELA ENTRA.ELA
VOLTA-se NA ESCADA) Entre quem 8. ABRE-SE O PORTÃO. APARE
NITINHO FRANCO. NHEÓ NFIRMINIO E Jôs
DOS PRAZERES,2B828. O
PRIMEIRO P ACRUTICO E SACRISTÃO LOCAL;TIPO DO
PROVIN-
CIANO PERNÚÓSTICO, MBTIDO A ESPIRIIUOSO. TRAZ UM PANO PR$EYrO
&M UM DOS OLHOS. O SEGUNDO SIMPLES, INGENUO E BEBEDOR-DE
PINGA. O TERCEIRO PALA POR MONOSSILABOS
E PISCA A TODO IN$=
TANTE, REMATANBDO TUDO COM UM RISO DE CRETINO.RI SEMPRE
, DE
TUDO E DE 20DOS. TANTO O PRIMEIRO COMO
O ÚLTIMO SÃO ADORA-
DORES DAS FILHAS DE NHAÁNHÃ E PROCURAM
SEMPRE UM PRETEXTO PA
RA PENETRAR A CASA DE SUAS JULIETAS).

NITINHO

Dá licermça para um triângule? Senes três sa/%

NHXNHRA

02%. entrem. (BLES APROXIMAN-SE E PARAM PERTO DE


A UM POR SUA VEZ, DAUDANDO A DONA DA CASA);
NIFTINHO
Bens dias.
FIRMINO
Berms dias.
zhbzk
Bens dias.(RI) Ahn,ahm,ahn! ,..(TORCE O CHAPÉU Nas
MÃOS. PAUSA),
- n
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. Gºw; 2 blºb.
26,
NHANHX

Desejam falar comige?

NITINHO

"DESEJAMOS" .

FIRMINO

'DESEJ AMOS",

ZEZE

DESEJAMOS, Ahn, Ahn, Ahn, Ahn ... (PAUSA)

NHANHÃ

êIMPAgIENTE, MAS CONTENDO-SE E PORCURANDO SER AMÁVEL). que


entae

NITINHO

"Agradecido". "Nós estemo" bem aqui ...

FIRMINO

"Estemo bem aqui".

ZEZINHO

BEM aqi. (ri).Ah,Ah,Ah ...

NHANHÃ

( JÁ IMPACIENTE). Mas afinal que desejam de mim? (RLS ENTRE-


OLHAN-SE. AFINAL, NITINHO RESOLVE-SE).

NITINHO

Vol falar, Não lhe parjee?

FIRMINO

BAIXANDO OS OLHOS). êste NHO NITINHO é levado!

7828

(RI) Ahn,Ahn,Ahni ...

NHANHÃ

AFINAL? e e e
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE.04OO --, 21+
L

HITINHO

Vou falar. Não lhe parsce? O Firmini está com vontade de


" Se amarrar" e queria que a senhora fôsse madrinha dê1l e

nesse consécio " matrímonia",

NHO FPIRMINO

( EXCLAMAÇÃO DE ENTUSIASMO). %ta nhê Nítinhe des Quia


NUMA
p'ra deputado"
tes! Fala que parece uma cachoeira, Nasoeu
Pois,... eu sou nei
êste disgraçado, com perdão da palavra,
a
ve há ums par de ano...

NITINHO

Hi nuns vinte, ..

FIRMINO

" ano já, Há mais


Há mais. Muite mais! Há uns "dezasseis
de dez ano que eo enxová da Siléca tá prepa rado!

E per que não se caseu antes?

a
FIRMINO

Per farta de emprêge, ...

NHANHA

como você, não pede arranjar emprêgo.


Quem bebe,

FIRMINO

que mão é meiada é que não dá


Pele contrárie: pranta
fruita ,..

NITINHO

caseu per um caso de convicção pelítica,


Ble minda não se
mãe lhe pareces?
s em
R NEFANRED na; a ap pe a - A e
BR DFANBSB NS.CPR.; 4/0 -
TEA pre, 0400,

28 .
FIRMINO

E. Só me serve emprego púbrico ...

NITINHO

E votou sempre da oposição ...

FIEMINO

Agor:s bandiei de partid


o ... Por isso arresorvi
o casamento pro fim do ano apressá
que vem, mas se vance ach
to perto eu trans... tra á mui-
ns... trans...

NITINHO

IKEIISOCORRENDO-O, DÃ-IHE O
QUE LHE ESCAPA). Transfire

FIRMINO
Isso! Eu "transpiro êle pra mais tarde.

NHANHK
KBASTANTE IMPACIENTE). Muito bem,
Serei sua madrinha. É
so?

NITINHO
O padrinho sou eu. Estábem. Não lhe
parece?

NHANHR
Muito bem . mas, agora, se me dão
licença... (FAZ MENÇÃO
DE ENTRAR. NESSA MESMA OCASIÃO PEQU
ITOTA ASSOMA A J ANEL A
NITINHO E zk2k SAUDAM-NA COM VISI
VEL PRAZER).

NITINHO
Bons dias, dona Pequi tota.

PEQUITOTA
Bom dia:
(_PONDO A CABEÇA FORA DA JANELA) Quem é, heim? (VENDO OS
VISITANTES), Bem dia, seu Zezé.

2828

MELOSAMENTE)
ZÉZÉ? E e seu namerado ? Quero veri ( APAREB
eee POR SOBRE A CABEÇA DAS DUAS PRIMAS; CONSTRANGIMENTO
DOS CAIPIRAS QUE SE ENTREOLHAM) ,

NHANHÃ

( _ENÍRGICA), Menima! Que modos são #sses? (HÁ UM LIGERO


SILBNCIO DE EMBARAÇO, LEONOR SAI DA JANELA, COM A MXO
NA BOCA PARA NXO RIR. GABRIELA APARECE à PÓRTA DA D,) ,

GABRIELA

Estames ma hora da missa (REPARAMOS NOS CAIPIRAS) Bem dia


(BLES RES PONDEM) ;

NHANHX

Não pude minda ir me arramjari.Jí velto. Cenhece tedos,


Não se lembra?

NITINHO

Ea sou o nite.

NHANHX

Cem liçença. ( SAI DM,),

NITINHO ;

( APONTANDO), OFirmine Berba, Zezé dos Prazeres.


) ACFARMDOD Rig Amm "pa a pensas ee / 1 A
DFANBSB NS,.CPR;TEA.PT %Oábô (O - Olel S

30

GABRIELA

(PROCURANDO LEMBRAR-SE). Nite ...

NITINHO

Nite. Nito Franco. O Nítinho da farmacia o sacristão no


tempo do padre batolo, filho da dona Gassiana ...

GABRIELA

(LEMBRANDO-SE). Ah! Está um home!

NITINHO

Graças a Deus, não lhe parece? liste é o ZézÉ, não se lem-


bra? Filho da Dona Maria, a viuva ...

FIRMINO

O que teve a desgraça de nasce dois anos depois do pai


ter morrido, se lembra?

GABRIELA

(CONTENDO DISCRETAMENTE O RISO). Come vai você, Zézé? E


sua mãe? (A CADA PERGUNTA RESPONDE COM UM "BEM" A-
COMPANHADO DE SUA CLASSICA RISADA DE BÓBO. LEONOR APARE-
CE A PORTA DA CASA).

FIRMINO

(NOTANDO QUE GABRIELA DIRIGE PARA LE O SEU OLHAR, DES=


COBRE-SE, RESPEITOSAMENTE, APROXIMA-SE, AJOELHA-SE A SEUS
Ex Phs, BEIJA-LHE O HÁBITO E BENZE-SE). A benção.

GABRIELA

Que 6,1939? Levante-se. De s o Abençoe. Como vai voce? E


a Silôoca? Quantos filhos tem?
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.Ã
460, o- Sol6 -
" 31.
FIRMINO

Fios? Num sei ainda.

Gabriela

Não sabe?

firmino

Eles ainda não nasceram como é que eu vou saber quantos


sae?

NITINHO

Ele ainda não se casou, irmã, não lhe parece?

FIRMINO

Continuemos noivos. Faz dezesseis anos . É um pouquinho


muito, numé?

LEONOR

(A ESCADA, NÃO PODE CONTER-SE E EXPLODE NUMA GAB GALHADA


SONORA E MOÇA). AhiAh! An: AhIAHI9(ZéZé E NITINHO QUE DES
CE O APARECIMENTO DE SINHA E PEQUITOTAA JANELA ESTÃO A DET
TAR OLHARES TERNOS AS DUAS E FAZIAM JUSTAMENTE SINAIS PARÍI
LHE ENTREGAR UMA CARTA, ASSUSTAM-SE COM A GARGALHADA DA PE
QUENA. ESCONDEM A CARTA, DEPOIS, SEM SABEREM PORQUE,RIEM "
TAMBÉM, SEM VONTADE),

GABRIELA

(SEM PODER COMTER O RISO). QUE É ISSO, LEONOR?

LEONOR

(APROXIMA-SE). NADA,TIAIA. Lembrei-me de uma coisa e comece


ci a ri ... Uma coisa (INTIMANDO A MANEIRA DE FALAR
DE FTIR
MINO) um "pouquinho muito engraçada!, num é? (OS CAIPIRA
S"
OLHAEH-NA DESCONFIADOS) ,
daismmwanuaggwggçAÃTWZGQm0(QÉZ àq. 32»
E
74

GABRIELA

( PROCURANDO CONTORNAR A SITUAÇÃO). Vecês não se lembram


desta menina?
PIRMTINO

Não me " alembro" , Não.


GABRIELA

B a Leonor,
FIRMINO

( NXO ACREDITANDO NO QUE VÉ),. SiÉá Leener? Num diga, dera


de céu! Aquela que eu conheci pequetitinha assim?! Mas
tá um menstre de grande!
NITFINHO

( AgERTANDO.LHB A MRO, CAVALHBIRESICO), Tenho muita satis-


fação em revê-la.,
XIYIKKAS
LEONOR

( IMITANDOLHE A VOZ E A MESURA). A "Satisfação" é tida


TE
minha, nãe lhe parece? ( NITINHO CHOCA-SE LIGEIRAMEN
COM A* IMTTAÇÃO) ,

GABRIBLA
QUE
(BAIXO, REPREENDENDO.A SUAVEMENTE, APESAR DA GRAÇA
LHE ACHA). Leener!

LEONOR

( AINDA A NITINHO), Está sermtiade fris?

NITINHO

Nãe, senherita. Per que?


BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460p- 228 .

33

LRONOR

( APONTANDO-LHE O PANO PRETO DO OLHO) . Está cem uma janela


fechada ... -

NITINHO

Janelas?

2828

Jiínela é tapa-sio, num é ? Aan, ahna, aba, aka!

LEONOR

ªliªrªm-o) Jinels? Ahn, ahn, ahm! ... É sim, senhers eo


FICA SÚBITAMENTE SÉRIO, CHOCANDO-SE COM O GRACEJO).
GABRIELA
(BAIXO A PREOMOR? ENTRE-ZANGADA E RISQNHA); Minha filha,es
sa gente é muite descenfiada ... (a éles Não levem a malo
Ela gesta mui te de brincar, -
NHANHÃ
(APARECE à PORTA DA D. TRAZ Ut A MANTILHA A CABEÇA ESUI L
VRO DE MISSA NAS MÃOS) $ Esteu prenta, Gabriela. (AS MEN
NAS QUE ESTÃO NAZJANELA). Muitojuíge, heim? Façam e Chi
uinhe varrer e limpar tudo, Veces vão à missa das des.
A LEONOR) Quer ir agera, Leener? -
LEONOR
Yeu cem slas, titia ...
NHANHX
Está bem. A;: lege e muito cuidade! ( A CHIQUINHO) E e"se
nhe" veja la como se perta!
GABRIELA
(BEIJANDO LEONOR), Que Deus fique centige, filhas
PEA "
BR DFANBSB p-dRI. 34.

FIRMINO

( BENZENDO-SE).E comige.

NHÁNHA

HEIN? Vocês veão tambeém!

FIRMINO

Então, vames com Deus ...

NITINHO

(AO APERTAR AS MÃOS;


(DESPEDINDO-SE). Inté logo, senhorit,s.
LHE PASSA, A LEONOR) Senhorita
DEIXA-LHES UMA CARTA QUE 2É7B
NITINHO Franco. Farmácio do pove.

LBONOR

de pove ... Quero dizer, Ni--


Muite prazer, senhor Farmácio
tinho Franco.

zé 2é

Muite goste ... Ahn,ÃAhn, aHn, Ahni..


(ESTENDENDO-LHE A MÃO).

LEONOR

O mesmo, Ahn,ÃAhn, Ahnni ...

FIRNEANO

log, prá mecês tudos ... (SAINDO).


Inté

AS MENINAS

ATé logo!àáté logo!

NHÁNHX

( SIMUNTANIAMENTE). Juizo, Hein?


35
BEIÚFANQPF]MâjjpâãêããpTg,Uª&£%€'áki3—
GABRIELA

(IDEM), Até logo filhas (SAEM GABRIELA? NITINHO E 2848,


QUE JOGAM OLHARES PARA AS PEQUENAS, FIRMINO E POR FIM
,
LEONOR

( QuE FOI AO PORTXO CERTIBICAR.SE DE QUE SE HAVIAM IDO OS


QUE SAIRAM. OLHANDO MALICIOSAMENTE PARA AS DUAS PRIMAS E
REPUXANDO 8 OLHO COM O INDICADOR ESQUERDO); Olhem! ...
SIRNHÍ E PEQUITOTA

PAZENDOSE DB DESENTENDIDAS); QUE é?


LEONOR

Quando vecês iam já eu têmha veltade há muito tempo! ...


PEQUITOTA

Não entendo ...


SINHÍ

Você tem cada ceisal ,... Que é?


LEONOR

Que duas artistas de cinema! A carta que e elhe- tapade


entregou a vocês? -
SINHÃ E PEQUITOTA

( coMO SE CANTASSEM EM CORO, NUM ESFOB8O DE SIMULAÇÃO).


Carta! ... Que carta?! ,... - *

sINHÍ

(BEIJANDO OS DEDOS EM CRUZ), Juro per tude quanto é nais


sazgrades! ,.. (CHORA) Ahamaari
&R DFANBSB NS.CPR.TEA.pTE.046p . 431

36 e

CHIQUINRO

Premge! Derreteu a Manteiga! Nhânhã chegar eu veu


cCOnta.

LEONOR

Não centa nada!

CHI QUINHO

ente. Não quere namere aqui. (PEQUENA PAUSA DE MALICIA).


- Namero aqui e se comigo ...

LEONOR

( A PEQUITOTA QUE SAIU DA JANELAE ESTA EMMPÉ NA SOLEIRA


DA PORTA). Não chere. Não seja beba! Quem tem receber uma
carta?

SINHÍ

(IFRANSFORMANDO O CHORO EM SORRISO). Ux Vecê nãe cemta nada?

(DESDE A ESCADA). ?

LEONOR

(DEDOS EM CRUZ). Per esta cruz!

SINHQ

RESOLUTAMENTE) Peuiteta, dá a carta

PEQUI 1084

Carta? (LEONOR CORRE PARA AGARRA-LA NA JANELA. ELA SAI,


RAPIDAMENTE, E ENTRA EM CENA PELA PORTA?,0NDE SINHA A
SBGURA). ;

SINHA E LEONOR

(REVISTANDO-A) A carta! A carta! A carta!


eR DFANBSB NS.GPR.TEA.PTE. 0460, p . 24
31,

PEQUITOTA

(RESOLVIDA). Esperem af. Esperem aí. (DESVENCILIA-SE DE AMBAS


SENTE-SE, NO DEGRAU DA ESCADA, TIRA O SAPATO E DEDENTRO DELE
0 BILHETE).

LEONOR

Vamos ler!

PEQUITOTA

LEONOR

(ARREBATANDO-LHE O BILHETE, PERSEGUIDAS PELAS DUAS PEQUENAS )

CHIQUINHO

(CORRENDO TAMBÉM). Nãe leia! Leonor, não leia. Depois quem


entra na vara de marmelo seu eu!

LEONOR

Não amole, Não amolem. (SOBE PAR CIMA DO POÇO E


COMEÇA A LER, RINDO RAS ASNEIRAS GRAMATICAIS QUE ENCONTRA );
"Nois precisemo" falar com abas as duas". Noisesesperemos-
lhes na farmácia durante a missa. Nóis...

CHIQUINHO

(DE UM SALTO, ARREBATANDO O PAPEL DA MÃO DE LEONOR). não


leia mais, pronto! (RASGANDO O BILHETE E CORRENDO)
pois quem paga o pate so eu!

SINHÁ

( CHORANDO E AVANÇANDO PARA O MOLEQUE). Intremetido! Adula-


dor! Ahnnn! ...
BR DFANBSB NS.CPR ªª.-ªmiºªtt..UWQLFIQ'
0460, 35 .
-433

38.

PEQUITOTA

I IDEM, AO MESMO TEMPO). Atrevido!


Sem vergonhal (R AS COM
MoTRÉS PRQUENAS FÚRITAS, CONSEGURM AGA
RRAR O CRIBDO DANDO-LHE FO
FORMTDAVEL SURRA, GRTTANDO SUMPRE
" ATRBEVIDO# ADULTOR
CUB VATS CAITrAN ªº]? ISSO?,
BERRA " AT; AITY ME TARCURM
ACUDAM: TOU CONTAR" '
RENATO ER ÁLVARO: ATRATDOS PRI, A]".
GAZARIWQABREM, RESPECTIVAMENTE
A PORTA TE A JANELA DA CASSA Do FUM
O),
ALVARO
Que é isso?

RRNATO
(BNMRGICO Que é
isso?

CHTQUINTO
Esta menina pensa que sou táboa de
bater roupa! ( DESVENCILHA =
S&DA MÃoS DA GAROTA),

LRONOR

Comigo é asim: contou prosa, apanhou,

ôENAT ()

É por acaso, filha do Al Capone?

IRONOR

Não. Sou o Lampeão disgarçado,


BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE, 0460o-43
4

39 o

RENATO

Disfarçada de naloriada?

LBONOR

Não, para não me cemfundirem cem e senher ...

ALVARO

Não seria pessivel. le não é tão benitihhe assim ...

.LEONOR

E e senher gem alguna cousa com isse?

" RENATO
Nom tão benítinha, nem tão mal- educadinha ...

LEONOR
Pelo memos não ande bisbilhetande e que se passa no
quintª]. dies visinhes ,..

a RENATO

Nós estames na nessa casa ...

, LBONOR

E nés na messa e não metemes e naris ende não sermos chamadas!

9 SINHA

(ESCANDALIZADA). Leener!

PEQUITOTA

(IDEM,AO MESMO TEMPO). Que é isse?

RENATO

' Está bem, desculpe. Gente benita, sangad


a, fica feia. Sé
fre de bichas e merro de môdeo de gente
feia ... -
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0400> 35,

40.

LEONOR

B não há espelhes nessa casa?

ALVARO

(RINDO) Não, êle munmca elheu para um Espélhe s..

LRONOR

E nunca temeu banho também?

(ALVARO ESTRANHANDO A PERGUNTA). Banho?

LEONOR

Peis pode ver-se na água e merrerá na certa .. .(RENATO


FICA SERIO. ALVARO RI. ELA RI TAMBÉM).

ALVARO

Ela ja está nessa amiga. Está se rindo ...

LEONOR

ª A
Esteu rindo doe vece ...

ALVARO

De mim? Por que?

LEONOR

estar se rindo dela ser feios ...(ALVARO FICA


Per vecê

RI PERDIDAMENTE CAÇOANDO DO AMIGO, ELA


SERIO E- RENATO

TAMBÉM RI MUITO).

RENATO

INTENÇÃO DE GOGAR MAIS O AMIGO). E agera, de quem


(COM

se ri? Dele eu de nim?

LEONOR

Des deis ...(RIEM TODOS,INCLUSIVE SINHR,PEQUITIOTA E

CHI QUINHO).
DNEANQÇGO NG ADD "CA Dr $E
SR UVFANBOB NS,ÇPR.TEA.PTE, O COL), o- 03 - U -

41,

ALVARO

Agora sim. Tudo acabado bem. Não está mais zangadinha


conosco?

LEONOR

Faz muita questão de saber?

ALVARO

LEONOR

ESTOU,

RENATO

XkÁ Está?

LEONOR

Estou ... E só faço as pazes se _vocês tocarem alguma coisa


pa
ra nós dançarmos. (AS PRIMAS) Não são Esses que tocam? ( GESZ
TO DE PASSAR O ARCO DO VIOLINO, AFIRMATI VA DE CABEÇA DAS IN
A terrogadas).
P

CHIQUINHO

Não toquem! Depois quem vai dançar (GESTO DE PANCADA) seu eu ..

RENATO
Não amole. (A LEONOR) Que quer que toquemos?

LEONOR

Lambert walk (FAZENDO CLÁSSICO DA DANÇA, COM O POLEGAR PARA


TRAS). Oi!
2 3"
BR DFANBSB NS.CPR.TEA __ 460,0: 42,

Maatre Deniragos

(ENTRANDO DA E,M, A MASTIGAR UMA FRUTA E A CATAROLAR A


SUA CANÇÃO)

Arimandelé enéê 8

Arimendeolá cuí'g
Eh: Ab!
! RENATO
Que teque e mestre Deminges e dançaremes mef tedes!
CHIQUINHO 2
Nossa mÃe! Come veu dabçar! ,., ( COMO SE LHE BATESSEMY
GRITA A EXCLAMAÇÃO DA EM Tôm DOLORIDO DB PESSOA
QUE ATRAPALHA), Ui! . , |
a 8! - _LEONOR
Teque, Mestre Demingos
i MESTRE DOMINGOS
Nestre Doníggoo mum teca mada ! ( SINHÍ E PEQUITOTA, PL.
ANTE. PF. APROVEITANDO-SE DO DESESPERO DE CHIQUINHO, A.
BREM O PôrTXOo E SA),
LEONOR
Teque ! Tequs !
" 2 CHIQUINHO
Não Teque |: Não Teque ! |
LEONOR
Não presisa gritar que 310 não teca mesmo,
BR DFANBSB NS.CPR;TE
A.PTE.0400p - 238 .

$/ 43.
CHI QUDONHO

Eu cenheçe le. Se lhe derem deis mil réis dle teca.

LEONOR
(ALEGRE) Deis mil réis. (PROCURA 0 DINHEIRO ).

CHIQUINHO

(INDIGNADO COM BLE MEBMO). Burre! Burre! (DANDO


UMA PANCA-
g;!COM O POLEGAR NA PROPRIA CABEÇA , COMO
NA DANÇA AMBRICANA).

RENATO
(QUE TIROU UMA MOEDA DO BOLSO) Teme (VAI
ATIRA-LA),
LEONOR
Espere. não atire. Jogue pra nin.ícORRE
PARA O MURO DE
UM SALTOE? PARA GALGA-LO, POB A MÃO SOBRÉ frnE. DÁ UM
T0 DE DôR:) Ai: GRI=
-: 3 f
RENATO,ALVARO E CHUQUINHO
Que fei? Que fei?

LEONOR
(APONTANDO PARA O MURO) Bra um pedacinhe
ie vidre.
DOIS AMIGOS DESCEM PRECIPITADAMENTE A
ESCADA. LEONOR SEN-
TA-8E NO POÇO).

CHUI QUI RNHO


(DANDO AO ACIDENTE PROPORÇUES CATÁSTROBE,
MEBIE, ãEVANDO AS MÃOS A CABEÇA). Meu Deus DESESPERADA-
Pe! an! ! Sangue! Secer-
(
ÍG.O Aa
Psp DFÁwl“ºã“ ,“ij PE? “_DT».7£)L

hh.

Renato
(QUE ENTRA COM ALVARO PELO PORTXÃO F.). QUE É isso rapaz ,
que é# isse?

ALVARO
(A LEONOR ), Machucou-se muito?

LEONOR
Não, Não é nada... (ALVARO E RENATO LAVAM O DEDO DA PEQUEE
NA COM ÁGUA DO BALDE),

CHIQUINHO
(PARANDO IMEDIATAMENTE DE GRITAR E JÁ RISONHO) . Não é na-
da? Graças a Deus!

LEONOR
EB CAGRADECIDA) Tanta aflição por mim, Chiquinho?

CHIQUINHO
Não É pela senhora, é por mim, Se fôsse grave, olhe (ESÉ
TALA OS DEDOS PARA INDICAR PANCADA, HÁ UM SILÉNCIO, CHIQUI
NHO ACOMPANHA RISONHO O CURATIVO, DE REPENTE SENTE A FAL
TA DAS PEQUENAS, FICA SÉRIO, OLHA, A MÉDO, DE UM LADO. PA-
RA OUTRO, DÁ UM GRITO) Meu Peus: (OS TRÉS SE ASSUSTAM, "
QUE FOI?, "QUE HÁ?" "QUE ACONTECEU?" PERGUNTAM) As meni
nas: (PROCURANDO) As meninas! .., Onde estão as meninas ?
Seu Renato, o senhor não viu as meninas?

RENATO
Sei Lá, Não sou gmarda-meninas ...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre.GOO, o " W40 -
E a 45,

CHTQUINHO

( cHORANDO E CHAMNDO ENQUANTO OS TRES SORRIEM DO BE--


SESPRRO DÍLE) , Pequitota ! Sinhã ! ( PARA OS TRES FA...
ZENDO UMA PAUSA NO CHORO, COM CERTA IMPORTANCIA), ESTAO
vendo? É por isso que eu nãi gosto de ficar tomándo con
ta da casa. No me respeitam !... (SAI CORRENDO? CHORAR
DO? NOVAMENTE, PELA D. M,). a"

ALVARO

(A LEONOR, ITRANDO UM LENÇO DO BOLSOK. Agora vamos envo


ver o dedinho em gaze, (RASGA O LEÇO fa
LEONOR
O Senhor não tem jeito para médico.
RENATO
(RINDOSE) Nãe, Pois Ble é médico mesmo...
LEONOR
Bo Desculpe, E tem anitos médicos?
RENATO
Um,
leonor
Um sé.
ALVARO
Un só,
LEONOR LEONOR
(APONTANDO PARA RENATO), O Senhor o?
ReNATO
Deus me lívre ! Sou moço quero viver muito,
RR DFANBSB NS.CPR.TEA.P IE. A
PRP 0400, p-M
46:

LBONOR

Quem é então e decente?

ALVARO

Eu., ,

LRONOR

É e doente e e nmédice ...

d ALVARO
Apenas e goente. Opédice é este ar. (RESPIRA-O COM FOR-
Q (1). file é o meu módico.
RENATO

ânnrogs DE REPIRAR,TAMBÉM). Não cobra e não nata.


RIEM ).
LRONOR
(CUJO DEDO EsSTà NAS MÃOS DE ALVARO QUE O ENVOLVE). Ai!
B RENATO
e. nem lgchuca. ÇBIEH) Isse não é trilho de bende. E
dede. Nem e dedo; e dedinho ...

MESTRE DOMINGOS

. RECENTANDO). Beta ai .. .ANHAMBUCURÚ..,B6M ... BOM ++


ANHAMBUCURÓ sara ... Pai ºninfs diz...(OSTRÉS SE EN-
TRELHAM RISORHAMENTE PORQUE NÃO EXEEXIEX ENTENDEM NADA).

RENATO

MESTR DOMINGOS
p
N DFE 041! һC/5
48,
ALVARO

( DEPOIS DE ACOMPANHAR 08 QUE SAÍRAM, COM O OLHAR) àeis


malucos.

LEONOR

Depois ? E osenhor ... ?

ALVARO

LEONOR

Tem muito juizo?

Alvaro

(SORRINDO, PERGUNTA TAMBÉM) , Tenho ?

LEONOR

(ALEGRAMENTE, NEGANDO COM A PALAVRA, A GABEÇA E O INDI--


GADORZINHO). Não! ...

ALVARO

LEONOR

ceara de louco ?

LEOFOR

Tm...

gein ?

LEONOR

Tem cara de bom ...


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. MÇ0, p-244

49;
= ALVARO

De bem eu de léuce ?

LEONOR

De BOM eee

ALVARO

(SATISFEITO). Ark:

LEONOR

(CONTINUANDO) .... e de leucs ...

ALVARO

Heim? '

IREQOBOR

Tode leuco é bem ...

ALVARO

a#SORRINDO AMARELO) . Obrigado ...3 todo bom ...?

LEONOR

e sé leuco

ALVARO

© 1: 5 se ino Zisser que tenhs juíse.

LEONOR

Não acredite. Osenhre não tem cara de kzxxsm hemen de Juizo

ALVARO

Peis tenho juílse. muite juízo.


LEONOR
Não tem. Osenher é leouce. Se eu visse que tinha jufrze
teria fugiêie,
sem eeo 3 _4

50 e

ÁLVARO

Fugido por que?

LEONOR

De mêdo, Tenho mêdo, que me pelo, de quem tem juízo!

gente mais perigosa do Mundo!

ÁLVARO

E es loucos?

LEONOR

É a melhor gente que conheço ...

ÁLVARO

E conhece muitos?

LEONOR

De nome, umainfinidade, Todos os grandes homens foram


e #
cos, De vista, o primeiro é o senhor ...

ÁLVARO

Obrigado.,

LEONOR

Não há de que.,

ALVARO

E de jUÍZº eee

LEONOR

Conheço muita gente também ...

ÁLVARO
De néme ou de vista?

LEONOR

De vista e dê nome,
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE Gªbi) p «XM -

51.
ALVARO
De vi sta ... ?
LEONOR
Minha tia Nhanhê ...
ALVARO
Tem juífze?
LEONOR
Muite! Castig sempre, espanca sempre, não perdªs nunca!
Os que tem j se nae perdoan: prendem ,guilhetinam , ele-
trucutam, benberdeianm,mtam! Osenher já viu um louco fazer
dessas ceisa?

ALVARO

(SINCRBRO,COM UMA POETA DE ADMIRAÇÃO E SEMTIDO AUMENTAR


A SUA SIMPATIA PELA GAROTA). Não.

LEONOR
&
Jesus matou eu perdeu?

ALVARO

Perdeseu.

LEONOR

E então? ...

ALVARO

atª.. e e 8 qu'?

LEONOR

Quer mesmo ter mui te Juízo


( ,.WAªJ>WÃJ11LA34mÁjKMáPWJJ4a5
RR DFANBSB NS.CPR TEA DTE UMA) 423

52.
ALVARO

Não Prefire ser leuce.


_ LEONOR

(BATENDO PALMAS, ALEGREMENTE) , Muto bem ! Muito pem !

ALVARO ' É
Ea serherita?
LEONOR
( LEVANTO.SE DO POÇO). Sempre fui.
ALCARO
Brave !
: LEONOR
Elbgytaduas vêzes leuca ! Leuca per ser leunea e leuca de a
legria —
ALVARO

Per estar perto de mim ?


LEONOR

Per estar longe de nim,


ALVARO

Lengze de si,
LEONOR -

Lemge ee tudo, Do mundo, entendeu ? De meu mundo,


ALVARO

E qual é eo seu mundo ?


LEONOR

O Rie de Jarneire !
ada e nta An ve A
NBS
Ló [ARIO
é 3RL DFA & B NS.CPR.TEA

ALVARO

o RIO É 3EU ?

LEONOR

É, sim senhor.

ALVARO

KK BgM VI QUE TINHAMOS ALGUMAS COISA DE COMUM: O RIO É MEU


TAMBÉM,

LEONOR

! meu, é seu, é de todos e não é de ninguém. Tudo que é


muito da gente, geralmente é dos outres, não é? A nossa
terra, o nosso bairro, a nossa rua, o nosso bonde e àáté
a nossà casa ... Sao sempre de eutres, já noteu ? ( PAUSA)
Em que está pensando?

ALVARO

( ENTRE JOCASO E SENTIMENTAL)]. Em "meu coração" e o e

LEONOR

(ALEGREMENTE), É de todos, como e rio de Janeiro?

ALVARO

Apenas não é mer ...

LBONOR

... Nem de ninguém, como as ruas, os bairros, e es bordes?

ALVARO

Não. Não é meu., Mas era, Até Há muito pouco era inteiramente
meu ... (OLHAM-SE. LIGEIRA PAUSA EMBARASOSA, UM PASSÁRO CAN-
TA, BLA; ELAH REAGINDO, RETOMA O ESTOUVAMENTO, SOBE, DE UM
SALTO, PARA CIMA DO POÇO).
teia IR Pa fo A p
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 7.044 .
5a.

LEONOR

PARA OZALPO COMO S&VISS: UM VELHO AMIGO). Bom dá


( oLHaNDO

OLHA; Procura a P5SSOA COM QUEM "


! Como vai você (ALVARO

“STX bonzinho? Ei; estou b=sm, muito obrigado, Es-


)

te é o ... ( ALVARO). Como A seu mome?


ALVARO
Alvaro
S0NOR

( como s& REPBTISSE, A ALGULM, RÁPIDA). Alvaro. (PONDO ATA


NEGOUO OUVIDO EM FORMA Dis CONCHA), Des que? ( A ALVARO) De
que?
ALVARO

2ONOR
( AO INVISIVÉEL)]. Do A&ânerr
2 da AT;VARO
a # es
Mas com quem asta falando?
IRONOR

ALVARO
a vejo ninguem,
LEONOR _

"om um passarênho ... Aquele, ve? É meu amágo, (UM TRINADO.


BLA, FALA PARA O PASSARO, EBM FALSSTE, CONO SE FÉFÉ'BSBZ'W'Í—PAS:
SARÓ QUE CANTASSE) , iste ( APONTA ALVARO). também A4 meuas
migo, 1 A ALVARO, DM VOZ NATURAL), DIBSB: Muito prazer em
conhece-lae, OUTRO TRINADO., BLA, PARA O PASSARINHOZ COMO SL
COMPREENDESSE, AFINANDO A VOZ); Muite obrigada
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 06469! 2 450 -
53e
ALVARO
Ore disse le agora o
LEONOR
Que o senhor é muito simpático.,
ALVARO
Mnito obrigado, Leomor |
LEONOR
( RAPIDA). Não fui eu quem disse, foi o passarinho ..;
(AO PASSARIRHO) Diz que obrigado. ( FRINADO, . ALVARO,
TRRPRETANDO O TRINADO COM VOZ DE PASIARO), Nãe há de
gªs, ( TRIKADO, ELA NOVAMENTE AO PAS ARO HIPOTÍÉTICO ).
de Canheci.o hoje, como a você ( TRINADO OUTRO TRINADO
ELA VOLTASE COMO SR FOSSE APRESENTADA AOS PÚTROS PÍSL.
SARO)., Muito prazer, (VÁRIOS TRINADOS). Muito ggazçr.HUI
to prazer, liuíto prazer. (UM TRINADO LONGO); Nãe, nunca
( OUTRO TRIKADO), le tombém, nunca, (OUTRO TRINADO; )(
A ALVARO COM VOZ NATURAL). Pergunta we já fomos pássaro
(TRIKADO) , Ah ! sim : Tinhamos vontade de ser ! E tom
9VaRIOS TRIJADOS, ELA LEVA AS MOAS AOS OUVIBOS]. No fa
lem todos ao mesmo tempo. Um de coda vez, ( VÁRIOS ITRIR
NADOS) . Absim % ( OUVÉ) CZlizãzade 1 (TRINADOS LONGOS E VA
RTADOS., ELA ENVELADA, COMO SE ESTIVESSE VENDO E OUVIDO"
cs pássaros Rx #09R, A PROPOR GO QUE MLES CANTAM REPROD
DUZzIBDGO QUEBLES DÍZEM, UMA DAS MÃOS LEVANTADAS COMO A
PEDIR PAUSAS PARA QUE Ela POUSA PALAR) , Arvores, , .. MON.
tabheos, , .rios.,
BR DFANBSB NS.CPR;TEA,pte, 0460

56.

. ., . Estradas! *.. No inverno podemos voar até junto éo


9011... No verao baixamos ate a sommbra da s
arvores ,na relva verde que margeia os recsatos de águas fresca
de manha, o céu abre sobre nós o chuveiro de orvalho...
De noite,acende a lampada dalua e, para dormirmosm os
anjos cantam baixinho pela bocas de ouro das estrlas!
...,. Tudo é nosso: o que cai do céu € O que sobe da ter-
ra: A luz astros e o perfume das flores. 0 ar, o espa-
ço, as plantas, os frutos.Nãao pagamos impostos, não te-
mos frinteifas.Nao compramos;nao vendemos;vivemos!
Nao , plantamos ,poque não somos anmbicioses, colhemos
o que há e que e de todos! Voaros quando queremos voar;
amamos quando máx nos apetece amar;cantamos!Cantamos!(PAU-
SA. GORGEIO MEFX DE PASSAROS. ELA VOCALISA).AY!ah* ah!
( GORGEIO-VOCATIZAÇÃO-GORGETIO-VOCALIZAÇÃO)]. E cantamos!
(ALVARO BOQUI ABERTO , ENLEVADO,COMOVIDO,VAISE APROXIMANDO DELA)
E enquanto os homens, uivando ,rugindo,se envengn,se inutilizam
se legiladianm,se devoresm,se destroem,se matam,nos...vycamos! ...
cantamos!ii::: (VOCALIZA LONGA ENRE. ÃLVAVO ENAMO-
ADO.ELA VOCALIZA ALTERNANDO COM OS PASSAROS,ALHEIA A TUDO.
AFINAT,ELE BAIXA Os OLHOS.PASSA OS DEDOS PELOS OLHOS UMEDECIDO
ELA NÃO CANTA MBIS .OUVE-SEÉ AO LONGE, O SINO DA IGREJDNHA
REPICAR.SÓO,ENTÃO PARECE,ELAVOLTAR A SI E VOLTA-SE PARA O MÉDIC

Como o Tempo passou de-


BR DFANBSB NS.CPR.TtEA pre. 0400 57.

pressa! A missa está acabando! ... ( REPARA) Que é isso?


AIVARO DESVIA O ROSTO) Está triste? chorando?

ALVARO

NÃO é nada. (SORRI) Deixe-me ver o dedinho. (TOMA-LHE,NO-


VAMENTE, A MÃO). Está melhor?

LEONOR

Esteu.mas que tem ?

ALVARO

(ACARICIANDO-LHE A MÃOZINHA) - Pergunte ao passarinho. ( PAU


SA. OS OLHOS DE AMBOS SE ENCONTRAM. ELA, RETIRA A MÃO,
NUM
REPENTE),.

LEONOR

Estamos sós aqui! Minhas


primas sairam! ( E SAI A CORRER,
ENTRANDO PELA D.M.,.
OS PÁSSAROS CONTINUAM A GORGEIAR.MESTRE
DOMINGOS, QUE DURANTO TODO O TEMPO COMEU FRUTAS, RE SMUNGAND
O
PARECE REZAR, CURVANDO O BUSTO ATÉ BATER NO CHÃO. ALVARO
CONTEMPLA, POR UM MOMENTO, A PORTA QUEB+S8E FECHOU ATRÁS
DAQUE
la FIGURINHA DE MULHER LIMPA, DISCRETAMENTE, UMA LÁGRIMA
D
CRETA AINDA., VAI SAIR. ABRE-SE A JANELA).

LEONOR

( CHAMANDO-0)8; f888 .

ALVARO

( VOLTAMDO DO PORTÃO DO F.). Que é ?


BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 400, - a
EAPTE, 78,

LEONOR

Desculpe. Avisei-e seu meio maluquinhas ..

ALVARO

(PROCURANDO SER INDIFERENTE). Ah: ( MENSÃO DE IR-SE).

LEONOR

Já vai?

F ALVARO
Jap

LEONOR

Espere um peuce. ( APANHA UM CRAVO DE UM VASO QUE ESTÁ NA F


FLORÉEIRA QUE ACOMPANHA O JANEÉA E ENTREGA-O AO
PARAPEIRO DA
MÉDICO QUE vil BUSCAR le. ALE LEVA A FLOR A ALTURA DO ROSTO
ASPIRALA . Dis REPENTE, BRUSCAMENTE, JOGA A FLOR NO CHÃO);
ALVATO
Nãe. Não quere, Não posso, não deve aceitar., Não quero.
A
( SAI ARREBATÁDBMENTE PEÍO £o F. LEONOR, GHOCADA, BÁI DA JANE
LÁ COMO UMA BALA. CHEGA AO QUINTAL. ERQUB O CRÁVO. CORRE AO
PORTÃO, INDIGNADA PELO INSULTOE AMEAÇA KRREMECSA-ILO SÓBRE AL
VARO QUE SOVE A ESCADA DA CASA DO F. ARRERENDE-SE; VOLTA;
DA UM "SHOOT" "BSBREZINHO NA FLOR, COMO QUEM DIZ: " NÃO ME
IMPORTA". ALVARI ENTRA NA CASA DI F., OS PASSAROS CANTAM AIN
DA. ELA DIRIGE_SE AO MESTRE DOMINGOS PASSAROS CANTAM; TIRAÁ-
LHE A SANFONA, DIZENDO):
LEONOR
Ache que Sei tecar isse. No celégie eu tecava harmenium ...
( var smNTAR-SE AO PÓÇO. TOCA ALGUMAS NOTAS DESARTICU
LADAS. ALVARO ENTREABRE A JANELA E ESPIA. ELA VOLTA A

CABEÇA DE REPENTE,PARA O F). Está me espiando? (LE

BATE A JANELA COM FORÇA . ELA E DEXXAXEXIDEIXA CAIR

A SANFON/.,. PAZ CARA DE CHORO. SORRI.APANHA A SANFONA.CORRE

AO PRETO VELHO QUE RESMUNGA. OUVE-O).Hein?Que?)cCOMO SE COMPREENDE

Ah!: (VOLTA-SE PARA A JANELA) Omestre Domingos, diz que foi

assi que le começou (GIRA O DEDO NA TESTA PARA INDICAR LOUCURA)

batendo janelas.(RI, ALVARO BATE NOVAMENTE A JANFTLA. OS PASSAROS

PARAM AOS POUCOS DE ANTAR.ELA RI.DERIGI-SE PARA O POÇO, SENTA-SE

RI ATÉ CHORAR; INFANTIILMENTE,SEM PREUCUPAÇÃO DE COMOVER;UM PASSARO

GORGEIA ALTO E MAIS PERTO.ELA LEVANTA A CABEÇA,AINDA CHORANDO,E RR

RESPONDE COMO SE O PASSARO LHE OUVESSE FALADO) Passarinho? (GORGEI

Tens razão meu amiguinho: a vida condus á morte. A estrada é

curta. Devemos cantsr e rir Vever a vida! (OLHA P.. A

A CASA F. LIMPA OS OLHOS.TOOA A SANFONA, X CANTA A UM

$ÉNPO. os Phssros TRINAM EM CORO. E O PANO CAI DEVAGAR).

Pix Do 1e Aa - eo
BR DFANBSB NS;CPR.TE
A prp 0400,

2% até

( o MESMO CENÁRIO DO 19470, É A TARDINHA, PRIMAVERA, Hà MUI


TAS FLORES NAS ARVORES A NOS VASOS, TREPÁDEBIRAS FPLORIDAS NS
PARESES E NOS MUROS, AO SUBIR O PANO ESTXO EM CENA + LEONOE,
SINHÍ E PETITOTA, SENTADAS NO CHXO BRINCAM DE " UMA. DUAS 2
ANGOLIIHAS *" SENTASO SOBRE © PARAbEITO DA JANELA DA CAZINHA
n$llãlgnãeúxnno AREIA TALHERES, INTERESSADO NO BRINQUEDO D
A A
LEONOR
( A CADA PALAVRA QUE PRONUNCIAESPETA O DEDO INDICADOR NO PEI
TO DE UM DOS SEIS ALI ESCONDIDO), .:SLINHAS TIRAO
PÉ DAS... PONBOLINHAS; O_RAPAZ_QUE.JOGO.PAZ FA%.0 =J0GO. DO PA
PÃOe retire.-s seu-pezsinhe-que.lÉvai. um.belestae !
(BELISCA UM DOS PÉ! DB 818% ONDE POR ACASO APARENTE TERMINA
A ÚLTIMA SÍLABAÍ3)

SINHA

( DANDO UM GRITINHO AGUDO), AL.Y.( RETIRA O Pé ACARICIA.O)


Ceitado de nen pezinhot ( A LEONOR, A QUEXOSA) Voci belisea
eo muita foça !
as
CcEIQUINHO ( Rinne; EM TOM DE CAÇOADA)

IW | Im |, Ih : oct
PEQUITOTA _ _ _

Vece Acaba apanhando Kamãn“ostâ com as cadeiras vira-


hoje!
das, 5 melhor ir arcar os talheres la na cozinha!
CHI QUI NHO

A LBONOR ) Tenha a palavra a miúnha advogada!


TRONOR 2 IEA A S e

(Q% PEQUTTOTA) Vocs aáecja als não tem, ao memos, o direito d


de nos vor brincar, emquanto trabalha p,ra nos mesmas?
_P"QUITOTA

Ache mas não sei sa mamãe acha...

2 ea LRONOR

Se não acljar que coma menos .., ( CHIQUINHP RI PERDIDAML&NTA


sINMHA E PEQUITOTA, ASSUSTADISSÍMAS, OLHAM PARA A PORTA DA C
COSINHA)
sINHK

Leonor
BQUITOTA

Chiquinho ,..

& LEONOR _
Não sejam medrosos que A fsio

-- a- GHTQUINHO
das A
u não tenho medo do nada!
LBONOR LEONOR

Olhe titia ai.


BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.0460 p.857+7

62.

[n6

CGHIQUINHO

(ASSUSTADO,DÍÁ UMGRITO, LEVANTA A MXO A GUISA DE DEFE-

SALTO DA JANELA,PRA AMX QUINTAL


sa, COMO ESCUDO E Dh UM

faço mais! LEONOR RI AS PE-


SUPLICANDO) Perdãe! Eu não

O PIKO, OLHA A MEDO PARA A JANELA. AS RO-


queEnas ramBÉM.

LE PERCEBENDO A BRINCADEIRA, SOB NOYVA-


SADAS REDOBRAM.

FULMINANDO As PEQUENAS COM O OLHAR).


MENTE RA JANELA,

LEONOR

(IMITANDO-0). Perdãe! Eu não faço mais!...

SINHA

Medreose !

EHEXZ CHIQUINHO

Olhe quem fala!

SINZA

. Eu? Medo ds
(LEVANTANDO-SE PRA RESPONDER A CEIQUINHO)

quem? Mede de Quem?

quimo

De sua mãe!

SINHA

Medo de manãe? peis,sim!

LEONOR

POSTAR-SE ATRÁS DA
(quE se LEVANTOU E PÉ-ANIE-PE FOI

PRIMA,IMITANDO NHÁNHK) !

Nãoe tens mêdos de nim?


f em [pLad£o,
S.ÓPR.TEA.PTE.
04 60 p: 258.

63.

CHIQUIYHQ

) APAYVORADO
), Não lhe bata com Esse paul

SIJHA

(CEIA DE MaDo, VOLTANDO


-S3E). Mamãe,
CHORA; eu du ...
os OUTROS (DA com
RI: e

CHIQUIN HO

OLHE A CHORONA
;

PEQUITOTA

Abriu o

Não chore. Estamos brincando.


Você pareçe
torneira que tem
em cada uma
olho! ,.,

SINHA

(D'HVLNCILIA-SE, BRUSCAMENTZ,
Di LEONOR), Ora, também:
*a
LEONOR
( CHORA) Ahn, Ahn, Ahn,
Ahn , , ,
SINHá
(PARNADO Dr CHORAR) tune
tem você, Leonor? Ofendi-a?
LEONOR
(CHORANDO) , Nãoooo!

SINHA
Então porque está chorando?

LEONOR
( CHORANDO SEMPRE). Para
do chora (RI, CHIQUI mostrar Como você fica
NH
O CHORO pE LBONOR, RIEM O E PEQUITOTA, QUE LEVAVAMfeia quan-
TAMBÉM), A SÉRIO
SR DFANBSBNS.CPRTEA pre 4600999 -

64

SINHA SINNHA

SORRI. OLHA PARA TODOS QUE RIEM E RESOLVE CHORAR OUTRA VE


Áhh ahh, ahh, ahhi... ?o RISO DOS OUTROS AUMENTA. DE REPEN
TE ÓuBE-3E, VÍNDO DA CASA DO FUNDO?, um faz sinal PARA QUE"
NÃO FAÇAM AUIDO, SINHÁ DIMINUIU 0 choro. DÁ POREM, AINDA UM
SOLUÇO QUASE IMPRECEPITAVEL DEPOIS DE UMA PAUSA):
LEONOR
(NERCOS). Psiul Fique quieta, menina! ...( SILÉNCIO); LEONO
SONHADORA; DIRIGE=SE PARA O POÇO; Senta-SR FECHA OS OLHOS;
OUBE SINHÃ B PEQUITOTA SE ENTREOLHAM COM INTELIGENCIA) ;...
(PAUSA)

CHIQUINHO

( DE REPENTE) Bonito, não é? (PAUSA) Fui eu que ensinei ele


a tocar isso!

LEONOR

%zje bocal ( OUVE, DEPOISÍ SENTIMENTAL?; COMO SE TIVESSE ILÓ


87 DALI, ALHEIMENTO OBJRETÍVO ELA R TODÃ RECOLHIMENTO,
) Seumammnlé;;;BO0NITA E ETERNA | Não morre É 1%
motrendo ãuanqo se acaba, renasse nunca porqu e
lãzsgâeâã a cªlaÉ lguãl mas sempre no
quando recemessa, como a
vai Eterna porque não
e cérebreo de um gênio, mas també
&&! Alma emamorada que - 3
to não se mexe para não sonh OT, can
É tando!
ouvir tambem
o) fera
Para aia
ouvi-laao
12
TFADT&UQÓL)«wLÉQ,
S.CPR

65-
as folhas ... Os rjos deslizam silenciosos ... os insetos
pao piaam ...,. os passaros não cantam! ... (PAUSA;VIOLINO
ASS CCY'P'“"IEIR AS E14 CHIQUINHO OLHAN-SFE COM CERTA ESTRANHE-
RA©Q
ZL,DISCRETAMENEE CÓNICA), Fechem os olhos! (ELA CERRA
OS DELA.OS OUTROS ,DFF(“IC DE SE ENTREOLE A-LJJTÍMFQN
TnY3ª“ AS PALPEBRAS),Assim ,... (APERTA-OS, OS OUTROD BEN-
TRRABREM UM OLHO PARA VER O QUE LEONOR FIZ, A FECJ;HNOYA=
ME NTE OS OLHOS, APERTANDO-Ç?BEM) Ouvindo Sehumenn
com os olhos bem fechados, ée que a gerte vê melhor. (PAU=-
SA.,SINHAPERQUITOTA E CHIQUINHO APRRTAM OS OLHOS COM
FORÇA. MAS NÃO VEEM, ABREN-NOS, FNTW.OLrnh-CL a TORNAM A
FZCHA-LO;) Passam 2s sombras do sonhos da «nossa vida,can-
tarUO- e e e ' Quantae com? bonita a gente vê de olhos *ech.uoº
"s NY a ea
ouvindo esta música? (SILENCIO. A MÚSICA TERMINA);

CHIQUINHO

a e * # o VANAT
). Siá Leonor? (LEONOR

(ABRINDO,APENAS UM ODHO,BAIXO). Cale a bôca!

CHIQUINHO

“1 as -
E que não vejo os talheres ...

PEQUITOTA
FANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.0460, p -«26 I
66.

CHTQUINHO

Preéiso areá e não encontro nem um. (TATEIA) Mais fecha


de do que isto é possível. Já estou até com dor de cabe
ca de tanta força que estou fazendo e não veje nada. Pos-
so abrlr os olhos? SINHá E PEQUITOTA RIEM, A PRINCIPIO A
MEDO, ESPREMIDAMENTE, COM A MÃO NA BOCA LEONOR ABRE OS OL
HOS. A PROCURA DOS TALÁLRQS SORRI. AS DUAS OUTRAS, ENTAO
RIEM FRANCAMENTE, CHIQUINHO ANIMADO, ABRE OS OLHOS E RI
TAMBÉM ).

PEQUITOTA

(ALEGREMENTE) E agora vamos saber o que cada um viu!

SINHÁ

VI POR VÁRIAS VEZES ... Mamãe chegar e nos fazer ver estrl-
las. (RISOS) e você, Chiquinho?

CHIQUINHO

Eu vi tôdas as três irem direitinho para um hospício ...


(RIS0S) -

E vecê LEONOR? (CESSANDO DE RIR) Mas que é isso? (RINDO).


Está com os olhos cheio d'agua! ...

LEONOR

Mentirosa! (AFASTA-SE PARA LIMPAR, DISFARÇADAMENTE, OS OLHOS


SINHÃ E PRQUITOTA SE ESNTREOLHAM,. AVANÇAM PARA LEONOR DECIDI
â AMENTE, COM PASSOS IGUAIS, COMO SE MARCHASSEM).
67.

-ra-ta-plan., (AS DUAS

a "rrr .,

RXMXA CHAMA-A , COM z!


ENERGIA FINGIDA) Senhorita Leonor!

PEQUITOTA

Volte-se para nós!

volta, volver! LEONOR TOLTA-SE7

a 1a
(AMEAÇANDO-A COM O DEDO ÉWXRX INDICADOR QUE Juxl A S íIJLJBÃS
DITAS JDSTLC“JAF”YT 3a, —ce-es-ta—Va—cho-rgn-aoooo ACENTULA
41
º; III.—i'm. )»“líluwBiil

LEONOR
A
(lvv') Não- es-ta-va RÁPIDA) Não tenha nedo da concorrencia
você continuará a scr f E casa ,.».
[ ATTTATITMIIA Dra
CJ T.: AU AA /,

NHO, COM CARA DE CHORO ),


R DFANBSB GO 63 68,

DENCIA DA MÚSICA, CHIQUINHO, FELIZ COM A BRINCADEIRAP


CANTA E MARCA OS COMPASSOS COM PAIMAS).

Leonor, olhe bem para nós!

LEONOR

Não posso. Fico vesga, Uma está de um lado, outra está


de eutre ... (AS DUAS SE REÚNEM, DE COSTAS PARA CHIQUI
NHO. ) 1a

SIZHR

Olhe agora!

PEQUITOTA

Mas sem fechar os olhes,

LEONOR

Não estou fechando os olhos. Estou piscando ... Namo-


rando e Chiquinhe,

CHIQUINHO

( IMPORTANTE). VB LÁ SE EU DOU CONFIANÇA! ...

PRQUITOTA

NÃO DISFARCE, OLHE bem!

LEONOR
(ABRINDO EXAGERADAMENTE OS OLHOS E QUASE DANDO UMA
CABEÇADA NA INTERLOCUTORA). Pronto!

PEQUITOTA

Você tem coragem de negar que gosta do Doutor ALVARO?


CTT CTMDT TATTN
DVA do LITE da L LA2AA1

(OT
CQ F EMBRC
015
ra e F Ao _O TA ..?—W
9 Ala VAAÃ-DO1 O ANA
dal AA NTT N e
A WA A

S. mara eh -
) Iddtesx Iss seu.
2 4 od C [Nin I
ssam
v cantando...» NDO

rm NNAD
LEC 1 ) L )

1 (www,/y—
da Ta

AOM TNADMTITT
2 UM ALAN CAN

err
TEAPTE. 0400 p-
d6S .

epa
[O ,

s A
sei porque você

LRONOR

Fu sei, meu Chafariz ambulante

CHIQUINHO

fariz ambulante, essa

C
te] Ii“. HA

Chiquinho! (ALEONOR) Eu at
|
quel

LRONOR

É o retrato dele, recortado de uma revista, quem


1e tem debaixo do colchão da cama?

STINFA

".EM1faço coleção de artistade cinema

LEONOR
A a 2 + 3 +
Mas ele não e artista de cinema, é2 estudante de direito
+ +
ee é

A - &
de voce;,,Das fl que ele manda a

PEQUITOTA
Das conversas ali por cima do muro ,...,

8INHA
Dos olhares na noven
"BR DFANBSB NS;CPR;TE
A.PTE. 0400 Tia?

CHIQUINHO

% le só vai tocar violoncelo na igreja, agora, para agrade

cer a tia Gabricla ...

SINHA

fle chegou muito sntes de você, com o outro m luco, para


tratar-se. Não atendia ao Chamado de ninguém. ( A PEQUI-
TOTA)Lembra-se? ( A ULG'OR2 como se fôsse ALVARO QUEM FA
LASSE,) "Sou do nte. Nao sou médico." Estava fraco. Vinha
tomar ares., Não apanhava sereno nem chuva., Você chegou...
êle apanha tudo para ira a onde você vail.
PEQUITOTA

Tia Gabriela tove uma constipaçaozinhd de nad:


ninguém chamar, aparecia aqui não sei quantas

SINHA

você nao É mosma&

V? de olhos fechados!

SINHA

(RÁPIDA, REPRLEEND NDO), Chiguinhol( A LEONOR) O vento pase


sa cantando ,.. Os sonhos não se movem ...

PEQUITOTA

Chora a tôal

CHIQUINHO

parece a Sinhã

LEOQBOR

E daf ?
B NS.CPR.TEApTE V »,;uaª,»éú—
NE SB NS.CDE ' EA pre [(ÍÉ!“ *

72,

8INFA
Chiquinho!
PEQUITOTA
Confessa?
LEONOR
Vocês estão doidas!
SINHA
(DEPOIS DE PESCAR PARA PEQUITOTA); Então desculpe. Não _,
precisa zangar-se. Nósso intuito era só de previnir você
para estar preparada.,

T,EONOR

Preparada para que?

SINHA

- _M(COMO BE DASABAFASSE). Tia Gabriela sabe tudo!

LEONOR

Sabe? Contaram-lhe ou ela wuviu alguma coisa?

PEQUITOTA
€ CaiulCaiu! (CmIQUImHO RI, LEONOR LEVA A MXO A BOCA
PERCEBENDO QUE SE HAVIA ?RAIDO.)

| __SINFA
(AO MESMO TEMPO), Viu como é verdede?
TEA.,PTE.

NOR

rr
Mas ela sabe mesmo?

brincou com Ele,

(», TIT
NI 33

vermelho como um pimentão!

INTRO) Sujando a Sala tôda! Vai me paga I .


6%

(DE DENTRO). 1 Ai! INHA E PEQUITOTA, ACOVARDAãas


CORREM PARA *C [TO

PARA O POMAR)

fiªr TT“ "PNI


Q A LN H O

Ae díª/"') tra 7 rearini NM 7] A ADD NRNA -.-iª...


IN C TN UL) VD DIRE bl. 2A IUDLLJI: [ 1 AÍ Al E“?
a 7 Tim Cp Aarrmo AANETAIID NDGOTTTNA TT Ir ,
O PERSRGUE, 3 he]
CONSEGUE DESVENCILHAT
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.P
TE.O

GERA QUE GRITA: "DESCAR;ADO", "SEM VERGONHA", E, CONTOR


NANDO O POÇO, VAI FICAR A EDQULRDA DO MESMO, SEIPRP PE
DINDO, ÚLMPRE SUPLIGANDO). Chega! Não f co mais Não ?
faço mais! (RENATO, QUE IA SAIR, PARA NO CIMO DA ESCADZ );

NHANHÁ

(FEROZ, EMPURRANDO UMA PAILMATÓRIA). Venha cá!


CHIQUINHO
(-s UPLICANTE), PELO AMOR DE DEUS: (NHANHÃ ATIRA-SE S0-
BRE ELE. BLE ENTREGA-LHE A MÃO, ELA VAI DESFIRIR O BOLO);

LEONOR

( COMO SE VISSE ALOGO DE ANORMAL ATRÁS DA TIA) . Meu Deus,


Olhe ai titia!

NHANHÃ

Aí (VOLTa-SE ASSUSTADA)

LEONOR

(RAPIDA, A CHIQUINHO). Fuja, Bôboe! (CHIQUINHO, COMO UMA


BALA, FOGE PELO PORTAO_ DO F. NHANHA VOLTA-SE, COMO UM RE-
LAMPAGO, É TARDE., O PEÃO PERDEU-SE NA DISTANCIA. SINHá e
PEQUITTOTA, OLHOS ARREGALADOS, COMTEMPLAM COM ÃDNIHAÇAO A
PRIMA E COM PAVOR, A MÃE, RENATO SORRI LEONOR FAZENDO LE
TRAS COM O DEDO NA TAMPA DO POÇO, EM ATITUDE ENTRE PRECÁVI:
DA E DESAFIANTE, TEM OS LABIOS UNIDOS EM BICO, O NARIZ FRAN
zindo e os olhos para o alto. NHANHÃ QUE, Nox " RELNACE, COMPRI
DEU QUE FORA VÍTIMA DE UM TRUQUE DA PEQUENA, FULMINA-h
COM O OLHAR. GABRIELA, ENTRA, APRESSADAMENRE, DO PORTÃO DA
ESQUERDA. ISSO TUDO E PASSADO QUASE QUE SIMULTANIAMENTEQ
4
B NS.CPR.TEA.PTE
. 0460
.

75

GnMTT

P r que essa gritaria?QVENDO A ATITUDE


h NT T adia: AN !MT Na, 1 a a
Ii?
A 2I
f “O CA &. L IAIa -:5 DELL“) ?83 due
fOl afinal, ue aconteceu?

MEZEA
NHXNHA

BUFANDO) Pergunte a sua encantadora sobrinha,

LEON
PTA ATT em Tap
2 JL;“. «:ÇU 4 OL “(ª-LT1
VOLTA PARA ELA). Não precisaperguntar ,
ilela.3 Ta?
sta PARA PARA A PÁLMA
olhar: olhe,. (APO!
BRIBLA OLHA, NHXNHZ PERTURBA-SE,;AFINAL EXPLICA);
'ª'T
vÃ'nI

Aquele demônio veio arear os talhereº na


de jantar., De
esculpe, minha irmã! Mas aquil

vquv(X—3
aL QL

ra s s 2 + &,
titia, que e um anjo resolveu espancar o demônio ,..

NHANHA

LEONOR

FAZER-1HE MIMOS COM A PALMATÓRIA ;;;.

GABRIELA

(REPRENDEDB-A) Leonor?

LEONOR

Perdoe-me , tia l

NHNNHUHN
H o
LVLi&AVIA

3
na< la
de me
e 1
agradeceras ahead-f.
a a 4 n,
3 assim
comnr ende? Você- aposto-nune a apanhou,
€* É)
que se educa,
BR DFANBSB NS.CPR
.TEA.PTE. O

LOONOR

Està se vende...

LHONOR

Ea senhora ..

NHANHÃ

GRaças a Deus !

LEONOR

Est4Ã se vende também ...

GRABIELA

( CONCILIATÓTIA), Minha filha!

LEONOR

REPENTINA INDIGANAÇÃO),. Iste revelta, titia !


(NUMA

NHANHA

que e eduque ? Com torrões de açúcar ?


Ecemo quer

LEONOR

4 s +
Com
Fo
açãoag; Até os animais se ensinam assim,
terreses de
nos circos. Com terrêées de.açúcar. Recompensando-os quan-
do fazem o que quermm que Eles façam.
NHANHÃ

Equando não fazem o que se quer ?


LEONOR

Basta nãe lhe dar nada ] Quando o chiquinhe faz o que deye
fazee a senhora lhe dá alguma coisa ! Portanto, quando nao
faz, om não pode dar-lhe pancada. E assim que se educa
Perdo,nde os erros, conpensando os acertos.
s

Hªim
a
-n
1
h
2 t
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,PTEÃ
©O p-3+B 78,

LEONOR). É agera entragtxnxnil cherande, Vá fazer as ?aZns


cem ela, Ela não é má., coitada) _ Ignerante, Vem, (SAI)
( AS TRÉS MENINAS, EM FILA,A RIR BATXO VÃO SAINDO NA PONTA
Dos pÉs. sINHÁ Joa OLHARES TERNOS A RÉNATO, QUE LHE CORRES=
PONDE ,)

LEONOR

( RENATO) Não elhe muito para Sinhá. ( MOSTRANDO-LHE A PAL


MATÓRIA QUE NHANHX DEIXOU SOBRE O POÇO). Olhe e que e esperã

RENATO

( RINDO) Qual! ... Isse não dá para a gaste da casal ...

LEONOR

Quer saber «e uma ceisa? ( OLHA PARA SINHÍÁ) Ela e chamou de


"'" sujeitinhe".,

SINHÍ

Ih! Que mentira, seu Renate! ...

LEONOR

ChamouÍ Chameu! ( ENTRA A CORRLR, COM PEQUITOTA. SINHÍ,


D
DISTRAÍDA, FICA A OLHAR O RAPAZ)!

RENATO

Deixe astar Vecêa vai para a lista negral ( SINHÍÁ, SORRIDENs


TS, PARAÇ ESTA ENAMORADA. OLHA-O SEM DIZER PALAVRÃA, O RAPAZ
Pol-LHE A LINGUA;) Ahn: ... N nca me viu?
SINHÍÁ
Nunca, prente!
BSB
B NS.Ca PR TEA,
;TEA| PT E.0460, o . PT
F .

79.

RENATO

essas trancinhas, hein?


Onge você arranjou

rir mais, por que


Ah, Ah, Ah, Desculpa não
(RI SM VONTADE)
achei garça, ouviu?
não

RENA ATO

minhas e você abre a bôca.


. Daqui a pouco eu digo uma das es
Ahnai
9( IMITANDO-A QUANDO CHORA)
SINHA

Ah: no me amole. (SAI)

RENA TO

SINHLZ!: OSINHÍ?
RENATO

SINHA O SINHA?
SINHA

Que " que seu Renato!


(VOLTANDO? RISONHA E CURIOSA),
RENATO

vui? (POE-LHE A LÍNGUA); Aha...


(DESCENDO A ESCADA) Nunca me PE
E DESCE A E SFADA, CORENDO., A
(ENTERRA O CHAPEU NA CABEÇA TRE DOM ING OS, SEM
PELA D.O. MES
quEna Faz UM MUCHOCHO E SAI TÃO DOF . SIN HA "
APARECE NO POR
Pr RESMUNGANDO A SUA CANÇÃO,
VOLTA TRAZENDO UM TRICO)
MESTRE DOMINGOS

Entra, Saci !
STNHA

ESCADA PARA FAZER TRICO)


( SENMANDO-SE NO DEGRAU DA =:
Bea tarde mestre Domingos $
)
D
|
44
4
-N
BR DFANBSB 0460, 7-5 +6-

81.

RENATO

Então ... até logo; (SAI)

SINHR

HA mais tempo !

RENATO

(ABRIANDO O PBRTO,DE NOVO) Até loge. ( SAG)

_- sINHÍ

Pensei que estivesse Ionic...


RENATO

( NOVAMENTE, ENTRANDO) , Adeus !


SINHR
Seu Reanto, olhe que echmo mamae ... (RENAOT FOGE, FINGIM
dodo MEDO) Ih ! Medroso ! Fugui de

RENATO

Então, vão faz mesmo e favor ?


SIJHA

(COMO QUEM DIZ "OUTRA VEZ" ) QUE 8, seu Reanto !


RENATO

No pare de trabalhar para responder., Quer ou não me fas


zer o favor ?
: DEANBSB NS.CPR.;TEA.PIE

SINHR

Veltou ? 1

RENATO Votei como Vlisses, de Homero,


atraído pele canro da sereia, A sereia É você.

SINHA

Sereia?

RENATO

Não sabe o que É sereia ?

SINHA

Sei! E aquilo que faz : ( IMITA UMA SEREIA ELETRIFO)

RENATO

(ADMIRADO); SInha , você nãe conhece o Ulisses, de Homero

SINHAR

Pai e filho ? a

RENATO

( ESCANDALIZADO). Sinhk | ...

SINHA

Não sei que admiração é essa . Só conheça gente daqui.


Nunca fui ao Rio de Janeiro,

RENATO

Mas ira para o céu. Cristo disse: dêles e o reino dos eé


us... Pois eu sou o Ulisses, de Homere.
s 82.
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0469 p 3
[ e

SINHÍ

O TRICÓ). Que faver é?


( SEMPRE FAZENDO

RENATO

Faz?

SINHÍ

L .,, no emprestar um pedaço dessa língua para eu fechar uma


carta, empresta?

SINHÍ

( LEVANTANDO-SE), SEu Renate! ( ALE SAI A CORRER, FECHANDO O PO


PORTÃO. A PEQUENA FAZ MUCHÓCO, DEPOIS SORRI, SENTA-SE NA BEIRAD
DA DO POÇO. WOLTA A FAZER TRICS. POE A LINGUA PARA DENTRO, TRA
BAILHA. VOLTA A PÓR, SEM QUERER, A LINGUA Ds FORA,. REPARA NO BEz-
FEITO, TORNA A APALPÁ-LA. RECOÍHE-A. PENSA: Q ÚNICO MEIO DE FAZ
2ZER TRICO, SEM ESTAR COM A LINGUA FORA DA BÓCA, E CANTAR. E
CANTAROLA UMA VELHA CANÇÃO. UM TEMPO., RENATO APARECE POR CIMA D
DO

RENATO

E CHAMADO) Sinhá?

SINHÍ

(íASSUSTADA, LEVANTA-SEÉ RÁPIDA, DÁ UMA CORRIDA PARA A ESQUERDA)


AÍ!
RENATO
Seu eu?.
Pois você

+ 2 - C
que inves a1 LY vass
canto entenda A
sou
RR DEANBSB NS CDP TEA DTE N//-A
© BSB NS.CPR.;TEA.PTE, 0460 2

sINHÍ

( E ENVAIDECIDA). MUITO ebrigada, seu Renato,

RENATO

Vecê tem uma vez linda! É uma Gali #ureil!

SINHÍ

( DERRETIDA). Acha, seu Renate!

RENATO

Sua garganta é preciosa,

SINHÍK

Acha seu Renate?

RENATO

Ache, Tante assim que trouxe um presente para essa garganta

SINHÁ

( NO CABENDO EM SI DE CONTENTE), Um presente?! Que é ?

RENATO

( MOSTRANDO -LHE UM PEDAÇO DE CORDA QUE TEM ESCONDIDO NAS


MÃOS). Uma cerda. ( GESTO DA APERTAR UMA CORDA EM PESCOÇO;
IMITTANDO O EXTERIOR DAMORTE ). e» »»

SINHÍ

( DASATANDO A CHORAR). Ahrn, ahn, abn i ... ( VAI ENTRAR PAR


RA A CASA DA D. RENATO, LÉPIDO? SALTA O MURO E VEM CERCÍ-la

RENATO

Não sega beba, Esteu brincande. ( SEGURA-A. LIMPA-LHE AS LÁ


GRIMASÍS., VOCÃ É uma ikdieta! ...
BR DFANBSB NS.C
PR.TEA.PTE.0 4/60 -. 384

SINHA SINHA

(RECOMEÇANDO A MANHA). Ahn ...

RENATO

(TIRANDO UMA DHVE DO BOLSO) Espere, (DOLODA—LHE A DHVE NA


BOCA E DA UMA VOLTA, IMITANDO O RUIDO DA MESMA AO DAR A VO
LTA NUMA FECHADA) Prrri Prente., Fechei o choreiro.

SINHA

(PARANDO DE DHORAR,MAS AINDA DON VOZ SENTIDA) Chorei?

RENATO

A quuina de chorar .., (SINHA RI. RENATO GUARDA A CHAYE)


BEM. JÁ estáà sorrindo . (DANDO-LHE Z MÃO PARA DESPEDIR-S
Até logo ( BALANÇA-LHE DANGOSAMENTE A MAO COMO NAMORADOYS)

SINHA

( GOSTANDO DO BALANÇO) ATÉ logo.


É
RENATO

(ENACAMINHANDO-SE PARA O PORTAO,SEM DEIXAR A MAO DA PEQUE


NA E SEMPRE BALANCANDO-A) Até logo. *

SINHA

[] (IDEM), Até logo.

RENATO

Agora é s"rio. Faz um favor (MVITO MIMOSO) . Faz?

SINHA

(COMPLETAMENTE ENTREGUR). Faço, sim. Que é ?


BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre. 0400,
p-d 03

87.

SINHA

(IRONICA). Sim.

renato

É sírio. Gago-me com outra contra a vontade, poque eu gos-


te é de vodê,

SINHA

Daquela moda ! ...

REANTO

Dssãe que chegueiA a Este


A 4
bem-aventurado lugar. Você estava
na estaçéa., O trem parou na plataformaLEnbra-se ? Pus o Pri
merio pé na plataforma., Vf você, Sabe o que fiz ?

SINHA E

(NOVAMENTE INGÉNUA). Não . Que foi?

2 RENATO

Pus o eutro 58. 9riB

SINHA

(DESILUDIDA). AR$

renato

Entaº, naa leva a carta mesme M

SINHA

Não $

RENATO

Então até logo. (ESTENDENDO-LHE A MÃO)

SINHRA '
(RECUSANDO-LHE . Ne dou, pronte ! ( SENTA-SE NO POÇO).
JFANBSB NS.CPR.;TEAPTE, OQÉ059555
RR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE ) 988.

RENATO
Olhe que vecê chera ...
SINHÍ
( PEREM PTIÓRIS), Hoje não há nada que me faça chorar.
RENATO
Não ( FINGINDO QUE VÁ NHANHX à D.M.) Bea tarde, doma Nhanhã
SINHÍ
( L"VANTANDO-SE DE UM SALTO, A CHORARA)., Ahn, abn,ahn, ...
RENATO
( RINDO),. Chereu pu não chereu? ( SINHÍÁ PERCEBENDO A BLANGU
OILHA-O COM RAIVA) Bem ... Não leva a carta?
SINHÍ
Não !
RENATO
Leve eu. Até logo. ( SINHÍÁ ESTENDE-LE A MÃO ) Agora não
quere. ( BATE-LHE NA MXO ESTENDIDA. SAINDO, PARA NO PORTÃO
ENXO SE MSQUEÇA DA CORDA ! ... ( SAI. SINHÍ VAI AO PORTÃO
DOLORASAMENTE, PARA A RUA. DEPOIS VOLTA-SE., FECHA O PORTÃO
ENcOSTA-SE NÉLE; FAZ FÓRÇA PARA CONTER O PRANTO; MAS NÃO
PODE. E CHORA, DESTA VEZ CONVULSIVAMENTE;)
LEONOR
(DHEGA É ENCOSTA-SE, CONTEMPLATIVA, AO BATENTE DA PORTA DA
D. OUVE UM SOLUÇO,. VOLTA A CABEÇA, COMTEMPLA, POR UM TEMPO
A PRIMA), Que e isse?
SINHÁ

(LIMPANDO OS OLHOS). Nads.

LRONOR

ESTA, RISCANDO O MUNDO COM


(eNcaMINHANMDO-SE PARA A CHORONA,
LEONOR CONTORNAN-
o bebo, Procura DEsvIAR-S© DA INQUIRIÉXO,
VQ
SINHÁ QUE PÁRA E SORRI) Qual!
DQ o pàço vai ami Junto DE
...Que tem voce, Sinha?
cê anda sofrendo da bola!

SINHÃ

AR. CONTINUA A
(soRrRrI, DE Novo, COM EVIDENTE VONTADE DE CHOR
RADA, DE
. LEONOR ACOMPANHA-A, ADMT
camtnEÃr, RISCANDO o MURO quer
CONTÉM MAIS). Que é que voce
rEprNTE, a PEQUENA NãO SE um SoLW
TANDO)Não tenho nada! (Dá
comigo? Não tho nada! (GRI
A A-
A CORRER, PELA D.M., DEIXANDO CAIR O TRICO E
co x SAI, CA, A--
COC A A CABE
oa NAS MROS,LEONOR OLHA-O,
o Ban co DA 3.3 .)
U E LEVA TUDO Para
PANHA, DEPOIS, O QUE CAT

CHIQUINHO

ÉSQÇERDO, MVZDROSAHENTW,
PELO MURO 'DO LADA
(PONDO A CABEÇA CE
Leonor! Siá Leonor$8 (ESCONDE-
CHAMA COM PREÓCUPAÇÃO).Sia
ATRÍÉ DO MURO).

ERONOR

VOLTANDO-ST; Quem e?

CHIQUINHO

Sou eui (COMO ya QuE LEONOR NOA


(PoNDO 1 CABEÇA NOVAMENTE),
O ENCONTRA), Estou aqu i.
er DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.O

90,

LEOMOR

(DESCOBRINDO-O AFINAL). Ant

CHIQUINHO

Ela está mais mansa ?

LEONOR

Acho melhor não entrar 4...

CHIQUINHO

. Mas é que ainda não jantei ...

LEONOR
Desça dai. Vou ver se encontro alguma coi a na cozin
$SAI A CORRER,D.M. CHIQUINHO, PRECAVIDAMEN E, SALTAha.,
MURO, E FICA A ESPERA, UM OLHO NA O
DA CASA OUTRO
NQ PORTÃO DO POMAR, COMO SE FÓRA UM LADRÃO. A ESPERA E
CURTA PORQUE LEONOR, APARECE) No encotrei nada, Oque s
sobrou deram aos porcos. Só encentrei um pedaço de pa
(assim mesmo duro,

CHIQUINHO
Se eu tivesse nascido porco!

LEONOR
(SORRINDO), Teria comifo. CHIQUINHO ;;;

CHTIQUINHO

Ser porce * melhor do que ser gente ! ..,


LEONOR

É e não é.

chiqguinho
Poe que?
B.CPR.TEAPTE
60p-d32

LRBONOR

# % +
Perque um perce nao censeque numca ser homem; e ha muite
homem que pods Sar PDOTCo »»»

CHI QUINHO

Então eu quere virar porce, só para cemer bastante ?


É?

LEONOR LEONOR

Geralmente é para comer bastante que es homens viram porces.

CHI QUINHO

0 melher é comer pão duro .. ââtou com uma &oms que como
até paul ( VAI LEVAR O PÃO 64.)
LEONOR
Não. Espere af. Veu buscar dinheire lá dentre ... (
NHO JOGA O PXo NA SILIÁNCIA DA BôÓcA DO FÓRNO, ELA, AO VOLTAR
SE, DÁ COM ALVARO QUE COMECA A SUBIR A SACADA DO F. COM A
PREOCUPAÇÃO MAL DISFARÇADA DE LVITÍÁ-LA. ESQUECE-Si DO PEÃO.
ENTRE IRÓNICA E ALEGRE)ÇO Deutor Alvarel? ... Bens olhes o vê
jam!... (ALVARO QUE NÃO TEM OUTRO REMÉDIO RESOLVE DESCER A |
ESCADA PARA VIR SAUDÍ-LA)., Tireu a sorte grande? Não quer fa
lar aos pobres? ( CHIQUINHO, SENTINDO-SE ESQUECIDO, APANHA D
DE novo O PXo E COMEÇA A COMÉ-LO);
ALVARO
( ABRINDO O PORTÃO); DÁ licença?
8R DEANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0&GÇ - BB

92.

LEONOR

( ENTRA ALEGRE E RESSENTIDA) . Entre ! Entre ! Que fim levou


hoje ?

ALVARO

Fui a

LEONOR

Enão teve tempo de avisar-me ?

.. ALVARO

Sentui, entãe, muita falta ?

LEONOR

(NOVAMENTE INFANTIL(, Tive uma saudade grande, grande !

ALVARO

(Z%INDO, UM POUCO FORÇADAMENTE, DER SEJ TOM RESERVADO E PRO::


ANDO SER ALEGRE) . Do tamanho ...?

LEONOR

(ALEGREMENTE PROCURANDO UMA COMPARAÇÃO) Do tamanho... de


tamanho...

CHIQUINHO

(CONCLUINDO) Do tamabhe da minha fome RISOS)

ALVARO

(GALHOFEIRO). No Brasil ninguém passa fome, rapaz,

CHIQUINHO
2 s s s «+ + &
No Brasil pode ser mas aqui neste quintalzinho, nao sei nao.
SR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 040
09849

093.

ALVARO

E por que na entra?

CHIÇUINHO

Não posso irlá dentro ...

LEONOR

Pode. Mas se fôr apanha.

3 CHIQYUNHO

Eo que digo: não pesse ...

ALVARO

LEONOR

£1 e é um país dasarmado ... Apenas expresao do forte contra


o fraco.

2 ALVARO

(REFERINDO-SE A ELA LEONOR) , E A Inglaterra ?

LEONOR

Ia buscar dinheiro

. ÁLVARO

(RINDO); Dinheire ? aqui não há restaurantes ...

CHIQUINHO

Mas então hei de passar o dia todo sem comer?

LEONOR

(RINDO);Os camelos passam oito dias ...

CHIQUINHO

Eu nae sou camelo.


BR DFANBSB NS.CPR;TEA pre, 460, p- 2a

94.

LEONOR

(REFERNNDO-WE R MANHA) . Mas É dafamíflia


(SEM PREOCUPAR DE QUE A VEJAM). De certo; nem um bilhetinho
dizendo para onde is

ALVARO

E que eu ,..» eu e e ©

LEONOR

Não gagueje, nÃa ! 9 com lágrimas na vozê) Não faz mal


oee
Nao posso obrigar você a goetar de mim ..,

ÁLVARO
Leonor cuidado ,.,

LEONDO

(SEM OUVI-LO , COM UMA PONTA DE REVOLTA EDUCADA). Não faz mal
Por que mudou tanto assim? Que fig eu? (QUASE CHORANDO) Por
que, de repente, vodê de tornou tão mal? tão mau!

ALVARO

Mas, Leonor ... quem te disse isso?

LEONOR

(PROCURANDO DISFARÇAR O SEU RESSENTIMENTO, RETOMANDO O SEW TOM


JOVIAL)]. Um passarinho ... Aquele passarinho.

ALVARO

Mau, eu. por que ?

KEONOR

(A PRINCIPIO PROCURANDO DISFARÇAR ? DEPOIS IRÓNICA, NO FUNDO


SEMPRE SENTIMENTAIS . Por que. logo que aqui cheguei, têdas ,
as manhas ... Aprimavera tecia
ao para nós dois somente QRINDO)
ERA O QUE VOCê afirmava, não. -
Ae

'O
)
O [

, 3 4
=2 DG a-meA
R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 04 &“), 9 - 295.

97.

ALVARO

(PRETNBENDO-SER JUSTIFICAR-SE) . Leonor ...


LEONOR

(NUM GESTO QUE DIZ: "NÃO SE JUSTIFIQUE" , RETOMANDO O TOM DE


IRONIA, QUE ATINGE,AGORA, QUASE, A MARDACIDADE). E foi além!
Tia grgbiela acabara de adormecer ... Ambos (BREGEIRICE IRÓNI
CA). Bão foi de profésito. foi? tomamos o termômetro para ver
a febre ... (EMOTIVA) Suas mãos tocaram as minhas ... (NOVAMEN
RE BREGEIRICE E IRÓNICA) FOI o acaso, nao foi, enfim. Ouvi-TI
lhe a voz "Não poderei vivir sem você ! ...
ALVARO
(COMO UM OUTOMATO) - Não poderei viver sem você!
LEONOR '

(NUMA REVOLTA) - False !

álvare
<

LEONOR

(NA ESPERANÇA DE QUE SLB SE JUSTIFPICAÇUE, E PERDENDO, AQS POU


FOS, O VIGOR DA REVOLTA). - Então, porque, agora anda tão esé
quive? Por que foge de mim? ( PEQUENA PAUSA ). (OLAJ-O NUMA Q
QUEIXA, QUASE SORRIDENTE, COM VONTADE DE PERDOA-LO DE QUE TUD
SELA , NADA) Evita-me sempre que pode ... ( NUMA SUAVE RECRIM
MINAÇÃO, CERTA DE QUE, NO FIM, SLE ACLARA TUDO. APENAS UM PR
PRETESRO, PARA QUE BLE REPITA QUE A AMA. A VOZ AMACIA-SE .TOÉ
NA-SE QUASE INFANTIL;
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.P
TE. 0400 5. 294

E MAIS A MENINA QUE A MOÇA,


QUE ELA PALA NESSA MENINA.
MOÇA). E eu amereditei mas
ceisa benitas que vecê me
CAMEAÇANDO.O COM A MAOZINHA dizia
, COMO UMA CRIANÇA); Deix
tar ,,. Nas cartas .,, Nas e es
cartas *.. Ne final da nlti
carta ... ( COMO QUEM PROC mã
URA RECORDARSE), " Cent
de e nosse segrêdo ao pass ei te.
ariaho, teu amigo", Sabe ?
Esteu curade", lhe disse.
_ Que maliciese, nãoo? 6 "Na
Tespondi. " Apenas per .,. o
tua causa, passarinhe, Quer
levantar._te comigo a ti e ia
a tuflé que vive nestas inel
Jáveis manhãs de sel ..,. viê
E %l1e sorriu: " Leoner. LEva
Leonor centige e levarás a
tudo, rapaz", Sigo o cens
elhe d
de passatinho: pelo-te que
sejas a nhinha“lulhorzinba
va ae sair daqui, levar comigo estes manh pa
ãs às sol. O
sel na luz dos teus olhos, as f1ôres,
no perfume dos teu
cabelos | os páss ntando na tua voz, o mel das abe
lh:s, nos teus lábios, eo céu e o camp
o e es ares que Re
fazem tão bem, ma alegria mêça e pura
de tua alma! (VOL
TANDO.SE PARA BLE ALEGRE COM ELA MESMA
, NUM TOM DE VITQ
RIA TÃO INGENUO QÚE SB TORNA COMICO),
Vino Decerei tudia
nhe! ( PAUSA RÁPIDA, A ALEGRIA --MOMENTANEA
CEDE NOVAMEHTE
LUGARA QUEIXA, DESTA VEZ CHOROSA, QUAS
E HÚMILDE) Eu mãe
merecia imso ... Vecê fei cruel., Engansu.
-se!
ÃLVARO
Fui um insensato! Evitei quanto pude! Não sei como
8usi a dizer-lhe tudo isso chega
-
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0400p.295.

(469.

LEONOR

Confessa que, apenas, se divertia ...

ARO

SPORTE INCONTIDO) G oste de ti


Nunca fui tão sincero( NUM TRANS
Leonor, domo se pode gostar na vida!

LEONOT

(TRIUNFANTE). ALVARO ! ...

ÁLVARO

Não. Não poce ser! Não posso! Deixa-me.


(CONTENDO- A ).
9 (AFASTA-A )

LEONOR

EM SEU AMOR PROPRIO). Está bem.


(PAUSA, OFENDIDA

CHIQUINHO

A béis" está esfrian


(ASSOBIANDO A JANELA DO F.) ! Seu doto" :
do! Tem lá viradinhe de feijão! O virado! ...

ALVARO

Até logo. (SAIF.)

GRABIELA

"PAMONHA" ENVOLTA EM PALHA


(APARECENDO AO P&RTÃO DA D.COM UMA
...( E ES
CMCCUSS
R MILHO VERDE. Leonor! ... Queres um pouce de pomo
A OUVE, NEM A VB, F
PREÇO DA FISIONOMIA SE LEONOR, QUE NÃO
US) Que tens, minha
FR-LA IMTERRONPER A FRASE, DESCE OS DEGRA
filha?

LEONOT

F. ALVARO SOBE A ES
Nada ... (GABRIELA VOLTA O OLHAR A CASA DO
)
CADA VAGOROSAMENTE, DESABAFANDO SOBRE SI MSMO;
O
ANBSB NS,.CPR.TEA.PTE. 04©0F,Qqq

101.
FALASSE IMITANDO 0 PATO) Não faça isso! Estou danado da vida!
-. Al X rlgg Não quero briacadeiras! O0,K.! Não riu? Então no a
meaço. "ou fazer mesmo ( E FAZ) Qu, qui, qui, qui! ( GABRIELA
QUE FAZ FORÇA PARA NtO RIR, QUANDO AFINAL, SENTE OSQUE DE FAT
OS DEDOS DA MENINA COMEÇAM A ATINGI-LA, RI)

GRABRTIELA

(RINDO]J Fic" quieta, Leonor !

LEONOR

..TRIUNFANTL) Ih, riu, Rui! Sou inrrestiÍvel'!tFALANDO COMO SE


FORA UMA CRIANÇA) Acabou a znagadinha? Que fou que eu fazer.,

GABRIELA
(SERENA E PRESCUTADORA),. Não tens nada para me dizer?

LEONOR

(Cªyo SE FOSSE UMA NAPOLITANA) Io? Per la dona ! Niente, exle


ca, nientel!
GABRIELA

Não me estos ocultando segredinho nenhum ?


LEONOR

CON INFLEXOÇÃOE DE GALUEGA).,. Se le jure, mia sebramia ! Nada


por la virgem santissfma. !

GABRIE

Não digas isso, nem briancando ! Perguntei? apenas, por pergu


tar. Nao preciso que me resondas!: estou vendo,
102,
RR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0400, p- 398 .

LEONOR

Vendo que?

GABRIELA

O que se passa em teu coração,

LEONOR

( COM Os DOIS INDICADORES EM RISTE, APONTANDO OS OLHOS


DA TIA), Raies X?

GABRIELA

Idade .,, Experiência .., Melhores que raios X. Nãe


é de
hoje que te observo. A tia e a le. Vamos _ centa-me,

LEONOR

( CONTANDO, A RIR E 4 SALTAR COMO SE EBSTIVESSE PULANDO


CORDA), Um, quatro: cinêe, seis, sete, oito
dois, tres,
quem pular mais ganhã biscoito! PARA DE SALTAR E ÉNCABA7
BREGEIRA A IRMAs de. CARIDADE). QUER BISCOITOYalte.
GABRIELA
Nãe tens nada para me contar?
LBEOJ LEONOR
Nada, nada! ( RECOMEÇANDO A SALTAR) Nove, dez féijão cem
pastéis? ( PARANDO, NOVAMENTE A TIA). Quer pastéis?
Cabriela
Nada? Dá-me tua palavra?
LEONOR 2
( SALTANDO NA CORDA HIPOTETICA, A CORRER), ONZE, deze. tr
treze, quaterze, quinze, desesseis, ( NÃO PODE GONTINÚAR
A FINGIR AQUBLA ALEGRIA QUE NXO SENTE, AS LÁGRIMAS AMEAÇA
TRAÍ-LA, NÃO LHE MOLHAM OS OLHOS MAS COMEÇAM A ENsolver...
e ntre2m
PEQUITOTA

(CHEGANDO RA JANELA) Que aconteceu?

RENATO

Aconteceu que .., (NAO TENDO NADA QUE CONTAR; VOLTA-SE PARA
A JANELADO FUNDO), 6-ALVARO, PARE COM ISSO! õNUM GRITO QUAS
SE DESESPERADO). PARE com isgo, homem triste! 4 A GABRIELA)
Só gosto de música akegre, nao acha? Essa núsica alegresn a
faz mala gente. ( DEPOIS DE FIXAR A VISTA EM LEONOR, CESSA
A MÓDICA) A LEOJOR ATX JR ESTA COM CARA DE MISSA DE SETIMO
DIA #

LEONOR
(PROCURANDO SER ALEGER), Naturalmente ...

RENATO

(MALDOSO). Será pel, música ou pelo músico?

LEONOR
A
Por uma coisa nem outra. Fico assim senpre qie vejo você .
( RI ALEGREMENTE, APONTANDO PARA RENATO DESAPONT.DO, NITINH
FIRMINO, ZEZE E PBQUITOTA GOZAM A PIADA E DA CARA DO RAPAZ)

GRABIELA

(SORRINDO, ENCAMINHA-SE PARA A PORAT) . Voy indo...

RENATO

(REAGINDO, ENCAMINHA-SE TOMANDO O TOM ALEGRE SE SEMPRE), NÃO


quer euvir a novidade ? É sensaciOnal !
BR DFANBSB NS
.CPR;TEA.PTE.
04/60, 12 Sol
GABRIELA

ICA à RES-
(RBGERINDO_SE COM BANHOMTIA,RISONHA E IRON ouvir me bas-
POSTA DE LEONOR), Não, meu filh e. 4 quem
do para Penas
taeu, Até,. (Sai,Leoner e outros rimu,apontaa
te,novamente desapontado ).
RENATO
Mas serà pessível?| Hoje todos temáram assinaturas em
cima de mim ?(DBPOIS, AZENDO..SE, GRITA NOVAMENTE ), Cheg
QUASE PARA
un tedes Vemham euvir a mevidade | ( CGRITANDO
pevádade|
DENTRO DA CASA Venham envir a grande
PBEQUITOTA
TO ). Não 4
( aus salu pa JaNELA,VINDO AO ENCONTRO DE RENA
grite assim ., Mamas pode euvir |
RENATO
casa . (REPUXANDO)
ERÍÁPIDO) Não euve, Fla está na frente da) Querem saber qual
O OLHO COM INDICADOR )Bo vi | (GRITANDO MENOS LEONOR) Querem
$ a mevidade X CURIOSIDADE,RODEIAM.ne,
saber a nevidade ?
PERQUITOTA

CONTE |
RENATO
em saber
( GRITANDO SEMPRB;) ., Veu centar a mevidade, Quer
e que aconteceu?
BRDFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. gu 00, p - og;

106,

SINHA

(SURGINDO A PORTA). Que foi que aconteceu, seu Renato?


Que aconteceu?

RENATO

(QUE NAO TIM NADA DE SENSACIONAL PARA CONTA


R), Aconte
ceu ...» Aconteceu ...
Pa

LEONOR

(BRINCALHONA) Não aconteceu nada, f1 e queria apenas q


que você aparecesse cobre nada., -

REXTO

(CNICO). Foi gRISOS).

SINHA

É? Pois vou-me embora outra vez.

RENTO

Não v4. Af vai a novidade sensacional, (SOBE PARA


O P
ce, COMO PARA UM PU PITO. SINHA VOLTA-SE, CURIOS
A) .
Meus ,mades irmãos. Guararema vai ter dois
melhorament
tos de alto valor ! O primeiro, a fundaçao
de uma fila
mônica local.(APONTANDO PARA O FIRMINO). Clarin
ete,
(PIRMINO, SEMPRE REGU ARMENTE EMBRIAGADO,FAZ UMA
REVÍR
RENCIA, RENATO INDICA ZEZ7€) Trombone! ÁZEZE,RI
CURVAN-
DO-SE, RENATO INDICA NITINHO) Bonbardão I (NITINHO CU

RVA-SEB, TAMBRM RISONHO), REgente.,. (APONTA PARA SI MESM


MO E FAZ UMA , somos as figuras principais.
Temos ainda o Mestre Domingos, o Cassioga da NMha-Maria
do- papo- grande, o Formiga e vÁrios outros. Vamos faz
zer hoje mesmo o primeiroensaio e hoje mesmo viremos t
todar aqui..
3
a outra novidade"?

outra?

RANA l ('

dp retafoa ultrª—rodªr? 3.
ATTcng
es
?:. eu
IN S, INDICA NETINHO,
C UL e ALUNO
Ada W e

(' M “.?C) Ensino racional. (k,.í'fªar-

11ções são gratúitas mas os testes são


um tempo.
pmSthOS. Processo 1Od“?ÚlªSWVv. DesmeLtaº a
fiz experiencias. pederam mas ganhãeão. Os
que demonstraram de segunda vez, fermam foram
na certa . Í COMO SE FIZESSA!
Na terceira ganharão
DE RMLOGIO), São uns notáv eis menta ncapt osi

NITINHO
toca.
(LISONJZADO) Muito obrigado pela parte que me

VAVAS

(MB&YX MODESTO) Isso é bºndade sua ... Não semos tanta a


VA E RENATO
assim... (PBQUITOTA,;SINHA RTIEM, ESPREMIDAMENTE,
DADE DOS CA
”"TLTàAD LRONOR ,
COM A MXO NA BOCA, DH INGENUVI TI COM DÓ
QUE CONTEMPLA TUDO MAIS OU MENOS ABSTRAIDA, SORR
DOS COITADOS).
FIRMINO
* P
só o EERkK
(DE BoA FÉ) Por enquanto o mentecapto tem sido
senhor ,.».
BR DFANB;
BSB NS.CPR.TEA;PTE.0460 p- 304.

108, E

ZEZE E NITINHO

(APLAUDINDO; Muito bek ! "Muito bem !

LEOMOR

(ACONPANHANDO OS APLAUSOS, IRÓNICA), Bravo! Muito bem.,

RENATO .

Muito
aw obrigado! Muito obrigade! Voy fazer uma demonstra
TITAR
cão prática do meu processo de ensino. Atençãº:
. Depos ita-s e aqui. Pa
do uma nota de cinco mil refsê
Siste ma intui tivo. Resp
QDEPOSITAM) O "test" "* simples.
posta indireta. Exercício para a sagacidade dos alunes.
?
Quem responder certe, leva tudo. Todos puseram

NITINHO

Todos., (LEONOR,MAIS INTERDSSASA, APROXIMAM-SE DO GRUPO)

RENATO

Um pintos, um andaime, pinta uma casa. Escorrega e cai.


Cai contra que?

ANITINHO

Contra o chão.

Perdeu RENATO

Perdeu. APONTA PARA ZEZÉ) Cai contra que?

RBZ*

Contra a calçada., Ahn, ahn, ahn, ....


e [ DFANBSB
BR MEA 5 er 3 as E
.o NS.CPR
As F I%. TEA
FIATPTE
|E. Cima0 €
—3(>5
é

109,

RENATO

ahn, FIRMINO) Cai contra que?


Perdeu. Ahn,

FIMINO

Cai contra ...(COÇA A CABEÇA).

RENATO

Rápido senão perde. A resposta W fácil. Cai contra que?

FIRMINO

Cai contra o que um toho que havia em baixo.

RENATO

Não . Perdeu. Perderam os três. Cai contra 3 vontade. $

PM (APANHA O DINHEIRO) Por vontade dele,,ele não ciria. na


# + R
e issoçg

os TRÍS

UMA FRASE PARA CADAUM) (OA MESMO TEMPO). É verdade ! *

isso mesmo! Como nao me ocoeoreu isso.

RENATO

Q DINHEIRO) Viram ? O mao todo é prático e sim


(GUARDANDO

nada. 3
ples ..., E nao cobra

LEONOR

AOS CAIPIRAS). Emprestem-me dinquenta mil refs, (08


(

DAIPIRAS MEXEM OS BOLSOS.REUNEM DINHEIRO. A RENATO)

R RENTO

Sim, professor., Demonstre aos seus alunos como se ganha

respondendo, ( RENATO SACA OS CINQUENRA MIL REIS, DE MA

VONTADE, OS CAIPIRAS REUNEM O DINHEIRO E ENTREGUAM A

LEONOR) ;
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 04 ©0, e- 306 -

110.

FIRMINO

Cinquenta mil réis.

LEONOR

Obrigada (A RENATO) E os seus?

RENATO

Cinquenta mil réis. (DEPOSITA-OS )

LEONOR

Um homem todo de claro, vai saltar uma valeta cheia de


l
lama e cai dentro dela. Como é que ele sai? Depressa

(os CAIPIRAS ASSISTEM ANIMADOS; PEQUITOTA E SINHA,TAMBÉM)


VYomos professor?
RENATO

(TRTIUNFANTE)Sal sujo de lama?


LEONOR

(MAIS TRIUNFANTE AZNDA) Não, Sai da vida! (PASSA


RAPIDAMENTE, A MRO NO DINH ÉIRO,E ENTREGA-O AOS CAIPIRAS
QUE RTIEM E ÁPLAUDEM JUNTAMENTE dom as DUAS OUTRAS PEQUENAS)
Tomem.D1v;dam egtre vocês., Vão-se embrora e não estude
mais por êsse método, Vão-se aemkxa embora, (09 CATPIRAS
RINDO-SEZ , SAFM ,SATISFEITISSIMOS.LEONOR CORRE PARA DENTRO
DE COSTAS;COM Ó POLEGAR NA PONTA DO NARIZ A AGITAR
oS OUTROS DEDOS,;PEQUITOTA FEZENDO O MYUSMO
E SINHÃ TampÉM TODOS RIEM DO RAPAZ ABSULUT AMENTE DERSAPONTADO
SAFM OS CAIPIRAS PELO PORTO DO FURDO,LB ONOR E
PELA PORTA DA D.M, SINHÃA,Q UE ! A BDLTIMA A CHE
GAR R1 PORTA,PARA RITR,OLHA ;OLHA CONDOID A PARA RENATO, DÁ
UNS PASSOS PARA APROXIMAR-SE DELE. E CHORA).
BR DFANBSB NS.CPR;TEA,PTE. 0%0 112
Renato o' 208 .

( IMTTANDO .A ), Quem-bem a me-imperta |

' SINHÍ €
( ARRUFANDOSE ) SEU RENATO |...
RENATO
Cenfesse, Faça de conta que seu e capelão, Ajoelha-se ne
comfissienárie. Aqui a meus gis P MÃOS POSTAS COMO
IM PADRE E AFINANDO A VOZ COMO SE POSSE SINHÍ) PADRE com-
fesso ._.. tenho um "xodo" pelo Renate | ,.

SINHÍ
. Pretencieoso |... Sabe que mais ? Veu-me embora, ( FMGAMINHA-SE
PARA A PORTA DA D, PISANDO DURO ),
" RENATO

( QUE, SORRINDO, ADEIXOU CHEGAR ATÉ à PORTA ) , Sinhá


SINHÁ CO 2 .

#&( VOLTANDONDO-se RÁPIDA, DEMOSTRANDO TER INTERESSE EM FICAR) .


Que é, seu Renato ? . pandora Rm o s Meo o 5
RENATO

VAI MESMO o
SINHX 2

€ ( DuramEnTE) vou (mMovImMENTO DE VOLTAR.SE PARA ENTRAR, GOMO ,


PORÉM, O RAPAZ NXO INSISTE,ELA ADOCICA A VOZ) POR QUE?, heia
RENATO ___ -
PORQUE .,, pedia não ir e,se não fessê, ficava...
8R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0400p- 10 -

114.

g SINHA

Ao meio dia?

meio-dia na matriz
É. Não rep rou ainda? Repare, Quando bate
fico sempre esperando ...» esperando...

SEBHA

Que?

RENATO

Que bate uma hora, É o melhor divertimenro local! (RI, SINHA


VAI LECANTARZSB DO ÓÇO, DESILUDIDA, ELE SEBGURAZ.A), 0IÇA A
VERDADE): -. Estou aqui poe sua causa. (BLA BAIXA A CABEÇA, RBE
R TO SECA UMA CARTA DO BOLSO EXTERIOR DO CASACO 3* gOSTO TANTO
DE VOCê ... que não poder falar ... prefiro .. (POS-=LHE A CAR
TA NA MÃO), is

SINHA

NÃo CABENDO EM SI DB CONTENTE, CONVENCISA DE QUE A CARTA 8 P


A RA BLA )., Para que é isso, seu Renato?

RENATO

(MUITO CHEGADO A ELA) Isso é para você ...(BLA COM CARTA ENF
TrE as mãos APERTALA AMOROSA MENTIE AO PEITO, SLE POREM? DEPOIS
DA LONGA hETICÉNCIAª COMPLE TA RAPIDS MENTE A FRASE) ...para vo
ce ,,, levar mmra a Ester... --
SINHA
( LEVANT ANDOZSE DE UM SALTO E PASSADO PARA O LADO oPôsRO DO do
TBRRENO)., B ora Ester, é ? Olhe aqui. indignada, rasgan
a carta., Pra Ester! ...(JÚNEA AS DUAS MBETADES R TORNÃ A RASGAR
Pra Ester!i... (B VAI RASGANDO
r DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.O

SEMPRE), Pra Ester! Pra Ester ... (B RASGA OS ÚLTIMOS


PEDACINHOS, AMARROTA-O E ARREMESSAND -%OS AO CHAO),
Pra

DEN A n
nu..“ LL

ELA, CARINHOSO) Que é isso? Não seja boba.

verdade? (PROCURA VER-LHE O


mesmode

RODTG,vCÉIÍ E SÓMENTE AGORA DESCOBRISSE SINCERIDADE NO


AMOR QUE A QUÚMA LHE VOTA), Mas voce gosta mesmo de

SABAFO),9 CHORANDO, SEMPRE). Gosto,sim!


$
rar a
TENATO

(EM TOM dia"—"CVC,;[AS VOLTANDO ABRINCAR,CO0M MÁÃDO DE


SR PRENDER SERIAMÉENTE A UM COMPROMISSO QUE NÃO LHE CON-
vÉM, A IMITSR A VOZ DE CHORO DA GAROTA); Gosto,sim!
(MAÍS chore.(SIJuVRO)Tam0em gosto de
você (BRINCALHAO NOVEMENTE,ENCOSTADD A VABECA NA DA
P&BUENA ,CANTA , COMO Su FIZESSE CALAR UM NEI—ZI" 10 ,IMTI-
TANDO LIA miixuçu A FALAR).

Não chore nenezinho,


Não chole, não me bem ...
n
Papai compra um docê
Mamae compra um trem ...

EQUITOTA
(A BORTA DA D,M,) Muito bonitinho,hen?
) DFANBSB NS.CPR A;,nçoúw o- A2

CHIQUINHO

é um "bicho" pra desma-


( Dá JANELA DO FUNDO), Sou Renato
mar crianças!=( SITUAÇÃO).
PEQUITOTA

Vou contar ...


SINHA

( IMPLORANTE). Pequitota! ...

PEQUITOTA
ite. Eu
A BREGEIRA), Fez muito bem. Aprove
a OM BONHOMTI
(_C
quem ,..
não faço omesmo porque nao tenho com
RENATO
- + # : +
* A estao se civi
Muito bem., Vocês, depois que eu vim para c$é,
lízandº e e # M

NHANHÃ

a (DE DENTRO). Meninas!=

SINHA

Ih! Mamáe!

CHI QUINHO

DA JANELA) A Véia!
( FUGINDO

PEQUITOTA
PRQUITOTA

Fuja! Fuja!
( EMPURANDO RENATO).

RENATO

SINHÍ SE ASSOCIOU)
AOS QUAIS
AOS EMPURRÓES,
(_RESISTINDO

cometi crime nenhum!


Não! Não!

NHANHÃ

ELAS, ATARANTA+
NÃ voz) Meninas!
COM BILIS
( A PORTA,JAà
A RENATO? SEMPRE
UAÇÃO. A VELHA
PARAM DE EMPURRAR.SIT
DAS,

Boa tarde.
MAL HUMORADA)
BR DFANBSB NS.GPR.TEA.PTE. 04608, p-31I D.

117.

SINFA

(ATARANTADISSIMA,SEM SABRR O QUE FAZER);Boa tarde.,


(NHANHA FITA-A,ELA LEVA A MÃO A DOCA,B TRRDE,PORYM
CA-
A BXEX BOA TARDF HAVIA SAIDO,DFNUNCIADO ESSA
RECTERISTICA DOS MEDROSOS PENSAM,APENAS NOS
MEIOS DE SALVAR-SE) _

Já são quase Horss da novena.Cabriela não está se sentindo bem


Leonor ficará para fazer-lhe c ia.Yoces vão comigo.Precisam
rezar (ISS6 TUDO É Dito MUITO ARTICULADO,DT PESSOA QUE NAO PODE
.
XPLODIR MAS QUER QUE COMPREENDAM QUE ESTÁ AMEAÇCANDO,CONTINUA
foampO a PALMATÓRIA QUE EsTÉ SOBRE O PO:ÇO Vão por o fichá
Vamos , (AVANCANDO VAGAROSA ENQUANTO AS PILHAS ST AFASTAM,;ESTÍÁ
PrEsTÉS A EXPLODIR TODA AQUELA RAIVA CONCENTRADA), Passe,
Pequitota! &

RENATO
(a#bra ver sE o MAU HUMOR DA VELHA E QUEBRA A
AUSTERIDADE DA CENA,RUSOOYA FINCIR-SE AMALUCADO;-PAZ
=S DE JUIZ DE FERTÁL FUTEBOL).Vou dar a gaida neste jo o! (APITA
COM A BÓCA, A PRQUIMOTA "MPURRANDO-A) Vá já! Co .(A PEQUENA ,ENQU
A VELHA INÓHA DE RAIVA,RESI STE,M EDROS A,DÃP OIS ANIMA -SE. E PASSA NUMA
CORRIDA PELA PRENTE DE NHANNX QUE NNO CONSE GUE ATING I-LA COM A PALH
TÓRIA No LUcAR ONDE SR DÃO PALMADAS NAS CRINC AS.RE NATO CONTIN UA
A SIMULACXO ATLEGRENENTE);Gol! Um a zero! Alte-gua-gua-gus ! (STNFHA)Agor
.voce Esse goi keeper e
35 REANRGPR NG ADP TCA DTE «
t DFANBSB GQ 2
118.

ADAZ
fundo! Deixa passar. Entre. ( EMPU RA-A, ELA EMPURR
PASSOS FORÇAD AMENTE E ESTACA MEDROS A. RE
CAMINHA ALGUNS
NATO APITA). Está off-sido!

SINHZ

(AFASTANDO-SE). Não amole, seu Renato.

RENATO

Dimbla e (EMPURRA-A. ELA PASSA COMO UMA BALA, G


entra. Vá
TAM
GRITANDO, COM A MÃO DEFENDENDO A NÁDEGCA AMEAÇÃADA, QUE
A PALMAT ORIA.
BEM NXO É ATINGIDA PELO GOLPE VIBRADO COM
Dois a Zero!
RENATO, ANIMADO, AVANÇA ALEGREMENTE). Goal!

NHANHX

( ALCÉNQANDO A PAIMATÓORIA). O senhor que pensa que isto a


qui d
RENATO
s
( AFASTANDO-SE ATÉ AO FORNO, ONDE SE ENCOSTA). Sou apena
juiz. Não posso entrar nesse jôgo.
NHANHÃ

(DANDO ALGUNS PASSOS PALHA âLE QUE CONTORNA A CENA, NO


SE VENDO
INTUITO DE PROCURAR O PORTÃO DE SAIDA. ESTA
DO QUE MEDO
que o sEu m&Do & FICIÍCIO. E MAIS DEBIQUE
A DE UM LADO
0 senhor mora aqui? ( RENATO, MOVENDO A CABEÇ
SO? RESPO NDE QUE
ARA OUTRO, COM DISCRETO EXAGRRO DE MEDRO
dia?
NÃO). Então, que faz metido aqui todo o santo
MENEI A APENA S A CABEÇ A, COMO DIZ: __" QU HEI DE RE
(
RESPONDER? ") Hªo sabe que minhas filhas sao
mocinhas sokt
teiras e que não fica bem? ( RENATO DIZ QUE SIM,
&CI -) 14

alea AL 9
2
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 000
p- Dlp

0 Sermhor está brixmcamdo ? (PRETENDENTE PUXAR A MÃO QUE RENATO

RETEM ),

RENATO

NÃO.NÃQ,.Espere, Vou ler a sério.

CHIQUINHO

( QUE CHEGA R JANELA, VENDO O RAPAZ AGARRADO A MÃO RB NHANHÃ,

GOM MAIICIA,A RENATO), Mas nem a velha escapa ?|

NHANHÃ

( OUVINDO A VOZ DE CHIQUINHO ), Ah| Bamdidok# ( Comsegue ARR

ANCAR A PALMATORIA SOBRE A QUAL RENATO ESTA SENTADO E BRANDIN

0. SE E VOCIFERANDO, SEM SABER BEM DE ONDE SAIRA A VOZ,P0IS

O PEÃO SE ESCONDE LOGO DEPOIS DA FRASE IRREVERENTE , ENCAMINHA.

SPE, ENFURECIDA, PARA O PORTÃO DO FUNDO E DÁ COM ELA NA CABEÇÃ

DE ZEZE, QUE SEM SABER DE NADA,VEM ENTRANDO )

2É2É

QUE É ISSO ? ( FOGE)

Dágzulpe. NÃO era para o senho . Entre.


Aé ZÉ
( ENTRANDO, DESCONFIADO COM UM TRANBONE A TIRACOILO E COM A MÃO
NA TESTA ). Dá licença ? Ahn,ahn,ahni ...
RENATO
.! A NITINHO E FILRMINIO QUE ESTÃO PARADOS NO PORTAQ,INDECISOS SE
DEVEM ENTRRR, DEVIDO A ATITUDE DE NHANHÃ )
Entrem, Não Tenham mêédo.Chegaram'" à hora.
8R DFANBSB NS.CPR “Malho, P: àM13+ 121,

NITINHO

( EMPURRANDO UM CLARINETE, PARA 09 LADOS), Entrem.


FIRMINO

( ENVOLVIDO NUM MOBARDXO, IDEM), _ Vão entrando, (E ENz |


VARIOS MÚSICOS, TIP õS BEM COMPOSTOS DE PRONVICIANOS; a
EA" BANDA DE RENATO QUE INVADE O TERRENO DE NHANHX, ATÓNIE
TA),

NHANHX

Mas que É isso?

RENATO

( RINDO), EB a minha sociedade de Concertos Sinfônicos.


Quer entrar para ela? Tocará bombo. (GESTO DE RRKR PAN.
CADA). Não se zanguel Cure o fígado! A gente leva da vi-
da, a vida que a gente leva!: Vamos viver com alegria,
com música, Vamos divertit-nos! Estão todos prontos?

FIRMINO

had Eu estou, Os Últimos cinco mil rêis perdi num "test"


com o 2026.

ZEZÉ

Ahn , ahn; ahn,ahn, ahn.,

NITINHO

9 Só falta o Mestre Domingos.,


PASÇAS
Ale está dormindo ali debaixo da " arvore" ... Ahn, ahn,
1D MNEFARIDOD AIQO AMAM Warm A ms
BRDFANBSB NS;CPR;TEA.PTE

LEONOR

( QUE ESTA A COM A TITIA). ESTA ESCURECENDO; DE


ACORDO A NOITE COMEÇA A CAIR) , Vamos entrar?

GABRIELA

Vamos. (LEONOR SAI DA JANELA.GANRIELA VAI FAZER O MESMO


A PORTA DA CASA DO F. ABRE-SE O CRIADO, VIOLONCELO AS
COSTAS, SAI CORRENSO ? ELA CURIOSA, ABRE novamente a ja
NELA QUE IA FECHA R, ALVARO A SEG UIR, DESCE AS ESCADAS
DA CASA).

GABRIELA

Á ALVARO) .Boa tarde, doutor, Zangado con os pobres?

ÁALVARO(

(DA ESXADA) ,. En?

GABRIELA

0 Senhor mesmo., Preocupava-se tanto com a saéde da sua


doentinha, (REFNMRE-SE A ELA PROPRIA) e agoar

ALVARO

Muito trabalho... Mas não quero que faça mau juízo de


mim. Está quase na hora de começar a novena, mas terei
te?po de comverçar e ir ver minha cliente. (SOERRI E DE
CE

MESTRE DOMINGOS
(ENTRANDO, SMPRE DANÇANRO A MUSICA DA CANÇÃO QUE CANTA; :
ROLA E MASTIFANDO UMA FRUTA). s
Arimandolá4 oué 1
Arimandol4 oulé ! ete....
a 9]
L4Q

TRT.! GAT DAM ANET A D A DiDpounppo a' DApMm TUSTAMEN


F z ELMA; S ni A l'CAJ.-. d VD A1 Em
(GAJ DAL 41 )

OCASIZXO EM QUE ALVARO TRANSPOE O PORTÃO DO FUNDO).


NA

ou.,Não posso demor,r-me porque

Quero apenas cumprimenga-la

DD TBOTA
GAÁBRLE .Llª.

é, para não perder o

s 2 e
caridade n'ao precisa mais de medico.

XRYxRA

v A ) Ttat
LTÉ).F3-L ALA

Ma talves precize do amigo...

GABRIELA

ALVARO

Quase bom

GABRTIERA

(MALICIOSA) Não

TUARA
Ado V ALAO

no TDyr a
1 ..,L.)Ln

s
stá come:cando a ficar
125.

à Lv A Rº

(BRINCLHAO), No me assusta ....É *" grave?

GABRIELA

(SEMPRE SORRINDO)- Acho que não suer que eu seja seu

aédiººo

ALVARO

assustar-me?

gabriela

Venho-o estudando a muito tempo...

ATVARO

To diagnóstico?

CORAÇ aO 333

ALVARO

(PERTURBADO P RDENRO O SORRISO). Como? ela? ...

GABRIELA GABRTIIRA

;;; NÃOme disse nada, filho., Nas no se esqueça que den


tro d&ste hÁbito h" uma mulher .... e uma mulher exper
riente ,,,

ATVARO

Mas, se enganou. A mólésti não é grave. O remédio é co


nhecido., Redeito? Tome nota e mande aviar o mais depre
sa possícel- casamento
IBSB NS.CPR.;TEAPTE. OQ 53,51) S
hºlª 128,

ALVARO
( DEPOIS DE BREVE HESITAÇÃO). Não é possivel.
GABRIELA

ALVARO
( RESOLVENDO-SE AFINAL), Sou, ... casado.,
GABRIELA

( APOIANDO-SE NO POÇO PARA NXO CAIR,) Casado?

ALVARO

( NUMA AFIRMAÇÃO) Casado.

GABRIELA

( COM UMA PONTA DE INDIGNAÇÃO). Mas, pelo menos qui, sou a

primeira pessoa a quem o senhor faz essa revelação? (ALVARO


BAIXA A CABEÇA. GABRIELA CONTENDO-3E, VOLTA AO SEU TOM DE D
DOGURAS DEDOÇURA AMARGA DE QUE FAZ FÓRÇA PARA QUE A EMOTIVI
DabeE que sEnTE NXO MOLHE DE LAGRIMAS AS SUAS PALAVRAS, a
COMO SE MUDASSE DE ASSUNTO E COMEÇAS SE A TPATAR DE COISAS Q
QUE DEZEM RESPEIT O A OUTRAS PESSOAS , NÃO BLESS), Doutor Al
varo? (RLE LEVANTA A CAPEÇA, ATENDENDO AO CHAMADO). 0
senhor não tem irmãs solteiras? ( fLE BAIXA NOVAMENTE 0 OLX
LÉAR) nessa idade indecisa das crisálidas! ..., Meninas já
moças e môçag ainda meninas que vem na vida, apenas, o re--
flexo dos próprios qQlhos mal- abertos de adolescentes, chei
os dessa pureza ingênua, dessa alegria viva, dessa esperaneg
ça
ani ne
G MCL que começ trilhar
UN do sem nare'ónwe
a progcur iae não que e
que nós pensar tudo?...

A N
V L. YERLNA)) ! ]

alguem um
aAanh

irma as S XEXEg-t
ara A R
COMO GA OTLHL!
I Lx .J(_,B.) HUMILDE DA DESCU LPA
M1G PFTRMR RMROR A Aa
MAS FIRME EMBORA CC
nte ao seu Dª*5, sea nã
nao

& D sconder
COLIC &
qua "numsna
23
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0400, p- B2Á

GABRIELA

apenas, que o senhor reãponda | (Ha UMA


. ( SERENA E FIRME )-. Quero

" PAUSA.GABRIELA ENCARA, COM DUREZA,O RAPAZ QUE SUSTENTA,COM CERTA


" SOMBRANCERIA,O OLHAR QUE O CONDENA, DEPOIS HESITA,NÃO PODE MAIS.m
PUXA UM LENÇO.NÃO CHEGA , FEBEM, A AOS OLHOS.RESI TE ,NÃO

CHORA, AS LAGRIMAS SAEMLLHE, APENAS,NA VOZ) .


ALVARO
CONTIEK
IRMX Gabriela :juro.-lhe pela minha honra que %.. (Não PODE
M CHORAR.A IRMÃ DE-
ruAR , E SAT ,ARREBATADAMENTE PARA QUE NÃO O VEJA
DOMINGOS
CARIDADE ESTÁ HRTA.;AP0IA.SE COM MAIS FORÇA AO POÇO
Eus o INICIO DA CENA,DANÇOU,CANTAROLOU E RESMUNGOU, tem,na SUA
O DA D.B,JUNTO
INCONSCIENCIA , UM MOMENTO LUCIDO: E VEM POR O BANQUINH
A NELE,DEPOIS APO]
DA IRMÃ,QUE,MAQUINALMENTE,COMO UM AUTOMATO, SE SENT
USA.DOMINGOS CANTARO LA
09 BRAÇOS NO POÇO E CHORA,SILENCIOSAMENTE.PA
NOITE
. E DANÇÃ,O CRIADO DE ALVARO SOBE A ESCADA DA CASA DO F.A.
CONTINUA A DESCER. É
LEONOR

( lª DENTRO CHAMANDO) - Titia | 0 Titiaaaaaaaa | (Gabriela levanta


COM IMA
a cabeça. LIMPA O OLHOS. LEONOR APARECE E COMO QUEM RALHA
para
CRIANÇA TEIMOSA): MUITO BONITO, sinhá dona $ Não foi à novena
,não é?
apanhar sereno e vem sentar-se no quintal, tôda repimdadinha
TARDE
( Há UMA CLARIDADE. SERÁ LUAR OU REFLEXO DO CRESPUSCULO DA
DEPOIS
QUE DESAPARECE NOS CONTORNOS LONGINQUOS DOS MORROS? (LEONOR
"BE REPA-
L LATA
edgar a
RRMESASA vr 7a
ILL AU

O _.Ljy,

LBRTELA

a h APN ATTR CBN


NTTM
O14 DCRMISC TÓDA A MAGUA )LIN Tu).
s/JDnit?-

estou tri Ste...

LEONOR

m Ae : Lil'—J Él'”"" filh


(cPM UM
GABRIELA
[ GABRIELA

Falou de mim?

LEONOR

(MUDANDO O TRATAMENTO, COM INTIMIDADE E MAIS CARINHO) Que Es


uma boba.

GABRIELA

Por que?

LEONOR

PORque pensas que as velhªs devem pensar ...

GABRIELA

En" o devem?
2 LEONOR
Q a
(SEMPRE COMO SB ESTIVESSE OUVINDO A ESTRELA)- N o., Pemsam que
pensam, mas nao pensam...
GABRIELA

POR QUE?
LEONOR

PORQUEpe ns am sômente no que não devem pensar, justamente como


s A
as meninas bobas ...
GABRIELA de *
(COMO TIRANDO IM MAU PENSAMENTO DA CABEÇA ). Entao vamos nao
pensar.
LEONOR
OU PENSAR NO QUE SE DEVE PENSAR;
LEOMOR

Que o mundo é bom como nós pensamos que êle é ! Que a vids
FANBSB NS.CPR;TEA.PTE.

como esta noi*


o êste dia que morre,
é a£egre e linda, com con seg uir tudo
felizes .e podemos
te que nascel ... Que inh os, vestir-
ir estrelas e passar
quanto desejamos : ouv os com os per fu-
arco-iris, banhar=-n
nos com as cores do das man has de sol e
flo res , com er os ares cheirosos
mes das TANDO-SE PARA A ES
o sol que nti nho das montanhas! ( VOL
beb er A .
sim! ( MIRANDO% NOV
GABRIELA) Diz que
PRELA) Não é? ( A sou feliz, que te
ANDO PARA A TIA) Que
MENTE, A ESTRÉALA E FAL levamt
na ponta dos pes e
tud o, tud inh o ... que, $e ficar
rei á comágo!
i apanhãá-la e guarda-l1
nt=ar os braçospodere ÇOS . UNE AS MÃOS
PES. LEVANTA OS BRA
( FICA NA PONTA LOS A CABEÇA DA GABRIELA
ALGUMA COISÁAiE AGARRA
(QABRIELS LEVANTA OS
COM O SE AMP ARA SSE
l o3e
ENCOSTANDO-AaAOMPEITQ)Consçguiestrela es tu, titia, és á boa
OLHOZ PARA ELA) Porquê min ha
ra, alegria! Vamos brincar!.
estréla da minha vida! É ago OmDER-SE aTrÁS DO POÇO),
Esc
( CORRE, COMO UMA DOIDA, A um peijo! ( GABRIELA LEVANTA-S* E
ha
Uh!Uh! Quem me pagar gan DA PEQUENA. ELA AGACHADA , DÁ A VOL
coNTorNA O POÇO A PROCURA PUXA-LHE O HBÉITO. A IRMX VOL
TA-
TA?, E POR TRAZ DE GABRIELA, INGOS CERCA-A. ELA DESVIA-SE
SE., ELA RI E CORRE. MESTRE DOMisa. CORRE, GABRIELA VEM AO
SEU
DIE E PUXA-LHE.xkhAÁx a cam CUTRO PUX ÃO NO HÁB ITO .
ENCONTRO. ELA DESVIA-SE-LHE.
DADE E poMINGOS QUE SE APROX
AFINAE FICA ENTREA TRMÃ-DE-CARI
DÁ GRITINHOS E RI. CHIQUINHO ING
ParA PEGÍÉ-LA, EMQQUANMO ELA GANHAR O PorTÃo. MESTRE DOM
sAI DA D.M.,MUITO GORDO E VAI
£ o Único QUE o Vf).
MESTRE MESTRE DOMINGOS

para e gabriela VOLTAM:SE) .


Oia Ele : chiquinho

LRONOR

E ISSO QUE VOCeest " tão gordo


Venha brincar. REPARANDO) QUE
CIQUINHO

Foi o viradinho que comil

LEONOR

O0). Deixa-me ver, deica-me


AVANÇANDO PARA ELE E SEGURANDO-
( COM *
SEGURAA-L HE O CASACO E FICS
ver, ( CHIQUINHO CORRE. ELA
o? Deixa-me ver I
ELE NÃ M0) QUE É ISSO , outro casac

chiquinho

NÃo! NBS.

LEONOR
CASOCO) - Tres casacos. Tres ca
E isto o que É (ABRINDO-LHE O
Mi SAS + e e

CHIQUINHO

Toãàa a minha roupa está qáqui ...

LEONOR

&? (APALPA-LHE A BARRIGA ENTUMECIDA).


E isto o que

chiquinho

E o meu travesseiro.

LEONOR

ESPECIE DE CORCUNDA QUE SLE


Risto? (APALPA-LHE A BARRIGA UMA
TRAZ NAS COSTAS);

CHIQUINHO

Sôa os meus sapatos...»


RELA)
so, Ass im, Mai s, ale gre, alegre. ( PARA A EST DA AVE
R$) Iss , O CORO
E, AO LONGE, DA IGREJA
não ée ( Pausa. OUVE-S
.).
MARIA E A VOZ DO HARMONIUM
LEONOR

merece ...
Tens razão, tia., lle não
IABRIELA

NO BANQUINHO JUNTOAO POÇ


Não merece. ( SENTA-SE ATÉ CAIR CHORANDO AO
OUVE, DEPOIS RI. RI, MUITO,
GABRIELA).
LEONOR
s A A s
eo"
ão posso mais tia, não POSSO mais!

GABRIEL GABRIELA
o,
E E DE EMOÇ %0). Que é iss
( SERENA, SUBLIME DE BONDAD e qua ndo
môóçcas &s linda, és boa,
minha filha? Coragem. Es fel iz.
boa tem o direito de ser
a gente & môca, Bonita e
ª.Coragem.
LEONOR
R
ao no agora . Ten'io como que Um
Não posso!=Nao o que sinto, gina que o quisesse tanto!
ima
vazio dentro de mim! Nao quero
ida o, dev ia odiá-lo. Mas, quero-lhe,
Com a sua ingrat
meu amor aumenta ...
lhe mais agora! Sinto que

#
, minha filha, tanto maior é o
QUANTO mais a neite E escura
brilho das estrelas ...
BSB NS.CPR.TEA.PTE.04 (0 p- 333

137.

LEONOR

Na0oppsso, não posço compriender porque ... Por que titia,


por que vim para este Lugar Horríveê? Quero sair gaqui?
Leve-me para o colégio! este lugar é feio, e horrível!

GABRIELA

(ACARICIANDO-LHE OS CªBELOS).Sossega. Nada é feio. Nada é


bonito. Nossos olhos é que vem as coisas feias ou bonitas,
segundo o estado de nossas almas. Quando chegastes, viste
tudo a sorrir ... Espera, filha e tornaras a ver ..,. Tudo
o que sentes agora, não passara de uma chuva de verao ...
Es ainda muito criança ... As feridas, nas crianças, se
cicatrizam depressa. Espera e tudo passara ...'Veras e e e
Toda esta aldeia, os morros ali, as estradas la longe, as
flores, opassarinho a estrelinhas, tudo enfim tornara a so
rrir ..,. E as linhas manhas de só1 de que tanto me falava,
voltarão, Quando a gente é feliz tem os olhos a sSorrár ...
e tu serás feliz., Espera, minha filha: tudo voltará ...
LEONOR

(SOLZÇANDO) - Não, núnca mais! Minhas manhãs de sol não


voltarão! ...

MESTRE DOMINGOS

É&QUE PAROU UM MOMENTO, CONTEMPLANO O QUADRO, DIRIGE-SE PARA


O PorTÃO DO F. DAN ANDO E CANTAROLANDO.LEONOR SOIUÇA.A AVE
MARIA É TRISTE C MO A NOITE QUE DESCE DEVAGAR,JIUNTAMENTE
COM 0

PANO
6a uvunvo aa 7a 902
a,
INYVOSX' 0LSOW Of. ZYHL uno Hay
Oda soy oa souyssyd so *0avo: El
1 ossoN 0a
xa OVOYNUHOASNYVHL 7 *oHNIASI HO OH'HÁVHT'I VWISSIL
VHNOSIu VHADIAL V -aNHL JC:" XOT 4a “ªhí?;uo ua ANILIKE
DIEZÚOOCIDX
-nyoaua vauy d vo Aa OuLNHA HOTUVAdY yA.L
"muy LC;"ª'L—JQELV *u ya OZLMOd 0)
+Q auaçs VHNIYdWO y *
onv 7 9 9 aaisva
XO O0NIÍSEA VOIA
Et svas asvaguvo gy vaio! vivMd Ha acvul
va ocvivasiI Ura SONY OLIO SOGYSSYVA oys*aguva v
ao Va 0NVIINQT no 3 oTIODNYUL UX 0a O0NAA
40
ma oanuo NE Tos-vouvoo no a VHNMIZaN
svrOELTO* sOIZLNYO*"VSYO Va MOIWHLMNI O VMVd WaDV.SYd VHO
O O
Yàºccêmôsa *J o' vavuony v a moIyoNna
suav o aço suzsAa sv Svooê vooL «06 VUNIVAWYO-OMIS NO NOO
mo fara" v v AVONMMOMIO OLNEKIO 20 SIZAVOIL
-yvua sveLSVTId OayIONA OaYNOYO IVLHK Za SHayWD* SOUYSSVA
sa Z SVIOIVO MOIWEIXA ON * V NULOS a3-
-y svaianve svoaroIaqua ov Vá cv—vac1;nu YLWUOd VX
RAvVOILVua V ! gravosa
sosva = TH LCA yxo uod
gonvinouIo vsvo v *vaao vo wOayNuTAOO 0a VTI VNCOYHSOS
da O0YD0AaY 0a 270 ,MOTIYONMDE, 0a
3 I T 3%
ºngt
ó€ 67,Oº) O :!“ Ú “(VEZ-í"?Lj..) ;*.1 «Lva-Í'.;Ííí «1,3
licença"

chiquinho ?

CHEQUINHO

Em carne e osso!

RENATO

cá um abraço!

CHIQUINHO

(RESPEITOSO) , PRETENDENDO ESQUIVAR-SE) Seu Doutor ...

R.
415A LÇ

(RINDO) , Deixa disso. abraçar-bv!(Jóin-


Tenho prazer em

CAM-SE); Abraçando-te,abraço Guararena inteir a com minha


juventude junta.

(HLJÚO ) E1h eu todos s do Brasil ...(REPARANDO


r e CRIANÇAS)
NAS Ap N Suas
Q

. + c - . 2 s F + 1
meninas, O cachorro e meu neto, Filho das Filhas
Apenas as

0 senhor não mudou


140,

SB NS,.ÇPR.TEA.PTE. 04%,J.5 ªí? v

RENATO

(RINDO) Mudei de Roupa ...

CHIQUINHO

(IDEM) Eu também ...

RENATO

Os homens, desde que o mundo é mundo, mudam apenas de ro


upa, mas sao sempre os mesmos ...

CHI QUINHO

Para o senhor foi bom: Continuou alegre.

RENATO

E você simpático!

CHI QUINHO

(SAUDOSO) Como o tempo passa!

CHIQUINHO

Aquela .,.?

RENATO

quase 7, já! Casei-me cinco ou seis meses depois de


res fugido.

CHIQUINHO

duas bonequinhas. Sua senhora é loura?

RENATO

Não conheces minha mulher?

CHIQUINHO

(ENCANTADO) DUAS GRACINHAS! inãa ... O senhor sas


be ser feliz,
RENATO

Sou feliz por vocação ...


Pois não qprendi.,

CHI QUINHO

33. é por merecimento.

RENATO

Obrigado.

CHI QUINHO

$a
sua senhora, Para ter filhas
Egtou doido pars conhecer
deve ser boni ta e boa
alegre,
tão lindas e um marido tão
sant a) (RIN DO)8 Y). Lembra-se da Ester? EScapou
como uma Ea
... Chegou a me namorar ...
de boa hein? Namoradeira!? ando
á, lembra-s e? O senh or
$ que não liguei .., 3 a Sinh
nao? Não era mí do todo. Era até boa-=-
n meio inclinade,
ira meu Deus! Por qualquer
sinha, coitada, mas tao caip
A ...
Coisa: ahn., ahn.ahni Chorava

R KATO

TAMBÉM) Era muito chorona ...


(RINDO

mais de acórdão com


Muito! O senhor merecia coisa melhor,
o senhor levasse saques
a sua inteligência., Tive mêdo que
escolher, felizmente!
la es iga! Agora vejo que soube

D.N.). RENATO %%
(APARECIDO A

RENAZO

conheces? ( CHICUINHO ESFRE+


( MmosTrANDO CHIGUINHO). Não
R NO QUE vt)
Ga Os OLHOS, SEM ACREDITA
om RàANMPBAr o Poa em em a
BR DFANBSB1 NS.CP
OT R.TEA [<, FAAP | Ic. 04 60
.PTE. A 2f 36
2
/ *a <

142.

SINHA

(ALEGREMENTE), Chiquinho!

CHIQUINHO

(ESTUPEFATO). Dona Sinhà (SITUAÇÃO).

ENATO

Eu levava uma espiga, hein?


PERVERSAMENTE BRINCALHÃO)

_ CHIQUINHO

(ATRAPALHA Seu doutor! ..

ECÃFDIDQWENTE) Quel? CHIQUINHO). Como vai, Chiquinho


ESTENDE;BRE A MAO QUI PERTA, DEPOIS DE LIGEIRA HE$
SITAÇÃO).

CHIQUINHO
COMO A ROGARÉ
( SEMPRE ATRAPAUHADO, OLHAEDO PARA RENATO, fôss e a senho
NÃO CONTE NADA); Não esperava que
LHE QUE
Ta .»»

RENATO

( CHIQUINHO AN+
( ENLAÇNDO A ESPOSA). Era chorona, era.
e a mais dedj
GUSTIADO, I099E) -Mas é a melhor da espôsas
-
"da das maes.

SINHA

do tempo em
( COMPREENDENDO E RINDO) Ah! fle lembrou-se
que "eu abria o berrador", como dizias?

CHIQUINHO
ê s
nada .»
A senhora desculpe,. Seu Renato nao me avisou
Nunca pensei que se tivesse casado ...
CHIQUINHO

RENATO

veio da escola?
está la dentro" (SINHÃA)JÉ
outro

CHIQUINHO

»
. está na escola?
RE! AT
vr s a A - io!A Chama-se
+A um prodig
A nce s É
Sabe latim, fra
ar,como o general romano!
GTNHA

S“
à ABA PARA O LADO D-; CA
a OLH
"Ú”
DA CRIADA,UMA CRIANÇA RUBU

RENATO
.,“.135|a
DA EMPI
DOS BRACOS
(SINHM TOMA-O
R o César!

CHIQUTINHO

francês lnblê
'PKI“DC) É êste queásabe enc
Q LANNDO-O““'LMJNKJ É um anto
CIA
*y79
SINHA

(A CRIADA). Vá ver as

% a no N entrar n/agua, me chame.


ACRIADA) Quando elas quiserem a é manso, mas gosto de es-
hor
CHIQUINHO). O mar a esta
perto delas.,
14.

0460
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. |e- 340 .
CHIQUINHO

bem, Que E êste? tem-se vontade


gracinha!
é bonitinho este pe-
(COMOVIDO), Faz
de comer. É um leitão! Te como! Com o
queno!
RENATO

Parecido conmigo, não é?


CHIQUINHO
alguns traços. Os olhos
(DEPOIS DE LIGEIRA COMPARAÇÃO)- Tem rõe s ...
são de Dona Sinhá: uns olhinhos cho
o SINHÁ

Engraçadinho ...
CHIQUINHO

Estou brincando ...


RENATO
do ..»
Ela agora não choras mais ... vive rin
CHIQUINHO ©
& a
A u eu ... as ve ze s » na o
Quem está com vontade de cheor,rmpso Lemb ra m- se ?
sei! - Tenho saudade daquel te o.
RENATO

Pois olhe que como gente grande.


CHIQUINHO

Apanhava, não. Dava +..


RENATO
eee
(RINDO-3E) Davas com a mão na palmatória
ADGP
I<
NS.CPR.TEAPTE.00EO
50460o. 3a

1115.

CHIQUINHO

... que fim levou Dona


Por falar em palmatória

RENAT

aqui,
Está

CEHIQUINHO

O A SAIDA) A
(INSTITIVAMENTE AM INDRONTADO , PROCURAND

RENATO

a pequitota. E está
ela saiu com
Não se asguste. KKX&&A
1
cada de genio e e e

CHTIQUINHO

o ...E dona Pequitota já se


Não me asusrei.,. Foi Preucauçã
N'ªesou'ª
DNA W
Riªn. A L

apareceu lá
único tôlo que
O)O
Ainda não. (BRINCAND

fui eu ...
Guararema

SINHA

Engraçadinho!

CHIQUINHO

de corar ...
que ela é capaz
(RINDO-SE) Olhe

SINHÁÍ

p a A as
*rat até agora
+ a E você, Chiquinho,
TOM)
Não tem perigo. (OUTRO
todo êsse tempo,
onde andos durante
nos contou por
não
o seu nome.
se ouviu pronunciar
que nunca mais

CHTQUINHO

faartei-me do
para o Rio. Depois
COMICA) Vim
(IMPORTANCIA
C NSEGUE ES-
ÚWA NATURALIDADE QUE NÃO
... (AFETANDO
Rio e
DADE).Fui para a Eur opa
CONDER UM CERTO TOM ER VER
BR DFANBSB
OQEQP'õQºQ'
116.
RENATO

SINHÁ
foi fazer lá ?
CHIQUINHO
viagem de recreio e de estudos profissionais.Bu não que-
ir, mas o Doutor Alvaro insistiu tanto!
SINH
An) (HÁ UM CURTO SILÉNCIA DE EMBARAÇO. O NOME DE ALVARO CA-
USA UM EVIDENTE MAL- ESTAR).
MARIA
DINTRO; SALVA A SITUAÇÃO, POR ACASO). Dona sinhá! meni-
s querem entrar n! água
SINHÃ
licença. (SAI, LEVANDO O PEQUENO AO COLO).
CHIQUNHO
Mal?
renato
Esse nome ainda produz um certo mal-est.r na casa ...
CHTQUINHO
E Dona Leonor?

É noviça.
CHIQUINHO
IRMÃ-de caridade?
A

NBSB NS;CPR.;TEA.PTE. ©4630 ?A AB.


RENATO
di-la. Nao foi possíve 1+
Levei anos lutando para dissua
CHIQUINHO

E o passarinho?
RENATO
em Guararema ...
passarinho _ diz éla _ ficou
SORRI CO
CHIQUINHO
E U
FLE TIN DO) . Fic ou em Gua rar ema ... ( SORRI COMO SE TIVESS
(RE
Uma IDEIA E ESTALA OS DEDOS).
RENATO

UAN DO) ... a estrêla está de acôórdg. Passados o


( CON TIN ou a ser alegre, nao sei se sin
os pri mei ros tem pos VO l1t
disso, teima. Ordena-se
ceraçou fingidamente. Apesar
amanha, Casa-se com Deus.
CEQUINHO

(COÇANDO A CABEÇA) É o diabo?


RENATO

Por que?
CHIQUINHO

O Doutor Alvaro ... Não sabe?


RENATO
dizer ...»
CHIQUINHO
SPIRO). Coitado, é tão
8 ... (LIGEIRA PAUSA. UM SU
ee 9
BR DFANBSB N

RENATO

Nunca mais me escreveu »..»

CHIQUINHO

Nçm a ninguém.Mas, acredite. ele é muito seu amigo. A vida


dele porêm, desde que saiu de Gugrarema - se o senhor sou-
bessei ... Nao falou mais com niguem, nao saiu. Passou seis
peses trancado no laberatório, até roceber o convite para ir
a Europa. (IMPORTAHCIA C NIGA3 Aceitamos e embarcamos es dois
para a Alemanha. Lê, durante quase sete anos pode-se contar
as vezes que saiu a rua. Vivia sempre fechado. (PILURALIZANDO
COMO FAZEM OS CAIXEIROS DAS GRANDES CASAS). É QUE NÓS "estu-
dava" muito.
RENATO

(IRÓNICO) Estugavarm?
CHIQUINHO

Não ªnaginal Fizemos experiências notáveis. Os meios médicos


alemães tinhamverdadeiro respeite pelos nossos trabalhes
científicos! Não imagina o que nós fizemos!

REANTO

Imçggino!

CHIQUINHO

(ELOQUENTE E LOQUAZ) - ATÉ que recebemos uma carta da irma


déle contando auilo que 3 senhor ouviu Qizer. Ebarc-mos i-
mediatamente. Chegamos há um a semana. ele, entao, me mandou
indagar. Indaguei dali, indaguei daqui e soube: Ilha do
VBrxXxTEX
Elos
al V 25

É Menos que o senhor com Dona


( D TBN ª“ à!
...kn; N 014 e ) e

T1 am
LNA L

D WM Am
ALNA l

eme nop a &,


(JUSTIFICAN DO-SE 3 Um “TDK-,O

IVANA L

quem levanta a caça"

CHEQUINHO

RENATO

e
Ofendeu-se *7
ansse ns.cpr. rea pre.400, e 246 150.

CHIQUINHO

(RINDO-SE). Não. E os cachorros?

RENATO

Não., Es fiel. Não envergonhas a classe ...


Também

CHIQUINHO

Então posso farejar?

RENATO

Avontade.

CHIQUINHO

( CHEIRANDO) E ...? ( FITA-O INTERROGATIVAMENTE; )

RENATO

Diga-lhe que me telefone. Continuo amigo.

alo CHIQUINHO

NUM TRANSPORTE) Como o senhor é bom! A causa


advogados como nós, estar4 ganha. (INTI4+
entregue a dois
MO )Que pensa, colega?

RENATO

Que não devemos contar com o vo que a galinha dão pôs.

chiquinho |

Tenho confiança no senhor ...

RENATO

Hein?

CHIQUINHO

E em mim também, Teremos o ôvo., ( RI. OUTRO TOM. IMPOR-


T&ANCIA DISPLICENTE). Bem. A palestra está muito agrada-
vel, mas vou-me retirando. (ESTENDO-LHE A MÃO) "Aufiderzen!"
CIL
CHIQUINHO

AIX EGANDO
CARR MUITO NOS
Splenj?ãozçr;zer_guth
- flacher bier, kato-i

*a 4
nap+e
porta
conna
va. A culpa é &0os juízes que entregam o érfão sem exigir
que a criança seja educaga para a vida. Quanto homem nao
se fêz vagabundo ou ladrão por cgusa disso? Não saber,
por lgnor»nc1u, tratar de um órLdO, não é crime. Mas ter
que é uma ( GINGANDO
uma toga e dá-lo s como se daescães é
o CORPO, COMO UM MALATDRO) Mos-t ru-o- si-da -de! e e é

RENATO
?
PA ( que o OLHA COM ADMIRAÇÃOCOMICA) _ Queé isso, rapaz

Estou boquiaberto?
CHI QUINHO
ad « «
isso
(NATURAL) Isso não & meu, não. O Doutor Alvarodiz
sempre, e eu decorei ... ( OUTRO TOM). Bem arrevederci.
$ RENATO

Estivesse também na Itália?


"*,
CHIQUINHO

Não. Mas como num restaurante italiano.


RENATO

" (INDICANDO-LHE A CASA) Queres sair pela frente?


CHIQUINHO

Não., O meu carro est4Ã ali e a linha reta é o caminho mais


curto dêste potão ao hotelzin ho opde 8le está, (/ OUVE-SE
UMA CAMPANHIA DENTRO DA CLISA) ºitdo tocando ...
RENATO

Deve ser minha sogra que chega.


CHIQUINHO

( NUM VTOurMTO? TIRANDO UMA DAS MÃOS A QUE RENA-


REPETÃO
TO SUSTEM E SAINDO PRECIPITADMDVPL) Até sempre ... RE--
NATO ACOMPANHA-O COM A VISTA, DANDO UMA GARGALHADA. RUI-
DO DE &““(IDVEÉ QUE PARTE, RENATO, COMUMA DAS MÃOS APOIL-
ADAS A PILASTRA DO PORTÃO, RI AINDA. LEONOR SURGE A VARAN
DA, VESTE .O HABITO DAS "CVI AS. TEM OITO ANOS MAIS. SUA "
FI STONOMIA, JNTRJTATTO,nINDA E DOCE E JOVIAL. SENTE-SE qU
QUE ELA PROCURA TORNAR-SE ALEGRE, P;QO '“?Ou EXTERTORMENS
TE, TRAZ VÁRIOS PACOTES QUE VAI POR SOBRE A MESA, UAOAPAL
DO-UHES OS .BARBANTES,

LEONOR

(VENDO RENATO A RIR SOZINHO). Isso é sintoma de alegria o


ou de loucura?

RENATO

De loucura. Já chegou?

(GRACIOSA) Não. Ainda não cheguei ...

RENATO

Engraçadinha. E os outros?

LEONOR
Ta * 3 - s
Também nôóa. Estão todos lá dentro. Por que se ria?

RENATO

Uns dao para passar a vida alegres ... outros ( COM INs&
TENÇÃO) para passar a vida tristres. Opto pela melhor
?oucura:» a da vida ...
Tí “q
1 (“O

VNNOY * E VvOoc% não é


7 2. Se e e

I. EO A Off

Então não sou sombra e e %

RENATO

Ta a M
“LIN-AX O

a cem ia
( OUTRO 1
loucura triste.,
(RINDO-SE)
ra qº
S A +
TOM) Onde

REN A

LEONOR

era loucura, era


compreendo: nao
Agora

a mulher e os filhos.
para
E

RENATO

e os filhos, ria-me
olhando para a mulher

ª TA TÚUCO',“
SORHIDÉTTU, QUE PENSA QUE SLE
FINGINDO,
5 R0 5& ADO! e e # )
afatanDO-SÉ POUCO E COMO QUEM DISSESE "-CUID
(

RENATO!
BR DFANBSB
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE, AH00,

LEONOR

Primeire para êle! (PARACÉSAR )

RENATO

A César e que é de cesar

LEONOR

( QUE ACABA DE DESENBRULHAR UM LINDO CHOCALHO, AGITANDO-O0)


Gosteu?

RENATO

e Lona, paga, filho!


SINHÉ
Olhe que bonite 1 ( LEONOR ENTREGA O CHOCALHO AO GARÓôTO )
LEONOR
Toma , meu amor, Tema. ( A RENATO E SINHÃA) Está muito bonito
ee pedacimho de gente! ...
RENATO
( PoNDO as MÃOS NA LAPELA DO CASACO COMO SE ERS PUDESSE NAS
CAVAS DO COLÍÉTE) Traste que não se parece com o dono é reu
bad' **é

LEONOR

Pretencioso!

Chiquinho acho-o Pparecidk comigo.

LEONOR

( CHOCADA), O chiquinhe?
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0440, p-

159.

LEONOR

-SE,
(REPROVANDO-LHE A ] ENTRIRA) R Esteve,Renato. (AFASTA
" DEIXA OS OUTROS EMBRUL HOS SOBRE A MESA).

RENATO

explicar, esteve
(ATRAPALHADISSIMO, ACOMPANHA-A). Vou
,.. estêve...fardado de chofer ,,, (ENCONTRANDO,AFI-
nho que
nal, A DESCULPA) Esteve, mas não é o Chiqui
você está pensando.

LEONOR

d ENCARANDO-O0) Renato?

(CONFESSANDO) E o Chiquinho que vocÇçe está pensando,mas


juro-isto agika agora é verdade"! Não admito que você Duvi-
de) - Só o recebi porque 8le deixou,na Europa, quem você
sabe e voltou sózinho para o Brasil.iIsso, juro pelo
que você quiser!

aê> UM CRIADO

(DO PATAMAR)-Doutor? (RANATOVOLTA-SE) Telefone, Da


parte do Doutor RMlvaro,. (RENATO DEIXA CAIR OS B AÇOS, DE
SANIMADO.,SINHZ LEVA A MÃO NA BOCA,ASSUSTADA.LEONOR SORRI
TRONICAMENTEÃ
RENATO
OAUSA DE EMBA-
.(AIN'DA TENTA SALVAR-SE.DEPOIS DE LICGEIRA
RAÇO,REAGE) -Você não sabe que estou vere nean do e que
u que eu esta-
não atendo a qualquer um? Por que responde
va em casa? (SINHÁ ANIMA-SE).
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0400, p, 359
a ES a

1 EA
€ T7 f A yprmr vaja :((: ham e c a
> €
;JT'bDnª
em e
RAC UR O , 41 [(PACIENT J) . AS à VC!,

nos- 3 / ART&NO SAT


ja v,“..LÃJJC' DAL] e
irei

n waMmA
[ALul .iLk/

LEONOR QUE OLHA O


EM ATITUDE UEM PEDE
VOLTA-=SE, SORRTI-LHE ,A UM TEMPO
MAR 1G0or , (ELA

RESSENTIDA). Quero explicar-te ...


RÓNICA E

RONOR

a 2
tua, Podes receber quem qu
Não é preçiso.A é
esperes, até amanhã. Ap
Peço-te,somente,que
s)
algumas horas rais, A não ser que desejes que

RENATO

Prometes?

REN/

r TARTD |á
EESITAÇÃO,TOMANDO ATITUDE;ALGO GRO-
lJLC“
'V Tp
:,LL.43
oa 518 POSTO
S [ DA [ SPO5TO
Lu,)un ,-Jxi A LAD ARO : + ANAD
r7 rr -
ara a AMO MI La rnkx....Jl ONOK
A NAO ! [ y O AAS
v me 1
DESk A1
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.O

es I(wr *1 r 1 es T RANAD (cor


A UlL 41 __xu). UMO OK.. e * e

LEONOR

escolher. Nao há nad mu ndo


vai er no
aa
910 A COMPR
o
mimo
que
'ÚTVQU”
LualRNEOI»].i 9 DAT
7
C ju e escolher, deve e

ST

01 ENTÁ-LA) Leonor! .

g ue
A;.R
A
AS MÃOS
OMO O”QÚ LSÉÃ CÇWÍ 1 U""TÚC PTO PRIO,
“ªt-ª'“PADAM NT à), A ESCADA, A O lili—às KIM J )
Y A
ADAHA que F OTAaDO, MÚI !
Ex INSTANTANIAMENT]

A . AR LÁ A ATITUDE, TORNA-SE QUASE FUÚNET

A D A
qur c ARA AA VISIVEILM

O1 H A IaAFAA

Ye cac nqvtwªl

FORTE, LEONOR [Dál3


BR DFANB SB
NS.CPR,

àà m
RENA' 1
o

Li4l 2

DOM : N
LU
8R DFANBSB NS.CPR.IEA.P I

1 ha &
CARA) Estoure sua rôlhag Derengarra?f
a vida!

NHA
STI! Láà

rir vr a a 1
REPROVAÇÃO) : Renato?!

RENATO

nar
ESMO TOM) - Que

Você nao tem

Tenho, Tenho sentimentos


t t ouv1uº Para
que tornar a vd&a dificil, viver? Pa-
ra que fazer drama, quan _ , SE MEERYXXX
tão grasiosa tao humana? Por que er aquilo que se
quer, repelindo o que nos procura guando fªmcu eu vontade de fa
2EYF, “arianºnte, o contrário? Por que Leonor nao DS 2C casa com
v
Álvaro, por que?

FNT
4 L AI R4

Como tôda a gente se casa; rroz na cade-

tos # s

fºliCJ+ºªOºª, (6x
de
')n': Q de núpcias
r à,
54 a

sapatinhos, touquinhas y wDTnO QUEM TRA AGULHAS


RM
E TRI

CO doufor chamando a a
3
nª?“o aa
k wçul 9 filho ALx» SE

UMA CRIANÇA).
J
TV TM
V LA A
r- 1
s &: _“ 7
(C

A M C
, NAA 2a - '1
l—',- 1213 1'AL
a J'*JÍ AA
DC TIM
T
EA
NO
V US
US Tê,s
7
t DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0400, p-

165.

r NMAAM A Ty TNT na /a a ta Tv
VDANCAM,AÃ CALALNIIA LUCA AL
MAMA] CUM N atéárdo
SENDO NOTADA y OO 4 10 2a) [OV
DA N NTI nem tr
|x_zlA,A,
RABO-DOS-OLHOS , OBS J.Liã-)

RENATO

LEONOR

olha assim ? Estão pensando ,que

RENATO

a / A P 4
ID! ) mesmo que voce ...em ficar
3 LOGACN

iquedo tem dono ,..

C TMIT E
D LNA

PST—< 1 It'“JC DJ.


J-hL) Fuero. XI'LUJ'V .l -.JL

meu e gosto Éble ...(àEK3"XXÉX


ABRAÇA
pedaço não Achas?
LEONOR

(DEIXANDO A CAIXINHA-DE-MUÚSICA SOBRE A MESA). Engraçadinhos!...


(AFASTA-SE) Agora que compreendi ...
RENAT

(INDO A ELA)
C
R DFANBSB NRo e

T.R(
A3

M
film,] ner

RANAPR
LEONQOKX

NT EM?

«-e
|
A EONOR

as mulheres mentem?

LEONCJR

a v
PARÁ O
(APONTA
eo
nao falava
BR D F/

T RAN
Ja BON OR

Nesse
N caso,por que insiste,p or que pergunta?

PRN N ma
ANA Q

Porque quero saber a verdade

LEONOR

m
RENAT

a +A e
8 verdade b mebtir
Para mentlr TTIBN
O JJanQLÍ
Dm
QC)
TTT?
ar
1a4 A-
NDO LAEZD DIA IN
LN KA O Cal? (! 3 IN LLREGANDO- +3
e seul!

e
4 LRONOR
arm a a Ea
(chJx/UJCK.Í—«LJC) NO DESC/[533 “10130, ato,não o quero!

na

(“T") ITTNTANMT minha mulher


CNT AN LB,-; RA

"&erabo nã .Po
IQI'ÇH 1381“ e
Quero-o como
e Tmn-w— a
uma LOUCdIH 10 A

uaduna
ave so: verd ade! (ALECGREMF alNo 4 ba 2 Vomos es-
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. (0400 p .3

168.
LEONOR

Disse-lhe para vir qui?

PRM amO
INA L

HIPÓCRITA - MENTINDO) - Eu? Não

nao viesse e e e

LEONOR

Cod - 4 s
(IRONICA) No é so ver o avesso, Renato e e Os Ko --
mens nem mentir sabem ,,. (ENCARAN DC—x) Disse- lhe para vir.

COMEJ:; 3'?YT) ) hl“ BE ,..

INHA

E ESCANDALIZADA DO CINISMO DO MARIDO). Ah!

LEONOR

DRQ
is vá, imediatamente, dizer-lhe que não
<$,
venha ou saire gora mesmo da sua casa para sempre, vá.

SINH

a
MIRAVA O MARIDO COM HE
VISIVEL DESPRESO, INTERCEPTA-L

5000;iTÇl eu, (AO MARIDO) Nunca pensei que chegas se


(SAI, R SOLUTAMENTE PARA O 'BUNGALOW*)

RENATO

(DEPOIS DE PRQUENA PAUSA, QUASE HUMILDE, SINCERO A LEONOR)


Desculpé-me. A minha intença
#R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.

LE NOR

Ren e
(MAIS BRANDAMENTE); Sei,

TWT a m
RENATO

(REAGINDO) - Mas irremediável por

LEONOR

Você não compreenderia e e $

Renato

LEONOR

toque mais no assunto!

MAMA
Lí4NA LO

-
Vou a te a
3 * r
grunuJ uJuãurnqux).Não posso! Sou advogado!
A que E
at a

A “WXTa-IA DE TU
última intancia! (”C*x FÓLEGO E VOLTA
não entra na
NO ENTUSIASMO DE PERORAÇÃO) Não é possivel,
abeça de ninguém com três dedos de massa
cinzenta na
s vê-lo
gachôla ,que estejas sendo sinpera.Se não quere
ia em encontras
e por que ªinda o amas e senão que mal haver
10? Tens medo de que?

TL,EONOR

EBst ficando furioso ..


(ENTRE CENSURA E PITHNRIA), De ii,

RENATO

+ + 2 A“! .

de
e

ti mesma!
Estas com medo
És uma recalcada,
Mentira!
BR DFANBSB p405

170.

LEONOR

Que mau pSíCóluªº és, Tenho pena de ti ...

BRENXKAXO
REBATO

um imbecil ...»

XÃoyx&
LEONOR

Não., Contínuas Kkmsem homem ...

eD TN 1h
ALL IMA.

LBONOR

STNHA

proprio, Prometeu-me que partiria


Falei com êle

tamente,

JK,/*O“.

SINHA

Disse-lhe que não querias ve-lo

m mm ode di Ler'—Le
SU Aíul OW! Inºx,; A
vontade sera

LEONOR

> Tarr a m
PCJ"“ )( ESCONDER UMA PONTA DE C QUE ..íJJA AL
NÃO

NOTA [Va
SORRTIND
171.
LEONOR

AGARRA OS BRAÇO DA PRIMA, PRESTES


(SEM PODER CONTER-SE,
A EXPLODIR EM FHAFTOS. A e e e *

BENAT

p C 4a SOBE, COMO UMA BMJ“, AS ESCADAS


QUE ARA NA VARKNDA DO
BUNGALOW W VOLTA-SE PARA A MUBHER). número do tele-
fone do Hotel?

LEONOR

(REGINDO) Para que"?

RENATO

e Para dizer-lhe que venha correndo, que tu o amas!

LEONOR

(COM RAIVA) tenho dá de ti! ...

RENATO

(RINDO-SE) JÁ sei. Sou um homem .1.

LEONOR

(COM RANCOR, OS DOIS PUNHOS SERRADOS). Não. És um imbecil!

RENATO

Obrigado. (ELA EXPLODE, REBENTA EM SOLUÇOS, SINHZ COMOVIDA,


ALISA-LHE OS CABELOS, RENATO CHEGA-SE AOS POUCOS, LEVANTA-
LHE, DOCEMENTE, A CABEÇA, OUHA-A NOS LHOS E DEPOIS, COM TER
NURA RISONHA). E tu, sabes que tu és?

LEONOR

Uma imbecil?
RENATO

(SINCERO) Não. Uma mulher * 8 e

LEONOR

(CCNCCRjªfjo) Uma mulher como as outra


em A N m isto? (INDICA
APNUHLJJ. «da / o «Aa HÁBITO),

RENATO

(NUMA PAA "+ vs Ro A


DOCE IRÓNIA),
ua api e ,
O hábi
T.RONOR
Ja La CAN (4.1
vv-1WYmvª1 N
LPN 4 La ) Mas fez de mim uma sombra ,
apenas ,de mu ;!er e é e

iu -)JC

Não., po que as sombras não Sofrem ...,

LEONOR

soiro muito! ...E kx


RA NATTN
“LAS NOV
MENMma
C AIUIIN e

n-v-va—S
VAL

«Farrª AT T AN
2 VNDVUALA-L3A J
é
Leonor! ...

Dexa-a chorara,
contr ario do que
aconteceu comig o ha de alegria, A gar
"afa era de t que a derrame, que a esvazie
tóda para que poís da alegria,da fe licidade
que a espera ,

RONOR
"rm a
J.:unhª.“30
A NDT AA r DBA NNANM N
A CADA ÇA 1 AAC y1J.,.Jx 2 ão,não pode ser!
(TRAaSFORMANDO A EMOÇÃO INDICAÇÃO IRONICA, VOLTAN
EM
TO AO TOM INRREVERENTE EMPRE, CARICATURANDO A D
DE
NAS TRES PRIMEIRAS PALAVRAS). Nao pode ser por que?

SINHA

(NUMA REPROVAÇÃO).

RENATO

Esta pequena é doida! (PROCURANDO UM TÍRMO)E... é


(INDICANDO)

Uma mulher, Renato

RENATO

Uma imbecil, Sinhá!

Renato!

A Renato

Mas não pode ser porque?

LEONOR

Não compr4enderias ...

RENATO

Orgulhos?

LEONOR

(MOVENDO A CABEÇA) não.

RENATO
LRONOR

(CONFIRMANDO COM A CABEÇA) , Me

www,,“
INA L

(MORDAZ) Mêdo do que os outros digam,não é? Do ese ân-


a #
dalo soeial! ...Quanta inferioridade! 0 escândalo, e

apenas o que acontece de norwal na vida dos outros ...

Na nossa não!

LEONOR

/ A
importa o escandalo!

RENATO

Então, médo de que? Fala!

LEONOR

De perder Tia Gabriela.

Mas trata-se da tua

a. 4 m
da dela, também! Ela morreria ...

RENATO

porque noyrem. É 5a lei natural da vida


E morrerá,
O que não é que se viva morta, como tu ...
morrer.

LEONOR

Nem que para viver,se mate.

RENATO

Mas matar com


LEONOR

A 1
Com desgosto.,

ENATO

A ao 2 ara
Desgôsto não é arma. Não mata ninguém. morrido 8+

LEON

v + 2
Gabriela, e velha-moga.
CU ee»

LEONOR

Mas não resestiíiria.

RENATO

gx que?

LEONOR

jo o perdoaria.

XRperlcasanaocdiarreia o
ILEKNXBK LEONOR
não era livre.,

RENATO

agora é. (PILHEIRIANDO) Ao contr'ario de mim,


e agora não sou (OLHA PARA STNF A),

ONOR
A,
ele nao era.,
3R DFANBSB NS.CPR.TEA. PlE. o4 ©0, p

RENATO

E que tem isso?

SINHÍ

(ESCANDALIZADA) Oh! Renato.

RENAT

cabelos, mas as idéias não


VOCE, mulheres, encurtaram os
se sasa para ter o que?
ficaram compridas ... O homem
a $
SINHA

Não tinha porque ela lhe


RENATO
R + # + eu
m
aman hã, a noss a cach orri ha fugir e desaparecer,
E, se
continuarei dona dela?
SINHÍ

Mas mulher não é cachorrinha!


RENATO

horrinha?
A dele era ... P o crime é do dono da cac

LEONOR

ntos e o teu bom humor, Quero


Não gastes os tfuq argume
inteligência ...
que faças justiça à minha
RENATO

** Faço e e %
(E;.VIJÁÍLLG :PAJÍTSON
#R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.

LEONOR

. mas não #x se trata de mim, trata-se de tia Gabriela

HMLU
mma
..JL 22 AX

A A s
ile vai casar-se com ela ou contigo?

RONOR

tu, Para mim o Unico cri-


a *É
=
Não me interrompas.Penso como

me de Alvaro- e seja êste o meu último pensamento pr-


fano - foi ter fugido de mim ...

| RENAT

Quando deveria ter fugido contigo ...


a 11%
STN]
KJ LAV LAS

(ESCANDALIZADA) - Renatol!
LEONOR

MPLAÇÉÍÍTE). REPETNDO AS PALAVRAS EVANIGÉLICAS ,COI


)NIA PIF«UC/ul")
CERTA IROI

"Perdosa-lhe,pai

te hipinotizasse, s < sâ#m.Psican

Deixa Freud em paz e a mim também. Né rá necessário


hipinotizar-me . Cuvo. E não tornes a insistir. Falo-te
sinceramente e não brinques . Amo a A1 Não'Keuunc1o
é vida profana por ser uma romântica .pies Há uma ra-
zão, sabes qual e ,..
per-
ntiinha
1L1UG "

Atrptae
IAC
a
à
3
aoa
D
an
RENATO

LIMPANDO UMA LÁGRIMA, MAS QUERENDO, AINDA, REAGIR) - mas


... isso é ramantismo!

SINHÍ

(IDEM) E tão lindo! ...

LEONOR

(DEIXANDO DE SONHAR, REAGINBO CONTRA - ela mesmo Não Sabe


contra quem ImpLTlOSd, quase colérica) - Romantismo ou
-
não, lindo ou feio, é assim que penso e assim que farei.
E acabou! Não admito que me toques mais no assunto, ou fa
rei uma luucura - entendeste? - farei uma loucura! (QUASE
GRITANDO) E deixe-me em paz ou não sei o que fqrei! (E A-
FASTAR-SE, ,BRUÇA“JO—ou NA AMURADA, OLHANDO O MAR TKATQUI—
LOSE E AZUL? NA TARDE QUE Dn,APnRJCu, RENATO E SINHÍ FICAM
IMÓVEIS,. OLHAM-SE DERhP'WTu, D ULTIMA, COMO SE SE LEMBRAS
SE DE ALGO URGENTE, DX ALGUNS PASSOS APRESSADOS PARA A RS AL
RENATO COBRE-LHE AO ENCAILÇO E CONSEGUE DETE-LA POR UM BRAÇO,
JUNTO 40S QUE ELA IS SUBIR).

RENATO

(A MEIA VOZ) - A onde vais?

(IDEM) - Telefonar a Álvaro.


RENATO

lhe telefonaste?
#R DFANBSB NS.CPR.TEApte. 04060, ( . 34+5
a Da
400

A A 4 s
ara ele vir Quero agora dizer
“Jk O R DE ADMT 1 T

* Ira am P Terra a 3
(OLHANDOMPARA O PORTÃO DA E, LEVA A MXO A BOCA
CM LADO E S
PRESA)- Ah! (KJJ,TC OLHA PARA O MESMO a 7
afora"?
DraaMmA
IQUSAN A O
v s RB 4 34 es s..
E agora ...vejo que estas em conidiçcoês de ajudar-me,
Vamos,. (SOBEM A ESCADA .SINHÍ .?”Áã.d*?ATOFICA NA VA-
* B s
WWW CHTIQUINHO ENTRA IDE-ni TE.-PE,
ra > O PORTÃO
mem f var
ESTA EN-
«L AJ;)j..?..LC .,WTJÃ'S Flu à f.: :TÉ Ç) &“)???1 C N] L Cr 4 '. 451.1 d
Es CT—4X1,131K .A.

AN ÇÃO DE LEONOR ,RENATO I'DIJf :” A CAMPAINHA COM


pá "m
a ho A. TJRJ u Fl©
]k FUNCIONAR ,CHÍQUINHO BATE NA CAM.
4 u.v_._n;-

PAINHA T'EÍ'1a A"“É*Á= E SAL '?zaP IDO,PELO PORTÃO RENATO ES.


TANND am A MT A Camp .1'
(JLM.ULU—bú hllxnb Uu BULLAU,__XU n).

ea ai re dv emm 7 P6
O PORTÃO), Quem é *é

(ENTRANDO PELO e A4
PORTXO,TEM OITO ANOS MAIS,;UM POCO DE
p
BRANCO NAS TÉMPORAS) Aã)csAFINAL
Sou eu! (EMOCAÃO DE
ELA RESOLVE DEIXA-=LO,VOLTA-SE PARÁ SAIR, ALE RBANIMA
sr pranese ns.cpr.rea.pre. 400e 3+%6

EXEIXZENUEXAYXENTHARIO

-SE. SEGUE-A, ENQUANTO CHIQUINHO;DEPOIS DE


AA.-[::- I I).LAO L LJC) E FORA AO CF “(Luk
ELA Ç"TCIÍJÍCÓ.';.fÍ A VAI TER UM ENT A
ADO COM RENAT ',W'ÍJ O CHAM VARANDA , C LÉTÍGAJ Oh
SUNINDO-SE PELO CORREDOR I“'( Ja E,A,.; ENTRE
LONGAMENTO DA AMURADA E UM LADO ! é 1,0%
perava ver-me?

LEONOR

em
12 A....J f—L).:,É

cua quem P

ALVARO

A Leonor.

LEONOR

A Leonor?
% TTA1R
, Ada VAR

Sim, a uma menina que nheci em


(EMOTIVO)
manhã de sol e que, nas i ha eguintes,

num sm L empo
poco ao mesmo via-me tocar vio
os meus OLlOa diziam
iam aos S h 6 a s n, < ante

LEONOR

Tm TNT t mama no
41 l.:gíbul N 2 221

Chegou tarde

1a
1N AO.
parad
EONOR

Não adiantaria nada.

ALVARO

Por que?

LEONOR

Porque a Leonor a que se já nao existe. Morreu.

ALVARO

Morreu? Não acredito.

LEONOR

SE Não morreu ... está morta. Dê-me licença. Vau chamar pelo
Renáãto.

ALVARO

Espere, peço-lhe. *ao vim por Ele. vim por si, ou melhor,
por mim ... por nós, para dizer-lhe que, em oiti anos de aus?
cia, quanto mais meus passos me afastavam de Leonor, mais o
meu pensamento me aprximava dela, que quanto mais diminuia a
minha esperança, mais qumentava o meu amor, e que em meus ol
hos - olhos que adoram porque a viram! - Nunca se apagaram o:
seus olhos - LEONOR NÃO PODE EVITAR E OLHA-O NOS OLHOS)
êsses olhos que me falavam e ... ainda me falam, como naqueles
sadias, naquelas luminosas, naquelas encantadoras manhas de
Lembra-se?

LEONOR

(QUE DORMINDO DE OLHOS ABERTOS, HAVIA ESQUECIDO OS OLHOS NO


OLHOS DELE, REAGE). - Deixe-me, poço. (AFASTA-SE) .
VABSIMEN TB , LN Lil li IDO))-

laa, r
(*.) Jiquí

t RANAD
LBRUINORK

não quero porque não lhe quero. N que

gava a mulh 1 ,a»enas uma ex


quem
n voce apenas não cor
uma lesiludid N pode ser, Deixe- ideus , Alvaro:
TUpa Anamaie r en pap; ap r & n v aa 1D TMNIASS
-LHNBAD CO . ANCA Es ,umª. O A LA - [.tlu AB LNI kr,“ £
| AS&NRTNUNA AM nm TAP ADEMA AMD a « a 1 n
15 PASSARINHO MIGO D « AQ [P A R A CANTAR
Nt WYN'“B MENTEVME 7 OT ram mA NA
:(quEXT“LuXLAT I 412 4 FN A La1Y [E ,FHDLE PARA ELA PRESTA ATENÇÃO
VR PE ATID AM - "rr ANNA A Dice ) TNIIA rm Upa DID m/
4 iuLB AMD S PROCURANM ,! 2 CURANDO O PASSARTINHC y OL LHES OE PA LL Aà
Atma) a TiWalainks Ba 7 v é PNAANNTO NM na vr e Im! N Atrm Tm
AA 4 Av AJVCMLJ“« VB 4 ! I I [N Ce VAN L ( (AHO: O ;)* LOA “LC, C
A A TM A T my t7 n; 1 a à AAama e T'F VuDoum fra "'“;u'V'vf'“ N A
Xni' LANA da LadaAÃ é Lil Alo C OiL AQ , N O VAIMIIIN Ala ..JJJSI “'» OA AQ
DMD a 1 DD vr var n uw | :“ NNDP T] non1-17 NM err A
ÃO PARA ABRI-LO, O Jrlx INO DE NA L (
*a à T * n INPM A TF A NA TTA WALT *a A T e s oa»
arma A
,-vf'gr'f1
/ Via ALVARO &“ M -ª V J.K.JT ª" 2 *JJC'e L ) IN LLA e 1
Prá tr “ª'/'ª- »jvx—n i a Tm a 3 a q Basa
Io LOIMLIIN 1 C Lual D! e Cn L.“ VA Ada 206 ,Lu C
NTT .,.m,“" r vrÃTtIm T
O da lia Q | VIalX L LI
F,ANBSB
| R NS.CPR;TEA
Ar à " A nr: [ é à e 3 4a
pre, 0400 p-D5+9

ALVARO 1984.

Ouve! Escuta! É a "Reverie do Sohumann", que tanta vez ou


viste, o rosto cheio de sol, da janelinha da tua casa, lem
bra-se? E

LEONOR

(SUPLICANTE, AGORA) - Alvaro dixe-me! Peço-te por Deus!

Alvaro

Mas se é Deus que nos aproxima, nao vês?

LEONOR

(INDICANDO O HÁBITO ) Nao pode ser! ...

I TVA
ALVARO

Como não pode ser? Por que és noviça? Mas ainda não profess
saste. Escolhe a religião do amor e da família, que é a re
ligião de Deus! (AS CRIANÇAS, LÁ DENTRO, COMBRINDO O VIOLT-
NO QUE VAI BAIXANDO ATÉ DESAPARECEB, BRINCAM, CANTANDO):

Pai Francisco entrai na roda, olé!

Para ver como se dança, olá !


Chegou o delegado s
Deu-lhe ordem do prisao

Como êle vem


Todo se requebrando
Ne e se ligeira
Na valsa 3 a 3 e
8le vem dançando!
-voNna o UM U%
V AAC Vili VARA Cub Adão VAN
VYNYOLNOO OHNINOIS r na "(urmos y
JIOyTeu o
aoquas e 401646 ne 21 ofIEZLaNoosH
VL La...LJA Vi ul Oa OaNIYVS)
e meal [ eau V al
c
AV VAYV 1h Não V CL
T4 N VL 1a
L43-l&13_fí_ um]: O Quit UHdd VV C
genb aoq - (uyá
VONX X9s-VXIxa VIX SON RAUL VIA AX
XLNINVAON IX VIX
V-OAGNVHOL)
ou VATIY
*** enb aod noa e .)
"eu-oano V CAA V 2 L add u LA 10 º altas
._(OCJKÍF M ã Lx
HONOXT
== (Y”!(A aan 7= '
(uv—, / Q VA DM-- E)
en b ossr exed to
erueo anb sesuetuo
”nun Hd Xá JIOdHCL
SR DFANBSB
NS;CPR;TEA py e 0400, e- 381
be

n C Mp rr ir Lol
A Ya n 186,
LOW", RENATO, CORRE A 14x) LAMA 4 L ALL A MAO DI ALVARO,
AG (RP T ANA A a D SINHÍZ APAR
CB, COM A v.ª.'í.LA?..ín 3, NA VARANDA. TIA GA BRIELA DESCE)Y;,

LEONOR

ENCONTRO) Titia, eu

TTIAGGABRIELA

Nao me diga nada. Tudo


P&lo seu advogado de
nao lhe deu grande
# F 09
corpo é velho, minha filha, mas mue

Dr 7
AU IN Q

(ORGULHOSO) Quem lhe disse isso fui

GABRIELA

Foi, mas é verdade ,.,

LEONOR

INM MPANGP; Tm nm
(L M LRANIO ÃÍI_1 DI RECONHECIMENTO)

ÁLVARO

((IDE
M) - Irmã como
Ga]
BEIJTA- ils) (k.,

CHIOUINH
CHIQUINHO

(;mCY (0 COMICA )-=Vou-me embora, e


R% -
senao começo Chorar ,..
Para cssas coisa sou mole que nem genipapo ...,

Fica. Tu fôste um notível


BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE,0400, e: Do.

187.

* 4
Também, ficou até

(COMO NUMA PRECE,A ALVARO E LEONOR UM DE CADA LADO,


A ULTIMA ACARICIANDO AS CABEÇAS 03% MENINAS QUE CORRERAM
AO SEU XXENTRES "ÍÇCÍTAC) - E que Deus Misericordioso,
que nos está vendo Je lhes em fel ídeae o que paga-
an em abnegação. (COMOVIDA) Uma casa ditoga como esta
(APONTA O BUNGALOW) que ria sempre pela boca do marido
da mulher e de muitos fxkx filhos. (AS CRIANÇAS CHEGAMN-SE,
CARINHOSAS.A VELHA IRMX-DE-CARIDADE RENATO E SINHA ,
TAMBÉM COMOVIDOS ª_"u"A:-,J,31íJgruô 0 FILHINHO NO
COLO JILJ.PEQU3YA PAUSA),

IENHURXXHO
CHIQUINHO

(
ntmaMm a PARA
PARA 114:) Sou eu
U 242N d lJL' . ,Bllrl.

2 raca. Não posso


ca w e
erLSb'I a essas colsa
IRãs)
A sendo freira tambem ,,.

todos chorand

LEONOR
eas ria a Paua Aer 3 F -- é
(LIMPANDO AS LAGRIMAS) E al a. De alegria também
Se ch m'a, ão é titiazinha? IPA OS OLHOS DA IRMA.
DE-CARIDADE) , ] erdade? Não pensas como eu?
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.O

GABRIELA

D e 17 A e A Tal i - a? s
Penso ... que quando se é feliz, nao se
se apenas viver, Lembras-te da tua estrel
PEÇA s s - 2
te de que te disse? Tudo voltará,

(RADIANTE
mim)! ...

LEONOR

(ijmÍBRfU
A4 DG—U $ DO QUE OUVIR”,MAS ACF HUI_ÁHDF*) - O passarinho?
h _! ma
A
ao! - Eu sonhava acordada - foi ilusão
Sao e e e

ALVARO
no
Nao. Eu o ouvi há pouco! (COM EXEÇÃO DE RENATO ““DO OLHAM,
INCRÉDULOS, PARA OS DDS. [IQUINHO QUE TIROU DO BOLSO UM
P,P513w"TW;u DE METAL, POE-NO 1 CA E “:º/gA ,íT7AÍ
COMOO PASSARINHO DE GUARAPH IMA. [
PROCURAR COM EXEÇR
OS OLHOS, COM La BLA
NAS QUE PROCURA. SIN Hf DESCBR

SINHÍ

(APONTANDO PARA CHIQUINHO)- Olhem! p É o chiquinho! (10


DOS SE VOLTAM, CHIQUINHO A| mo
[L ya
FR NATNZ
COMO SE BATES .uJAnJ, e
ALCANÇ ANDO O CORPO PONTA
'ANNAR
AQINAGIA
DFANBSB NS.CPR.TEA.pTE.400,
pDO4

ATTTATTTNTTA
Rod 1 A O

na
Gusa *"

DANT = n 1 DAD 17 A
deva,
nA
Lºo107 fx,.u MaZIAS ' Ta dal VA JLD.A,
3) ANM A T 1 A im
"VN LA mli'T?

RENATO

«1-4: A D e T1
CL&nNOZIA 19 ULTÁNEMENTE)
paºsaWín?
- Olha,

àe Guararmal Olha, Filhinho!(PROVC


Q 9/A/AMVD/A AM f Nm AD a praa '.j rn? aa
D [ A CANAL xÍL (MJ «
“UID/Jac») JC e
“74, V “: _1..L LC
"v TTV AT o 1
a r
O VK .AJWJJ ;(, Ada MANHA
T a e r nr am DAP A ei Di&&E A “1
mv rar P 014 I k “nun“...ku g OLá
L' LT 7
15 L AN ;) ALVARO
Cn AAM mMppDNtrO
Llu..lP'-_LJ à COM LDEBRNURA
m 7 p A TNTD
s V , HN TAE
08 )CÍ Do rima M nha
A esa o AA AiQ 1 Cs—
JT”., T.;-L-;

TNFEM)
a
) AS
#R DFANBSB NS.GoR TEA pre, (400
2 38%

SERVIÇO DE CENSURA DE DIVERSÓES PÚBLICAS


TURMA DE CENSURA DE TEATROS E CONGENERES

LAUDO CENSÓRIO

Título. k Ao nÃs de 302

Nome do (”«—Jn"; Ú %KÁLÁÚ MÁ”A


Nome do Traduto
Genero; .__.-___Íàk.t2_%_____- -
Entrecho;______M 2 M ÁCAje, Hà “'w-

M'o'7.—C/í9“º 7 (></*º? (ª'—496510 4a ###/wc de a - :


Aa 7020 . ÁAd£s £ fcc/amª va/w—jwaá?
Pda _prasom yr BL
. ido _ h [, É á M/Áq/ 23B
P 7 - 4a o (bue ) -P
344 _,. (! 44 IA a Juipecia e, MAM Ao
M/Ada I ZE A- 408 7.

i
Aprec1açao morª/%% É %%

Ó fl./00940“! A WMM ÁX7Q MX


Observaçães:
6 ZAMJíM/xé Méi— /7LLC<» WMa.

/Zowmma.aZZMCa/ÃW fat L
Cif>>-:
_O Lex per wwwmgmffmª aíuM
Classificação final

Brasília-DF. em /e

Censor Federal, - -matffcn1,809f,£fd-f'


BR DFANBSB Ns.Cpp;

Senhor Chefe da Seção de Censura

En%me>ço, encaminho a peça abaixo indicada, com o voto do Censor.


!ÍLLP> , que procedeu o exame da mesma.
a W 1 *

NOME DA PEÇA: P95242228


1 T

AUTOR: GALO

RESTRIÇÃO SUGERIDA:_ L LRP AEL

« rêreordl Ar

Em__/o de, lo,, d


€2 " l f

Ilfé/ £ LJC/1
ChefefÃaTCTC /
4

VISTO: 2

Encaminhe-se o presente processo a apreciação do Senhor Chefe do


SCDP, para a decisao final.

Em

Chefe da seção de Censura


DESP ACHO

Expedir os certificados de Censura de acordo com voto do Censor

aa 4219 ET

JOgrd
CHEFE DO scnfL
SR DFANBSB NS.CPR
TEA pre, 02 /-3&4
Sé. %s) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Musa " pePARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL | (

CENSURA FEDERAL
TEATRO
+ as D em
[B / _
*

Certificado No s㺠lI a08 | % &2 k ,.


É a

' PEÇA e / + ? : Ma NWA s o E SOL:!!X'àªr


* % -=

ORIGINAL DA

APROVADO PELOS. C. D. P. VÁLIDO OP ae NOVEMBRO ___. __de 19_69


CLASSIFICACAO ia
" Brªsília, O7 de___NOV EMBRO de 1968

Chefe do S. C.D. P:. apoys40 MUHLETHALER DE SOUZA


BS.CPRTEA PTE 0400 p. 388
3 CERTIFICADO DO s.c. a.

Certifico constar do livro 4] l folha no 20 , de registro de

teatrais, o assentamento da peça intitulada "'/"= MANHAS DE SOL 333/—

Original dngALDO VIANA

Tradução de
Adaptação de
Produção ae FEDERAÇÃO ANDREENSE DE TENTRO AMADOR.

Tendo sido censurada em 04 de NOV EMBRO de 19.68___ e recebido

a seguinte classificação: “Paulº?! IA PARA “EMRES ATÉ 14 (WATDRZÍ) ANOS;


OBS: CONDIOIONADA AO EXAME DO ENSAIO GERAL.

IPT
E VXLIDO QUANDO ACOMPNHADO DO SCR
oPresEnTtE certirioio sbmente

Da PEÇA DEVIDAMENTE CARIMBADO PELO SCOP.

Brasília, 07 de mvaº

Chefe da Turma de Censores


de Teatro e Congeneres
RR DFANBSB 0460 ,
BOL o e
9 t) Au

R&5/

MINISTESEO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

Meno /68-SCDP Em, 07/n0vEnBRO/ 1988

Do: OCneErE ba SCDP

é3 Cuere pa TCDP - DR/SP

Assunto: Peça Teatral ( ENCAMINHA )

SENHORA CHEFE:

Em ANEXO, ENCAMINHO A V. Sa., 08 CERTIFICA-

pos e SeriPTs pa Peça TteaTtrar " MANHÃS DE SOL", beE autoria DE

OpuvaL DO Viana, que sômente peverà ser ENTREGUE AO INTERESSA-

po, - FEDERAÇÃO ANDREENSE DE TEATRO AMADOR , arós o exame vo

Ensaio Gerar, remEssa DE RELATÓRIO minucIOoSO A RESPEITO E, DE

cisio piste SCDP,

ALOYSIO MUHLETHALER DE SOUZA

CnuEFE bo SCDP

Você também pode gostar