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Nº 1

junho 2011
STOONER TIPOGRAFIA
FUTURA 4
Edição Nº 1 - junho de 2011

STOONER é uma publicação mensal e


ILUSTRAÇÃO
BICICLETA SEM FREIO 6
gratuita dirigida à produção gráfica,
tecnologia, design e artes gráficas em
ARTE URBANA
geral. A reprodução parcial ou total de
qualquer material desta edição só é
permitida mediante autorização. Participe
VHILS 8
enviando suas opiniões e sugestões para
o e-mail stooner.art@gmail.com
DESIGN
GRID 10
Editor e Diretor Responsável
Lucas Rocha
FOTOGRAFIA
Coordenação Editorial PROFUNDIDADE DE CAMPO 12
Rangel Sales
TECNOLOGIA
Projeto Gráfico
Lucas Rocha NINTENDO 3DS 14
PORTFOLIO
Diagramação
Lucas Rocha ALAN MOORE 16
Redação
Editor
Lucas Rocha
Diretor de Arte
Lucas Rocha
Redatores
Lucas Rocha e
Wellington Srbek
Revisão de Texto
Rangel Sales

Impressão
AsterGraf
WATCHMEN 18
Tiragem
PROCESSOS DE IMPRESSÃO
10.000 exemplares
CTP 20
TIPOGRAFIA

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TIPOGRAFIA
O GRANDE SUCESSO TIPOGRÁFICO
FOI (QUASE) UM PLÁGIO DE OUTRAS
FONTES JÁ VIGENTES NA ÉPOCA.

Entre as sem serifas mais notáveis da época entre a Primeira e a Segunda


Guerra Mundial, está a fonte Futura. Desenhada entre 1924 e 1926 por Paul
Renner, é uma letra bem representativa da clareza defendida nos manifestos
da Bauhaus, com evidente construção geométrica.
Sóbria, neutra, clara, elegante, bem equilibrada, legível (em corpos
grandes, mas também em texto corrido, a Futura apresenta as características
preferidas pelos designers vanguardistas dos anos 20 e 30.
Parece construída com régua e compasso, e as versões preliminares
têm óbvias afinidades com as experiências tipográficas dos anos 20. Mas
assim como a Gill Sans (a outra importante sem serifa da época) se inspirou
diretamente no tipo que Edward Johnston desenhara para os transportes
urbanos londrinos, também a Futura foi derivada de letras já existentes, por
exemplo, da Kramer-Grotesk, uma sem serifa desenhada pelo arquiteto alemão
Ferdinand Kramer para uso do município de Frankfurt am Main, em todas as
suas publicações.
Outra letra que terá servido de modelo e inspiração foi a Erbar Grotesk,
desenhada por Jakob Erbar para a Fundição Ludwig & Mayer (a partir de
1922), da Mergenthaler Linotype e da Linotype Londres.
Segundo os depoimentos e as interpretações que não insinuam o plágio da
Kramer ou da Erbar, a inspiração da Futura teria vindo das inscrições lapidares
da Grécia clássica, que Renner analisou em pormenor. Os gregos usavam
uma letra sem serifas de formas simples, e teria sido essa clareza estética
que Renner captou.
Os desenhos originais de Renner para a Futura estão hoje guardados
na Fundición Tipográfica Neufville, sediada em Barcelona. Outro tipo sem
serifa desenhado por Renner foi a Topic ou Steile Futura, uma variante
condensada, com traços redondos nas letras A, E, M e W. Esta Topic foi
editada pela Bauersche Giesserei já mais tarde, em 1953.

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BICICLETA
ILUSTRAÇÃO

SEM FREIO
TRIO DE ILUSTRADORES FORMADO POR VITOR ROCHA,
RENATO RENO E DOUGLAS DE CASTRO DESENHAM, DE
MANEIRA INCONFUNDÍVEL, O VERDADEIRO ROCK’N’ROLL.

O Bicicleta Sem Freio é um grupo de ilustradores que desenhados na íntegra, incluindo a tipografia dos textos.
vem se destacando graças aos pôsteres e materiais Desta forma, muitas vezes o computador é usado para
gráficos produzidos para bandas da cena atual. “tornar o trabalho reproduzível”. “O lance mais bacana
O trio de Goiânia ficou conhecido com os cartazes do Bicicleta Sem Freio é que são os três desenhando e
promocionais de festivais da região e pela arte gráfica na cada um tem um traço em particular, mas quando junta
divulgação da banda Black Drawing Chalks onde Vitor se soma” – diz Renato Reno.
e Douglas atuam como vocalista/guitarrista e baterista Juntos como Bicicleta sem freio desde 2005, preferem
respectivamente. “O Bicicleta Sem Freio é a oportunidade aguardar que os clientes os procurem pela linguagem
que eu tenho de conseguir me dar bem na vida finan- autoral de seus trabalhos ao invés de garimpar o mercado.
ceiramente fazendo o que gosto e que vou me orgulhar no Assim, desenham como gostam e atendem o que o
futuro” – diz Douglas. projeto precisa.
A referência principal dos ilustradores do Bicicleta Sem No estilo “cabelos ao vento, vamos ver no que é que
Freio é o universo do Rock´n Roll; música, elementos dá!” de descer ladeira abaixo em uma bicicleta sem freio,
visuais comportamento, e “muito fetiche e lindas não criam expectativas para o futuro. Querem fazer aquilo
mulheres”. “Boa parte das idéias surgem das situações que gostam e do que possam se orgulhar, mesmo que
cotidianas, música e filmes. Com isso, ilustro o momento tenham muitas ladeiras pela frente!
fugaz para tornar tudo mais belo” – diz Vitor. Os desenhos Entre pôsteres de bandas de rock, e trabalhos autorais,
são feitos a mão, tendo o lápis, a caneta nanquim e a a forma ácida de humor, e releituras de temas clássicos do
mesa de luz como grandes companheiros do processo meio rock’ n roll, cativa admiradores da arte da ilustração
de criação. Não é difícil encontrar composições que foram de vários cantos do mundo.

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ILUSTRAÇÃO

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VHILS
URBANA
ARTE

DE LISBOA A LONDRES, DE MOSCOU A


BOGOTÁ O ARTISTA ESPALHA ROSTOS
PELAS PAREDES DO MUNDO INTEIRO.

Aos 23 anos, Alexandre Farto, como a arte contemporânea, só um


mais conhecido por Vhils, é o artista círculo fechado de pessoas percebe
português mais admirado no mundo e conhece os artistas”, diz. “Fartei-
da arte urbana. Quando abre a porta me um bocado disso e percebi o
da galeria que o representa em grande potencial de comunicação
Portugal, desde 2005, não o recon- que havia na rua.”
hecemos de imediato. Embora as Farto de pintar em paredes ilegais,
caras que faça nas paredes do mun- o seu próximo alvo foram os pôsteres
do inteiro – num recatado parque de de publicidade espalhados pela
estacionamento em Torres Vedras cidade. “Pintei-os de branco e com-
ou num prédio no centro de Moscou ecei a escavar a camada gigante de
– sejam famosas, não costuma mos- anúncios que se tinha acumulado
trar a sua. “Os rostos que faço nas ali ao longo dos tempos. É quase
paredes são de pessoas anônimas como um processo arqueológico.”
e são baseados em fotografias”, ex- Ao criar retratos nos cartazes, Vhils
plica Vhils numa voz baixa e tímida. queria “criticar a influência que a
“Gosto de dar um rosto à cidade e publicidade tem sobre as pessoas,
de dar poder a pessoas comuns.” nos seus sonhos e naquilo que
É difícil encontrar Alexandre Farto querem.” Depois disso, saltou
em Lisboa. Desde os 19 anos que vive para as paredes, onde viria a
em Londres, onde formou no curso de alcançar sucesso.
Belas Artes na St. Martin’s School. Foi “Um dia, quando estava a esca-
na capital britânica que começou a var pôsteres, toquei na parede e
ser conhecido: “Me convidaram para pensei: ”Se posso fazer isto nos
expor no Cans Festival, um evento pôsteres, também posso fazer na
(no túnel Leake Street, em Londres) parede, experimentei.” Um martelo
organizado pelo Banksy e a reação pneumático e um martelo normal
das pessoas foi muito boa”, conta. são suficientes para a escavação.
“A partir daí surgiram bons convites e Antes disso, Alexandre marca na
comecei a trabalhar com a Lazarides parede, com spray, a figura que
Gallery, em Londres, (galeria do quer esculpir. Para terminar o tra-
mesmo agente de Banksy) e com o balho, usa materiais tão incomuns
Studio Cromi, em Itália.” como lixívia, produtos de limpeza,
Antes de imaginar que o seu ácidos corrosivos e até café “para
trabalho viria a ser capa do jornal pintar”. “Estivemos fechados tanto
britânico “The Times“, em Maio de tempo com a ditadura que depois
2008, Alexandre começou por pintar do 25 de Abril tudo aconteceu na
as letras do nome com que assina rua”, diz Alexandre. “Em 30 anos,
– Vhils – aos 13 anos em comboios com os muros políticos, o boom da
e nas paredes da sua terra natal, publicidade e o grafite, as paredes
Seixal, na Margem Sul. “Depois engordaram 20 centímetros e o que
comecei a perceber que o grafite é faço é pintar com essas camadas
um código, um jogo urbano, talvez de história.”

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URBANA
ARTE

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GRID
DESIGN

LIMITA A CRIAÇÃO?

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DESIGN
O grid não limita, pelo contrário, ele
sustenta o processo criativo.
Mas para que isso aconteça, precisamos entender o grid como uma
ferramenta e não como uma regra rígida.
O grid nada mais é do que uma série de linhas que irão estruturar as
fundações do layout com o objetivo de facilitar a vida do designer no momento
de decidir a melhor localização dos elementos construtivos da interface.
Um conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como
guias para a distribuição de elementos num formato.
O design baseado em grids pode ser bastante útil na criação de layouts
fáceis de se entender e visualmente atrativos. É útil na geração de estruturas
e formas que reduzam os erros durante a interação proporcionando uma
visualização mais suave, sem perder a orientação.
A grande questão não está em utilizar ou não do grid, mas em como utilizá-lo.
Todo trabalho de design envolve a solução de problemas em níveis
visuais e organizativos. Figuras, símbolos, massa de textos, títulos e tabelas
devem se reunir para transmitir informação.
O grid é uma maneira de juntar esses elementos. Ele introduz uma
ordem sistemática num layout e permite que o designer diagrame uma
grande quantidade de informação. Também permite vários colaboradores
num mesmo projeto.
Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que
seja. O grid deve atender às exigências informativas do conteúdo. Clareza,
eficiência, economia e identidade são características de um grid
bem construído.
Construir um grid eficaz para um projeto gráfico significa destrinchar e
analisar cuidadosamente o conteúdo. Identificando as qualidades visuais
semânticas e do espaço tipográfico.
O projeto de um grid possui duas fases: avaliação e exploração.
Na avaliação o designer avalia as características informativas e as exigências
de produção: os múltiplos tipos de informação, a natureza das imagens e a
quantidade delas. O designer deve prever os problemas de diagramação:
títulos compridos demais, cortes nas fotografias e espaços vazios por falta
de material em alguma seção.
A exploração consiste em dispor o conteúdo de acordo com as diretrizes
dadas pelo grid. Geralmente, a variedade de soluções para diagramação
de uma página com um certo grid é inesgotável. Um grid realmente bom
cria infinitas possibilidades de exploração. O designer deve testá-lo até o
limite e não pode ter medo do seu grid.
Cada problema de design é diferente e requer uma estrutura de grid que
trate de suas especificidades. Um grid realmente bom cria infinitas possibilidades
de exploração, mas mesmo assim, às vezes é melhor transgredir o grid.
Um grid só funciona realmente se o designer vai além de sua uniformidade
implícita e o utiliza para criar uma narrativa visual dinâmica capaz de manter
o interesse ao longo das páginas. O maior risco do grid é sucumbir à sua
regularidade. Quem cria um layout sem graça não é o grid é o designer.
Se analisarmos uma página de jornal, por exemplo, vamos notar que
uma coluna geralmente não corre a página de cima abaixo. O que se faz
é alternar diferentes distribuições de colunas a cada linha. Os grandes
jornais não se parecem nada com grids. Aplique esta regra ao seu layout!
Um layout baseado em grid não precisa ter linhas ou colunas visíveis. A
boa utilização do grid inclui variações no grid, deslocamentos para dentro
e fora das colunas e linhas, quebras no grid em momentos estratégicos
e, principalmente, a boa utilização do grid implica em não deixá-lo visível
aos usuários.

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FOTOGRAFIA

PROFUNDIDADE
DE CAMPO
Profundidade de campo (ou justapostas, e que regula a intensi- permitem maior incidência de luz.
D.O.F., sigla para Depth Of Field) é dade de luz que entra na câmera. Entretanto, são os que darão uma
a profundidade da foto entre o motivo Conforme é feita esta regulagem menor profundidade de campo. O
principal e a área onde começa o na intensidade de luz, ela afeta a inverso é verdadeiro, portanto, os
desfoque da foto. Uma foto com o nitidez entre os planos, ou seja, a valores maiores representam os
diafragma F 1,8 tem o fundo mais profundidade de campo. que permitem menor incidência de
desfocado que uma foto com o A abertura do diafragma pode luz, e darão maior profundidade
diafragma F 3,5. Ou seja, quanto variar entre fechado e aberto, de- de campo.
mais aberto o diafragma, menor a pendendo somente da objetiva utili- Nas objetivas intercambiáveis de
profundidade de campo. zada para determinar os valores. câmeras SLR, ou simplesmente
O valor do diafragma se dá reflex, há um anel regulável onde
Obtenção do efeito através de números, conhecidos girando-o à esquerda ou à direita,
como números f ou “f-stop”, e seg- seleciona se o número f que lhe
A profundidade de Campo de- uem um padrão numérico universal, proporcionará a profundidade de
pende da abertura do diafragma iniciando se em 1, 1.4, 2, 2.8, 4, campo desejada. Os números f são
(ou íris, para as câmeras de vídeo) 5.6, 8, 11, 16, 22, 32, 45 etc. Cada sempre apresentados em uma escala
e da proximidade que se está do numeração é 1,4x mais elevada padrão. Quanto maior esse número,
objeto a ser fotografado ou filmado. O que sua antecessora, sendo que maior a profundidade de campo e
diafragma é um mecanismo da ob- os valores menores são os que rep- por conseqüência, os elementos em
jetiva, composto por várias lâminas resentam maiores aberturas, que diferentes planos ficarão nítidos.

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FOTOGRAFIA
Porém, independentemente da por exemplo, um número f maior devendo ser corrigida para mais
abertura escolhida, a proximidade (ex: f/22), será necessário utilizar ou para menos, dependendo do
que se está do objeto a ser fotogra- um tempo de exposição mais longo suporte utilizado (sensores digitais
fado é determinante para se ter uma (controlado pelo obturador), o que CCD ou CMOS, ou ainda os filmes
grande ou baixa profundidade de pode propiciar que a fotografia saia fotográficos e sua incrível gama
campo na fotografia. Quanto mais tremida (se não for utilizado um de opções.
próximo se está do assunto a se tripé) ou com registro de movimento A escolha da profundidade é
fotografar, menor será a profundidade do assunto. Porém esta é a melhor uma das opções mais importantes
de campo que se obterá. situação de luz para se fazer estes quando se define a abertura e o
ajustes da melhor maneira possível, tempo durante o qual que se expõe
tendo ainda por cima uma alta gama uma fotografia.
Aplicações e de tempos do obturador. Por exemplo, para fotografar uma
consequências Já numa situação de pouca luz, pessoa e isolá-la do fundo, usa-se
como a noite ao ar livre, torna-se a menor profundidade de campo
Tendo conhecimento deste mais difícil realizar estas mudan- possível através de um número f
recurso, o fotógrafo poderá tra- ças no diafragma, pois conforme menor. Pelo contrário, ao fotografar
balhar com diversos planos, em o número f é diminuído, menor o uma paisagem grandiosa e querer
diversas situações de luz. tempo de exposição, porém há um que tudo o que se vê fique nítido,
A consequência da escolha limite sutil onde o registro pode desde os objetos mais próximos
do número f é o tempo em que a ocorrer de maneira errônea, devido até o infinito, deve se usar a maior
câmera necessitará para registrar à falha na Lei de Reciprocidade profundidade de campo possível
a fotografia, dentro dos parâmetros Fotográfica, onde, numa situação de através do número f maior.
que se deseja. pouca luz, conforme há alteração no Para que se possa fotografar sem
Numa situação de muita luz, diafragma, a alteração correspond- preocupar-se com fotografias tremi-
seja no ambiente externo ou num ente necessária que seria feita no das, recomenda se o uso de um
estúdio bem iluminado, ao utilizar, obturador pode não ser suficiente, tripé ou suporte, como uma mesa.

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NINTEND
TECNOLOGIA

Design
A pegada do Nintendo 3DS é bem em seu propósito principal,
bastante similar à do DS tradicional. que é dar profundidade aos jogos,
Inclusive, ambos os portáteis têm di- desde que: o console não esteja
mensões muito parecidas. A construção muito perto do rosto; os ajustes de
deles é igual, o que dá a impressão profundidade estejam de acordo
de que nada mudou. Não é bem com o que o usuário precisa; a
assim, como bem atestam os donos posição do console esteja correta.
do Nintendo DS vovô. Aliás, começar a jogar costuma
A parte superior do 3DS conta ser um problema no Nintendo 3DS.
apenas com o visor principal, com Pelo menos nas primeiras vezes
duas saídas de áudio, cada uma em que você pega o console e
posicionada em um dos lados. Na liga com o visor ativado para 3D, a
parte superior ao centro temos uma impressão que se tem remete àque-
das duas câmeras, sendo que essa les cartões de jogos nos quais ao
serve para fazer fotos. À direita, já na inclinar a peça para um lado aparece
lateral, um botão deslizante permite uma imagem, e se inclinar para o
ajustar o nível de profundidade do 3D. outro aparece outra imagem. O Nin-
Embaixo estão os verdadeiros tendo 3DS depende de uma posição
controladores dos jogos. Além do muito específica em frente ao rosto
visor touchscreen, que é ligeiramente para ser operado, o que costuma
menor que aquele apresentado na levar algum tempo antes da pessoa
metade superior, temos o D-pad e o se acostumar.
controle multidirecional à esquerda, O botão deslizante na lateral
enquanto os botões X, Y, A e B estão do dispositivo permite definir a
à direita. Abaixo do visor ainda es- profundidade dos objetos em 3D.
tão os botões Select, Home e Start Com certeza vai ter jogador com a
(sem falar no Power, que fica ao lado profundidade ajustada para o máxi-
deles, mas não exatamente abaixo mo possível, enquanto vai ter gente
do visor). simplesmente desativando o 3D.
A experiência com os controles Uma vez que se habituou a jogar
do Nintendo 3DS é positiva. O no Nintendo 3DS, a tecnologia de tos de jogatina. Cerca de 30 minutos
console fica bastante firme nas mãos, 3D não deixa a desejar. Além disso, depois de ligar o 3DS, você começa
o que é fundamental em ambientes o visor é muito brilhante e apresenta a sentir que os olhos estão mais
vulneráveis, como dentro do metrô. cores vibrantes, algo essencial para cansados. A recomendação da
que a experiência de jogar fique Nintendo é que os gamers parem
Visor 3D ainda mais completa. de jogar a cada hora para fazer uma
pausa de no mínimo 10 minutos.
Acima de tudo, o mais importante Gameplay
é perceber que o Nintendo 3DS não Realidade Aumentada
requer qualquer tipo de óculos es- Não há grandes mistérios na
pecial para ser utilizado. Esse tipo forma de jogar o Nintendo 3DS. Com uma câmera que captura
de tecnologia ainda vai passar por Exceto pelo visor novo, todo o resto se imagens em três dimensões, o
melhorias, mas é razoável dizer que assemelha ao Nintendo DS ante- Nintendo 3DS tira proveito tam-
a Nintendo empregou seus maiores rior. Isso é bom, porque a Nintendo bém da realidade aumentada. O
esforços para oferecer o que existe aposta em estratégia vencedora, mas kit básico do aparelho vem com
de mais avançado em termos de também pode ser ruim caso o usuário pequenos cartões amarelos com
reprodução em 3D. esteja procurando por algo realmente imagens de personagens da Big N.
O resultado é positivo, mas inovador e único. Link está lá, bem como o Mario,
com ressalvas em diversos pontos. Uma coisa notável é o cansaço entre outros. Depois de acionar o
Podemos dizer que ele funciona muito visual depois dos primeiros minu- aplicativo de RA e apontar a câmera

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DO 3DS

TECNOLOGIA
O APARELHO CAPAZ DE GERAR EFEITO
3D E DISPENSA O USO DE ÓCULOS É A
MAIS RECENTE INVESTIDA DA GIGANTE
JAPONESA NO MUNDO DOS PORTÁTEIS.
Esse é, sem sombra de dúvida,
um dos recursos mais bacanas do
Nintendo 3DS. Mostra a realidade
aumentada em seu máximo poten-
cial, graças a software e hardware
pensados com essa finalidade.

Street Pass
Sabendo que o Nintendo 3DS é
um portátil que deve ser carregado
para todos os cantos junto com seu
dono, a Big N incluiu o recurso de
Street Pass. Basicamente, permite
detectar outros donos de 3DS que
se aproximarem do portátil quando
a pessoa estiver na rua, por
exemplo, indo para o trabalho. O
aparelho automaticamente baixa o
avatar da outra pessoa, bem como
uma mensagem pré-configurada.
Essas informações são exibidas de
forma gráfica na Mii Plaza, a central
de amigos do Nintendo 3DS.
para os cartões, eles automatica-
mente fazem pipocar os tradicionais Compatibilidade com
personagens da tela do aparelho. jogos antigos
O usuário pode muito bem movi-
mentar a câmera e os cartões, como A lista dos jogos disponíveis
se os personagens estivessem real- especificamente ainda não é muito
mente ali. Desde que respeitando grande, embora a listagem do Games-
a aproximação mínima de 30 cm pot preveja diversos lançamentos até
(salvo engano) dos cartões, o céu é o fim desse ano. Na falta de títulos,
o limite para esse tipo de interação. o jogador tem aqueles games para
Mas a realidade aumentada do Nintendo 3DS disponíveis também
3DS acontece em sua plenitude com a geração mais atual do portátil. É
um aplicativo específico que traz evidente que as imagens em três
jogos simples para a mesa da sua dimensões não estarão presentes
sala ou mesmo o sofá. Por exemplo, no gameplay, mas continua valendo.
pescaria como aquelas das festas Ainda mais quem já tem um DS
de São João, usando o portátil como tradicional e pensa em levar o 3DS
vara de pescar e o chão da sala para casa, porém tem medo de envi-
como lago onde os peixinhos ficam ar seus títulos sem 3D num caminho
esperando a isca aparecer. sem volta para a obsolescência.

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ALAN
PORTFOLIO

MOORE
GÊNIO CRIADOR DE OBRAS COMO:
A PIADA MORTAL, FROM HELL,
1963, V DE VINGANÇA,
MARVELMAN E
WATCHMEN.

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PORTFOLIO
Alan Moore nasceu
no dia 18 de novembro de 1953,
na cidade inglesa de Northampton. Mago
praticante, artista performático, letrista, escritor, desenhista
eventual, pai de duas filhas, casado com a desenhista Melinda
Gebbie, este escorpiano é sobretudo, o mais influente roteirista da história
dos quadrinhos. Sem ele, os trabalhos de Neil Gaiman, Grant Morrison,
Warren Ellis, Mark Millar, entre outros roteiristas de quadrinhos, não
seriam os mesmos, ou em alguns casos talvez nem mesmo existissem. Ao
longo de trinta anos de carreira, Moore influenciou os rumos dos quadrinhos
ocidentais de inúmeras formas e em pelo menos dois momentos principais
(primeiro com Marvelman, Swamp Thing e Watchmen, mais tarde com 1963,
Supremo e a linha ABC), dedicando-se nos últimos tempos a trabalhos mais
autorais (como From Hell, Lost Girls e Liga Extraordinária).

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WATCHMEN
PORTFOLIO

CLÁSSICO QUE REVOLUCIONOU O UNIVERSO HQ.


Em 1985, com a ótima reper- A história começa em outubro de não é uma tarefa simples. Aliadas
cussão de público e crítica alcan- 1985, com o mundo à beira de um a isso, temos as cores atmosféricas
çada pela revista Swamp Thing, a conflito nuclear entre as superpotên- de John Higgins, que servem bem
DC Comics ansiava por novos tra- cias Estados Unidos e União Sovié- ao estilo cotidiano e realista dos de-
balhos escritos por Alan Moore. Por tica. Nas ruas de Nova York, crime e senhos. Sua melhor expressão está
sua vez, o roteirista inglês vinha há desesperança dividem espaço com na recolorização feita para Absolute
algum tempo pensando numa obra carros elétricos e placas indicando Watchmen, na qual os tons de cin-
conceitual sobre os super-heróis, abrigos antinucleares. Há quase za, roxo, marrom, carmim, magenta
envolvendo um misterioso assas- uma década, uma lei federal proibiu e laranja escolhidos pelo colorista
sinato. Juntando a receptividade a atividade dos heróis mascarados, colaboram para reforçar o clima lú-
editorial com a criatividade autoral, enquanto o inescrupuloso comedi- gubre da HQ (e também contrastar
surgiu a idéia de reformular os anti- ante e o superpoderoso Dr. Manhatan as cores primárias do smiley,
gos personagens da Charlton Com- continuam atuando a serviço do do Dr. Manhattan e do sangue).
ics (cujos diretos de publicação governo norte-americano. Nesse De fato, com a publicação de O
a editora do Super-Homem havia contexto, um assassinato aparente- Cavaleiro das Trevas e Watchmen,
adquirido recentemente). Nascia ali mente insignificante toma propor- uma onda de quadrinhos de super-
o que viria a ser Watchmen, minis- ções de conspiração quando o dete- heróis mais sombrios e violentos
série em doze edições lançadas tive mascarado Rorschach descobre tomou conta do mercado norte-
entre 1986 e 1987, graphic novel que a vítima era na verdade o Come- americano. Repletos de sangue,
recordista de vendas e uma das diante. A partir daí, Moore e Gibbons psicologia barata e textos preten-
melhores e certamente a mais com- vão nos apresentando, aos demais samente literários, os imitadores de
plexa HQ de super-heróis já escrita. personagens da série, como o mil- Miller e Moore contribuíram para
A premissa básica da série era: ionário Adrian Veidt que havia atua- quase enterrar de vez os aventurei-
como seria o mundo se os super- do como o mascarado Ozymandias ros mascarados. Após o lançamen-
heróis existissem realmente. Sua e Laurie Juspeczyk que substituíra to de Watchmen (e a conclusão de
f ra s e - t e m a : “ W h o wa t c h e s t h e sua mãe no papel da heroína Es- Miracleman), Moore havia jurado
watchmen?” (“Quem vigia os vigilan- pectro da Seda. Ao longo dos 12 jamais escrever uma nova HQ de
tes?”), tomada emprestado do autor episódios, duas gerações de heróis super-heróis. Porém, no início dos
romano Juvenal. O conceito agra- são apresentadas, na medida em anos 90, enfrentando problemas fi-
dou aos editores, mas eles temiam que passado e presente se mis- nanceiros e desgostoso do impacto
que a abordagem realista proposta turam em flashbacks que vão do fim negativo que sua obra acabara
por Moore acabasse por inutilizar os dos anos 30 a meados dos anos 70. tendo (principalmente devido aos
personagens que pretendiam incor- Em termos visuais, Watchmen é imitadores que tentaram reproduzir
porar ao “Universo DC”. A solução um verdadeiro trabalho hercúleo e seu estilo), o roteirista retornou ao
encontrada foi relativamente sim- certamente a melhor obra de Dave gênero que o consagrara. Além de
ples: ao invés de lidar diretamente Gibbons. Desenhar algumas deze- se recuperar financeiramente, seu
com os personagens da Charlton, nas de personagens, vários deles objetivo então era resgatar o brilho
um novo elenco de heróis seria cri- em diferentes idades ao longo da e a ingenuidade dos antigos super-
ado pelo roteirista, em colaboração história, mantendo as identidades heróis, o que ele tentou realizar
com o desenhista Dave Gibbons. visuais marcantes e coerentes não com as séries 1963 e Supremo.
Assim, no lugar do Pacificador en- é algo fácil. Desenhar o mesmo A qualidade e a importância de
traria o Comediante, substituindo o cenário de múltiplos ângulos ou Watchmen são inegáveis. Hom-
Capitão Átomo viria o Dr. Manhat- variar, numa edição para outra, de enageada, premiada, parodiada e
tan, em vez do Besouro Azul sur- um cruzamento em Nova York para copiada, essa complexa obra colab-
giria o Coruja Noturna, enquanto as montanhas de Marte, sem perder orou para expandir as possibilidades
o Questão daria vez a Rorschach. o senso de ambientação, também e o repertório da linguagem das HQs.

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PORTFOLIO

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CTP
DE IMPRESSÃO
PROCESSOS

CAMINHOS E DESAFIOS DE
UMA NOVA REVOLUÇÃO
TECNOLÓGICA.

As primeiras experiências em sis- letos de prata, para uso com laser vi- sers de baixa potência. O processa-
temas computer-to-plate fora feitas sível, em todos os comprimentos de mento é direto (sem uso de forno),
pela RCA em 1968. Em1974, nos onda disponíveis, têm um proces- mas exige o u s o d e p ro c e sso s
jornais Gannett, matrizes tipográfi- samento parecido com as chapas q u í m i c o s re l a t i va m e n t e co m -
cas foram gravadas usando laser de convencionais. As chapas de foto- p l exo s. H á a o p ç ã o de chapas
alta potência. A idéia de um sistema polímeros, gravadas com laser visív- de base em poliéster, para uso em
de gravação direta de chapas offset el verde ou vermelho, em sistemas platesseters híbridas. Trata-se de
surgiu logo após o desenvolvimento de gravação ultra-rápida, são mais uma tecnologia mais amadurecida
dos primeiros equipamentos de empregadas na produção de jor- e testada há anos, que possibilita
gravação de fotolitos em meados nais, devido à rapidez de gravação. alta qualidade de impressão, porém
dos anos 80. As chapas térmicas, gravadas com contando com um número reduzido
laser infravermelho (830 ou 1024
de fornecedores de chapa.
Gravação de nm) e que apresentam diversas al-
ternativas de processamento, foram
filmes e chapas as que mais evoluíram, inclusive na Chapas de
questão custo, que hoje equivale às
Há diferenças significativas nos
chapas de prata. Temos, ainda, as
fotopolímeros
processos de gravação de fotoli-
chapas convencionais, para uso em
tos e de chapas para impressão. Na Nesse caso, a opção de laser
sistemas baseados em lâmpadas
gravação de chapas o manuseio sem para gravação é limitada ao vermelho
UV e micro-espelhos, para as quais
exposição à luz é mais complicado. (650-670 nm) e verde (532 nm),
ainda há poças opções de equipa-
É necessária a imposição das pági- sendo que está em lançamento a
mentos, com alto custo.
nas no formato dos cadernos, exigindo versão para laser violeta (400-410
sistemas de RIP e armazenamento nm). O manuseio e carregamento
de dados mais poderosos e o reg-
istro entre as cores e em relação
Chapas de dessas chapas podem ser automático

ao suporte. O tempo de gravação e haletos de prata ou semi-automático, sendo que a


alta sensibilidade permite gravação
potência do laser empregado tam- ultra-rápida com lasers de baixa
bém é maior comparando chapas e Existem diferentes modelos de potência. O processamento é sim-
filmes e a resistência da película a chapas de haletos de prata para uso ples, com opção de forno, permitin-
agentes químicos e a abrasão terá com laser vermelho (650-670 nm), do altas tiragens mesmo sem uso
influência na durabilidade da chapa verde (532 nm), azul (488 nm) e do forno. A qualidade de impressão é
e tiragem possível. violeta (400-410 nm). Elas permitem limitada, principalmente na reprodução
manuseio e carregamento automáti- de pontos de mínimas e máximas,
Diferentes soluções co ou semi-automático, exceto no tratando-se uma tecnologia ama-
caso das chapas violeta, que podem durecida, largamente adotada na
Encontrar o tipo mais adequado ser ficar sob luz amarela. A alta sen- impressão de jornais no mundo in-
de chapa é o primeiro passo na im- sibilidade permite gravação rápida teiro, com um número razoável de
plantação do CTP. As chapas de ha- das chapas, mesmo com uso de la- fornecedores de chapa.

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DE IMPRESSÃO
PROCESSOS
Chapas térmicas Chapas
convencionais
As chapas térmicas contam com
duas opções de laser infravermelho: As chapas convencionais são Mas, o principal benefício do é o
830 nm (mais comum) e 1024-1064 usadas em sistemas baseados em econômico, obtido na área de im-
nm (menos usual). O manuseio lâmpadas ultravioleta, com feixes pressão e não na pré-impressão
e carregamento podem ser direcionados por fibras ópticas e/ou como muitos imaginam. Com o CTP
automático, semi-automático ou micro-espelhos controlados digital- há uma redução significativa no tem-
manual. Para obter alta velocidade mente. O manuseio e carregamento po de ajuste das impressoras, que
de gravação, a chapa térmica exige podem ser automático, semi-au- pode cair para menos de 50% do
lasers de alta potência e/ou múltiplos tomático ou manual, sob luz de se- tempo usual. Essa diferença é espe-
feixes em gravação simultânea. Elas gurança. A velocidade de gravação cialmente notada em máquinas rota-
possibilitam alta qualidade de im- limitada pode ser incrementada com tivas. Com isso, é possível a redução
pressão e bom controle do ganho uso de cabeçotes múltiplos. A quali- do desperdício de papel nos ajustes,
de ponto, sendo uma tecnologia dade de impressão é semelhante em especial em máquinas rotativas
em rápida evolução, com adoção à do sistema convencional, sendo e planas de grande formato, pos-
crescente pelo mercado e significativa uma tecnologia recente, ainda em sibilitando a impressão de serviços
redução de preços nos últimos anos. fase de evolução, contando com em quatro cores com tiragens meno-
Há um grande número de fornece- poucos e caros equipamentos de res, além da viabilização prática do
dores de chapas térmicas e existem gravação no mercado. É uma chapa uso de impressoras com seis ou oito
diversas alternativas de processamento de fácil adaptação nos processos cores em tiragens médias.
e até mesmo a opção de chapas total- de impressão, com baixo custo e um
mente sem processamento. grande número de fornecedores.
Benefícios
Alternativas em secundários
Vantagens do CTP
chapas térmicas
O CTP proporciona o aumento
As chapas térmicas podem ou No CTP, as chapas são gravadas da qualidade dos impressos e fa-
não necessitar de sistema de pré- em condições mais uniformes. Com cilidades no uso de sistemas de
forno no processamento. Alguns isso tem-se registro perfeito nas hi-fi color, bem como a agilização
tipos de chapa podem ser grava- cores e menor índice de erros na dos processos de trabalho e au-
das alternativamente em prensas montagem, reduzem-se as chances mento da produtividade no setor
de contato convencionais, com lâm- de surgimento de chapas defeitu- de pré-impressão. Com o CTP
padas ultravioleta. Há dois tipos de osas, tem-se um melhor controle tem-se a redução de pessoal,
chapa sem processamento: ablativas das áreas de máximas e mínimas embora apenas em médio prazo,
e não ablativas. As não-ablativas têm do impresso, o que resulta em maior uma vez que num primeiro mo-
tiragem limitada, enquanto as abla- qualidade de impressão e possi- mento, o pessoal necessário pro-
tivas requerem a presença de um bilidade de uso de retículas mais vavelmente irá aumentar devido
sistema de sucção e filtragem dos re- finas, inclusive estocástica. O CTP à duplicidade de sistemas. Maior
síduos, instalado na platesetter. Existe também abre a possibilidade de flexibilidade no atendimento das
a opção de chapas para sistema de ajuste de máquinas de impressão e necessidades do cliente, oferecen-
offset waterless, sem uso de solução acabamento por meio de transmis- do menores prazos e bons preços
de molha, para impressos de altís- são de informações digitais (CIP em tiragens reduzidas é mais uma
sima qualidade e alguns modelos 3). Outro benefício é o menor uso vantagem do computer-to-plate,
permitem o uso de pós-forno para au- de sistemas de processamento sem contar a redução dos prob-
mentar a durabilidade em impressão, químico, com redução de problemas lemas ambientais devido à menor
que pode passar de um milhão de giros. ambientais e de saúde ocupacional. produção de dejetos químicos.

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DE IMPRESSÃO Cuidados
na implantação

Os sistemas CTP são uma fer- fluxo de trabalho digital eficiente e A adoção de sistemas computer-
PROCESSOS

ramenta: sozinhos, não resolvem adequado à realidade da gráfica, to-plate pelas gráficas de diversos
problemas no fluxo de trabalho ainda que baseado em fotolito. Por- segmentos do mercado é um camin-
ou no controle de qualidade. Eles tanto, fique atento em relação aos ho sem volta. Não há chances de
exigem mais disciplina na geração custos ocultos do CTP: equipamen- que sistemas baseados em filme
de arquivos, já que é bem maior a tos de prova de cor digitais, siste- reocupem o terreno perdido é não
possibilidade de erros de produção mas de gerenciamento de cores, existem mais dúvidas quanto ao fato
se converterem em grandes prejuí- scanners e software de copy-dot, de que os sistemas CTP funcionam
zos. Quem está pensando em mi- grandes sistemas de armazena- bem e são financeiramente vanta-
grar para o CTP não pode esquecer, mento e arquivo de dados, treina- josos. A questão real hoje é quanto à
ainda, que a redução de etapas de mento de pessoal etc. O retorno tecnologia a ser adotada, ao método
trabalho também significa elimi- dos pesados investimentos em de implantação e ao timing do pro-
nação de pontos de conferência e sistemas CTP deverá vir dos gan- cesso, obrigando a gráfica a tomar
checagem. Outro detalhe: cuidado hos de produtividade internos, em decisões difíceis quanto à política
com a pressão do marketing, que especial no setor de impressão, e de relação com os clientes, ao nível
clama pela implantação do CTP da economia de papel. Assim, é de sofisticação do setor de pré-im-
como diferencial de mercado e preciso cuidado na definição da pressão e ao sistema de workflow
chamariz de vendas. Com a dis- política de preços: a lógica atual digital. Mas, esteja certo: Uma im-
seminação do CTP, rapidamente de cobrar mais caro pelos serviços plantação mal-feita de CTP pode
esse apelo perderá a força. em CTP (absorvendo parte dos ser desastrosa, porém a recusa
Tão importante quanto a defi- custos do cliente com fotolitos) em iniciar um processo de adoção
nição d a c h a p a e s i s t e m a d e não deverá resistir à difusão da de novas tecnologias é receita certa
gravação é a implantação de um tecnologia pelo mercado. para uma tragédia em médio prazo.

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