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Fortaleza
2008
Revisão
Sérgio Roberto Nunes Freire
Imagem da Capa
óleo de Rembrandt
(Filósofo em Meditação)
Impressão
Gráfica LCR Ltda.
Rua Israel Bezerra, 633
Dionísio Torres - CEP 60135-460 - Fortaleza - CE
Fone (85) 3272.7844 - Fax (85) 3272.6069
www.graficalcr.com.br
e-mail: atendimento@graficalcr.com.br
166 p.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-86627-88-0
1. Filosofia I. Título
CDD: 100
1ª Edição
Dedicatória
“Minha gratidão a Deus, aos familiares e
amigos que direta ou indiretamente contribu-
íram para a elaboração deste livro, ao amigo
e mestre Cláudio Guterres, e a minha queri-
da esposa Soraya Aguiar, pela existência tão
doce. Dedico a todos aqueles que se interes-
sem pelo tema.”
José Anastácio de Sousa Aguiar
Sumário
Prefácio
“Que o jovem não espere para filosofar,
nem o velho de filosofar se canse. Ninguém,
com efeito, é ainda imaturo, ou já está de-
masiado maduro para cuidar da saúde da
alma. Quem diz não ter ainda chegado sua
hora de filosofar ou já ter ela passado, fala
como quem diz não ter ainda chegado ou
já ter passado a hora de ser feliz.”
(Epicuro – Carta a Menequeu)
O Porquê do Livro
O presente trabalho é fruto de uma pesquisa realiza-
da nos diversos livros citados na bibliografia ao final desta
obra, e começou como uma simples coletânea do que eu
achava mais interessante entre os 17 temas que escolhi.
Nada deste livro teria sido possível sem a ajuda e a
sempre pertinente orientação de Augusto Cláudio Fer-
reira Guterres Soares, digno de ombrear com as mentes
mais perspicazes e cultas da atualidade. Tive o privilégio
de ter podido adquirir, graças ao seu incentivo, o interesse
e a paixão pela filosofia. Agradeço ao fiel amigo a amiza-
de e a gentileza de ter pacientemente me orientado nas
diversas questões filosóficas. Cumpre também agradecer
os ensinamentos da eminente professora Renata Peluso,
que, com as suas brilhantes aulas e palestras, permitiu-me
um maior aprofundamento na busca filosófica. Em assim
sendo, grato pelo que recebi e consciente de que a mais
alguém essa pesquisa possa ser útil, resolvi publicá-lo.
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Poucos momentos históricos necessitaram tanto da
filosofia como a nossa atualidade. Por certo, temos infor-
mações em demasia, mas somos extremamente carentes
de formação. A ambição e o dinheiro fácil passaram a ser
o deus da modernidade, em detrimento dos mais caros
valores estóicos. A hipocrisia há muito destituiu a ética,
o silêncio foi substituído pelo burburinho incessante de
futilidades, a ganância travestiu-se de verdade, a honra foi
relativizada, e a Justiça... bom, essa, quem quer que a te-
nha idealizado, já a considerou cega.
Erram quando nos ensinam que temos que vencer a
competição da vida contra tudo e contra todos, posto que
raras são as batalhas que extrapolam o limite do nosso ser,
pois, na verdade, só uma competição verdadeiramente
deve nos interessar, aquela travada contra as nossas ser-
vidões, imperfeições e limitações no campo de batalha do
nosso eu. E sobre este tema Espinoza nos auxilia: “Chamo
servidão a impotência do homem para governar e refrear
suas paixões. Com efeito, submetido às paixões, o homem
não é autônomo, mas dependente da fortuna, de tal modo
estando sob o seu poder que muitas vezes é forçado a fa-
zer o pior, mesmo que veja o melhor” 1.
Muitas são as lições que os grandes pensadores nos
legaram. Sócrates propicia a descoberta da autonomia
moral da consciência, Epicuro nos lembra que o prazer da
sabedoria aproxima o homem de Deus, Pitágoras ensinava
que ao educar as crianças, não seria preciso punir os ho-
mens e os Iluministas exaltam a confiança na força libertá-
ria das luzes do conhecimento.
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Capítulos
O primeiro capítulo tinha a ousada pretensão de trans-
crever algumas citações sobre o Amor. Após muito procu-
rar e analisar, cheguei à conclusão de que nenhum outro
texto trata de maneira tão sintética e poética sobre o tema
do amor conjugal, que a poesia do mestre Mário Quintana
referida. Apesar de em todos os outros capítulos existirem
várias citações sobre os diversos temas, nesse específico, fiz
questão de deixá-la sozinha, o leitor entenderá por quê.
Nos demais capítulos, será possível desfrutar os pen-
samentos de vários dos principais filósofos da humanida-
de, bem como compartilhar das emoções que tomaram
conta dos pensadores ao manifestarem seus conhecimen-
tos. E é justamente por isso que resolvi destacar as idéias
da forma mais completa possível, transcrevendo, às vezes,
páginas inteiras, e não somente palavras ou frases isola-
das, para que o leitor possa ter a devida abrangência do
contexto que envolve cada idéia.
Mais de dois séculos de conhecimento foram co-
bertos e várias das principais correntes de pensamento
destacadas para que o leitor possa refletir e, quem sabe,
identificar-se com o seu pensador predileto.
Quanto aos livros utilizados, optei por priorizar os
clássicos, aqui entendido como aqueles autores e livros
que são atemporais, posto que suas mensagens aplicam-se
em qualquer contexto histórico. Em que pese ter realizado
transcrições preferencialmente desses livros, identifiquei
na bibliografia, posta ao final, todos os livros que, de uma
forma ou de outra, tratam dos temas dispostos no índice.
Por certo, não há alguma pretensão de esgotar qual-
quer das questões abordadas, mas sim despertar a curio-
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O Despertar para a Filosofia
Relativo x Absoluto
Poucos conceitos são tão importantes para o estudo
da filosofia como a verdadeira compreensão do significa-
do das palavras relativo e absoluto.
Esta questão não é nova. Já foi abordada por quase todos
os filósofos de uma maneira ou de outra, como por exemplo,
quando os primeiros pensadores procuraram identificar o
arkhé, ou o princípio único que rege o universo.
Sugiro esta abordagem... Entenda-se por relativo tudo
que estiver sob a égide da relação tempo-espaço. Se algo
está sujeito e, por via de conseqüência, tem seus limites
nesta equação, enquadra-se e pertence ao relativo.
Como conseqüência dessa relação, tudo pode ser carac-
terizado e definido, mantendo-se determinados parâmetros,
bem como, alterado qualquer fator anterior de medição, pode
ser alterado o resultado final. Em outras palavras, o relativo está
intimamente ligado aos valores do observador e tem como
uma de suas principais características a mutabilidade.
Cumpre alertar, entretanto, que em que pese todas
as verdades que possamos alcançar sejam relativas, este
relativismo é diferente daquele proposto por Protágoras,
ao proclamar que ‘o homem é a medida de todas as coi-
sas’. Ele apontava pertencer a cada qual a sua verdade, o
que não nego, mas enfatizo que há outro grupo de verda-
des que podem ser tão abstratas quanto a totalidade das
idéias, senão vejamos Fernando Pessoa sobre o tema:
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3 Kobusch, Theo (org) – Filósofos da Idade Média; Tradução Paulo Astor Soe-
the – São Leopoldo – Editora Unisinos – pág. 279.
4 COMTE-SPONVILLE, André – Pequeno Tratado das Grandes Virtudes; Tradução
de Eduardo Brandão – São Paulo – Editora Martins Fontes – 1995 – pág. 40.
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O Ser e o Não-Ser
Outra questão interessante, neste contexto, é o deba-
te filosófico entre Parmênides de Eléia e Heráclito de Éfeso.
Ambos tentavam entender o universo ao seu redor e para
isso especulavam sobre a unidade e a imobilidade do Ser.
Parmênides acreditava que toda mutação era ilusória
e o Ser era uno e imóvel, bem como eterno e imutável. Em
razão de seus estudos entre o Ser e o não-Ser, ficou co-
nhecido como o fundador da metafísica ocidental.
Já Heráclito, também conhecido como o pai da dialé-
tica, ensinava que tudo estava em perpetua mutação, não
sendo possível alguém banhar-se duas vezes no mesmo
rio nas mesmas condições, pois nem as águas, nem as pes-
soas seriam as mesmas.
O estudo acurado dessas idéias permitirá ao leitor
entender melhor o alcance das obras de Espinoza.
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Por certo, suas idéias não seriam tão robustas se ele não
as tivesse vivido plenamente em seus 44 anos. Se seus escritos
o transformaram em um dos maiores filósofos da humanida-
de, sua vida o elevou à categoria dos grandes mestres. Muitas
décadas depois de sua morte, por ocasião da inauguração de
um monumento em sua homenagem em Haia, foi dito: “Eis
aqui o homem que teve a mais profunda visão de Deus”.
As religiões e a Liberdade
O Deus da bíblia judaica possui inumeráveis atribu-
tos, passando de Deus caridoso, bondoso e complacente,
a vingativo, punitivo e colérico, de acordo com os atos pra-
ticados pelo povo de Israel.
Os concílios cristãos e os primeiros papas, ao cria-
rem o Novo Testamento, entenderam que ele deveria
ser uma continuidade lógica do velho, talvez para fazer
uso das profecias que anunciavam a chegada do Mes-
sias, ou mesmo para dar coerência à história cristã. En-
tretanto, pelo que entendo da mensagem de Cristo, é
que Ele veio justamente para romper com a tradição hi-
pócrita de um sistema corrupto e injusto, seja ele pagão
– romano, ou religioso.
Ao que me parece, a adoção do cristianismo por parte
do Imperador Constantino e o posterior reconhecimento
como a religião oficial, por Teodósio I, em 380 d.C., deram
uma sobrevida ao Império Romano, graças à unidade e à
centralização, entretanto, trouxeram uma série de conse-
qüências indesejáveis à Igreja Primitiva. A força da mensa-
gem de Jesus, o Cristo, baseada na compaixão, mansidão
e no amor, perdeu autoridade ao imiscuir-se à corrupta
administração romana. O conteúdo deu lugar à forma, os
rituais avançaram sobre a genuína fé e a qualidade foi de-
finitivamente substituída pela quantidade.
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O dedo de Deus
Nesse contexto, vemos que o relativo não é suficien-
temente pleno para nos dar todas as explicações, como já
desconfiava C. G. Jung ao introduzir um novo conceito, a
sincronicidade. Trata-se de estudo desenvolvido, em me-
ados do século XX, pelo eminente médico, na tentativa de
explicar acontecimentos que não podem ser definidos por
meio da teoria causalista. A sua explicação estaria calcada
numa relação de significado entre dois ou mais eventos,
talvez por isso seja também chamada por seu elaborador
de coincidência significativa.
Em verdade, Jung acrescenta um novo capítulo ao
problema da causalidade, tão discutido por David Hume e
brilhantemente abordado por Immanuel Kant.
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O Espanto
A partir de um determinado momento na História, o
homem já não mais se contentava com as antigas expli-
cações mitológicas herdadas de seus antepassados e di-
fundidas por meio da tradição e do medo entre os seus. A
busca por respostas ao seu espanto perante o desconhe-
cido, inicialmente identificado pela natureza e seus fenô-
menos, gerou a inquietação necessária para o desenvolvi-
mento do seu livre pensar.
Foi na Jônia, colônia fundada na costa asiática da Gré-
cia por antigos micênios, que surgiram os pioneiros do
pensamento ocidental. A filosofia, assim considerada pela
tradição clássica, tem seu início com Tales, nascido em Mi-
leto entre o final do século VII e meados do século VI a.C. O
período que compreende o nascimento de Tales até a mor-
te de Aristóteles, três séculos depois, pode ser considerado
como o mais abundante em idéias e teorias sobre as mais
diversas áreas da natureza e do homem. Quase tudo o mais
que veio após, de uma forma ou de outra, é derivação dos
fundamentos lançados no berço da filosofia.
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Os Mitos Platônicos
Platão, sem sombra de dúvida, foi um dos principais
pensadores de toda a história da humanidade. Escreveu
sobre quase todos os temas relevantes para o ser humano,
tais como a ética, a política, a metafísica e a teoria do co-
nhecimento. Conhecido principalmente por sua Teoria das
Idéias ou Teoria das Formas, foi por meio dos seus mitos,
que seus pensamentos obtiveram grande notoriedade.
A mais conhecida e talvez a mais profunda metáfora
elaborada pela filosofia de qualquer tempo é o mito das
cavernas, narrado no Livro VII, da República.
Sobre esse mito, bom que se diga de início e que pou-
cos sabem que, no livro referido, Platão em seu diálogo
está tratando do tema educação, no contexto da formação
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Filósofo em Meditação
A escolha da capa foi uma atividade bastante insti-
gante, que transcorreu em três momentos distintos. Sem-
pre quis ter como capa uma obra de arte para que pudes-
se conciliar e oferecer como tributo ao ser humano duas
jóias da sua natureza: a arte e a filosofia.
Inicialmente, ocorreu-me utilizar a pintura de Miche-
langelo disposta no teto da capela sistina situada no Vati-
cano, conhecida como ‘A criação de Adão’. Apesar de sua
beleza, a obra, como seu próprio nome diz, não tinha per-
tinência com o presente livro. Em um segundo momento,
a escultura de Auguste Rodin, denominada, ‘O Pensador’,
pareceu-me ser uma ótima opção, entretanto, ainda não
estava plenamente satisfeito.
Foi então que surgiu durante uma pesquisa o mag-
nífico quadro de Rembrandt, intitulado ‘Filósofo em Me-
ditação’. Nele só há basicamente duas cores o amarelo e
o preto, com suas diversas matizes. Eu tinha encontrado a
pertinência aliada à beleza.
A meu ver, além da genialidade explícita do autor, a
obra contém alguns símbolos implícitos em total harmonia
com o seu escopo. O filósofo em meditação à esquerda da
tela foi retratado com extrema maestria e a representação de
sua profunda introspecção impressiona. Entretanto, o que
pretendo destacar são dois outros elementos presentes que
dão grande vigor ao óleo, quais sejam: o fogo e a escada.
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Conclusão
Quanto ao objetivo maior do estudo filosófico, creio
que Cícero bem o resumiu: “Sócrates repetia que julgava
sua tarefa cumprida, logo que as suas exortações tinham
despertado suficientemente na alma de uma pessoa o
desejo de conhecer e abraçar a virtude. Quando se está
firmemente convencido de que nada vale a satisfação de
7 SAN-MARTIN, Louis-Claude de – O Ministério do Homem-Espírito – Curiti-
ba/PR – Ordem Rosacruz – 2001 – pág. 19 e 20.
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Amor
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Deus
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Discernimento
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“A Misteriosa Excelência
Aquele que conhece o Tao, não fala.
Aquele que fala do Tao, não o conhece.
Quem o conhece, mantém a boca fechada e fecha
também as portas dos sentidos e da mente.
Procura desfazer as complicações das coisas e aparar
as suas arestas.
Diminui a sua luz, a fim de amoldar-se à obscuridade
dos outros.
Isto se chama a Misteriosa Excelência.
Tal indivíduo não pode ser tratado de modo familiar
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Filosofia
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Firmeza
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“Integridade e firmeza.
Esteja sempre do lado da razão, e com tal firmeza de
propósito, que nem a paixão comum, nem a violência tirâni-
ca o desviem dela. Mas onde encontrar essa fênix de equi-
dade? Poucos se dedicam à integridade. Muitos a festejam,
mas poucos a visitam. Alguns a seguem até que a situação
se torne perigosa. Em perigo, os falsos a renegam, e os polí-
ticos astuciosamente a disfarçam. Ela não teme pôr de lado
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Liberdade
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Morte
lhante, que não lhe interessa mais vencer, porque não lhe
disputa o espaço vital. Sua luta é contra a própria anima-
lidade, única coisa que o impede de dominar, subindo. O
evoluído, ao descobrir essa vida maior, não teme a morte,
porque sabe que não morrerá de maneira nenhuma.”
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Ordem
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Com efeito, tal como num círculo, seja qual for a sua
amplitude, há um único ponto médio para o qual todas as
coisas convergem (a que os geómetras chamam centro),
embora as partes de todo o contorno possam dividir-se
inumeravelmente, contudo nada está fora daquele pon-
to único, pelo qual todas as outras partes são medidas
de igual modo, e que domina todas com uma certa igual-
dade de direito; e, de facto, se quisermos partir dali para
qualquer parte, tudo se perde, na medida em que se diri-
ge para o múltiplo; do mesmo modo o espírito, disperso
de si próprio, desgarra-se numa espécie de imensidade e
consome-se numa verdadeira penúria, uma vez que a sua
natureza o obriga a procurar o uno onde quer que seja, e
o múltiplo não permite que o encontre. (...)
Com efeito, nada há mais em qualquer lugar para nos-
sa consideração do que a medida das coisas, que ninguém
pode não reconhecer. Contudo, aprendê-la, quando alguém
se empenha em fazê-lo, é muitíssimo difícil e raro. (...)
Ter o espírito submerso é comum a todos os estultos e
indoutos, mas a sabedoria não estende a sua mão e a sua ri-
queza de um único e mesmo modo a todos os que estão sub-
mersos. Acreditai, há uns que são chamados para as coisas do
alto e há outros que são abandonados nas profundezas. (...)
Ora; que existe um outro mundo, muitíssimo afasta-
do destes olhos, que o intelecto de uns poucos que têm
saúde pode ver, o próprio Cristo o indica suficientemente.
Ele não diz: ‘O meu reino não é do mundo.’, mas sim: ‘O
meu reino não é deste mundo’. (...)
E a verdadeira e, por assim dizer, genuína filosofia
não se ocupa de nenhuma outra tarefa senão a de ensinar
qual seja o princípio sem princípio de todas as coisas. (...)
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Paz
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Política
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Religião
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Retidão
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Sabedoria
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Tolerância
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Transcendência
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Vaidade
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“Posições Incômodas
Quem fica na ponta dos pés, não tem firmeza.
Aquele que abre as pernas demais, não anda facilmente.
Da mesma forma, o que se mostra, não brilha.
Quem defende seus pontos de vista com obstinação,
não é cortês.
O homem que se vangloria, não tem seu mérito re-
conhecido.
Quem é orgulhoso, não possui a superioridade que
pretende ter.
Tais condições, do ponto de vista do Tao, são como
remanescentes de comida, de um tumor do corpo e de
tudo que é excrescente.
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Vida
“Das Idéias
Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez do que vestir a verdade,
que dentro em ti se achava inteiramente nua...”
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“Saber esquivar-se.
Uma das maiores regras da vida consiste em saber
negar, e é ainda mais importante recusar tanto certas ta-
refas quanto aos outros. Existem certas atividades incon-
venientes – traças do tempo precioso -, e ocupar-se com o
descabido é pior do que não fazer nada. Para ser prudente
não basta não se intrometer nos assuntos alheios: é preci-
so também impedir os outros de se intrometer nos seus.
Não se dê aos outros ao ponto de não poder mais se dar a
si mesmo. Não abuse de seus amigos, nem lhes peça mais
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Este livro foi composto na fonte Optima (T1), corpo 10, 11, 12, 15
e 16. O miolo foi impresso em papel pólen soft 80 g/m² e a capa
em cartão supremo 250 g/m², na Gráfica LCR, em maio de 2008
E
ste livro traz o melhor de vários dos maiores filóso-
fos da história da humanidade. Distribuído em 17
temas, todos intimamente ligados aos aspectos mais
importantes do dia-a-dia do ser humano, esta obra per-
mitirá ao leitor refletir sobre questões como a paz, a sa-
bedoria, o amor, a vida, a morte, dentre outras.