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SÃO PAULO
Cantar é libertação.
Cantar é também conservar a ju ventu de.
C antar é ver o mundo lindo.
Cantar é amar a vida .
Cantar é sonhar u m paraíso.
Cantar é ter D eu s no coração.
FISIOLOGIA DA VOZ
Evolução da v o z nas di f e re nt e s fases d a vida»
2) S egu n d a
men in ice dos 6 aos 12 anos — dos 5 aos 6 ou 10 anos
— 6 —
E x is te , pois, o p rob lema d a m u d a de voz, p r in cip a l-
mente en tre os men in os ; en tre êstes é qu e, em verd a d e,
opera- se u m a transformação r a d ica l d a voz.zyxvutsrqponmljihgfedc
A mu da da
voz apresenta- se, e m ger a l, como dissemos, com d etermi-
n a da s características; contu do há casos em qu e a s mes -
ma s d eix a m de a pa recer, agindo a n a tu r eza s orra teira -
mente. A mudança de voz é u m p r ob lema s emp re ig u a l,
a presenta ndo idênticos ca ra cteres , m a s p a r a s er nota da ,
torna - s e necessário ob s erva r s egu ida mente a mes ma
criança) vis to q u e só em relação a u m estu do ou ob s erva -
ções a nteriores é qu e podemos a p recia r s e h ou ve ou não
mutação n a voz. M u ita s vêzes o fenómeno pode p a s s a r
desperceb ido ao melh or ou vido; a m u d a fêz-se então i n -
s en s ivelmen te, s em rouquidão n e m dissonância, s u pon-
do-se qu e em ta is casos a voz modificou - se ao mes mo
tempo em toda a extensão d a s u a es ca la , como se ob s erva
nas moças.
M a g r in i — D u r a n te o período em qu e se r ea liza a m u -
dança d a voz, é hábito corrente dos professores a crença
a r r a iga d a de qu e não se possa, e n em se d eva fa zer ca n ta r
os a lu nos, por temor de qu e a voz s e p reju d iqu e, ou a i n -
da , de qu e pos s a m mes mo perdê- la". Is to pode acontecer,
porém somente no caso em qu e o ca nto s eja ens ina do de
modo empírico, qu a ndo se ignore como tr a ta r a voz e
como exercitá- la; es ta s são a s ver d a d eir a s ca u s a s e or i-
gens da s a b s u rd a s afirmações de qu e, d u r a n te a mudança
da voz, não sè possa ca n ta r. B on n ier e M a g r in i são os
qu e m a is logica mente nos dão a mudança de voz com r e l a -
ção ao ens ino de C a n to Orfeônico.
D eve a criança ca n ta r ou não d u r a n te a m u d a de voz?
E ' das m a is a credita da s opiniões de mes tr es in ter n a -
ciona is qu e deve a criança ca n ta r, e convém in icia r logo.
A criança pode a p ren d er desde mu ito j ovem a r es p ir a r
no ca nto, através de ginástica, d a música e do solfejo.
O s exercícios de ginástica até fa zem m u ito b em, a ju d a n -
do o cres cimento. A música abrirá à criança novos h or i-
zontes; educar-lhe-á o ou vido, a b rin do- lh e a consciência
sob re os in ter va los de u m a têrça, u m a qu a r ta , e tc . . B e -
neficiará a criança qu e a p ren d er o compasso, des perta n-
do- lhe o r itmo m u s ica l.
P a r a lela men te ao des en volvimen to m u s ica l, a criança
pode e deve es tu da r o canto dentro dos limites d a s u a
tes s itu ra , e de u m tempo mínimo de 20 min u tos ou m eia
h or a por s ema n a . A criança poderá ca n ta r n a igr eja , em
coros in fa n tis adequ ados e s implifica dos p a r a s u a idade,
e também n a escola. Porém tem qu e s er vig ia d a p a r a qu e
essas práticas de cantos escola res e religiosos s eja m mo-
deradas e b em dirigida s . O s pa is cuidarão também da
voz fa la d a , porqu e em casa ou n a escola e sob retu do
d u ra n te os recreios a s crianças g r ita m e vocifer a m. Até
n a classe, ao fa la r forte e em voz a lta , fazem- no com
exageração. E m s u ma , a criança deve a prender a va lo-
r iza r o s eu instrumènto voca l, como se tra ta s s e de u m
violin o de gra nde preço.
O s estu dos de canto têm como ob jetivo a educação
e o des envolvimento m u s ica l. A criança b em d irigid a ,
b em in for ma d a dos perigos do esforço voca l, aprenderá
a ca n ta r com ju s teza e a ca n ta r no compasso. Poder-
se-á con verter, qu em sab e, até n u m músico. E ' a b ase
fu n d a men ta l p a r a a a rte d a voz ca nta da .
(A)
2.°) CORAL
O CANTO
Vo z e s preparadas o u cult iv adas em harmo-
produz ido pela
ni a — conjunto harmónico
laringe humana» .
INSTRUMENTO
VIVO
4.°) CANTO DE BRAVURA ORFEÔNICO
De 1600 a 1850 Criação do Maest ro
He i t o r Vi l l a-L o bo s
— 9 —
C O R A L : — E * u m conju nto de vozes cu ida dos a mente
selecionadas e exige u m número redu zido de cantores.
O s eu repertório é de gra nde en ver ga d u r a e requ er
de seu s componentes u m perfeito conhecimento da
técnica voca l e mu s ica l, en fim d a a rte do B elo.
— 11 —
Noções ge rai s so bra o esquelet o hum ano .
1. Lo ngo s (membros)
2. Chat o s f omoplat as
Fo rm a ou \ ilíacos
dos i largos t crânio
ossos
3. Curt o s (c arpo , t arso )
— 13 —
diáfise { corpo de um osso comprido.
Separação;
{
dos extremidade de um osso longo, formado
Ossos epífise de tecido esponjoso, que tem um ponto
de ossificação di st i nt o ;
1. Região c e rv i c al tonjedcTP
— tem 7 vértebras qu e for ma m
o pescoço. A p r im eir a denomina- se at las, a segu nda áxis
e s erve de eixo, qu ando se fa z gir a r a cabeça sob re o
pescoço; a sétima é a pro e m i ne nt e , por s er ma is s a liente,
posteriormente, qu e todas as ou tra s .
— 14 —
mentezyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFEDC
a u m a vérteb ra da região d ors a l e ao esterno por
u m a ca r tila gem própria. A s fa ls a s for ma m 3 pa res . Pos -
ter ior men te liga m- s e d ireta men te às vérteb ras dorsais e
a n teriormen te de u m modo in d ireto ao esterno. O segu n-
do p a r de costelas prende- se ao p r imeir o, e o terceiro ao
segu ndo, tu do por meio de ca rtila gen s . A s costelas f l u -
tu a ntes , em número de dois pa res , são a s s im cha ma da s
porqu e só se p ren d em às vértebras dors a is ; a n teriormen te
são livr es .
O esterno é u m osso situ ado n a l in h a med ia n a a nte-
r ior do tórax, onde se p ren d em as costelas verd a d eira s e
as clavículas. In fer ior men te ter m in a por u m a ca r tila -
gem denomina da apêndice xifóide. P e l a g r a vu r a do es-
qu eleto de fren te e de costa qu e v a i ilu s tr a n d o a lição
poderemos ob s erva r melh or os nomes dos ossos e as su as
forma s .
— são dois ossos compridos, em for ma
Cl av í c ul astonjedcTP
de " S " alongado, s itu a dos n a p a rte s u perior e a n terior do
tórax, a rticu la ndo- s e com o esterno.
— 15 —
M USCUL A T UR A
— 16 —
— LI —
O s músculos. — proprieda des fisiológicas.
1. cabeça
2. pescoço
3. região posterior do tronco
Músculos i 4. tórax
5. abdómen
6. memb ros su periores
7. memb ros inferiores
elasticidade
— 18 —
Fo rm a fusiformes em leque
dos
circulares
músculos
— 19 —
A R T I C U L A Ç Õ E S
— 20 —
a extr emid a d e in fer ior do ú mero e a s extr emid a d es su pe-
r ior es do rádio e do cúbito, ca pa z de ex ecu ta r movimen -
tos de flexão e de extensão.
A articulação do pu n h o, ou rádio-carpianâ, en tre d
extr emid a d e in fer ior do rádio e três dos qu a tro ossos da
p r im eir a fil eir a do ca rpo: o escafóide, o s em ilu n a r e o
p ir a m id a l; a articulação coxo- femu r a l ou d a a n ca , p a r a a
q u a l con correm a ca vida de cotilóide do osso ilíaco ou
cox a l e a cabeça do fému r; a articulação do joelho, em qu e
toma m p a r te a extr emid a d e in fer ior do fému r, a ex tr e-
mid a d e s u p erior d a tíb ia e a fa ce pos terior, a rótula; a
articulação tíbio-társica, ou do tornozelo, e m qu e en tr a m
as extremid a d es in feriores d a tíb ia e do perónio, e a s u p er-
fície s u perior do astrágalo".
São tamb ém articulações d ia rtros es : as dos dedos da s
mãos com ,os meta ca rp ia n os ; a s dos dedos dos pés com os
metatarsianosç a s das fa la nges en tre s i, e m u ita s ou tr a s .
— 21 —
Apare lho Fo nado r
— 24 —
p a r a imp ed ir qu e os a limentos pen etrem n a la r in ge e nos
órgãos d a respiração.
G lote.tonjedcTP
— (C orda s voca is ). — G lote é o espaço exis tente
en tre as corda s voca is e pelo q u a l pa s s a o a r . A b ase dêste
triângulo, ou , por ou tra , o ma ior diâmetro tr a n s ver s a l da
glote é de cinco milímetros n a m u lh er e oito milímetros
no homem, medida s essas qu e va r ia m mu ito, conforme o
movimen to qu e a glote faça ao se r es tr in gir ou se d ila ta r .
G lote é a a b er tu r a d a la r in ge cir cu n s cr ita pela s du a s cor-
das voca is in feriores . S ob re as corda s voca is estão ou tros
dois pequ enos lábios chamados "fa ls a s cordas voca is " ou
também "aritenóides s u p eriores ".
A s qu a tro cordas voca is não têm a m es m a importân-
cia . A s inferiores são de a b s olu ta necessidade p a r a a pro-
dução dos sons, enqu a nto as s u periores são fa ls a s porqu e
não produ zem som. São, porém, protetoras das cordas
voca is .
N o momen to qu e a epiglote, por qu a lqu er circunstân-
cia , d eixe de fu n cion a r, s u b s titu em- n a as cordas voca is ,
evita ndo qu e qu a lqu er a limen to ou s a liva penetre nos ór-
gãos respiratórios.
TiróidejLJ — C a r tila gem s itu a d a n a pa rte a ntero- su perior
da la r in ge . G lândula ou corpo tiróide, glândula va s cu la r
sanguínea, s itu a d a n a pa rte a n terior e in fer ior da la ringe.
Cricóide — C a r tila gem a n u la r d a la rin ge, s itu a da no
fu ndo dêsse órgão.
Tr a q u eia — C a n a l qu e estab elece a comunicação en-
tr e a la r in ge e os brônquios e qu e s erve de passagem ao
a r d u r a n te a inspiração e a expiração; é fib ro- ca rtila gi-
noso, situ a do n a frente do esôfago; compõe-se de dezoito
a vin te arcos ca rtila ginos os , ou anéis, qu e for ma m as
três qu a rta s pa rtes de u m a n el qu e é interrompido atrás
por u m a b a in h a fib ros a , ch a ma d a porção memb ra nos a .
Brônquios — N a extremid a d e in ferior a traquéia se
b ifu r ca , dando dois tu b os — os brônquios — cada u m dos
qu a is se dirige p a r a u m pulmão, em qu e penetra . No in -
terior dos pulmões estes condu tos se r a m ifica m em canalí-
cu los mu ito finos — os bronquíolos.
Pulmões — O s pulmões, em número de dois, estão s i-
tu ados n a ca ix a toráxica, aos lados da colu na ver teb r a l e
cons titu em o órgão p r in cip a l d a respiração. "São os p u l-
mões os órgãos essencia is da respiração exter n a , pois a tra -
vés de s u a s paredes se efetu a m as trocas gasosas entre o
a r in pira do e o s a ngu e; separa- os u m a série de órgãos i m -
— 25 —
porta ntes : o coração, o esôfago, a artéria a orta , e tc , qu e,
no conju nto, toma m o n ome de med ia s tin o".
D en testonjedcTP
— A r ca d a s dentárias — con s titu em u m corpo
du ro, indispensável ta nto à mastigação como à saída ex a ta
da colu n a sonora . S e, por exemplo, não hou ves s e senão
os lábios a colu n a s onora s a ir ia ca va , in cer ta e, por isso,
desarmônica. O órgão de deglutição e de respiração comu -
nica - s e com as fossas na s a is , com a ca vida de b u ca l, com
a la r in ge e com o esôfago. D u r a n te a deglutição os or i-
fícios destinados à pa s s a gem do a r se fech a m p ela função
da epiglote.
D ia fr a g m a — Músculo in ferior, s itu a do deb a ixo dos
pulmões, com u m a b ase de modo a d ivid ir o tórax do
abdómen. T e m gra nde importância n a respiração. E ' o
p r in cip a l músculo in s p ira d or. A d ema is , n o s eu a b a ix a -
mento, não só se d ila ta o tórax como a in d a se comp r imem
as vísceras a loja da s no abdómen cu ja pa rede a n terior se
desloca p a r a a fr e n te . ' — "Tip os respiratórios. — N a in s -
piração pode p r ed omin a r a a tivid a d e do d ia fr a gma ou a
dos músculos eleva dos das costelas, pelo qu e se d is tin -
gu em dois tipos respiratórios: o diafragxnáiico, ou abdo-
m in a l , próprio do s exo ma s cu lin o e o cos ia l, próprio da
mu lh er . Êste último tipo começa a ma n ifes ta r- s e ma is ou
menos aos dez anos de ida de".
F a r in g e — Está s itu a d a atrás das ca vida des n a s a l e
b u ca l; por isso toma o nome n a s s u a s três porções: naso-
fa rin ge, b u co- fa ringe e esofaringe. S er ve de pa ssa gem
ta n to ao a r d a respiração como ao b olo a limen ta r . A s du a s
via s se cr u za m , a n a s a l e a b u ca l, ma s não fu n cion a m
s imu lta n ea men te, pois qu e no ato d a deglutição inib e- se
a a tivid a d e respiratória p ela interferência lógica da ep i-
glote.
L a r in g e — A la r in ge é u m condu to de esqu eleto ca r-
tila ginos o, s itu a do n a p a rte a n terior do pescoço . N a com-
posição da la r in ge en tr a m a s segu intes ca rtila gen s : tirói-
de, cricóide, aritenóides, epiglote. C on s titu i o verd a d eiro
e próprio órgão voca l, istõ é, o a pa relho onde têm origem
as vibrações sonora s e onde s e for ma a voz. A la r in ge é
for ma d a de u m tu b o ca rtila ginos o, qu ase tr ia n gu la r , ab erto
na s du a s extr emid a d es p a r a a pa s s a gem do a r , ta nto n a
inspiração como n a expiração. N a s u a p a r te in ter n a , qu e
é recob erta por u m a mu cos a , a cha m- s e as cordas voca is
M a x il a r es — S u p er ior e in fer ior — d eter min a m o or i-
fício ou a a b er tu r a d a b oca.
— 26 —
D IA F R A G M A V IS TO D E C IM A
(esquemático)
1) — C en tr o frênico
3) — Esôfago
a) — F e ix e s a nteriores ou es terna is
b ) — F e ix e s la ter a is ou costais
— 27 —
DIAFRAGMA
— 28 —
APARELHO F ONA DOR
2. °) — D IS PO S IÇ Õ E S G E R A I S E D I M E N S I O N A I S —
( F O R M A I N T E R N A ) — A região p a la tin a tem a for ma
de u m a abóbada e, por isso, tem o nome de abóbada p a la -
tin a , qu e se dá ao segmento a nterior. S e u comprimento
é de oito a nove centímetros, dos qu a is qu a tro a cinco cen -
tímetros correspondem ao véu do p a la d a r e qu a tro cen -
tímetros, à abóbada p a la tin a . S u a la r g u r a med e qu a tro
centímetros em s eu segmento a n terior e cinco (centímetros
em s eu segmento posterior. S u a a ltu r a é de u m centíme-
tro e meio.
— 29 —
lis a , u n iforme, de côrzyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJ
r o s a d a e s u a superfície ch eia de
pequ enos orifícios gla n d u la res , visíveis com u m a len te
D u r a , ma n ifes ta men te óssea n a meta de a n terior (abó-
b a da p a la tin a ) e mu ito res is tente, es s encia lmente móvel
e contrátil n a meta de pos terior (véu do p a la d a r ), p a r a
responder ao pa pel qu e a porção des empenha n a Sucção»
deglutição e fonação.
— 30 —
C O RTE FRO N TAL DA LARIN G E
©
1) — E p iglote
2 — Ventrícu lo d a la rin ge
3) — Porção sub-glótica
4) — Tr a q u eia
a) — C or d a voca l s u perior
b ) — C or d a voca l inferior.
— 31 —
L A R I N G E
Cricóidea
Cart ilagens * '.j ÍSantorini
Ant e no i de as |Wr i sbe r g
da laringe
Tiróidea
—zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
A ca r tila gem cricóide não é
Cart i l ag e m Cricóide tonjedcTP
ou tra coisa qu e o p r imeir o a n el d a traquéia modifica do
p a r a s u porta r a la r in ge p rop ria men te d ita ; a pres en ta a
for ma de u m a cor tin a de encadeamento posterior. Os-
sifica- se, como a s dema is ca rtila gen s d a la rin ge, a p a r tir
da idade a d u lta .
— O s ângulos s u periores do
Cart i l ag e ns AritenóideasjLJ
enca dea mento d a p a rte a lta do cricóide s u p orta m as ca r -
tila gen s aritenóides, pequ enas pirâmides tr ia n gu la r es ,
cu jo vértice s u perior é livr e, e cu ja b ase in ferior des-
ca ns a sob re o cricóide. O vértice de ca da aritenóide, d ir i-
gido até em cima , se in clin a ligeira men te p a r a dentro
e chega ao lado oposto. Está a aritenóide coroa da p ela
ca r tila gem cor n icu la d a de S a n tor in i, qu e adere in tima -
men te e con tin u a . A b ase oferece du as apófises: u m a
a nterior, ch a ma d a apófise voca l e ou tra exter n a , deno-
m in a d a apófise mu s cu la r , porqu e n ela se in s er em os mús-
cu los motores das ca rtila gens .
— 32 —
nóides e cu ja cu r va tu r a v a i p a r a den tro e p a r a trás; põem-
se, a s s im, em contato com o lado oposto.
C a r tila gen szyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGF
de Wri sbe rg — A s ca rtila gen s de W r i s -
b erg, em nú mero de du a s , como a s precedentes, u m a d i-
r eita e ou tr a es qu erda , a cha m- s e s itu a da s n a s prega s a r i -
tenoepiglotes. C a d a u m a delas r eves te a for m a de u m
pequ eno cilin d r o de 8 a 10 milímetros de a l tu r a p or 2
de la r g u r a . A s dema is ca rtila gen s d a la r in ge são cons-
ta ntes, estão s itu a d a s em ger a l n a s prega s aritenoepigló-
tica s , a dia nte d a b orda a n terior d a s aritenóides, u m a de
ca da lado e têm for m a de bastões. A p r es en ta m variações
de ta ma n h o conforme a ida de.
A s diferentes peças ca rtila ginos a s des crita s estão r eu -
n id a s en tre s i por s imp les liga mentos e por ver d a d eir a s
articulações q u e certo número de músculos põem em mo-
vimen to.
— 33 —
T e o ri a so bre *o so m lari nge ano
D iver s os fisiologista s de renome a s s im se exp r es s a m
sob re como cons idera m o som la ringea no.
"G a len o e os antigos comp a r a va m o a pa relho voca l a
u m a fla u ta , d a q u a l a traquéia s er ia o corpo e a la rin ge
a b oca ".
L a r in g e de um recém-nascido
— 34 —
(isto é, aos doze ou treze anos), a la r in ge desenvolve- se
ràpidamente d u ra n te u m período qu e l eva de seis meses
a dois ou três anos, até qu e con clu a o ta ma n h o n or m a l.
N os ra pa zes a s proporções de volu m e cres cem de 4 a 6
centímetros, de acordo com a es ta tu ra .
C omp a ra n d o a s corda s voca is de u m soprano com
a qu ela s de u m b a ixo, nota- se ta l diferença em s u a s d i-
mensões de comprimento, l a r g u r a e es pes s u ra , qu e não
há a men or hesitação p a r a estab elecer qu a is produ zem zyxvuts
u m a v o z ag ud a e q uai s u m a g rav e . F i c arí am o s a d m i r a -
dos do fato qu e a s proporções de u m a la r in ge ma s cu li-
n a s eja m n o s eu conju nto tão ma iores qu e as de u m a
femin in a , mes mo com es ta informação.
A té no momen to d a pu b erda de a s qu a lida des d a voz
são, em comparação, qu a se a s mes ma s n u m ou nou tro
s exo. S omen te depois d a m u d a é qu e es ta age de modo
a d eter min a r o género d a voz própria de ca da indivíduo.
A la rin ge femin in a a pres enta , então, dimensões menores
qu e aqu elas d a la rin ge do homem, n a proporção de apro-
x ima d a men te 6 p a r a 9. A la r in ge femin in a é menos
volu mos a e menos proeminente; os ângulos são menos
acentu ados e a glote, como as cordas voca is , é ma is cu r ta
e m a is es treita . Além disso os tecidos são ma is delica -
dos ou ma is impressionáveis.
— 35 —
F a r in g ejLJ
— Músculos d a F a r in g e
Carótidas
int ernas { levam o sangue
face e ao cérebro
a
Í
Aorta
lev a para todas as
Sangue
partes do corpo
art e ri al
glossofaríngeo
pneumógástrico
Nervos espinal
grande hipoglosso
grande simpático
faringo~estafilino { da faringe e
da úvula
Músculos da
faringe apófise estilóide
estilojaríngeo cart ilagem tiróidea e
paredes da faringe
— 36
Ten d o em conta o pa pel qu e des empenha m, d is tin -
gu em- se em cons tritores e eleva dores.
— 37 —
A s relações íntimas desta porção ter m in a l da fa ringe
com a la rin ge nos ex p lica m por qu e os corpos estra nhos
detidos neste ponto origin a m s intoma s respiratórios qu e
podem in d u zir a erros a cerca d a localização do corpo es-
tra n h o, fazendo- nos cr er qu e ocu pa a la rin ge.
C omu nica - s e a fa ringe, por b a ixo, com a la r in ge e a
traquéia e também com o esôfago. E n c r u zil h a d a da s
via s respiratórias e diges tiva , a fa ringe dá passagem ao
b olo a limen ta r e ao a r da respiração; forma , além disso,
u m a ca ix a de ressonância qu e con tr ib u i em gra nde pa rte
p a r a da r às p a la vr a s ca ra cteres mu s ica is .
A porção n a s a l da fa ringe cha ma - se também "n a s o-
fa r in ge", "r in ofa r in ge", "ca vid a d e posterior das fossas
n a s a is " ou s imples mente " c a v u m " ; é a ma is importa nte
das três porções d a ca vida de faríngea.
A s s im como as ou tra s du as for ma m pa rte do a pa re-
lho respiratório e do a pa relho digestivo, a porção n a s a l
d a fa rin ge é exclu s iva men te respiratória. Estende-sé
desde a extremid a d e s u perior do órgão até ao véu do
pa la da r. A o contra ir- s e êste último d u ra n te a d eglu ti-
ção, por exemplo, for ma como u m ta b iqu e h orizon ta l qu e
a is ola completa mente d a porção b u ca l.
— 38 —
MECANI SMO D A R ESP I R A ÇÃ O
Co st al — próprio da mulher
T Í P OS
Diafragmático — próprio do homem
DE
Mist o — respiração combinada — cost al e
R ESP I R A ÇÃ O
diafragmática
"RespiraçãotonjedcTP
— O du plo fenómeno d a inspiração e d a
expiração. E m Música: ação de r es p ir a r p a r a ca n ta r,
ou de r es p ir a r d u ra n te certos compassos p a r a con tin u a r
o canto.
— 39 —
A tivid a d e dozyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHG
c a n t o rtonjedcTP
— E m u m c ant o r pe rf e i t o a i n s-
piração deve s er:
!.•) C a l m a — in tr od u zir o a r s em violência, e não
b ru s ca men te, dila ta ndo o peito r egu la r men te;
2. °) A m p l a — a ga iola torácica chegará ao s eu ma ior
volu me, até qu a nto possamos ima gin a r a qu a ntida de pos-
sível de a r ;
3. °) G e r a l — a ampliação do peito não será limita d a
a u m a só direção, ma s com todas as forças mu s cu la r es
u tiliza d a s , de modo a r ep a r tir o tr a b a lh o e ob ter u m a
diminuição d a fa diga ;
4. ° ) S ilen cios a — a colu n a de a r passará livr emen te
através da la r in ge la rga men te a b erta , p a r a qu e a s cordas
voca is não s eja m postas em vibração e não se produ za
a voz inspiratória.
P a r a a inspiração é necessário es ta r o m a is possí-
ve l n a posição ver tica l e ma n ter atrás a s espáduas, d
modo a p r ocu r a r u m a l ivr e expansão do tórax. Q u a n to
à expiração, essa v a i qu a se s empre efetu a da de modo
gradu ado.
P U L M Õ E S
A — Traquéia artéria
B -— Brônquios
1 — Pu lmão direito
2 — B a s e do pulmão
4 _ 5 _ 6 — O s 3 lóbulos
7 — 8 — S u lcos qu e s ep a ra m õs lóbulos
9 — Bronquíolos
10 — Alvéolo p u lmon a r
11 — Vesícula p u lmon a r
12 — L a r in g e
13 — C a r tila gem
— 40 —
in teir a men te oca - i n c l u s i v e às folha s
O Tr on co é a t r a q u e i a , o s r a m os s ã o o s
a l vé o l o s - qu e r e s p i r a m ; o r e s t a n t e d a
á r vor e não r e s p i r a .
D r. J . A. G a ia rs a
— 41 —
APARELHO R ESPI R AT ÓR I O
— 42 —
duaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
fases: inspiração e expiração. Inspiração é a en tra -
da de a r nos pulmões e expiração, é a saída. O d ia fra g-
m a , músculo ímpar qu e s ep a ra a c av i dade torácica da
c av i dade abdo m i nal, d u r a n te a inspiração desce até o
abdómen e com a èxpiração volta ao s eu lu ga r p r imitivo.
Q u a ndo res p ira mos s em emitir voz, isto é, no estado de
repou so, a L A R I N G E é ma n tid a em for ma constante, com
a G L O T E b em a b erta e as cordas voca is la rga s , a longa n-
do-se p a r a o tra b a lh o de a lgu ns músculos, p r in cip a lmen te
os cricóide-aritenóides posteriores. O a pa relho voca l h u -
ma n o tem ressonâncias belíssimas, qu e n en h u m in s tr u -
mento fa b rica do pelo h omem pode oferecer.
— 43 —
R ESPI R AÇÃO NO CANTO
— 44 —
cica não se contenta ma is em s egu ir o movimen to dos
pulmões, m a s toma p a r te a tiva , comprimindo- os e a u -
menta ndo a velocida de e a en ergia d a corrente de a r.
O movimen to inspiratório tem por efeito a u men ta r
a capacidade d a ga iola torácica, afastando a b ase d a s u a
s u mida de e expa ndindo as paredes la tera is , ou em ou tra s
p a la vr a s , a u menta ndo os três diâmetros — ântero-pos-
terior, tr a n s ver s o e ver tica l — do tórax.
N o controle de fôlego en tr a m em movimento os mús-
cu los d a glote, qu e d evem impor n a explosão d a fonação
o equ ilíb rio das voga is fecha da s p a r a qu e estas se in ter-
p en etrem pela s coanas, ou orifícios internos das n a rin a s .
A s s i m su cedendo, a ressonância será igu a l à vibração de
u m a nota peda liza da do pia no.
A p a l a vr a "imp os ta zion e" deve mes mo s er tra d u zid a
no sentido d a açãotonjedcTP —zyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
impor a fonação nas c ai x as de
ressonância d a v o z .
A própria pessoa qu e ca n ta poderá sab er, pelo com
trôle de fôlego, qu ando a emissão está cor r eta ou não.
S e n a s u a emissão h ou ver mu ito gasto de fôlego, a nota
não estará certa , não estará a poia da ; s e, ao contrário,
s en tir resistência de fôlego, então o s om estará apoiado
n a s ca ix a s de ressonância d a voz.
Pa r ece interes s a nte dizer e é u m a gra nde verda de —
o s om pa rece até ter consciência de qu ando está apoiado,
porqu e é esse o lu ga r exa to do s eu apoio. Q u a ndo a voz
res s oa nessas ca ix a s qu e são o etmóide, o esfenóide e os
"sínu s" fron ta is , o s om fica mu ito b em emitido, dando- nos
a fidelida de n a b eleza sonora, n a amplidão de volu me e,
p r in cip a lmen te, n a resistência de fôlego.
" To d a nos s a vid a g ir a em torno d a respiração, pois
qu a ndo na scemos in s p ir a mos e qu ando morremos exp i-
r a mos ".
A respiração no C a n to é consciente; p a r a a vid a é
incons ciente. N o estado de repou so físico e men ta l a
respiração se efetu a s em a interferência de nossa von -
ta de e com movimen tos regu la res . O número dos movi-
mentos respiratórios execu ta dos n u m min u to va r ia com
a idade; n a s crianças até 5 anos é de 26 vezes por min u to;
en tr e 15 a 20 anos em média é de 20 vezes por min u to;
nos adu ltos, isto é, depois dos 2 1 a nos , é de 16 a 20 vezes
por min u to. E m gera l, as pessoas de gra nde es ta tu ra
— 45 —
r es p ir a m menos frequ entemente qu e as de pequ ena es -
ta tu r a .
O temp em qu e se efetu a a inspiração é ligeir a *
mente in ferior ao d a expiração e a qu a n tida de de a r mo-
vimen ta d o é de cêrca de 500 centímetros cúbicos, efe*
tu ando- se s u a passagem exclu s iva men te pelo n a r iz e s em
ruído.
N o C a n to a Respiração é B e m D ifer en te
E m p r imeir o lu ga r, ela se tor n a ma is dependente da
ação da vonta de. O número dos movimen tos respirató-
rios efetu ados n u m min u to d im in u i e é rep a rtid o de
acordo com a significação do texto ou comp rimen to d a
fra s e mu s ica l.
Q u a ndo se ca n ta ou s imp les men te se fa la , a p a s s a -
gem do a r faz- se necessàriamente também pela b oca,
devido sob retu do ao ma ior volu me de a r movimenta do
(dois litros ). E ' u m a disposição fisiológica qu e ex clu i,
evidentemente a limp eza , o a qu ecimento e o u mid eci-
mento do a r , efetu ados n or ma lmen te pelo n a r iz; daí a
recomendação ta nto a ca ntores como a oradores de evi-
ta r, s empre qu e possível, ca n ta r ou fa la r em u m a m -
b iente mu ito fr io ou mu ito ca rrega do de p oeira ou fu mo.
Mesmo qu ando feita pela bôca a inspiração deve. s er
is en ta de ruídos
O TE M PO Q U E PO D E D U RA R A E M IS S ÃO D E
U M S O M ( O U TO M )
- 47 —
E M IS S ÃO E IM P O S TA Ç Ã O D A V O Z
M Ú S C U LO S P R I N C I P A I S D A E M IS S ÃO
O s p r in cip a is músculos, qu e en tr a m n a emissão, são
os segu intes:
os músculos expira dores do abdómen, do tórax, do
dorso;
os músculos d a la rin ge e da fa ringe;
os músculos a b a ixa dores d a mandíbula e a m u s cu la -
tu r a mímica.
Além destes temos o D I A F R A G M A , qu e, apesar de
s er u m músculo in s pira dor, in flu i também n a expiração,
porqu e deve ter a s u a descontração regu la da .
A crispação de qu a lqu er setor d a m u s cu la tu r a aci-
m a men cion a da ou dos órgãos indica dos deve a b s olu ta -
men te s er evita d a , pois qu e a b oa emissão d a voz de-
pende d a flexib ilid a d e, d a b oa coordenação do tra b a lho
e fu nciona mento b em controlado desses músculos e dês-
ses órgãos. M ovimentos inadequ ados, contração exage-
r a d a dos órgãos qu e en tr a m n a produção e diferenciação
d a voz são fatôres d a má emissão, a qu a l, além de ou tra s
consequências desfavoráveis, ocasiona a deturpação do
timb r e n a tu r a l d a voz.
O ca ntor emite sons — êle d eve sab er governa r e
economiza r su a s r es er va s de a r , d is cip lin a r a expiração,
tor n a r flexíveis os diferentes órgãos qu e concorrem p a r a
à produção e diferenciação dos sons voca is : lábios, língua,
véu do p a la d a r mandíbula, músculos faríngeos, e tc . .
A b oa emissão dos sons é condição es s encia l p a r a o
estu do do ca nto; é a b ase dos progressos d a voz e o único
meio de colocá-la e desenvolvê-la.
IM P O S TA Ç Ã O D A V O Z — V oz impos ta da é a qu ela
qu e, pela conveniente a titu de e posição de toda o a p a -
relh o fonador e de ressonância, é emitid a s em n en h u m
defeito, consegu indo r ea liza r u m máximo de b eleza e
resistência com u m mínimo de esforço. O máximo de
b eleza e x c l u i todo defeito, de qu a lqu er origem e n a tu reza ,
pois onde há defeitos não pode ex is tir u m máximo de
— 48 —
b eleza ; o mínimo de esforço e resistência exige a titu des
p erfeita men te a p rop ria d a s do a p a relh o fona dor e de res -
sonância.
S endo o C a n to o res u lta d o d e u m tr a b a lh o mu s cu la r ,
de a titu des e fu nciona mento do a p a relh o respiratório e do
a pa relh o fona dor e de ressonância, consequ entemente, o
tr a b a lh o mu s cu la r , a s a titu des e o fu nciona mento dêsses
a p a tellios men cion a d os d evem s er a b s olu ta mente con->
trola dos a f i m de qu e s eu r en d imen to s eja leva do ao m a is
a lto g r a u possível, s em qu e r es u lte tr a u m a tis m o ou fa d i-
ga dos mes mos .
"a h !"
"eh !"
em "ih!"
E n tu s ia s ma - s e em "oh !"
"u h!"
— 49 —
EM I SSÃ O E I M P OST A ÇÃ O D A V O Z
Quali dade s da v o z
— 50 —
p a la vr a s o a pa relho fonador é mu ito complexo: cada mo-
vimen to forçade dá inúmeros res u lta dos desastrosos, ao
passo qu e a flexib ilid a d e dá ao s om u m número in fin ito
de modulações e qu e dá a p r in cip a l firla lida de de pene-
tração — qu e são as vibrações qu e in terp en etra m n a s
ca vida des do nosso rosto, isto é, n a s ca ixa s de ressonância
a a voz.
O ens ina mento do canto, proporcionado de u m modo
ir r a cion a l e s em observação, qu e in felizmen te é mu ito
pra tica do em toda pa rte, é devido em grande pa rte às
opiniões difu s a s de qu e a s cordas voca is s eja m a ca u s a
p r in cip a l do s om, enqu a nto, como produ tora s em s i, estas
têm u m a importância r ela tiva .
A q u ilo qu e dá ao s om voca l a s u a sonoridade, a s u a
penetração, a s u a cor, e o s eu poder emotivo são as vib r a -
ções do a r qu e impomos n a s ca vida des in ter n a s do nosso
rosto, ou ca ixa s de ressonância d a voz, como já exposto
a cima . (Q u a ndo se toca u m violin o, ninguém negará qu e
o s om s eja produ zido p ela vibração d a cord a esfregada do
aíco. N o momento em qu e esta corda fa z vib r a r o a r
em tão pequ eno espaço, o som qu e r es u lta pos s u i n a a pa -
rência u m a intens ida de excepcion a l; a razão é qu e em-
b a ixo d a corda exis te u m a ca ix a de ressonância qu e vib r a
em uníssono com a corda e qu e a gita o a r por u m a s u per-
fície considerável.
Então, emb a ixo d a corda voca l qu e dá em s i u m som
pob re e ma gro, exis te u m a enorme ca ix a de ressonância
constituída do tórax, dos pulmões e da traquéia, a qu a l
c a ix a dá à voz toda a intens ida de de qu e tem necessidade;
podemos ver ifica r , a proveita ndo a comparação do in s tr u -
mento n a tu r a l e o a r tificia l, a r iqu eza qu e o in s tru men to
vivo possu i em ca ixa s de ressonâncias, qu e são supra-gló-
tica s e infra-glóticas).
O som ao qu a l os a lu nos devem p r ocu r a r ha b itu a r- s e
será aquêle qu e s a i redondo, vib ra d o, flexíveltonjedcTP
— impor-
ta nte res u lta do, ao qu a l devem a s p ira r em união de satis«
facão professor e a lu no
A s ou tra s qu a lida des dos sons são úteis também a s eu
tempo, como dinâmica sonora, de intens ida dezyxvutsrqponmljihg
p, pp, ppp,
"d imin u en d o", "s mors a n d o", e tc , porqu e através dessas
amálgamas de sons provocamos os divers os sentimentos
passionais da nossa a lm a com entu s ia s mo e amor pelo
" b el ca nto".
— 51 —
C omozyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFE
se ob têm o s sons
— 52 —
tos, dá u m s om áspero; como, caso contrário, ter os dentes
apertados produ z sons, como diríamos, sons ru gosos, en -
crespados, ab afados. O único modo razoável de mover os lá-
b ios é aqu ele de a p r ox im a r e a fa s ta r a s extremid a d es . Pos -
to qu e o menciona do espaço en tre as du a s fila s de dentes
d eva s er invariável, p a rece evid en te qu e a única m a n eir a
de a u men ta r a saída do s om está e m a fa s ta r as ex tr em id a -
des d a b oca; e achando- se os dentes então comprimidos
pelos lábios, resultar-nos-á ga n h a r s ens ib ilida de n a voz.
S e, ao invés, quiséssemos a u men ta r ta l saída, media n te o
a fa s ta mento dos lábios, n o sentido d a a ltu r a , ob ter- se- ia
o oposto — u m a aproximação d a s extr emid a d es ; a in d a a r
redonda ndo a b oca, se diminuíssemos a a b er tu r a , r es u lta r ia
então o a s s u rdimen to d a voz, a n en h u m a distinção das vo-
gais, a articulação a corren ta d a , o rosto estendido, reto.
P or m a is perfeito qu e s eja o fecha mento d a ca vida de
n a s a l p a r a o leva n ta men to do véu pa la tino, êsse fech a -
men to não pode n u n ca imp ed ir qu e u m a cer ta qu a ntida de
de a r se in tr od u za n a ca vida de n a s a l e vib r e em conju nto
com o a r contido n a b oca. E s ta co- vibração de fato é
necessária p a r a d a r à voz u m a p a rte de qu a lida de b r il h a n -
te, s em a q u a l fica r ia cob erta e descolorida. D eve- s e então
ju s ta men te evita r a fa lta de ressonância n a s a l, qu e não
d eve s er confu ndida com a qu ela qu e se ch a ma voz de n a r iz.
— 53 —
I
— 54 —
execução " m a r te l l a ta " , isto é, b a tid a (s om r u d e) e a ca b a
por fa tiga r a con tra tilid a d e das corda s voca is , as qu a is a
pou co e pou co não p rod u zem senão sons tr emu la n tes .
O s sons tr emu la n tes de u m a voz con s titu em o ma ior
dano d a la r in ge, acab ando por condena r o a pa relho fo-
na dor em toda a s u a extensão.
U m estu do de emissão e impostação de vo z b em d ir i-
gido, em união com u m talentoso a lu no, como forte a s p i-
ração ao id ea l de b eleza n a a r te do " b e l ca n to", da nd
u m pou co de s i p a r a os seu s s emelh a n tes e prova ndo
através do s eu ca ntozyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
as perfeições d a di v i ndade , do " S
p remo A r q u iteto" do C osmos, r ea l iza o b em, o a mor de
qu e ta nto n eces s ita es ta h u ma n id a d e.
Apo i o da v o z
— 56 —
Classificação da s vozes
— 57 —
A voz não cu ltiva d a a pres en ta s u a tes s itu a r a de dez
a doze notas, n o má ximo; depois de tr a b a lh a d a , pode
a tin gir cêrca de du a s oita va s .
A o ou vir u m a voz p ela p r im eir a vez podemos ob ser-
va r em qu e setor de tes s itu r a seu s sons se a pres en ta m
ma is ricos ; se for no setor agu do, pode- se es pera r qu e
a voz se d es en volva n a região a gu da d a es ca la m u s ica l ;
se for no setor gra ve, su ponha- se qu e a voz pertença a
u m a ca tegoria gra ve. A a l tu r a dos sons está e m relação
com o número de vibrações rea liza d a s pela s cordas vo-
cais em u m segu ndo e, por consegu inte, com s u a s p a r ti-
cu la rida des de forma s , como pa s s a remos a ve r :
— 58 —
C O RD AS VO C AIS C U RTAS , E S TR E ITA S E D E L G A -
D A S . B A RÍTO N O S têm C O R D A S M É D IAS , no comp r i-
men to e es pes s u ra . B A I X O S possu em- nas L A R G A S E
E S PÊ S S AS . S O P R A N O S a p res en ta m C O R D A S V O C A I S
C U RTAS . M E I O - S O P R A N O S E S O P R A N O S D RAM Á-
T I C O S têm C O R D A S M É D IA S . C O N T R A L T O S têm
C O RD AS V O C A IS C O M PRID AS .
Q u a nto à intens ida de d a voz deve- se leva r em consi-
deração a ma ior ou men or força d a corrente expiratória.
D o qu e fica exposto, podemos dedu zir qu e a categoria
d a voz depende d a conformação anatómica e das d imen -
sões do a pa relho fona dor e de ressonância, ha vendo, por-
ta nto, gra n d e perigo em qu er er forçar u m a voz a da r
sons fóra d a extensão qu e lh e foi es tip u la d a p ela s u a
n a tu r eza .
A u tor es há, qu e a tr ib u em a s diferenças entre os gé-
n eros de vozes ao comprimento, la r g u r a , es pes s u ra e ela s -
ticida de d a s cordas voca is , e tamb ém às dimensões d a
la r in ge, à d u r eza d a s s u a s ca r tila gen s , à gra n deza do
ângu lo forma do pela s p la ca s d a ca r tila gem tiróide e ;
p r in cip a lmen te, " a for m a e amplidão da s ca vida des r es -
sonantes colocadas a cima d a la r in ge". ( E m a Romero).
— 59 -
QUA DR O DA EXT ENSÃO E DA CLASSI FI CAÇÃO
DA S V O Z E S FEMI NI NAS
Excepcionais
Raras
Soprano
Sonoridade regular
m
fracas
i
Vibrantes fortes
tes
brilhan-
Excepcional
raro
Meio-SopranO
ÉÉH§
w raras
Sonoridade boa Cheias vibrou-
tes
Redondas
Excepcional
Contralto raro
raro
ÉÉÉÉ
PP (Robustas
*
vibrantes(
C S o n o t i da de pareci-
da c/ o tenor
( ma ti co
dra-
Menos cheia
— 60 —
QUA DR O D A EX T ENSÃ O E D A CL A SSI F I CA ÇÃ O
DA S V O Z E S M A SCUL I NA S
N ota s b ra n ca s : Tes s itu r a — N ota s preta s : Extensão
Excepcionais
TENOR R a r o
Excepcionais
Raro
rrrirrrfi
Regularmente sonoras Brilhante
Excepcionais
Raro
BAIXO
i PP
Fortes e Sonoras menos força difíceis
Q u a d r o de L i l l i L e h m a n n
— 62 —
ressonância da es ca la voca l. A es ca la voca l de pa s s a -
gens e regis tros é constituída de:
V oz m a s cu lin a
mis to
pu ro
— 63 —
A demonstração gráfica de L i l l i L e h m a n n , qu e segu e
os mesmos conceitoszyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
do emin en te P r o l M a n oel Gar c i a,
d ivid e a voz em três regis tros :
grosso — sons gra ves
Í
s u a ve — sons intermediários
pequ eno ou agudo — fa ls ete ou de cabeça
— 64 —
timo s om d a voz intermediária e a docica r ou s u a viza r a
voz de cabeça. A razão dêste método oposto d er iva de qu e
o s om de cabeça, sendo ma is sonoro, produzirá u m a des i-
gu aldade com a voz intermediária. Q u a nto ma is a lta s fo-
r e m as nota s ta nto ma is neces s ita remos cantá-las com do-
çura p a r a evita r os sons estridentes.
M u ita atenção d evem ter os in s tru tores do " b el ca n to"
no qu e se refere ao limite d a voz de cabeça: não sendo a
voz h u m a n a u m in s tru men to como os ou tros, cu ja exten -
são das notas está d etermin a d a , o qu erer impor u m a t a l
extensão, ma lgra d o a deficiência e a incompa tib ilida de dos
meios n a tu r a is , com esforço dos mesmos, é u m desgaste
qu e iríamos dispender dos músculos voca is e do próprio
físico do indivíduo. A própria n a tu r eza voca l, com u m a
d ir etr iz a dequ a da à s u a constituição, estabelecerá e deter-
minará ao a pa relho voca l s u a ver d a d eir a extensão. Todo
professor a s s im tra b a lh a n d o pa cientemente n u m órgão
voca l, qu e o "S u p r em o A r t i s t a " lh e confiou , estará s emea n -
do a b oa semente p a r a s i e p a r a a glória de s eu a lu no.
— 65 —
Fis iologia d a voz
Propagação e percepção do so m
— 66 —
ções por segundo.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
Êstes limites rep res en ta m u m a média
e não têm o mes mo va lor p a r a todos os indivíduos. E m
ger a l a capacidade p a r a perceb er os sons de frequência
eleva d a d im in u i com a idade.
A A L T U R A : é a qu a lida de qu e s erve gera lmen te p a r a
in d ica r o s om. Q u a ndo se qu er r efer ir a u m determinan-
do s om, indica - s e s u a frequência.
Vibrações por segu ndo — (Frequ ência)
& Do-I
4 Do'3
Do-1
— 67 —
p ela la rin ge, fa ringe, fossas n a s a is e bôca. Dêstes órgãos
o p r in cip a l n a produção do s om é a la r in ge (p a rte su pe-
r ior do tu b o ca rtila gin os o ch a ma do " tr a q u eia artéria",
qu e condu z o a r aos pulmões).
A la r in ge é constituída p or diferentes ca rtila gen s ,
u nida s p or memb r a n a s fib ros a s , mu ito sensíveis, qu e for-
m a m dob ra s consideráveis ch a ma da s C O R D A S V O C A I S .
São as cordas voca is qu e, sob a influência do a r expe-
lido dos pulmões, en tr a m em vibração e produ zem os
sons. Q u a ndo as corda s voca is estão u m pou co tensa s v i -
b r a m lenta mente e produ zem sons gra ves ; qu ando, pelo
contrário, se a ch a m mu ito tens a s , vi b r a m ràpidamente e
produ zem sons agu dos. A s ca rtila gen s são reves tid a s p oi
divers os músculos, cu ja função é estender ou en cu r ta r as
cordas voca is .
N a p a r te s u perior d a la r in ge há u m a a b er tu r a cha -
ma d a G L O T E , qu e s e a la r ga no repou so e d u r a n te a pro-
dução dos sons gra ves e se es tr eita d u r a n te a produção
dos sons agudos. A la r in ge é a pa rte ma is imp orta n te
do a pa relho fonador (a pa relho produ tor do s om).
A s F O S S A S N A S A I S e os D E N T E S s er vem p a r a
modifica r os sons; a L Í N G U A e os L Á B IO S s er vem p a r a
articulá-los, isto é, p a r a for ma r as p a la vr a s .
A n ota m a is g r a ve qu e a voz h u m a n a pode p rod u zir
corresponde, a p roxima d a men te, azyxvutsrqponmljihgfedcbaZXW
130 vibrações por se-
gundo» e a m a is a gu da a 2.088 vibrações por segu ndo.
U m a mes ma pessoa pode a tin gir êstes dois extremos . T a n -
to os sons gra ves como os agu dos exigem vozes espe-
cia is . Há 7 ca tegoria s de vozes, qu e, começando p ela
voz ma is gra ve, são:
MASCULINAS
— 68 —
INTENSIDADE zyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIH
{ G r a u de força
INSTRUMENTOS DE MÚSICA
Pe rc ut i das { Pi ano
{
Bandolim
a Palhe t a Banjo
Cav aquinho
{
CORDAS
Vi o li no
a Arc o Violoncelo
Vi o l a
Í
Violão
Dedilhadas
Harpa
Órgão
F l aut a
SÔPRO
Clarinet e
Oboé
— 69 —
Fis iologia d a voz
_ 70 _
c ri ada pelo pov o de um país; é, port ant o, a música g e -
nuína de um a nação. Quant o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
à história do c ant o r po -
pul ar do uni v e rso já passam o s po r m ui t as evoluções. S a -
bemos pe la história da música, de acordo c o m os hieró-
glifos do Eg i t o , que desde aquêles t empos se c ant av a c o m
ac o m panham e nt o de i nst rum e nt o s. Os gregos c ul t i v av am
a poesia n a declamação como um a das art e s de grande
v alo r, e assi m suc e ssi v am e nt e a art e v o c al , dando belez a
à sonoridade da v o z e interpretação.
T i v e m o s também os t ro v ado re s n a I dade Média: e ram
poet as e músicos ao m e sm o t empo. A s s i m t udo e v o lui u
de t al f o rm a que n um f ut uro próximo t eremos músicas
po pulare s t al v e z no m e sm o nível c ul t ural dos grandes
composit ores at uai s, e também cant ores que po r si m e s-
mos apri m o re m o t i m bre d a sua v o z c o m m ai s igualdade,
casando o t i m bre característico da v o z c o m um a re sso -
nância uni f o rm e . " C o m êste progresso v e rt i gi no so e m
todos os set ores da existência, o nt e m aprendíamos a ciên-
c i a no Eg i t o , a e spi ri t uali dade n a índia, o comércio na
Fenícia, a revelação e m Jerusalém, o di re i t o e m R o m a e
a filosofia n a Grécia. Ho j e adqui ri m o s a educação na
I ng l at e rra, a art e n a Itália, a paciência n a Ch i n a, a téc-
ni c a i ndust ri al n a A l e m anha, o re spe i t o à li be rdade na
Suiça, e o de se nv o lv i m e nt o e spi ri t ual re li gi o so nas
Américas".
— 71 —
Q u a lida des — defeitos e vícios das vozes
í
Vozes sadias pura, límpida
suav es e flexibilidade no rm al
v olumosas modulação
c ausa patológica
Vozes
ATITUDES ou
defeituosas
FISIOLÔ- < natureza
GICAS
Nasabi li dade
Vozes Defeitos de Desigualdade do
viciadas Vo c ali sm o c o n -
ressonância
secas, ásperas tração m usc ular
apert ada.
— 72 —
A s vozes ca ns a da s por res fria dos crónicos ou por má
escola são vozes qu e o nosso ou vido perceb e como u m
som rou co, sêco, áspero, sonoridade pob re, s em mod u -
lação.
O m eta l voca l pode va r i a r in fin ita men te pelos movi-
mentos d a b oca, d a língua e de todas a s pa rtes in ter n a s
d a la rin ge, qu e con correm p a r a a produção do s om.
E ' necessário, desde o começo do estu do, concentra r
a atenção sob re a b eleza do s om.
O ma ior defeito, porém, de u m a voz é o trému lo; o
ma ior remédio, qu a ndo não há derivação de ca u s a pato-
lógica, é a a gilida de. E s ta , além de for tifica r os mú s-
cu los e cor r igir os defeitos, é u m requ is ito es s en cia l p a r a
o a r tis ta de canto, s eja do ponto de vis ta da ela s ticida de
e delica deza da voz, s eja p a r a o canto de " b r a v u r a " ou
virtu os is mo.
r.zyxvutsrqponmljihgfedcba
,* , . fDesigualdade v o c al
Defeitos da respiração (l n di g ên c i a d e f ô l e g o
— 73 —
Transição da v o z
0 ta ma n h o d a la r in ge d e u m recém-nascido é cêrca
de u m têrço da qu ele de u m a m u l h er a d u lta , e a s u per-
fície exter ior for ma u m a c u r va in s ign ifica n te ao contrá-
r io do ângulo agu do qu e se vê n a la r in ge de u m homem.
A la r in ge d a criança cres ce ràpidamente até o terceiro
ano, menos rápido do terceiro ao s exto, e daí por dia nte,
até os catorze ou qu inze anos, as su as proporções fica m
esta ciona da s ta nto nos men in os como n a s men in a s .
N o momento da pu b erda de qu e gera lmente se ve r i -
fica nesse tempo, ou então dois anos ant e s o u dois a
depois ma is ou menos, a la r in ge se des envolve ràpida-
mente d u r a n te u m período qu e v a i de u m ano e meio a
três anos, até qu e con firme o ta ma n h o n or m a l em p r o-
porção ao ta ma n h o do indivíduo. N os ra pa zes as p ro-
porções de volu m e cres cem de 5 a 7 centímetros. I
tempo de transição da voz v a r i a também com o fa tor
clim a ; nos países tropica is , por exemplo, a mudança de
voz é m a is rápida.
Ter m in a d a a transição d a voz, poderemos d a r início
a u m sério estu do de ca nto: com as joven s a p a r tir dos
14 ou 16 anos e com os ra pa zes de 17 ou 19 anos, segu ndo
a constituição dos indivíduos e a influência dos clima s .
N os homens é notável como a transição d a voz se
processa s u b ita men te n a época d a pu b erda de. N a s vozes
femin in a s não m u d a s empre de caráter como n a s vozes
ma s cu lin a s , m a s se for tifica consideràvelmente e ga n h a
frequ en temen te em extensão e vigor. N os homens , pelo
contrário, essa transição é qu a se s empre in teir a men te
con firma d a , ex.: de sopra no ou contra lto se tor n a tenor,
b a ixo ou barítono.
N eces s ita mos d eix a r pa s s a r es ta época antes de in i-
cia rmos os verda deiros estu dos do canto.
P a r te didática:tonjedcTP
— A voz d u r a n te a transição torna - s e
r ou ca e es tridente, p r in cip a lmen te nos ra pa zes , e se opõe
a qu a lqu er estu do sério; é melh or d u ra n te a transição d a
voz fa zermos estu dos leves e d a r menos tempo de a u la ,
p a r a não ca u s a r obstáculos ao des envolvimento n or m a l
d a la rin ge. A escola de canto a n tiga p r oib ia todo e q u a l-
qu er estu do d u ra n te a mudança de voz.
M a s penso qu e s eja b om con tin u a r o estu do mes mo
d u ra n te a mudança, porém ha vendo a precaução de fa zer
ca n ta r com gra nde prudência e u m pou co por vez, s em
esqu ecer qu e os exercícios deverão d u r a r o tempo máxi-
mo de 30 min u tos por s ema na e s erem contidos no âm-
b ito de u m a oita va e m e ia ou menos, conforme o in d i-
vídu o; evita r qu a lqu er esforço n a produção dos sons gra -
ves e es pecia lmente n a emissão das notas agu das.
— 75 —
Pronúncia» articulação e expressão no C a n to
— 76 —
s a i a perta da o u con s tr ita : Fê,zyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUT
Vê , Sê, Zê , Rê, Rrê, Mê ,
Nê , Xê, Jê, Lê, Lh ê, N hê.
O s fonema s contínuos ou cons tritos a in d a podem s er :
a) F r ica tivos ou s ib ila n tes — qu ando, d u r a n te a súa
articulação, produ zem u m ruído es pecia l ou s ib ilo in in -
terru pto, motiva do pelo aperto do ca n a l b u ca l: Fê, V ê,
S e, Zê, Xê, Jê.
b ) V ib r a n tes ou tr emu la n tes — qu a ndo há m o vi-
mento vib ratório rápido ou tremulação: Rê, Rrê.
c) L a te r a i s — qu a ndo a p on ta ou dorso d a língua se
a poia no pa la to, s a indo o a r pela s fenda s d a b oca : Lhê,
Nhê. ( O s fonema s vib r a n tes e la ter a is tamb ém são ch a -
ma dos "líqu idos").
d ) N a s a is — qu a ndo, d u r a n te a s u a articulação, o
véu do p a la d a r se a b a ix a , enca minha ndo- s e o a r p a r a a
ca vida de do n a r iz: M ê, N ê, N hê.
Q u a nto ao esforço de s u a pronúncia, os fonema s con-
soantes podem s er fortes ou s u rdos e b ra ndos ou so-
noros.
São fortes ou s u rdos qu ando não há vib ração d a s cor-
das voca is : Pê, Fê, Tê, Sê, etc.
São b ra ndos ou sonoros qu ando há vibração das cor-
das voca is , produ zindo u m ruído n a ga rga n ta : B ê, V ê,
D ê, e tc . . ( P a r a ver ifica r mos , p ra tica men te, se há vi b r a -
ção da s corda s voca is , devemos ta p a r os ou vidos d u ra n te
a articulação do fonema . S e perceb ermos u m zu mb ido, é
s in a l de qu e as cordas vob ais vib r a r a m , e os fonema s a s s im
produ zidos são b ra ndos ou sonoros. E m caso contrário, os
fonema s são fortes o u s u rdos , por ausência de v i b r a -
ção).jLJ — Q u a d ro dos fonema s de A r t u r de A . Tor r es .
O nosso alfab eto possu i vin te e três letr a s , en tte
consoantes e vogais, todas ela s n a m a ior ia apoiadas no
som laríngeo " ê " .
B o a articulação, estética n a prohúnciai eis as técnicas
p a r a a a rte d a ca lifon ia .
F r ase ar : — p a r a qu e a tin ja perfeita mente êste ponto
o ca ntor d eve r eu n ir o meca n is mo completo e mu ito
nítido. A articulação é a a l m a d a b oa dicção.
Condições p a r a a b oa pronúncia: " O s dentes, além
d a função mastigatória, a in d a des empenha m imp orta n te
p a p el n a fonação e n a estética".
Função imp orta n te é a d a fonação. C om a fa lta de
dentes, ou com os mes mos for a de a lin h a men to, é impos -
sível a pronúncia cor r eta das p a la vr a s , produ zindo mes -
— 77 —
mo certos ruídos desagradáveis, como chiados, ou mesmo
assobios.
A expressão tem como fin a lid a d e tr a n s m itir aos ou -
vin tes a qu ilo qu e se ca n ta ou toca.
U m ca ntor deve ter em men te o respeito qu e êle deve
àquela p a r titu r a , d efin ir o qu e o compositor d es eja r ia qu e
fizéssemos com a s u a criação. A s s im s u r g ir ia em nós
mesmos u m a continu ida de de criação, porqu e o intérprete
também é cria dor. E p a r a ob ter êsses res u lta dos é e vi -
dente qu e se d eva pos s u ir a lm a eleita p a r a o " b el ca n-
to". Igu a lmen te é de va lor imprescindível a cu ltu r a ger a l
do indivíduo, concernente às línguas, à elegância e ao
esmêro da s u a língua ma ter n a ; o gosto de a mp lia r co-
nhecimentos p a r a qu e a s u a a rte se a primore ca da vez
ma is no s eu espírito, n u m encadeamento de aperfeiçoa-
mento técnico, s en timen ta l e de raciocínio. D is s e a cer-
ta da mente a êsse respeito* S to. Agos tinho: "Q u em não
ra ciocin a , não fa z a r te".
O canto " b em imposta do", b em entoado e expres s ivo,
através de u m a lin d a voz fa z mer gu lh a r em êxtase ce-
leste.
— 79 —
p a la d a r a n terior qu ase h orizon ta l, qu e pertence à b oca;
aos lados, du a s prega s d a mu cos a for m a m os p ila r es a n -
teriores do véu p a la tin o; pos teriormente u m a ca ma d a da
mu cos a d eixa pender no meio u m a es ponjinjia ca rnos a
ch a ma d a "ú vu la " (ca mp a in h a ). D a s ma rgen s d a úvula
p a r tem du a s prega s d a mu cos a , d ita s "p ila r es posteriores
do véu p a la tin o". E n t r e os p ila r es a n teriores e os pos-
teriores é cir cu n s cr ita u m a en ca va d u r a tr ia n gu la r , onde
se en con tra m as A M I D A L A S . O espaço limita d o la te-
r a lmen te pelos p ila r es das a mida la s e s u periormente p ela
úvula cha ma - se "is tmo das fa u ces " ou "coa n a s ".
A szyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFEDCBA
c av i dade s nasai s compreendem a s n a r in a s e o
vestíbu lo das fossas na s a is , ca vida de ma ior qu e a prece-
dente e qu e s e en con tra por cim a d a b oca, comu n ica r
do- se com o exter ior por meio do n a r iz. O s orifício
posteriores d a s fossas n a s a is cha ma m- s e C O A N A S e fa -
zem a comunicação das fossas n a s a is com a faringe.
S u p er ior men te às fossas n a s a is exis tem ou tra s ca vi-
da des ou " s in u s " , qu e são os s in u s fron ta is , os esfenoidais
e os etmoidais, os qu a is cons titu em, entreta nto, secundá-
r ia s ca vida des de ressonância. A ma is importa nte entre
as ca ixa s de ressonância d a voz ê a b oca ; é el a o conju nto
dos órgãos d a articulação, onde se for ma m a s voga is e
as consoantes
ESQUEMA DA LIÇÃO
S I N US F R O N T A I S
» ESF ENOI DA I S
» ET MOI DA I S
SUP R A -GL ÓT I COS » MAX I LAR ES
F OSSA S NA SA I S
RESSOA- F A R I NGE
DORES CA VI DA DE BUC A L
L A R I NGE
I NF R A -GL ÓT I COS T R A QUEI A
T ÓR A X
— 80 —
A r t e de f rase ar
Pronúncia
Formação d a fra s e
Respiração
M edida , compasso ou r itmo
Forte- pia no (dinâmica sonora)
O rn a men tos ou trin a d os
Expressões
PronúnciajLJ— A a lm a de u m a b oa pronúncia, de u m a
dicção p erfeita res ide n a b oa articulação. A voz ca nta da
provém do mes mo conju nto de órgãos qu e produ zem a
voz fa la d a , e a tra ves s a , ao s a ir, as du as mes ma s ca vid a -
des — d a b oca e das fossas na s a is . D es ta s , a p r im eir a é
a ma is importa n te, pois qu e su as paredes e os órgãos qu e
as cons titu em são os agentes p r in cip a is d a p a l a vr a a r ti-
cu la d a . D e fato, a língua, o véu pa la tino, os músculos
qu e en tr a m n a composição do tu b o voca l, os dentes e os
lábios concorrem, no conju nto, a lter n a d a e reciproca men te
p a r a a articulação dos divers os elementos d a p a la vr a .
M u itos ma es tros ita lia n os cons idera m ou dis tingu em
sete voga is somente, qu e são: A , E fechados, E ab erto, I ,
— 81 —
O fechados, O ab erto, U . Poderíamos, não ob stante, a d -
m itir dez, sendo a b erta s e fecha da s, porqu e ca da u m a das
cinco voga is rep res en ta , pelo menos, dois timb r es .
Formação da f rase
Respiração
Me di da, compasso ou ri t m o
" O tempo é a a l m a da música", disse A n a M a r ia C e l -
lon i, qu e foi profes s ora de canto em Rom a . A medida ,
em vir tu d e do s eu a nda mento, comu n ica à música fir m e-
za e conju nto-
— 82 —
P a r a consegu irmos u m a ju s ta med id a precis a mos a ta -
ca r os tempos fortes, p r in cip a lmen te os p r imeir os tempos,
com inflexão. Is to se obtém fazendo des ta ca t as cadên-
cia s fin a is n a s peças qu e se fech a m ca lorosa mente, dando
ao a r tis ta rea lce de " b r a v u r a " , virtu os e.
1 ntensidade uniforme
— 83 —
O diminuindo seguido do
erescendo
— 84 —
vêm s empre rela ciona ndo- s e com o amor- idílio, com raras-
exceções com o a mor - ma ter n a l, fil ia l , p a ter n a l ou s ocia l.
Todo o a lu n o, qu e cons egu ir d omin a r a técnica voca l
executará com b r ilh a n tis mo a s difíceis peças com or n a -
mentos , como o trin a d o, o "gr u p p eto", a "a p p ogia tu r a ".
D êste modo poderá d ivu lga r e con s erva r a s músicas do
"b el- ca n to" tr a d icion a l, com seu s gorjeios e s u a s nota s
longa s.
ExpressõestonjedcTP
— " O acento patético é expressão a cr es -
cid a à melod ia ".
" A gra nde l ei da a r te", disse C ou s in , " é a expressão;
qu a lqu er tra b a lh o de a rte, qu e não ex p r im e u m a idéia,
não tem s ign ifica do". In u tilm en te o a r tis ta ten ta r ia co-
mover a a l m a de s eu auditório, se não se mos tra s s e êle
mes mo viva m en te tpmado d a emoção qu e pretende co-
m u n ica r aos ou tros, vis to qu e a emoção s e tr a n s mite
sob re tu do, por meio d a s imp a tia .
Podemos então compreender qu e o a r tis ta não p ro-
d u z sob re nós senão expressões análogas àquelas qu e p ro-
v a êle mes mo; em consequência, êle tem obrigação de
a n ima r , de enob recer os seu s pens a mentos .
A execução mu s ica l, r ed u zid a ao s imp les meca n is mo,
a in d a qu e fosse a compa nha da d a m a is p er feita correção,
se ela se pu desse su por independente d a expressão, dei-
x a r i a frio o canto e s em vid a ; convém dizer s in cera men te
qu e a própria «correção não é possível, se não ve m s egu i-
d a de u m a execução p rojeta d a ou s u s tenta da por certo
gr a u de ca lor e energia . E ' fa lso qu em q u eir a demon s tra r
com ca ra cteres de verd a d e u m a emoção qu e j a m a is con-
ceb eu ou estu dou .
O ca nta nte deve med ita r sob re as p a r titu r a s qu e exe-
cu ta ; digo "m ed ita r ", qu e é diferente de "p en s a r ": "p en -
s a r " é vive r em s i mes mo; " m e d ita r " é a ch a r a ca u s a de
u m efeito — ou u m efeito de u m a ca u s a .
O ca ntor d eve ter como fin a lid a d e a p a r titu r a qu e
va i execu ta r ; fa milia r iza r - s e com os acentos d a emoção;
p rep a ra r- s e e a plica r- s e com perícia; aperfeiçoar a pró-
p r ia s ens ib ilida de e a n a lis a r a s próprias sensações. E m a -
n u el G a r c ia ob s erva : " O s s ina is , com os qu a is as emoções
se r evela m no homem, são:
— 85 —
4. °) oszyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFEDCB
di f e re nt e s t i m br e s;
5. ° ) alterações d a articulação;
6. ° ) os movimentos de apresentação;
7. ° ) as elevações e os a b a ixa men tos dos tons;
8. ° ) os divers os gra u s de intens ida de d a voz".
— 86 —
Diferença e nt re T i m bre , Vibração e Ondulação d a v o z
— 87 —
L e i s das vib rações do a r nos tu b oszyxvutsrqponmljihgfedcbaZXW
so n o r o s:
1) D ois tu b os s emelha ntes p rod u zem sons, cu ja s fr e-
quências estão n a razão in ver s a de seu s comprimentos .
Frequência —- va lor in ver s o do período. E ' o nú mero
de oscilações execu ta d a s por u m pêndulo n u m segu ndo.
2) U m mes mo tu b o a b erto pode p r od u zir u m a série
de sons harmónicos cu ja s frequências estão en tre s i como
a série dos números n a tu r a is .
3) U m mes mo tu b o fecha do pode p r od u zir u m a série
de sons harmónicos cu ja s frequências va r i a m como a sé-
r ie dos números ímpares.
4) O s om fu n d a men ta l produ zido por u m tu b o fe-
chado é o mes mo qu e o s om fu n d a men ta l d u m tu b o a b er-
to de comprimento du plo.
S ons harmónicos: O número de vibrações do s om fu n -
d a men ta l e dos sons harmónicos estão en tr e s i como os
números in teiros cons ecu tivos .
Ez.i
^ 2 3 4 6 6 7 8 9 W 1/ 12 /3 /4 15 M
— 88 —
pesado e des equ ilib ra do do som. N o ca n ta r, não é somen-
te necessário qu e a voz ten h a u m a emissão correta , s eja
límpida e b em timb r a d a , ma s é necessário qu e o ca ntor
a u s e fir m e, a poia da s em va cila r . A voz trémula de u m
ca ntor é o pior dos vícios; se for hábito a dqu irido é o
m a is danoso dos ca minhos p a r a os músculos laríngeos.
O s a lu n os d evem a pren der a s u s ten ta r a s notas s em qu e
a voz titu b eie ou va cile. O trémulo provém p r in cip a l-
men te de três ca u s a s :
1. ° ) D e u m estado patológico da s cordas voca is , por zyxvu
um e sf o rç o e x c e s s i v o , ou p o r u m a do e nç a l o c a l qu e as
ten h a da nifica do;
2.° ) P o r u m a respiração ofegante, deb ilida de m u s -
cu la r e por fa l ta de controle dos músculos respiratórios;
3. ° ) P o r u m hábito erra do, origina do de u m falso
conceito de qu e ca n ta r tremendo s eja b onito; também pode
o ca ntor fazê-lo incons cientemente, imita n do os qu e gos-
ta m de ca n ta r tr emu lo.
N o segu ndo caso, o melh or ca min h o é in teromp er os
estu dos práticos do canto e só dedica r- s e aos exercícios
respiratórios. E ' imp orta n te também o u so d a vita m in a
B 1 p or v i a or a l e m dose mínima, m a s prolongando- se por
mu ito tempo.
N o terceiro caso, a solução é a técnica de a gilida de;
es ta for tifica os músculos e é também u m a m a n eir a do
a lu no ter tempo p a r a u s a r o tremu lo. Q u a ndo con-
s egu irmos fa zer o a lu n o não m a is tr em er com a voz, en -
tão fa remos o estu do das notas longas. P a r a ven cer êste
terrível defeito é precis o m u ita força de vonta de, a ten -
ção e paciência.
A s diferenças da s vozes em timb re, vibração e on-
dulação são qu e : o timb r e é a qu a lida de in a ta n a pessoa,
a s s im como as feições de u m indivídu o; a vibração é o
número de frequência dos sons. Q u a nto à frequência po-
demos d is tin gu ir:
P ou ca vibração: nota s gra ves
Vibrações regu la res : notas médias
M u ita vibração: notas agu das
Ondulação é o s om pesado dis corda nte do equilíbrio
n or m a l dos músculos voca is . A qu em o "S u p r em o M es tre
do B el o" , doou u m a b ela voz, deve conservá-la cantando
n a tu r a lmen te n a s ca ix a s de ressonância d a voz, com fé
a mor e tr a n qu ilid a d e; a s s im agindo estará contrib u indo
p a r a o aperfeiçoamento d a única a rte qu e é o in s tru men to
vivo.
— 89 —
I nf l e x õ e s e e x pre ssõ e s no c a n i o ( c an t o de c l am ado ,
— 90 —
óperas a ntiga s , como o " B a r b i e r i d i S i v i g l i a " de Ros s in i
encontra mos m u ita s páginas s egu ida s de ca nto decla ma do.
— 91 —
H
Al£GkfA"
— 92 —
O tea tro lírico é o conju nto d e todas a s a rtes r eu -
n id a s , demons tra da s n u m só espetáculo. D is tin gu imos
a in d a a música tota l, p ela orqu es tra , qu e se compõe de
todos os in s tru men tos n os seu s diferentes timb r es , como
s eja m : in s tru men tos d e corda s, de sopro e de percussão,
e o cor a l qu e é o conju nto d e toda a s ca tegoria s de vozes
ma s cu lih a s e femin in a s , como s eja m: tenor, barítono e
b a ixo (ma s cu lin a s ); soprano, meio- soprano e contra lto
(femin in a s ).
D a s a rtes vis u a is temos a dança, a mímica e a p i n t u r a
A p in tu r a é a a r te qu e se a gru p ou à a r te lírica através
dos seu s cenários, imita n d o or a u m a ca s a pob re, or a u m a
r i c a residência, ou u m palácio principes co, ou a in d a de
acordo com o enrêdo d a s peças lindos cenários de flor es -
ta s , j a r d in s ou p r a ia s .
C om a criação da fotogra fia movimen ta d a , do cin e-
m a , a ópera s ofreu a decadência própria, como todas a s
cou sas d a h u ma n id a d e, qu e s e tr a n s for ma m p a r a melh o-
r a r e progredir. Tod a a evolução do u n iver s o está s em -
p r e p a r a lela à es ta b ilida de económica da s ca ma da s s o-
cia is . A s s i m é qu e p a r a a s s is tirmos a u m a ópera ga s ta -
mos u m a q u a n tia X , e a s s is timos a u m filme, qu e a b r a n -
ge todas a s a rtes r eu n id a s e com u m a técnica colorida ,
com paisagens ma r a vilh os a s qu e nos empolga m, por u m a
diferença de preço de 5 0 % a 8 0 % menos.
D eu s , o admirável e eterno a rqu iteto do u n iver s o, n a
S u a gra n d eza in fin ita , in s p ir a aos homens de b oa von -
ta de o aperfeiçoamento n a s ciências, n a s a rtes e n a filo-
sofia .
— 93 —
Hi gi e ne da V o z
Í
Ginástica ao ar liv re
Nasal é
Respiração de preferência de manhã
saudável
Repouso v ocal (f alar o imprescindível
Aliment os respiratórios
Veget ais
Nutrição
Vi t am i nas Vi t am i nas dos músculos zyxwvutsrqponmlkjih
e proteínas (B i)
Aliment os miraculosos
Mel, leite, trigo em grão, so ja
— 94 —
x o mu s cu la r , como p ela derivação da s u a emanação qu e
é a manifestação do " S u p r em o C r ia d or " em nós.
Ressonância voca l: O r ga n iza r u m p rogra ma de téc-
n ica das voga is e das sílabas de agilidade.
V oca l iza r s ign ifica ca n ta r com as voga is ; r es tr in jo
tod a via o va go significa do da p a l a vr a "voca lizo" à s im-
ples a gilida de d a voz, e podemos a ponta r as fa cu lda des
nos seu s d ivers os aspectos.
— 95 —
A es ca la cromáticazyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONM
é u m a da s b ases p r imor d ia is p a r a
a b oa entoação e d es en volvimen to técnico do órgão a u -
ditivo.
A a gilida de é u m requ is ito es s en cia l p a r a aqu êle qu e
ca n ta , ta nto do ponto de vis ta d a ela s ticida de e d elica -
deza d a voz, como do ca nto de b r a v u r a ou vir tu os is mo.
E s tu d a r mu ito, evita n d o porém o cansaço, qu e s er ia
p r eju d icia l não só à voz, como à saúde.
H igien e d a voz:jLJ — E v i t a r a s b eb idas alcoólicas e os
gelados; não ca n ta r d u r a n te du a s h ora s após ca da r e -
feição.
A la rin ge é frágil, qu a lqu er res fria do pode provoca r
rouquidão. A q u i indica mos remédios aconselhados p or
renoma dos es pecia lis ta s . U s o in tern o: xa r op es (s em m en -
tol), b eb idas qu entes com m el , frequ entes inalações com
b en joim ou com eu ca lipto. U s o exter ior : compressa s qu en -
tes sôbre a ga rga n ta de álcool ca nfora do e água. Rep ou -
so tota l.
Nut rição: V ita m in a s : " E m 1912, o D r . C a s im ir F u n k
imp res s ion ou profu n da men te o mu n d o científico ao des-
cob rir e is ola r, p ela p r im eir a vez, u m a substância s em a
qu a l a vid a m es m a s er ia impossível. D esignou - se com o
n ome de V i t am i n a, qu e chegou a torna r- s e popu la r.
O tra b a lh o do D r , F u n k e seu s colab oradores acêrca
das vita m in a s foi de gra nde va lor teórico e prático p a r a
o ma ior conhecimento d a n a tu r eza da s mes ma s e do s eu
p a p el n a nutrição h u m a n a . E , rea lmen te, as vita m in a s
são indispensáveis p a r a o cres cimento e nutrição n or ma is
e p a r a a saúde perfeita . D es en volvem ação regu la d ora ,
n a utilização de ou tra s substâncias alimentícias. Prop or-
cion a m os elementos necessários à formação de ou tros
tecidos. Imp ed em determin a da s manifestações patológi-
cas. E x e r c e m a lgu ma s funções específicas como o de-
mon s tr a m d iver s a s enfermida des provoca da s por regimes
a limen ta r es em qu e há carência tota l ou p a r cia l das vi ta -
min a s .
— 96 —
AzyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFEDCBA
V i t am i n a B 2 é necessária p a r a o cnelscimento e a
saúde d u r a n te toda a vid a , a ju da ndo a m a n ter as ca r a cte-
rísticas d a ju ven tu d e.
A V i t am i n a C tende a forta lecer as pa redes dos va s os
ca pila res , evita n do a s s im a s h emorra gia s . S er ve a in d a
p a r a p r even ir a a n emia e a celera r o res ta b elecimento.
A V i t am i n a D u til iza o cálcio e o fósforo do corpo
p a r a for ma r os ossos e os dentes sãos.
A V i t am i n a E cha ma - se a vita m in a d a fecu ndida de.
A s ch a ma d a s a vita min os es des envolvem- s e gra d u a l-
mente, de for m a qu e produ zem, às vêzes, certa s desor-
dens no cres cimen to e ou tr a s funções metabólicas, mu ito
antes de s e ma n ifes ta r em por s in a is visíveis.
A s vita m in a s são, pois, elementos es s encia is e in d is -
pensáveis. U m a vita m in a não pode s u b s titu ir ou tra .
Substâncias m i ne rai s
" A s substâncias m in er a is não são menos essencia is.
O cálcio' e o fósforo p a r a d a r solidez aos ossos; o ferro,
o c o bre e o cobalt o, porqu e proporciona m elementos es-
s en cia is ao sangu e; o iodo porqu e es timu la o meta b olis mo;
o manganês, o magnésio e o z inco são es s encia is p a r a o
cres cimento adequ ado, se b em qu e r a r a s vêzes h a ja defi-
ciência destas substâncias m in er a is " .
— S u pu nha - s e, até há pouco, qu e u m a a l i-
Vi t am i nasjLJ
mentação a b u nda nte, contendo substâncias min er a is e
proteicos completos, b astasse p a r a o cres cimento. A s ex -
periências de reações a limen ta res a rtificia is , comp rova n -
do aliás certos res u lta dos clínicos, vie r a m mos tr a r qu e
não. U m a ração perfeita mente completa , sob o aspecto
químico, pode s er in s u ficien te p a r a o cres cimento, se lh e
fa lta r em determina dos componentes de alto va lor bioló-
gico — a s v i t am i nas.
— 97 —
h a ver monotonia da voz e n a interpretação. S endo a voz
h u m a n a o único in s tru men to vivo, todas as depressões or-
gânicas se refletem n a voz e n a a lm a do a rtis ta .
A alimentação dos c ant o re sjLJ — A alimentação deve
s er melh or orienta da ; os cantores d evem fa zer u so dos
a limentos ricos em V i ta m i n a B . Q u a nto aos a limentos
vegeta is, êsses são va lios os porqu e contêm féculas e são
também ricos em V i ta m i n a A , elementos qu e fa vorecem
a respiração e qu e, devido à s u a diges tib ilida de, são cha -
ma dos a limentos respiratórios.
Há V i ta m i n a B I nos segu intes a limentos : av e i a, nozes,
t rigo e m grão, am e ndo i m c o m cutícula, c ast anhas do Pará,
coco, pinhão, bat at a doce ( r ox a ou b r a n ca ), cará, inhame*
e rv i l ha, alface, almeirão, l aranj a selei a do R i o , l aranj a
pêra de São P aul o e banana nani c a.
O m el, sendo u m a limento considerado a n ima l, é 7 5 %
vegeta l, pois as a b elha s ex tr a em a matéria p r im a das flo-
res . C omo a limento de nutrição e restauração contém o
m el 45 proteínas, in clu s ive o completo B . Contém todas
as substâncias úteis, fortifica e p u r ifica .
Os a limentos mira cu los os com complexo B são: leve-
d u r a de cer veja em pó, leite desengordu rado em pó —
" Y og u r t" , germe de trigo, melado, es pina fre, len tilh a s ,
pão in tegr a l e soja.
A vita m in a B destrói-se lenta mente ao secarem- se e
cozerem- se os a limentos . D is s olve- s e fàcilmente n a água
e portanto, não se deve tir a r o suco das fr u ta s ou ver -
du ra s . C omo não é a s s imila d a , deve- se tomá-la com regu -
la rida de, diàriamente.
— 98 —
I M P OR T Â NCI A D A C U L T U R A D O C A N T O
— 99 —
como se u s a dizer vu lga r men te. C omo tu do evolu i a s s u s -
ta dora mente é b em possível qu e ten h a mos professores a le-
mães, ingles es e a merica n os interes s a ndo- s e e qu erendo
mes mo des cob rir u m a m a n eir a de ca n ta r g u tu r a l com u m a
ressonância tota l no a pa relho fonador. D isse, S a n to Agos -
tin h o: " A qu em é b om D eu s dá s a b ed oria ". E ' difícil
m a s não impossível qu e n u m fu tu r o próximo o " I n f i n i -
ta men te B o m " en vie aos h omen s b ons e p ers evera n tes nos
-estudos u m a descob erta p a r a a m a n eir a de u m a res s o-
nância voca l in tern a cion a lmen te u n iforme.
b ) B iologia — E s ta é u m a ciência qu e se ocu pa de
todos os fenómenos ma nifes ta dos pelos seres vivos ; está
r ela cion a d a com a voz e por isto é útil e necessário o s eu
conhecimento p a r a a cu ltu r a do canto. A G enética é u m
r a m o da B iologia qu e es tu da os fenómenos d a h er e-
dita rieda de e d a variação nos sêres vivos . V i d a é m o vi-
men to e movimen to é o sopro d ivin o qu e ca d a indivídu o
trás en volvid o no físico-psíquico pelo in s tin to e pelo r a -
ciocínio. S ob re a G enética gra ndes cientis ta s vêm a p r i-
mora n d o seu s conhecimentos através de pesqu isa s com
animais) e p la n ta s . E m 1809 João B a tis ta L a m a r c k , n a tu -
r a lis ta francês, p u b lica a "Ph ilos op h ie Z ootechniqu e", a
p r im eir a exposição d u m a teoria r a cion a l d a evolução. E m
1820 C . F . M a s s e ( A l em a n h a ) en u n cia a l e i d a transmissão
hereditária m a s cu l in a liga d a ao s exo, b a s ea da no estu do
d a h emofilia .
1859 — C h a r les D a r w i n ( In g la ter r a ) pública a s u a
ob r a "O r ig em das Espécies", qu e traça u m a n ova d ir etr iz
ao pens a mento científico e m a r c a o início do método ex -
p er imen ta l no estu do dos p rob lema s biológicos.
1866 — G regório M en d el, sacerdote austríaco (1822-84),
forma do em matemática, física e óiências n a tu r a is , dedi-
cou - se ao estu do d a h ered ita ried a d e nos vegeta is . Fêz
pes qu is a s sob re as p la n ta s híbridas, sob re a h er ed ita r ie-
da de n a s er vilh a s . E s t a des cob erta ficou s ep u lta d a no es -
qu ecimento d u r a n te 34 anos.
1900 — Red es cob erta e corroboração dos princípios
de M en d el, s epa ra da mente, por D e V r i e s (H ola n d a ), C or -
r en s ( A lem a n h a ) e von Ts c h e r m a k (Áu stria), qu e estab e-
lecem o início d a G enética M od ern a .
M en d elia n o — Experiências de M en d el: Q u a n d o c r u -
za mos du a s p la n ta s , u m a de flor b r a n ca com ou tr a de
flor ver m elh a , se os produ tos dos cru za men tos têm todos
flores ver melh a s d iz 1 s e qu e a cor ver m el h a é o caráter
— 100 —
do m i nant e zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
ou men d elia n o; a cor b r a n ca é o caráter do-
m i nado . N a segu nda geração os ca ra cteres domina nte e
domina do s epa ra m- s e tão n itid a men te qu e se obtêm 2 5 %
de flores b ra n ca s .
S ob re a heredita rieda de dos talentos voca is ou in s tr u -
men ta is já for a m rea liza d a s estatísticas nos E s ta dos U n i-
dos. Tendo- s e ob serva do qu e os indivíduos voca ciona is
s emp re tr a zem nos seu s ascendentes de família pa rentes
músicos ou ca ntores. A ma ior p a rte dos a rtis ta s a s s im
res pondem às perguntaá qu e lh e for a m feita s sob re o ta -
lento hereditário e a cu ltu r a : o p ia n is ta A l ex a n d r e B r a i -
l ow s k y: " O verda deiro ta lento é o requ is ito fu n d a men -
ta l, e a ca b a ma nifesta ndo- se ma is cêdo ou ma is ta rde; o
estu do é fa tor acessório indispensável". G r a ce M oore:
" E u tin h a voz qu ando a in d a mu ito n ova e todas as m i -
n h a s emoções ten d ia m p a r a a música. Só me s en tia eu
m es m a qu ando ca n ta va . Is to p a r a m i m é herança, é o
qu e eu chamo transmissão hereditária d u ma inspiração
es p ecia l e de emoção. N o ma is é questão de estu do". L i l y
Pon s : " E ' precis o p r imeir o na s cer com voz; em segu ida
a mb ien te mu s ica l n a mocidade. M a s o estu do é qu e esta-
b elece a diferença entre o indivíduo qu e apenas ca n ta
e o qu e se tor n a u m verd a d eiro ca n tor". La w r en ce Tib -
b ett: "A cr ed ito qu e a h ered ita ried a d e ten h a representado
a lg u m pa pel n a m in h a capacidade d e ca n ta r, ma s qu anto
ao êxito, atrib u o- o p r in cip a lmen te ao es tu do".
Q u a nto a êste último gra nde a rtis ta , possu i u m a das
escolas ma is moderna s e aperfeiçoadas n a articulação d a
sonoridade do " b e l ca n to". Inúmeros ou tros a rtis ta s de
fa m a in ter n a cion a l fizer a m su as declarações sob re a h ere-
dita rieda de do ta lento com o tra b a lh o do estu do e a per-
feiçoamento.
Podemos comp a ra r a vocação ao dia ma nte b ru to e a
cu ltu r a com o s eu la pida dor, ma nifes ta ndo admirável
veneração ao "S u p r em o C r ia d or das b ela s a r tes " qu e tu do
nos en via cons ta ntemente e em abundância.
c) Fis iologia —- E ' a ciência qu e tr a ta da vid a com
relação às su as funções; é o fenómeno do gra nde la b ora -
tório dos orga nismos. Fis iologia é o estu do dos orga nis-
mos considerados n a s u a a tivida de, como a a na tomia é
o estu do dos orga nis mos considerados em repou so. A fin a -
lida de d a ciência da fis iologia é pes qu is a r a física e a
química dos sêres vivos . Temos dois tipos de fis iologia :
a qu e consiste no estu do do reino a n im a l e a qu e tr a b a -
— 101 —
l h a no estu do do rein o vegeta l; são dois r a mos d a ciência
qu e tr a ta m d a B iologia e Fis iologia .
O p r imeir o fis iologis ta de qu e se tem notícia foi G a -
leno, médico e filósofo d a a ntigu ida de grega (131-201);
su as teorias a res peito d a m ed icin a tiver a m gra nde i n -
fluência n a Id a d e Média. V i e r a m mu ito tempo depois M i -
gu el S er vet (1509-1553), qu e d es cob riu a pequ ena cir cu -
lação do sangu e e W i l l i a m H a r v e y (1578-1657), médico
inglês, a u tor de tra b a lh os sob re a circulação do sangu e.
F o i êle qu em des cob riu o meca n is mo d a gra nde cir cu la -
ção do sangu e, in icia d a por M ig u el S er vet. O u tros emi-
nentes fisiologista s for a m S p a lla za n i (1729-1799), a u tor de
tra b a lh os sob re a circulação do sangu e e a digestão; H a l l e,
L a vois ier (1743-1794) — estu dos sob re a respiração — ,
C la u d e B er n a r d , D u B ois - Reymon d , D a r w i n , B r o w - S e -
qu a r d , B ou ch a r d , C h a u vea u , R a n vier , L u i s P a s teu r (1822-
1895) — . des cob riu o des en volvimen to dos micróbios, a s
doenças contagiosas, etc. A s investigações de P a s teu r f i -
zer a m u m a ver d a d eir a revolução n a a rte de cu r a r , p r eci-
sando os modos de contágio e as p r ofila xia s corres ponden-
tes. P a s teu r foi u m gra nde b enfeitor d a h u ma n id a d e.
E m todos os momentos necessários o Altíssimo nos
en via anjos, cientis ta s ou filósofos sob re a Te r r a .
— O esqu eleto h u ma n o é forma do de 208
Osle o lo gi atonjedcTP
ossos. O s ossos qu e o for ma m são divididos 1 em ossos da
pa rte a x i a l do corpo e ossos d a p a rte a p en d icu la r (ou
memb ro). O esqu eleto da p a rte a x ia l compreende os os-
sos da cabeça e os do tronco. O esqueleto* dos memb ros
consiste em ossos d a cin tu r a es ca p u la r e d a cin tu r a pél-
vica , a s s im como das peças do esqu eleto das pa rtes l ivr es
dos memb ros .
O esqu eleto do tronco é forma do p ela colu n a ver te-
b r a l com o esterno. A cin tu r a es ca p u la r é constituída
p ela clavícula e omoplata. A cin tu r a pélvica é constituída
pelo osso ilíaco.
— 102 —
S in a r tr os estonjedcTP
— articulações imob iliza d a s p or con ti-
nu ida de de du a s superfícies ósseas, como as d a cabeça.
D ia r tr os esjLJ
— articulações móveis por escorrega mento
das superfícies a r ticu la r es , como a s dos braços e pern a s .
A s s in a rtros es são articulações com continu ida de de
tecido; n a s d ia rtros es há des continu ida de, isto é, en tre a s
du as faces de contato dos ossos exis te u m a fen d a ch a ma d a
ca vida de a r ticu la r . A s d ia rtros es p er mitem movimen tos
de flexão, extensão, .abdução, adução, rotação, circu n- %
dação.
M ovimen to de flexão: elevação do antebraço sob re o
braço;
M ovimen to de extensão: a b a ixa men to do antebraço
sob re o braço;
M ovimen to de abdução: elevação la ter a l do braço;
M ovimen to de adução: a b a ixa men to l a ter a l do braço;
M ovimen to de rotação: qu ando u m o§so g ir a sob re o
s eu próprio eixo, s em m u d a r de posição;
M ovimen to de cireundação: é o tr a b a lh o giratório do
braço sob re o omb ro.
Tecid o C a r tila gin os o — E ' u m tecido do nosso orga-
n is mo deriva do dos ossos; é b ra n co, du ro, elástico, e s e
en con tra n a s extr emid a d es dos ossos. Estão constituídos
dêste tecido ca rtila ginos o as nossas orelha s , o n a r iz e a
la rin ge. A s ca rtila gen s , com o avançar dos anos no in d i-
vídu o, a ca b a m por se os s ifica rem. A la r in ge, ob s erva da
a n a tomica men te segu ndo u m corte ver tica l, p os s ib ilita -
n o s d is tin gu ir as s egu intes ca rtila gen s : tiróide, cricóide,
aritenóide, epiglote e traquéia.
Músculos — O sêr h u ma n o está constituído de 501
músculos, forma ndo u m peso de 30 k g . p a r a ca d a in d i-
vídu o n or m a l de 70 kg. . O s músculos estão divididos em
7 gru pos topográficos: 1.°) — músculos d a cabeça; 2.°) —
músculos do pescoço; 3.°) — músculos d a região pos terior
do tronco; 4.°) — músculos do tórax; 5.°) músculos do a b -
dómen; 6.°) — músculos dos memb ros s u periores ; 7.°) —
músculos dos memb ros in feriores .
N o tra b a lh o m u s cu la r opera- se no orga nismo u m con-
s u mo de glicogênio, qu e é u m a substância ela b ora da pelo
fígado e pelos próprios músculos, à cu s ta d a glicos e qu e
ca da indivíduo a b s orve. Q u a n do o tr a b a lh o m u s cu la r é
exces s ivo o glicogênio tra n s forma - s e e m ácido lático, qu e
é elimin a d o pelo s a ngu e. O exces s o de ácido lático n o
orga nis mo é qu e produ z a fa d iga m u s cu l a r (dores m u s -
cu la res ).
— 103 —
N er vostonjedcTP
— " O s nervos , qu e .com os gânglios nervos os
cons titu em o s is tema nervoso, são cordões cilíndricos, es -
branquiçados, qu e liga m os centros nervosos aos d iferen -
tes órgãos. São constituídos por fib r a s n ervos a s ou tu b os
nervos os reu nidos por tecido conju ntivo. E s s a s fib r a s são
p a ra lela s e opa ca s". S e r ve m os n ervos p a r a tr a n s p or ta r
e tr a n s m itir a s ens ib ilida de e o movimen to. E x em p l o de
s ens ib ilida de: é impossível sermos picados em qu a lqu er
p a r te do corpo s em s entirmos u m a certa dor.
O s n ervos provenientes d a med u la são os nervos r a -
qu idia nos e os qu e têm origem no encéfalo são os n er-
vos cra nia nos . Êstes últimos são nervos qu e na s cem do
encéfalo e do b u lb o, a tr a ves s a m os b u ra cos da base do
crânio e se d is tr ib u em nos territórios orgânicos aos qu a is
são destinados. São em número de 12 pa res ; dividem- s e
em: n ervos s ens itivos : 1.°)jLJ — ótico; 2.°) — olfático; 3.°) —
a u d itivo; n ervos motores; 4.°) — motor ocu la r comu m;
5.°) — motor ocu la r extern o; 6.°) — es p in a l e grande h i -
poglosso.
— 104 —
A n a tu r eza , pródiga n a conservação d a espécie, n os
dá tu do com min u cios a perfeição; a s s im é qu e qu a ndo
res p ira mos temos p a r a proteção d a nos s a vi d a a s vib r is -
sas e a pituitária n a s fossas n a s a is . V ib r is s a s são pelos n a
en tr a d a da s n a r in a s e pituitária é a m em b r a n a mu cos a
qu e reves te a s ca vida des na s a is . "Pod emos tamb ém ch a -
m a r fos s a pituitária, cu ja glândula pituitária está liga d a
ao cérebro pelo esfenóide", (osso qu e con s titu i o céu d a
b oca). É com êstes elementos das fossas n a s a is qu e o
a r en tr a filtra d o no nosso orga nis mo. O a r qu e r es p ir a -
mos é aqu ecido n a s fossas n a s a is p ela constituição d a va s -
cularização qu e en cer r a m essas ca vida des . V a s cu l a r iza -
ção são va s os sanguíneos qu e se en con tr a m em divers os
órgãos do nosso corpo. São cha ma dos também va s os ca -
p ila res , qu e são as últimas ramificações do s is tema c ir c u -
latório. Q u a ndo o a r passa pelo n a r iz, é êle pu rifica do
pela s vib r is s a s e p ela pituitária e é aqu ecido p ela gra nde
circulação do sa ngu e através da s múltiplas veia zin h a s qu e
o n a r iz en cer r a ; a s s im todo o a pa relho respiratório receb e
o a r aqu ecido de acordo com a temp er a tu r a in d ivid u a l:
A fa rin ge está s itu a d a atrás da s ca vida des n a s a l e
b u ca l; s erve de passagem tanto ao a r d a respiração como
ao bolo a limen ta r . Estão s itu a da s n a fa rin ge as en cr u zi-
lh a d a s do condu to aéreo tendo como p orta a epiglote, qu e
tr a b a lh a automàticamente, fecha ndo a la r in ge no ato da
deglutição, e o esôfago, condu to liga do ao aéreo, por onde
p a s s a m os a limentos .
L a r in g e — é a p a rte do a pa relho respiratório qu e se
des tin a à fonação. A la rin ge é constituída de anéis, pois
é o ápice d a traquéia qu e se mod ificou n u m a p a rte l i m i -
ta d a em for ma de fen d a tr ia n g u la r ch a ma d a glote. D os
la dos encontra m- s e saliências memb ra n os a s em número
de qu a tro, denomina da s cordas voca is . A s cordas voca is
ou pregas aritenóideas, dispostas em gru pos de du as de
ca da lado d a la r in ge, dividem- s e em s u periores e in fer io-
res . A s s u periores ou fa ls a s cordas voca is são fin a s e
pou co s a lientes , e não des empen h a m qu a lqu er pa pel a tivo
n a fonação. M a s essas fa ls a s cordas voca is , n a fonação,
são ch a ma da s protetora s das cordas voca is de fonação,
pois elas são s u b s titu ta s d a epiglote. E x . : M u ita s vêzes
acontece qu e u m a pessoa está a limenta ndo- s e e n o ato
d a deglutição qu er con ver s ^ j e r i r ao mes mo tempo, não
dando ocasião à contração dos músculos eleva dores e
cons tritores d a la rin ge, qu e são os a u x ilia r es vizin h os d a
— 105 —
epiglote; é nesse ato d a deglutição, em qu e a epiglote não
pode fu n cion a r, qu e as fa ls a s cordas voca is agem, fa zen-
do ex p elir os a limentos qu e es ta va m por ca ir n a la rin ge.
A s fa ls a s cordas voca is , protetora s e s u b s titu ta s d a epi-
glote, são mu ito sensíveis aos corpos es tra iihos e de gr a n -
de propulsão.
A la r in ge receb e dois gru pos de n ervos : os n er vos
laríngeos, qu e são ra mos do n ervo es pin a l, qu e pres ide à
fonação e aos movimen tos d a cabeça nos gestos exp r es -
sivos, e os n ervos oriu ndos do pneumogástrico, qu e lh e
dão s ens ib ilida de. A s dimensões dêste órgão são: 44 jmm
de a ltu r a , 43 m m de l a r g u r a e 30 m m de profu ndida de.
FonaçãotonjedcTP
— P a r a a produção da voz os pulmões fu n -
cion a m como foles: exp elem o a r com energia , fazendo- o
s a ir pelos brônquios e traquéia, até à la rin ge.
Pa tologia — E ' a p a rte d a med icin a qu e tr a ta das
doenças em s i. C omo todos os órgãos do corpo h u ma n o
a la r in ge está s u jeita a doenças, ta nto de origem micr o-
b ia n a como fu n cion a l. D e origem micr ob ia n a , pelos r es -
fria dos aos qu a is está su jeito o a pa relho respiratório,
qu ando se en con tra m os tecidos dos nossos órgãos depa u -
perados e descalcificados.
D e origem fu n cion a l, p ela complexida de d a s u a es-
tr u tu r a , isto é, a la rin ge en cer r a mu itos elementos ou
pa rtes , como músculos e ca rtila gens , e s u a fonação de-
pende do equ ilíbrio mu s cu la r , fa tor saúde e repou so (mé-
todo de vid a ) ; a mu itos indivíduos qu e só tr a b a lh a m com
a la rin ge, como professores, cantores, oradores, etc. é
necessária a alimentação r ica em vita m in a B I ; êsse ele-
mento é indispensável n a restauração dos músculos e n a
a tivid a d e de fonação.
Q u a nto ao repou so da la rin ge, êste é o ca min h o segu -
ro p a r a refa zer a cla r eza d a voz nos casos de rouquidão
ou tosse. A rouquidão é produ zida p ela diminuição d a
ela s ticida de das cordas voca is ; a voz é a lter a d a no tim -
b re, a ltu r a e intens ida de. A rouquidão tem du as conse-
quências: cansaço voca l ou res fria do; as cordas voca is
in fla ma m- s e e enchem- s e de u m flu ido es pecia l, tor n a n -
do-se ir r egu la r es e grossas. A conclusão é qu e d eixa mos
de p rod u zir sons nítidos e segu ros. Só com a lgu ns dias
de repou so e alimentação a dequ a da é qu e os músculos
laríngeos podem rea gir pa ra do res ta b elecimento do som
n or ma l. Exemplificação da rouquidão: S e molh a rmos
as cordas de u m violin o em água m or n a até qu e se i n -
— 106 —
ch em, nessa s condições não podem ela s vib r a r d evid a -
men te e, por isto, não podemos tir a r - lh es sons cla ros e
vib r a n tes .
D efinição médica d a tosse: " A tosse é d etermin a d a
p ela irritação d ir eta ou simpática d a m em b r a n a qu e for-
m a a traquéia e os brônquios e tem por f i m ex p u ls a r os
corpos estra nhos pelos qu a is é produ zida ta l sensação e
p a r ticu la r men te o mu co a b u nda nte segregado, pela m u -
cosa b ron co- tra qu ea l". "G er a lm en te a tosse é produ zida
por acessos de caráter con vu ls ivo. E ' mu ito frequ ente
n a coqu elu che, n a pleurísia, n a tu b ercu los e p u lmon a r,
n a pn eu mon ia , e é de a lgu m modo sintomática dos ór-
gãos d a respiração. S egu ndo os sons ou ruídos p r od u zi-
dos a tosse cha ma - se seca, úmida, n ervos a , cr u p a l, etc."
L a r in g ite, fa rin gite, traqu eíte, a migd a lite, etc. são
moléstias inflamatórias, ta nto de ordem microb ia n a como
de ordem fu n cion a l; s empre qu e aos nomes dos órgãos
a cres centa rmos o s u fixo iie, in d ica o mesmo inflamação
dêsse órgão.
F on a s ien iatonjedcTP
— D i z o D r . José G u ilh er m e W h ita k er :
" A fona s tenia é u m a perturbação qu e se ca r a cter iza pelo
cansaço progres s ivo no ca n ta r ou no fa la r , acompanhado
de sensações dolorosas e termin a n do, às vêzes, por u m
colapso d a voz.
A fona s tenia é o esgotamento voca l progres s ivo —
é u m a h ip ovita min os e B I . E ' mu ito comu m a presença
dos s intoma s de carência em vita m in a B I nos casos de
inflamações crónicas do n a r iz e d a ga rga nta ; a h ip ovita -
minos e B I e as moléistias, ca u s a da s por infecção foca l
chega m a ter a lgu n s s intoma s comu ns. In teres s a n te é a
administração d a vita m in a B I com persistência e p ela v i a
b u ca l; é u m dos melhores p r even tivos p a r a as moléstias
de n a r iz e ga r ga n ta ".
M eta b olis mo é o tra b a lh o qu e tem a proceder au to-
màticamente o nosso orga nis mo n a renovação e r es ta u -
ração da s células. Êste processo de reparação dá-se pela
nutrição de proteínas. E ' o tr a b a lh o físico de assimilação
e desassimilação. O s elementos qu e refa zem os nossos
tecidos encontra m- s e em todos os viver es de origem a n i-
m a l e mu itos vegeta is gra nu la dos ; também em raízes,
fru tos e folhas. Conclusão científica dos seis p rin cip a is
a limentos , qu e são:
" 1 — Azota dos ou proteínas — Alimen tos qu e for-
m a m músculos:
— 107 —
2 — H id r a to de C a rb ono ou féculas — Alimen tos qu e
cr ia m ca lor e energia ;
3 — S a is orgânicos e vita m in a s — A limen tos qu e dão
vid a ao corpo;
4 — G or d u r a s — D ão ca lor e proteção ao corpo;
5 — Açúcares — D ão vigor e resistência;
6 — A limen tos de volu me — A j u d a m a elimin a r os
resíduos do corpo".
E i s em síntese os conhecimentos psíquicos e somáti-
cos sob re a cu l tu r a do canto. Q u e a força máxima qu e
rege o u n iver s o d er r a me bênçãos sob re todos os s eres
vivos , p r in cip a lmen te os dotados de intelecto visionário
n a s a rtes , n a s ciências e n a s letra s e en vie u m a benéfica
compreensão de paciência, persistência e esperança, a f i m
de qu e possamos ver , através d a cu ltu r a , rea liza dos os
nossos, idea is de fr a ter n id a d e u n iver s a l.
— 108 —
Síntese da Evolução da A r t e
Art e Mo de rna
— 109 —
N a a r qu itetu r a — B r u n elles co, A l b er ti,zyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWV
Bram ant e , P a l -
ládio.
N a es cu ltu r a — Ja copo d elia Quércia, G h ib er ti, D on a -
tello, V er r och io, Polla ju olo, M igu el An gelo.
N a p in tu r a — G en tile d a F a b r ia n o, F r a Angélico, G oz-
zoli, C a rpa ccio, Massacio, Ra fa el, Leon a rd o d a V i n c i ,
M a ntegna , Peru gin o, B otticeli, M igu el An gelo são os in i-
ciadores ou os grandes mes tres d a Renascença ita lia n a .
E m P or tu g a l merecem grande consideração: G rão
V a s co, F r a n cis co de H ola n d a , N u n o Gonçalves e Estêvão
Gonçalves.
— 110 —
R o m ant i sm o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
- " O s irmãos Au gu s to G u il h er m e e F r e -
derico S ch legel fo r a m os promotores do movimen to r o-
mântico, e a u tores do cu rs o de A r te e L i te r a tu r a D ramá-
tica s , ob ra ch eia de origina lida de e de idéias fecundas.;
n a A l e m a n h a h a via m des fra lda do a b a n d eir a do r oma n -
tis mo n a s u a r evis ta " A th en a eu m " , u sando t a l ' locução
s em es cla recer a importância e com s ignifica do divers o.
E 1 mes mo característico do espírito do roma n tis mo
o fato qu e isso deve ser "s en tid o" e não " a fir m a d o" com
inteligência. O s repres enta ntes da poesia romântica j u s -
ta mente r ecu s a r a m u m a p r ecis a interpretação do con-
ceito".
E s til o M odernotonjedcTP
— E ' êste o estilo de s imu lta n eid a d e
com a ciência; se o roma n tis mo foi o a dvento do mod er-
n is mo, êste d eu início ao impres s ionis mo.
O modernis mo in d ivid u a liza e dá expansão fr a n c a
das emoções do a r tis ta cria dor, s em fa n ta s ia ; é r ea lis ta
e dá tu do do su b - consciente, exp r es s a do "ego" o d r a m a
in ter ior ou o decorrer alegre, amoroso ou satírico de s u a
vid a . O estilo moderno é qu ase u m movimen to r evolu -
cionário n a s a rtes ; pa rece pedir aos novos cria dores ou
execu ta n tes qu e se lib er tem d a inspiração poética e de
todo o cons tra ngimento, dando a máxima fidelida de d a
for m a p a r a a emoção, rea liza ndo u m conju nto entre o es -
tado lírico e a expressão, expa ndindo- s e n a s relações do
ma is íntimo d a s u a emoção e do s eu espírito com a r e a l i-
dade.
— 112 —
for ma sensível; reúne as cores aos sons (pa ra lelo da s i n -
fon ia p a r a os ou vidos como também p a r a os olhos )".
Imp res s ion is mojLJ— N o sentido histórico in d ica u m a
concepção e u m a tendência qu e afirmando- se n a p in tu r a
nos fin s do ano de 1800 tiver a m repercussão também n a
a rte m u s ica l
N a pos s ib ilida de de esta b elecer u m a comparação d a
música com a poesia d ita s imb olis ta , poderíamos dizer,
no qu e se refere ao mu n d o in terior, qu e o s imb olis mo r e-
pres en ta a descob erta do su b - consciente e do incons cien-
te; no qu e concerne ao mu n d o exterior, pos s ib ilitou de
u m a m a n eir a a reabilitação artística d a fa n ta s ia , por ou -
tr a a redes cob erta do sentido s u b jetivo ou lírico do
mu n d o r ea l.
" O s pin tores imp res s ion is ta s ", dis s e L o u i s L a l o y,
" d ecla r a r a m gu er r a à razão a b s tra ta , qu e qu er em in cl u ir
no víncu lo dos contornos esta ou a qu ela figu r a , u m a ár-
vore, u m h omem, u m a casa, p or p in ta r is ola da men te
Êles crêem igu a lmen te qu e tu do está n a relação do u n i-
vers o: as cores rea gem perpètuamente qu ando u n id a s
u ma s sob re as ou tra s , a lu z não pode s ep a ra r- s e do a m -
b iente qu e a tra ves s a . N eces s ita rep res en ta r, então, não
os ob jetos já escolhidos e subtraídos ao conju nto, m a s
n a complexida de das sensações ta is qu a is alcançam aos
nossos olhos; e se a representação é fiel, o espírito en -
contrará os objetos com u m esforço ig u a l àquele qu e a
n a tu r eza impõe". A evolução p a r a lela , a ciência, como
é notado, tem aju dado mu ito os impres s ionis ta s n a ta -
r efa qu e êles tin h a m p revis to: a ciência nos ens inou qu e
a r etin a tin h a as su as necessárias ilusões, e isto é a s u a
própria verd a d e; e qu e qu a lqu er cor poderia s er ob tida
com a sobreposição das cores s imples ; e ta l procedimen-
to, qu e é a divisão do tom, é mu ito considerado como o
caráter dis tinto do impres s ionis mo, enqu anto nos é u m a
consequência.
C omo o s imb olis mo n a poesia, a s s im o impres s ionis -
mo chega à apoteose das sensações. A música r en ova -
se n a s sensações. O s sons qu e êles a dota m não têm n e-
n h u m senso qu e nos possa rep res en ta r a lgu m objeto (ou
fin a lida de). O princípio d a música n ova é qu e ela a tir a
a n ota direta mente s em a justificação de u m a es ca la ;
igu a lmen te o acorde a tir a acorde s em cadência; a idéia
a tir a a idéia s em contra s te e s em modulação necessária.
C a d a elemento está encadeado, m a s n a d a dispõe então;
— 113 —
é u m a música qu e não obedece n e m a u m preceito, m a s
somente às leis d a sensação — u m a música p u r a men te
a u d itiva , como n a p in tu r a imp res s ion is ta , qu e é toda
vis u a l.
U m acorde não d eve docu menta r- se n a s u a legitimi-
dade: é u m a sonoridade qu e, b em u s a d a , contentará p len a -
mente o nosso ou vido e será a s s im ju s tifica d a . D a com-
binação dos sons r es u lta u m ou tro s om compreens ivo, como
u m a n ova cor d a sobreposição das cores. T a i s acordes
segu em- se como os aspectos do céu e as emoções do nosso
coração. E a ob ra in teir a não terá ou tr a u n id a d e; as m e-
lodia s nos serão u n id a s com u m a s ecreta p a ren tela . A
ob ra será ju s tifica d a de s i mes ma ; trará consigo a razão
íntima dos seu s p a r ticu la r es e das s u a s condições: — será
cr ia d or a d a s u a própria for ma . C a d a n ota é a sensação d a
vid a qu e a flora . N es te sentido histórico, D eb u s s y e o
ma ior repres enta nte d a tendência e o ma is gen ia l r ea liza -
dor d a conceição imp res s ion is ta .
D os nossos patrícios do B r a s i l podemos men cion a r
orgu lhos a mente: V illa - L ob os , F r a n cis co Mignone, C a m a r -
go G u a r n ie r i, V i e i r a Brandão, Lu ís B i e l a e ou tros.
Há u m a fra s e, atribuída a Platão, sob re a a rte: " A
b eleza é o esplendor d a ver d a d e". " E s t a é a razão por
qu e D eu s , sendo o "S êr Ab s olu to", é também a verd a d e
p erfeita , a b eleza s u p r ema e o b em in fin ito. O pens a -
mento de Aristóteles sob re a poesia: " A poesia é ma is
ver d a d eir a do qu e a história; porqu e a poesia é a lin gu a -
gem do id ea l; e a história é u m a s imples narração dos
fatos r ea is " .
N o movimen to mod er n is ta desta ca m- se n a p in tu r a
entre os b ra s ileiros : A l m eid a Júnior, Cândido P or tin a r i,
S a lva d or C a r u s o, L u l a C a rd o A ir e s e ou tros.
D os es tra ngeiros : C la u d e M onet, qu e fêz o estu do da
lu z em s i. Êsse movimen to receb eu o nojne de imp r es -
sionismo. P a u lo S ign a c, o líder de u m a escola de p in tu r a
in d ivid u a lis ta , Cézanne, M a tis s e, Ren oir , G a u g u im , V a n
G ogh. T i n h a êste último u m a consciência p rofu n d a d a
vid a , d a n a tu r eza e d a força qu e govern a a criação.
U m a r tis ta imp orta n te foi o p in tor es pa nhol Pa b lo
Pica s s o, cria d or do cu b is mo. O fu tu r is mo n a s ceu n a Itá-
l ia com a tu r b u len ta direção de M a r in etti. P a l a vr a s de
M a r in etti: " O gesto qu e qu eremos r ep r od u zir já não será
u m in s ta n te fix o no d in a mis mo u n iver s a l, será s imples -
men te a própria sensação dinâmica".
_ 114 _
E s c u l tu r a M od ern a - N u m a canção, o r itmo e a m e-
lod ia são exa ta men te tão imp orta n tes qu a n to a s p a l a vr a s .
A melod ia são s u a s forma s , a s p a la vr a s s e u conteúdo.
D êste modo, em es cu ltu r a , a s forma s d evem ter r itmo,
equ ilíbrio, u nida de, p a r a imp r es s ion a r e a gra da r à vis ta ,
do mes mo modo qu e a s forma s mu s ica is imp res s ion a m e
a gr a d a m ao ou vido. E qu a nto m a ior a h a b ilid a d e, a s en -
s ib ilida de e a imaginação do es cu ltor, ma is vigorosos e
sensíveis serão êsses r itmos e lin h a s .
E s cu ltor es modernos do B r a s i l — N a a rte mod er n a
d a es cu ltu r a b r a s ileir a são u sados os mes mos métodos dos
es tra ngeiros : o u so dos planos, a mes ma acentuação d a s
for ma s e lin h a s básicas; dos vários es cu ltores b r a s ileir os
são b a s ta nte conhecidos os tra b a lh os de B r u n o G ior g i;
ou tro vigoros o es cu ltor é A . C a r in g i; ou tro, cu ja a r te se
impôs, é B r ech er et. E n t r e as ob ras dêste último en con -
tr a mos u m a dançarina em b ronze polido, e ou tra s em
qu e a s for ma s básicas exp r es s a m a s qu a lida des básicas
com pou co emprêgo de deta lhes .
São dignos de menção h on ros a dois destacados es cu l-
tores : F r a n cis co M or r on e e Lélio C ollu cin i, cu ja s ob ra s
en r iqu ecem o patrimônio n a cion a l.
O u tros países também p r od u zir a m mu itos e b ons es cu l-
tores modernos , en tre os qu a is J a cob E p s tein .
E n tr eta n to, o qu e máis devemos s a b er não é u m a
lis ta considerável de nomes e na ciona lida des de es cu lto-
res modernos, ma s s im o qu a nto a es cu ltu r a modern a
evolu i, p a ra lela men te às ciências e às ou tra s a rtes .
— 115 —
IN TE R P R E TA Ç Ã O
v , , /Cr i ad o r a — compositor
{ Verdade j Transmissão — executante
í Sentimento
o jLJ j 1 Musicalidade
F o g o bag rado ^ I n s a t i s f a ç ã o de perfeição
Vocação
0 . . / T r a ba l h o f x r
R e nunc i a ( Sacrifíc i o { Virt uosismo
— 116 —
INT ERPRET AR
— 117 —
também é a a titu d e dos compositores em exp a n d ir a s u a
expressão m u s ica l: u n s cr ia m n a s su a s ob ras u m con ju n -
to harmónico e flexível p a r a a voz h u m a n a ; ou tros dão
a concepção básica p a r a a música n a sonoridade in s tr u -
m en ta l ca ra cteriza d a pelo timb r e doá in s tru men tos . E x . :
H a n d el, G l u c k , e M oza r t são tipos voca is por excelência;
su as melodia s são r ela tiva men te fáceis de ca n ta r, mes mo
qu a ndo elas exigem gra ndes fa cu lda des voca is . B a c h ,
H a yd n e sob retu do B eeth oven são tipos in s tr u men ta is
por excelência; porta nto, p a r a poder r ea lmen te ca n ta r e
in ter p r eta r B a c h , d eve o ca ntor tor n a r s u a voz impes s oa l,
s en tir- s e, por a s s im dizer, como u m in s tr u men to — adap-
tação dificílima p a r a mu itos ca ntores.
E s tilo Romântico:tonjedcTP
— Êste estilo exp lor a com senso
psicológico os sentimentos, paixões e idea is d a h u ma n id a -
de. E s t a m a n eir a de s en tir as coisas tem início ma is ou
menos com a época da Revolu ção F r a n ces a . O s povos
começaram a lib erta r- s e das s imetr ia s do clássico em pro-
c u r a do novo.
Roma n tis mo é o estilo qu e d eu à a rte movimen to do
r ea l, e s entimento do coração. T e m u m a concepção de
D eu s , do U n iver s o, d a N a tu r eza , d a V i d a e de toda a ex-
tensão d a existência, desde o ma is h u mild e d a socieda-
de até o nob re, o in telectu a l, o a r tis ta e o místico, va lo-
r iza n d o dêste modo desde o m a is ínfimo s er d a vid a ;
n ova men ta lida de s u r giu .
N a a rte mu s ica l, a ciência estab eleceu as leis acústi-
ca s das relações harmónicas, cha ma da s "s ons harmóni-
cos " ou sons concomitantes.
P a r a melh or compreensão podemos compa ra r a lu z
com o s om. Nós perceb emos a cor d a " l u z b r a n c a " como
u nida de; ma s ob serva mos qu e ela se mod ifica em sete
cores básicas, com s u a s res pectiva s tona lida des . O mesmo
fenómeno se ver ifica com o s om; segu ndo as leis acústi-
cas, cada som tem, além do s om fu n d a men ta l, vibrações
s u periores e nu meros a s , qu e são os harmónicos.
O s compositores qu e nos lega r a m s u a s b ela s in s p i-
rações do estilo Romântico for a m: S ch u b er t, S ch u m a n n ,
M endels s ohn, C h op in , B r a h m s , B er lioz, L is zt, etc.
N a liter a tu r a :jLJ
— M endes L e a l , João de D eu s , F r a n -
k l i n Távora, F elicia n o de C a s tilh o, H er cu la n o de C a r va -
lh o e Araú jo, C a milo C a s telo B r a n co, Júlio D in is , D o-
mingos José G onçalves, M a n u el de Araú jo Porto A legr e,
o qu a l foi poeta, pintor, orador, d ra ma tu rgo e crítico.
— 118 —
Tamb ém G onçalves D ia s , poeta in d ia n is ta , A l va r e s de
Azevedo, M a cha do de A s s is , Tob ia s B a r r eto, Fa gu n d es
V a r el a , J oa q u im M a n oel de Ma cedo, José de A len ca r ,
C a s tro A l ves .
— D omingos de S iq u eir a , Antônio M a -
Na pi nt ura:tonjedcTP
n oel d a Fon s eca , M ig u el An gelo L u p i , Antônio C a r va lh o
da S i l v a Porto, H en r iq u e de Araú jo M a lh oa , C olu mb a no.
Na e sc ul t ura: Antônio F r a n cis co L is b oa , o " A l e i j a -
d in h o", V a l e n tim d a Fon s eca S i l v a (b ra s ileiros ), M ir on
D ona tello, V a s a r i, An dré dei C astagno, Polla iolo.
A r t e Mo de rna — A escola r ea lis ta ou n a tu r a lis ta fa z
da imitação não o meio ma s o f i m e perfeição d a a rte.
Expre ssi o ni sm o — D i z A . C r u z: — " E ' crítica literá-
r i a qu e p r ocu r a no a u tor ' o qu e êle tem de próprio, de
p ecu lia r, o qu e contém de expressão de u m a a lma forte
ou comovida . In ves tiga n u m a u tor a b eleza , a s ens ib i-
lida de, dois elementos de perpetuação de u m a ob ra de
a r te".
— S egu ndo Au gu s to M a gn e "é o s is -
I m pre ssi o ni sm o jLJ
tema de crítica qu e tende a ju lg a r as ob ras literárias e
artísticas pela s impressões qu e elas ca u s a m n a s fa cu ld a -
des de qu em as j u l g a e pelas emoções estéticas qu e des-
p er ta m n a s a lma s dos leitores ".
C ompos itores imp res s ion is ta s : *— D eb u s s y, R a ve l ,
B oito, M a s ca gn i, Villa- Lôb os, C a ma rgo G u a r n ier i, etc.
Poeta s : — Mallarmé,* B a u d ela ir e, G on cou rt, Mário de
An d r a d e, G u il h er m e. d e A lm eid a .
P in tor es : — M a n et, M onet, C eza n n e, C orot, P o r ti-
n a r i, C ou b ert, Pica s s o, V a n G ogh, etc.
E s cu ltor es : — M on rron e, C ollu cin i, etc. Modernos: —
W il h e l m L e h m b r u c k , Au gu s to Rod im, Remb r a n d t, H e n r y
Moore, J o h n F la n n a g a n , C . B r a n cu s i, M a r in i, B r ech er et,
B r u n o G ior gi, A . C a r in g i, A r is tid es M a illol, Cou to de
M a ia .
"D ep ois de W a gn er, o momento histórico ma is impor-
ta nte é o chamado imp res s ion is mo".
A a rte imp res s ion is ta ma nifestou - se plena mente en -
tr e 1914 e 1918, período d a P r i m e i r a G r a n d e G u e r r a .
Nossos patrícios modern is ta s : — Villa- Lôb os, L u cia n o
G a llet, Lor en zo Fer n a n d ez, F r a n cis co Mignone, C a ma rgo
G u a r n ier i, etc.
Vocação: — " F o g o Sagrado ", idea l, como qu eir a m
ch a ma r; tendência, propensão. Inclinação, disposição n a -
tu r a l p a r a u m estado de tra b a lh o. Teologica mente — A to
— 119 —
pelo qu a l a Providência p red es tin a toda a cr ia tu r a r a -
cion a l a u m f i m determina do.
A vocação p a r a a s a rtes , p r in cip a lmen te p a r a a mú-
s ica , o indivíduo tr a z consigo do berço — s entimento e
mu s ica lid a d e, isto é fa cilid a d e p a r a entoar, p a r a memo-
r iza r sons mu s ica is e a s u a a l m a tem a inclinação do
tra b a lh o artístico, ren u n cia n d o qu a s e qu e à monotonia
d a vid a p or s eu id ea l de b eleza e perfeição. Pelo s eu
tra b a lh o amoroso e constante, voca cion a l e artístico, con-
segue o indivíduo, s em perceb er, o vir tu os is mo.
D iz M a r d en em s eu l ivr o " A es colha d a profissão".
" A ma ior ve n tu r a consiste no s entimento ou sensação de
b em- es ta r qu e ex p er im en ta a pessoa qu e tr a b a lh a em
h a r mon ia com a s u a n a tu r a l inclinação, rea liza n d o a s -
s im o s u premo ob jetivo da s u a existência.
Não é Necessário p er gu n ta r a u m indivíduo se está
satisfeito com a profissão qu e exerce. B a s ta ver - lh e a
viva cid a d e do olha r, a expressão do s emb la n te e ouví-lo
fa la r a ca da passo e n a s d ivers a s circunstâncias de a s-
s u ntos qu e se r ela cion a m com a s u a profissão. S e está
no lu ga r p a r a o q u a l D eu s o destinou , será feliz e dei-
xará cla r a men te tra n s p a recer o s eu contentamento. U m a
profissão qu e se h a r mon ize com o tempera mento do i n -
divíduo ca u s a n a s u a a l m a u m p r a zer in fin ito. Q u a ndo
tiverd es encontrado a vos s a vocação, n ob ilita i- a e cons i-
d era i- a como u m sacerdócio, porqu e o tra b a lh o, qu ando
está em h a r m on ia com as aptidões e tempera mento do
h omem lab orioso, ema n cipa , ed u ca e forta lece o espí-
rito h u ma n o, ensinando- o a conhecer- se a s i mes mo, id en -
tifica - o com a n a tu r eza e a cu m u la o inesgotável ca p ita l
de energia , domínio próprio, caráter e força m or a l qu e
cons titu i o n er vo da civilização".
Res u lta d os do m e u magistério
— 121 —
men te modu la do e com potência r ela tiva men te razoável
em comparação com o volu me de voz qu e a p res en ta va
ao in icia r os estu dos. E s ta s rta . consegu iu também res is -
tência admirável, tanto a s s im qu e fêz recita is de C a n to
s ozinha , constando o p r ogr a ma de doze a catorze músi-
cas. O b teve gra nde sucesso com ins is tentes pedidos de
números ex tr a s .
Êste caso foi p a r a m i m u m a revelação e u m a vitória
pois pu de ver ifica r qúe com persistência e paciência,
qu ando encontra mos a lu nos com vonta de e mu s ica lida de
podemos tr a b a lh a r com fé, qu e ma is cedo ou ma is ta rde
veremos o res u lta do.
H a v i a u m jovem, N , dotado de belíssima voz de b arí-
tono, ma s des a fina da , a ponto de se perder a paciência;
en toa va du as notas a fina da s ao passo qu e d es a fin a va seis.
U m d ia tive a feliz intuição ou ven tu r os a idéia, como
q u eir a m ju lg a r , de fazê-lo ca n ta r com a b oca fecha da e
os olhos cerra dos ; pedi- lhe qu e pensasse só no som do
pia no, p rocu ra n d o im ita r a a ltu r a do som com a vib r a -
ção ressonante d a nota qu e eu toca va e peda liza da . F o i
a s s im qu e êste jovem consegu iu a fin a r e a prendeu u m
repertório, emb ora redu zido, de músicas líricas e ca n -
ções com afinação. São casos " s u i gen er is " de fatos difí-
ceis qu e nos imp res s ion a m devido também ao árduo tr a -
b a lho qu e exigem p a r a qu e s eja m res olvidos sa tisfa to-
r ia men te.
A S r ta . G , ou tr a a lu n a qu e, ao in icia r os estudos de
C a nto, só ca n ta va por intuição, com dificu lda de p a r a ler
notas, sílabas e arpejos, u m d ia , imp revis ta men te, s u r -
preendeu - me, revela ndo mu s ica lid a d e, ressonância ma is
fir me de voz. D evid o mesmo à compreensão da leitu r a
das notas e fra s es mu s ica is es ta a lu n a já d eu mu itos con-
certos, com su cesso, e é hoje pos s u idora de magnífica i n -
terpretação.
C ito a gora a S r ta . A , com u m a voz mu ito b onita de
sopra no lírico, porém mu ito d es a n ima d a p a r a os estu dos;
er a ta n ta s u a má vonta de qu e des a fina va sempre, p r in -
cipa lmente nos agudos. U m d ia pa rticipou - me qu e es ta va
n oiva ; a p a r tir da qu ela da ta a nimou - s e de ta l ma n eir a ,
qu e a u mentou o repertório e a fin ou s u a voz perfeita mente.
E i s a qu i u m caso p u r a men te de in cen tivo psíquico.
O S r . H , com u m a voz de tenor potente, não tin h a
qu a lida des de dicção n em de r itmo du ra n te longo tempo
de seu s estu dos; u m d ia revelou - s e e cha mou mesmo a
— 122 —
atenção dos memb ros do corpo docente e dis cente do
Conservatório. D es en volveu a dicção, s eu r itmo melh orou
e, aos pou cos, cons egu iu interpretação magnífica, a p a r
de mu s ica lid a d e admirável. E s te a lu n o fêz mu ito su ces-
so, e a tu a lmen te está estu dando n a Itália.
O S r . F , ou tro j ovem qu e pos s u i u m a voz de b a ixo
como pou ca s tenho encontrado, está também estu dando
n a qu ele país.
D os es tu da ntes a tu a is tenho o jovem V , com u m a voz
de barítono não potente, ma s de h a r m on ia voca l, posso
d izer s emzyxvutsrqponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONMLJIHGFEDC
e x ag e ro , e x c e p c i o n al . O i n t e r e s s a n t e dê st e
j ovem é pos s u ir êle fa cilid a d e de impostação n a s sílabas,
dicção qu a se p erfeita ; dêle espero mu ito no fu tu ro.
O j ovem A , com u m a b on ita voz de tenor, teve d ifi-
cu lda de de m em or iza r a s melod ia s dos voca lizes ; êste
tipo de ou vido também cha mou - me a atenção, porqu e é
r a r o ver ifica r - s e ta l deficiência a u d itiva nesse sentido.
Q u a nto à es ta b ilida de das vozes ma s cu lin a s , poderei
a fir ma r , p ela m i n h a experiência, qu e no h omem a voz
instável se ver ifica somente n a voz de tenor; é fenómeno
transitório, verifica n d o- s e qu e, com ma is idade, podem
os homens ca n ta r com voz ma is cheia , ma is encorpada,
menos a gu da , dando o timb r e de barítono-tenorado.
N a m u l h er verifica - s e ta l in s ta b ilid a d e no soprano-
ligeiro, qu e é da s vozes, femin in a s a ma is a gu da ; e a ma is
ágil das vozes d a m u l h er ga n h a em sonoridade e corpo,
fica ndo o s om a velu da do, desde qu e a pessoa continu e a
se a p r imor a r no C a n to.
O in teres s a n te qu e tenho ob servado é qu e as vozes
femin in a s não são s empre estáveis n a s u a potência e b e-
leza ; mes mo a qu ela s do cu rs o de aperfeiçoamento va c i -
l a m em determin a da s ocasiões. D a s inúmeras circunstân-
cia s , como s eja , cansaço físico, res fria dos , cólicas men s -
tr u a is , e tc , qu e são os fatôres qu e ma is poderia m a b a la r
as vozes femin in a s encontrei a razão fu n d a men ta l dessas
variações no segu inte ponto de v i s t a : a s trologica men-
te fa la ndo, as mu lh er es são lu n a r es e os homens so-
la res , fica ndo consequ entemente a qu ela s s u jeita s às i n -
fluências lu n a r es ; terão forçosamente qu e ca pta r todas
a s su as variações dentro das pequ ena s e grandes fases
lima r es .
A o ju lga r mos as vozes p a r a a nossa classe de C a n to
é dever de fra tern id a d e u n iver s a l qu e não façamos u m
teste apressado. E ' de b om a lvitr e qu e organizemos g r u -
— 123 —
p o szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
de a l un o s o uv i n t e s n a s c l a s s e s , m e s m o o s d e f i c i e n t e s
de voz, de ou vido, de aparência física; é de b om senso qu e
êsses a lu nos façam u m a cu ltu r a m u s ica l a u d itiva a tr a -
vés dos a lu nos a dia nta dos e dos qu e pos s u em qu a lida des
artísticas. P o r êsse ca min h o é qu e os a lu nos a s s is tentes ,
a lgu n s a ntes, ou tros ma is ta rde, julgar- se- ão, por s i mes -
mos, capacitados ou não. Haverão de se e x c l u ir por de-
terminação própria, s em pen s a r qu e estamos preten den -
do dedica r- nos só aos qu e possu em vocação e qu a lida des .
M es mo qu e u m a lu no de voz e de ou vido deficientes não
se j u l g u e inca pa z, isto é, s eja teimoso, mes mo a s s im de-
vemos d a r - lh e m u ita atenção, porqu e conforme o velh o
ditado "Águ a mole em p ed r a d u r a ta nto dá até qu e f u r a " .
E ' provável qu e o ca ndida to em experiência pos s u a qu a -
lida des a dormecida s , qu e neces item s er despertadas aos
pou cos, a passos lentos. Q u em sabe a in d a se a pessoa não
sente no recôndito d a s u a a lm a a esperança in tu itiva qu e
lh e d ita no su b consciente p a r a qu e a j a com perseverança,
tra b a lh e, ob sorve, qu e vencerá.
São cogitações qu e se a pres en ta m n a nos s a vid a , p ro-
b lema s qu e são s empre os mesmos p a r a todos, com a dife-
rença qu e não pensamos qu e nossos irmãos em h u m a n i-
dade s ofrem decepções, fa lta de atenção e, sob retu do, a m i-
zade.
A E u b ios e, a a rte de b em viver , é qu e nos d ita estas
saudáveis d iretrizes p a r a a a lm a e p a r a o corpo.
PROG RAMA DO CU RSO D E C AN TO
l.o A N O
Te o r ia :
Respiração, emissão, ressonância e articulação vocal.
Teor ia voca l:
H eb ert — C a es a ri, 25 vocalizos.
Pa n ofka op. 81 — V a d e mecum
Concone: 50 lições pa ra Soprano e Tenor.
C a lma G entil
N eila floresta
Mendelssohn — C anto da P r im a ver a
C hopin — Tr is tezza
B r a h ms — B erceu se
Peças a escolher " B r a s i l e i r a s " :
Coleção Modinhas Imperia is
C a s inha pequenina
Pren d a minha
— 125 —
Felicidade ( A n i ta Rezende)
C a n tiga ( B a r r os o N eto)
Canção da Felicidade — P . Florence — Ignoto
" " — F o i a s s im o seu
a mor.
L ivr o s indicados pa ra a parte teórica de fisiologia e
técnica, voca l:
voca l:
G iu lio S ilvazxvutsrqponmlihgfedcbaTSRQPONMLIHGFEDCA
— I I maestro de canto.
G eorges C a n u yt — L a voz (técnica voca l).
Madeleine M a ns ion — E l Estúdio dei Canto.
Taddeo W oron s cky — V ittor io Vitone I I C antante e l a
sua arte.
V ittor io Ricci — B el Canto
M a gr in ijLJ
— I I C a n to: A r te e técnica.
Felicidade ( A n ita Rezende)
2.o A N O
Teo r ia :
Respiração, ressonância e articulação.
E s tu do de Fis iologia :
José G . W ita k e r : A os profissionais da voz cantada.
Técnica voca l:
Pa n ofka op. 81 V a d e Mecu m — continuação.
Lútgen — E s cola da velocidade voca l: l.o livro.
Conccone — 50 lições — continuação.
V a cca j — Método com pa la vra s ( p a r a dicção).
Peças a escolher de "C â mera ":
Pergolesi — O gni pena piu spietata.
Stizzoso, pio stizzoso.
Pa isiello — N ei cor piú non m i sente
B . Marcello — I I mio bel foco.
S ca rla tti — S e Florindo é fedele.
B eethoven — D elizia .
Adelaide.
Peças a escolher "Românticas"-
— 126 —
Schu b ert — Coleção das " L i d e r s " .
" Impaciência.
C hopinjLJ— 16 melodias Polacas.
Schu b ert — Coleção das "LLdersé".
B r a h ms — S erenata inu tile.
S chu ma nn — Álbum da ju ventu de pa ra canto.
Peças a escolher " B r a s i l e i r a s " :
A . C osta — Canto da Saudade.
C arloso Gomes — Q u em S a b e ?
" " B ella N ympha de minh'a lma .
Addio.' "
Coloeção Mário de Andra de.
Livros indicados pa ra o estudo do "b el ca n to":
Amintore G a lli — Prática de Canto.
E ma nu ele G a r cia — Tr a tta to Completo dell'arte de
Canto (S cu ola G a r c i a ) .
D r . Pierre B onnier — L a voix profissionnelle.
D r . Pier r e B on n ier — S u r la phonation.
3.o A N O
Te o r ia :
Articulação da Glote (staccato — fla u ta do).
L i v r o teórico:
Madeleine M a ns ion — E l estúdio dei canto.
Técnica voca l:
Lútgen I livr o: continuação.
Concone — 25 lições.
V a cca j — continuação.
B a ch — 20 Lieder e árias religiosas.
Peças a escolher de "C â mera ":
G lu ck : O h ! dei mio dolce ardor.
Au gelino. ,
Pergolesi — T r e giorn son che N in a .
Peças a escolher "Românticas":
Mendelssohn — D u etos p/ diversas vozes.
C hopin — 1 6 polacas.
— 127 —
H a n d el — A f fa nni dei pensier.
Peças a escolher " M od er n a s " :
Lon go — E l piropo.
Lon go — Fiorellino.
B u zzi — Pes cia — Colombeta.
B u zzi — Pes cia — Morenito.
V a lverd e — Clavelitos.
V ila - Lob os — Sau dade.
Peças a escolher "Lír ica s ":
Pu ccini — Bohéme: "D on d e lieta úsci il tuo gr idojfedJ
de-
more".
Pu ccini — Bohéme: " S i mi chiamano M i m i " — " Q u a n -
do m'en vó soletta".
Pu ccin i — To s c a : " V i s s i d'arte, vis s i d'a more" — " N o n
la sospirela nos tra ca s etta " ( E n tr e Pu cin i e V e r d i
é de livre escolha ).
Livros indicados pa ra o E s tu do do "b el ca n to":
" A ciência do C a n to" — P r of. P . Lopes M oreira .
Compêndio de técnica vocal.
Como se ensina e se aprende canto pelo método fisioló-
gico — P r of. P . Lopes M oreira .
A voz e o c a n t o — P r of. P . Lopes M oreira .
Dicção Lírica — P r of. P . Lopes M oreira .
4.o A N O
— 128 —
H a n d el — L a s cia ch'io pianga — da O p. Rin a ld o.
Peças a escolher "Românticas":
Mendelssohn — L a corona de f iori
Mendelssohn — I lamenti delia f anciu lla.
— 129 —
G lu ck — S c a r - l a tti— Monteverdi — Pa ra d is e —
C a ccini — Pa isiello.
Peças a escolher ."Românticas":
G r ieg — L a canzone de S olviejg.
Schu b ert — Lied er.
S chu ma nn — B r a h ms .
Peças a escolher " M o d er n a s " :
B u zzi- Pes cia — L o l ita ;
" " To r n a a more;
" " Pu lcin ella ;
" " Colombetta — Morenito.
Peças a escolher "Lír ica s ": M a s ca gni — B izet — Ros -
sini — M oza rt — etc.
D u etos, tercetos e quartetos das óperas.
6 .0 A N O
Te o r ia :
Atitu de do cantor. Interpretação.
L ivr o .
Taddeo W oron s cky I I cantante.
Pa n ofka — vocalizos de a rtis ta s .
Au tores Modernos.
Coleção de vocalizos.
Coleção vocalizos.
Dicção no canto e interpretação.
B ordogni — Voca lizos c| p a la vr a : Marchese cl pa la vra s
Ros s in i — Soirées mu s ica is : continuaçáoo.
B a ch — Melodias religiosoas.
Peças a escolher "M od er n a s :
S ca rla tti — L a violette.
Ma rcello — D opo tante e tante pene ( ca n ta ta ) .
M oza rt — Alelu ia .
C or d igia n i — O gn i sabato avrete i l lume asceso.
Peças a escolher "Românticas":
B eethoven — Lieder.
W ecker lm — Canções do Sec. X I V .
Peças a escolher " M od er n a s " :
Ra ch ma n in of f — Voca lizos.
Pa n ofka — Ta r a n tella — vocalizo.
Ob radores — C on amores, a m i madre.
R im s k y Kor s a k off — L e C oq d'or.
Peças a escolher "L ír ica s ": M oza rt — H a n d el — Ros -
s ini — B ellin i — B izet — D elib es — C a rlos G o-
mes — D onizetti — W a gn er — M oza rt.
M oza rt — N ozze di Figa r o, D on G ioovanni, F l a u -
ta mágica.
7.0 A N O
Pa n ofka — Voca lizos de artistas- opu s 86.
B r a h m s — - 1 Volu me.
B a ch — C a n ta ta : Pa ssione seg. S . Matheu s.
G iova nni B a tis ta Ru b in i — I n Modern S in gin g ( vol.
857).
Ópera — de M oza rt — Pergolesi — H a n d el — V er d i
Pu ccin i — etc. a escolher.
Repertório a escolher.
H a n d el — Allelu ia .
M oza rt — C olla bocca e non col core.
Ra vel- Voca lis e — peça em forma de H a b a n era .
G retcha minoff — Voca lis e Polka .
V ila - Lob os — Álbum — 5 peças reu nidas.
M oza rt — A r i a s C olora tu ra
C a ma rgo G u a r n er i — Álbum.
8.o A N O ( l . o ano de aperfeiçoamento)
M oza rt — Voca lizos e exercícios.
B r a h m s — I I Volu me.
S hu b ert — Lied er — C anto de Mignon.
B eethoven — 20 Lieder.
Repertório: Ópera — M oza rt — Massenet — W a gn er
— B oito — Res pighi — etc. a escolher.
B a ch — M is s a em S izxvutsrponmljihgfedcbaZXWVUTSRQPONML
b ( B en ed itu s ) .
D eb u ssy — Mandoline.
— 131 —
D u pa rc — C ha ns on triste.
M oza rt — O p er a : I I Ré pastore: U ameró s a ro cons-
tante (du eto com fla u ta ) .
V ila - Lob os — B a ch ia n a s n.o 5.
A . C a s ella .
M . Castelnu ovo- Tedesco.
G . F . Malipiero.
C . Mu lé- I. Pizzetti.
E . Pozzoli — F . V itta d in i.
R. Z andonai.
W . A . M o za r t — G eistliche A r ie n — Fúr H oh e S timme.
O ito vocalizos dêsses a u tores :
pa ra vozes agu das E . R . 1046
pa ra vozes médias E . R . 1047
pa ra vozes graves E . R . 1048.
Repertório: Músicas modernas de: V illa - Lob os . M i g -
none, Lorenzo Ferna ndes , etc. D eb u ssy, D u p a rc,
Ra vel, Rim s k y Kor s a k off, G retcha minoff, etc.
- 132 —
S . Pau lo, 12/11/80
L ivr o: - F I S I O L O G I A D A V O Z
Au tora :- Profa E L I P H A S M . C H I N E L A T T O V I L E L A
Adendo:- N ova s experiências.
A s minhas experiências na arte do " B e l C a n to" , paralela-
mente com o campo científico, são de satisfações, porque
depois de muito trabalho é que nos elevamos espiritualmente
também.
Tive u ma alu na com bronquite, que depois de alguns meses
de vocalização é que chegou a cantar muito b em, até em
audições; ficou completamente cu rada.
Tive alunos com neurose de medo, também com ótimos
resu ltados; se não chegaram a cantar b em, pelo menos melhora-
ram suas condições psíquicas.
Tive alunos com psicose de manias. Pensavam qu e, se
fizessem determinados serviços, ou viagens, ou amizades com
certas pessoas, que tudo iria ma l, que nada mais daria certo na
vid a ; indivíduos excitados a tal ponto que suas presenças cau sa-
va m perturbações no ambiente também fica ra m curados can-
tando, distraindo- se, cu ltivando vibrações harmónicas. Rea l-
mente se harmonizaram também com a vida .
133
La ringe: é de suma importância porque se o som é gerado no
cérebro é manifestado na voz. O som, o produto com que foram
criados os u niversos.
As neuroses que mais afetam as vozes no mundo estranho das
fobias e das manias são:
A C R O F O B I A : medo de altu ras, de lugares escarpados;
A E R O F O B I A : medo a r;
A S T R O F O B I A : medo de trovões e de relâmpagos;
C L A U S T R O F O B I A : medo de lugares limitados;
E R E U T O F O B I A : medo de enru b escer;
H I D R O F O B I A : horror da água ou outros líquidos;
C L O F O B I A , ou demofobia: medo de multidões;
N I C T O F O B I A : Temor excessivo da ob scu ridade;
S O C I O F O B I A : Temor de tudo que se relacione com o social.
Qu e é fob ia? " F o b ia é todo temor infundado ou desproporcio-
nado, ante o qual o indivíduo se sente impotente para reagir,
ainda quando reconheça a falta de fundamento dessa impotên-
c i a " . M ira Y Lopez.
"C h a ma - s e fob ia às diferentes espécies de medo mórb ido"
134
Sobre o aparelho cárdiovascular se notam, a princípio, peque-
nos distúrbios, tais como palpitações, taqu icardia, extrasísto-
les, arritmias.
Por vezes o fumo determina vasoconstrição, seguida de
palidez e elevação da pressão arterial. N o que diz respeito ao
aparelho mu scu lar, temos a assinalar tremores não só digitais
como também da língua. O s fumantes ficam também sujeitos
aos tiqu es, aos sobressaltos mu scu lares e às cãimbras.
A ação da nicotina sobre o sangue se propaga às glândulas
de secreção interna. O b serva- se, em consequência desse efeito,
aumento da ta xa de açúcar no sangue e elevação da pressão
arterial, pela descarga da adrenalina na circulação. O s tóxicos
contidos no fumo agem, ou trossim, sobre o aparelho genital,
atuando de forma preju dicial, acarretando impotência...
Indiscutível é a ação preju dicial do tabaco sobre os órgãos
dos sentidos, sobretudo na esfera vis u a l, traduzindo- se por
amb liopia, escotomas e, quiçá, até amau rose.
E m consequência da intoxicação dos centros nervosos
sobremodo sensíveis à ação do fu mo, consigna-se o apareci-
mento de cefaléias frequ entes, de que muito se qu eixam os
fu mantes, atribuindo-se em geral a outras cau sas.
A s insónias também fazem parte do cortejo sintomatológi-
co apresentado pelos adeptos do tab aco... \
Não padece dúvida ser o fumo u m veneno para. a inteligên-
cia , como demostraram exuberantemente B ertillon è Constant,
recorrendo a alunos fumantes e não fumantes da E s cola Politéc-
nica de Pa ris ... D r . A . C . Pacheco e S ilva .
O fu mo, para os candidatos ao estudo do canto, conscien-
temente deve ser abolido, porque o fumo aumenta a secreção da
saliva engrossando-a, provocando o pigarro, cu jo vocábulo,
coincidentemente, em termos de fonética,' é vizinho ao de
cigarro... do qual deriva .
A voz hu mana ou o som do ser, por isso — personagem — ,
é estudada pelo Prof. Henriqu e José de S ou za como: "p ers on a
— ou o som agindo, personagem para o som agir, ou através do
qual o som a ge"
Por incrível que pareça o indivíduo mostra- se, em tudo,
mas a voz ou o seu som pessoal é o último que o fa z.
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Pa ra falar em público ou cantar existe u ma inibição que é
motivo para pensar- se, analisando o por qu e; raramente encon-
tramos pessoas lib ertas. S eria a voz a censu ra das suas fru stra-
ções, recalques ou conflitos?
Tive u ma alu na que por sinal muito inteligente dizia- me
"...qu ero expor a minha voz, como canto em casa mas não
cons igo". E s te é o motivo por que o professor de canto deve ser
amigo dos discípulos; amigo sim como fraternidade u niversal
mas principalmente para conseguir u ma desinibição do alu no,
assim também para conseguirmos tirar o bloqueio que o contrae
para u m desenvolvimento maior mais livre e de mais satisfação
de progresso para cantar.
E xis te infelizmente os que cantam apertado; este é u m
sintoma de angústia; se o indivíduo se " a b r i r " falando tudo o
que se passa com ele, poderá libertar- se.
A experiência mostrou-me que a maioria das angústias são
geradas dentro do próprio lar. É exatamente o que Jesu s — O
C risto — disse: — " O s nossos inimigos estão dentro de nossa
família".
136
D E FE ITO S D E F A L A
- 137 —
P R E C E I T O S E P E N S A M E N TO S S O B R E O C A N TO
138 -
Í N D I C E
Pag.
1 - Evolução da voz nas d i f e r e n t e s f a s e s da v i d a 5
2 - A mudança de voz com relação ao e n s i n o do C.Orfeonico 7
3 - Noções G e r a i s sobre o e s q u e l e t o humano 11
4 - M u s c u l a t u r a - ( P r o p r i e d a d e s Fisiológicas) 16-18
5 - Articulações 20
6 - Aparelho fonador 22
7 - Diafragma 27
8 - Aparelho fonador 29
9 - Laringe 31
10 - F a r i n g e - Musculo da F a r i n g e , 36
11 - Mecanismo da respiração 39
12 - Respiração no canto 44
13 - Emissão e impostação da voz 48
14 - Apoio da voz • 56
15 - Classificação das vozes 57
16 - Passagens e r e g i s t r o s 62
17 - Propagação e percepção do som 66
18 - 0 timbre da voz do c a n t o r popular n a c i o n a l 70
19 - Qualidades - D e f e i t o s e vícios das vozes 72
20 - Transição da voz 74
21 - Pronúncia, articulação e expressão no canto 76
22 - Os r e s s o a d o r e s 79
23 - A r t e de f r a s e a r 81
24 - Diferença e n t r e timbre,vibração e ondulação da voz .. 87
25 - Inflexões e expressões no canto (Canto declamado, mu
s i c a de câmera e dramática) 90
26 - H i g i e n e da voz 94
27 - Importância da c u l t u r a do canto 99
28 - Síntese da evolução da a r t e 109
29 - E s t i l o moderno 112
30 - I n t e r p r e t a r ....... 117
31 - R e s u l t a d o do meu magistério 121
32 - Programa do c u r s o de canto 125
33 - Minhas experiências 133
4
HOMENAGEM
que sabemos, como ainda norteou suas vidas pelo mesmo ide
nellato.
is".
E l i f a s Mila Vasconcelos e
FI SI O L O GI A 0 0 VO Z
P a r a u so da s escolas de C a n to Orfeônico e
Conservatórios no cu rs o de canto
Desenhos de ilustrações
— 1961 —
C U R R I C U L U M
de
ELIPHAS CHINELLAT O V I L L EL A
Nasc i da e m CordeirópoliszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
( S . Paulo ), i ni c i o u seus e st u-
dos de música, com 12 anos ds idade, e m Cam pi nas.
Fo rm o u-se e m cant o e m 1932 na A c ade m i a Musi c al de
São Paulo e aperfeiçoamento e m 1944 no I nst i t ut o Musi -
c al de São Paulo ;