Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

GRADUAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO

ISABELLA BUENO DA SILVA LUIZ

RESENHA DO LIVRO
KILOMBA, Grada.
Memórias da Plantação. Cobogó, 2018.
(Capítulo 2: Quem pode falar?)

Ministrado por Prof(a) e Dr.: Ana Gabriela Morim de Lima

VITÓRIA, ES 2023
Memórias da plantação é um livro que nos convida a refletir sobre o racismo
cotidiano que afeta as pessoas negras, especialmente mulheres, em diferentes
contextos e situações. Um ponto importante que a autora vai falar em seu livro e a
questão de quem pode falar e quem é silenciado na sociedade, especialmente no
contexto acadêmico e intelectual. Kilomba que é uma mulher negra, doutorada e
professora universitária, expõe as dificuldades e os desafios que enfrenta para ter
voz reconhecida e respeitada em uma espaço dominado por homens brancos, que
se consideram os únicos detentores do conhecimento e da autoridade. Ela denuncia
as formas de racismo, sexismo e colonialismo que operam para invisibilizar,
desqualificar e apagar as contribuições das pessoas negras, especialmente das
mulheres, para a produção de saber e de cultura.

Grada Kilomba, é uma artista, escritora e teórica que utiliza uma linguagem híbrida
entre a acadêmica e a artistica, combinando teória pós-colonial, estudos da
branquitude, psicanalise, estudo de gênero e feminismo negro, para narrar e
analisar episódios de discriminação, violência e trama que vivenciou ou
testemunhou. No livro é abordado um tema específico, como as políticas de espaço,
de corpo, de cabelo, de linguagem, de voz, de memórias, de máscaras, de
descolonização, entre outros. A autora utiliza exemplos concretos, diálogos,
metáforas, citações e referências para ilustrar e problematizar as formas como o
racismo se manifesta e se reproduz na sociedade. Além disso, ela também
apresenta entrevista com duas mulheres negras, uma afro-americana e uma
afro-alemã, que compartilham suas experiências e sentimentos em relação ao
racismo.

A leitura do livro foi uma experiência impactante e enriquecedora para mim, pois me
fez perceber como o racismo é uma fenômeno complexo, estrutural e cotidiano, que
afeta não apenas as relações sociais mas também a subjetividade e a identidade
das pessoas negras. o livro me fez questionar os meus próprios privilégios,
preconceitos e cumplicidade com o sistema racista, e me estimulou a buscar mais
conhecimentos e concretização sobre o tema, acredito que o livro é uma obra
essencial e inovadora para as práticas descoloniais, pois nos desafia a reconhecer e
a combater o racismo em suas diversas dimensões

Você também pode gostar