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História Global

História
Volume 2 – Capítulo 5

Holandeses no Brasil

APRESENTAÇÃO
A presença holandesa no nordeste brasileiro é resultado dos conflitos políti-
cos que se estabeleceram entre a Espanha e a Holanda. Compreender a ad-
ministração holandesa em Pernambuco e no nordeste e seus desdobramen-
tos, como o desenvolvimento urbano, cultural e artístico e a crise do açúcar,
contemplados na proposta, insere a colônia nas disputas internacionais pelo
controle da produção e comércio do açúcar.

PÚBLICO ALVO:
Alunos da 2a série do ensino médio.

DURAÇÃO:
3 aulas.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM:
•• Identificar as razões que contribuíram para a presença holandesa
no Brasil.
•• Compreender a política externa da União Ibérica e sua relação
com a história do Brasil.
•• Reconhecer que durante a presença holandesa no nordeste hou-
ve profundas transformações na economia e no desenvolvimento
cultural.
•• Relacionar a crise econômica do açúcar com a expulsão dos ho-
landeses do nordeste.

EIXO TEMÁTICO PRESENTE NA PROPOSTA:


•• Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza di-
versa, reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos dife-
rentes agentes sociais e dos diferentes contextos envolvidos em
sua produção.
•• Estabelecer relações entre continuidade/permanência e ruptura/
transformação nos processos históricos.

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•• Produzir textos analíticos e interpretativos sobre processos histó-
ricos, a partir de categorias e procedimentos próprios do discurso
historiográfico.
•• Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a
partir do reconhecimento do papel do indivíduo nos processos
históricos, simultaneamente, como sujeito e como produto dos
mesmos.

RECURSOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS:


•• Livro didático.
•• Caderno de anotações.
•• Recursos informacionais como computadores, notebooks, tablets
ou smartphones.
•• Internet.
•• Projetor multimídia.
•• Mapas.

PREPARAÇÃO
Calabar – o elogio da traição, disponível em: http://www.passeiweb.com/
estudos/livros/calabar. O material contribui para aprofundar o tema sobre a
invasão holandesa em Pernambuco e problematiza o termo “traidor” no con-
texto da política de colonização.

Baixe a letra/áudio da música Paratodos (Chico Buarque) para ser utilizada


na aula 2.

AULA 1
Inicie a aula pela apresentação do tema do capítulo: Holandeses no Brasil.

Levante a questão: o que teria levado os holandeses a ocupar o Brasil?

Contextualize a formação da União Ibérica: o fim da dinastia de Avis e a as-


censão de Felipe II e a constituição da União Ibérica.

Explique a União das Duas Coroas.

Para isso utilize o mapa (página 57) e identifique os territórios dominados.

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Enumere as consequências da União Ibérica:

•• Uma certa autonomia das colônias.

•• A manutenção do idioma oficial nas regiões dominadas.

•• A flexibilização das fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Tordesilhas.

•• Chegada de visitações do tribunal do Santo Ofício.

•• Perseguição aos judeus.


Concomitantemente, observe que:

1. Em 1604 foi fundada a Companhia das Índias Orientais, que recebeu do


governo holandês o monopólio do comércio com o Oriente.

2. Em 1621 foi fundada a Companhia das Índias Ocidentais, que tinha o mo-
nopólio do comércio com as regiões da África Atlântica, América e Brasil.

3. O rei Felipe II estava envolvido nos conflitos da Europa com a formação


da República das Províncias Unidas (que libertou a Holanda do domínio
espanhol) e determinou o Embargo espanhol que refletiu sobre o Brasil:

•• Proibição dos produtos e comerciantes de suas colônias de negociar com


os holandeses.

•• Afetou as relações comerciais entre Portugal e Holanda.

•• Proibição da Holanda de manter relações comerciais com o Brasil.


Diante dessa situação apresente as questões:

Qual o grande problema nessas determinações?

Qual foi a saída holandesa? Ocupar o Nordeste.

Observe que a Holanda refinava e comercializava o açúcar brasileiro no mer-


cado externo.

Quais as atitudes tomadas pela Holanda diante da proibição em fazer comér-


cio com o Brasil?

O que pretendiam os holandeses?

•• Retomar o controle do comércio de açúcar e de escravos na África, na


América e no Brasil.
Utilize como referência a atividade Interpretar fonte (página 59) sobre o inte-
resse dos holandeses no Brasil e peça para os alunos resolverem a atividade
como tarefa.

Solicite aos alunos que respondam ao exercício 1 (página 66).

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AULA 2
Inicie a aula com a correção dos exercícios solicitados na aula anterior.

Retome o contexto sobre o interesse dos holandeses no controle do comércio


de açúcar no Brasil.

Essa retomada se deu por meio de invasões:

•• 1624 – Bahia (explique).

•• 1630 – Pernambuco (explique o confronto e a questão de Calabar – ques-


tione a “traição”). Utilize a obra Calabar – o elogio da traição, de Chico
Buarque para interpretar parte do conflito.
A invasão e conquista de Pernambuco foi consolidada e a Companhia das
Índias Ocidentais nomeou Nassau para administrar a região.

Características do governo de Nassau:

•• Reativação econômica: concessão de créditos aos senhores de engenho,


reaparelhamento das propriedades, recuperação dos canaviais, compra
de escravos.

•• Tolerância religiosa: tolerância à presença judaica.

•• Reforma urbanística: obras sanitárias, pontes, calçamento, jardins etc.

•• Estímulo à vida cultural: patrocínio das artes, ciências e astronomia. In-


centivo à vinda de Georg Marcgraf, Willen Piso, Albert Eckhout, Frans Post
(utilize como referência a atividade Investigando, página 61 para destacar
a importância da arte no registro histórico).
Comente cada uma dessas contribuições para o desenvolvimento cultural e
científico de Pernambuco.

Utilize os exercícios 2 e 3 (página 66). Leia, explique e, com a participação dos


alunos, resolva as questões propostas. Disponibilize o áudio/letra da música
Paratodos (Chico Buarque) referente ao exercício 2.

Em seguida, introduza os conflitos entre a Companhia das Índias Ocidentais e


o governador Nassau, entre eles:

•• Intensificação da busca de lucros.

•• Cobrança das dívidas atrasadas.

•• Exigência de aumento da produtividade do açúcar.

•• Criação de impostos.

•• Limitação da política de tolerância religiosa.

•• Ameaça de confisco de bens.


Explique que após a saída de Nassau os conflitos entre os senhores de enge-
nho e a Companhia das Índias Ocidentais se aprofundaram.

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1640 – Fim da União Ibérica com a ascensão de D. João IV, dando início à
Dinastia de Bragança – Período da restauração.

Solicite a resolução dos exercícios 2, 3, 5 e 6.

AULA 3
Inicie a aula com a correção dos exercícios.

Reforce o Período da restauração, a necessidade de Portugal retomar os terri-


tórios brasileiros que haviam sido conquistados e o início da expulsão holan-
desa no Nordeste.

Explique que como as negociações não foram bem-sucedidas iniciou-se a


Insurreição Pernambucana em 1645.

INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654):

•• Conflitos armados entre luso-brasileiros e holandeses.

•• Batalha dos Guararapes: rendição em 1654 – expulsão definitiva dos ho-


landeses do Brasil.
Para promover uma reflexão sobre o tema da colonização portuguesa e a
invasão holandesa, desenvolva a atividade Em destaque (página 63). Resolva
a questão proposta com a participação dos alunos.

Coloque na lousa uma questão: O que aconteceu com Portugal com o fim da
União Ibérica? (levante algumas questões):

•• Grave crise econômica (trabalhe as causas e o desenvolvimento).

•• Adoção de uma política colonial rigorosa (impostos, controle econômico).

•• Tratados econômicos entre Portugal e Inglaterra (comente sobre o cará-


ter desses tratados).
– 1763: Tratado de Methuen: O que definia esse tratado?

Sobre suas consequências:

– Contribuiu para a estagnação da produção manufatureira portuguesa.

– Canalização do ouro do Brasil para a Inglaterra.

– Dependência externa.

Faça um comentário crítico desses tratados que acabaram por enriquecer a


Inglaterra, gerando dependência econômica de Portugal.

Por outro lado, aborde o problema com a produção do açúcar após a saída
dos holandeses do Brasil:

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•• Contextualize a concorrência do açúcar brasileiro com o antilhano (de do-
mínio holandês).

•• A crise do açúcar no século XVII com a queda no valor do mercado externo.

•• A crise política interna gerada pela crise açucareira.

•• A Guerra dos Mascates (1710): hostilidades entre Olinda e Recife. Confli-


tos de natureza política e econômica entre a aristocracia de Olinda e os
comerciantes de Recife. Relacione a guerra com a desvalorização do açú-
car brasileiro no mercado externo, que gerou endividamento entre dois
segmentos, um que se enriquecia à custa da crise, os comerciantes de
Recife, e outro que se endividava, a elite agrária de Olinda.

ACOMPANHAMENTO DE APRENDIZAGEM
Aplicar meios de avaliação, sob a orientação do professor, que exijam a in-
terpretação de textos, a análise de dados e que reconheçam as mudanças
implementadas no Brasil a partir da presença holandesa.

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