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HISTÓRIA CAPÍTULO 13 O império colonial português

1o ano – 4o bimestre

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13
TU

CA

O IMPÉRIO COLONIAL
PORTUGUÊS
HISTÓRIA CAPÍTULO 13 O império colonial português
1o ano – 4o bimestre

Impérios territoriais e marítimos


• E tapas da colonização ultramarina portuguesa.
n Início em Ceuta, região do extremo norte da África, no século XV.
n  seguir, portugueses ocupam arquipélagos desabitados: ilhas dos Açores
A
e da Madeira.
n  a Costa da Mina, litoral do continente africano, prosseguem com a
N
conquista e fundam a fortaleza de São Jorge da Mina, para facilitar as
operações comerciais e marítimas. Em Lisboa, fundam a Casa da Mina,
responsável pelas transações do comércio de ouro, que se tornara
monopólio real.
n O cupação das ilhas de São Tomé e Príncipe, também desabitadas.
n Estabelecimento de relações com o reino do Congo.
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1o ano – 4o bimestre

Expansão portuguesa e Estado da Índia


• No século XV, as autoridades portuguesas buscaram legitimar a conquista
de novas terras por intermédio do papa.
Bula Romanus Pontifex Tratado de Alcáçovas Tratado de Tordesilhas
(1455) (1479) (1494)
Papa reconheceu como Coroa portuguesa aceitou Isabel • Garantiu a Portugal o
legítimas todas as ações como rainha de Castela. Em controle sobre terras
de descoberta, conquista troca, castelhanos reconheceram e rotas de navegação
e colonização do espaço a soberania de Portugal sobre situadas 370 léguas a
atlântico e africano Açores, Madeira e todos os oeste de Cabo Verde.
efetuadas pelos portugueses. territórios ao sul das Canárias.

• Portugueses construíram o Estado da Índia: rede de fortalezas e feitorias voltadas


ao comércio ultramarino.
• E stabeleceram ainda monopólios e mecanismos de fiscalização, como a
Casa da Índia.
• Consequências do contato para a população nativa: alteração dos
costumes e do modo de vida, mortalidade, desestruturação de tradições e
preconceito racial.
HISTÓRIA CAPÍTULO 13 O império colonial português
1o ano – 4o bimestre

O Estado do Brasil
• A expedição comandada por Pedro Álvares Cabral aportou no sul do atual
Estado da Bahia, em abril de 1500.
• As primeiras tentativas de exploração seguiram o modelo de sistema de
feitorias adotado no litoral africano.
• E m 1503, o rei D. Manuel arrendou as terras portuguesas na América a um
grupo de comerciantes liderados por Fernando de Noronha, que exploravam
as riquezas do território.
• E xploração do pau-brasil em regime de escambo com os indígenas.
• Presença de mercadores e marinheiros franceses na costa do território e
a descoberta de ouro e prata nas colônias espanholas da América levaram
o rei D. João III a adotar medidas para garantir a posse do território da
América Portuguesa.
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Capitanias hereditárias
• Para manter o controle do território, o rei Capitanias hereditárias
criou o sistema de capitanias hereditárias
ou donatarias na década de 1530. MARANHÃO Cabo de Todos-os-Santos

• Capitão donatário: aquele que recebia do rei MARANHÃO


CEARÁ CAP.. DA ILHA DE SÃO JOÃO
(FERNANDO DE NORONHA)

a doação de uma faixa de terra. Sobre a terra RIO GRANDE

tinha amplos poderes políticos e judiciais e a ITAMARACÁ

ncisco
Olinda
Conceição

obrigação de garantir a defesa militar, organizar São


Fra

LINHA DO TRATADO DE TORDESILHAS


PERNAMBUCO io

R
10° S

e desenvolver a produção local e montar BAHIA DE TODOS-OS-SANTOS

aparato administrativo e jurídico. ILHÉUS


São Jorge dos Ilhéus
Baía
de Todos-os-Santo
s

• O capitão donatário deveria dispor de PORTO equ


itinhon
ha
Porto Seguro

Rio J
SEGURO OCEANO
capital suficiente para investir na terra ESPÍRITO SANTO
ATLÂNTICO

á
e capacidade administrativa.

an
Espírito Santo

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Pa
SÃO TOMÉ

o
Cabo de São Tomé

Ri
• A maioria dos donatários praticamente nada
Santo André
SÃO VICENTE
SANTO AMARO Cabo Frio

sabia sobre os recursos naturais, topografia,


São Vicente TRÓPICO
DE CAPR
SÃO VICENTE ICÓRNIO

Cananeia

distâncias, limites e perfil demográfico e


SANTANA
300 km
Ilha de Santa Catarina 40° O

cultural dos povos nativos. Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício


de e outros. Atlas histórico escolar.
• E ntre 1534 e 1536, catorze capitanias foram Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 16.
criadas em quinze quinhões de terra.
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Governo-geral
• D iversos fatores, como fracasso da maioria das capitanias, crescimento das
incursões estrangeiras e guerras contra os indígenas, levaram a Coroa a
centralizar a administração da América portuguesa.
• G overno-geral: criado em 1548. Os capitães donatários passaram a integrar
um aparato político, administrativo e judicial muito mais complexo.
• T omé de Souza, o primeiro governador-geral, chegou ao Brasil em 1549 e
com ele vieram os primeiros missionários jesuítas. Nessa época, começaram
a chegar na colônia africanos escravizados.
• Governador-geral e capitães donatários expulsaram os franceses que haviam
fundado a França Antártica (1555), na Baía de Guanabara (atual cidade do
Rio de Janeiro), e a França Equinocial (1612), no Maranhão.
• No século XVI, os recursos propiciados pelos Estados portugueses da
Índia eram muito maiores que os do Brasil. Os agentes administrativos
dos empreendimentos coloniais no Oceano Índico tinham maior autonomia
em relação aos seus pares no Oceano Atlântico.
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Brasil açucareiro
• Latifúndio: propriedade rural de grande extensão, traço do modelo
agroexportador estabelecido pela Coroa portuguesa.
• O sistema de capitanias hereditárias e de concessão de sesmarias tinha o
objetivo de estimular a vinda de colonos.
• O capitão donatário tinha o dever de distribuir sesmarias, e o sesmeiro, em
troca, tinha a obrigação de cultivar a terra e demarcá-la. A dificuldade de
regularização e fiscalização fez aparecer a figura do posseiro: fazendeiro que
adquiria terras de maneira ilegal, muitos tornaram-se grandes proprietários.
• No século XVI, as principais regiões canavieiras do Brasil eram Pernambuco
e Bahia; no século XVII, houve a ascensão do Rio de Janeiro e do Maranhão.
• E ngenho colonial: unidade de produção açucareira. A palavra engenho pode
designar o local onde a cana é moída ou toda a propriedade açucareira.
• Além do trabalho escravo, havia no engenho trabalhadores assalariados,
livres e semilivres, que exerciam funções como carpinteiros, feitores,
médicos, lavradores etc.
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1o ano – 4o bimestre

Presença dos jesuítas na colônia


• Companhia de Jesus: ordem religiosa fundada em 1534, na Europa, no
contexto da Contrarreforma, com objetivo de barrar o avanço protestante
e catequizar os nativos do império ultramarino ibérico.
• Os jesuítas participaram ativamente da vida religiosa, econômica e política
da América portuguesa, criando aldeamentos indígenas e fundando colégios.

Colégios Aldeamentos
• Os primeiros foram fundados nas • Também chamados de missões, eram locais onde
capitanias de São Vicente (1554), os jesuítas desenvolviam sua ação evangelizadora.
Bahia (1556) e Rio de Janeiro (1568). • O s indígenas eram deslocados de suas aldeias
• Os sacerdotes recebiam formação para esses locais onde eram catequizados
para a obra evangelizadora. por meio do estudo da doutrina católica e
• Por meio do ensino, os mestres do batismo.
tinham incumbência de converter os • Diante da dificuldade em fazer os indígenas
não católicos, catequizar indígenas abandonarem suas culturas, o padre Manuel da
e enquadrá-los no modo de vida Nóbrega passou a defender o uso da força para
dos europeus. mantê-los reduzidos nas missões.
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União Ibérica
• Com a morte do rei português D. Sebastião (1578), o cardeal D. Henrique,
seu tio, assumiu o trono (1578-1580).
• Formou-se um grupo de apoio ao cardeal e outro a favor da unificação das
duas coroas sob comando de Filipe II da Espanha, sobrinho de D. Henrique.
• E m 1580, Filipe II invadiu Portugal. Todos os domínios portugueses foram
incorporados ao Império Espanhol, dando início à União Ibérica.

O império de Filipe II
CÍRCULO POLAR ÁRTICO

PAÍSES
AMÉRICA BAIXOS ÁSIA
DO NORTE EUROPA
Milão Veneza
PORTUGAL Nápoles
Ilhas Açores ESPANHA JAPÃO
Ilha da Madeira Baçorá OCEANO
Ilhas Canárias
Ormuz PACÍFICO
TRÓPICO DE CÂNCER Alcácer-Quibir Diu Macau
México Santo Domingo Mascate
Guadalajara Bombaim
ÁFRICA Áden
AMÉRICA Cartagena
Ilhas de
Cabo Verde Goa FILIPINAS
CENTRAL Cabo Verde Ilha de Cochim
Panamá São Jorge da Mina Socotorá Málaca
Santa Fé CEILÃO

EQUADOR
Quito de Bogotá Ilha de São Tomé
Zanzibar
NOVA GUINÉ
Fonte: VIDAL-NAQUET,
AMÉRICA Luanda Molucas
Pierre; BERTIN, Jacques.
MERIDIANO DE GREENWICH

OCEANO Olinda OCEANO Java


DO SUL ANGOLA Moçambique Timor
PACÍFICO Lima Cuzco Salvador
ÍNDICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
Benguela
MADAGASCAR Atlas histórico: da
Assunção Rio de Janeiro Pré-história aos nossos
Santiago do Chile OCEANO
ATLÂNTICO
Cabo da Boa Esperança
O império de Filipe II
dias. Lisboa: Círculo de
Leitores, 1990. p. 167.
2.050 km

HISTÓRIA CAPÍTULO 13 O império colonial português
1o ano – 4o bimestre

Brasil holandês
• Após lutar por sua independência em relação à Espanha, os holandeses
buscaram conquistar as possessões ultramarinas de Portugal e Espanha.
Em 1624, a Companhia das Índias Ocidentais realizou uma tentativa
malograda de ocupação da Bahia. Expulsa, voltou-se para o Caribe.
• A companhia investiu em Pernambuco, maior região produtora de açúcar
do mundo. Após breve resistência portuguesa, firmou seu domínio sobre a
região que ia do atual Rio Grande do Norte até o norte de Alagoas.
Domínio holandês no Brasil
• Para governar, os holandeses negociavam com a elite local, pois dependiam dos colonos para a
produção do açúcar e administração dos engenhos.
• M aurício de Nassau em sua administração fundou a Cidade Maurícia, buscou conquistar praças
africanas fornecedoras de trabalhadores escravizados e tentou controlar o complexo açucareiro-
escravista montado pelos portugueses.
• A contratação de artistas holandeses encarregados de representar em pinturas e mapas a
paisagem geográfica, econômica, social e cultural brasileira foi uma das formas de conhecer e
explorar melhor essa paisagem.
• J udeus, cristãos-novos (judeus cristianizados) e católicos viviam em um ambiente de relativa
liberdade, o que auxiliava o domínio holandês e sua obtenção de lucros na América.
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Fim do Brasil holandês


• Para os portugueses, a Espanha privilegiou a defesa de suas possessões na
América e deixou as possessões de Portugal desprotegidas.
• E m 1640, grandes casas aristocráticas portuguesas revoltaram-se contra a
Espanha, aclamando D. João, duque de Bragança, novo monarca do reino.
D. João IV Planos de reconquista Levante luso- Vitória luso-brasileira na
assina a trégua de Pernambuco -brasileiro Batalha de Guararapes
com a Holanda e Angola e reconquista de Luanda

1640 1641 1642 1643 1644 1645 1646 1647 1648

Nassau retorna para a Holanda

Consequências da expulsão dos holandeses


• Forte concorrência do açúcar das Antilhas.
• Quebra do monopólio português no comércio transatlântico de africanos escravizados.
• A tlântico Sul tornou-se a base do Império Português.
• C rescimento da influência inglesa.
• C riação de órgãos no Brasil para fiscalizar os negócios da colônia.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
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DA ÁFRICA PARA
O BRASIL
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
1o ano – 4o bimestre

Presença portuguesa na África


• No século XV, os portugueses estabeleceram feitorias nas terras
continentais africanas. As feitorias eram ao mesmo tempo fortificações
militares e entrepostos comerciais.
• Feitores: funcionários da Coroa responsáveis por administrar as feitorias,
estabelecer relações amistosas com povos e chefes locais, organizar e proteger
o estoque de artigos obtidos por meio da troca e gerenciar seu embarque nos
navios que os levariam à Europa.
• Em 1445, foi criada a primeira feitoria portuguesa na África na Ilha de Arguim,
litoral da atual Mauritânia. Sua prosperidade tornou o continente africano
atrativo para os mercadores que financiaram e organizaram expedições para o
sul do continente, alavancando a expansão marítima e territorial portuguesa.
• A atividade comercial da feitoria de Arguim foi superada por aquela realizada
na fortaleza de São Jorge da Mina, construída em 1482, na Guiné. Em 1503 foi
construída a fortaleza de Axim.
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Escravidão africana e colonização


•  A escravidão e o comércio de escravizados eram práticas comuns na África
antes da chegada dos portugueses, no século XV.
• A maioria das pessoas escravizadas era capturada em guerras ou sequestrada.
• A comercialização de escravizados na África não era uma atividade econômica
central. Os portugueses se apropriaram da dinâmica da escravidão africana e
a transformaram em uma atividade lucrativa.
• Os portugueses estabeleceram alianças com chefes locais, utilizaram as
práticas já existentes para aprisionar escravos e aproveitaram o comércio de
escravizados para desenvolver a colonização de outras regiões.
• O comércio português na costa ocidental da África prosperou por conta
dos investimentos de outros governos europeus e do amparo dos chefes
locais africanos.
• Alguns portugueses percorriam regiões do interior da África para acompanhar
a captura de nativos, instalavam-se nessas regiões e adotavam, parcial ou
totalmente, a cultura local. Eles eram chamados de tangomãos ou lançados.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
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Igreja e escravidão
• Além das motivações econômicas, Portugal justificava sua presença na
África, a partir do século XV, pela crença de que devia cristianizar a África e
a Ásia.
• Por meio de uma bula papal de 1455, a Igreja Católica concedeu aos
portugueses o monopólio do comércio com a costa atlântica da África.
• Os portugueses procuraram cristianizar o Reino do Congo. No final do
século XV, o centro desse reino se situava no norte da atual Angola, e
sua cidade principal era M’Banza Congo (depois chamada de São Salvador
pelos portugueses).
• Congoleses e ambundus eram os povos que habitavam o Reino do Congo.
Eles trabalhavam com metais, têxteis e esculturas; cultivavam banana, dendê,
sorgo, milhete, inhame e cola; caçavam, pescavam e domesticavam animais.
• Os portugueses enviaram para o Reino do Congo missionários, frades,
diversos artífices e mulheres para “educar” as congolesas e as ambundus de
acordo com os hábitos domésticos europeus.
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Tráfico negreiro
• D iáspora africana: entre os séculos XVI e XIX, milhões de africanos
deixaram a África à força devido ao comércio de pessoas que eram levadas,
principalmente, para a América.
• Tráfico negreiro: comércio transatlântico de escravizados de diferentes
regiões do continente africano. Constituiu um dos maiores trânsitos
populacionais de que se tem registro.
• Os africanos escravizados eram utilizados como mão de obra nas plantações,
nas minas, nas residências e nas atividades urbanas da América e da Europa.
• A partir da década de 1570, o ingresso de africanos escravizados cresceu até
consolidar a escravidão como regime de trabalho preponderante no Brasil.
Marco importante foi a fundação de São Paulo de Luanda (atual Luanda),
que se tornou o maior entreposto fornecedor de escravizados da África.
• Tumbeiros: nome dado aos navios que realizavam o tráfico negreiro.
As centenas de escravizados transportados em seus porões sofriam com
as péssimas condições de alimentação e higiene, levando à propagação de
doenças. Muitos morriam durante a travessia.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
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Sudaneses e bantos
• Apesar da diversidade de povos, costuma-se O tráfico de escravos
identificar na África subsaariana dois grandes para o Brasil
grupos étnicos com base em semelhanças

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL


linguísticas: sudaneses e bantos.


• Costuma-se atribuir aos sudaneses uma OCEANO
ATLÂNTICO
Cabo
ÁFRICA

organização social mais complexa e Verde SONGAI

São Jorge da Mina


ETIÓPIA

conhecimento de técnicas mais sofisticadas de EQUADOR


São Luís
Ilha de CONGO

agricultura, pecuária, tecelagem e metalurgia. AMÉRICA Mombaça


Olinda São Tomé Luanda
DO SUL
Salvador Benguela
Moçambique

• As regiões fornecedoras de escravizados


Rio de Janeiro
OCEANO
PACÍFICO Cabo da Boa

variaram ao longo do tempo, sendo os principais Esperança OCEANO


ÍNDICO

Guiné e Costa da Mina (séc. XVI), Congo e Tráfico de escravos para o Brasil

Angola (séc. XVII) e Moçambique (séc. XVIII).


Sudaneses
1.720 km Bantos

• Os principais portos brasileiros de chegada Fonte: CAMPOS, Flavio de; DOLHNIKOFF. Miriam. Atlas:
história do Brasil. São Paulo: Scipione, 1993. p. 9.
dos africanos eram Salvador e Recife, e
a partir do século XVIII, o do Rio de Janeiro.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
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Números do tráfico negreiro


• E tapas vivenciadas pelos africanos escravizados assim que chegavam aos
portos do Brasil.

Levados a uma alfândega, Encaminhados aos Destino em locais de trabalho


local de controle da mercados públicos para como lavouras, engenhos,
carga do navio. serem comercializados. pastos ou centros urbanos.

• D o século XVI até 1888 (ano da abolição da escravidão), estima-se que mais
de 4 milhões de africanos tenham sido trazidos para o Brasil, sem contar os
milhares de afrodescendentes que nasceram aqui na condição de cativos.
• A partir do século XVII, o Brasil se transformou no principal destino mundial
de africanos escravizados.
• O tráfico transatlântico contava com ventos e marés favoráveis à navegação
entre os litorais do Brasil e da África Ocidental.
• Os contatos dos principais portos negreiros do Brasil com a África subsaariana
eram mais fáceis que os contatos dessas regiões com Portugal e o restante
da Europa.
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“Negros da terra” e “negros da Guiné”


• Até por volta de 1570, o número de africanos escravizados na colônia era
relativamente pequeno em relação à mão de obra indígena.
• É equivocada e preconceituosa a visão de que os “negros da Guiné”, os
africanos, passaram a ser utilizados como mão de obra no lugar dos “negros
da terra”, os indígenas, porque estes últimos eram fracos e preguiçosos.
Foram vários os fatores que levaram a essa mudança a partir de 1570:
n Conflitos entre portugueses e indígenas.
n Alta mortalidade da população nativa.
n Interesse dos portugueses em estabelecer boas relações com os indígenas.
n Lei de proteção dos povos indígenas (1570).
n  ráfico negreiro passou a ser fonte de grandes lucros para comerciantes e
T
para a Coroa portuguesa.
• Quando havia mão de obra africana suficiente, Coroa e missionários
“defendiam” os indígenas contra a escravidão. Porém, quando havia
escassez, as leis de proteção aos indígenas eram flexibilizadas.
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Sociedade escravista
• No Brasil, os africanos escravizados trabalhavam nos engenhos e nos canaviais,
nas minas, nas fazendas de gado e em outras propriedades. Eles também
realizavam tarefas domésticas e diversos outros ofícios.
• Os escravos de aluguel eram alugados por seus donos para outras pessoas.
Já os escravos de ganho podiam exercer outros ofícios desde que
entregassem ao final do dia certa quantia de seus ganhos a seus senhores.
• A escravidão foi uma das bases da organização social e econômica do
país até o fim do século XIX. O Brasil formou-se como uma sociedade
escravista.
• No Brasil, a mão de obra escravizada era utilizada por padres, produtores
de açúcar ou de café, pessoas de baixa condição financeira e outros
escravizados. O preço pago por um escravizado compensava sua aquisição
após um período de 13 a 16 meses de exploração de seu trabalho.
• As condições de vida das pessoas escravizadas eram terríveis. Eles
dificilmente viviam mais do que 30 anos por conta de fatores como sua
captura na África, a travessia no Atlântico em tumbeiros e as jornadas de
trabalho extenuantes.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
1o ano – 4o bimestre

Resistência à escravidão
• Os escravizados desenvolveram muitas formas de resistência à opressão dos
senhores e à sua condição de cativos.

Cotidiano Quilombos Cultural


•  N egociação informal • C omunidades independentes • Sincretismo religioso:
com os senhores. de escravizados fugidos. Alguns escravizados identificavam
• A doção de recursos chegaram a reunir milhares suas entidades religiosas com
jurídicos contra de pessoas. santos católicos. Origem dos
excessos cometidos. • No local havia agricultura, cultos afro-brasileiros, como
• M edidas para prejudicar criação de gado e artesanato. o candomblé.
economicamente os Chegaram a comercializar • Preservação de parte das
proprietários, como a seus excedentes com centros tradições por meio de
lentidão no trabalho e urbanos próximos. expressões da cultura
a sabotagem de • Quilombo dos Palmares: o afro‑brasileira, que
equipamentos e maior quilombo de que se tem incorporaram outras
da produção. notícia. Localizava-se na Serra influências e assumiram novos
• Fugas. da Barriga, atual Alagoas. Após significados. Entre essas
• M eios violentos, como quase um século de resistência, expressões estão as congadas,
assassinatos e revoltas. foi liquidado em 1695 por o jongo, o tambor de crioula, o
• Suicídio. bandeirantes paulistas. samba e a capoeira.
HISTÓRIA CAPÍTULO 14 Da África para o Brasil
1o ano – 4o bimestre

Memórias de sofrimento e luta


• A valorização da cultura afro-brasileira é resultado de décadas de lutas
do movimento negro e de setores democráticos da nossa sociedade,
tornando possível a adoção de medidas afirmativas para superar os efeitos
socioeconômicos e culturais do preconceito legado pela escravidão e
garantir a igualdade racial estabelecida na lei.
• M udanças na atuação das instituições governamentais encarregadas de
proteger o patrimônio cultural brasileiro:
n  o século XX, priorizavam a preservação de vestígios materiais da
N
escravidão africana no Brasil.
n  os últimos anos, passaram a valorizar os bens culturais originados da
N
presença africana no Brasil.
• O patrimônio imaterial é importante para a preservação da cultura
afro‑brasileira porque muitos povos africanos eram ágrafos (não possuíam
escrita) e, no Brasil, eles preservaram a cultura da oralidade.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

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A MINERAÇÃO NA
AMÉRICA PORTUGUESA
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Expedições no território brasileiro


• No século XVI, expedições organizadas por colonos e pela Coroa portuguesa
percorreram o interior do Brasil com objetivo de explorar o território, buscar
indígenas para escravizar e encontrar pedras preciosas e minérios.
• Bandeira: expedição exploratória conduzida por particulares (conhecidos
como bandeirantes) que partiam em sua maioria de São Paulo.
• Os jesuítas combateram a escravização de indígenas, desencadeando
conflitos com os sertanistas e a aprovação de uma lei pela Coroa, em 1570,
que permitia a escravização de indígenas só em caso de “guerra justa”. Com
isso, cresceu o tráfico transatlântico de africanos no Nordeste açucareiro e
o número de expedições em busca de indígenas na capitania de São Vicente.
• O auge das expedições paulistas de apresamento ocorreu nas décadas de 1620
e 1630. Em 1640, os paulistas expulsaram os jesuítas da capitania de São Paulo.
• O bandeirismo de apresamento entrou em declínio no final do século XVII,
quando cresceu o interesse pela procura por ouro com a descoberta de
grandes veios do metal na região do atual estado de Minas Gerais.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Expansão territorial
• Aspectos da expansão territorial portuguesa na América e da definição dos
limites entre os domínios portugueses e espanhóis.
Tratado de Tordesilhas Expansão da Tratado de Madri
(1494) ocupação territorial (1750)
Estabelecia os com as bandeiras, Estabelecia novos limites
limites territoriais da atividade pecuária e territoriais entre as Américas
América ibérica. ação jesuítica. portuguesa e espanhola.

Tratado de Badajós Tratado de Santo Idelfonso Disputas na


(1801) (1777) transferência da
Retomou os limites do Determinou a permanência dos Colônia de Sacramento
Tratado de Madri, e Sete espanhóis na região de Sacramento à Espanha e de Sete
Povos das Missões ficaram e cedeu terras na região do Rio Povos das Missões
sob domínio português. da Prata aos portugueses. aos portugueses.

• G uerras Guaraníticas (1753-1756): o Tratado de Madri determinou que


os indígenas Guarani fossem removidos do território dos Sete Povos das
Missões, no atual Rio Grande do Sul. Para permanecer em suas terras, os
indígenas combateram espanhóis e portugueses.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Descoberta de ouro
• Fatores da crise financeira atravessada por Portugal desde o século XVII:
n Perda para Holanda do controle das principais rotas de comércio do Oceano
Índico e de grande parte das possessões coloniais asiáticas.
n Declínio das rendas obtidas com o Brasil devido às guerras de restauração
de Pernambuco e da queda do preço do açúcar no mercado internacional.
n Constante balança comercial desfavorável.
• A situação começou a mudar no final do século XVII, quando foram
encontradas grandes jazidas de ouro no Brasil.
• Entre 1693 e 1695, descobriu-se ouro próximo à atual cidade mineira de Sabará.
Outras minas foram encontradas, transformando as chamadas Minas Gerais em
uma região populosa, dinâmica e rica.
• P osteriormente, os colonos encontraram ouro na região dos atuais estados
do Mato Grosso (1718) e Goiás (1722).
• Com a descoberta de ouro, começou de fato a ocupação do interior da
América portuguesa e a extensão da política administrativa imperial para
essas regiões.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Corrida para as minas


• Condições de vida na região das minas: acampamentos improvisados,
alimentos escassos e alto preço das mercadorias.
• Gente de toda parte do Brasil, de Portugal e de outros países tentou se
estabelecer na região das minas para enriquecer com a mineração.
• Com objetivo de garantir o controle da região das minas, a Coroa
portuguesa restringiu a exploração das jazidas apenas a quem possuísse
escravizados e riquezas necessários ao investimento nessa tarefa. Mesmo
assim, os fluxos migratórios para a região prosseguiram.
• Nas minas havia nobres, grandes comerciantes, funcionários reais de alto,
médio e baixo escalão, religiosos, trabalhadores livres, medianos e pobres e
muitos escravizados, compondo uma população majoritariamente masculina.
• O número de negros libertos era muito expressivo em Minas Gerais.
• A diversidade de pessoas criou, nos primeiros momentos da mineração,
diversos conflitos, crises de abastecimento e escassez alimentar.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Guerra e exploração aurífera


• Nos sertões mineiros ocorreu a Guerra dos Emboabas (1708-1709).
Causas Consequências
Tentativa dos colonos • S eparação da região de Minas Gerais da capitania do Rio de Janeiro e
de controlar as sua união à capitania de São Paulo.
lavras descobertas • Envio de novo governo para Minas Gerais.
e o aparato • Início da presença ostensiva da administração imperial portuguesa
administrativo local. no local.

• Sobre a exploração aurífera.


Técnicas
Mão de obra
• Aluvião: garimpo no leito dos rios. Era a
• O trabalho de africanos escravizados foi o
técnica mais utilizada por exigir menos
mais expressivo, principalmente dos oriundos
recursos que a feita em minas subterrâneas.
da Costa da Mina, possivelmente por terem
• G rupiara: depósitos de ouro nas encostas
experiência com mineração.
de montanhas eram escavados e levados
• A lta taxa de mortalidade dos escravizados.
até a água para serem bateados.
• Os mineiros, escravizados ou não, contraíam
• C riação de máquinas hidráulicas que
doenças como insolação, disenteria, pneumonia
aumentavam a disponibilidade de água
e malária.
nas lavras.
HISTÓRIA CAPÍTULO 15 A mineração na América portuguesa
1o ano – 4o bimestre

Urbanização
• As populações que se dirigiam à região das minas estabeleciam pequenos
povoados próximos aos locais de mineração, plantando gêneros de
subsistência que lhes permitiam permanecer no local.
• O povoado que prosperava podia receber da Coroa portuguesa o foral:
documento oficial que o elevava à condição de vila.
• As primeiras vilas de Minas Gerais foram oficializadas em 1711: a Vila Real de
Nossa Senhora do Carmo (atual Mariana), a Vila Real de Nossa Senhora da
Conceição (atual Sabará) e Vila Rica (atual Ouro Preto).
• Sob controle da Coroa, em todas as vilas deveria haver um aparato
administrativo básico: Câmara Municipal, cadeia, pelourinho, funcionários e
igrejas. Por vezes, a vila poderia ser elevada à condição de cidade.
• A atividade mineradora provocou importantes mudanças no padrão de
urbanização até então existente nas terras portuguesas da América:
n Vilas e cidades mais suntuosas.
n Ocupação populacional rápida e intensa.
n Crescimento desordenado e sem preocupação urbanística.
• E nquanto Vila Rica é um exemplo do crescimento sem planejamento urbano,
Mariana, elevada a cidade em 1745, foi construída de maneira planejada.
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1o ano – 4o bimestre

Integração territorial e sociedade mineira


• A intensa atividade econômica das Minas Gerais e as descobertas de ouro
nas regiões dos atuais Mato Grosso e Goiás possibilitaram a integração
territorial de quase todas as partes dessas imensas regiões.
• A crescente importância econômica do Centro-Sul levou a metrópole
portuguesa, em 1763, a transferir a capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
• Tropeiros: percorriam longas distâncias conduzindo animais e transportando
mercadorias por vias terrestres. Essa atividade teve papel importante no
processo de interiorização.
• Nas áreas mineradoras, a diversificação das atividades econômicas
possibilitou a formação de uma sociedade mais complexa.
• Pesquisas recentes concluíram que o grande número de alforrias na região se
explica pela atuação dos escravos nas diversas atividades econômicas, o que
lhes possibilitou adquirir recursos para comprar a própria liberdade.
• S emelhante a outras partes da colônia, em Minas Gerais o status social
correspondia à união de riqueza, crença religiosa e cor da pele.
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1o ano – 4o bimestre

Controle das minas pela Coroa portuguesa


• A Coroa portuguesa criou diversos impostos para garantir sua parte nos
lucros gerados pela exploração aurífera:
n Quinto: estabelecia a obrigação de entregar à Coroa um quinto (20%) do
ouro extraído. O controle da cobrança era realizado nas casas de fundição.
n Capitação: baseado no conjunto dos bens (inclusive escravizados) que
cada pessoa envolvida na mineração possuía.
• Revolta de Vila Rica (1720): vários habitantes de Vila Rica se rebelaram
contra a instalação de casas de fundição na região.
• Diante da descoberta de diamantes no Arraial do Tijuco, a partir de 1714, e
do seu alto valor no mercado internacional, Portugal decidiu, em 1729, criar
o Distrito Diamantino e estabeleceu o monopólio régio sobre a extração.
• A Coroa portuguesa proibiu a entrada de ordens religiosas regulares em
Minas Gerais devido ao crescente poder e à autonomia desses grupos.
• O rdens terceiras ou irmandades leigas: criadas na ausência de ordens
eclesiásticas, foram associações religiosas leigas organizadas em torno da
devoção de um santo. Tiveram papel de destaque na sociedade mineira.
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1o ano – 4o bimestre

Economia portuguesa e queda


da produção aurífera Cálculo aproximado da produção
de ouro em Minas Gerais, Goiás e
• O Império Português fortaleceu-se com Mato Grosso no século XVIII (kg)
a exploração do ouro do Brasil e obteve Período Minas Gerais Goiás Mato Grosso
uma balança comercial favorável. 1730-1734 7.500 1.000 500
Porém, não se igualou às grandes 1735-1739 10.637 2.000 1.500
potências da época: França, Holanda e 1740-1744 10.047 3.000 1.100
Inglaterra. 1745-1749 9.712 4.000 1.100
• Tratado de Methuen (1703): a 1750-1754 8.780 5.880 1.100
1755-1759 8.016 3.500 1.100
Inglaterra garantia prioridade de
1760-1764 7.399 2.500 600
compra dos vinhos lusos e exigia a
1765-1769 6.659 2.500 600
preferência portuguesa pelos tecidos 1770-1774 6.179 2.000 600
ingleses. Como os tecidos rendiam 1775-1779 5.518 2.000 600
mais lucros, parte do ouro do Brasil 1780-1784 4.884 1.000 400
foi para a Inglaterra e contribuiu para 1785-1789 3.511 1.000 400
fortalecer a economia inglesa e financiar Fonte: PINTO, Virgílio Noya. O ouro brasileiro e o comércio
a industrialização do país. Portugal anglo-português: uma contribuição aos estudos da economia
manteve-se agrícola e atrasado até atlântica no século XVIII. São Paulo: Nacional, 1979. In: SOUZA,
Laura de Mello e. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira
meados do século XX. no século XVIII. Rio de Janeiro: Graal, 1982. p. 48.
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1o ano – 4o bimestre

Religiosidade e cultura do barroco


• No século XVIII, a relativa prosperidade do Império Português permitiu a
construção de grandes obras em Portugal e no Brasil.
• Os artistas setecentistas da região das minas costumam ser agrupados
como representantes do barroco mineiro. O estilo, com forte teor católico,
é uma forma de expressão dramática, rebuscada, detalhada e fortemente
impactante. Através dessa arte, a sociedade mostrava sua hierarquia social.
• O mais importante escultor do barroco mineiro do século XVIII foi Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Entre os pintores mineiros destacou-se
Manuel da Costa Athaíde, o Mestre Athaíde.
• V ários escritores ajudaram a notabilizar a literatura no século XVIII.

Escritores Obras
José Basílio da Gama O Uraguay (1769)
Santa Rita Durão Caramuru (1781)
Tomás Antônio Gonzaga Marília de Dirceu (1792) e, provavelmente, Cartas chilenas

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