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MECÂNICA GERAL

Unidade 6 - Forças distribuídas:


momentos de inércia

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UNIDADE 6

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Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, sendo

vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, venda,

compartilhamento e distribuição.

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

> Compreender os
conceitos envolvendo
momento de inércia;
> Compreender o
que é momento de
inercia polar e sua
diferença para o
momento de inércia;
> Determinar
o momento de
inércia de corpos
com diferentes
configurações.

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6 FORÇAS DISTRIBUÍDAS:
MOMENTOS DE INÉRCIA

INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade definiremos os conceitos de momento de inércia de uma su-
perfície. Veremos que esta propriedade é uma rigidez a rotação em torno de
um eixo de interesse, e que a raiz quadrada entre a sua razão e a área da su-
perfície representam um raio de giração.
Posteriormente será definido o teorema dos eixos paralelos, que nada mais é
do que a partir encontrar o momento de inércia de geometrias que distam
certa distância de um eixo de interesse. Além disso, o momento de inércia
polar será relatado. Este conceito, faz referência a uma determina rigidez de
torção, ou seja, o quando uma geometria faz resistência quando tendem a
gira-la em torno de um ponto.
Por fim, explicitaremos como determinar o produto de inércia e os respecti-
vos momentos de inércia e produto de inércia em eixos que foram rotaciona-
dos certo ângulo em relação ao eixo original.

6.1 DEFINIÇÃO DE MOMENTO DE INÉRCIA


Em unidades anteriores chegamos a ver que poderíamos ter forças distribuí-
das ao longo da estrutura, como por exemplo, a força peso, no qual cada ele-
mento de massa possui uma força peso. Neste tópico, imagine forças distribu-
ídas sobre uma superfície. Além disso, as suas intensidades são proporcionais
a cada elemento de área tomado desta superfície. Considere, também, que a
força pode variar entre o elemento de área adotado e algum eixo coordenado
escolhido, de maneira linear.
Dessa forma, momento de inércia pode ser entendido como sendo uma pro-
priedade que se relaciona com a rotação de uma superfície em torno de um
eixo. Quanto maior o momento de inércia desta superfície em relação ao eixo
menos este geometria plana tende a girar em torno deste eixo.

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FIGURA 1: MOMENTO DE INÉRCIA DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Beer (2013)

Considere a figura 1, representando uma geometria plana onde podemos ob-


servar as aplicações das forças. Como esta força é distribuída, o somatório de
cada contribuição nos fornecerá a força resultante:
R = ∫ kydA = k ∫ ydA

Conforme vimos em unidades anteriores, a integral acima representa o pri-


meiro momento de inércia dado por:

∫ ydA = yA
Dessa forma, a soma dos momentos desta força em relação ao eixo é dada
por:
M = ∫ y∆F
M = ∫ ykydA = k ∫ y 2 dA

A integração representada acima é denominada de momento de inércia em


relação ao eixo x da figura acima. Assim sendo, o momento de inércia pode
ser determinado por:
I x = ∫ y 2 dA
I y = ∫ x 2 dA

e representam o momento de inércia em relação ao eixo x e y, respectivamente.


Vamos exemplificar em como determinar por integração o momento de inércia.
Para cada superfície, devemos escolher de maneira apropriada o diferencial de
área para simplificar os cálculos a serem feitos. Vejamos o exemplo a seguir.

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Considere a figura abaixo. . Vamos determinar


o momento de inércia em relação ao eixo x e y,
respectivamente. Para isso, considere um elemento
diferencial de área dA = dydx , em que possuí uma
altura do eixo e está a uma distância do eixo y. Dessa
forma, aplicando a definição, temos que:

I x = ∫ y 2 dA
a a a
y3 1
dx = ∫ ( kx 2 ) dx
y 3
I x = ∫ ∫ y 2 dydx = ∫
0
0
0
3 30
k3 7
Ix = a
21
b
k= 2
a
ab3
Ix =
21
I y = ∫ x 2 dA
y a a
a
Iy = ∫ ∫ x dydx = ∫ x
2 2
ydx = ∫ kx 4 dx
0
0 0 0

k 5
Iy = a
5
a 3b
Iy =
5

FIGURA:. EXEMPLO DO MOMENTO DE INÉRCIA POR


INTEGRAÇÃO

Fonte: Beer (2013)

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6.2 RAIO DE GIRAÇÃO


Considere a figura 2 abaixo. Ademais temos que o momento de inércia deste
corpo em relação ao eixo e são dados, respectivamente, por: e , tendo uma
área superficial . Agora suponha que toda esta superfície possa ser concen-
trada em uma estreita faixa a uma dada distância do eixo e sendo paralela ao
eixo , conforme consta na figura 3.

FIGURA 2: ILUSTRAÇÃO PARA O RAIO DE GIRAÇÃO DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Beer (2013)

FIGURA 3: RAIO DE GIRAÇÃO EM RELAÇÃO AO EIXO X

Fonte: Beer (2013)

Por definição do momento de inércia, podemos dizer que:


I x = ∫ y 2 dA

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Como toda a área está concentrada a uma dada altura , podemos simplificar
a integral da seguinte maneira:
I x = k x2 A

Dessa forma, o raio de giração da superfície em relação ao eixo pode ser dado
por: I
kx = x
A

De maneira análoga, o raio de giração em relação ao eixo é dado por:


Iy
ky =
A

Vejamos um exemplo.

Considere a figura abaixo. Vamos determinar o raio de


giração em relação ao eixo e . Como já foi determinado
o momento de inércia em relação aos seus eixos,
precisamos encontrar apenas a área. A área pode ser
determinada integrando um elemento diferencial a
uma dada posição com uma altura , ou seja:
a
A = ∫ ydx
0
a
ka 3
A = ∫ kx dx =
2

0
3

e
b
k=
a2

Dessa forma,
ab
A=
3

Utilizando a definição de raio de giração, temos que:

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ab3 1
kx = ∗
21 ab
3
b
kx =
7

De forma análoga para o raio de giração em relação


ao eixo , temos que:

a 3b 1
kx = ∗
5 ab
3
3a 2
kx=
5
a
kx=
5
3

Como vimos na definição e no exemplo, o raio de giração sempre terá unida-


de de comprimento. Este estudo tem aplicações em algumas áreas específi-
cas, que discutiremos em momento oportuno.

6.3 TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


O teorema dos eixos paralelos é também conhecido como teorema de Steiner.
Considere uma superfície plana tendo como referência o eixo AA’ e o ponto
C representa o centro geométrico desta figura, conforme consta na figura 4.
O teorema dos eixos paralelos ou teorema de Steiner nos afirma que o mo-
mento de inércia em relação ao eixo AA’ é a soma do momento de inércia em
relação ao eixo que passa pelo seu centro geométrico acrescido pelo produto
da área e a distância ao quadrado do eixo BB’ ao eixo AA’. Em outras palavras:
I AA ' = I BB ' + Ad 2

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FIGURA 4: TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS

Fonte: Beer (2013)

Este teorema é muito útil para determinarmos o momento de inércia. Vamos


demonstrar de forma matemática este teorema. Para isso, considere a figura
4. O momento de inércia em relação ao eixo de referência é dado por:

I AA ' = ∫ y 2 dA = ∫ ( d + y ') dA
2

I AA ' = ∫ y 2 dA = ∫ ( d + y ') dA
2

Expandindo o termo, temos que:


I AA ' = ∫ y '2 dA + 2d ∫ y ' dA + d 2 ∫ dA

A primeira integral representa o momento de inércia em relação ao eixo . Já


o segundo termo é o momento de primeira ordem, tendo como referência
o eixo e como o centro geométrica está sobre este eixo, a segunda integral é
zero. Dessa forma:
I AA ' = I BB ' + Ad 2

Este teorema pode ser aplicado tanto para encontrar o momento de inércia
em relação ao eixo centroidal (eixo ) ou em relação ao eixo . Além disso, o mes-
mo raciocínio pode ser realizado em relação a um eixo vertical, por exemplo.
Se ao invés de ser um eixo na horizontal e fosse na vertical, o teorema é válido
da mesma forma, seguindo os mesmos passos realizados acima.
Vejamos um exemplo, a fim de um melhor entendimento sobre o assunto.

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Considere a figura abaixo. Vamos determinar o


momento de inércia em relação ao eixo . Superfícies
padrões como círculos, semicírculos, triângulos,
retângulos, etc., o momento de inércia destas
geometrias podem ser encontradas facilmente em
livros e/ou na internet. O momento de inércia em
relação a um eixo paralelo à e que passa pelo centro
da superfície é dado por:
1
Ic = π r 4
4

Dessa forma, utilizando o teorema dos eixos


paralelos, temos que:
IT = I c + Ad 2
1
IT = π r 4 + (π r 2 ) ∗ r 2
4
5
IT = π r 4
4

FIGURA: UTILIZANDO O TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS


PARA DETERMINAR O MOMENTO DE INÉRCIA

Fonte: Beer (2013)

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Neste exemplo, vamos determinar o momento de inércia em


relação ao eixo centroidal da uma figura, no qual o momento
de inércia em relação ao eixo de referência é dado por
I x = 5000mm 4 2
tendo uma área igual à A = 120mm . A distância
do eixo até o eixo centroidal é de d = 5mm . Dessa forma,
podemos encontrar o momento de inércia em relação ao eixo
centroidal por:

I x = I x ' + Ad 2
I x ' = I x − Ad 2 = 500 − 120 ∗ 52
I x ' = 2000mm 4

6.4 O QUE É O MOMENTO DE INÉRCIA POLAR?


O momento de inércia polar ou segundo momento polar de área de uma
elemento de área pode ser entendido como sendo o produto da área deste
elemento pela distância ao quadrado do ponto de interesse, onde se deseja
determinar o momento de inércia polar.
Este momento de inércia representa a resistência que uma superfície tem ao
torcer este elemento em torno do ponto desejado ou a resistência à deforma-
ção torcional.
Considere a figura5, conforme mostrada abaixo. O momento de inércia polar
desta superfície é dada pelo somatório do produto do elemento de área pelo
quadrado da distância , ou seja:
J o = ∫ r 2 dA

FIGURA 5: DEFINIÇÃO DE MOMENTO DE INÉRCIA POLAR

Fonte: Meriam (2009)

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Considerando a figura 5, podemos expressar em função de e da seguinte maneira:


r 2 = x2 + y 2

Assim sendo, a expressão para o momento de inércia polar pode ser expandido:
Jo = ∫ ( x 2 + y 2 ) dA
Jo = ∫ x 2 dA + ∫ y 2 dA

Analisando o resultado acima, e utilizando os conceitos de momento de inér-


cia, podemos observar que o momento de inércia polar é a soma dos mo-
mentos de inércia em relação ao eixo e :
Jo = I x + I y

Vejamos um exemplo, em que iremos determinar o momento de inércia polar


e, consequentemente determinar o momento de inércia.

Considere a figura abaixo . Considere o elemento


de área anelar com uma espessura e distância do
centro do círculo, sendo que o raio desta geometria
é . A partir do momento de inércia polar, determine
os momentos de inércia em relação ao eixo e .
Primeiramente, vamos utilizar o conceito de
momento de inércia polar:

Jo = ∫ r 2 dA
dA = 2π udu
r
Jo = ∫ u 2 2π udu
0
r
Jo = 2π ∫ u 3 du
0

π r4
Jo =
2

Agora vamos determinar os momentos de inércia


em relação ao eixos e .
Como a geometria é um círculo concêntrico em
relação ao ponto , sendo simétrico de todos os lados,
o momento de inércia em relação ao eixo é igual ao
momento de inércia em relação ao eixo . Dessa forma,

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Ix = I y
Jo
Jo = I x + I y = 2 I y → I y =
2

Logo, temos que:


π r4
Iy =
2
π r4
Ix =
2

FIGURA: EXEMPLO DE MOMENTO DE INÉRCIA POLAR

Fonte: Beer (2013)

6.5 PRODUTO DE INÉRCIA


O produto de inércia pode ser utilizado para medir a antissimetria da super-
fície. Além disso, serve de base para eixos girados, ou seja, eixos quando rota-
cionados em relação ao eixos originais.
O produto de inércia é análogo aos demais calculados, sendo determinado
como:
I xy = ∫ xydA

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FIGURA 6:. PRODUTO DE INÉRCIA DE UMA SUPERFÍCIE

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

Observe que no caso do momento de inércia e do momento de inércia polar,


seus resultados são sempre positivos. No caso do produto de inércia, pode-
mos obter resultados negativos.
Além disso, o teorema dos eixos paralelos é aplicável ao produto de inércia:
I xy = I x ' y ' + xc yc A

Onde representa o produto de inércia do eixo centroidal e e representa o


centroide da geometria. Para demonstrar a sua validade, considere a figura 7
abaixo.

FIGURA 7:TEOREMA DOS EIXOS PARALELOS PARA PRODUTO DE INÉRCIA.

Fonte: Elaborada pelo autor (2020)

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Pela definição de produto de inércia, temos que:


I xy = ∫ xydA

Além disso, temos que a distância horizontal e vertical até o elemento de área
é dada por: x = x '+ xc
y = y '+ yc

Dessa forma, temos que o produto de inércia é:


I xy = ∫ ( x '+ xc )( y '+ yc )dA
I xy = ∫ ( x ' y '+ xc y '+ yc x '+ xc yc )dA

Expandindo este termo, temos que:


Qy = ∫ yc x ' dA = yc ∫ x ' dA
Qx = ∫ xc y ' dA = xc ∫ y ' dA

Esses dois termos representam o momento de primeira ordem, em relação


ao eixo centroidal (eixo que passa pelo seu centro geométrico). Dessa forma,
este momento de inércia de primeira ordem é nulo.
Logo o produto de inércia se torna:
I xy = ∫ x ' y ' dA + ∫ xc yc dA
I xy = ∫ x ' y ' dA + xc yc ∫ dA

A primeira integral é o produto de inércia do eixo centroidal, aquele eixo que


passa pelo centro geométrico da superfície. Assim sendo, o teorema dos eixos
paralelos é análogo ao utilizado para o momento de inércia e é dado por:
I xy = I x ' y ' + xc yc A

6.6 ROTAÇÃO DOS EIXOS


Podemos notar nas secções anteriores que todos os momentos de inércia
explicitados dependem do sistema de eixos coordenados ao qual adotamos.
Quando o sistema de coordenadas é alterado o seu momento de inércia é
também alterado.
Entretanto, podemos imaginar que exista uma relação entre o sistema de co-
ordenadas antes e depois da modificação. Considere a figura 10. O sistema

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de eixos coordenados sofre uma determinada rotação em relação à origem


do sistema. Obviamente, todos os tipos de momento de inércia e produto de
inércia irão sofrer alterações, pois eles dependem das coordenadas.
Este tipo de operação pode ser utilizado para determinar a posição de rotação
do eixo que dará o maior ou menor momento de inércia. Considere a figura 8.

FIGURA 8:SISTEMA DE COORDENADAS ROTACIONADO EM RELAÇÃO AO ORIGINAL

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Seja , e os momentos de inércia e produto de inércia em relação às coorde-


nadas originais. Primeiramente, vamos determinar o momento de inércia em
relação ao eixo rotacionado em em relação a .
Pela definição de momento de inércia, temos que:
I x ' = ∫ y '2 dA

A nova coordenada é dada por:


y ' = y cos (θ ) − xsen (θ )

Substituindo na definição de momento de inércia, temos que:


I x ' = ∫ ( y cos (θ ) − xsen (θ ) ) dA
2

Expandindo os termos, chegasse em:


I x ' = ∫ ( y 2 cos 2 θ + x 2 sen 2θ − 2 xy cos (θ ) sen (θ ) ) dA
I x ' = cos 2 θ ∫ y 2 dA + sen 2θ ∫ x 2 dA − 2 cos (θ )sen (θ ) ∫ xydA

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Podemos analisar que as integrais representam o momento de inércia em


relação ao eixo e e o produto de inércia, respectivamente. Dessa forma:
I x ' = cos 2 θ I x + sen 2θ I y − 2 cos (θ ) sen (θ ) I xy

Devemos utilizar dos recursos das propriedades trigonométricas para simpli-


ficação da equação acima.
Sabe-se que:
cos 2 θ + sen 2θ = 1 → sen 2θ = 1 − cos 2 θ
1
cos 2 θ = (1 + cos ( 2θ ) )
2
2 cos (θ ) sen (θ ) = sen ( 2θ )

Dessa forma, a equação do momento de inércia pode ser simplificada, recain-


do em:
I x ' = cos 2 θ I x + (1 − cos θ ) I y − sen ( 2θ ) I xy
I x ' = I y + cos 2 θ ( I x − I y ) − sen ( 2θ ) I xy
1
Ix' = I y +
2
(1 + cos ( 2θ ) ) ( I x − I y ) − sen ( 2θ ) I xy
1
Ix' =
2
( )
2 I y + I x − I y + cos ( 2θ ) ( I x − I y ) − sen ( 2θ ) I xy

Resultando em: Ix + I y Ix − I y
Ix' = + cos ( 2θ ) − I xy sen ( 2θ )
2 2

De forma análoga podemos fazer para o momento de inércia em relação ao


eixo .
I y ' = ∫ x '2 dA

A nova coordenada é dada por:


x ' = x cos (θ ) + ysen (θ )

Substituindo na definição de momento de inércia, temos que:


I y ' = ∫ ( x cos (θ ) + ysen (θ ) ) dA
2

Portanto, temos que:


I y ' = sen 2θ I x + cos 2 θ I y + 2 cos (θ ) sen (θ ) I xy

Utilizando as propriedades trigonométricas, o momento de inércia resulta em:


Ix + I y Ix − I y
I y' = − cos ( 2θ ) + I xy sen ( 2θ )
2 2

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Para o produto de inércia, temos:


I x ' y ' = ∫  x cos (θ ) + ysen (θ )   y cos (θ ) − xsen (θ )  dA

I x ' y ' = ∫ ( y 2 − x 2 ) cos θ senθ + xy ( cos 2 θ − sen 2θ )  dA

Utilizando as definições de momentos de inércia e produto de inércia, além


das propriedades trigonométricas, chegasse em:
Ix − I y
Ix' y' = sen ( 2θ ) + I xy cos ( 2θ )
2

CONCLUSÃO
Nesta unidade foram apresentadas a definição de momento de inércia. Vi-
mos que momento de inércia ou momento de segunda ordem se aplica em
geometrias planas. Além disso, foi apresentado suas formas de cálculos que
ficam facilitadas ou dificultadas dependendo da escolha do elemento dife-
rencial de área.
Raio de giração nada mais é do que a raiz quadrada da razão entre o momen-
to de inércia e a área daquela superfície. Este conceito é amplamente utiliza-
do em flambagem de estruturas, pois é uma medida de rigidez da mesma.
Posteriormente, vimos que o momento de inércia pode ser facilmente esten-
dido a eixos deslocados ao seus originais. Este conceito é muito útil quando
temos geometrias compostas.
Momento de inércia polar é sempre determinado em relação a algum ponto
de interesse. Este momento de inércia representa uma rigidez a torção, ou
seja, representa uma resistência quando tenta-se rotacionar a superfície em
torno daquele ponto em especifico.
Por fim, vimos produto de inércia, quando temos superfícies antissimétricas, e
rotação de eixos, no qual quando eixos são rotacionados os novos momentos
de inércias são funções que dependem do ângulo de rotação e dos momen-
tos de inércia anteriores. Estes conceitos são fundamentais para encontrar os
momentos de inércia máximo ou mínimo e, consequentemente, determinar
as tensões máximas e mínimas nas estruturas.

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