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Mecânica Para a Engenharia de Computação

Jairo Rocha de Faria

Universidade Federal da Paraíba

Energia rotacional e momento de inércia

Jairo Rocha de Faria Mecânica Para a Engenharia de Computação


Rotações e Momento Angular

1.3 Energia rotacional e momento de inércia


Dado um corpo rígido Ω rodando em torno de um eixo fixo,
podemos dividi-lo num número muito grande de elementos, cada
uma com massa ∆mi . A energia cinética de cada uma destas
partes é dada por
1 1
Ki = ∆mi vi2 = ∆mi ri2 ω 2 ,
2 2
onde utilizamos a equação vi = ri ω e o fato de que a velocidade
angular ω é a mesma para todas as partes de massa ∆mi .

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Rotações e Momento Angular

A energia cinética total do corpo rígido pode ser encontrada


somando-se as energias individuais de cada componente do sistema:
!
X 1 X 1
K= Ki = ∆mi ri2 ω 2 = I ω 2 ,
2 2
i i

2
P 
onde I = i ∆mi ri é denominado momento de inércia de Ω.

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A energia cinética total do corpo rígido pode ser encontrada


somando-se as energias individuais de cada componente do sistema:
!
X 1 X 1
K= Ki = ∆mi ri2 ω 2 = I ω 2 ,
2 2
i i

2
P 
onde I = i ∆mi ri é denominado momento de inércia de Ω.
Note que no caso acima estamos considerando um corpo rígido
formado por um conjunto discreto de partículas ou adotando esta
aproximação. Para uma distribuição contínua de massa, temos que
Z
I = r 2 dm.

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Energia cinética de translação e de rotação

Note que
energia cinética de translação E = 21 mv 2 , e
energia cinética de rotação K = 12 I ω 2 .
Assim, que o momento de inércia e a velocidade angular são
os análogos da massa inercial e da velocidade tangencial, res-
pectivamente.

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O momento de inércia depende da distribuição de massa com


relação ao eixo em torno do qual o corpo gira.

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O momento de inércia depende da distribuição de massa com


relação ao eixo em torno do qual o corpo gira.
Assim, um mesmo corpo rígido pode ter momentos de inércia
distintos que dependem dos eixos de rotação escolhidos.
Consequentemente, a energia cinética também depende do eixo de
rotação.

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O momento de inércia depende da distribuição de massa com


relação ao eixo em torno do qual o corpo gira.
Assim, um mesmo corpo rígido pode ter momentos de inércia
distintos que dependem dos eixos de rotação escolhidos.
Consequentemente, a energia cinética também depende do eixo de
rotação.

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Exemplo 1.3.1. Vamos considerar três massas pontuais ligadas


por hastes rígidas de massa desprezível, formando um triângulo
equilátero Fig. 1.

Figura 1: Corpo rígido formado por um triângulo equilátero com massas


no vértice

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O momento de inércia em relação ao eixo (1) mostrado na acima é


dado por
X 3
I1 = mri2 .
i=1
L
Notemos que r1 = r2 = 2 e que r3 = 0. Assim,
 2
L 1
I1 = 2m = mL2 .
2 2

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Agora, vamos calcular o momento de inércia com relação a um eixo


perpendicular ao plano da figura e passando pelo centro de massa
do triângulo (representado pelo ponto P na Fig. 2, abaixo).

Figura 2: Corpo rígido formado por um triângulo equilátero com massas


no vértice

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A distância1 de cada massa a este eixo é de d = √L , donde


3
 2
L
IP = 3m √ = mL2 .
3

1
Você pode calcular d usando o Teorema de Pitágoras e semelhança entre
triângulos, por exemplo.
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A distância1 de cada massa a este eixo é de d = √L , donde


3
 2
L
IP = 3m √ = mL2 .
3

Finalmente, calculando-se o momento de inércia para um eixo


perpendicular ao triângulo e passando por uma das massas
pontuais, obtém-se
I2 = 2mL2 .

1
Você pode calcular d usando o Teorema de Pitágoras e semelhança entre
triângulos, por exemplo.
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A distância1 de cada massa a este eixo é de d = √L , donde


3
 2
L
IP = 3m √ = mL2 .
3

Finalmente, calculando-se o momento de inércia para um eixo


perpendicular ao triângulo e passando por uma das massas
pontuais, obtém-se
I2 = 2mL2 .

Assim, I1 6= IP 6= I2 , consoante o que foi previemanete comentado.

1
Você pode calcular d usando o Teorema de Pitágoras e semelhança entre
triângulos, por exemplo.
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A seguir apresentamos algumas propriedades interessantes que


podem simplificar os cálculos dos momentos de inércia.
Teorema dos eixos paralelos (Teorema de Steiner)
Dado o um corpo de massa M e seu momento de inércia em
relação a um eixo passando pelo centro de massa ICM , o momento
de inércia em relação a um eixo paralelo e a uma distância h, é
dado por
I2 = ICM + Mh2 .

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A Fig. (3) auxilia na demonstração do teorema dos eixos paralelos.

Figura 3: Figura auxiliar para a demonstração do teorema dos eixos


paralelos

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Demonstração.
O momentoR de inércia em relação ao eixo passando por CM é dado
por ICM = r 2 dm. Por outro
R 0lado, em relação ao eixo paralelo, o
momento de inércia é I = (r ) dm. Note que r 0 = h − r e assim,
2

Z Z Z Z
2 2 2
I = (h − r ) dm = r dm + h dm − 2h rdm.

Observe que a última integral é a integral do vetor posição com


origem no centro de massa, que é nula.
Assim obtemos que
I = ICM + Mh2 .

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Note que o teorema poderia ter sido utilizado no exemplo 1.3.1,


dado que
 2
2 2 L
I2 = ICM + Mh = mL + 3m √ = 2mL2 .
3

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Note que o teorema poderia ter sido utilizado no exemplo 1.3.1,


dado que
 2
2 2 L
I2 = ICM + Mh = mL + 3m √ = 2mL2 .
3

O próximo teorema é válido para corpos do tipo placa (como lages,


por exemplo) como reprensentado na Fig. (4)
Teorema dos eixos perpendiculares Para um corpo do tipo
placa, a soma dos momentos de inércia de dois eixos
perpendiculares contidos no plano do corpo é igual ao momento de
inércia em relação a um 3o eixo perpendicular ao plano do corpo e
passando pela interseção dos dois primeiros. Quando este 3o eixo
passa pelo centro de massa é denominado de eixo polar.

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Figura 4: Figura auxiliar para a demonstração do teorema dos eixos


paralelos perpendiculares.

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Demonstração.
Os momentos de inércia em relação aos eixos x, y e z são dados
por
Ix = y 2 dm;
R

Iy = x 2 dm, e;
R

Iz = ρ2 dm = (x 2 + y 2 )dm.
R R

Daí, segue que Iz = Ix + Iy .

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Referências

V.S. Bagnato e Sérgio Zílio Mecânica calor e Ondas. São


Paulo, V.1-IFSC-USP, 2002.
Chasles, M. Note sur les propriétés générales du système de
deux corps semblables entr’eux, Bulletin des Sciences
Mathématiques, Astronomiques, Physiques et Chemiques 14:
321-326., 1830.
Moysés Nussenzveig Curso de Física Básica, Vol 1, São Paulo.
Ed. Bluch, 2015.

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