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2022
INTRODUÇÃO
O cultivo da videira é uma prática muito antiga, os primeiros relatos datam 3.500 a.C
na Turquia, antiga cidade comercial de Kannish, sendo praticada então desde a
idade do bronze. Sua propagação começou por toda a Ásia Menor e em direção ao
Sul, até a Síria e o Egito. Na Grécia, alcançou extraordinário progresso,
impregnando sua história, tradições e religiões. Sua difusão pelos continentes
aconteceu com as grandes navegações, tornando uma cultura conhecida e cultivada
mundialmente.
Em nosso país a uva de mesa ainda tem pouco espaço comparada com as uvas
viníferas. Segundo a Embrapa Semiárido, a produção nacional da uva de mesa é
destinada ao mercado internacional e interno, sendo registrada em diversos estados
seu cultivo, porém é no Nordeste brasileiro, mais especificamente no Vale do
Submédio São Francisco, que o aperfeiçoamento tecnológico permitiu a produção
de uvas finas de mesa com grande qualidade.
A cadeia de produção de uvas de mesa é bem complexa em relação às cultivares,
incluindo uvas americanas, finas, e híbridas tipo fino, com e sem sementes, com
variados tipos de sistemas de condução e poda (MAIA, 2018).
Dados concretos sobre produção de uvas em nosso país são escassos, pois grande
parte das pesquisas referem-se à produção total da fruta, não dividindo em viníferas
e de mesa, como o levantamento do IBGE em 2021 aponta uma produção de
1.748.197 Toneladas total.
CULTIVARES
A 'BRS Clara' é uma cultivar de uva sem sementes desenvolvida pela Embrapa Uva
e Vinho, lançada em 2003, sendo oriunda do cruzamento CNPUV 154-147 x
Centennial Seedless. O cacho é de tamanho médio a grande, cônico, às vezes
alado. A baga tem forma elíptica, cor verde-amarelada, película de espessura
média, resistente, polpa incolor, firme, crocante sabor moscatel leve e agradável,
traço de semente grande a de cor marrom, porém imperceptível ao mastigar. É
vigorosa e fértil, adaptada ao cultivo nas regiões tropicais. Apresenta um ou dois
cachos por ramo, sendo que o primeiro atinge de 500g a 600g. Apresenta um
elevado potencial glucométrico, chegando a mais de 20'Brix, sendo o ponto de
colheita recomendável, porém, de 18 Brix a 19 Brix, quando a relação açúcar acidez
(SST/ATT) situa-se em torno de 24.
A 'BRS Morena' é uma cultivar de uva sem sementes desenvolvida pela Embrapa
Uva e Vinho a partir do cruzamento Marroo Seedless x Centennial Seedless. O
cacho é de tamanho médio a grande e a baga, de forma elíptica, é preta, película de
espessura média, polpa incolor, trincante, sabor neutro; traço de semente pequeno
a médio, macio, imperceptível ao mastigar. Apresenta vigor moderado e tem uma
alta fertilidade, normalmente com dois cachos por ramo. Os cachos são soltos,
exigindo manejo específico para obtenção de boa fecundação. Pode chegar a 20 a
25 t/ha. A uva tem bom equilíbrio entre açúcar e acidez, o que lhe confere ótimo
sabor, muito elogiado pelos consumidores durante os testes de validação. Também
é destaque em qualidade pela textura firme e trincante da polpa. Apresenta um
elevado potencial glucométrico, chegando a mais de 20°Brix, sendo recomendável,
porém, que seja colhida com 18 Brix a 19"Brix, quando a relação açúcar/acidez
(SST/ATT) já é superior a 24.
A 'BRS Linda' é uma cultivar de uva sem sementes, lançada em 2003. Ela é
oriunda do cruzamento CNPUV 154-90 X SATURN. É vigorosa, muito bem
adaptada às regiões tropicais, apresenta alta fertilidade de gema e elevada
capacidade produtiva, tem coloração verde, polpa incolor, firme, crocante com traço
de semente minúsculo, praticamente invisível. O cacho atinge facilmente 450 g a
600 g e o tamanho natural das bagas em média 19mm x 24mm pode dispensar o
uso de reguladores vegetais
A 'BRS Vitória' é uma cultivar brasileira de uvas sem sementes tolerantes ao míldio,
característica que garantirá uma produção mais sustentável, pela redução de
aplicações de fungicidas. Preta, com sabor a framboesa, ela já foi testada nas
regiões de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e também no Vale do Submédio do
São Francisco. É vigorosa, com ciclo precoce e elevada produtividade - entre 25 e
30 t/ha -, além de apresentar teor de açúcar acima de 19º Brix (podendo chegar a
23º Brix, em regiões tropicais).
A 'BRS Isis' é uma cultivar de uva de mesa vermelha, sem sementes, tolerante ao
míldio e se adapta bem às condições de clima tropical do Brasil. Destaca-se ainda,
pela alta fertilidade de gemas, aderência das bagas ao engaço e tamanho natural de
bagas, que apresentam textura firme e sabor neutro.
A 'BRS Núbia' é uma nova cultivar de uva de mesa preta com sementes, que se
adapta bem às condições de clima subtropical e tropical do Brasil. A cultivar tem
entre seus principais atributos a necessidade de menor mão-de-obra no cultivo e
sua uniformidade de cor, grande tamanho de baga (média de 24 milímetros por 34
milímetros) obtido sem a utilização de reguladores de crescimento, como as
giberelinas. A nova cultivar destaca-se, ainda, pela boa aptidão para conservação
pós-colheita.
PORTA ENXERTO
PRÁTICAS E MANEJO
Poda de formação
De acordo com o sistema de condução utilizado, tem por objetivo promover uma
forma adequada à planta. Em condições tropicais efetua-se a poda de formação
cerca de um ano após o plantio, quando realizada enxertia no campo ou de acordo
com as práticas de manejo, esse período pode ser menor.
Pode ser realizada em qualquer época do ano após a colheita dos frutos da safra
anterior, quando a maior parte dos ramos já se encontra maduros. É muito importante
existir um intervalo de tempo entre a colheita e a poda do ciclo seguinte, obtendo um
período de repouso que varia entre 30 a 60 dias, reduzindo a lâmina de irrigação que é
imprescindível para estimular o repouso das plantas. A poda consiste na eliminação do
excesso de ramos, fracos, imaturos, doentes, com entrenós curtos ou achatados ou ainda
mal posicionados. Seleciona-se o esporão deixado na poda de formação, o ramo mais
próximo a base do braço primário que será podado curto como esporão e o ramo seguinte,
que será podado longo como vara de produção, denominada poda mista, pois nela são
mantidos os ramos curtos (esporões) e longos (varas).
Poda verde
Na maioria das variedades de uvas de mesa, os netos não são férteis, portanto não
apresentam qualquer utilidade e juntamente com as gavinhas funcionam como
órgãos supérfluos ou desnecessários, roubando a seiva que deveria ser direcionada
para brotos e cachos, o crescimento excessivo desses ramos pode provocar um
desequilíbrio nutricional na planta, prejudicando o desenvolvimento do broto
principal.
Consiste na remoção de cachos florais antes da floração e dos cachos novos depois
dos frutos se formarem é eliminado os cachos de ramos mais fracos, com poucas
folhas, doentes ou abafados pelo excesso de ramos e folhas e ainda cachos com
desenvolvimento atrasado em relação aos demais. Tem a finalidade de equilibrar a
produtividade, evitando sobrecarga, promovendo a uniformidade e melhor qualidade
dos cachos. O número de cachos varia muito de acordo com as condições do
vinhedo, vigor, espaçamento, porta-enxerto, e outros fatores. E em plantas adultas e
vigorosas, recomendados para uvas de mesa, são mantidos em torno de 50 a 60
cachos por planta.
Desponte de cachos
Anelamento
A proteção individual dos cachos pode ser substituída pela proteção total ou parcial
do dossel que consiste na colocação de um filme plástico sobre as linhas de plantio.
Para a utilização da cobertura plástica, o sistema de condução em latada e o GDC
ou em Y precisam ser adaptados desde a sua implantação para receber a cobertura
plástica, através da distribuição no interior do vinhedo de estacas mais reforçadas e
de maior altura que servirão de estrutura para o plástico.
Reguladores de crescimento
Finalidade e mercado
No início da colonização a uva representou apenas uma forma de
diversificação da produção. As comunidades rurais foram se estruturando e, diante
de um crescente processo de desenvolvimento urbano industrial, surgem novos
espaços para escoamento da produção de uvas. Neste contexto, a pesquisa
agropecuária e a extensão rural deram grande contribuição para a exploração da
viticultura em maior escala, na garantia do abastecimento interno e no escoamento
do excedente para outras regiões de consumo. (BARNI, 2007).
METODOLOGIA
http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/sistema_producao/spvideira/tratos.htm#pratica