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Data 16/9/2010
Aulas nº 10 Assunto Mancais de deslizamento
Folha 1/10
Mancais de deslizamento.
Por outro lado exige maiores cuidados com a lubrificação. A película de lubrificante só se
forma com o movimento de escorregamento, razão pela qual o coeficiente de atrito de
partida apresenta valores sensivelmente mais elevados. O atrito de deslizamento consome
muito mais lubrificante c exige maiores cuidados com a circulação de óleo e com a
manutenção. Além disto, é necessário observar o tempo de amaciamento, o comprimento
maior e a influência do acabamento superficial das peças sobre as condições de
escorregamento. O coeficiente de atrito diminui rapidamente com o aumento da rotação.
O lubrificante tem como função diminuir o coeficiente de atrito e dissipar o calor gerado.
A camada de lubrificante se forma por efeito de cunha. O mancal do inicio da operação até
a estabilização no ponto de operação passe pelas três regiões da curva, Em repouso e na
partida ocorre a lubrificação limite devido ao contato existente entre as superfícies. Com o
aumento da rotação do eixo, a película hidrodinâmica começa a se acumular, passando
então pela regido de atrito misto. Quando as cargas c as rotações de projeto são atingidas,
a ação hidrodinâmica estabelece a lubrificação fluida.
Os mancais são compostos por uma caixa ou suporte com vedação (solidaria ou não) e
uma bucha (ou casquilho), A caixa é responsável pela ligação do mancal com o resto da
construção, pela forma com que essa ligação é feita e pela facilidade de montagem e
desmontagem.
A bucha é um inserto colocado no interior da caixa, na região onde ocorrerá o atrito para
atuar como superfície de deslizamento, devendo ser fabricada em materiais mais moles do
que a superfície do eixo e de baixo coeficiente de atrito. Pode ser fabricada de um só
material ou composta de um material mais resistente na região de encaixe no suporte e um
ou uma combinação de materiais anti-fricção na região de deslizamento. Podem ser
interiças, bipartidas ou parciais (ver figuras 3 & quatro).
Figura 3- Mancal com entrada simples Figura 7.12 - Mancal com suco
O valor ótimo da capacidade de carga é obtido com l/d entre 0,5 e I- Em mancais mais
curtos há uma redução na capacidade devido a vazamentos do lubrificante. Em mancais
compridos há tendência de criação de cargas excessivas nas bordas.
N= rotação em min-1;
e = excentricidade;
θ = Ângulo de excentricidade;
h0 = folga mínima em mm;
W = Carga aplicada no mancal em kgf;
d = diâmetro do munhão em mm;
cd = folga diametral em mm;
d + cd = diâmetro interno do casquilho em mm.
W
Padm > Pm ⇒ Pm = onde:
l.d
• Padm = pressão admissível, em kgf/mm², em função do material (ver tabelas 2; 3 e 4)
• Pm = pressão média em kgf/cm²
• W = carga aplicada sobre o mancal, em kgf
Exemplo:
O mancal da figura suporta urna carga de 2720 Kgf, funcionando a 4800 min-1. O óleo
utilizado para lubrificação é do tipo SAE 30, entrando a 93ºC e com pressão de 2 bar.
Calcule a vazão de óleo lubrificante necessária, a elevação real de temperatura do mesmo e
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Aulas nº 10 Assunto Mancais de deslizamento
Folha 4/10
W 2720 kgf
Pm = = = 96,78 kgf cm²
l.d 4,8 cm x 5,85 cm
c
m= d onde:
d
• cd = folga diametral em cm, obtida no gráfico 1 e deve estar situada entre as curvas de
máximo e mínimo para a faixa de rotação adequada.
• m = relação de folga
0,0076 cm
m= = 0,0013
5,85cm
l 4,8 cm
= = 0,82
d 5,85 cm
t r = t e + ∆t h , onde:
este valor e valor real deverá ser de no máximo 2,5 ºC. Caso contrário os cálculos deveram
ser refeitos. No exemplo, estimando ∆th = 17 ºC teremos:
t r = 93o C + 17 o C = 110 o C
98,14.(1000.m )2 .Pm
P' = onde:
Z .n
Gráfico 1 - Folga de operação (no diâmetro) cd vs. Gráfico 2 - Viscosidade do óleo Vs. temperatura de
diâmetro do eixo operação
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Aulas nº 10 Assunto Mancais de deslizamento
Folha 6/10
1
= 7,4 ⇒ ε = 0,86
1− ε
1
Do gráfico 4 ou 5, para = 7,4 e l/d = 0,82, temos T'= 1,53
1− ε
Gráfico 4 - Parâmetro de torque T' vs. relação de Gráfico 5 - Parâmetro de torque T' relação de
excentricidade excentricidade
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Aulas nº 10 Assunto Mancais de deslizamento
Folha 7/10
1,58 x 10 −9
O fator X pode ser determinado pela relação X = , onde:
γ .c
• γ = peso especifico do óleo em kgf/cm²;
• c = calor especifico do óleo em J/kgfºK.
Cn =
(l / d ) = 0,82
= 0,023
60 P ' 60 x 0,49
Q2 =
(
3,35.k . p s .c d3 .d . 1 + 1,5.ε 2 ) , onde:
Z .l
Q2 =
(
3,35 x 1,64 x 10 5 x 2 x 0,0076 3 x 5,85 x 1 + 1,5 x 0,86 2 )
= 0,1821l min
6,68 x 4,8
c
x(1 − 0,86 ) = 0,0005 > 0,0003cm , atende.
0,0076
h0 = d .(1 − ε ) =
2 2
Este procedimento deve ser repetido para diferentes valores de cd, de modo a permitir a
traçagem de um gráfico corno o gráfico 7. A partir dele pode-se determinar uma faixa de
folga diametral que otimiza a espessura da película, o diferencial de temperatura, a
potência de atrito e a vazão de óleo. Posteriormente o projeto do mancal pode ser
otimizado, observando o seguinte:
1 - Determine a faixa de folga diametral aceitável, com base em uma espessura mínima de
película de óleo de 0,0003 cm.
2 - Determine a folga diametral mínima com base em uma elevação de temperatura de no
mínimo 20 ºC.
3 - Caso não haja exigências para manter a potência de atrito e a vazão de lubrificante em
valores mais baixos, os limites da folga estão disponíveis (considerando h0 para cd máximo
igual a h0 para cd mínimo).
4 - As tolerâncias necessárias para a fabricação devem ser colocadas dentro da faixa entre o
cd mínimo c cd
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Aulas nº 10 Assunto Mancais de deslizamento
Folha 10/10
Tipo de mancal ou serviço Pressão kgf/cm² Tipo de mancal ou serviço Pressão kgf/cm²
Mancal de motores ou geradores
7 - 14 Motor diesel 55 -105
elétricos
Motor diesel – biela 70 -140
Turbinas e caixas de redução 7 – 17
Comando de válvulas 125 – 140
Automóvel – bielas 105 -175
Eixos de transmissão pesados 7 -10
Rolamentos principais 35 – 50
Eixos de locomotivas 21 -24 Bombas centrífugas 5–7
Transmissões leves 1 -2,5 Mancais de aviação 50 -210
Tabela 2 - Pressões admissíveis para mancais de aplicações diversas