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 Pele e Pelos

Para que possamos fazer um estudo completo acerca do assunto, e consequentemente um atendimento
excelente para sua(seu) cliente, é necessário o entendimento sobre pele e seus tipos, assim como os pelos.

A começar pela pele:

Pele

A pele é o órgão que reveste todo o comprimento superficial do ser vivo, sendo sua função relacionada não
só com a proteção dos nossos órgãos e tecidos internos, mas também possibilita a regulação de
temperatura, identifica os estímulos causados por agentes externos, e tem como principal objetivo
preservar sempre a homeostase interior. Este órgão pertence ao sistema tegumentar, e juntamente a ele
temos o pelo, unhas e glândulas.

De forma mais simples e didática, a pela humana é composta por três camadas: a) a epiderme (tecido
superior); b) a derme (tecido intermediário); a hipoderme ou tela subcutânea (tecido mais profundo) já não
faz parte do que chamados “camadas da pele”, sendo titulada apenas como uma camada complementar. O
tipo de depilação poderá ter como foco diferentes “alturas” na nossa pele, podendo ser mais profunda ou
superficial.

E como é de conhecimento geral, as partes do corpo se alteram e a pele também se modifica para atender
a especificidade daquele local. Por exemplo, as áreas de maior contato e atrito possuem uma rigidez maior
(como a palma das mãos e planta dos pés), e são em áreas assim, com várias camadas celulares, que os
pelos não são encontrados.

Porém, o resto do corpo está passível de aparecimento de pelos, e chamamos essa de pele final ou
delgada, e é nessa parte que contém a derme e epiderme – posicionadas acima da tela subcutânea como
mostra a imagem anterior – onde nosso foco será maior.

Epiderme

Para entender melhor, vamos começar pela etimologia da palavra: epi = acima, ou seja, estamos falando
da camada mais superficial do corpo, aquela que detém de todo o contato com ambiente superior.

Também é possível encontrar o termo anatômico “epitélio estratificado pavimentoso queratinizado” como
sinónimo, e essa nomenclatura, apesar de grande e possuir palavras que a maioria de nós desconhece, dá
significado a todas características dessa camada: a) epitélio – se refere ao tecido epitelial que é
constituído; b) estratificado – já que possui mais de uma camada de células; c) pavimentoso – por essas
células terem formato achatado; d) queratinizado – que traz referência à presença de queratina.

E para entender melhor precisamos nos aprofundar um pouco mais:

Essa região é composta por 5 partes, denominadas de estratos: a) basal; b) espinhoso; c) granuloso; d)
lúcido; e) córneo, e a sequência deles designa a pele desde as novas até as antigas segundo a produção,
como mostra na imagem abaixo.

E é no estrato basal que podemos encontrar melanócitos e células de Merkel. Esse último conjunto de
células é mais escasso, e por isso mais difícil de ser observado, mas ele contém uma informação valiosa já
que formam conexões sinápticas com terminações nervosas sensitivas na base da célula, e mais
especificamente na base dos folículos pilosos. E é
justamente por isso que o ato de arrancar o pelo nos traz dor e incômodo na maioria dos casos.
É na epiderme que muitos tipos de depilação temporária têm seu principal foco.

Apesar da anatomia ser igual para todos os seres humanos, cada um possui uma necessidade diferente, e
os tipos de depilação afetam visivelmente essa área, sendo as reações alérgicas as consequências mais
comuns. Por isso é importante dar uma atenção singular para a(o) cliente, a fim de sanar todos os
problemas.

Interessante, não é?!

Derme

A derme se localiza abaixo da epiderme, e são unidas pelo estrato basal. Nela podemos encontrar
glândulas sudoríparas, sebáceas, músculo eretor do pelo e folículo piloso.

A subdivisão que encontramos na derme é mais simples, sendo apenas constituída de: a) derme papilar; b)
derme reticular.

A derme papilar possui um rico suprimento sanguíneo e corresponde às papilas dérmicas. O tecido é
frouxo e pode-se encontrar indícios de formação dos pelos e glândulas sebáceas.

No caso da derme reticular, é possível identificar na imagem que se trata de um tecido mais espesso e que
constitui a maior parte da derme. Ele é responsável por conferir elasticidade e resistência, principalmente
por ser constituído de fibroblastos, e estes garantem a formação das fibras colágenas e fibras elásticas.

É na derme que as depilações mais duradouras estão direcionadas, com o intuito de realizar o tratamento
na “raiz do problema”, mas esse assunto nós abordaremos melhor no capítulo 4 – Tipos de depilação
duradoura.

Entender sobre a pele é entender o principal alvo da depilação, e estudar essa etapa é essencial para
entender o tipo de pele e as necessidades do paciente.

Pelo

Assim como a pele, o pelo também pertence ao sistema tegumentar e também se desenvolve nos folículos
pilosos do nosso corpo. O pelo pode ser definido como uma estrutura morta, sendo formado principalmente
por queratina.

A espessura e quantidade dos pelos na pele de um indivíduo pode variar, alguns fatores que estão
relacionados a isso é a região do corpo que está se falando, o gênero da pessoa em questão, a idade e
também a etnia.

Por exemplo, axilas, região genital e cabeça são locais onde os pelos estão sempre presentes em sua
maioria, os homens normalmente possuem mais pelos, as pessoas mais velhas tendem a possuir menos
pelos quando comparadas aos mais novos, e as etnias que comprovaram ter mais pelos são os povos da
costa mediterrânea e da Escandinávia, por outro lado, os mongóis, chinesas e indianas possuíam menos
pelos.

A estrutura do folículo piloso se dá através da a) Papila – base do folículo e fornece nutriente para o
crescimento do pelo; b) Bulbo – guarda as células germinativas dando possibilidade ao pelo para crescer a
partir dele; c) Glândula sebácea – nela o sebo é produzido para lubrificar a epiderme; d) Músculo eretor do
pelo – em função de dar sustentação ao pelo e deixá-lo ereto, este músculo é muito importante para a
fixação do pelo.

Os pelos crescem por um motivo, e uma função bastante conhecida deles é a característica de proteção
mecânica. Hoje é muito falado que, com o uso atemporal das roupas, essa proteção que o pelo confere
acaba sendo dispensada, ou seja, a depilação pode ser usufruída da forma correta!

Estrutura do pelo humano

O desenvolvimento dos pelos inicia-se na derme, e isso é possível através das invaginações localizadas na
epiderme. É nesse folículo que as células vão sendo agrupadas uma em cima da outra, se queratinizado,
dando início à haste capilar.

A haste capilar é a parte visível do pelo, aquela que pode ser tocada e se localiza para fora da pele ou
couro cabeludo. Esta haste é composta pela a) cutícula; b) córtex; c) medula, e elas se organizam da parte
mais interna do fio para a mais externa.

a) Cutícula
Esta é a parte mais externa no pelo, e sua formação se dá por células que quando juntas e analisadas em
microscópio lembram o formato de escamas de peixe. São células totalmente queratinizadas, e por isso
são responsáveis pela elasticidade e resistência do fio.

b) Córtex
O córtex é a segunda camada do pelo (quando analisado de fora para dentro), e é constituída de material
proteico e melanina. A maior parte da massa do pelo está nessa parte (aproximadamente 90%), possuindo
queratina dura.

c) Medula
É a parte mais interna e central do pelo, presente somente nos fios mais maduros. A formação celular da
medula é composta por células anucleadas, lipídeos e granulações pigmentadas, sendo que a queratina
nessa região se apresenta de forma mole.

Fases Biológicas do Pelo

Ao contrário do que muitos acreditam, o pelo não possui um crescimento contínuo. O pelo humano possui
fases biológicas, mais especificamente três, que constituem um tipo de ciclo que se segue durante
aproximadamente cinco anos. Essas fases são:

a) Fase anágena ou de crescimento


Este é o período em que há produção de pelo de forma bastante ativa no folículo piloso, mais precisamente
na região do bulbo. Por mais que exista a produção nesta fase, a quantidade que será produzida e o
comprimento que esse pelo irá alcançar é algo estritamente relacionado com a genética individual de cada
ser humano.

b) Fase catágena ou de repouso


Neste período a atividade celular tem uma redução, e paralelo a isso ocorre também a atrofia do bulbo,
como uma redução do folículo piloso regredindo em até um terço do comprimento do fio. Tal fase dura em
torno de duas a três semanas

c) Fase telógena ou de queda


Como o próprio nome nos sugere, essa é a fase de queda do pelo. É nesse momento em que o pelo se
solta do folículo, e este se encontra de forma totalmente atrofiada.

Quando a fase de queda do pelo é alcançada, o ciclo de reinicia. Para você, estudante do nosso curso de
depilação, é essencial saber que a retirada do fio interfere de maneira incisiva nesse ciclo biológico que
vimos acima, já que a depender do tipo de depilação o processo de crescimento é comprometido.

Tipos de pelos

Em nosso corpo, é possível perceber que nem sempre possuímos o mesmo tipo de pelo em toda a pele.
Sendo assim, certas regiões detêm de um tipo de pelo e outras possuem pelos com características
distintas, e é sobre isso que falaremos neste tópico.

a) Velos ou lanugem
Esse tipo de pelo tem como características principais seu comprimento pequeno, diâmetro fino, textura
macia e pigmentação pouco presente, ou seja, eles podem ser considerados e taxados como frágeis. Este
tipo de pelo é bastante presente em crianças logo após o nascimento, além de regiões como sobrancelhas,
nariz, orelhas e rosto.

Esse tipo de pelo não possui fácil visualização através do olho nu, e por isso necessita do auxílio da lâmina
para que seja possível realizar a remoção.

b) Terminais
Os terminais são completamente o oposto dos velos/lanugem, uma vez que são mais longos, mais
espessos e pigmentados. Os locais onde esse tipo de pelo é encontrado também se altera, sendo mais
vistos no couro cabeludo, axilas e região das genitálias. Uma característica forte é que os homens
desenvolvem pelos terminais em mais áreas, mas não é regra, logo, mulheres não estão isentas de
desenvolver também.

Os pelos do tipo velo podem se tornar terminais, e isso acontece quando analisamos os pelos do rosto de
um garoto antes da puberdade (pelos finos e imperceptíveis), e quando comparamos com os pelos de um
homem após a puberdade (maioria apresenta barba crescida).

Como foi dito no tópico de definição e apresentação do velo, certos tipos de depilação não dará um
resultado eficaz quando comparados a outros métodos.

Dessa forma, analisar o tipo de pelo que aquela região apresenta é outra análise primordial para escolher
qual via de depilação é mais aceita para determinado caso.
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