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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Katherine Coleman Goble Johnson foi uma dessas mulheres. Nascida em 1918,
filha de Joshua McKinley Coleman, madeireiro e agricultor, e de Joylette Roberta, ex-
professora, sempre foi incentivada nos estudos, assim como seus quatro irmãos.
Katherine era de uma família de afrodescendentes e nasceu em uma época em
que leis de segregação racial estavam vigentes nos EUA. Nesse período da história, as
leis de Jim Crow impunham a separação entre negros e brancos em diversos aspectos do
dia.
Leis Jim Crow: A partir da década de 1870 até a década de 1960, os Estados
do Sul dos Estados Unidos promulgaram uma série de leis conhecidas como
“Leis Jim Crow”. Essas leis impuseram a segregação racial em escolas,
transporte público, instalações públicas e praticamente todos os aspectos da
vida diária, mantendo os afro-americanos em uma posição de inferioridade
legal e social (CAMPOS, [s.d.] - grifo do autor).
Após se formar em 1937 ela trabalhou como professora em uma escola pública
para negros. Em 1939, foi selecionada junto com mais dois homens negros para serem
os primeiros integrantes da Universidade da Virgínia Ocidental, ela deixou o emprego
como professora, se matriculou no programa de pós-graduação em matemática, porém,
no final da primeira sessão, ela decide deixar a escola para se casar com seu primeiro
marido. Katherine se casou, formando uma família com James Goble com quem teve
três filhas e voltou a lecionar quando as filhas já estavam maiores (LOFF, 2016).
Em 1935, a NASA, na época ainda conhecida como NACA (Concelho Nacional
para a Aeronáutica), contratou cinco mulheres para formar uma equipe de computadoras
com a função de processar os dados dos testes de voos e de túneis de vento.
As mulheres eram vistas como mais atentas a detalhes, pretendiam tirar essa
carga dos homens para que tivessem mais tempo para se dedicar aos experimentos e,
além disso, as mulheres poderiam receber salários muito menores do que os homens
para exercer a mesma função. Com todos esses aspectos, elas foram as escolhidas para
desempenhar essa função, porém, inicialmente, apenas mulheres brancas (FUNSAI,
2022).
Foi em 1952, quando soube por um parente que havia vagas “na seção de
computação da ala oeste (onde trabalhavam os afro-americanos) do Laboratório Langley
da Naca” (MORAIS, 2023), que Katherine e seu esposo decidiram se mudar para
Hampton, na Virginia.
Em 1953, Katherine começou a trabalhar na NACA e retoma a carreira de
pesquisadora ao ingressar na equipe chefiada por Dorothy Vaughan, outra grande
personalidade negra da época.
FONTE: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/02/morre-
katherine-johnson-matematica-da-nasa-aos-101-anos.html
Inicialmente, trabalhou como “computadora” junto com um grupo de mulheres
negras que realizavam cálculos longos e precisos utilizando máquinas de calcular
mecânicas, para o desenvolvimento da indústria aeronáutica (MASCARENHAS, 2022).
Algumas semanas depois, Dorothy Vaughan a indica para fazer parte da Seção de
Cargas de Manobra da Divisão de Pesquisa de Voo onde trabalhou pelos quatro anos
seguintes, passou a analisar dados dos testes de voos (LOFF, 2016) e investigou um
acidente de avião. Em meio a tudo isso, em 1956, ela perde seu esposo (FRANÇA;
LOPES; 2021) vítima de um tumor cerebral inoperável. Alguns anos depois, em 1959,
ela se casa novamente com James A. Johnson, um oficial do exército americano
(MASCARENHAS, 2022).
Johnson teve sua história transformada em 1957 com o lançamento do satélite
Sputnik pela União Soviética. Foi o primeiro satélite artificial lançado com sucesso na
órbita da terra e o fato se tornou marco histórico na corrida espacial.
Em 1957, Johnson forneceu dados matemáticos para o documento “Notes on
Space Technology”, que são notas de um curso de tecnologia espacial ministrado na
Divisão de Pesquisa de Voo do Laboratório Aeronáutico NACA Langley durante o
início de 1958. Ela trabalhou com muitos engenheiros que formavam o Grupo de Tarefa
Espacial focado em viagens espaciais.
Em 1960, juntamente com o engenheiro Ted Skopinski, foi coautora do relatório
“Determinação do ângulo de azimute no esgotamento para colocar um satélite sobre
uma posição selecionada da Terra”, que “apresenta as equações que descrevem um voo
espacial orbital no qual a posição de pouso da espaçonave é especificada” (LOFF,
2016). Nesse episódio, Katherine se tornou a primeira mulher, na Divisão de Pesquisa
de Voo a receber crédito como autora de um relatório.
O trabalho que deixou Katherine Johnson mais conhecida foi a revisão dos
cálculos das equações orbitais feitos por maquinas de calcular eletrônicas que
controlariam a trajetória, desde a decolagem até a queda, da cápsula na missão
Friendship 7 de Jhon Glen. Antes da decolagem, John pediu que os cálculos fossem
executados a mão como parte da lista de verificação, mas pediu que fossem feitos por
Katherine, dizendo que se ela dissesse que os cálculos eram bons, ele estaria pronto para
ir. O voo foi um sucesso e colocou os Estados Unidos na frente da União Soviética na
corrida espacial.
Apollo 11 teve como principal objetivo “completar uma meta nacional
estabelecida pelo presidente John F. Kennedy em 25 de maio de 1961: realizar um
pouso lunar tripulado e retornar à Terra” (NASA, [s.d.]).
FONTE: https://forbes.com.br/colunas/2020/02/katherine-johnson-matematica-
da-nasa-retratada-em-estrelas-alem-do-tempo-morre-aos-101-anos/
Mulher, negra, matemática, física e cientista espacial, sua história foi contada no
filme, baseado no livro de Margot Lee Shetterly, intitulado Hidden Figures ou Estrelas
Além do Tempo.
4. METODOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Toda essa trajetória traz à tona o quanto Katherine conviveu e sofreu na pele as
injustiças por ser negra durante a segregação racial. Foi durante a década de 1960 que as
lutas pela igualdade de direitos se intensificaram, originando assim vários grupos de
resistência, que conforme destacam Gonçalves e Silva (2000), impulsionaram o clamor
pela igualdade racial, estendendo-se o pleito para a dignidade racial, igualdade
econômica e autossuficiência política. O apoio e o envolvimento da população negra em
relação a esses movimentos puderam ser observados na “Marcha Sobre Washington por
empregos e liberdade” realizada em 29 de agosto de 1963, que reuniu aproximadamente
250 mil pessoas, incluindo grupos religiosos protestantes, católicos e judeus, além de
lideranças negras e brancas.
Após tais eventualidades, é possível perceber as conexões existentes entre um
conhecimento e outro, chamando a atenção para a situação que o negro ocupava na
sociedade. Percebe-se que, desde a colonização havia uma grande disputa econômica
que refletia nas condutas e decisões sociais. Dessa forma, é necessário salientar que em
meio a esse sistema separatista acontecia outro evento importante conhecido como
Corrida Espacial ou Guerra Fria, que contribuiu à ascensão de Katherine como
Matemática e Física, fazendo com que ela conquistasse premiações e honrarias.
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
AIDAR, Laura. Katherine Johnson: Cientista espacial norte-americana. [S. l.], 2 jun.
2023. Disponível em: https://www.ebiografia.com/katherine_johnson/. Acesso em: 20
nov. 2023.
CAMPOS, Thiago Soares. Segregação racial nos Estados Unidos. [S. l.], [s.d.].
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/segregacao-racial-
nos-estados-unidos.htm. Acesso em: 20 nov. 2023.
LOFF, Sarah A. Biografia de Katherine Johnson. [S. l.], 22 nov. 2016. Disponível em:
https://www.nasa.gov/people-of-nasa/katherine-johnson-biography/. Acesso em: 20
nov. 2023.
MORAIS, Jennyffer de. Katherine Johnson: Uma estrela além do tempo. [S. l.], [s.d.].
Disponível em: https://reprograma.github.io/On3-projeto-final/maravilhosas/jennyffer-
novaes/katherine-johnson.html. Acesso em: 20 nov. 2023.