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ARTIGO ARTIGO

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O campo da Lingüística Documentária

LÍNGÜÍSTICA DOCUMENTÁRIA
The field of Documentarian Linguistics

Maria de Fátima Gonçalves Moreira TÁLAMO1


Marilda Lopes Ginez de LARA2

RESUMO

Proposição do campo da Lingüística Documentária3 cuja função primordial é a de estabelecer parâmetros e


modelos de elaboração de códigos para o processamento da informação - construção e recuperação - com
o objetivo de responder à questão, nuclear da área de Ciência da Informação, relacionada à transformação
de conteúdos registrados em elementos estruturados. Para isso, enfatizam-se, tanto os traços que relacionam
este campo à revolução lingüística em curso desde o século 20, como as interfaces que tal campo mantém
com as disciplinas que abordam a linguagem sob os aspectos sintático, semântico, conceitual e
comunicacional, definindo-se seus problemas específicos bem como discutindo seus vértices conceituais.
Palavras-chave: Lingüística Documentária; Ciência da Informação; Linguagem Documentária.

ABSTRACT

Proposal of the field of the Documentary Linguistics whose primordial function is to establish parameters and
models for the elaboration of codes in the processing of the information - its construction and retrieval. Its
objective is to answer the nuclear question in the area of the Information Science, related to the transformation
of registered contents into structured elements. To do so, we emphasize the aspects that relate this field to the
linguistic revolution in course since the 20th. century, as well as, the interfaces that this field keeps with several
disciplines that approach language through any of its aspects: syntactic, semantic, conceptual and
communicational. Finally, this proposal defines the field’s specific problems, arguing as well its conceptual
vertices.
Key words: Documentarian Linguistics; Information Science; Documentarian Language.

INTRODUÇÃO abstrair. No abarrotado mundo de Funes não


havia senão pormenores, quase imediatos”
“Tinha aprendido sem esforço o inglês, o (Funes, o memorioso, Jorge Luis Borges).
francês, o português, o latim. Suspeito,
entretanto, que não era muito capaz de pensar. Historicamente, a atividade documentária
Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, desenvolveu-se de forma empírica como uma resposta

1
Professora Doutora, Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Pontifícia Universidade
Católica de Campinas. Rua Marechal Deodoro, 1099, Centro, 13020-904, Campinas, SP, Brasil. Correspondência para/Correspondence
to: M.F.G.M. TÁLAMO. E-mail: <mfgmtala@usp.br>.
2
Professora Doutora, Departamento de Biblioteconomia e Documentação, Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo.
São Paulo, SP, Brasil.
3
Termo originalmente sugerido por García Gutiérrez (1990).
Recebido e aceito para publicação em 26/9/2006.

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imediata a uma necessidade prática de sumarizar campo ou do sub-domínio, na segunda elencam-se
os conteúdos dos documentos. Assim, os diferentes os seus principais problemas, na terceira apresentam-
instrumentos de tratamento da informação caracte- se os fundamentos disciplinares de sua composição
rizam-se genericamente por substituir, padronizando, e na quarta, finalizando o texto, expõe-se algumas
uma substância ou conteúdo por uma etiqueta, questões subordinadas à variação conceitual dos
limitando a avaliação objetiva tanto do processo de termos representação e informação, considerados
produção da informação, especialmente do instru- vértices do campo proposto.
mento ou meio de conversão ou tradução, quanto
do resultado almejado, qual seja a capacidade de
resposta consistente às questões enunciadas pelos Revolução lingüística: o fundamento da
demandantes de informação. O reconhecimento Lingüística Documentária
explícito que o tratamento e a disseminação da
informação não consistem na formulação de verbali- A partir de conclusões de projetos desen-
zações, mas na elaboração de seqüências organi- volvidos4, com o auxílio do Conselho Nacional de
zadas em linguagem construída exige de forma Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq), que
crescente a composição de um sub-domínio na versam sobre a elaboração teórica das estruturas
Ciência da Informação para agregar os problemas lingüísticas da documentação, pôde-se identificar a
decorrentes dos processos simbólicos do tratamento necessidade de proposição de disciplina específica,
e da recuperação da informação, pesquisá-los e a Lingüística Documentária, compreendida como um
buscar soluções que minimizem a distância entre os sub-domínio da Ciência da Informação (CI), onde
estoques e o uso informação. Propõe-se que esse são estudadas as características da linguagem dos
domínio, denominado Lingüística Documentária, ambientes informacionais que combinam as refe-
encarregue-se dos estudos das estruturas simbólicas rências da produção informacional, os objetivos insti-
da documentação e das questões lingüísticas advindas tucionais e os elementos cognitivos e comunica-
da mediação necessária entre os produtores e os cionais de grupos de usuários. Justifica-se ainda tal
consumidores de informação. Com isso, espera-se, proposta face à necessidade crescente de formaliza-
desvincular os processos documentários da idéia que ção de conceitos do ambiente de produção, recupe-
a eles se associa de verbalização autônoma e ao ração e uso da informação capazes de responder ao
mesmo tempo estabelecer as fronteiras do campo da contínuo desenvolvimento a que se submete.
Lingüística Documentária. A hipótese de trabalho é Com o advento da chamada sociedade da
de que o enfoque privilegiado tanto para a informação, um novo contexto de troca e de relações
elaboração de linguagens documentárias quanto para simbólicas vem se impondo, embora tenha sua análise
a operação com as mesmas deve fundar-se na muitas vezes escamoteada pela insistente afirmação
estrutura lingüística organizacional que procede de da superioridade da tecnologia. Acredita-se de fato
maneira metódica simultaneamente dos quadros de que está em jogo não apenas a afirmação de um
produção, qualquer que seja o produto simbólico paradigma tecnológico mas de um modelo complexo
resultante - índices, sites, etc. -, e do sistema cognitivo- que combina três vértices: a tecnologia, o meio social
204 comunicatico do usuário, o qual passa então a ser e a capacidade de processamento humano do conhe-
submetido a uma segmentação que não a usual, cimento e da informação. Ao comparar essa socieda-
tradicionalmente associada seja à natureza dos de informacional com a sociedade de massa observa-
equipamentos, seja aquela dos registros. O texto se que, entre as alterações importantes que lançam,
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encontra-se distribuído em 4 partes além da Intro- a da recepção figura como noção distintiva. Como
dução. Na primeira discute-se o contexto - a revo- evidenciado pelo qualificador “de massa”, essa
lução lingüística - que propicia o surgimento do sociedade se constitui via comunicação, operando

4
Projeto: Lingüística Documentária: princípios teóricos e metodológicos, Profa. Dra. Maria de Fátima G. M. Tálamo (CNPq, 1997-
1999). Projeto: Conceitos lingüísticos fundamentais para a organização e disseminação de informações, Profa. Dra. Marilda L. G. Lara
(CNPq 2001-2004); Contribuições dos estudos sobre a linguagem e a terminologia à organização e transferência da informação
(2004-2007).

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com produtos homogeneizantes, para um público não contínuas. A reprodução mecânica da fala, permitindo 205
segmentado, cuja capacidade de seleção se encontra a comunicação imediata a distância - como se dá no

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altamente comprometida. Já na sociedade da infor- rádio - é um dos exemplos à época significativo. O
mação, supõe-se que para assimilar a informação e mesmo, mais tarde, se daria na exploração da lingua-
subjetivá-la, é necessário que o receptor tenha papel gem pela propaganda. E mais a frente, cunha-se a
ativo na constituição do sentido da mensagem. A expressão “linguagem dos meios” que ratifica por si
alteração do lugar da recepção acaba por determinar só a previsão hjmesleviana. Assim, à epoca abria-se
que o princípio da mensagem como discurso supõe o leque das linguagens de comunicação associadas
a interação como a relação que sustenta a produção a funções que vão desde o entretenimento até a venda
de sentido. Não está mais em jogo a formação de de produtos, idéias e conceitos.
opinião mas a subjetivação da informação organizada A proposta de Hjelmslev encontra também
em fluxos sociais. abrigo na defesa que faz da forma do conteúdo como
A linguagem como elemento constitutivo da fator social. É bastante explorado o fato de que o
cultura informacional não exerce função meramente sistema sígnico imprime forma específica simulta-
instrumental. Para além do seu funcionamento neamente à expressão e ao conteúdo. No entanto,
codificador, ela se propõe como representação, seja como a massa total de significação que pode ser
como insumo do processo social de geração de expressa através dos signos é especificamente e
sentido, seja como resultado textual desse processo. arbitrariamente decupada por cada sistema (grifo
É apenas nessa perspectiva que se pode entender a nosso), não só cada comunidade lingüística instituída
linguagem como sistema de tratamento da a manipula a seu modo, como também novos
informação que visa, através, de sínteses, reunir, para sistemas nela propõem formas semânticas distintas,
sua recuperação, a imensa massa documental segundo contextos igualmente distintos. O que
existente. diferencia as línguas, nesse sentido, não é a signifi-
Nesse contexto, a Lingüística Documentária cação que expressam mas as segmentações que as
impõe-se como campo de estudos dos meios de formas introduzem nas substâncias fônica e semântica.
representação da informação, em cujo vértice encon- A segmentação contínua das formas de conteúdo e
tram-se as linguagens de processamento e produção de expressão evidenciam que a linguagem não é
da informação fundadas em hipóteses sobre o modo substância, não expressa uma realidade semântica
de organização de objetos integrados a conjuntos objetiva e homogênea.
para fins de circulação do conteúdo informacional. Se é fato que a Glossemática, ao atribuir um
Constitui-se, portanto, semelhante campo na interface papel central à forma, relega a um segundo plano a
Documentação e Lingüística Aplicada, já que, como função, sobretudo o papel da língua na comunicação,
foi dito, ele visa fundamentalmente operar com estru- não é menos verdade que ela abre a possibilidade
turas de informação inscritas em textos que permitem de estudos lingüísticos aplicados associados ao estudo
a sua circulação, recuperação e uso pelos públicos semântico das formas de conteúdo. Com isto deixa-
inseridos na cultura informacional contemporânea. -se de observar a língua como pura expressão, o que
De fato, Hjelmslev (1971, p.97) já defendia a não raro conduz o seu entendimento como verbali-
necessidade de uma lingüística prática ou aplicada zação, cujo exemplo é dado pela qualificação técnica
levada a cabo por Saussure no início do século 20. dos processos documentários de tratamento da
Argumentava para tanto sobre o papel desem- informação.
penhado pela linguagem na sociedade, cuja comple- Além disso, ao comparar línguas diferentes,
xidade crescente, abria igualmente possibilidades de Hjelmslev (1971) conclui que os estudos sobre as
comunicação e de raciocínios jamais imaginados, diferentes distinções que cada uma faz no interior da
com a conseqüente imposição de diversos modelos substância do conteúdo tem importância direta nos
de organização simbólica. Essas novas possibilidades, destinos da humanidade, não se constituindo apenas
nomeadas por ele de “ revolução lingüística” seriam, interesse teórico, como quer estudiosos que vêm na
de fato, as respostas internas do sistema simbólico língua uma ferramenta neutra. Isto porque a lingua-
ao mundo que sucede em transformações e rupturas gem associa-se à cultura, podendo ser observada

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como resultado do trabalho seja coletivo ou não (a relacionado diretamente à idéia da representação
manipulação das formas de conteúdo expande-se em mediadora - a própria informação - da produção e
determinados períodos históricos associada a dife- circulação e uso do conhecimento.
rentes ideologias) sobre as substâncias da expressão
e do conteúdo que nos leva a tê-la como um modo
de vida social, reconhecendo-se nela os três fatores Os problemas da Lingüística
fundamentais no universo da cultura: o sujeito Documentária
lingüístico, o sistema de signos e o contexto.
É justamente essa forma de ação que está Uma vez que a atividade documentária opera
afirmada na noção hjelmesleviana de revolução na linguagem e com a linguagem, é a partir da forma
lingüística. A sociedade segundo seus modos de dessas operações e de suas características que se
desenvolvimento institui novos domínios de signifi- pode delimitar o campo da Lingüística Documentá-
cação, que exigem, por sua vez, a formulação de ria. Conforme sugere Popper (1972, citado por
funções semióticas específicas. A sociedade contem- SARACEVIC, 1995) não somos estudiosos de um
porânea, denominada sociedade da informação, assunto, mas dos problemas desses mesmos assuntos.
caracteriza-se pelo fato de a informação apresentar- No caso da Lingüística Documentária, identificam-se
-se como insumo da ação de estar no mundo. De as questões que lhe são próprias face às especifici-
fato, a compreensão de que a produção de sentido dades da linguagem dos fluxos informacionais
nesse contexto, com todas as conseqüências que dela gerados pelas atividades da CI e dos métodos para
decorrem, introduz como requisito para emergência resolvê-los. Do exame das atividades documentárias
e consolidação da cultura informacional a construção é possível delimitar os problemas que a ela compete
de linguagens que visam responder de forma direta discutir e solucionar. Da atitude reflexiva sobre esses
à demanda de insumos significativos para a produção problemas nasce o campo teórico e metodológico
de linguagem e de conhecimento. onde são feitas as abstrações generalizantes que
permitem compreender seu funcionamento das for-
A revolução lingüística instituída pela cultura
mas institucionalizadas de geração e comunicação
informacional contemporânea supõe necessariamente
de informações.
a distinção entre sociedade de massa e sociedade
da informação. E ao fazê-la reconhece que a lingua- Uma das questões do campo remete ao con-
gem que subsuma tal sociedade apresenta dinâmica ceito de informação. Face aos seus sentidos comuns,
específica que integra estruturas simbólicas, acesse- os traços nele inscritos a definem como: a) algo
bilidade e contextos de uso. A Lingüística Documen- intencionalmente construído a partir da análise da
tária insere-se no processo de revolução lingüística, produção do conhecimento e dos objetivos institu-
iniciado pelas linguagens de comunicação, definindo- cionais de sua disseminação, b) algo que se apresenta
se como campo de estudos das linguagens de organi- sob formas específicas, c) algo instaura uma relação
zação de informação, sua construção para a viabiliza- comunicativa particular. Decorre dessa compreensão
ção de fluxos sociais. que a informação não é um dado, mas uma constru-
ção, e que sua transmissibilidade está condicionada
Assim, cabe à Lingüística Documentária
206 às condições de aderência definidas por elos de
compor os quadros de referência para a análise,
significação. Essa definição tem conseqüências
avaliação e construção da linguagem documentária,
importantes relacionadas à necessidade de enfrentar
entendida como linguagem de informação, associan- efetivamente os problemas relacionados aos
do os níveis sintático-semântico-pragmático para
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parâmetros para a construção de códigos documen-


identificar com clareza a inserção do signo documen- tários e informacionais - entre eles, a Linguagem
tário no plano sistêmico e no plano funcional, Documentária -, e ao estabelecimento de vínculos
objetivando-o no tempo, no espaço e na cultura. de adesão simultaneamente com os conteúdos
Ressalta-se ainda que a abordagem lingüística processados, com a instituição que os processam e
dos problemas informacionais caracteriza e conforma com a comunidade de receptores.
o núcleo da própria Ciência da Informação porque Face à isso, cabe à Lingüística Documentária
considera o universo operacional da informação desenvolver e propor parâmetros para a construção

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da informação, os quais, sumariamente, relacionam- universo sempre crescente da produção, os produtos 207
-se à abordagem da produção técnico-científica e documentários (representação documentária, infor-

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sócio-cultural, à sua representação e às formas que mação documentária) são formulações sintéticas,
garantem a função sócio-cognitiva dos produtos condensadas. Sob essa perspectiva, a mensagem
documentários. documentária é indireta, e o construto formulado em
A elaboração dos produtos documentários linguagem - a própria informação documentária - obje-
desenvolve-se no interior da linguagem, caracte- tiva desencadear um processo semiótico particular
rizando-se como um processo sucessivo de escolhas. que vai dos indicadores (os produtos documentários
Desde a seleção do que compõe ou não o conjunto propriamente ditos) para a informação e desta para
a ser analisado, a pertinentização e a construção de a produção.
conteúdos, até a definição das formas de sua disse- Essa característica confere aos produtos docu-
minação está em jogo um universo de opções. A mentários uma feição generalizante, e seu poder de
característica ‘industrial’ das operações documen- representação não deve ser interpretado como
tárias (GARDIN, 1973) impede usualmente a verifica- identidade, já que as idéias são contemporâneas das
ção detalhada das condições de produção de cada palavras que as exprimem. A língua só funciona como
unidade tratada, o que não subtrai da atividade a sistema de comunicação quando funciona ao mesmo
atribuição de valores no processamento do conteúdo. tempo como instrumento de construção do saber a
A abordagem da produção não autoriza uma interpre- ser comunicado (LOPES, 1997).
tação global do seu significado, mas modeliza a Ocorre, porém, que o isolamento das ‘repre-
informação segundo objetivos variados dependentes sentações’ relativamente aos seus textos de origem
de políticas institucionais previamente estabelecidas. provoca a perda de interpretantes contextuais. A
Entende-se por modelização documentária o interpretação não arbitrária do significado dessas
conjunto de operações que envolvem, depois da representações exige sua recontextualização, passível
primeira e fundamental modelização promovida pela de ser obtida através de terminologias específicas.
língua natural, aquelas próprias das atividades que Disso decorre que a Lingüística Documentária não
dão forma aos construtos documentários e que lhes apresenta um componente semântico autônomo, mas
confere marcas das referências utilizadas para de relações de sentido inscritas nos universos
organizar o conjunto de informações. Para que a temáticos inscritos nas terminologias.
operação não seja aleatória, a Lingüística Documen-
tária propõe que se constituam hipóteses de organi-
zação cujos referenciais institucionais (instituições e Fundamentos da Lingüística
seus usuários) articulem quadros nocionais e lingua- Documentária
gem compartilhadas no interior de domínios do saber
ou de atividades. A formalização dessas hipóteses Como já afirmado, a motivação da Lingüística
em linguagem combina dados da produção e da Documentária relaciona-se ao atendimento às neces-
recepção, garantindo-se assim o caráter socializado sidades informacionais provenientes, hoje, da cres-
da informação documentária. cente complexidade a que se submete a sociedade.
Tomando a atividade documentária como gênero de
Partindo do princípio que a interação comuni- prática social, os produtos documentários apresentam
cativa transcende a produção de efeitos, qual um a informação como resultado de organização, me-
esquema unidirecional emissor-receptor, a construção diando a produção e a demanda. Para dar conta dos
de produtos documentários deve também observar problemas que tal atividade propõe, a Lingüística
as particularidades das trocas simbólicas próprias da Documentária se desenvolve principalmente a partir
linguagem. Supõe-se que a transferência da informa- da apropriação dos conceitos da Lingüística Estrutural,
ção via mensagens documentárias é uma operação da Semiótica, da Terminologia e da Lógica Formal.
de mão dupla, uma troca qualificada em que estão Essa apropriação se faz de modo coordenado, não
em jogo ações interativas. Por razões que combinam se propondo apenas como uma junção, o que permite
os propósitos de disponibilização e permanência definir o campo através da interdisciplinaridade que
(TÁLAMO, 1994) e em função do tamanho do lhe é inerente.

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A Lingüística Globalmente, essa organização representa o mundo.
Diz-se representa porque está no seu lugar. O real é,
A referência que aqui se faz ao sistema nesse sentido, ilusório porque a relação entre a
lingüístico visa a identificar os aspectos relacionados ordem lingüística e o mundo funda-se na analogia
à sua estruturação relacional, à sua natureza arbitrária e semelhança, e não na identidade. Sob o ponto de
e à sua autonomia. A partir deles, entende-se a vista da cultura, tal representação apresenta-se como
Linguagem Documentária como estrutura que opera convenção fundante que resulta das operações de
os conteúdos documentados, articulando-os em recorte sobre o continuum da realidade. Os signifi-
esquemas classificatórios. A língua é também vista cados são, entretanto, autônomos, resolvendo-se no
na perspectiva de suas funções no processo lingüístico. interior da própria linguagem à base de oposições.
Portanto, sob o epistema estruturalista - compreendido Este modelo, porém, reflete as limitações de
como metaconceito metodológico -, observam-se as uma linguagem construída. De fato, a Linguagem
propriedades estruturais da língua e, sob o parâmetro Documentária tem só duas das funções características
comunicacional (considerando os desenvolvimentos da linguagem natural (a referencial e, a seu modo, a
da Lingüística Estrutural), suas funções nos atos de metalingüística), apenas a primeira articulação (de
comunicação verbal. Dessas abordagens deriva um onde a ausência de produtividade - não se fala uma
modelo de linguagem documentária como linguagem Linguagem Documentária) e uma realização precária
construída e intermediária, definida quer pelo seu pa- no eixo das combinações (o eixo sintagmático).
pel - ponte para a comunicação sistema-usuário - quer
Posto que a ação de significar é um fato do
pelas suas semelhanças e diferenças relativamente à
discurso - já que o significado da língua é apenas
linguagem natural e à linguagem artificial. As
sua matéria prima (LOPES, 1997) - não podemos
analogias entre ambas as linguagens referendam,
falar verdadeiramente de um ‘discurso documen-
também, a necessidade da formalização dos arranjos
tário’5, a não ser considerando essas restrições. As
dos elementos que compõem a linguagem documen-
mensagens ‘documentárias’, segundo o modelo hoje
tária como condição para um sistema autônomo, uno
vigente, também têm formato substancialmente dife-
e dotado de significado próprio.
rente das mensagens lingüísticas. Esse fato enuncia
Para fins de elaboração de linguagens docu- uma questão que merece reflexão e exige novos
mentárias interessa, portanto, o domínio das estruturas instrumentos para potencializar, no nível sintagmático,
do sistema lingüístico. Um dos conceitos importantes a capacidade de tal linguagem produzir enunciados
para isso é o de valor. A diferença e a identidade são mais próximos aos da linguagem natural, o que possi-
noções relacionais estabelecidas a partir de valores. velmente responderia por processos comunicacionais
O valor, por sua vez, é uma entidade opositiva a partir mais eficientes.
da qual podem ser feitas discriminações sucessivas.
Observa-se que as propostas sedimentadas
Quando Saussure fala que ‘na língua não há senão
na Lingüística Estrutural ainda refletem os desenvol-
diferenças’, quer com isso dizer que o significado
vimentos experimentados pela própria disciplina,
define-se tanto como valor negativo, paradigmático
incluindo-se aí as críticas a ela dirigidas. Dentre outras,
(uma palavra significa tudo o que as outras não
destaca-se a excessiva centralidade na análise da
significam), quanto como valor positivo, sintagmático
langue em detrimento da parole e a exigência de uso
208 (uma palavra significa a partir daquelas que a
dos princípios semióticos para a melhor compreensão
rodeiam). Se a definição negativa, paradigmática, é
do desenvolvimento do processo interpretativo.
inalterável na língua, é alterável na fala, pelas possi-
bilidades quase infinitas de contraste que uma palavra
pode ter com outras palavras. A partir disso, evi- A Semiótica
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dencia-se que a linguagem é uma organização - um


sistema, uma estrutura. A determinação do significado O ponto de partida da Semiótica é distinto do
de suas unidades pressupõe seu relacionamento da Lingüística Estrutural. Na perspectiva de Peirce, o
mútuo e sua posição na organização do conjunto. conceito fundamental a ser observado é o da a

5
Via terminologias concretas - considerando que estas são constituídas a partir dos discursos de domínios e áreas de atividade - recupera-
-se, indiretamente, a dinamicidade da língua realizada. Mas as terminologias também sofrem os efeitos da perda de dinamicidade.

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semiose, enquanto processo onde alguma coisa a) um signo de um código razoavelmente 209
funciona como signo para alguém sob algum aspecto, impreciso e incompleto, muitas vezes circunstancial,

LÍNGÜÍSTICA DOCUMENTÁRIA
e que compreende o signo, ou representamen, o cuja conformação remete originalmente ao signo
interpretante e o objeto, ao qual se acrescentou depois lingüístico mas é deficiente em relação a ele na sua
o intérprete e o contexto, segundo proposta de Morris. potencialidade de realização como unidade comuni-
Já para Saussure, o ponto de partida é o fato social cativa e significativa. Ele pode remeter, também, a
subjacente a todo ato de fala, ou seja, a língua símbolos não-lingüísticos mas passíveis de tradução
(DASCAL, 1978). A combinação das duas perspecti- lingüística. O signo documentário se mostra, nesse
vas permite considerar os aspectos pragmáticos à sentido, como uma unidade de uma linguagem inter-
realização do ato sígnico (incluindo-se aí o ato da mediária. Logo, o seu funcionamento depende
fala que Saussure havia ‘deixado de fora’), que são necessariamente de outros sistemas semióticos;
os elementos do contexto, das circunstâncias de b) parte de um sistema sígnico cuja unidade
enunciação e do usuário. mínima é o descritor, isto é, um elemento indivisível,
Recorrendo-se à noção de processo sígnico já que a sua divisão o descaracterizaria como con-
(e particularmente às noções de signo, interpretante, ceito. Os descritores podem coincidir com a palavra,
semiose e experiência colateral) é possível compreen- porém são mais freqüentemente expressos como
der com maior precisão o estatuto da linguagem sintagmas nominais. Nunca constituem argumentos,
documentária: sua interpretação remete necessa- mas termos simples ou descrições, ou ainda propo-
riamente ao ‘vivido’ nas ciências e nas técnicas sições, caso sejam considerados a partir de defini-
(GRANGER, 1974). Observa-se, ao mesmo tempo, ções. Considera-se, portanto, que a impossibilidade
de formular argumentos (ou melhor, simulá-los por
que, se a noção de semiose ilimitada é bastante
analogia ao argumento enquanto produto de um
pertinente para operar a linguagem comum, na CI
raciocínio complexo) seja a sua principal limitação.
esse processo interpretativo necessariamente encontra
seus embreantes6 nas linguagens das áreas-foco
eleitas pelos sistemas de informação (lembremos que A terminologia
a informação é sempre institucional). Há então que
se buscar referências interpretativas possíveis e A Lingüística e a Semiótica nas quais a
controladas para que os ‘signos documentários’ (a Lingüística Documentária busca seus fundamentos
linguagem documentária ou os seus elementos) não não resolvem os problemas de delimitação de subcon-
sejam interpretados exclusivamente a partir da língua juntos lingüísticos temáticos e funcionais. A organi-
geral e da experiência particular de cada indivíduo. zação de campos semânticos de Trier, a organização
do universo semântico de Greimas, como o modelo
A Semiótica também contribui para mostrar
de Katz e Fodor (de origem chomskyana), entre outras,
que um sistema sígnico (a Linguagem Documentária
não oferecem instrumental concreto à CI para a
funciona como um gênero de sistema sígnico parti-
elaboração de suas linguagens, porque seus pontos
cular) deve ser abordado como elemento de processos
de partida são especulativos. A Terminologia, porém,
comunicacionais e, simultaneamente, de processos permite dar conta desses elementos nos seus aspectos
de significação. Seguindo as teorias contemporâneas, teórico-metodológicos e materiais.
a observação do signo documentário deve integrar
No entanto, a Terminologia também é uma
os aspectos semânticos, sintáticos e pragmáticos
disciplina que conhece transformações no seu desen-
separáveis apenas por razões didáticas.
volvimento, sendo distintamente concebida em razão
Como decorrência do que foi exposto, dos diferentes pontos de partida adotados. A Teoria
entende-se por signo documentário: Geral da Terminologia (TGT) é tributária da linha

6
O termo ‘embreagem’ é utilizado por Granger para falar dos interpretantes que definem as significações nas Ciências cujas evocações
não são indefinidas, mas remessas estruturadas, ou em estruturação, no simbolismo das próprias ciências. Diferentemente da embreagem
nas línguas naturais, que dependem do conhecimento lingüístico, do uso da língua e da experiência dos indivíduos (e em função da
característica de dupla articulação das línguas), a interpretação nos sistemas simbólicos formais depende de seu significado (1ª articulação)
tal como foi definido nas próprias ciências correspondentes, e que se ordenam apenas à experiência dos próprios símbolos (GRANGER,
1974, p.138).

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cognitiva: concebe a formação do conceito como por sua vez, fornecem o referencial interpretativo para
algo independente da língua e vê no signo lingüístico os descritores (os termos funcionam como operadores
apenas a parte significante, atribuindo-lhe uma função de sentido) e para a linguagem documentária de um
meramente instrumental a serviço da denominação. modo geral: oferecem procedimentos para a delimi-
A Teoria Comunicativa da Terminologia, bem mais tação dos universos-foco, orientam a identificação
recente, faz críticas ao reducionismo da TGT (embora dos domínios e dão sustentação à construção das
não negue sua coerência interna), propondo observar redes relacionais, seja pela definição dos termos, seja
o fenômeno terminológico no interior da linguagem pela identificação das características para compor as
a partir de seu caráter comunicativo. Já a Sociotermi- estruturas de relacionamento. Em todo caso, ao
nologia ressalta o uso social dos termos, rejeitando fornecer referências para a significação, as termino-
a excessiva ênfase dada à normalização pela TGT. logias propiciam o desenvolvimento da semiose
A TGT, ao privilegiar a concepção triádica da documentária.
significação à maneira de Ogden & Richards (símbolo, A diferentes orientações teóricas da Termino-
significado ou conceito, referente), compartilha do logia implicam diferentes formas de abordagem dos
realismo que atribui ao referente uma materialidade universos temático-funcionais, que variam de uma
passível de ser representada fielmente pelo conceito. orientação prescritiva, mais rígida e normalizadora,
O signo lingüístico (o símbolo, na tríade acima) tem para uma descritiva, mais flexível e apta a incorporar
caráter apenas funcional, porque é determinado melhor a linguagem e os referenciais dos usuários.
posteriormente à formação do conceito, para sua As diferentes tendências também podem se rebater
denominação. A TGT compartilha também do nos privilégios dos aspectos semântico, sintático e
mentalismo, uma vez que reduz o significado a uma pragmático dos termos, se é possível falar deles de
coisa mental, desligada das línguas. Embora o forma separada.
mentalismo não esteja ligado à tríade, ele remete a
mediação ao conceito psicológico. Como decorrên-
cia, a TGT é prescritiva e normativa, não admite a CONSIDERAÇÕES FINAIS
variação e a sinonímia, prega a univocidade interpre-
tativa via padronização como o único meio para a O corpo de conceitos da Lingüística Docu-
comunicação. Em última análise, a TGT pressuporia mentária não goza, até o momento, de estabilidade.
a possibilidade de uma ‘linguagem perfeita e Há ainda uma variação denominativa muito grande
universal’ (ECO, 2001). que expressa o estágio embrionário dos contornos
A Teoria Comunicativa da Terminologia e a desse domínio. Essa é, no entanto, apenas uma
Socioterminologia, em distintas perspectivas, relativi- característica de estruturação do campo. Dentre os
zam (ou não aceitam) a formação do conceito como inúmeros conceitos que fazem parte do campo, os
algo fora das línguas. Tende-se a observar o termo conceitos de representação e informação documen-
como um signo lingüístico (significante/significado), tárias são nucleares, razão pela qual esboçam-se os
portanto definível em relação a outras realidades da seus contornos a seguir.
mesma ordem, no interior das próprias formações Representação é um conceito enfrentado de
lingüísticas. Pode-se pressupor que estas teorias substi- forma heterogênea pela lingüística, semiótica, como
210 tuiriam o triângulo de Ogden & Richards pelo também sociológica e filosófica. As distintas formas
peirceano, uma vez que, até para Peirce, o Objeto de compreendê-lo têm sua origem nos diferentes
só interessa em relação aos índices e ícones: o modos de conceber a relação entre a representação
símbolo é da ordem convencional (GRANGER,1974). e o objeto ou fenômeno representado. De um lado,
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A Lingüística Documentária se apropria da a representação supõe uma relação mimética entre


Terminologia em vários sentidos e momentos. A Termi- representação e objeto/fenômeno representado; de
nologia fornece referências teórico-metodológicas outro, é produto de mediação marcado pelas distintas
necessárias à compreensão e formulação das redes práticas sociais. Às teorias ditas representacionais
lógico-semânticas, observando-se uma relação es- opõem-se, recentemente, aquelas que questionam a
treita entre a norma documentária para elaboração própria idéia de representação. As diferentes abor-
de tesauros (ISO 2788) e as normas terminológicas dagens sobre representação se refletem nos discursos
(ISO 704 e ISO 1087). As terminologias concretas, das áreas do conhecimento. No caso da CI, a crítica

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é predominantemente feita a partir da concepção de informação documentária, com a vantagem de que 211
representação como espelho (CAPURRO, 2003), mas este termo, além de circunscrever melhor o conceito

LÍNGÜÍSTICA DOCUMENTÁRIA
não é dessa forma que a Lingüística Documentária no interior de seu campo específico, constitui um ama-
delimita o conceito. durecimento em relação à idéia de representação de
Para a Lingüística Documentária a idéia de conteúdos.
representação é operacional e antecede a delimitação Quanto ao significado veiculado pela informa-
do conceito de informação documentária. A idéia ção documentária, o aspecto central para a Lingüística
pressuposta no conceito de representação tem o Documentária - para além da arbitrariedade da
objetivo de mostrar que ela é algo que está em lugar relação significante/significado -, é que a identificação
de alguma coisa para alguém sob um determinado do significado é negativa, oposicional, relacional. Os
aspecto. Enquanto uma concepção semiótica, supõe signos documentários significam exclusivamente de
uma relação em que o signo, ou representamen,
forma relacional, porém não na língua geral, mas no
funciona como desencadeador de um interpretante
interior de linguagens construídas com base nos
cujas referências dependem de experiência colateral
conceitos (termos) das linguagens especializadas dos
que, para a linguagem documentária, combina
domínios de saber e de atividades.
elementos institucionais e terminológicos, como já
se observou anteriormente. Já enquanto linguagem O significado da informação documentária,
(e por analogia às funções das línguas naturais), portanto, não é exterior à linguagem, mas dependente
verifica-se que a representação, além de não ser a da noção de arranjo da própria linguagem documen-
principal função da língua, é admitida como constru- tária. A motivação dessa significação é explicitada
ção realizada no processo comunicacional (a língua, pela hipótese de organização, cuja formulação é
ao funcionar como instrumento de comunicação fundada na articulação da linguagem de especiali-
funciona, simultaneamente, como meio de construção dade e da linguagem dos usuários expressa por
do conteúdo ‘representado’). categorias de organização dos domínios, categorias
Para auxiliar no descarte da idéia de identidade textuais e ideacionais contextualizadas nos espaços
ou mimmesis, a Lingüística Documentária propõe de trânsito da informação definidos por políticas
substituir o termo representação documentária por institucionais.

REFERÊNCIAS

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perspectives. (Enlarged version). Available from: <www. development of monolingual thesauri. Genève; London:
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