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RESUMO
Esse artigo tem como objetivo analisar a importância dos jogos educacionais no
controle da evasão escolar, principalmente no que tange às práticas
pedagógicas de ensino-aprendizagem interativa no contexto escolar. Para a
construção da pesquisa foram realizadas análises dos dados educacionais do
ministério da educação, no que concerne aos números da evasão escolar no
país, com a finalidade de obter os resultados a fim de alcançar os objetivos
pretendidos na pesquisa. Nessa perspectiva, esse artigo está alicerçado em
bases teóricas de autores como: FREIRE (2003), LOPES (2014), e CAMPOS
(2002). Como forma de alcançar os objetivos traçados, utilizamos como
metodologia de revisão bibliográfica, o que consistiu na elaboração de um
corpus de análise a partir da coleta de dados da evasão escolar no Brasil
disponibilizado pelo ministério da educação, além dos dados fornecidos pelo
instituto brasileiro de geografia e estatística e em seguida, foram feitas análises
de literaturas sobre os jogos no ensino da matemática e também para inserir o
pesquisador no contexto da pesquisa. Como resultado das análises
encontramos: apesar das discussões atuais empreendidas em torno da
problemática subscrita, ainda torna-se emergente rediscuti-la, dentro de
diferentes esferas sociais e educacionais, destacando a relação entre evasão
escolar e as práticas pedagógicas significativas como foco deste artigo. Nesse
aspecto, consideramos que, apesar das inúmeras discussões feitas em torno da
evasão escolar, ainda é perceptível um alto número de discentes que desistem
do processo de escolarização, o que analisamos como resultado do baixo
investimento em políticas públicas de educação, aliado às práticas pedagógicas
mecanicistas. A despeito dessa conjuntura, estimamos os jogos educacionais
como um instrumento pedagógico que pode auxiliar no desenvolvimento de
práticas pedagógicas significativas no ensino-aprendizagem, tornando-se uma
medida paliativa no controle da evasão escolar e como uma ferramenta
importante para auxiliar o ensino de matemática.
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conflitos, nascendo então os grupos e tribos. Segundo Feixa, C. (1988), citado por
CHEILA, MIRIAM e SHEILA (2010) “Esses grupos formam subculturas, identificadas com
diferentes estilos, muitas vezes impulsionadas por preferências estéticas e musicais, mas
também fortemente relacionadas à realidade social que as circunda.”
Na situação atual, em que a sociedade encontra-se sendo testemunha de uma
descomunal onda de protestos e reivindicações em nome daqueles que se calaram por
anos, vivenciando uma maior visibilidade aos grupos minoritário, em sua grande maioria
aqueles tidos como marginalizados, os jovens que ao redor do mundo são os mais
passivos a empenhar-se em grandes revoluções são hoje protagonistas na tentativa de
mudar a realidade em que estão inseridos.
Aliado a isto, com a emergência tecnológica no cenário moderno atual e o
crescente aumento do uso das redes sociais, ficou cada vez mais instantâneo e natural a
inserção desses jovens nesses agrupamentos. Adjunta a todas essas circunstâncias, a
escola também possui papel significativo nesta incorporação, já que funciona como um
lugar provedor de interação e responsável por grande parte do desenvolvimento cidadão
dos alunos.
Apesar disso, parte desta responsabilidade é limitada e a instituição não consegue
fixar totalmente o que se propõe a fazer tendo que lidar com o alto nível de desinteresse
dos estudantes, a desvalorização dos professores e até mesmo com sua herança em
alguns casos arcaica ao se relacionar com determinados tabus.
Considerando as discussões subscritas, a respeito dos impactos da evasão escolar
nas instituições educacionais, este artigo intenta tecer discussões acerca da utilização de
jogos pedagógicos na matemática, enquanto ferramenta pedagógica de enfrentamento à
evasão escolar. Nessa perspectiva de análise, problematizamos questões de cunho social
e pedagógico que inserem-se paulatinamente na temática posta em pauta de reflexão.
Consoante a proposta deste artigo, figura-se duas problemáticas gerais e específicas de
discussões, sendo-as: Quais os impactos da evasão escolar nas instituições educacionais
brasileiras? Como a utilização de recursos pedagógicos digitais nas aulas de matemática
influenciam na consolidação de um ensino significativo, apresentando-se como
alternativa para conter a evasão escolar?
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Como possibilidade de resposta aos problemas traçados, discursivamente
nomeada de hipóteses, sugerimos: A evasão escolar decorre, de forma geral, de
problemas de ordens sociais e governamentais que se entrecruza aos contextos
educacionais, o que corrobora nos crescentes números de desistência de discentes da
educação básica. No que concerne às problemáticas sociais, consideramos as
desigualdades sociais como um fator preponderante para elevação dos índices, já no que
tange aos fatores governamentais, destacamos a precarização das instituições públicas e
o baixo investimento em recursos educacionais, como consequentes razões da evasão
escolar.
Diante das discussões mobilizadas anteriormente, a evasão escolar nas instituições
públicas figura como uma discussão urgente, principalmente, no que tange ao
questionamento das problemáticas que cerceiam tal questão, o que colabora na criação
de políticas públicas de fortalecimento da educação, além da implementação de práticas
pedagógicas refreamento a problemática subscrita.
O estudo da gamificação na educação, dos multiletramentos e do ensino-
aprendizagem significativo reveste-se de um olhar crítico para as práticas educacionais de
relativização e naturalização da evasão escolar, apontando estratégias e metodologias
pedagógicas para o favorecimento do ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, os estudos
explicitados anteriormente fornecem bases teóricas para o intercâmbio com outras áreas
do conhecimento como, por exemplo, os estudos tradicionais e contemporâneos em
práticas pedagógicas de ensino na pós-modernidade, o que figura, neste artigo, como
uma possibilidade de integração entre dois aspectos teóricos.
Dessa forma, pretende-se com este estudo, ampliar as discussões acerca da
utilização de jogos como ferramenta pedagógica para o controle da evasão escolar,
contribuindo para os estudos que pautam as questões subscritas. Além dos motivos
expostos, pretende-se tornar este estudo público, para torná-lo base na elaboração de
políticas públicas educacionais, além de ser um material de apoio no desenvolvimento de
práticas educacionais consoantes ao estudo aqui tensionado.
Com vista ao alcance dos objetivos trilhados, desenvolvemos uma pesquisa de
abordagem qualitativa do tipo bibliográfica, através da observação do pesquisador em
campo.
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2. Metodologia
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Nessa conjuntura é criado uma pedagogia da construção que coloca o
pesquisador em contato direto com o problema a ser pesquisado, fazendo com ele tenha
que adaptar o seu método para a melhor maneira. Com olhar teórico-metodológico
adotado, consideramos, dentro dos limites epistemológico, está pesquisa como inédita,
justificada pela capacidade teórica de transdisciplinar de aliar diferentes olhares teóricos,
para que possamos comprovar objetivos escolhidos e apresentar a importância da
utilização dos jogos para diminuir a evasão escolar.
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3. Revisão bibliográfica/ Estado da arte
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decrescente, considerando que a porcentagem de 11,5% caiu para 8,7%. E é importante
frisar que a maior parte desse aumento do número de pessoas com letramento
suficiente, está localizada no Norte e Nordeste.
3.2 As heranças da escola ocidental moderna.
Guacira Lopes Louro (2014) em seu livro Gênero, sexualidade e educação,
reconhece o papel separatista que a escola ocidental moderna perpetuou através dos
anos. A academia sempre foi responsável por exercer ações discriminatórias e
hierárquicas externas e internamente, distinguia os que faziam parte dela e os que não
faziam, os mais pobres dos mais ricos, as meninas dos meninos. Aos poucos a instituição
ia construindo uma educação absolutamente separatista aos seus sujeitos impondo aos
seus alunos modelos a serem seguidos e reconhecidos.
Toda essa factual conjuntura através das décadas resulta hoje na maioria dos
casos em um ambiente hostil capaz de sutilmente moldar as identidades sociais dos
estudantes, estabelecendo uma única postura admissível que deve ser seguida por todos
consumando em uma abolição de toda e qualquer individualidade, construído dessa
forma o que a autora conceitua como Corpos escolarizados. Porém, é Importante
salientar também que todo indivíduo humano é passível a negação e rejeição de
imposições de terceiros, principalmente os adolescentes que estão em uma fase de suas
vidas onde os questionamentos, a insubmissão e o sentimento de revolta são comuns.
Guacira Lopes (2014) evidencia o cuidado que devemos ter em observar e
questionar ações banais que passam despercebidas dentro do contexto escolar, como a
separação dos meninos e meninas para a realização de atividades, brincadeiras,
brinquedos e comportamentos que interferem negativamente para a luta
contemporânea da igualdade de gêneros. Infelizmente a instituição além de correr contra
o tempo para aprender a lidar melhor com essas demandas tem também que começar a
dedicar um cuidado e atenção maior às problemáticas que ultrapassam as questões
binárias de gênero.
[...] Dispostas/os a implodir a idéia de um binarismo rígido nas relações de gênero,
teremos de ser capazes de um olhar mais aberto, de uma problematização mais
ampla (e também mais complexa), uma problematização que terá de lidar,
necessariamente, com as múltiplas e complicadas combinações de gênero,
sexualidade, classe, raça, etnia. LOPES (2014, p.69)
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Toda essa diversidade existente na sociedade também se faz presente dentro da
escola, no entanto lamentavelmente não significa que todas elas sejam abraçadas nesse
ambiente. Essa herança discriminatória ainda é perceptível até o momento atual, é
preciso romper com todas imposições veladas que se disseminam pela educação formal.
3.3 As diferentes identidades que compõem o espaço escolar: As dificuldades e
perspectivas.
Ainda no livro Gênero, Sexualidade e Educação, Guacira Lopes (2014) discorre que
ainda nos dias atuais a instituição escola dentro de suas dependências tende a possuir
atitudes discriminatórias contra a homossexualidade e/ou qualquer outra situação que
fuja de seus domínios, geralmente costuma negar que dentro dela possam existir casos
que fujam as relações binárias de gênero. Para a autora, negar a existência de alunos
homossexuais pode ser entendido como uma tentativa de “eliminá-los” para evitar uma
fuga das normas já estabelecidas.
Toda a negação por parte da instituição, acaba, consequentemente,
estabelecendo um ambiente prejudicial para aqueles que não se vêem como parte igual
daquele grupo, culminando em uma potencial evasão escolar.
A negação dos/as homossexuais no espaço legitimado da sala de aula acaba por
confiná-los ás gozações e aos insultos dos recreios e dos jogos, fazendo com que,
deste modo, jovens gays, lésbicas só possam se reconhecer como desviantes,
indesejados ou ridículos. LOPES (2014, p.72)
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Corroborando com Moreira Antônio: A aprendizagem significativa é um processo,
por meio do qual, uma nova informação relaciona-se de maneira não literal e não
arbitrária a um aspecto relevante da estrutura do conhecimento do indivíduo.(MOREIRA,
M.A,1997 PARAFRASEANDO AUSUBEL (1982, P. 58).
É válido de comentário, que quando a aprendizagem parte de um conceito
primário e de interesse do aprendiz, nasce ali uma âncora de conhecimento sólido, do
qual se pode partir outras vertentes interdisciplinares do processo educacional.
Ao adentrarmos na ótica sociocultural e histórica, nos é revelado a importância de
considerar o desenvolvimento social e sua influência nas diferentes práticas pedagógicas
que permeiam o espaço escolar. No quesito histórico vemos a abordagem geocultural,
que inclui o aluno de maneira direta e indireta em todas as vertentes da globalização. Já
no quesito sociocultural, o aluno é ligado diretamente aos hábitos e costumes culturais
que estão inseridos nas práticas sociais.
Com o advento da globalização, a Web passou a ocupar um lugar de destaque nas
interações sociais, fazendo com que os professores pudessem ter acesso às diferentes
metodologias de seus colegas. Essa possibilidade faz com que os professores possam
ajudar os educandos a não mais associar a escola como um fator limitante, fator esse que
apenas os ensinam sobre como aprender a multiplicar e a resolver pequenos “problemas
de matemática" que é literalmente o foco que as escolas têm com os alunos das séries
iniciais do ensino fundamental.
Kubata et al. (2011, p.02) Corrobora com esse mesmo pensamento na citação
abaixo.
A postura do professor em sala de aula, bem como suas artimanhas em
articular o conteúdo teórico a ser ensinado com atividades mais
dinâmicas e uma abordagem moderna são, sem dúvida, pontos de
partida para a solução de problemas em sala de aula, tanto no sentido
disciplinar (comportamento do aluno) quanto no índice de rendimento
de conteúdos que serão aproveitados pelo estudante.
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lugar atrativo e divertido é o uso de jogos educativos, como o xadrez e a dama, que
incentiva o uso da lógica e auxilia no ensino da matemática.
Neste sentido, o jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal da
aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno,
desenvolve níveis diferentes de experiência pessoal e social, ajuda a
construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua
personalidade, e simboliza um instrumento pedagógico que leva o
professor à condição de condutor, estimulador e avaliador da
aprendizagem. Ele pode ser utilizado como promotor de aprendizagem
das práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao
conhecimento científico[...] (CAMPOS, 2002, p.48)
Através dessa citação, podemos ver que o jogo além de melhorar o aprendizado
ele também aproxima e incentiva os alunos a produzir conhecimento científico.
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questionamento dos alunos. Nesse aspecto, a teoria do desenvolvimento da
aprendizagem interacionista concebe uma estreita relação entre o sujeito e os fatores
sociais que circunda-o, a partir da correlação entre o indivíduo e o meio (PIAGET, 1966).
Nessa perspectiva, o ensino situa-se em uma educação integrada, a partir da
participação conjunta entre as demandas educacionais e sociais, dessa forma, a base
nacional comum curricular salienta que a educação deve acompanhar as transformações
da contemporaneidade a partir das necessidades que são requeridas na sociedade. Na
esteira dessa discussão, o documento afirma que:
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural,
comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo,
colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o
acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para
aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar
com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar
conhecimentos para resolver problemas[...]. (BRASIL, 2018, p. 14)
4. Considerações finais
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
MEC/SEF, 2018.
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