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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE COALANE

UNIVERSIDADE LICUNGO

Curso: Pós-Graduação em Metodologia de Ensino


Unidade Curricular: Metodologia e os Processos de Ensino e Aprendizagem

Nome do Estudante de Pós-Graduação: Tadeu Joaquim Charanga

Didáctica e Democratização do Ensino

Primeiramente, antes de descrever a respeito a democratização do ensino, procuraremos


abordar sobre a didáctica, sendo o elo mãe da pedagogia. Portanto, a didáctica é uma ciência
pedagógica, sendo por isso que mantém relação com a pedagogia. Mas também vemos que devido a
complexidade do processo de ensino e aprendizagem, de um lado, e, por outro, tendo em conta ao
carácter interdisciplinar de quase todos os ramos de saber, a didáctica mantém relações com outras
ciências.

De facto, a actuação do professor com propósito de ensinar, exige deste um agir tendo em
conta não somente habilidades didácticas, mas também pedagógicas e um certo sentido psicológico,
sociológico, biológico, filosófico, etc, devendo, neste sentido, o professor se municiar de
conhecimentos destas disciplinas: o agir didáctico é ao mesmo tempo pedagógico, biológico,
sociológico, filosófico, etc.

Chegados a este ponto, estamos certos também que foi fácil relembrar a tarefa e o objecto
específicos da didáctica. A didáctica é, pois, uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo
de ensino através dos seus componentes os conteúdos escolares, o ensino e a aprendizagem para,
com o embasamento numa teoria da educação, formular directrizes orientadoras da actividade
profissional dos professores. (Leite, 2003, p.219).

Segundo Oliveira (2008), a democratização da educação faz referência a um processo


impulsionado pelos sujeitos da educação, professores e professoras, estudantes e pais e mães de
família, e suas organizações sindicais sociais, para participarem na condução da educação. Em sua
definição, devemos apontar que, mais do que um conceito ou categoria, trata-se de uma ideia
orientadora da acção dos sujeitos sociais envolvidos no processo educativo que durante os últimos
20 anos percorre praticamente todo o planeta.

Como se entende a democratização da educação? Ela tem sido identificada com o acesso
universal e gratuito em todos os níveis educativos (desde o pré-escolar até a educação superior). Por
volta da década de noventa do século passado e nos anos transcorridos deste século, a
democratização da educação, se bem se refere ao acesso universal e a sua gratuidade, tem um sentido
que extrapola essa concepção. (Martins & Mendes, 2006, p.10).

Neste momento, alude mais à disputa por sua condução, mas uma disputa para resistir aos
processos que têm caracterizado as políticas educativas privatizadoras; e o transcendental é que tem
transitado para a construção de uma educação alternativa, para a emancipação, uma educação
pública cujo sentido seja a justiça social, diversa, multicultural, autónoma, inclusiva, solidária,
crítica, científica, fundamental na construção de identidade nacional e defesa da soberania dos
povos.

Envolve assim três dimensões e três planos de acção. As dimensões fazem referência a: 1) o
acesso universal; 2) a gestão democrática das escolas e do sistema educativo; 3) a transformação do
sentido da educação para a democratização das sociedades. Os três planos de acção são: o local
(aula, escola, comunidade, delegação ou sessão sindical); o nacional (distintos níveis escolares,
sindicato e/ou sindicatos de um país) e o internacional (Paredes, 2003, p.200).

De acordo com Afonso (1999), a democratização da educação sustenta-se em uma concepção


e na prática da democracia directa, que, por sua vez, baseia-se em uma série de mecanismos
construídos pelas comunidades docentes, estudantis, de pais, sindicatos e organizações sociais para a
auto-representação e para uma condução autogestionária. O que muda ao democratizar a educação?
As políticas privatizadoras da educação impuseram um modelo reducionista da mesma, ensinar “por
competências” e para responder provas estandardizadas é a ordem que se dá aos professores.

O papel das docentes e dos docentes se reduz ao de meros repetidores de instruções e planos
e programas de estudo elaborados sem sua participação. Um objectivo dessas políticas é o controlo
dos professores por meio do esvaziamento da profissão docente, há um espólio de sua identidade
como educadores e uma desvalorização de seu papel de líderes sociais em suas comunidades.
A democratização da educação tende à mudança no sentido da educação, do papel dela, da
escola e dos professores e professoras e de suas organizações sindicais. Almeja que a democracia
seja, mais do que um conceito, uma forma de vida. A partir do momento em que os sujeitos da
educação se apropriam dele, converte-se em um exercício quotidiano de acção colectiva
transformadora para a mudança social.

Didáctica e Democratização do Ensino


No segundo capitulo, Libâneo afirma que o a democratização do ensino e a importância em
oferecer o mesmo com qualidade e a todos, seguindo a frase bem conhecida por nós “Escola para
todos”. Continua seguindo a linha de raciocínio que o papel principal da escola é incluir o aluno
dentro dos padrões de uma participação activa na vida social, conhecendo os seus direitos e deveres
e assim podendo lutar por eles. Neste capítulo os assuntos abordados são qualidade de ensino do
povo, os motivos que causam o fracasso escolar e a ética profissional.

A Escolarização e as Lutas Democráticas


Sabemos que sem escolarização na existe conscientização da população quanto a certos
assuntos, a mesma oferece a possibilidade das pessoas terem seus pensamentos formados,
personalidade, sabendo lutar pelo que é seu por direito. Libâneo, (1994, p.35) cita Guiomar Namo de
Mello: A escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da sociedade
democrática", como já dito acima. O autor relata os índices de escolarização e a evasão na escola,
como principais problemas na formação intelectual do seres, problemas estes que vem de uma falta
de política pública competente que não consegue obter igualdade nas oportunidades em educação
para todos, motivos esses causadores da evasão escolar e de um grande número de analfabetos.

E o que fazer para mudar esses resultados? Como proceder? Para Libâneo a mudança de
atitude da sociedade depende da transformação escolar, ou seja, a escola é o principal meio de
implantação de conhecimento intelectual, possuindo o mesmo, serão capazes de lutar por qualidade
de ensino e outras questões que não nos favorecem.

O Fracasso escolar precisa ser derrotado


Neste item do capitulo, Libaneo foi afundo quanto aos problemas do fracasso escolar e quais
as principais causas do mesmo. Ele faz comparações com quantas crianças entram no ensino
fundamental e quantas saem, fundamentando-se primeiro com números, a qual a escola não
consegue manter seus alunos estudando. São muitos motivos demonstrado por ele que vem causando
o fracasso escolar, problemas estes como: metodologia e didáctica aplicada aos alunos e cita como
principal motivo da evasão a falta de organização escolar, que é feita levando em conta um tipo de
criança, como se todas se comportassem da mesma forma ou tivessem o aprendizado no mesmo
nível, o que sabemos que não é verdade, então devemos levar em consideração o ambiente social e o
nível de escolarização dessas crianças para não elevar muito o nível de aprendizagem e nem de
menos.
Outros problemas também são levados em conta para o fracasso escolar, como dificuldades
emocionais, pais que não acompanham o rendimento do aluno na escola e nem se interessa,
imaturidade dos alunos e muitos outros de fundo psicológico. Libaneo cita David Ausubel que
afirma que o factor isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já
conhece, complementa dizendo que o professor deve descobri-lo e basear-se nisto em seus
ensinamentos.

As tarefas da escola pública democrática


Incorporado por Verret (1975), è sabidos por todos nós da importância do primeiro grau para
a formação do indivíduo, delas serão geradas habilidades, atitudes e capacidades para ingressar na
sociedade podendo estudar e dar sempre continuidade no aprendizado, pois todos os dias estamos
aprendendo, não só na escola como instituição, mas na “escola da vida” também.

Libâneo relata as obrigações das escolas públicas como a gratuidade do ensino nos primeiros
oito anos (actualmente são nove), e que a escola tem que estar adentro quanto a assimilação,
transmissão do assunto, como estar se dando esse desenvolvimento, preocupando-se em assegurar a
qualidade do ensino. E oferecer um processo democrático de gestão escolar com a participação de
todos os elementos envolvidos com a vida escolar.

O compromisso social e ético dos professores


De acordo com as contribuições de Chevallard (1991), o professor tem o compromisso
primeiramente em formar cidadãos que conheçam os seus direitos e deveres podendo actuar na
sociedade, no ambiente familiar, no trabalho e na vida política também, saber em quem votar,
escolher bem para quem vai nos representar e lutar quantos aos nossos direitos como cidadãos.
Libâneo afirma que, como toda a profissão, o magistério é um ato político porque se realiza no
contexto das relações sociais.

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