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REVISTA ACADÊMICA

DA FACULDADE FERNÃO DIAS

ESCOLA E SOCIEDADE: RELAÇÕES QUE


PERMEIAM O AMBIENTE EDUCACIONAL

Ivan Bastos Canovas (UNIFESP)1


Luciana Fukimoto Itikawa (UNIFESP)2

Resumo

Este artigo aborda a escola enquanto instituição e historicidade. A instituição escolar


prepara o cidadão para a sociedade do futuro, descortinando os projetos que estão ligados
à Escola da Família e atuação de atividades educativas trazidas pelo Centro de Educação
Unificado (CEU). Investiga-se a maneira como tais projetos contribuem para o aumento
da qualidade de ensino, visão crítica e cultural do aluno, alinhado às perspectivas trazidas
pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para se entender a maneira como
é construído o cotidiano educacional em algumas instituições de ensino.

Palavras-chave: Escola. Estado. Sociedade. BNCC.

Abstract

This article addresses the school as an institution and historicity. The school institution
prepares the citizen for the society of the future, unveiling the projects that are linked to
the Family School and the performance of educational activities brought by the Unified
Education Center (CEU). It investigates the way in which these projects contribute to
increase the quality of teaching, critical and cultural vision of the student, in line with the
perspectives brought by the new National Common Curricular Base (BNCC), to
understand the way in which the educational routine is built in some educational
institutions.

Keywords: School. State. Society. BNCC.

1
Mestre em Ciências da Educação pela Universidade de San Lorenzo (UNISAL, Paraguai). Especialista
em Gestão de Educação Pública pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Licenciado em
Pedagogia pelas Faculdades Integradas Rio Branco (FIRB) e em História pelo Centro Universitário
Claretiano (CEUCLAR). Pós-graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Nove
de Julho (UNINOVE). Diretor Escolar de Educação Básica no Colégio Fernão Dias Pais. Contato:
ivan.canovas13@gmail.com
2
Pós-doutora em Ciências Sociais pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP). Doutora em Arquitetura
e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU). Bacharel
em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora do Curso de
Especialização em Gestão da Educação Pública da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Contato: luciana.itikawa@gmail.com
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Revista Acadêmica da Faculdade Fernão Dias, ISSN 2358-9140, volume 7, número 23, fevereiro de 2020.
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Introdução

As conexões existentes entre a escola e a sociedade não são dadas a priori,


mas estão continuamente se alterando, construindo/reconstruindo o sistema escolar
em função das necessidades e interesses sociais de diferentes contextos históricos.
Esta pesquisa tem por objetivo estudar a realidade educacional de escolas públicas na
cidade de São Paulo, contrapondo a visão estadual e municipal de educação por meio
de projetos destinados à sua organização interna.
Em seu principal mecanismo, ela (re)desenha a maneira como se dá a
distribuição e organização de projetos sociais ligados ao Centro de Educação
Unificado (CEU) e ao Programa do Estado Escola da Família. Tais projetos possuem
uma preocupação acerca da proposição de temas ligados a currículos e programas
educacionais no ensino brasileiro, mais especificamente no Estado de São Paulo.
Para esta organização, será posto em evidência à luz de alguns documentos
que sustentarão esta pesquisa acerca daquilo que se chama educação eficiente, por
meio de uma visão denominada currículo oculto, sendo assim, a investigação traz os
seguintes questionamentos: como se dá a formação e o trabalho dos agentes que atuam
nesses programas “sociais” dentro da escola? Como a gestão da escola os vê? De que
forma o trabalho desenvolvido por esses agentes impactam de forma positiva a v ida
dos alunos no ambiente educacional? Estes e outros questionamentos procuraram ser
respondidos ao longo desta investigação que se inicia a partir deste trabalho, o seu
olhar investigativo procura embasar a visão daquilo que buscamos almejar como
ensino de qualidade.
Este artigo então, tratará dessa relação que permeia o ambiente educacional,
proporcionando um olhar acerca da realidade educacional dentro do nosso Estado,
discutindo aspectos ligados a gestão escolar, gestão de sala de aula e projetos
educativos, desenvolvidos em espaços públicos. Sendo assim, o trabalho visa através
de instrumentos claros de pesquisas, analisar não somente o currículo formal, mas os
impactos cotidianos que os projetos possuem dentro do ambiente escolar.

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1 Referencial teórico

1.1 Evolução histórica: dos primórdios à visão contemporânea

Mariano Enguita (1989), em “A face oculta da escola”, convida-nos a refletir


sobre a historicidade da escola interligando-a à outras questões do processo de trabalho
como (des)qualificação/requalificação do trabalhador, desenvolvimento e utilização da
tecnologia, entre outras. Além disso, destaca como, ao longo da história, a preparação dos
indivíduos para o trabalho por muito tempo foi feita por instituições que se situavam fora
do processo de ensino institucional.
No contexto da própria Revolução Industrial, a educação da infância realizada
pela escola, passou a ser considerada como vantajosa, pois neste período de vida, é mais
fácil formar e modelar o trabalhador, disciplinando-o no mundo produtivo,
desenvolvendo assim as famosas “cadeias de produção”. Em termos gerais a escola se
configurava como a melhor solução para as resistências individuais e coletivas às novas
condições de vida, ou ao menos, como a mais prudente e barata solução preventiva
(ENGUITA, 1989, p. 112).
Segundo exigências da nova ordem industrial capitalista, esse trabalhador
deveria ter uma submissão ativa, ou seja, ser um trabalhador laborioso e produtivo, mas
também obediente, de caráter domado e ciente de seus deveres como proletário.
Paralelamente à escola, em sua função educadora, outras forças sociais como filantropos,
reformadores, moralistas, economistas, dirigentes religiosos e outros intelectuais
orgânicos da nova ordem social atuaram em sintonia quase perfeita para criar a nova
ordem moral (ENGUITA, 1989, p. 137).
Atualmente, esta visão volta a ser posta em evidência refletindo uma
preocupação premente no novo mundo do trabalho que se abre diante dos nossos olhos.
A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), reforçada pela nova
BNCC (Base Nacional Comum Curricular), expressa em seu cerne esta preocupação, por
meio da Lei 9.394/96, art. 35, parágrafo II (BRASIL, 2019).
Ainda há uma grande preocupação social em preparar o aluno para o mundo do

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trabalho, exigindo do mesmo habilidades de cunho laborioso para o exercício de funções


dentro de um ambiente fabril ou não. Com estes argumentos, podemos verificar que a
escola deixa de cumprir determinadas funções adotando outras que não deveriam tomar
conta da maior parte do seu currículo ou de seu papel de escolarização.

1.2 A importância do estreitamento dos laços entre escola e sociedade

Se pensarmos no dramático quadro que a sociedade vive, analisar o currículo e


referenciar as causas que amarram o trabalho do professor chega-se a sua ineficiência.
Sendo assim, há os seguintes questionamentos: por que as escolas brasileiras se tornaram
tão incoerentes entre si e obsoletas frente a esta realidade acadêmica? Por que são tão mal
vistas pelos seus agentes: pais, alunos e professores, mesmo aqueles que fazem parte do
sistema são desesperançados quanto à sua ineficiência e a utilidade no processo de
escolarização? Será que estes projetos contribuem para mudança dessa visão?
A cada dia, a sociedade mergulha em um mundo onde não há esperanças de
melhoras, acredita-se que os principais entraves não sejam apenas questões de cunho
político. Suas causas são muito mais profundas do que apenas a ineficiência
governamental ou culpa da má formação do professor que está em frente a sala de aula.
Libâneo (2007, p. 28) apresenta um panorama acerca da profissão de pedagogo
e como são vistos por outros agentes sociais nesta sociedade, nos alertando sobre a forma
como a profissão é mal interpretada na utopia contemporânea. A partir deste olhar será
trabalhada na investigação dessas causas e quais as verdadeiras participações desses
coagentes que estão inseridos dentro deste ambiente do qual denominamos escola.
Para Libâneo (2007), é certo que o professor deve ser um profissional
competente e compromissado com seu trabalho, com visão de conjunto do processo
escolar. A escola clama por um profissional capaz de pensar, planejar e executar o seu
trabalho e não apenas um sujeito habilidoso para executar o que os outros concebem.
Sendo assim, neste referencial teórico sondaremos a eficiência deste currículo construído
de maneira informal, averiguando como estes educadores contribuem para o aumento do
nível de aprendizagem dos alunos na escola dita regular.
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As conexões existentes entre a escola e a sociedade não são dadas a priori, mas
estão continuamente se alterando, construindo/reconstruindo significados o sistema
escolar em função das necessidades e interesses sociais de diferentes contextos históricos
se modificam a cada instante. Para compreensão deste processo podemos dialogar com
os textos de Michael Apple e Mariano Enguita, nos quais esses autores discutem a escola
enquanto instituição e também em sua historicidade.
Em seu livro Educação e Poder, Apple (1989) leva-nos a refletir sobre a conexão
entre a escola e a sociedade, ressaltando como interesses econômicos se colocam também
como necessidades sociais, definindo caminhos pedagógicos, organizando e estruturando
os sistemas escolares, bem como norteando as experiências educacionais de professores,
alunos e especialistas situados na sociedade capitalista conforme expressa em seu livro
(APPLE, 1989, p. 37).
Portanto, a escola pode servir para formar trabalhadores de forma a torná-los
aptos às diversas habilitações, profissionais existentes no mercado de trabalho. Porém, na
verdade nem disso tem dado conta, pois no mundo globalizado em que vivemos, o
mercado de trabalho está sempre exigindo e oferecendo habilitações novas.
Além, disso por conta das exigências da competitividade, ampliou-se a demanda
dos conhecimentos e da informação, crescentemente disponíveis nas mídias, sobretudo
na internet, levam a questionar e a repensar os temas e conteúdos em sua abrangência
cognitiva e social, e os caminhos de ensinar e aprender que precisam ser modificados e/
ou ajustados a partir dos paradigmas emergentes.
O processo educativo mais do que ultrapassa o período de escolarização
permanente, favorecida por novas modalidades de ensino como por exemplo a educação
à distância, popularmente conhecida como Educação à Distância (EaD), em relação ao
cotidiano escolar, tem-se falado demais em metodologias ativas, onde o objetivo por
primazia seria a participação mais efetiva do aluno em aula, colocando esses estudantes
como coautores do seu processo de aprendizagem, sendo estes mecanismos
modificadores no cenário atual ao qual vivemos.
Apple (1989) também nos alerta para o risco de concebermos a escola como
espelho da sociedade, ou seja, como mera reprodutora da ordem social, analogia que ele
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considera simplificadora. Ressalta como a escola moderna tem ultrapassado essa função
(de ser formadora de profissionais semi ou super qualificados), na medida em que tem
sido formadora de atitudes, desenvolvendo hábitos e posturas de docilidade e sujeição,
ou desenvolvendo posturas de lideranças e crítica, ao mesmo tempo que inculca nos
educandos os valores da ideologia dominante, seja mediante os programas curriculares,
ou mesmo pelo currículo oculto (APPLE, 1989, pp. 83-84).
Por conta dessas considerações os professores devem se questionar sobre o que
ensinam: quais conteúdos/ temas devem ser ensinados? A quem serve esses conteúdo?
Eles contribuem para uma formação geral de cidadania? Contribuem para ensinar e fazer
escolhas, e a tomar decisões? Contribuem para selecionar e interpretar informações?
Servem para formar e alicerçar a cultura nacional? Servem para formar posturas de
respeito e outrem e de solidariedade? Ou servem para enquadrar e domesticar os
educandos em função de interesses econômicos e sociais que garantem a manutenção de
estruturas sociais e de poder dominante?
É importante ressaltar ainda que, atualmente, nos debates pedagógicos
realizados nos cursos de formação de professores e nos congressos de educação e mesmo
nos diversos espaços da mídia muito se discute sobre aprendizagem, mais atualmente o
modelo de aprendizagem ativa promete revolucionar o currículo. Ele traz à tona a velha
dinâmica da maiêutica socrática, na qual o objetivo principal é colocar o aluno como
agente questionador e formulador de hipóteses estruturantes, considerando assim a
organização curricular preexistente.
Discutem-se os aspectos teóricos e psicológicos da aprendizagem, mas também
são colocadas reflexões mediante os relatos de experiências pedagógicas, em relação aos
caminhos metodológicos de se ensinar e de aprender, reconhecendo que existem
diferenças na aprendizagem das faixas etárias, bem como em relação as condições
socioculturais dos alunos.
O próprio papel do professor está sendo continuamente repensado e
ressignificado. Ele deixou de ser um mero transmissor de conhecimentos, para ser um
orientador e facilitador da aprendizagem, o tão fomentado mediador do conhecimento
passa a dar à luz a um construtor da autonomia do aluno, fazendo-o refletir e se
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reestruturar nesta nova demanda acadêmica ao qual o próprio mercado o impõe. Neste
panorama, repensar o currículo e sua aplicabilidade passa a ser um novo objetivo para
este mestre do conhecimento e suas especificações e especialidades passam a dar vazão
ao novo modelo de aula, onde o aluno se coloca como o novo centro da aprendizagem
escolar.
Neste sentido, é importante salientar as contribuições de Piaget (1973),
Vygostky (1987) e Ausubel (1983) que nos ajudam a compreender e praticar uma
aprendizagem significativa, esses autores em sua contemporaneidade, conversam em um
diálogo onde nos apresentam uma compreensão que parta realmente do aluno o
conhecimento e não de seu mestre.
O aluno é o sujeito do processo educativo e a ele deve-se se fornecer subsídios
para aprofundamentos e construção de saberes relativamente aplicáveis. No cenário
brasileiro fala-se e discute-se muito a formulação e construção de uma BNCC sólida que
traga à tona este tipo de discussão de significados, dando autonomia a alunos para
construção de grades curriculares aos quais façam sentido para o mesmo, repensando a
visão laboriosa que discutimos no item anterior.
Entretanto, o processo de construção e autonomia para estes alunos se dá de
forma errônea, pois a mesma autonomia dada ao Ensino Médio Regular, não se postula
para as bases de aprendizagem em construção na Educação Infantil e no Ensino
Fundamental, que deveriam ter por primazia alicerçar essas escolhas, considerar as
capacidades e necessidades intelectuais, emocionais e familiares do aluno, reconhecendo,
portanto, este aluno como um sujeito do processo educativo.
Outra questão ainda, também colocada refere-se ao papel do Estado no campo
educacional. O Estado regimental pode intervir no sistema escolar para garantir a
produção de mercadorias culturais, isto é de conhecimentos mediante “patrocínio de
sansões, programas e instituições” que correspondem às pressões de determinados setores
sociais, sendo assim, a escola serve a uma determinada camada social, havendo
mercantilização do ensino, levando em consideração os interesses de uma pequena
camada social, atingindo interesses que não visem uma educação de qualidade, mas sim
uma manipulação do produto ao qual denominamos conhecimento (APPLE, 1989, p. 74).
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Sabendo disso, esta intervenção do Estado, se dá mediante ao estabelecimento


de políticas educacionais que definem ou orientam os temas/conteúdos a serem
ensinados, atribui funções organizando, separando e hierarquizando o espaço e o
cotidiano escolar, além de priorizar a democratização da escola. Isso significa dizer que
o Estado, dispõe de sistemas de controle nos ambientes de escolarização, contribuindo
para que cada escola seja produto de construção social continua e permanente
(EZPELETA; ROCKWELL, 1989).
A própria concepção de currículo e as discussões oriundas para construção da
base nos trazem como reflexão tal panorama, não há um sistema mais excludente do que
o vestibular tradicional. Realizando tal reflexão lhes questiona-se: porque tal mecanismo
avaliativo não é abolido? A resposta é simples, há movimentação de uma soma gigantesca
de dinheiro, por meio de inscrições e instituições que se utilizam de tais mecanismos para
segregarem seus estudantes.
Onde a universidade movimenta rios de dinheiro, cursinhos lucram com o sonho
estudantil de milhares de alunos ao ingressarem em Instituições de ponta, além, da
segregação dos melhores no universo acadêmico, abalando a autoestima e a capacidade
de empatia dos alunos. Transformando-os em competidores intelectuais, onde são vistos
como adversários em ambientes educacionais que deveriam ser cultivado a solidariedade
e a sintonia em prol de objetivos comuns.
O sociólogo e filosofo polonês Zygmunt Bauman (2005), um dos mais
respeitados sociólogos da atualidade, nos coloca que vivemos tempos líquidos,
características estas que, segundo o autor, estão presentes nas relações humanas atuais,
ele relata que sofremos a fragilidade dos laços humanos, pois nada é feito para durar.
Neste contexto, revela que as relações se misturam e se condensam com laços
momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz.
Seja ele real, ou virtual.
Conforme salienta Heller (1985, p. 220), a colonização do cotidiano escolar pode
ocorrer em diferentes espaços impondo ideologias e valores, redefinindo posturas, hábitos
e comportamentos tendo em vista uma ordenação social. Cabe também retomar o conceito
de colonização, tão discutido nas aulas de História de nossa própria formação escolar,
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nunca se falou tanto em dogmatizar alunos ou incuti-los dentro de uma política


determinada como marxismo educacional, a escola por si só é um espaço de ato político
onde discutimos e refletimos os diversos caminhos educacionais traçados pela
comunidade escolar.
Voltando ao conceito historiográfico ligado as narrativas históricas aprendemos
que os colonizadores invadiam determinados espaços, dominavam os habitantes e
impunham sua civilização, ou em outras palavras, seus valores e sua cultura, apagando
memórias e tradições dos povos conquistados e colonizados, aculturando muitas vezes
aqueles dos quais gostariam de dominar. Assim, pela colonização do cotidiano escolar os
alunos são invalidados nos espaços de suas mentes e sentimentos, e lhe são impostos
valores e conhecimentos dominantes.
Muitas vezes, desconsiderando-se sua realidade social e cultural e, dessa forma,
desrespeitando suas tradições e apagando memórias de suas vivências familiares e
locais/comunitárias, pois o que deve ser valorizado é o conteúdo único a ser aprendido,
massacrado por um mercado que valoriza a quantidade de conhecimento absorvido e não
o construído e resinificado. Portanto, a experiência de escolarização não contribui apenas
para a aquisição de conhecimentos, mas também contribui para a formação de hábitos
que serão vivenciados em outros ambientes sociais ao longo da vida, assim como ressalta
Enguita (1989, p. 150).

2 Metodologia

A natureza desta pesquisa baseia-se em um processo formal e sistemático de


revisão literária, levando em consideração observações empíricas dadas pela realidade
educacional que vivemos, ela não busca analisar o campo, mas mostrar de maneira
empática a forma como o trabalho é desenvolvido por educadores da rede municipal e
estadual de educação na cidade de São Paulo.
Os objetivos deste artigo procuram apresentar os dados de uma pesquisa
descritiva, onde a usamos quando já possuímos algum conhecimento sobre o assunto,
descrevendo um fenômeno. As hipóteses formuladas para este trabalho partiram de
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alguns conhecimentos prévios que já detinha sobre o assunto, procuramos então,


confirmá-las ou negá-las por meio da revisão literária realizada e ações de educadores
ligados aos programas: Escola da Família e Projetos Culturais do CEU. Sendo assim, este
tipo de trabalho é de extrema importância para precisão e exatidão dos dados coletados.
No escopo amplo de pesquisa, procurou-se trabalhar com revisão literária, onde
as situações observadas permitem uma dimensão para analises coletadas e pesquisadas
no ambiente virtual, por meio sites confiáveis, no campo literário utilizamos como
referências os autores Michel Apple e Mariano Enguita, que em suas principais obras nos
trazem um panorama acerca da visão escolar, onde chama a atenção do leitor para as
relações de poder circundadas dentro do ambiente educacional, tema ao qual procurou-se
ser fomentado nas linhas deste artigo.
Esta pesquisa tem como principal escopo realizar um levantamento histórico
cultural da gestão de salas de aula e o envolvimento em projetos oriundos da secretaria
de educação, tanto no município, quanto no estado de São Paulo, por determinação do
estado da arte, vemos que a literatura deixa brechas para outras discussões neste campo,
por esta razão chamamos atenção para forma de condução e implementação do dinheiro
público nestes projetos educacionais, verificando qual o retorno efetivo que dão para a
sociedade vigente. Neste processo procurou-se observar o trabalho de docentes, gestores,
estudantes e estagiários envolvidos nos projetos Escola da Família e Atividades Culturais
promovidas pelo Centro de Educação Unificado (CEU), nesta linha utilizamos os
conhecimentos empíricos sobre o cotidiano vivenciado no ambiente escolar.
As atividades culturais buscam tracejar uma visão igualitária que proponha
caminhos que visem a melhoria do ensino no país, para mensurarmos este trabalho,
analisaremos dados fornecidos pelas escolas e pelos sites das secretarias de educação,
apoiados em uma bibliografia que busque dialogar com as questões ligadas ao ensino de
qualidade que realmente cumpra de forma efetiva o seu papel educacional.
Por esta razão, trabalharemos com dados voltados a uma pesquisa analítica onde
utilizaremos gráficos pesquisados nos sites das instituições governamentais como base de
dados, afim de formular uma visão daquilo que enxergamos como ensino de qualidade,
sendo assim nos perguntamos, qual o seu distanciamento entre aquilo que almejam e
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aquilo que desenvolvem na prática? Quais são os entreves para o desenvolvimento de um


trabalho eficiente dentro da realidade educacional do Brasil, almejando como produto
final o aumento da melhoria de educação onde estes jovens estão inseridos.
Mediante a este quadro, trabalharemos com uma revisão histórica sobre o que a
literatura nos revela acerca deste temário que envolve escola e sociedade, pois as relações
de trama e poder que permeiam a unidade escolar envolve diversos jogos de interesses
que são bem apresentadas pelos autores aos quais escolhemos para darem embasamento
a escrita deste artigo.

3 Análise dos resultados

Nos processos educativos desenvolvidos principalmente pelas escolas públicas,


cada vez mais tem sido marcante a atuação da comunidade. Nesta nova relação, escola e
comunidade, coloca-se fortemente a ideia de uma escola plural que prioriza a inclusão
social, a vivência de direitos que estimulam o exercício da cidadania, dando voz à
comunidade.
Realidade esta que não vemos nas escolas privadas, onde em sua maioria o poder
de decisão e participação está nas mãos do gestor que muitas vezes não possui a clareza
desta participação comunitária, onde a relação com a família beira a relação de
clientelismo, onde os pais são meramente vistos como pagadores de mensalidade,
realidade essa vivenciada e constatada por nós em diversas regiões do país, resgatando
aquilo que diz Apple, Enguita e Adorno sobre as relações de poder dentro do ambiente
educacional.
Muitas possuem o discurso da mudança e da inclusão social, mas na prática
vemos a participação dos mesmos em eventos esporádicos e isolados na Instituição,
reuniões bimestrais, que são encontros para se falar de problemas de alunos e não
soluções, feiras de ciência, mostras culturais diversas, entre outras, há preocupação de um
discurso de aproximação da família, mas na verdade nada de fato é feito para se modificar
esta triste realidade.
Em relação ao cenário público temos um avanço significativo neste aspecto,
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mesmo a escola sendo um ambiente precário e com professorado politizado, mas com
pouca perspectiva conteudista, alegando diversos motivos para o trabalho de construções
significativas, a priorização para inclusão se fomenta de maneira a vivenciar o exercício
da cidadania, e dando voz à comunidade.
Isso significa dizer que a comunidade passa a ser reconhecida também como
sujeito do processo educativo, ao lado de outros sujeitos tradicionais como os alunos,
professores e funcionários, dados estes que temos por meio de observações do cotidiano
escolar. Nesta participação comunitária a relação escola-sociedade ganha novas
interpretações. O problema e as necessidades comunitárias são discutidos na escola em
diferentes momentos de reuniões de professores, ou de pais. A partir disso projetos
educativos são elaborados, buscando soluções para os problemas apontados.
A Instituição escolar passa a ser compreendida como um espaço que pode ser
melhor utilizado e aproveitado, trazendo benefícios para a comunidade. Como exemplo
dessa atuação educativa podemos citar o Programa Escola da Família3 e os Centros de
Educação Unificados4 ambos alocados na cidade de São Paulo.
As escolas ficam abertas à comunidade nos finais de semana para que mediante
trabalhos remunerados e voluntariados e/ ou parcerias com empresas privadas sejam
oferecidos aos moradores locais cursos de finais de semana, atividades de lazer. Refletir
sobre a Instituição Escolar, como uma realidade na qual se insere uma trama de relações
e poder, desenvolvidas a partir das suas estruturas materiais e curriculares do ambiente
escolar que tem uma história, leva-nos a buscar explicações centradas não apenas nas
teorias de ensino/aprendizagem como nos apresenta a didática, mas a fixarmos nossas

3
Este programa vem sendo desenvolvido desde novembro de 2002 pela Secretaria de Estado da Educação
do Estado de São Paulo e visa a integração escola-comunidade. Em 2018, por exemplo, participaram do
programa mais de 200 mil educadores, 43.355 funcionários, 13.000 bolsistas universitários e diversos
voluntários, sendo que atendem 6 milhões de estudantes e muitos de seus familiares. Cada escola organiza
seu trabalho conforme a necessidade e possibilidades, se dividindo em quatro eixos de trabalho, esporte,
cultura, saúde e trabalho. (Informações obtidas no site do Estado de São Paulo - FDE/SEE)
4
O Centro de Educação Unificada, popularmente conhecidos como CEU visa promover o desenvolvimento
integral da criança, jovens e adultos por meio de experiências educacionais inovadoras e atividades
educativas diversificadas e se constitui como polo de desenvolvimento comunitário. Inaugurado desde 2003
foram entregues 45 prédios que estão em funcionamento, mesmo dada a precarização de investimentos da
prefeitura de São Paulo, estes centros de Cultura desenvolvem diversos trabalhos que buscam a
incorporação da comunidade escolar (Informações colhidas no site da Prefeitura Municipal de São Paulo e
entrevistas com professores que trabalham no próprio Centro de Educação Unificado).
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análises na práxis pedagógica, que visa reconhecer o sujeito como um ser histórico que
vivencia processos de ensino e aprendizagem, um ser ativo na relação construtora do
saber.
A pesquisa traz o embasamento ideológico apresentado por Apple e Enguita, que
tem como preocupação abordar temas ligados a uma sociedade transformadora, ao
questionar as relações de poder dentro do ambiente escolar estes autores nos fazem refletir
as mazelas sociais vivenciadas dentro dos muros da escola.
Em uma visão paternalista de governo, nos tornamos muitas vezes escravos de
uma situação acadêmica pontual, que busca em diferentes mecanismos fazer um trabalho
diferenciado, ao abordarmos os projetos pedagógicos desenvolvidos pelas redes estaduais
e municipais de educação na cidade de São Paulo, trazemos à tona esse debate sobre um
currículo que realmente faça a diferença. Vejamos o depoimento da professora Mara,
retirado do livro: Currículo e Educação Básica (FERRAÇO, 2011, p. 28).
Ampliando esta discussão para a área da escolarização, começamos a perceber
que também não tem sentido entender os saberes/ discursos do campo do currículo
isolados dos saberes/ discurso dos demais campos, isto é, dos campos da formação, da
avaliação, do ensino, da didática, da aprendizagem, do planejamento, da gestão, entre
outros. Também aqui se trata de saberes que se hibridizam, que se tecem juntos, que se
mesclam, que se relacionam mutuamente, apesar das tentativas de sistematiza-los em
classificações teórico-metodológicas e/ou das tendências pedagógicas específicas
(MORIN, 2002, p. 564- 565).
Mediante a tantos questionamentos voltamos a pergunta inicial desta trabalho,
será que realmente os projetos culturais em instituições de ensino estadual e municipal,
contribuem para o aumento do rendimento e da qualidade de ensino nas escolas públicas?
A resposta para o questionamento é que mediante aos dados coletados eles contribuem
para o aumento da socialização dos alunos, pois os indicies de educação continuam
baixíssimos precisando ser revistos algumas metodologias de aplicação.
Mas, este é assunto para ser abordado em outra pesquisa, que envolvam
mecanismos de analises de campo, onde se trabalhe o olhar do professor em relação a sua
vivência prática de ensino, a intervenção pontual do professor nas demandas ligadas as
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dificuldades de aprendizagem, o investimento do orçamento público em projetos que dão


pouco ou nenhum retorno pedagógico e acadêmico significativo, dentre outras
abordagens que poderiam ser desenvolvidas a partir deste tema de investigação.
O abandono e o descaso com a educação pública beira uma relação promiscua
de investimento de órgãos públicos, não é foco investigativo desta pesquisa, mas deve-se
levar em conta que um país que não investe em educação é fadado ao fracasso, o
preconceito enraizado contra as classes menos abastadas culturalmente, financeiramente
e socialmente só abre o abismo da indiferença, se queremos uma escola e uma sociedade
justa, temos que começar a proporcionar relações e ambientes de igualde que favoreçam
todas as partes de forma justa e igualitária.

Considerações finais

Ao final deste artigo, enfatiza-se que é preciso desvendar hábitos,


comportamentos e posturas mentais, tanto de professores/especialistas, como dos
discentes que o processo de escolarização sedimentou em estruturas únicas do saber,
buscando compreender o porquê tais práticas pedagógicas foram desenvolvidas, e quais
interesses e necessidades sociais estavam ligadas. Por isso mesmo, hoje tanto se
referência o cotidiano escolar. Pois é nesse cotidiano que transcorre o ano letivo,
promovendo uma verdadeira colonização das relações entre professores, alunos, gestores
e comunidade acadêmica.
Sendo assim, concluímos nosso trabalho reafirmando que a escola é um
ambiente relacional onde os diversos mecanismos de poder se sobrepõem e se
reestruturam a todo instante. O objeto de nosso estudo, ligado aos projetos desenvolvidos
pela Escola da Família e pelo Centro de Educação Unificado, tem por primazia trabalhar
esta visão autônoma dos alunos. A inserção de um ambiente tecnológico na rede
municipal tem contribuído de forma significativa para mudança deste olhar. Em análise
comparativa podemos estabelecer que a prefeitura frente ao estado tem avançado
significativamente na questão estrutural de educação, investindo em formação de
professores, promovendo encontros que fomentem essa relação do saber, mudanças no
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espaço físico e abertura de seus “portões” para usufruto da comunidade escolar.


Não que no Estado não haja participação, mas o investimento estrutural ainda é
precário, os professores se queixam da forma como o dinheiro é empregado e como o
atual governador enxerga o papel do educador frente à escola. Para mudanças de relações
estruturantes de educação, se faz necessário, a valorização do corpo docente lhe dando
ferramentas para que ele possa desenvolver o seu ofício, fazendo com que as relações
educacionais sejam as mais harmoniosas possíveis.
Tendo em vista o cenário acadêmico em que nos encontramos, trabalhar e
analisar as relações escolares faz com que pensemos na escola do futuro, que ambiente
queremos construir para as futuras gerações e como as escolas são encaradas pelas
comunidades em que estão inseridas.

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Recebido em: 23/12/2019


Aceito em: 30/01/2020

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