Você está na página 1de 108

PAULO VINICIUS RODRIGUES PEREIRA LIMA

ANÁLISE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO DE UM DATA


CENTER

São Paulo
2017
PAULO VINICIUS RODRIGUES PEREIRA LIMA

ANÁLISE DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO DE UM DATA


CENTER

Monografia apresentada à Escola Politécnica


da Universidade de São Paulo para a
obtenção do título de Especialista em
Engenharia de Segurança do Trabalho

São Paulo
2017
Dedico este trabalho a minha família que
me motivou durante toda a realização
deste curso,
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por conceder-me a força necessária para vencer todos os desafios
que surgiram nessa trajetória,
A minha esposa que tanto me incentivou e acredita em meu potencial.
Aos meus pais pelo entendimento nos momentos de ausência, cientes de que todo o
esforço será um dia recompensado.
Aos professores do curso pelos conhecimentos transmitidos.
A toda a equipe do Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da
USP pelo suporte durante o curso.
RESUMO

Sistemas de proteção contra incêndio são necessários para garantir não só a


preservação dos equipamentos e edificações, mas principalmente a integridade
física das pessoas expostas a este risco. O presente trabalho analisa o sistema de
proteção contra incêndio de um Data Center que está instalado na edificação do
Corpo de Bombeiros de uma usina siderúrgica. Todo o estudo foi realizado no
primeiro trimestre de 2017, atendo-se a decretos do estado e município de São
Paulo, normas brasileiras e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros, além de
obras de autores. A revisão de literatura buscou conceituar todos os mecanismos de
propagação do fogo, métodos de extinção, tipos de extintores de incêndio, medidas
de proteção ativa e passiva. Foram realizadas visitas in loco com registros
fotográficos e medições para checagem de alturas, larguras, distância de
caminhamento, distância entre extintores, hidrantes e acionadores manuais. Foram
identificadas irregularidades na identificação das mangueiras, não existe iluminação
de balizamento, a altura das sinalizações de emergência existentes deve ser
ajustada e o sentido de abertura da porta de emergência do lado sul está invertido.
O Centro de Comando e Controle de Emergência do Corpo de Bombeiros da usina
que está instalado nesta edificação merece destaque pelo nível de controle
observado. Para a regularização da edificação foram apresentadas aos gestores da
área todas as irregularidades identificadas, para a devida adequação à legislação
vigente.

Palavras-chave: Sistema de combate a incêndio. Medidas de proteção contra


incêndio. Data center. Segurança do trabalho.
ABSTRACT

Fire protection systems are needed to ensure not only the preservation of equipment
and buildings, but also the physical integrity of the people exposed to this risk. The
present work analyzes the fire protection system of a Data Center that is installed in
the building of the Fire Department of a steel mill. The entire study was carried out in
the first quarter of 2017, in compliance with the decrees of the state and municipality
of São Paulo, Brazilian standards and technical instructions of Fire Department, as
well as works by authors. The literature review sought to conceptualize all
mechanisms of fire propagation, extinction methods, types of fire extinguishers, ative
and passive protection measures. On-site visits were carried out with photographic
records and measurements to check heights, widths, walking distances, distance
between fire extinguishers, fire hydrants and manual actuators. Irregularities were
identified in the identification of the hoses, no beacon lighting, the height of
emergency signs must be adjusted and the opening direction of the south side
emergency door is reversed. The Center for Command and Emergency Control of
the Fire Department of the plant that is installed in this building, deserves to be
highlighted by the level of control observed. In order to regularize the building, all the
irregularities identified were presented to the managers of the area, to properly adapt
them to the current legislation.

Key-words: fire-fighting system, fire protection measures, data center, work safety
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Tetraedro do fogo...................................................................................... 24


Figura 2 - Tipos de transferência de calor ................................................................. 25
Figura 3 - Transferência de calor por convecção ...................................................... 26
Figura 4 - Transferência de calor por irradiação........................................................ 27
Figura 5 - Simbologia das classes de incêndio ......................................................... 28
Figura 6 - Seleção de agente extintor por classe de incêndio ................................... 28
Figura 7 - Extintor de água pressurizada .................................................................. 31
Figura 8 - Extintor de gás carbônico (CO2)................................................................ 32
Figura 9 - Extintor de pó químico seco (PQS) ........................................................... 32
Figura 10 - Extintor PQS ABC ................................................................................... 33
Figura 11 - Extintores de cloreto de sódio ................................................................. 34
Figura 12 - Extintores de acetato de potássio ........................................................... 34
Figura 13 - Relação de gases inertes ........................................................................ 35
Figura 14 - Relação de gases ativos ......................................................................... 36
Figura 15 - Compartimentação horizontal ................................................................. 38
Figura 16 - Modelos de compartimentação vertical ................................................... 39
Figura 17 - Modelo de compartimentação vertical (abas) ......................................... 39
Figura 18 - Altura livre para passagem de viaturas ................................................... 40
Figura 19 - Exigências de instalação das sinalizações básicas ................................ 41
Figura 20 - Sinalização de porta corta-fogo - vista hall e escada .............................. 42
Figura 21 - Sinalização de combate a incêndio ......................................................... 42
Figura 22 - Sinalização de saída de emergência com mudança de direção ............. 43
Figura 23 - Abertura das portas no sentido de saída ................................................ 43
Figura 24 - Medida da largura em corredores e passagens ...................................... 44
Figura 25 - Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF), em minuto .............. 45
Figura 26 - Modelos de iluminação de aclaramento .................................................. 47
Figura 27 - Modelos de iluminação de balizamento .................................................. 47
Figura 28 – Detectores pontuais óptico, iônico e térmico .......................................... 48
Figura 29 – Sistema de detecção por aspiração ....................................................... 48
Figura 30 - Progressão de um incêndio ao longo do tempo ...................................... 49
Figura 31 - Acionadores manuais.............................................................................. 50
Figura 32 - Sinalizadores sonoros e visuais .............................................................. 50
Figura 33 - Módulos de entrada e saída .................................................................... 51
Figura 34 - Sistema de detecção e alarme de incêndio – diagrama convencional .... 52
Figura 35 - Sistema de detecção e alarme de incêndio – diagrama endereçável ..... 52
Figura 36 - Visão do prédio do corpo de bombeiros da usina ................................... 56
Figura 37 - Prédio do Corpo de Bombeiros ............................................................... 57
Figura 38 - Planta do Data Center............................................................................. 57
Figura 39 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação........ 59
Figura 40 - Classificação das edificações quanto à altura ........................................ 60
Figura 41 - Tabela de carga de incêndio específica por ocupação ........................... 60
Figura 42 - Classificação quanto à carga de incêndio ............................................... 60
Figura 43 - Exigências para edificações existentes................................................... 61
Figura 44 - Comparação entre decretos .................................................................... 63
Figura 45 - Vista de acessos ..................................................................................... 64
Figura 46 - Vias de acesso sobrepostas por piperack ............................................... 65
Figura 47 - Limitação de altura da via de acesso ...................................................... 65
Figura 48 - Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) ................................ 66
Figura 49 - Saída de emergência A e B lado leste .................................................... 67
Figura 50 - Saída de emergência lado sul ................................................................. 67
Figura 51 - Portas de entrada do data center ............................................................ 68
Figura 52 - Dados para dimensionamento das saídas de emergência ..................... 69
Figura 53 - Distância máxima a ser percorrida .......................................................... 71
Figura 54 - Largura útil de saída de emergência lado sul ......................................... 72
Figura 55 - Arranjo físico da edificação do Corpo de Bombeiros .............................. 73
Figura 56 - Garagem das viaturas do Corpo de Bombeiros ...................................... 74
Figura 57 - Viatura auto escada mecânica ................................................................ 74
Figura 58 - Dimensionamento de bombeiro civil em edificações Grupos D, H, I ....... 76
Figura 59 - Iluminação do Data Center ..................................................................... 77
Figura 60 - Banco de baterias do Data Center .......................................................... 77
Figura 61 - Portas de saída de emergência sem iluminação de balizamento ........... 78
Figura 62 - Supervisório do Centro de Comando e Controle de Emergência ........... 79
Figura 63 - Sistema de detecção e alarme de incêndio ............................................ 79
Figura 64 - Sumário de eventos do supervisório ....................................................... 80
Figura 65 - Sistema de monitoramento do supervisório ............................................ 80
Figura 66 - Acionadores manuais das saídas de emergência .................................. 81
Figura 67 - Acionadores manuais.............................................................................. 81
Figura 68 - Visão geral do sistema de detecção por aspiração ................................. 82
Figura 69 - Tubo de aspiração, detector pontual, difusor 360° .................................. 83
Figura 70 - Dispositivo áudio visual de alarme e pré alarme ..................................... 83
Figura 71 - Painel de alarmes e cilindro vertical ........................................................ 84
Figura 72 - Unidade de amostragem do ar ................................................................ 84
Figura 73 - Detalhe da estrutura do projeto de piso elevado ..................................... 85
Figura 74 - Detalhe do aterramento no piso elevado ................................................ 85
Figura 75 - Placa de sinalização de emergência ....................................................... 86
Figura 76 - Portas de saída de emergência com placa de sinalização ..................... 86
Figura 77 - Portas de saída de emergência sem placa de sinalização ..................... 87
Figura 78 - Sinalização de extintor da saída sul ........................................................ 87
Figura 79 - Sinalização de extintor do corredor da saída leste B e data center ........ 88
Figura 80 - Sinalização de extintor do CCCE e corredor da saída Leste A ............... 88
Figura 81 - Extintores dos corredores ....................................................................... 89
Figura 82 - Extintores externos lado sul .................................................................... 90
Figura 83 - Extintores externos lado leste ................................................................. 90
Figura 84 - Extintores dos corredores ....................................................................... 91
Figura 85 - Manômetro de extintores ........................................................................ 92
Figura 86 - Selo de conformidade do INMETRO ....................................................... 92
Figura 87 - Lacre de inviolabilidade e etiqueta de controle ....................................... 93
Figura 88 - Sistema de detecção por aspiração ........................................................ 93
Figura 89 - Extintor saída sul externo ........................................................................ 94
Figura 90 - Extintor 1 do corredor da saída leste A ................................................... 95
Figura 91 - Extintor 2 do corredor da saída leste A ................................................... 95
Figura 92 - Hidrantes da garagem das ambulâncias e entrada principal .................. 96
Figura 93 - Tubulação e válvula globo de 2 1/2" ....................................................... 96
Figura 94 - Identificação de mangueira ..................................................................... 97
Figura 95 - Válvula de abertura rápida ...................................................................... 97
Figura 96 - Detalhe do esguicho ............................................................................... 98
Figura 97 - Detalhe lateral do esguicho ..................................................................... 98
Figura 98 - Recebimento da água de combate a incêndio ........................................ 99
Figura 99 - Detalhe da válvula de entrada de 2 1/2" ............................................... 100
Figura 100 - SPDA Visão geral ............................................................................... 101
Figura 101 - SPDA detalhes verticais ...................................................................... 101
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Riscos classe A ........................................................................................ 30


Tabela 2 - Riscos classe B ........................................................................................ 30
Tabela 3 - Exemplos de edificações isentas de verificação de resistência ao fogo .. 46
Tabela 4 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho .................... 53
Tabela 5 - Limite de temperatura, classificação e código de cores dos chuveiros .... 54
Tabela 6 - Resultado dos cálculos de largura mínima............................................... 70
Tabela 7 - Efetivo do Corpo de Bombeiro Civil da usina ........................................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros
CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo
CCCE Centro de Comando e Controle de Emergência
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CMAR Controle dos Materiais de Revestimento e Acabamento
ETA Estação de Tratamento de Água
IT Instrução Técnica
NBR Norma Brasileira
NR Norma Regulamentadora
NFPA National Fire Protection Association
SPDA Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
TRRF Tempos Requeridos de Resistência ao Fogo
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
1.1. OBJETIVO .......................................................................................................... 18
1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 18
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19
2.1. A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO RELATIVA A PREVENÇÃO E AO COMBATE
DE INCÊNDIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO ....................................................... 19
2.2. O FOGO.............................................................................................................. 23
2.2.1. Elementos essenciais da reação da combustão ....................................... 23
2.2.2. Transmissão de calor ................................................................................... 25
2.2.3. Classes de incêndio ..................................................................................... 27
2.2.4. Classificação do risco de incêndio ............................................................. 29
2.2.5. Seleção de extintores ................................................................................... 29
2.3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO PASSIVA E ATIVA .................................................. 36
2.3.1. Proteção passiva .......................................................................................... 36
2.3.2. Proteção ativa ............................................................................................... 37
2.3.3. Compartimentação vertical e horizontal..................................................... 37
2.3.4. Acesso de viaturas ....................................................................................... 40
2.3.5. Sinalização de emergência e saída de emergência ................................... 40
2.3.6. Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) ....................................... 44
2.3.7. Iluminação de emergência ........................................................................... 46
2.3.8. Detecção e alarme de incêndio ................................................................... 47
2.3.9. Hidrantes e mangotinhos ............................................................................. 53
2.3.10. Sistema de chuveiros automáticos “sprinklers” ................................ 54
2.3.11. Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA) .............. 54
2.3.12. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ....................... 55
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 56
3.1. ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 56
3.2. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO .......................................................................... 56
3.3. MATERIAIS......................................................................................................... 58
3.4. MÉTODO ............................................................................................................ 58
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 59
4.1. CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIO ................................................................................................................. 59
4.2. ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES .......................................................................... 64
4.2.1. Acesso de viatura na edificação ................................................................. 64
4.2.2. Segurança estrutural contra incêndio ........................................................ 66
4.2.3. Compartimentação horizontal ..................................................................... 66
4.2.4. Controle de materiais de acabamento ........................................................ 68
4.2.5. Saídas de emergência .................................................................................. 69
4.2.6. Brigada de incêndio ..................................................................................... 73
4.2.7. Iluminação de emergência ........................................................................... 77
4.2.8. Detecção e alarme de incêndio ................................................................... 78
4.2.9. Sinalização de emergência .......................................................................... 85
4.2.10. Extintores ............................................................................................... 89
4.2.11. Hidrantes ................................................................................................ 94
4.2.12. Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA) ............ 100
5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 102
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 103
ANEXOS ................................................................................................................. 109
16

1. INTRODUÇÃO

A descoberta do fogo pelo homem no período pré-histórico, possibilitou o início da


evolução humana. Utilizado como mecanismo de defesa, fonte de iluminação,
preparo de alimentos e confecção de ferramentas, permitiu o surgimento de uma
nova era. Desde então, o homem tem se empenhado em desenvolver e aprender
novas técnicas de manipulação do fogo e outras fontes da natureza, alterando
inclusive seu comportamento de vivência, passando de seres nômades para fixação
em territórios definidos. Essas formações inicialmente em ambientes rurais, com o
passar dos séculos deram início as sociedades urbana e industrial. Nessa evolução,
o fogo, que tantos préstimos trouxe ao homem, quando fora de controle possui
imensa capacidade destrutiva, causando prejuízos ao meio ambiente, ao patrimônio
e principalmente à vida. Surge então a necessidade de busca e implementação de
medidas a fim de prevenir, controlar e mitigar os riscos de incêndio e ainda,
capacitar pessoas no combate ao fogo (GOWLETT, 2016).
"A proteção contra incêndio deve ser entendida como o conjunto de medidas para a
detecção e controle do crescimento e sua consequente contenção ou extinção."
(SÃO PAULO, 2015a, p.90).
Projetos mal dimensionados, falha na construção ou operação e uma gestão
ineficiente de ativos no que se diz respeito às manutenções e vida útil de cada
equipamento, podem ser a fonte de um curto circuito e originar incêndios de grandes
proporções. “O incêndio existe onde a prevenção falha“ (FERIGOLO, 1977, p.7).
A falha em qualquer fase desse processo e edificações que operem sem atender
aos requisitos das leis e normas de segurança de combate a incêndio em caso de
sinistro, coloca em risco os ocupantes e bombeiros envolvidos. Frequentes
incidências de incêndios, tanto pequenos quanto grandes, ocorrem em edificações,
já que início de ignição começa geralmente com curtos circuitos em instalações
elétricas por sobrecarga, manuseio de explosivos e outros produtos perigosos em
locais não adequados entre outros, indicando que grandes tragédias têm início
pequeno (SEITO et al.,2008).
Incêndios de grandes proporções levaram a conscientização para a necessidade do
aperfeiçoamento e criação de novas legislações e também para garantir a
aplicabilidade das já existentes. No Brasil, em termos de repercussão mundial, o
17

incêndio ocorrido em fevereiro de 1972 no Edifício Andraus com 16 mortos e mais


de 300 feridos, pouco tempo depois, em 1974 o incêndio no Edifício Joelma com 188
mortos e 345 feridos causou comoção em todo o país (GLOBO, 2005).
Em um mundo globalizado em que habitualmente lida-se com grande número de
informações, os Data Centers possuem a finalidade de abrigar milhares de
servidores e banco de dados e processar grande quantidade de informação.
Qualquer interferência, pode afetar diretamente os serviços a ele relacionado,
podendo estar atrelado as áreas de energia, iluminação, telecomunicações, Internet,
transportes, tráfego urbano, bancos, sistemas de segurança, entre outros
(COMSTOR, 2013).
Por essa razão é essencial para as empresas proteger seus servidores contra
incêndio. A ocorrência de um incêndio, poderá resultar em paralisação total ou
parcial das atividades. Em 2014, cita-se como exemplo, o incêncio ocorrido no
centro de dados da Samsung em Gwacheon, na Coreia do Sul, provocando
instabilidade em aparelhos da marca, incluindo smart TVs, celulares e tablets, em
todo o mundo. Um funcionário da companhia sofreu ferimentos leves, atingido por
estilhaços que caíram do edifício de quatro andares. (GLOBO, 2014). Outro acidente
nesse setor ocorrido em 2009 no prédio da Telefônica, em Barueri na grande São
Paulo, ocasionou a interrupção dos serviços principalmente para clientes de grande
porte (GLOBO, 2009).
Segundo dados divulgados pelo Instituto Sprinkler Brasil, em 2015 foram mais de
1.349 incêndios em edificações em todo território nacional. Mensalmente representa
uma média de 112 casos. Dentre as diferentes categorias de estruturas, a
indústria registrou o segundo maior número de ocorrências com 225 reportes
(ISB, 2016).
Observa-se que somente após ocorrências de grandes incêndios com vítimas que o
tema Segurança Contra Incêndio começou a ser abordado de forma austera. Inicia-
se a percepção que a forma então vigente de condução desse tema exige
mudanças. Segmentos da sociedade são mobilizados, invoca-se vontade e
condições políticas para as mudanças, comitês são criados com equipes técnicas
gerando publicações e indicações como resultado do estudo, leis e decretos são
reestruturados, regulamentados e implementados (SEITO et al.,2008).
Por pensar na integridade física das pessoas e prejuízos a sociedade, faz-se
necessário maior conscientização dos envolvidos em todas as fases de um projeto e
18

igualmente para a realização da manutenção em atendimento as leis vigentes e


implementação de medidas necessárias de forma a mitigar ou eliminar os riscos em
caso de princípio de incêndio (FERIGOLO, 1977).

1.1. OBJETIVO

O presente estudo tem como objetivo verificar e analisar o sistema de proteção


contra incêndio de um data center.

1.2. JUSTIFICATIVA

No Brasil, existe uma a evolução da segurança contra incêndio ao comparar-se as


legislações e edificações existentes até o início dos anos 70 com as atuais, no
entanto, observa-se esta ser uma preocupação do Corpo de Bombeiros, há a
necessidade de atrair toda uma população para conscientização do tema.
Em vista das ocorrências frequentes dos incêndios que permanecem acontecendo e
que poderiam ser evitados ou minimizados mediante a aplicação dos requisitos das
leis e normas de segurança de combate a incêndio, justifica-se a realização do
estudo de uma unidade de data center.
19

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO RELATIVA A PREVENÇÃO E AO COMBATE


DE INCÊNDIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

O avanço das normas, leis e métodos de prevenção e combate a incêndios no Brasil


foram resultado direto da reação da sociedade aos maiores incêndios ocorridos na
história do país, após terem deixado marcas de tragédia com a perda de vidas
humanas e diversos prejuízos materiais (FERIGOLO, 1977).
A ausência de grandes incêndios no Brasil e com grande número de vítimas até o
início da década de 1970, tornou favorável a retração do "problema incêndio" e este
ser de atuação quase restrita ao Corpo de Bombeiros. A regulamentação era
escassa e desprovida de conteúdo, sem absorver conhecimentos internacionais e
exclusiva aos Códigos de Obras de cada município. Infelizmente, foram necessárias
muitas perdas para que legislações fossem criadas, melhoradas e, principalmente,
cumpridas. A sequência de grandes tragédias inicia-se em 1961 com o incêndio
ocorrido no Gran Circus Norte-Americano, na cidade de Niterói no estado do Rio de
Janeiro quando por causas criminosas o toldo pegou fogo e caiu sobre os
espectadores resultando em 250 mortos e 400 feridos, sendo 70% das vítimas
crianças. Não haviam pessoas treinadas para conter o pânico e orientar o escape,
tão pouco havia sinalizações ou saídas suficientes, intensificando os impactos
gerados (SEITO et al.,2008).
No entanto, o impulso na legislação contra incêndio ganhou força, principalmente no
estado de São Paulo, após a ocorrência de dois grandes incêndios de repercussão
internacional em uma mesma década: o Edifício Andraus (1972) e Joelma (1974)
(ONO, 2007).
Em 24 de fevereiro de 1972 um incêndio atinge o Edifício Andraus em São Paulo de
31 andares resultando em 352 vítimas, sendo 16 mortos e 336 feridos. Esse
incêndio gerou Grupos de Trabalho (GTs) a nível da cidade e do Estado do São
Paulo. A partir desses grupos, foi estudado a reestruturação do corpo de bombeiros,
criando-se Comandos do Corpo de Bombeiros dentro das Polícias Militares e a
Prefeitura de São Paulo passou a estudar reformulações nas legislações em seu
Código de Obras, oriundo de 1929 e atualizado em 1955. Com o passar do tempo,
20

esses trabalhos foram perdendo seu ímpeto inicial e mesmo aqueles que
conseguiram levar a termo suas atividades, viram seus esforços caminharem a um
processo de engavetamento (SEITO et al.,2008).
Em 1º de Fevereiro de 1974, dois anos após a tragédia do Edifício Andraus, um
incêndio atinge o Edifício Joelma que gerou 188 mortos e 345 feridos (GLOBO,
2005). Devido à proximidade, tanto espacial quanto temporal e a semelhança dos
acontecimentos, os poderes do estado e município reconhecem o despreparo ao
lidar com esse tipo de evento e dá-se início ao processo de reformulação das
medidas de segurança contra incêndio. Estas tragédias foram o marco para
despertar mudanças na corporação do corpo de bombeiros e na legislação municipal
e estadual (SEITO et al.,2008).
No dia 7 de fevereiro de 1974, o prefeito de São Paulo, Miguel Colasuonno, publicou
o Decreto Municipal nº 10.878 com normas específicas para a segurança dos
edifícios na capital. A normativa foi uma resposta ao clamor popular pelo fim de
incêndios tão graves quanto os dos edifícios Joelma e Andraus (SÃO PAULO,
1974).
Das Regulamentações Nacionais são apresentadas as Normas Brasileiras
Registradas (NBR) elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) e as Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. Em 1974 a
Associação Brasileira de Normas Técnicas publicou a Norma Brasileira 208 - Saída
de Emergência em Edifícios Altos - por meio do Comitê Brasileiro de Construção
Civil e simpósios surgiram com temas relacionado a prevenção contra incêndios
(SEITO et al.,2008).
Em 1975, as regras estabelecidas no Decreto Municipal nº 10.878 foram
incorporadas na Lei Municipal 8.266/75 novo Código de Edificações do município de
São Paulo (SÃO PAULO, 1975). Ainda neste ano, ocorre a reestruturação do Corpo
de Bombeiros de São Paulo sendo determinando que os Corpos de Bombeiros
integrados dentro das Polícias Militares fossem organizados em comandos e quadro
de pessoal próprio, com regulamentação dos serviços e com uma rígida política de
prevenção de incêndios, reafirmando sua finalidade máxima (SÃO PAULO, 2017).
O Ministério do Trabalho, em 8 de junho de 1978, publica as Normas
Regulamentadoras relativas à segurança e saúde do trabalho, sendo a Norma
Regulamentadora 23 (NR-23) referente a Proteção Contra Incêndios, o qual
estabelece que todas as empresas devem adotar medidas de prevenção de
21

incêndio, possuir saídas de emergência suficientes para evacuação rápida,


equipamento suficiente para combater o fogo e pessoas treinadas para o uso correto
desses equipamentos (MTE, 2011).
Atualmente, embora em fase de desenvolvimento, ainda inexiste uma legislação
específica que exerça do papel de Código Nacional de Segurança, devendo as
exigências contra incêndio ser atendida em conformidade com as legislações
estaduais. Desta forma, seus conteúdos diferem nos 26 Estados da União e no
Distrito Federal (BRASIL, 2013).
A legislação estadual ocorre somente quase nove anos após o incêndio do edifício
Joelma. Em 11 de março de 1983 o então Governador do Estado de São Paulo Jose
Maria Marin promulga oficialmente o Decreto nº 20.811, este estabelece as
especificações para instalação de proteção contra incêndios devendo ser aplicada
em harmonia com as legislações de cada município (SÃO PAULO, 1983).
Em 1993 ocorre a atualização da regulamentação, sendo publicado em 14 de
dezembro o Decreto nº 38.069 pelo Governador Luiz Fleury Filho, revogando o
decreto anterior nº 20.811/83, este apresenta maior detalhamento e critérios mais
rígidos em sua aplicação técnica e transmite maior clareza na classificação das
edificações e ocupação (SÃO PAULO, 1993).
Posterior a nova revisão, em substituição ao decreto nº 38.069/93, em 31 de agosto
2001 é sancionado o Decreto Estadual nº 46.076 pelo Governador Geraldo Alckmin
que institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de
risco para fins da Lei 684, de 30 de setembro de 1975 e estabelece outras
providências. Em sua nova concepção, ocorre a mudança do nome “Atestado de
Vistoria do Corpo de Bombeiros” para “Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros” e
altera o período para renovação, aumentando o prazo em relação ao decreto
anterior (SÃO PAULO, 2001).
O Decreto Estadual legisla sobre os objetivos e os conceitos gerais de segurança
contra incêndio, classifica e define as exigências das medidas que devem ser
implantadas nas edificações e as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros (IT)
detalham todas as medidas de segurança contra incêndio, explicitando regras de
como implantar determinado sistema preventivo. Ainda em 2001 foram publicadas
38 Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros objetivando orientar a execução da
proteção contra incêndio conforme descrito no Decreto nº 46.076/2001, esse número
foi acrescido e atualmente estão em vigor 44 Instruções Técnicas.
22

Em 10 de março de 2011 o Decreto Estadual nº 56.819/2011 – que institui o


Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no
Estado de São Paulo e estabelece outras providencias – é promulgado pelo
Governador Geraldo Alckmin substituindo o Decreto de 2001, sendo a atual
legislação de Proteção Contra Incêndios do Estado de São Paulo (SÃO PAULO,
2011).
Em 27 de janeiro de 2013 ocorre o incêndio na Boate Kiss no município de Santa
Maria - Rio Grande do Sul, considerada a maior tragédia em 50 anos, ocasionou a
morte de 242 pessoas e deixou outras 680 feridas. Essa ocorrência trouxe à tona o
debate sobre todo o processo de fiscalização e necessidade de novas regras
sobretudo em edificações de grande concentração de pessoas (GLOBO, 2013).
Ocorre o despertar e a percepção de que grandes incêndios com vítimas, até então
distantes, passam a ser entendidos como fatos reais, que nos atinge e que exige
mudanças. É novamente estimulado o interesse da sociedade civil e evidencia para
autoridades e governantes a deficiência nos sistemas de proteção e combate a
incêndios, bem como a legislação que os regulamenta e fiscaliza (SEITO et
al.,2008).
Como resultado da repercussão do incêndio em Santa Maria, em 06 de janeiro de
2015 foi promulgado pelo Governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin a
Lei Complementar Nº 1.257 - que institui O Código Estadual de Proteção Contra
Incêndios e Emergências e dá providências correlatas - essa nova lei fortalece a
Instituição do Corpo de Bombeiros na fiscalização dos estabelecimentos, ficando-os
autorizados a avaliar as edificações sem a solicitação dos proprietários, aplicar
multas quando identificado irregularidades, interditar temporariamente o local nos
casos que apresentarem risco eminente de incêndios ou desabamentos e cassar o
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (SÃO PAULO, 2015).
Mostra-se pela história que a conscientização da sociedade civil e seus governantes
para o tema dá-se sempre após a ocorrência de grande tragédia, pouco se é
absorvido, estudado e tomado como aprendizado decorrente de ocorrências em
outros países, no entanto, no Estado de São Paulo, baseado no cenário anterior aos
anos 70, evidencia-se um grande aprimoramento em códigos, regulamentações e
normas referentes ao sistema de proteção contra incêndio nas edificações (SEITO et
al.,2008).
23

2.2. O FOGO

Apesar dos grandes avanços na ciência do fogo, ainda não há consenso mundial
para definir o fogo. Isso é percebido pelas definições usadas nas normas de vários
países (SEITO, et al. 2008). Tem-se assim:
a) No Brasil a NBR 13860 define o fogo como o processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor e luz.
b) Nos Estados Unidos da América a NFPA define o fogo como a oxidação
rápida auto-sustentada acompanhada de evolução variada da intensidade de
calor e de luz.
c) Na Inglaterra a BS 4422:Part 1, define o fogo como o processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor acompanhado por fumaça, chama ou
ambos.
d) A ISO 8421-1, define o fogo como a reação exotérmica de uma substância
combustível com um oxidante usualmente acompanhada por chamas e ou
abrasamento e ou emissão de fumaça.

2.2.1. Elementos essenciais da reação da combustão

Para que a combustão ocorra é necessária a reação química entre dois


componentes, o combustível e o comburente na presença de calor, o produto desta
reação é o fogo. Para que esta combustão se sustente é necessária a reação em
cadeia que é uma sequência de reações que ocorrem durante o fogo, produzindo
sua própria energia de ativação (figura 1), o que originou a conceito do tetraedro do
fogo, que explica os meios de extinção do fogo a partir da remoção de um destes
elementos (FERIGOLO, 1977).
O combustível é o elemento redutor da reação, qualquer material que possui a
propriedade de reagir com um comburente liberando energia podendo ser na forma
de calor, chamas e gases. Podem se apresentar na forma sólida (madeira e carvão),
líquida (álcool, gasolina) ou gasosa (gás natural, GLP) (USP, 2015b).
O comburente é o elemento oxidante que combinado com o combustível, permite a
combustão. O comburente mais comum é o oxigênio, entretanto, em casos isolados,
cloro e flúor são comburentes. Em ambientes onde existe baixa concentração de
24

oxigênio, o fogo não tem chamas e nos ambientes com altas concentrações, as
chamas são intensas, brilhantes e com elevada temperatura (USP, 2015b).
Calor é o termo utilizado para definir a forma de energia que um corpo possui em
virtude da energia cinética do movimento das suas moléculas, dos seus átomos, e
outras partículas. Pode se originar de reações químicas (combustão), nucleares
(fusões que ocorrem no sol), dissipação eletromagnética (micro-ondas) ou
dissipação mecânica (fricção) (USP, 2015b).
A reação em cadeia, é a combustão que após ignição fornece calor suficiente para
manter a reação, nada mais é do que a transferência de energia de uma molécula
em combustão para outra intacta. Os combustíveis, após entrarem na fase de
combustão, geram mais calor, o calor gerado promove o desprendimento de mais
gases combustíveis que novamente, combinados com o oxigênio do ar
(comburente), darão continuidade à reação de combustão (FERIGOLO, 1977).

Figura 1 - Tetraedro do fogo

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Ponto de Fulgor (Flash point): é a temperatura na qual os combustíveis liberam


vapores em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável que na
presença de calor geram chamas, entretanto, a esta chama não se mantém devido à
insuficiência na quantidade de vapores desprendidos (USP, 2015b).
25

Ponto de Combustão (Fire Point): é a temperatura na qual os gases e vapores


desprendidos dos combustíveis ao entrarem em contato com uma fonte externa de
calor, entram em combustão e mantém-se queimando, mesmo com a retirada da
fonte externa (USP, 2015b).
Ponto de Ignição (Ignition temperature): é a temperatura na qual ocorre combustão
espontânea, o combustível entra em combustão apenas pelo contato com o oxigênio
do ar, independentemente de qualquer fonte de calor (USP, 2015b).

2.2.2. Transmissão de calor

Transmissão de calor é a transferência de energia térmica entre corpos em


desequilíbrio térmico, a energia é transferida de uma massa mais quente para uma
massa mais fria até que o equilíbrio térmico seja atingido (ESTADOS UNIDOS,
1992).
A energia térmica pode ser transferida de três maneiras diferentes: condução,
convecção e irradiação, conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2 - Tipos de transferência de calor

Convecção

Condução

Radiação

Fonte: Autodesk (2017)

Condução é a transferência de energia a partir da vibração de átomos adjacentes


um contra o outro, ou quando elétrons se movem de um átomo a outro, ocorre
predominantemente entre sólidos. Pode ser primariamente por impacto elástico
26

como em fluidos e por difusão de elétrons livres como predominante em metais ou


vibração de fónons como predominante em isoladores (ESTADOS UNIDOS, 1992).
Convecção é a transmissão de calor característica dos líquidos e gases. Consiste na
formação de correntes ascendentes no seio da massa fluida, devido ao fenômeno da
dilatação e consequente perda de densidade da porção de fluido mais próximo da
fonte calorífica, por consequência promovendo a movimentação de massa fluida de
maior densidade e menor calor para baixo, conforme ilustrado na figura 3
(ESTADOS UNIDOS, 1992).

Figura 3 - Transferência de calor por convecção

Fonte: Bol (2017)

Irradiação é a transmissão de calor que ocorre sem a necessidade de continuidade


molecular entre a fonte calorífica e o corpo que recebe calor. É a transmissão de
calor que acompanha geralmente emissão de luz. A transmissão de energia é
realizada através de ondas eletromagnética que se propagam no vácuo, incidem
sobre o corpo, aquecendo-o. Todos os corpos emitem radiações térmicas que são
proporcionais à sua temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a quantidade
de calor que o objeto irradia. O calor do sol é um caso típico de calor radiante. Numa
ocorrência de incêndio, as chamas de uma edificação irradiam calor para outra
edificação que inicia um processo de combustão conforme ilustrado na figura 4
(ESTADOS UNIDOS, 1992).
27

Figura 4 - Transferência de calor por irradiação

Fonte: Mais segurança (2017)

2.2.3. Classes de incêndio

Atualmente os incêndios são classificados em cinco classes: A, B, C, D e K (figura


5).
 Classe A, é o incêndio caracterizado por materiais combustíveis sólidos
orgânicos comuns que queimam em superfície e profundidade e deixam
resíduo.
 Classe B, é o incêndio caracterizado por líquidos e/ou gases inflamáveis ou
plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor, queimam somente
em superfície e não deixam resíduo.
 Classe C, é o incêndio envolvendo equipamentos e instalações elétricas
energizados.
 Classe D, é o incêndio caracterizado por metais combustíveis tais como sódio
(Na), zinco (Zn), magnésio (Mg), potássio (K), bário (Ba), cálcio (Ca), alumínio
(Al), zircônio (Zr), titânio (Ti) e lítio (Li).
 Classe K, é o incêndio caracterizado em cozinhas e coifas que envolvem
gorduras vegetais e animais.
28

Figura 5 - Simbologia das classes de incêndio

Fonte: Hidrofire (2017)

De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados


dentre os constantes da figura 6 a seguir (USP, 2015a).

Figura 6 - Seleção de agente extintor por classe de incêndio


Classe de fogo Agente extintor
Água Espuma Gás Pó Pó Halogenados Alcalinos
mecânica carbônico B/C A/B/C
Papel
Madeira
Tecidos SIM SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO
Borracha
Fibras
Gasolina
Querosene
Óleo NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
Solventes
GLP
Equipamentos
NÃO NÃO
elétricos
conduz conduz SIM SIM SIM SIM NÃO
energizados
eletricidade eletricidade

Pó de alumínio
Magnésio NÃO NÃO
Zircônio provoca provoca NÃO NÃO NÃO SIM NÃO
Potássio explosão explosão
Titânio
Cozinhas e
coifas
envolvendo
NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM
Gordura
animais e
vegetais

Fonte: Usp (2015a)


29

Os extintores de pó químico BC extinguem o fogo da classe K, entretanto, por não


efetuarem resfriamento, permitem a reignição devido à alta temperatura do óleo,
portanto, não são recomendados para esta classe de incêndio.

2.2.4. Classificação do risco de incêndio

É determinado pela carga de incêndio, expressa em MJ/m2, ou seja, é a quantidade


de calor que pode ser liberada, no caso de incêndio, por unidade de área do piso.
Está classificado em três níveis, baixo, médio e alto.
Conforme a tabela 3 dos anexos do regulamento de segurança contra incêndio do
Decreto Estadual SP n° 56.819/2011, temos:
 Risco baixo, edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica
até 300 MJ/m2;
 Risco médio, edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica
acima de 300 MJ/m2 a 1 200 MJ/m2;
 Risco alto, edificações e áreas de risco com carga de incêndio específica
acima de 1 200 MJ/m2.

2.2.5. Seleção de extintores

A seleção de extintores deve ser determinada pela característica e tamanho do fogo


esperado, tipo de construção e sua ocupação, risco a ser protegido, as condições de
temperatura do ambiente, e outros fatores (USP, 2015a). A ABNT NBR 12693:2013
regulamenta a quantidade, capacidade extintora, instalação e limitações de uso dos
extintores.
As tabelas 1 e tabela 2 relacionam os tipos de extintores e a capacidade mínima
para riscos da classe A e B.
30

Tabela 1 - Riscos classe A

Classe de risco Capacidade extintora Distância máxima a ser


mínima percorrida (m)
Baixo 2-A 25
Médio 3-A 20
Alto 4-A* 15
Fonte: Usp (2015)

Dois extintores com carga d’água de capacidade extintora 2-A, quando instalados
um ao lado do outro, podem ser utilizados em substituição a um extintor 4-A.

Tabela 2 - Riscos classe B

Classe de risco Capacidade extintora Distância máxima a ser


mínima percorrida (m)
Baixo 20-B 15
Médio 40-B 15
Alto 80-B 15
Fonte: Usp (2015)

Para fogos em líquidos e gases inflamáveis pressurizados devem ser utilizados


extintores com carga de pó.
Para a classe C estão relacionados aos riscos elétricos de equipamentos
circundantes.
Os extintores para risco classe C devem ser distribuídos com base na
proteção do risco principal da edificação ou da área de risco, ou seja,
acompanhando-se a mesma distribuição dos riscos classe A ou B. Sempre
que possível, deve-se instalar estes extintores da classe C próximos a
riscos especiais mantendo-se uma distância segura para o operador, tais
como: casa de caldeira, casa de bombas, casa de força elétrica, casa de
máquinas, galeria de transmissão, incinerador, elevador (casa de
máquinas), ponte rolante, escada rolante (casa de máquinas), quadro de
redução para baixa tensão, transformadores, contêineres de telefonia,
gases ou líquidos combustíveis ou inflamáveis e outros riscos semelhantes.
(USP, 2015a, p.147).
Para fogos da Classe D a determinação do tipo e quantidade de agente
extintor deve ser baseada no material combustível específico, sua
configuração, área a ser protegida bem como as recomendações do
fabricante do agente extintor. A distância máxima a ser percorrida para a
classe D é de 20 m (USP, 2015a, p.148).
31

Extintor de água pressurizada, só pode ser utilizado para combater incêndios de


classe A. O agente extintor de água pressurizada (figura 7) é apresentado em um
cilindro metálico na cor vermelha dotado de manômetro, gatilho, mangueira e
esguicho. O princípio de ação deste agente é o resfriamento (USP, 2015a).

Figura 7 - Extintor de água pressurizada

Fonte: Extintor (2014)

O extintor de gás carbônico (figura 8) é indicado para incêndios de classe C por não
ser condutor elétrico, pode ser utilizado também para incêndios de classes A e B. É
apresentado em cilindro metálico pressurizado na cor vermelha sem manômetro,
com mangueira e difusor, o princípio de ação deste agente é o abafamento (USP,
2015a).
32

Figura 8 - Extintor de gás carbônico (CO2)

Fonte: Extintor (2014)

O extintor de pó químico seco (figura 9) é composto basicamente de bicarbonato de


sódio, indicado para incêndio de classe B e pode ser utilizado também para incêndio
de classe C. É apresentado em cilindro metálico pressurizado com manômetro,
gatilho e mangueira com esguicho. O princípio de ação do agente é por abafamento
e quebra da reação química (USP, 2015a).

Figura 9 - Extintor de pó químico seco (PQS)

Fonte: Extintor (2014)


33

O extintor de pó químico seco composto de fosfato de amônia (figura 10) é indicado


para incêndios de classe A, B e C. É apresentado em cilindro metálico pressurizado
com manômetro, gatilho e mangueira com esguicho. O princípio de ação do agente
é por isolamento do combustível e a atmosfera, abafamento e quebra da reação
química (USP, 2015a).

Figura 10 - Extintor PQS ABC

Fonte: Extintor (2014)

O extintor de cloreto de sódio (figura 11) é indicado exclusivamente para incêndios


de classe D. É apresentado em cilindro metálico na cor amarela com manômetro,
mangueira e aplicador de descarga montado em ângulo de 45° para facilitar a
deposição num fluxo lento e controlado. O princípio de ação do agente é por quebra
da reação química, abafamento e também por resfriamento. Grafite, palha de arroz,
limalha de ferro ou areia seca também são alternativas que podem ser utilizadas
como agente extintor para a classe D (USP, 2015a).
34

Figura 11 - Extintores de cloreto de sódio

Fonte: Extintor (2014)

O extintor de acetato de potássio (figura 12) é indicado especialmente para


combater chamas produzidas por óleos e gorduras de cozinha, classificados na
classe K. É apresentado em cilindro metálico na cor preta, cromado ou dourado,
possui gatilho, manômetro, mangueira e esguicho. O princípio de ação é uma reação
da gordura saturada com o agente extintor de base alcalina em altas temperaturas,
resultando em uma reação de saponificação provocando a extinção por abafamento
(BUCKA, 2017).

Figura 12 - Extintores de acetato de potássio

Fonte: Extintor (2014)


35

Existe também o grupo de agentes extintores gasosos, iniciados pelos gases Halon
1211 e Halon 1301 e que por questões ambientais a partir do Protocolo de Montreal
de 1987, várias companhias químicas desenvolveram outros agentes extintores para
substituí-los, a estes novos agentes extintores se atribui o nome de agentes limpos.
Para ser considerado pela NFPA 2001 um agente extintor limpo, o produto deve
atender as seguintes condições (USP, 2015b):
 Possuir propriedades extintoras;
 Não ser tóxico às pessoas na concentração de projeto;
 Não deixar resíduos nem ser corrosivo após a aplicação;
 Não ser condutor de energia;
 Ser ambientalmente seguro;
 Ser tridimensional (diluição do oxigênio presente na combustão, resfriamento
e diminuição do volume) (SANTA CATARINA, 2017) ou gasoso.
Existem muitos agentes limpos que utilizam diferentes processos físico-químicos no
combate a incêndios, a norma NFPA 2001 classifica os agentes limpos em dois
grupos distintos. O primeiro grupo, denominado gases inertes (figura 13), combate
incêndios reduzindo a concentração de oxigênio presente no ar até 12% em volume,
que segundo a norma, é a mínima concentração de O2 sem riscos para a respiração
humana. Os gases inertes são formados basicamente por uma composição de
argônio e nitrogênio, e são comercializados pelos produtos Argonite, Argon e
Inergen (SEITO, et al. 2008, p.280).

Figura 13 - Relação de gases inertes

Fonte: Seito (2008)


36

O segundo grupo é formado pelos agentes ativos (figura 14), cujo princípio de
funcionamento não é a redução de oxigênio como nos gases inertes, mas atua na
retirada da energia térmica presente no incêndio e na interrupção da reação química
em cadeia do processo de combustão. Os agentes ativos são formados por diversas
famílias químicas não restringidas no Protocolo de Montreal (1987) e
comercializados pelos produtos FM-200, FE-227, Novec, entre outros. São misturas
de elementos químicos, não-asfixiantes, que combatem incêndios por inibir a reação
química entre combustível e comburente, além de sua ação resfriadora no incêndio
(SEITO, et al. 2008, p.280).

Figura 14 - Relação de gases ativos

Fonte: Seito (2008)

2.3. MEDIDAS DE PROTEÇÃO PASSIVA E ATIVA

As medidas de proteção contra incêndio podem ser divididas em duas categorias:


medidas de proteção passiva e medidas de proteção ativa.

2.3.1. Proteção passiva

Por definição, entende-se proteção passiva como todo dispositivo incorporado ao


sistema construtivo da edificação que contribua com a contenção do crescimento e
propagação do incêndio (USP, 2015a).
37

As medidas de proteção passiva são:


 Compartimentação vertical, que envolve pisos resistentes ao fogo, selagem
corta-fogo de shafts, etc.;
 Compartimentação horizontal que envolve paredes resistentes ao fogo, portas
corta-fogo, etc.;
 Resistência ao fogo da envoltória do edifício, bem como de seus elementos
estruturais;
 Provisão de rotas de fuga seguras e sinalização adequada;
 Provisão de meios de acesso dos equipamentos de combate a incêndio e
sinalização adequada;
 Controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos
elementos construtivos;
 Controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados
aos elementos construtivos;
 Distanciamento seguro entre edifícios

2.3.2. Proteção ativa

As medidas de proteção ativa, são aquelas que reagem a um estímulo e que entram
em ação quando acionadas automática ou manualmente (USP, 2015a).
As medidas de proteção ativa são:
 Sistema de proteção por extintores de incêndio;
 Sistema de proteção por hidrantes e mangotinhos;
 Sistema de proteção por chuveiros automáticos;
 Sistema de detecção e alarme de incêndio;
 Sistema de iluminação de emergência;
 Sistema do controle do movimento da fumaça;
 Sistema de comunicação de emergência.

2.3.3. Compartimentação vertical e horizontal

O objetivo da compartimentação é limitar o fogo ao local em que se originou,


evitando sua propagação. O conceito é aplicado para compartimentos de mesmo
38

pavimento (compartimentação horizontal) e compartimentos entre pavimentos


(compartimentação vertical). A compartimentação horizontal dispõe dos seguintes
dispositivo: paredes corta-fogo, portas corta-fogo, nas aberturas das paredes corta-
fogo destinadas à circulação de pessoas e de equipamentos, registros corta-fogo
nos dutos de ventilação, dutos de exaustão, que transpassam as paredes corta-fogo,
selos corta-fogo, nas passagens de cabos elétricos e tubulações através das
paredes corta-fogo (USP, 2015a).
A figura 15 exemplifica uma compartimentação horizontal com paredes corta-fogo e
portas corta-fogo.

Figura 15 - Compartimentação horizontal

Fonte: São Paulo (2015d)

Por sua vez, a compartimentação vertical tem o objetivo de impedir que o incêndio
se propague pelas aberturas que comunicam os pavimentos, seja pelo interior do
edifício, seja pela sua fachada. A compartimentação vertical dispõe dos seguintes
dispositivo: entrepisos corta-fogo, enclausuramento de escadas através de paredes
e portas corta-fogo, já que a caixa da escada intercomunica pavimentos, registros
corta-fogo nos dutos de exaustão , dutos de ventilação, que intercomunicam os
pavimentos, selos corta-fogo nas passagens de cabos elétricos e tubulações entre
os pavimentos, resistência ao fogo na envoltória do edifício, onde se incluem as
fachadas cegas, as abas verticais e as abas horizontais. Estas duas últimas,
separando aberturas de pavimentos consecutivos e com adequada resistência ao
fogo (USP, 2015a).
39

A figura 16 exemplifica uma compartimentação vertical de verga-peitoril e fachada


envidraçada.

Figura 16 - Modelos de compartimentação vertical

Fonte: São Paulo (2015d)

Já a figura 17 exemplifica o tipo de compatimentação vertical com abas.

Figura 17 - Modelo de compartimentação vertical (abas)

Fonte: São Paulo (2015d)


40

2.3.4. Acesso de viaturas

Em atendimento ao Decreto Estadual SP n° 56.819/2011, todas as edificações e


áreas de risco onde for exigido o acesso de viatura devem possuir as vias de
acesso, incluindo os arruamentos internos, com largura mínima de 6,0 m, suportar
viaturas com peso de 25 toneladas distribuí- das em dois eixos, altura livre de 4,5 m
(figura 18), o portão de acesso (quando houver) deve ter a largura mínima de 4,0 m
e altura mínima de 4,5 m.

Figura 18 - Altura livre para passagem de viaturas

Fonte: São Paulo (2015c)

2.3.5. Sinalização de emergência e saída de emergência

A sinalização de segurança contra incêndio possui duas funções básicas distintas,


sendo uma delas a de reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os
riscos potenciais e a outra, considerando que o incêndio tenha ocorrido, visa garantir
que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco (USP, 2015a).
Os procedimentos de projeto e instalação são definidos na norma brasileira ABNT
NBR 13.434-1:2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico: Princípios
de projeto e todos os tipos de sinalização que devem ser instaladas em local visível,
em dimensões e cores adequadas para sua leitura à distância, estão definidas na
41

norma NBR 13.434-2:2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico:


Símbolos e suas formas, dimensões e cores.
A figura 19 apresenta um resumo dos critérios de altura, localização e
distanciamento na instalação da sinalização básica.

Figura 19 - Exigências de instalação das sinalizações básicas


Tipo Exemplo de Altura Localização Distanciamento
placa
≥ 1,80 m do piso
+ de um ponto ao
acabado a base
Proibição longo do perímetro ≤ 15m
inferior da
da área de risco
sinalização
Próximo ao risco
≥ 1,80 m do piso isolado
acabado a base (1 sinalização) ou
Alerta ≤ 15m
inferior da ao longo da área de
sinalização risco generalizado
(+ 1 sinalização)
≥ 1,80 m do piso
(geral); ≤ 10 cm
acima da verga da Ao longo das rotas
Orientação e
porta saída ou na de fuga ≤ 15m
salvamento
porta, centralizada (+ 1 sinalização)
a ≥ 1,80 m do piso
acabado
Instalar sinalização
adicional, quando
houver dificuldade de
Imediatamente
Equipamentos > 1,80 m do piso visualização direta do
acima do
de combate acabado equipamento,
equipamento
conforme
estabelecido na
norma
Fonte: USP, 2015a (adaptado)

A figura 20 demonstra um exemplo de sistema de sinalização de saída de


emergência para porta corta-fogo conforme estabelecido na IT n° 20/2015 do
CBPMESP.
42

Figura 20 - Sinalização de porta corta-fogo - vista hall e escada

Fonte: São Paulo (2015k)

A figura 21 exemplifica uma sinalização de combate a incêndio para níveis superior


e intermediário conforme estabelecido no item 6.1.4 da IT n° 20/2015 do CBPMESP
e sinalização complementar para nível inferior conforme estabelecido no item 6.2.1.j
da IT n° 20/2015 do CBPMESP.

Figura 21 - Sinalização de combate a incêndio

Fonte: São Paulo (2015k)


43

A sinalização de saída de emergência apropriada deve assinalar todas as mudanças


de direção, a sinalização de portas de saída de emergência deve ser localizada
imediatamente acima das portas, no máximo a 0,10 m da verga e sinalização de
dupla face de orientação de rotas de saída, conforme a figura 22 (SÃO PAULO,
2015k).

Figura 22 - Sinalização de saída de emergência com mudança de direção

Fonte: São Paulo (2015k)

O item 5.4.3.2 da IT n° 11/2015 do CBPMESP, estabelece que as portas que abrem


para dentro de rotas de saída, em ângulo de 180º, em seu movimento de abrir, no
sentido do trânsito de saída, não podem diminuir a largura efetiva destas em valor
menor que a metade (figura 23), sempre mantendo uma largura mínima livre de 1,2
m para as ocupações em geral e de 1,65 m para as divisões H-2 e H-3.

Figura 23 - Abertura das portas no sentido de saída

Fonte: São Paulo (2015f)


44

A largura da saída é dada pela seguinte expressão:

P
N
C (Equação 1)

Em que:
N = número de unidade de passagem
P = população (número de pessoas)
C = capacidade da unidade de passagem

As larguras mínimas das saídas de emergência para acessos, escadas, rampas ou


descargas, devem ser de 1,2 m, para as ocupações em geral, ressalva para as
divisões H-2 e H-3. A largura das saídas deve ser medida em sua parte mais
estreita, não sendo admitidas saliências de alisares, pilares e outros, com
dimensões maiores que as apresentadas na figura 24.

Figura 24 - Medida da largura em corredores e passagens

Fonte: São Paulo (2015f)

2.3.6. Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF)

O TRRF é o menor tempo descrito em minutos que os elementos construtivos


devem resistir a uma ação térmica padronizada em um ensaio laboratorial sem
apresentar interferência na integridade, estanqueidade e isolamento.
A figura 25 apresenta um resumo das recomendações da ABNT NBR 14432:2000 -
Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações -
Procedimento.
45

Figura 25 - Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF), em minuto


Grupo Ocupação/uso Divisão Profundidade do Altura da edificação
solo
Classe S2 Classe S1 Classe P1 Classe P2 Classe P3 Classe P4 Classe P5
hs>10 m hs≤10 m h≤6m 6<hs≤12m 12<hs≤23m 23<hs≤30m hs>30m

A Residencial A-1 a A-3 90 60 (30) 30 30 60 90 120


Serviço de
B B-1 e B-2 90 60 30 60 (30) 60 90 120
hospedagem
Comercial
C C-1 a C-3 90 60 60 (30) 60 (30) 60 90 120
varejista
Serviços
profissionais,
D D-1 a D-3 90 60 (30) 30 60 (30) 60 90 120
pessoais e
técnicos
Educacional e
E E-1 a E-6 90 60 (30) 30 30 60 90 120
cultura física
Locais de
F-1, F-2, F-
F reunião de 90 60 (30) 60 60 60 90 120
5, F-6, F-8
público
G-1 E G-2
não abertos
90 60 (30) 30 6 (30) 60 90 120
lateralmente
Serviços
G e G-3 a G-5
automotivos
G-1 E G-2
abertos 90 60 (30) 30 30 30 30 60
lateralmente
Serviços de
H saúde e H-1 a H-5 90 60 30 60 60 90 120
institucionais
I-1 90 60 (30) 30 30 60 90 120
I Industrial
I-2 120 90 60 (30) 60 (30) 90 (60) 120 (90) 120
J-1 90 60 (30) 30 30 30 30 60
J Depósitos
J-2 120 90 60 60 90 (60) 120 (90) 120

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001b)

Edifícios que possuem baixo risco à vida podem dispensar a verificação de


segurança estrutural em incêndio (SEITO, et al. 2008, p.148). A tabela 3 apresenta
um resumo da ABNT NBR 14432:2000 para edificações isentas de verificação de
resistência ao fogo.
46

Tabela 3 - Exemplos de edificações isentas de verificação de resistência ao fogo


ÁREA USO CARGA DE INCÊNDIO ALTURA MEIOS DE PROTEÇÃO
ESPECÍFICA
≤ 750m 2
Qualquer Qualquer Qualquer ---

≤ 1.500m2 Qualquer ≤ 1.000MJ/m2 ≤ 2 pavimentos ---


Centros esportivos
Qualquer Qualquer ≤ 23m ---
Terminais de pass.
Qualquer Garagens abertas Qualquer ≤ 30m ---

Qualquer Depósitos Baixa ≤ 30m ---

Qualquer Qualquer ≤ 500MJ/m2 Térrea ---

Qualquer Industrial ≤ 1.200MJ/m2 Térrea ---

Qualquer Depósitos ≤ 2.000MJ/m 2


Térrea ---

Qualquer Qualquer Qualquer Térrea Chuveiros automáticos

≤ 5.000m 2
Qualquer Qualquer Térrea Fachada de aproximação

Fonte: Seito (2008)

2.3.7. Iluminação de emergência

A iluminação de emergência é uma fonte de iluminação provida de fonte de


alimentação própria, que deve clarear áreas escuras de passagens horizontais e
verticais, incluindo áreas técnicas e de trabalho em caso de interrupção da energia
elétrica, para orientar pessoas em situação de emergência, permitindo a saída fácil e
segura para o exterior da edificação e auxiliar o resgate das pessoas em caso de
sinistros (SÃO PAULO, 2015i).
Os pontos de iluminação de emergência de aclaramento (figura 26) têm o objetivo
de proporcionar nível de iluminamento que permita o deslocamento seguro das
pessoas, o distanciamento entre os pontos não deve ultrapassar 15 m e entre o
ponto de iluminação e a parede 7,5 m (SÃO PAULO, 2015i). Outro distanciamento
entre pontos pode ser adotado, desde que atenda aos parâmetros da ABNT NBR
10898:2013. A iluminação de emergência de aclaramento é obrigatória nos halls,
recepções, corredores de circulação, escadas, mezaninos e áreas com acesso ao
público, conforme estabelecido no item 6.1.2 da IT n°18/2015 do CBPMESP.
As salas com área igual ou inferior a 50 m² e população inferior a 50 pessoas,
conforme parâmetros da IT n°11/2015 do CBPMESP, estão isentas de instalação de
iluminação de emergência, desde que as saídas das salas sejam diretas para o
corredor.
47

Figura 26 - Modelos de iluminação de aclaramento

Fonte: Aureon (2017)

A iluminação de emergência de balizamento (figura 27) tem o objetivo de orientar


direção e sentido das pessoas, sua instalação é obrigatória nas saídas das
edificações, nas entradas das escadas e mudanças de direções (USP, 2015b).

Figura 27 - Modelos de iluminação de balizamento

Fonte: Aureon (2017)

2.3.8. Detecção e alarme de incêndio

Este sistema tem a função de monitorar os produtos da combustão (calor, fumaça,


chamas e faísca) através de sensores eletrônicos e emitir mensagens e avisos de
alarme de modo a iniciar a resposta rápida a estes sinais, evitando assim perda de
vidas e danos ao patrimônio. Um sistema de detecção e alarme de incêndio é
48

composto basicamente de central de alarmes, módulos de entrada e saída,


infraestrutura de dutos e cabos, dispositivos de sinalização visual e auditiva,
dispositivos de detecção e acionadores manuais (USP, 2015b).
Detectores pontuais são equipamentos fixos instalado em pontos estratégicos com o
objetivo de detectar fumaça ou aumento de temperatura (figura 28). Existem no
mercado detectores pontuais do tipo óptico, iônicos e térmicos/termovelocimétricos.
Detectores lineares são equipamentos que transmitem um feixe de luz infravermelha
por um emissor e a converte em sinal elétrico por um receptor (USP, 2015b).

Figura 28 – Detectores pontuais óptico, iônico e térmico

Fonte: Aureon (2017)

O sistema de detecção por aspiração são equipamentos que succionam o ar do


ambiente através de tubulação conduzindo-a para um detector central, que monitora
pequenas quantidades de fumaça. Consiste na contagem e análise de partículas
através de um laser, sendo capaz de distinguir uma partícula de poeira de uma
partícula de fumaça (ARGUS, 2017).

Figura 29 – Sistema de detecção por aspiração

Fonte: Argus (2017)


49

Este detector é instalado em um local próximo à área a ser monitorada e é


interligado a uma rede de tubos de PVC, CPVC ou Cobre que possui uma série de
furos através dos quais o ar ambiente, com fumaça ou não, será sugado, filtrado e
analisado pelo detector a laser (figura 29). O equipamento pode inclusive,
determinar a quantidade de fumaça na amostra de ar coletado em tempo real. Ao
atingir o limiar pré-ajustado, o equipamento acionará seus dispositivos de saída, de
alerta ou de combate (ARGUS, 2017).
O diagrama da figura 30 demonstra a progressão de um incêndio ao longo do
tempo. Nota-se que a fase incipiente de um incêndio proporciona a melhor janela de
oportunidade para detectar e controlar a propagação. Os detectores por aspiração
podem ser configurados para gerar múltiplos alarmes na fase incipiente no estágio 1.
Podem também ser configurados para gerar um alarme adicional (Fogo 2) nas fases
avançadas de um incêndio com um largo intervalo de sensibilidade que permite a
um detector monitorizar toda a progressão de um incêndio (ARGUS, 2017).

Figura 30 - Progressão de um incêndio ao longo do tempo

Fonte: Argus (2017)

Acionadores manuais (figura 31), são chaves conectadas ao laço endereçado ou


convencional, e que permitem a uma pessoa, indicar uma situação de emergência
manualmente ao sistema, antes mesmo de que seja detectado pelo sistema
automático de detectores. Com isto, pode-se manualmente iniciar um processo de
evacuação, ou de atuação da brigada de incêndio (USP, 2015b).
50

Figura 31 - Acionadores manuais

Fonte: Hidratex (2017)

Os sinalizadores (figura 32) são os responsáveis, a partir da ativação da central, em


indicar a situação do ambiente para as pessoas do local para, por exemplo,
comandar uma evacuação em caso de incêndio. Os sinalizadores podem ser
visuais, sonoros ou mistos. O grau de indicação sonora (volume do som) ou visual é
função das normas nacionais aplicáveis, além das considerações de projeto. (USP,
2015b).

Figura 32 - Sinalizadores sonoros e visuais

Fonte: Skyfire (2017)


51

Os módulos de entrada e saída (figura 33), são equipamento auxiliares que podem
ser utilizados para:
 Monitoramento de dispositivos (por exemplo chaves de fluxo do sistema de
combate a incêndio por água);
 Atuação sobre equipamentos em caso de sinistro (por exemplo, desligar o ar
condicionado para evitar a troca de fumaça em vários ambientes, ou ligar a
exaustão para eliminar a fumaça de um ambiente);
 Conectados a sensores diversos como sistemas especiais, detectores de gás
(por exemplo detectores de amônia na indústria alimentícia).
Neste caso, a central de alarme expande sua funcionalidade para além da
sinalização de incêndio, tornando-se uma central de alarme de emergência, seja
de qual natureza for.

Figura 33 - Módulos de entrada e saída

Fonte: Ilumac (2017)

A central de alarmes é responsável por coletar informações de estado dos


detectores e, em caso de verificar uma situação de alarme, ativar os sinalizadores,
verifica falhas na instalação, como curto-circuito, cabeamento rompido, entre outras
(TELECOM, 2017).
As centrais de alarmes são classificadas em convencional (figura 34) e endereçável
(figura 35).
As centrais convencionais são indicadas para ambientes que possuam menor
quantidade de compartimentações, devido a identificação por zonas alarmadas,
identificada na área de um conjunto de detectores da mesma zona e são de menor
custo (TELECOM, 2017).
52

Figura 34 - Sistema de detecção e alarme de incêndio – diagrama convencional

Fonte: Telecom (2017)

As centrais endereçadas permitem identificar individualmente cada elemento do


sistema, promovendo a identificação do local exato de um eventual alarme. Os
dispositivos de campo comunicam-se com a central fornecendo informações de
alarme ou falha, grau de contaminação (detector sujo) e ainda receber comandos
como o ajuste do nível de sensibilidade (TELECOM, 2017).

Figura 35 - Sistema de detecção e alarme de incêndio – diagrama endereçável

Fonte: Telecom (2017)


53

2.3.9. Hidrantes e mangotinhos

Conforme a IT n° 02/2015 do CBPMESP, os componentes de um sistema de


hidrantes são:
 Reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado;
 Sistema de pressurização;
 Conjunto de peças hidráulicas e acessórios;
 Tubulação;
 Forma de acionamento do sistema

Os mangotinho são outra opção que pode ser adotada no lugar dos tradicionais
hidrantes internos. Uma grande vantagem do mangotinho é a de poder ser operado
de maneira rápida por uma única pessoa e devido a vazões baixas de consumo de
água, seu operador pode contar com grande autonomia do sistema. São
recomendados pelos bombeiros, principalmente nos locais onde o manuseio do
sistema é executado por pessoas não habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um
edifício residencial). O dimensionamento do sistema de mangotinhos é idêntico ao
sistema de hidrantes (USP, 2015a).

A tabela 4 define especificações de diâmetro, comprimento, vazão e pressão para


cada sistema de proteção.

Tabela 4 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho


Tipo Esguicho Mangueiras de Número de Vazão mínima na Pressão mínima
regulável incêndio expedições válvula do na válvula do
DN Comprimento hidrante mais hidrante mais
(mm) (mm) favorável (L/min) favorável (mca)
1 25 25 30 Simples 100 80

2 40 40 30 Simples 150 30

3 40 40 30 Simples 200 40

40 40 30 Simples 300 65
4
65 65 30 Simples 300 30

5 65 65 30 Duplo 600 60

Fonte: São Paulo (2015m)


54

2.3.10. Sistema de chuveiros automáticos “sprinklers”

Conforme IT n° 02/2015 do CBPMESP, O sistema de chuveiros automáticos é


composto por um suprimento d’água em uma rede hidráulica sob pressão, onde são
instalados em diversos pontos estratégicos, dispositivos de aspersão d’água
(chuveiros automáticos), que podem ser abertos ou conter um elemento termo
sensível, que se rompe por ação do calor proveniente do foco de incêndio,
permitindo a descarga d’água sobre os materiais em chamas. O sistema de
chuveiros automáticos para extinção a incêndios possui grande confiabilidade, e se
destina a proteger diversos tipos de edifícios. A tabela 5 define a cor do bulbo em
função das faixas de temperatura.

Tabela 5 - Limite de temperatura, classificação e código de cores dos chuveiros


Máxima Limite de Classificação da Código de cores Cor do líquido
temperatura do temperatura (°C) temperatura do bullbo de
teto (°C) vidro
38 57 – 77 Ordinária Incolor ou preta Vermelha ou
laranja
66 79 – 107 Intermediária Branca Amarela ou verde
107 121 – 149 Alta Azul Azul
149 163 – 191 Extra-alta Vermelha Roxa
191 204 – 246 Extra-extra-alta Verde Preta
246 260 – 302 Ultra-alta Laranja Preta
329 343 Ultra-alta Laranja Preta
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014)

2.3.11. Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA)

A ABNT NBR 5419/2014 define SPDA como um sistema de proteção contra


descargas atmosféricas (lightning protection system – LPS) utilizado para reduzir
danos físicos devido às descargas atmosféricas em uma estrutura. Consiste em
sistemas externo e interno de proteção contra descarga.
SPDA externo (external lightning protection system) é parte do SPDA composto
pelos subsistemas de captação, descida e aterramento.
55

SPDA interno (internal lightning protection system) é parte do SPDA consistindo em


ligações equipotenciais e/ou isolação elétrica do SPDA externo.

2.3.12. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

A CIPA é uma comissão constituída por representantes indicados pelo empregador


e membros eleitos pelos trabalhadores, de forma paritária, em cada estabelecimento
da empresa, que tem a finalidade de prevenir acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho. É regulamentada pela CLT nos artigos equivalentes de número 162 e 165
e pela NR5 (BRASIL, 2011).
56

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. ESTUDO DE CASO

O objetivo deste estudo é analisar o sistema de proteção contra incêndio de um Data


Center localizado em uma usina siderúrgica em referência ao Decreto Estadual nº
56.819, de 10 de março de 2011 e as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros
da Policia Militar do Estado de São Paulo.

3.2. DESCRIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

A sala do Data Center está localizada anexo ao prédio do Corpo de Bombeiros da


usina conforme demonstram a figura 36 e figura 37. Edificação térrea com 6 metros
de pé direito e garagem de viaturas coberta por um galpão com pé direito de 10
metros, ambos construídos entre 2008 e 2010 e estrategicamente localizados em
uma região que oferece ao Corpo de Bombeiros um tempo de resposta de 3 minutos
para qualquer ponto da usina. Esta edificação comporta uma população de 81
colaboradores fixos e 60 flutuantes, sendo dos colaboradores fixos 39 da equipe de
bombeiros, 12 da equipe administrativa, 30 do setor médico. No horário de maior
pico de colaboradores na edificação, encontram-se 19 da equipe de bombeiros, 12
da equipe administrativa, 10 do setor médico e 20 flutuantes.

Figura 36 - Visão do prédio do corpo de bombeiros da usina

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
57

O tipo de padrão de construção utilizado foi fundação profunda por estacas, pilares e
vigas em aço estrutural, fechamento externo e parede internas em bloco vazado de
concreto pintado com tinta latéx PVA, sem revestimento de argamassa. O teto é de
laje rebocado, pintado e rebaixado com forro.

Figura 37 - Prédio do Corpo de Bombeiros

Corpo de BOMBEIROS

DATA CENTER

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

O Data Center está localizado ao lado do Centro de Comando e Controle de


Emergências do Corpo de Bombeiros conforme pode ser verificado na figura 38.
Estes dois ambientes possuem pé direito de 2,80m entre o piso acabado e o forro do
teto.

Figura 38 - Planta do Data Center

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
58

3.3. MATERIAIS

Para a realização da análise no Data Center, foram utilizadas uma câmera


fotográfica para os registros de imagens interna do data center, uma trena para a
coleta das dimensões citadas no estudo e um smartphone com recurso de aplicativo
de texto para registro das medições realizadas.

3.4. MÉTODO

Os métodos aplicados neste estudo foram baseados na avaliação do sistema de


proteção contra incêndio existente no Data Center, sendo avaliadas as condições de
funcionamento e monitoramento do sistema com base nas Instruções Técnicas do
Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo, Normas Brasileiras (NBR) e Decretos
do Estado de São Paulo.
As medições da altura de sinalizações e dispositivos de proteção, largura de áreas
de circulação e saída de emergência, distância a ser percorrida até a saída de
emergência, altura do piso elevado e piso acabado até o forro do teto foram todas
realizadas com o auxílio de uma trena.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
59

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO E MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA


INCÊNDIO

De acordo com o Decreto Estadual SP n° 56.819/2011, anexos do regulamento de


segurança contra incêndio, temos na Tabela 1 de Classificação das edificações e
áreas de risco quanto à ocupação, a edificação deste estudo está classificada como
Grupo I, Ocupação Industrial, Divisão I-2 Locais com carga de incêndio entre 300 a
1.200 MJ/m2 (figura 39):

Figura 39 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação


Grupo Ocupação/uso Divisão Descrição Exemplos
I Indústria I-1 Locais onde as atividades Atividades que utilizam pequenas
exercidas e os materiais quantidades de materiais
utilizados apresentam combustíveis. Aço, aparelhos de
baixo potencial de rádio e som, armas, artigos de
incêndio. Locais onde a metal, gesso, esculturas de pedra,
carga de incêndio não ferramentas, joias, relógios,
chega a 300MJ/m2 sabão, serralheria, suco de frutas,
louças, máquinas

I-2 Locais onde as atividades Artigos de vidro, automóveis,


exercidas e os materiais bebidas destiladas, instrumentos
utilizados apresentam musicais, móveis, alimentos,
médio potencial de marcenarias, fábricas de caixas
incêndio. Locais com carga
de incêndio entre 300 a
1.200MJ/m2

I-3 Locais onde há alto risco Atividades industriais que


de incêndio. Locais com envolvam inflamáveis, materiais
carga de incêndio superior oxidantes, ceras, espuma
a 1.200 MJ/m² sintética, grãos, tintas, borracha,
processamento de lixo
Fonte: São Paulo, 2011 (adaptado)

Na Tabela 2 deste anexo temos a Classificação das edificações quanto à altura


(figura 40), sendo a edificação deste estudo classificada como tipo II, Edificação
Térrea.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
60

Figura 40 - Classificação das edificações quanto à altura


Tipo Denominação Altura
I Edificação Térrea Um pavimento
II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m
III Edificação Baixa-Média Altura 6,00 < H ≤ 12,00 m
IV Edificação Média de Altura 12,00 < H ≤ 23,00 m
V Edificação Mediamente Alta 23,00 < H ≤ 30,00 m
VI Edificação Alta Acima de 30,0 m
Fonte: São Paulo (2011)

Para classificar a edificação quanto a carga de incêndio foi utilizado o anexo A da IT


n° 14/2015 do CBPMESP, que se refere a Carga de incêndio nas edificações e
áreas de risco, sendo a edificação classificada como de ocupação industrial, divisão
I-2 com carga de incêndio de 400 MJ/m2 (figura 41).

Figura 41 - Tabela de carga de incêndio específica por ocupação


Anexo A - Tabela de cargas de incêndio por ocupação
Ocupação/uso Descrição Divisão Carga de incêndio
(qfi) em MJ/m2
Industrial Aparelhos eletrônicos, I-2 400
fotográficos e ópticos
Fios elétricos I-1 300
Fonte: São Paulo, 2014g (adaptado)

Com base na carga de incêndio definida, temos na Tabela 3 dos anexos do


regulamento de segurança contra incêndio do Decreto Estadual SP n° 56.819/2011,
a classificação de risco médio para a edificação (figura 42).

Figura 42 - Classificação quanto à carga de incêndio


Risco Carga de incêndio MJ/m2
Baixo Até 300 MJ/m2
Médio Entre 300 e 1.200 MJ/m2
Alto Acima de 1.200 MJ/m2
Fonte: São Paulo (2011)
_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
61

Como a edificação foi construída antes do Decreto Estadual SP n° 56.819/2011, é


necessário atender as exigências para edificações existentes da Tabela 4 dos
Anexos do regulamento de segurança contra incêndio deste decreto (figura 43).

Figura 43 - Exigências para edificações existentes


PERÍODO DE EXISTÊNCIA ÁREA CONSTRUÍDA < 750 m2 ÁREA CONSTRUÍDA > 750 m2
DA EDIFICAÇÃO E ÁREAS E ALTURA ≤ 12 m e/ou ALTURA > 12 m
DE RISCO
QUALQUER PERÍODO Conforme Tabela 5 Conforme ITCB 43 – Adaptação
ANTERIOR À VIGÊNCIA DO às Normas de Segurança contra
ATUAL REGULAMENTO Incêndio - Edificações Existentes
NOTAS GERAIS:
a – Os riscos específicos devem atender às ITCB respectivas e às regulamentações do SvSCI;
b – As instalações elétricas e o sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) devem
estar em conformidade com as normas técnicas oficiais.
Fonte: São Paulo (2011)

Conforme a IT n° 43/2015 do CBPMESP, as edificações existentes devem atender


às exigências da legislação vigente à época da construção ou regularização e, no
mínimo, possuírem as medidas de segurança consideradas básicas.
As medidas de segurança contra incêndio consideradas como exigências básicas
nas edificações com área superior a 750 m² ou altura superior a 12 m, independente
da data de construção e da regularização, são:

a. Extintores de incêndio;
b. Iluminação de emergência;
c. Sinalização de emergência;
d. Alarme de incêndio;
e. Instalações elétricas em conformidade com as normas técnicas;
f. Brigada de incêndio ou profissional quando exigido pela IT 17;
g. Hidrantes;
h. Saída de emergência;
i. Selagem de shafts e dutos de instalações, para edificações com altura
superior a 12 m;

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
62

j. Controle de material de acabamento e revestimento para ocupações do grupo


B, F-3, F-5, F-6, F-7, F-11,e H-2, H-3 e H-5

O data center está localizado no galpão do Corpo de Bombeiros e próximo a


consultórios médico, portanto, foram aplicadas as medidas de segurança contra
incêndio mais restritivas que neste caso foram as aplicadas no galpão do Corpo de
Bombeiros, conforme demonstrado na figura 44.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
63

Figura 44 - Comparação entre decretos


Decreto n° 56.819/2011 Decreto n° 46.076/2001
Edificações novas Edificações existentes
Data Center Consultórios Corpo de Bombeiros Data Center Consultórios Corpo de Bombeiros

Ocupação I-2 H-6 D-1/D-3 I-2 H-6 D-1/D-3


Classificação

Altura Térrea Térrea Térrea Térrea Térrea Térrea


Carga de incêndio 400 MJ/m2 300 MJ/m2 700/200 MJ/m2 400 MJ/m2 300 MJ/m2 700/200 MJ/m2
Risco Médio Baixo Médio Médio Baixo Médio
2 2 2 2
53,87 m 288,51 m 1.563,6 53,87 m 288,51 m 1.563,6
Área total edificada
(< 750 m2) (< 750 m2) (> 750 m2) (< 750 m2) (< 750 m2) (> 750 m2)

Acesso de viatura na edificação - - X - - X3


Segurança estrutural contra incêndio - - X - - X
Medidas de segurança contra

Compartimentação horizontal - - X1 - - -
Controle de materiais de acabamento - - X - X X
Saídas de emergência X X X X X X
incêndio

Plano de emergência - - - X2 - -
Brigada de incêndio - - X - - X4
Iluminação de emergência - - X - X2 X
Alarme de incêndio - - X - - X
Sinalização de emergência X X X X X X
Extintores X X X X X X
Hidrantes e mangotinhos - - X - - X

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Nota de rodapé
1 – Pode ser substituído por sistema de chuveiros automáticos
2 – Somente para edificações com altura superior a 5 m
3 - Recomendado
4 – Somente para as áreas de depósitos superiores a 750 m2
_________________________________________
1Citação é a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá ênfase aos aspectos abordados e contribui para a
credibilidade do trabalho.
64

4.2. ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES

4.2.1. Acesso de viatura na edificação

Com base na IT n° 06/2015 do CBPMESP, as três vias de acesso foram medidas


obtendo-se o resultado de 8 metros para cada uma delas (figura 45). Quanto ao
peso a ser suportado pelas vias, por se tratar de uma usina siderúrgica onde
trafegam-se inúmeras carga de pesos elevados, todo o asfalto da planta está
projetado para suportar cargas de 25 toneladas em dois eixos.

Figura 45 - Vista de acessos

8m

8m

20 m

8m
8m
8m
8m

8m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
65

Duas das três vias de acesso são sobrepostas por pipe rack que estão à altura de 7
metros da pavimentação (figura 46).

Figura 46 - Vias de acesso sobrepostas por piperack

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Existem instaladas nas vias de acesso uma barra de limitação de altura com 4,7
metros (figura 47), respeitando a altura mínima de 4,5 metros para acesso de
viaturas estabelecida na IT n° 06/2015 do CBPMESP.

Figura 47 - Limitação de altura da via de acesso

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
66

4.2.2. Segurança estrutural contra incêndio

A edificação foi construída em vigas de aço estrutural e concreto armado com TRRF
de 3 horas, com fechamento externo e parede internas em bloco vazado de concreto
de 19 cm pintado com tinta latéx PVA sem revestimento de argamassa com TRRF
de 90 minutos.

O item A 2.4 b da IT n° 08/2011 do CBPMESP acrescenta que as edificações térreas


podem ter os TRRF constantes da Tabela A do Anexo A reduzidos em 30 minutos,
caso possuírem área total menor ou igual a 5.000 m 2, com pelo menos duas
fachadas para acesso e estacionamento operacional de viaturas, conforme consta
na IT n° 06/2015 do CBPMESP, que perfaçam no mínimo 50% do perímetro da
edificação. A figura 48 apresenta os tempos requeridos para os grupos da
edificação.

Figura 48 - Tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF)


Grupo Ocupação Divisão Altura da edificação h
Classe P1 Classe P2
H≤6m 6 m < H ≤ 12 m
D Serviços profissionais, pessoais e técnicos D1 a D3 30 60
H Serviços de saúde e institucionais H3 30 60
H6 - -
I Industria I2 30 30
Fonte: São Paulo, 2011a (adaptado)

Portanto, a edificação atende aos requisitos estabelecidos na IT n° 08/2011 do


CBPMESP.

4.2.3. Compartimentação horizontal

Atendendo ao requerido pela IT n° 09/2015 do CBPMESP, as portas das saídas de


emergência são de madeira maciça com classificação P-30 (figura 49 e figura 50),
as portas de entrada/saída do data center foram confeccionadas em chapa de aço
galvanizado, possuindo núcleo composto de isolante termo acústico e antichama

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
67

PF-60 (figura 51) e todas as portas respeitam o mínimo de 3 dobradiças, conforme


ABNT NBR 11742:2003.

Figura 49 - Saída de emergência A e B lado leste

A B
Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 50 - Saída de emergência lado sul

C
Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
68

Figura 51 - Portas de entrada do data center

SUL LESTE

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

4.2.4. Controle de materiais de acabamento

O teto é de laje rebocado, pintado e rebaixado com forro de fibra mineral, as paredes
são de blocos vazados de concreto pintadas com látex PVA, piso cimentado e piso
elevado de policarbonato revestido com placa vinílica, bancada e pia da copa em
granito polido, divisórias dos banheiros em granito polido e na garagem da
edificação está o galpão de estrutura metálica com telhas de aço.
De acordo com o item 5.1.5 da IT n° 10/2015 do CBPMESP a edificação deste
estudo por possuir área superior a 750 m2, precisa apresentar o CMAR. Não foi
possível o acesso aos documentos, segundo o engenheiro responsável pela
construção, todos os materiais atendem aos requisitos desta IT e foram
apresentados e aprovados pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
69

4.2.5. Saídas de emergência

Admite-se que a descarga seja feita por meio de saguão ou hall térreo não
enclausurado, desde que entre o final da descarga e a fachada ou alinhamento
predial (passeio) mantenha-se um espaço livre para acesso ao exterior, atendendo-
se às dimensões exigidas no item 5.11.2, sendo admitido nesse saguão ou hall
elevadores, portaria, recepção, sala de espera, sala de estar e salão de festas, bem
como, possuam materiais de acabamento e revestimento de classe I ou II-A (SÃO
PAULO, 2015f).

A largura da saída é dada pela seguinte expressão:

P
N
C (Equação 1)

Em que:
N = número de unidade de passagem
P = população (número de pessoas)
C = capacidade da unidade de passagem

A largura mínima da saída de emergência é calculada pelo produto de N pela UP


com base nos dados da figura 52.

Figura 52 - Dados para dimensionamento das saídas de emergência


Ocupação População Capacidade da Unidade de
Passagem (UP)
Grupo Divisão Acessos/ Escadas/ Portas
Descargas Rampas
D Uma pessoa por 7 m2 de área 100 75 100
H H6 Uma pessoa por 7 m2 de área 60 45 100
I Uma pessoa por 10 m2 de área 100 60 100
Fonte: São Paulo, 2015f (adaptado)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
70

A definição da população máxima para cada grupo foi calculada através da relação
entre a área interna e a quantidade de pessoas por metro quadrado estabelecida
para cada grupo conforme estabelecido na IT11/2015 do CBPMESP.

Área interna
População máxima 
população (Equação 2)

Os resultados dos cálculos são apresentados na tabela 6.

Tabela 6 - Resultado dos cálculos de largura mínima


Ocupação Área (m2) População C N Largura
Grupo Divisão máxima mínima
D 1.563,60 223 100 3 1,62 m
H H-6 288,51 41 60 1 0,55 m
I 53,87 5 100 1 0,55 m
Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A IT n° 11/2015 do CBPMESP estabelece que a menor largura mínima admitida é


1,20 m, pelos cálculos realizados a largura mínima requerida é de 1,62 m.
Todos os corredores da edificação que cruzam o galpão para as saídas de
emergência são de 2,40 m, atendendo, portanto, ao requisito de largura mínima.
A distância máxima a ser percorrida até a saída de emergência é apresentada na
figura 53. Duas portas do corredor sul abrem no sentido do trânsito de saída para
dentro da rota de saída em ângulo de 180°, a largura da porta é 0,75 m, reduzindo
neste ponto a largura do corredor para 1,65 m, respeitando largura mínima requerida
é de 1,62 m (figura 54).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
71

Figura 53 - Distância máxima a ser percorrida


Sem chuveiros automáticos Com chuveiros automáticos
Grupo e Saída única Mais de uma saída Saída única Mais de uma saída
divisão Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Andar
de Detecção Detecção Detecção Detecção Detecção Detecção Detecção Detecção
ocupação automática automática automática automática automática automática automática automática
de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça de fumaça
De saída
da
edificação 40 m 45 m 50 m 60 m 55 m 65 m 75 m 90 m
D, H (piso de
descarga)
Demais
30 m 35 m 40 m 45 m 45 m 55 m 65 m 75 m
andares
De saída
da
edificação 40 m 45 m 50 m 60 m 60 m 70 m 100 m 120 m
I-2 (piso de
descarga)
Demais
30 m 35 m 40 m 45 m 50 m 65 m 80 m 95 m
andares

Fonte: São Paulo, 2015f (adaptado)

Conforme nota c da tabela 2 do anexo B da IT n° 11/2015 do CBPMESP, para


edificações com sistema de controle de fumaça, admite-se acrescentar 50% nos
valores de distância máxima a ser percorrida contidos na figura 53. O critério de
admissão de mais de uma saída de emergência considera a distância mínima de 10
metros entre as saídas, este item é atendido para as três portas de saída de
emergência existentes.
O Data Center não possui sistema de chuveiros automáticos, entretanto, possui um
sistema de detecção de fumaça por aspiração, portanto, a distância máxima a ser
percorrida na rota de fuga Data Center é de 50 metros. As demais salas da
edificação possuem o detector de fumaça óptico sendo, portanto, a distância
máxima a ser percorrida de 60 metros.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
72

Figura 54 - Largura útil de saída de emergência lado sul

1,65 m 0,75 m

0,75 m 1,65 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A figura 55 ressalta as saídas de emergência A, B e C do prédio do Corpo de


Bombeiros, evidenciando em vermelho o percurso de 56,87 m identificado como o
de maior distância até a saída de emergência e o Data Center que possui rota de
fuga com distância máxima de 20,80 m evidenciado em azul.
As portas das rotas de saídas e aquelas das salas com capacidade acima de 100
pessoas, em comunicação com os acessos e descargas, devem abrir no sentido do
trânsito de saída (SÃO PAULO, 2015f), a saída de emergência lado sul não atende
este requisito conforme verificado na figura 50.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
73

Figura 55 - Arranjo físico da edificação do Corpo de Bombeiros

Oficina para Roupas


Oficina para máscara de ar Oficina para Depósito para Gerador
limpeza e stand
e equipamento de extintores de extintores de manutenção by
incêndio incêndio de
Almoxarifado proteção
mangueiras Roupas
para
combate

Jardim Jardim WC

WC WC
Sala de
Xerox Escritório Escritório
WC reunião
Auditório Depósito
B
No break
Data Center
Centro de Controle
Copa Escritório Escritório Escritório Escritório
e Combate ao
Ar cond.
Incêndio

Jardim Jardim

Garagem das viaturas


WC M Exames Exames Ar
Copa
cond. Data Center
Consultório Consultório
1 2

Ar Garagem das ambulâncias


cond. C
Descanso Escritório
Sala de espera Exames Exames Exames

WC F

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

4.2.6. Brigada de incêndio

O item 5.11.4 da IT n° 17/2015 do CBPMESP estabelece que a edificação que


possuir Posto de Bombeiro interno, com efetivo mínimo de 05 (cinco) bombeiros civis
(por turno de 24 h) e viatura de combate a incêndio devidamente equipada nos
parâmetros da ABNT NBR 14096:1998 - Viaturas de combate a incêndio, pode ficar
isenta da brigada de incêndio, desde que o bombeiro civil ministre treinamento
periódico aos demais funcionários, nos parâmetros desta IT.
O Corpo de Bombeiros da usina possui uma estrutura de viaturas preparada
especificamente para ocorrências de usina siderúrgica (figura 56).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
74

Figura 56 - Garagem das viaturas do Corpo de Bombeiros

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Essas viaturas consistem em veículos equipados ou não com bomba de combate a


incêndio, tanque para transporte de água, com um implemento elevatório,
mangueiras, materiais e equipamentos, conforme estabelecido na ABNT NBR
14096:1998. A figura 57 exibe a viatura com implemento elevatório, atendendo,
portanto, ao requerido pela IT n° 17/2015 do CBPMESP.

Figura 57 - Viatura auto escada mecânica

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A usina siderúrgica possui mais de 10 milhões de m2 de área e 110.000 m2 de área


construída, sendo o Corpo de Bombeiro Civil dimensionado para o atendimento
desta planta.
A distribuição do efetivo do Corpo de Bombeiros é apresentada na tabela 7.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
75

Tabela 7 - Efetivo do Corpo de Bombeiro Civil da usina


Grau hierárquico Regime de trabalho Efetivo
Gerente Geral de Medicina e Saúde do trabalho ADM 1
Gerente do Corpo de Bombeiros ADM 1
Supervisores de turno ADM 2
Controladores de emergência Turno 12h/12h 4
Bombeiros Turno 12h/24h 39
Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A tabela G1 do anexo G da IT17/2015 do CBPMESP (figura 58), define o


dimensionamento e aplicação de bombeiro civil em edificações.
Para o caso em estudo, a área total construída da usina é de 110.000 m2, assim,
podemos calcular a quantidade de bombeiros civis necessária para o complexo
siderúrgico a partir da equação 3.

Número de bombeiros civis por turno  Tabela G   Tabela G  Nota 4  


(Equação 3)
Área total da usina  110.000 m2
Tabela G  2 bombeiros por turno

Tabela G  Nota 4  
110.000 m  50.000 m 2 
2

50.000 m 2

60.000 m 2
Tabela G  Nota 4  
50.000 m 2

Tabela G  Nota 4   1,2

Conforme nota 3 da tabela G1 do anexo G da IT17/2015 do CBPMESP, sempre que


o resultado do cálculo do número de bombeiro civil for fracionário, deve ser
arredondado para mais um (próximo número inteiro), sendo assim.

Tabela G  Nota 4   2

Número de bombeiros civis requeridos por turno = 4


Número de bombeiros civis da usina por turno = 13

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
76

Figura 58 - Dimensionamento de bombeiro civil em edificações Grupos D, H, I


Área construída total
Acima de
Grau Acima de 10.000
10.000 m2 até Acima de
Grupo Divisão Descrição Exemplos de m2 até 10.000 m2
50.000 m2 50.000 m2
risco (inclusive)
(inclusive)
Número de bombeiros civis por turno
Escritórios administrativos ou
Local para prestação técnicos, instituições
de serviço profissional financeiras (que não estejam
D-1 Médio 1 2 Nota 4
D-Serviço profissional

ou condução de incluídas em D-2), repartições


negócios públicas, cabeleireiros, centros
profissionais e assemelhados
Lavanderias, assistência
Serviço de reparação técnica, reparação e
D-3 (exceto os manutenção de aparelhos Baixo - - -
classificados em G-4) eletrodomésticos, chaveiros,
pintura de letreiros e outros.
H-Serviço de saúde e

Clínicas médicas e
institucional

consultórios em geral,
Clínica e consultório
H-6 unidades de hemodiálise, Baixo 1 2 Nota 4
médico e odontológico
ambulatórios e assemelhados.
Todos sem internação.

Locais onde as
atividades exercidas e Artigos de vidro, automóveis,
os materiais utilizados bebidas destiladas,
apresentam médio instrumentos musicais,
I-2 Médio - - -
potencial de incêndio. móveis, alimentos,
Locais com carga de marcenarias, fábricas de
I-Indústria

incêndio entre 300 a caixas


2
1.200MJ/m .
Atividades industriais que
Locais onde há alto
envolvam inflamáveis,
risco de Incêndio.
materiais oxidantes, ceras,
I-3 Locais com carga de Alto 1 2 Nota 4
espuma sintética, grãos, tintas,
incêndio superior a
borracha, processamento de
1.200 MJ/m²
lixo.
Nota do anexo G
4 - Para plantas com área construída acima de 50.000 m² deve ser acrescido mais 01 (um) bombeiro para cada 50.000 m².

Fonte: São Paulo, 2015h (adaptado)

Portanto, para os parâmetros estabelecidos na IT n° 17/2015 do CBPMESP, este


item está atendido.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
77

4.2.7. Iluminação de emergência

O sistema de iluminação de emergência instalado no Data Center é do tipo banco de


baterias (figura 59 e figura 60).

Figura 59 - Iluminação do Data Center

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Nos corredores das saídas de emergência da edificação o sistema de iluminação de


emergência é do tipo blocos autônomos (figura 49 e figura 50), composto por
iluminação de aclaramento com o distanciamento máximo 15 m entre luminárias na
rota de fuga, respeitando o limite estabelecido na IT n° 18/2015 do CBPMESP.

Figura 60 - Banco de baterias do Data Center

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todas as portas de emergência possuem iluminação de aclaramento sobre a porta


(figura 61).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
78

Foi identificado que a edificação não possui sistema de iluminação de balizamento,


não atendendo ao item 6.2.1 da IT n° 18/2015 do CBPMESP, que estabelece a
obrigatoriedade de instalação de iluminação de emergência de balizamento nas
saídas das edificações, nas entradas das escadas e mudanças de direções (figura
61). É necessário incluir iluminação de balizamento com nível de iluminamento
mínimo de 3 lux em locais planos e 5 lux em locais com desnível e a substituição
das iluminações de aclaramento das portas de saída de emergência por iluminação
de balizamento instalando-as acima da porta com no máximo 0,10 m da verga
conforme IT n° 20/2015 do CBPMESP, evitando assim que na ocorrência de
incêndio o acúmulo da fumaça prejudique o fluxo luminoso.

Figura 61 - Portas de saída de emergência sem iluminação de balizamento

Leste A Leste B Sul

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

4.2.8. Detecção e alarme de incêndio

Pelos Decretos Estaduais 46.076/2001 e 56.819/2011, não existe a obrigatoriedade


de utilização de sistema de detecção de incêndio para a edificação deste estudo,
entretanto, para atendimento do limite de distância máxima a ser percorrida
estabelecido na IT n° 11/2015 do CBPMESP, é requerido o sistema de detecção de
incêndio para que as distâncias existentes estejam dentro dos limites estabelecidos.
Todo o sistema de detecção de incêndio da usina é interligado com o CCCE,
localizado no prédio do Corpo de Bombeiros da usina (figura 62), que funciona 24
horas em regime de turno de revezamento de 12h/12h com dois operadores fixos e
um para rendição de refeição e atividades administrativas do turno.
_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
79

Figura 62 - Supervisório do Centro de Comando e Controle de Emergência

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

O sistema de banco de baterias do Data Center também garante a autonomia para a


iluminação e para os quatro sistemas supervisórios do CCCE.
O sistema de detecção de incêndio possui dispositivos de teste (figura 63) e
monitoramento (figura 64) comandados pelo supervisório e todos os dias são
realizados testes de funcionamento na usina com acompanhamento in loco por um
responsável da área e um dos controladores da CCCE e remoto pelo controlador
que estiver operando o supervisório da CCCE.

Figura 63 - Sistema de detecção e alarme de incêndio

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
80

Figura 64 - Sumário de eventos do supervisório

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Conforme item 5.18 da IT n° 19/2015 do CBPMESP, nas centrais de detecção e


alarme é obrigatório conter um painel/esquema ilustrativo indicando a localização
com identificação dos acionadores manuais ou detectores dispostos na área da
edificação, respeitadas as características técnicas da central. Esse painel pode ser
substituído por um display da central que indique a localização do acionamento. O
supervisório do CCCE apresenta o esquema em planta de toda a distribuição de
detectores e acionadores de cada edificação da usina (figura 65).

Figura 65 - Sistema de monitoramento do supervisório

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
81

A distribuição de acionadores manuais está adequadamente dimensionada, sendo


respeitada a distância máxima de 30 metros até o acionador mais próximo para
todas as salas, conforme item 5.7 da IT n° 19/2015 do CBPMESP.

Figura 66 - Acionadores manuais das saídas de emergência

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Os corredores das saídas de emergência possuem acionadores distribuídos a


distância de 10 metros entre si por toda a extensão (figura 66) e todos padronizados
na mesma marca e modelo (figura 67).

Figura 67 - Acionadores manuais

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
82

O Data Center possui um sistema de detecção por aspiração integrado também ao


supervisório de detecção e alarme do CCCE. Este sistema proporciona uma
detecção precoce para um perigo de incêndio latente, possibilitando tempo para
investigar um alarme e iniciar uma resposta adequada para evitar danos físicos,
danos materiais ou interrupções da atividade, os menores níveis de fumaça podem
ser detectados antes de o incêndio ter tempo de se desenvolver, a figura 68
demonstra a distribuição dos tubos de aspiração, detector pontual, difusor 360° e o
piso elevado com grelha para plenum de insuflamento.

Figura 68 - Visão geral do sistema de detecção por aspiração

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

O sistema do Data Center dispõe de tubos de aspiração, detectores pontuais e


difusores de 360° (figura 69), dispositivos áudio visuais de alarme e pré alarme
(figura 70), painel de alarmes, cilindros verticais sendo o menor utilizado como
atuador pneumático e o cilindro maior contendo o agente extintor NOVEC 1230
(figura 71) e unidade de amostragem do ar (figura 72).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
83

Figura 69 - Tubo de aspiração, detector pontual, difusor 360°

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 70 - Dispositivo áudio visual de alarme e pré alarme

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
84

Figura 71 - Painel de alarmes e cilindro vertical

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 72 - Unidade de amostragem do ar

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
85

O piso acabado do Data Center possui uma elevação de 350 mm de altura (figura
73) com revestimento anti-estático e a estrutura do piso toda aterrada (figura 74).

Figura 73 - Detalhe da estrutura do projeto de piso elevado

Fonte: Infraengenharia (2017)

O aterramento evita qualquer tipo de interferência no sistema de detecção contra


incêndio e nos periféricos do Data Center originados por fuga de corrente elétrica.

Figura 74 - Detalhe do aterramento no piso elevado

Fonte: Infraengenharia (2017)

4.2.9. Sinalização de emergência

As placas de sinalização de saída de emergência instaladas nas paredes da


edificação estão todas à altura de 1,60 m entre a base da placa e o piso acabado
não atendendo à altura de 1,80 m estabelecida na IT n° 20/2015 do CBPMESP
(figura 75), em contrapartida, o distanciamento entre placas não excede 15 m,
respeitando o estabelecido na mesma IT.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
86

Figura 75 - Placa de sinalização de emergência

1,6 m

1,6 m 14,0 m
14,5 m
m
m
1,6 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

As portas de saída de emergência do lado leste A e do lado sul possuem placa de


sinalização (figura 76) e a porta do lado leste B não possui placa de sinalização
(figura 77).

Figura 76 - Portas de saída de emergência com placa de sinalização

Leste A Sul

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
87

Figura 77 - Portas de saída de emergência sem placa de sinalização

Leste B

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Foi identificado que todas as placas de sinalização de combate a incêndio foram


instaladas considerando a altura de 1,80 m a partir do topo da placa ao invés da
base, portanto, estas placas estão divergentes com o estabelecido na IT n° 20/2015
do CBPMESP (figura 78, figura 79 e figura 80).

Figura 78 - Sinalização de extintor da saída sul

1,8 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
88

Figura 79 - Sinalização de extintor do corredor da saída leste B e data center

1,8 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Falta sinalização de combate a incêndio e demarcação no piso para o agente


extintor do interior do Data Center (figura 79).

Figura 80 - Sinalização de extintor do CCCE e corredor da saída Leste A

1,8 m

1,8 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
89

É necessário realizar adequação do sistema de sinalização, corrigindo as alturas


aplicadas nas placas de sinalizações de combate a incêndio e saída de emergência,
regularizando a falta de placa de sinalização no agente extintor da sala do Data
Center e na porta de saída de emergência leste B e demarcando a região do agente
extintor da sala do Data Center.

4.2.10. Extintores

Conforme tabela 1 da IT n° 21/2015 do CBPMESP, para risco médio a distância


máxima de caminhamento até o extintor mais próximo é de 14 metros. Os extintores
estão distribuídos pelos corredores para atender este requisito (figura 81), apenas a
sala do CCCE não atende a distância requerida, portanto, dentro desta sala existe
um extintor posicionado (figura 80).

Figura 81 - Extintores dos corredores

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Além da distribuição de extintores pelos corredores existem extintores posicionados


pelo lado externo da edificação pelo lado sul (figura 82) e pelo lado leste (figura 83)
que estão distribuídos a cada 20 metros entre si.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
90

Figura 82 - Extintores externos lado sul

1,6 m

1,4 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Foi observado que na entrada principal da edificação existe um extintor, atendendo


ao limite máximo de 5 metros requerido pela IT n° 21/2015 do CBPMESP.

Figura 83 - Extintores externos lado leste

1,5 m

1,6 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
91

Nos corredores todos os suportes dos extintores estão instalados com 1,60 metros
de altura (figura 84) e nas áreas externas observou-se uma variação das alturas
aplicadas na instalação do suporte dos extintores (figura 82, figura 83).
Tanto a ABNT NBR 12.693:2013 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio,
quanto a IT n° 21/2015 do CBPMESP estabelecem a altura máxima de 1,60 metros
para a instalação do suporte do extintor, mas não restringem variações de altura
entre os suportes instalados.

Figura 84 - Extintores dos corredores

1,6 m

1,6 m

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todos os extintores estão lacrados, com pressão adequada (figura 85) e selo de
conformidade concedido pelo Inmetro (figura 86), conforme estabelecido pelo item
5.3.1 da IT n° 21/2015 do CBPMESP. Foi verificado também que todos os extintores
estavam no prazo de validade da carga (fevereiro de 2018), possuem etiqueta de
identificação e o limite mínimo de duas unidades extintoras, sendo uma para
incêndio classe A e outra para incêndio classe B e C para o pavimento foi atendida
(figura 87).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
92

Figura 85 - Manômetro de extintores

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 86 - Selo de conformidade do INMETRO

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
93

Figura 87 - Lacre de inviolabilidade e etiqueta de controle

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

O sistema do Data Center é do tipo automático (figura 88) com sistema de detecção
por aspiração com agente extintor NOVEC 1230 de baixo potencial de agressão a
camada de ozônio, com 5 dias de vida útil quando lançado na atmosfera, não deixa
resíduo e sua liberação é totalmente automática.

Figura 88 - Sistema de detecção por aspiração

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
94

4.2.11. Hidrantes

A edificação possui 5 hidrantes, sendo um localizado no lado externo da edificação


ao lado da porta de emergência do lado sul (figura 89), dois nas extremidades do
corredor da saída do lado leste A (figura 90 e figura 91), um na entrada da garagem
das ambulâncias e um na entrada principal (figura 92).

Figura 89 - Extintor saída sul externo

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Os abrigos das mangueiras são metálicos, de fácil abertura com espaço suficiente
para acondicionamento com facilidade do mangotinho, permitindo acesso rápido e
utilização de todo o conteúdo em caso de incêndio, dispõe de registro de hidrante,
entretanto, não existe espaço para acondicionamento de mangueira de hidrante, não
atendendo aos requisitos da IT n° 22/2015 do CBPMESP.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
95

Figura 90 - Extintor 1 do corredor da saída leste A

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Figura 91 - Extintor 2 do corredor da saída leste A

Fonte: Arquivo pessoal (2017)


_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
96

Figura 92 - Hidrantes da garagem das ambulâncias e entrada principal

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todas as tubulações do sistema de combate a incêndio são de no mínimo DN65 (2


1/2”) conforme item 5.11.6.1 da IT n° 22/2015 do CBPMESP (figura 93).

Figura 93 - Tubulação e válvula globo de 2 1/2"

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
97

Todas as mangueiras possuem a identificação do fabricante indelével, entretanto, o


número da norma, tipo de mangueira, mês e ano de fabricação não são informados,
não atendendo ao requisito do item 4.3 da ABNT NBR 11861:1998 (figura 94).

Figura 94 - Identificação de mangueira

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todos os hidrantes possuem a válvula de abertura rápida para mangotinho,


conforme estabelecido no item 4.8.3 da ABNT NBR 13.714:2000 e também a válvula
globo disponível para utilização do hidrante (figura 95).

Figura 95 - Válvula de abertura rápida

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
98

Figura 96 - Detalhe do esguicho

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todos os esguichos de mangotinhos estão em perfeito estado de conservação


(figura 96 e figura 97).

Figura 97 - Detalhe lateral do esguicho

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

A reserva técnica de incêndio é fornecida pela Estação de Tratamento de Água da


usina, este sistema é mantido através de 5 bombas sendo 3 em operação e 2 em
stand by e ainda um sistema emergência de alimentação de energia elétrica a
diesel. Não foi possível obter os dados de potência da bomba, vazão e projeto
hidráulico devido ao acesso a casa de bombas e documentos pertinentes serem de

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
99

autoridade de outra unidade organizacional na usina, as informações referentes a


reserva técnica de incêndio descritas foram todas informadas pelo engenheiro
responsável pela construção da edificação do Corpo de Bombeiros. A tubulação é
de 3 polegadas com redução para 2,5 polegadas próximo a válvula de entrada de
recebimento da edificação (figura 98), a partir da válvula da entrada (figura 99) toda
a tubulação distribuída para a edificação é de 2,5 polegadas, atendendo ao diâmetro
mínimo estabelecido no item 5.11.6.1 da IT n° 22/2015 do CBPMESP.

Figura 98 - Recebimento da água de combate a incêndio

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Todo o percurso de tubulação de combate a incêndio visível da edificação foi


percorrido, verificou-se que toda a tubulação está pintada de vermelho e nenhum
vazamento foi identificado.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
100

Figura 99 - Detalhe da válvula de entrada de 2 1/2"

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Não foi possível realizar a verificação in loco das bombas que fornecem a água de
combate a incêndio da usina, sendo todas as informações referentes as bombas
fornecidas pelo engenheiro de segurança do trabalho da edificação do Corpo de
Bombeiros.

4.2.12. Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA)

O sistema de proteção contra descarga atmosférica instalado na edificação é do tipo


para-raios de Melsens, que utiliza a gaiola de Faraday sendo envolvido por uma
armadura metálica e no telhado é instalada uma malha de fios metálicos com hastes
de cerca de 50cm (figura 100).

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
101

Figura 100 - SPDA Visão geral

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

Visualmente podemos constatar a integridade das hastes captoras, cabos


condutores, suportes isoladores tubo vertical de proteção do condutor (figura 101).

Figura 101 - SPDA detalhes verticais

Fonte: Arquivo pessoal (2017)

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
102

5. CONCLUSÕES

Este trabalho atendeu ao objetivo de analisar o sistema de proteção contra incêndio


de um data center existente, identificando as irregularidades deste sistema que
precisam de adequações para atendimento da legislação do CBPMESP.
Alguns pontos positivos merecem destaque tanto nas proteções passivas quanto
nas proteções ativa analisadas, destaque especial para a quantidade de viaturas e
equipamentos do Corpo de Bombeiros disponíveis para combate a incêndio e o
CCCE com interligação total de todo o sistema de detecção de incêndio da usina,
que oferece otimização na atuação do Corpo de Bombeiros.
Nas proteções passivas analisadas, o sistema de detecção e alarme de incêndio
estão adequadamente dimensionados, SPDA em conformidade, iluminação de
aclaramento adequadamente distribuída, os extintores estavam todos dentro do
prazo de validade e perfeitamente fixados, o sistema de tubulação de combate a
incêndio está corretamente pintado de vermelho e não apresenta nenhum
vazamento, os abrigos das mangueiras e esguichos estão em conformidade com as
Instruções Técnicas do CBPMESP. Na identificação da mangueira, o número da
norma, tipo de mangueira, mês e ano de fabricação não são informados e não existe
iluminação de balizamento, principalmente acima das portas de saída de
emergência, o que é obrigatório.
Das proteções passivas, os três acessos para as viaturas são amplos, atendem a
altura mínima requerida, TRRF e CMAR em conformidade e saídas de emergência
amplas com largura além da requerida. A sinalização de emergência deve ser toda
ajustada para as alturas estabelecidas nas Instruções Técnicas do CBPMESP e a
porta de emergência do lado sul está com o sentido de abertura invertido.
Em resumo poucos itens precisam ser corrigidos para a adequação da edificação e
atendimento da legislação do CBPMESP.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
103

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419:2005 - Proteção


de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 9077:2001- Saídas de Emergências em Edifícios. Rio de Janeiro,


2001a.

______. NBR 10897:2014 - Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros


automáticos – Requisitos. Rio de Janeiro, 2014

______. NBR 10898:2013 - Sistemas de iluminação de emergência. Rio de


Janeiro, 2013.

______. NBR 11711:2003 - Portas e vedadores corta-fogo com núcleo de


madeira para isolamento de riscos em ambientes comerciais e industriais. Rio
de Janeiro, 2003.

______. NBR 11861:1998 – Mangueiras de incêndio – Requisitos e métodos de


ensaio. Rio de Janeiro, 1998a.

______. NBR 11742:2003 - Porta corta-fogo para saída de emergência. Rio de


Janeiro, 2003.

______. NBR 12693:2013 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio


de Janeiro, 2013.

______. NBR 13434:2005 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico,


Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 13714:2000 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para


combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000.

______. NBR 14096:1998 - Viaturas de combate a incêndio - Requisitos de


desempenho, fabricação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1998b.

______. NBR 14100:1998 - Proteção contra incêndio - Símbolos gráficos para


projeto. Rio de Janeiro, 1998c.

______. NBR 14276:2006 - Brigada de incêndio - Requisitos, Rio de Janeiro, 2006

______. NBR 14432:2001 - Exigências de resistência ao fogo de elementos


construtivos de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 2001b.

______. NBR 14434:2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico -


Parte 1: Princípios de projeto. Rio de Janeiro, 2004a.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
104

______. NBR 14434:2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico -


Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004b.

______. NBR 14608:2007 - Exigência do bombeiro profissional civil, em todos os


tipos de ocupação, exceto edificações residenciais uni- e multifamiliares em número
proporcional à área construída, com cobertura de 24 horas diárias. Rio de Janeiro,
2007.

______. NBR 17.240:2010- Sistemas de detecção e alarme de incêndio - Projeto,


instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de
incêndio - Requisitos. Rio de Janeiro, 2010.

ARGUS. Detecção e alarme por aspiração VESDA, 2017. Disponível em:


<http://www.argus-engenharia.com.br/site/deteccao-e-alarme/deteccao-por-
aspiracao/>. Acesso em 15 mar. 2017.

AUREON. Iluminação de emergência de aclaramento e balizamento, 2017.


Disponível em: <http://www.aureon.com.br/iluminacao-de-emergencia-
aclaramento.php>. Acesso em 28 mar. 2017.

AUTODESK. Sustainability Workshop. Heat energy flows in buildings, 2017.


Disponível em: <https://sustainabilityworkshop.autodesk.com/buildings/heat-energy-
flows-buildings>. Acesso em 25 mar. 2017.

BOL. Mundo Educação. Radiação, condução e convecção, 2017. Disponível em:


<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/radiacao-conducao-conveccao.htm>.
Acesso em 25 mar. 2017.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. MJ cria proposta de Lei


Nacional de Segurança Contra Incêndio e Pânico. [Brasília], 2013. Disponível em:
<http://www.justica.gov.br/noticias/mj-cria-proposta-de-lei-nacional-de-seguranca-
contra-incendio-e-panico>. Acesso em 22 fev. 2017.

______. Ministério do Trabalho. Norma Regulamentadora Nº 05 - Comissão


Interna de Prevenção de Acidentes. [Brasília], 2011. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras>. Acesso em 20 fev. 2017.

BUCKA. O extintor classe K e os incêndios em cozinhas. São Paulo, 2017.


Disponível em: < http://www.bucka.com.br/o-extintor-classe-k-e-os-incendios-em-
cozinhas/>. Acesso em 17 ago. 2017.

EXTINTOR. Extintor de água pulverizada, 2014. Disponível em:


<http://www.extintor.pt/extintores-de-agua/12-extintor-de-agua-pulverizada-afff-
9l.html>. Acesso em 27 mar. 2017.

COMSTOR. O que é um data center?. 2013. Disponível em:


<http://blogbrasil.comstor.com/bid/334188/O-que-um-Data-Center>. Acesso em: 3
fev. 2017.
_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
105

FERIGOLO, Francisco Celestino. Prevenção de incêndio. Porto Alegre: Sulina,


1977.

GLOBO. Incêndio atinge prédio da Telefônica na Grande SP. São Paulo, 2009.
Disponível em:
<http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1017865-5605,00-
INCENDIO+ATINGE+PREDIO+DA+TELEFONICA+NA+GRANDE+SP.html>. Acesso
em: 14 mar. 2017.

______. Memória Globo. Incêndio no edifício Andraus. Rio de Janeiro, 2005.


Disponível em:
<http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/incendio-do-
andraus.htm> Acesso em: 15 fev. 2017.

______. O Globo. Incêndio em data center da Samsung causa problemas para


donos de TVs e celulares da marca. 2014. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/incendio-em-data-center-da-
samsung-causa-problemas-para-donos-de-tvs-celulares-da-marca-12254654>.
Acesso em: 14 mar. 2017.

______. Portal Globo. Incêndio em boate no RS mata mais de 240 na maior


tragédia em 50 anos. Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em:
<http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-incendio-boate-santa-
maria/platb/>. Acesso em: 01 abr. 2017

HIDRATEX. Alarme de incêndio. Jaú, 2017. Disponível em:


<http://www.hidrantex.com.br/produto_28_UN_Acionador-manual-de-alarme-de-
incendio-AM-C-com-Martelo-FIREMAC-sirene-placa-fotoluminescente-COR-Branco-
TAMANHO-UN-CODIGO-122>. Acesso em 28 mar. 2017.

HIDROFIRE. Extintores de incêndio. [Rio de janeiro], 2017. Disponível em:


<http://www.hidrofire.com.br/extintores_incendio_classes_d_k.htm>. Acesso em 26
mar. 2017.

ILUMAC. Alarme de incêndio endereçável. Bauru, 2017. Disponível em:


<https://www.ilumac.com.br/enderecavel>. Acesso em 28 mar. 2017.

INFRAENGENHARIA. Data Center. São Paulo, 2017. Disponível em:


<http://www.infraengenharia.com.br/#/flog/album/data-center-salas-
cofres$c=1353862274034>. Acesso em 21 fev. 2017.

ISB - Instituto Sprinkler Brasil. Estatísticas 2015. São Paulo, 2016. Disponível em:
<http://www.sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/estatisticas-
2015-anual>. Acesso em: 14 mar. 2017.

KIDDE. Novec 1230. Vinhedo, 2017. Disponível em:


<http://www.kidde.com.br/Documents/3M%20Novec%201230%20-
%20CI.pdf#search=novec%201230> . Acesso em 25 mar. 2017.
_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
106

MAIS SEGURANÇA. Descubra 6 maneiras de se auto proteger com extintores


de incêndio. Disponível em: <http://www.mais-
seguranca.pt/blog/extintores/extintores-de-incendio/>. Acesso em 27 mar. 2017.

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora 23 –


Proteção contra incêndio. Brasília – DF, 06 de maio, 2011.

ONO, R. Parâmetros de Garantia da Qualidade do Projeto de segurança contra


Incêndios em Edifícios Altos. Ambiente Construído. Porto Alegre, V. 7 n.1. pág.
97-113. Jan./mar. 2007.

GOWLETT, J. A. J. The discovery of fire by humans: a long and convoluted


process. Philosophical transactions of the Royal Society B-Biological Sciences.
Liverpool, 2016. Disponível em: <https://livrepository.liverpool.ac.uk/3004497/>.
Acesso em 05 fev. 2017.

SANTA CATARINA (ESTADO). Curso de Formação de Combate a Incêndio.


Santa Catarina, [2017]. Disponível em:
<https://biblioteca.cbm.sc.gov.br/biblioteca/index.php/component/docman/doc_downl
oad/366-manual-de-combate-a-incendios>. Acesso em 18 ago. 2017.

SÃO PAULO (ESTADO). Decreto nº 20.811, de 11 de março de 1983. Aprova


especificações para instalações de proteção contra incêndios, para o fim que
especifica. São Paulo, 1983.

SÃO PAULO (ESTADO). Decreto nº 38.069, de 14 de dezembro de 1993. Aprova


as especificações para instalações de proteção contra incêndios e dá
providências correlatas. São Paulo, 1993.

SÃO PAULO (ESTADO). Decreto nº 46.076, de 31 de agosto de 2001. Institui o


Regulamento de Segurança contra Incêndio das Edificações e Áreas de Riscos
para fins da Lei nº 684, de 30 de setembro de 1975 e estabelece outras
providências. São Paulo, 2001.

SÃO PAULO (ESTADO). Decreto Estadual nº 56.819, de 10 de março de 2011.


Institui o Regulamento de segurança contra Incêndios das Edificações e áreas
de riscos no estado de São Paulo e dá providências correlatas. São Paulo,
2011.

SÃO PAULO (ESTADO), Lei Complementar nº 1.257, de 06 de janeiro de 2015.


Institui o Código de Estadual de Proteção contra Incêndio e Emergências e dá
providências correlatas. São Paulo, 2015.

______. História do Corpo de Bombeiros. São Paulo: Corpo de Bombeiros da


Policia Militar do Estado de São Paulo, 2017. Disponível em:
<http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/internetcb/site/corpo_bombeiros.php>.
Acesso em 28 mar. 2017.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
107

______. Instrução Técnica nº 02/2012: Conceitos básicos de segurança contra


incêndio. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São
Paulo, 2015a.

______. Instrução Técnica nº 03/2011: Terminologia de segurança contra


incêndio. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, 2015b.

______. Instrução Técnica nº 06/2015: Acesso de viaturas na edificação e áreas


de risco. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo,
2015c.

______. Instrução Técnica nº 08/2011: Resistência ao fogo dos elementos de


construção. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, 2011a.

______. Instrução Técnica nº 09/2015: Compartimentação horizontal e


compartimentação vertical. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, 2015d.

______. Instrução Técnica nº 10/2015: Controle de materiais de acabamento e


de revestimento. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de
São Paulo, 2015e.

______. Instrução Técnica nº 11/2015: Saídas de emergência. Corpo de


Bombeiros da policia Militar do Estado de São Paulo, 2015f.

______. Instrução Técnica nº 14/2015: Carga de incêndio nas edificações e


áreas de risco. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, 2015g.

______. Instrução Técnica nº 17/2015: Brigada de incêndio. São Paulo: Corpo de


Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2015h.

______. Instrução Técnica nº 18/2015: Iluminação de emergência. São Paulo:


Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2015i.

______. Instrução Técnica nº 19/2015: Sistema de detecção e alarme de


incêndio. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, 2015j.

______. Instrução Técnica nº 20/2015: Sinalização de emergência. São Paulo:


Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2015k.

______. Instrução Técnica nº 21/2015: Sistema de proteção por extintores de


incêndio. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, 2015l.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
108

______. Instrução Técnica nº 22/2015: Sistemas de hidrantes e de mangotinhos


para combate a incêndio. São Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, 2015m.

______. Instrução Técnica nº 23/2015: Sistemas de chuveiros automáticos. São


Paulo: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2015n.

______. Instrução Técnica nº 41/2015: Inspeção visual em instalações elétricas


de baixa tensão. Corpo de Bombeiros da policia Militar do Estado de São Paulo,
2015o.

______. Instrução Técnica nº 43/2015: Adaptação às normas de segurança


contra incêndio – edificações existentes. São Paulo: Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2015p.

SÃO PAULO (MUNICÍPIO), Decreto Municipal nº 10.878, de 07 de fevereiro de


1974. Normas especiais para a segurança dos edifícios. São Paulo, 1974.

SÃO PAULO (MUNICÍPIO), Lei Ordinária nº 1.257, de 09 de junho de 1975. Código


de Edificações. São Paulo, 1975.

SEITO, A.I.; et al. A segurança contra incêndio no Brasil. Projeto Editora. São
Paulo - SP, 2008.

SKYFIRE. Linha convencional sirenes. Disponível em:


<http://www.skyfire.com.br/categorias/linha-convencional/sirenes-2/>. Acesso em 28
mar. 2017.

TELECON, Avanzi. Detecção e alarme de incêndio. Disponível em:


<http://www.avanzitelecom.com.br/alarme_incendio.php>. Acesso em 28 mar. 2017.

USP. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Proteção Contra Incêndios


e Explosões: Parte A. São Paulo: USP, 2015a. (Apostila)

______. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Proteção Contra


Incêndios e Explosões: Parte B. São Paulo: USP, 2015b. (Apostila)

ESTADOS UNIDOS. U.S. Department of Energy. Doe fundamentals handbook.


Thermodynamics, heat transfer and fluid flow. Washington, 1992. 2 v.

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.
109

ANEXOS

Fonte: Argus, 2017

_________________________________________
1Citaçãoé a menção no texto de informações ou pontos de vista de outros pesquisadores, o que dá
ênfase aos aspectos abordados e contribui para a credibilidade do trabalho.

Você também pode gostar