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Biotécnicas da reprodução em bovinos: aplicações práticas

Article · January 2022


DOI: 10.4322/2763-955X.2022.003

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6 authors, including:

Revista Brasileira de Buiatria Marcelo Marcondes Seneda


Associação Brasileira de Buiatria Universidade Estadual de Londrina
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Fábio Morotti
Universidade Estadual de Londrina
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Volume 1 - 2022

REPRODUÇÃO

Associação Brasileira
de Buiatria
BIOTÉCNICAS DA REPRODUÇÃO EM BOVINOS:
APLICAÇÕES PRÁTICAS
BIOTECHNIQUES OF REPRODUCTION IN CATTLE:
PRACTICAL APPLICATIONS
1 1 1,2
Marcelo Marcondes Seneda , Deborah Nakayama Yokomizo , Fernanda Amarante Mendes de Oliveira ,
1 1
Mariana Moreira dos Anjos e Fabio Moro

RESUMO
1 Laboratório de Biotecnologia de
Reprodução Animal, DCV, Centro
de Ciências Agrárias, Universidade O uso das biotecnologias reprodutivas como forma de amplificar os resultados e aumentar a eficiência
Estadual de Londrina (UEL), reprodutiva vem ganhando espaço na pecuária. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é uma
Londrina, Paraná, Brasil.
ferramenta associada ao uso dos protocolos hormonais que possibilita o controle do momento da inse-
minação artificial, facilitando o manejo e resultando em lucratividade para o produtor. Visando ampli-
2 Instituto Federal de Educação, ar ainda mais a produtividade e eficiência do rebanho, a ressincronização possibilita a redução no
Ciência e Tecnologia do Amazo-
nas, Campus Tabatinga (IFAM - tempo entre as inseminações, menor número de touros de repasse e maior concepção por inseminação
CTBT), Tabatinga, Amazonas,
Brasil............................... ao final da estação reprodutiva. Dentre as biotécnicas reprodutivas a transferência de embrião (TE)
também tem se beneficiado com a utilização de protocolos hormonais. Atualmente a maioria das
transferências ocorrem sem a necessidade de detecção de estro, sendo realizada em tempo fixo (TETF)
Autor
Autor
Autorparapara
para correspondência:
correspondência:
correspondência: de forma semelhante ao que é realizado em programas de IATF. O aumento na implantação destas
dantas@ufv.br
camila.ba
marcelo.seneda@uel.br
sta@cruzeirodosul.edu.br
biotecnologias reprodutivas em rebanhos comerciais, deve-se ao amplo estudo realizado nos últimos
anos e aos avanços dos protocolos hormonais. O objetivo desta revisão é abordar as principais estraté-
Revista Brasileira de Buiatria gias reprodutivas baseadas em protocolos hormonais de IATF, ressincronização e TE em bovinos.
Reprodução,
Volume 1, Número 1, 2022

ISSN 2763-955X Palavras-chave: protocolos hormonais, receptoras, ressincronização, sincronização, transferência de embrião.
DOI:10.4322/2763-955X.2022.003

ABSTRACT

e use of reproductive biotechnologies to amplify results and increase reproductive efficiency has
been increasing in livestock. Fixed time artificial insemination (FTAI) is a tool associated with the use
Associação Brasileira of hormonal protocols that makes it possible to control the timing of artificial insemination, facilitat-
de Buiatria ing management and resulting in profitability for the producer. Aiming to further increase the produc-
tivity and efficiency of the herd, resynchronization makes it possible to reduce the time between
inseminations, reduce the number of clean-up bulls and a greater conception by insemination at the
end of the breeding season. Among reproductive biotechnologies, embryo transfer has also benefited
from the use of hormonal protocols. Currently most transfers occur without the need for estrus detec-
tion, being performed at fixed time (FTET) in a similar way to what is performed in FTAI programs.
e increase in the implementation of these reproductive biotechnologies in commercial herds is due
to the extensive study carried out in recent years and advances in hormonal protocols. is review aims
to discuss reproductive strategies based on TAI protocols, resynchronization and embryo transfer in
cattle and their fundamentals.

Keywords: hormonal protocols, recipient cows, resynchronization, synchronization, embryo transfer.

1
Revista Brasileira de Buiatria - Reprodução, Volume 1, Número 1, 2022.

2,6,7
intervalos entre estros podem ser prolongados .
INTRODUÇÃO O uso dos protocolos hormonais também tem
facilitado o manejo de doadoras e receptoras em pro-
Atualmente a pecuária dispõe de uma série de gramas de TE, com o controle da emergência da onda
biotecnologias reprodutivas que se implementadas folicular e da ovulação em horários pré-determinados,
8
adequadamente permitem maior desempenho compa- sem detecção de estro . Os protocolos utilizados na TE
rado a reprodução natural, melhorando a eficiência por tempo fixo (TETF) são, basicamente, os desenvol-
9,10
reprodutiva e o ganho genético, tanto nos rebanhos de vidos para IATF . A utilização de TETF tem evitado
1
corte quanto de leite . Dentre as biotecnologias exis- perdas associadas à detecção de estro proporcionado
11
tentes, a inseminação artificial (IA) e a transferência de maior praticidade na técnica , aumentado o número de
embriões (TE) são as mais utilizadas no mundo, sendo receptoras transferidas e taxa de prenhez, além de redu-
12
na maioria das vezes associadas a protocolos de sincro- zir a mão de obra e manejo dos animais .
nização da ovulação, ferramenta que possibilita a exe- A disseminação de procedimentos reproduti-
cução destas técnicas em um tempo pré-estabelecido e vos eficientes, como os programas de IATF, ressincro-
2
sem a necessidade de observação de estro, chamado de nização e a TETF tem contribuído no aumento do
tempo fixo. A IA também permite o uso do sêmen número de animais de capacidade genética superior e
13
congelado e descongelado, enquanto na TE as recepto- de alta produtividade , proporcionando melhor lucra-
ras são sincronizadas para receber embriões produzi- tividade na pecuária. Portanto, o objetivo da revisão foi
dos in vivo, por superovulação seguida de coleta dos discorrer sobre as biotecnologias da IATF, ressincroni-
embriões por lavagem uterina, ou mesmo produzidos zação e TETF presentes no cenário da pecuária bovina
2
in vitro (PIVE) . e seus fundamentos.
Quanto ao uso da inseminação artificial por
tempo fixo (IATF), esta possibilita a inseminação de INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
grandes plantéis de forma otimizada por permitir o EM TEMPO FIXO
controle do estro e da ovulação, facilitando o manejo
dos animais e melhorando os índices reprodutivos na Durante o ciclo estral bovino, geralmente ocor-
3,4
fazenda . Os protocolos de IATF associam hormôni- re de duas a três ondas de crescimento folicular e cada
os como a progesterona/progestágenos, prostaglandi- onda resulta no desenvolvimento de um único folículo
na F2α (PGF2α), ésteres de estradiol, hormônio libe- dominante anovulatório ou ovulatório. A interação
rador de gonadotrofina, entre outros, e objetivam o entre os hormônios ao decorrer da formação da onda
controle do crescimento folicular, regulação da fase folicular promove o recrutamento, desenvolvimento,
14
lútea e a indução da ovulação em um tempo fixo. Além seleção e regressão/ovulação do folículo (Figura 1). O
disso, os programas de IATF são alternativas eficientes controle do ciclo estral e da ovulação por meio de pro-
em casos de anestro pós-parto, visto que programas de tocolo hormonal ocorre em três sequências principais:
IA apresentam baixa eficiência em rebanhos com
5,3
intenso anestro pós-parto . Neste contexto, a sincro- Sincronização da emergência da onda de
nização do estro para a IA otimiza o manejo reproduti- crescimento folicular,
vo, do mesmo modo o uso da ressincronização de Controle da fase progesterônica,
forma adequada é uma ferramenta útil para melhorar a Indução da ovulação em um tempo fixo.
taxa de concepção. Sem o auxílio do diagnóstico preco-
ce de gestação e os protocolos de ressincronização os

2
Revista Brasileira de Buiatria - Reprodução, Volume 1, Número 1, 2022.

E2 FSH B
P4 LH
PGF2α
Corpo Lúteo
Ovulação
Concentração hormonal

5 10 15 21 Dias
Estro Metaestro Diestro Proestro Estro

Figura 1. Desenvolvimento folicular em bovinos (Fonte: Adaptado de Ireland et al.14).

Sincronização na emergência da onda vo intravaginal de P4 e 2 mg de benzoato de estradiol


folicular (BE) (3,3 ± 0,6 versus 4,3 ± 0,2 dias)5.
Os análogos do GnRH associados a P4 são
O emprego de protocolo hormonal do progra- alternativas para a sincronização das ondas foliculares
ma de IATF tem por objetivo, em uma fase dispersa do em vacas de alta produção leiteira. Em vacas Bos taurus
ciclo estral, sincronizar o início de uma nova onda foli- com aptidão leiteira, o uso de 100µg de GnRH resultou
15
cular, no qual é dado como dia zero (D0) . A combina- em emergência de ondas foliculares mais precoce, cerca
ção hormonal mais utilizada para esta finalidade é a de dois dias antes em relação às vacas tratadas com 2
base de progesterona (P4) e estrógeno (E2) e/ou hor- mg de BE e 50 mg P4 intramuscular (IM)18.
mônio liberador de gonadotrofina (GnRH). A P4
suprime a elevação da concentração de hormônio lutei- Controle da fase progesterônica
nizante (LH), mimetizando o corpo lúteo (CL), e
assim inibe a atividade dos folículos grandes. Já o E2 A fase progesterônica é controlada de forma
diminui a liberação do hormônio folículo estimulante eficaz pela associação do dispositivo de P4 e agente
(FSH) e como consequência, impede o desenvolvi- luteolítico, como a PGF2α e seus análogos sintéticos,
mento de folículos menores, sendo possível observar podendo também ser utilizados de forma isolada. O
5,15-17
nova onda emergir após quatro dias . Neste contex- objetivo da utilização do dispositivo de P4 é mimetizar
to, não há diferenças consideráveis entre o intervalo da o efeito do CL e a sua remoção pode ser realizada entre
15,19,20
sincronização da onda em Bos indicus e Bos taurus, os dias cinco e nove (D5 a D9) do protocolo . Já a
observado após a aplicação do protocolo com dispositi- PGF2α e seus análogos objetivam a luteólise, na qual a

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Revista Brasileira de Buiatria - Reprodução, Volume 1, Número 1, 2022.

regressão é observada no ultrassom de maneira gradual entanto, assemelham-se no objetivo principal de sin-
24 a 48 horas após sua aplicação. O agente luteolítico é cronizar a emergência da onda de crescimento folicular,
capaz de reduzir a concentração plasmática de P4 no controlar a fase progesterônica e induzir a ovulação em
animal, de 80 a 100% após a sua aplicação21. um tempo fixo .
15

A PGF2α garante que ocorra a luteólise e con-


trole da fase progesterônica22. Sua aplicação pode ser
realizada em três momentos: na retirada do dispositivo
Dispositivo P4
de P4, em até 48 horas antes da remoção do dispositivo
ou no início do protocolo (dia da inserção)9,23. Foi D0 D8 D9 D10
observado em vacas tratadas com dinoprost trometa- BE PGF2α BE IA
eCG
mina 48 horas antes da retirada do dispositivo uma
menor concentração plasmática de P4 e melhor taxa de Dispositivo P4

ovulação em comparação com a aplicação na mesma


D0 D8 D10
hora da retirada do dispositivo de P4 (4,58 ±
BE PGF2α IA
0,21ng/mL versus 3,05 ± 0,21ng/mL)24. eCG
CE

Sincronização da ovulação
Figura 2: Protocolos hormonais empregados em programas
de sincronização de estro15.
Os hormônios mais utilizados para induzir e
melhorar a taxa de ovulação podem ser indutores indi-
retos como os ésteres de estradiol, ou indutores diretos Aprimoramentos na IATF
como análogos do GnRH e LH. O mais usual de
melhor custo-benefício em rebanhos Bos indicus é o BE A IATF aumenta a eficiência reprodutiva do
aplicado 24 horas após a retirada do dispositivo de P4 rebanho com a taxa de serviço em 100%, contribuindo
ou cipionato de estradiol (CE) aplicado no dia da reti- com a economia da propriedade2. Apesar dos progra-
rada do dispositivo25. Em 75% das vacas tratadas com mas de sincronização possuírem diversas vantagens,
BE ou CE ao final do tratamento com P4, a ovulação para resultados satisfatórios são necessárias boas práti-
ocorreu de 72 a 84 horas após a retirada do implan- cas nutricionais, qualidade de sêmen e mão de obra
te16,26,27. qualificada.
Os indutores diretos possuem um alto custo e O anestro pós-parto representa um dos princi-
são mais utilizados em outras biotécnicas, como na pais fatores que afetam os programas reprodutivos,
superovulação, ou em outras situações mais específicas. sendo resultante de desequilíbrio na secreção de LH
Apesar disso, análogos do GnRH apresentam ótima muito frequente em animais Bos indicus3. Sua ocorrên-
aplicabilidade em fêmeas de baixa ou nenhuma expres- cia resulta em redução de 15 a 20% da taxa de concep-
são de estro durante os programas de IATF, sendo utili- ção, e é agravada principalmente pelas restrições nutri-
zado sozinho ou em associação com CE ou BE28. cionais que ocorrem dependendo da sazonalidade das
Existem variados protocolos hormonais para forrageiras3,29.
IATF, diferindo-se em dosagens, manejos e hormônios Neste contexto, um hormônio que tem auxilia-
utilizados (Figura 2), que se adequam em determinadas do os programas reprodutivos de animais com certos
categorias e situações reprodutivas do rebanho. No desafios nutricionais é a gonadotrofina coriônica

4
Revista Brasileira de Buiatria - Reprodução, Volume 1, Número 1, 2022.

D0 D9 D10 D11

24h 30-36h

Dispositivo Intravaginal Retirada do dispositivo BE (1mg) IATF


de P4 PGF2α Retorno dos Bezerros
BE (2,5mg) RTB

Figura 3. Esquema da estratégia de retirada temporária do bezerro (RTB) em um programa de IATF33.

equina (eCG). A eCG é um hormônio glicoproteico as inseminações. Deste modo, a ressincronização da


utilizado como um excelente suporte gonadotrófico em ovulação é uma estratégia reprodutiva desenvolvida
um programa de IATF, devido a sua capacidade de auxi- para fêmeas que falharam após receber o procedimento
liar no crescimento do folículo dominante com a sua de IA, sem, no entanto, comprometer a viabilidade das
bioatividade mista (2/3 FSH e 1/3 LH, aproximada- fêmeas com gestação previamente estabelecida1.
mente)30-32. Seu uso é recomendado principalmente em A ressincronização permite em curto período
fêmeas com intenso anestro e/ou de escore de condição diagnosticar as fêmeas não prenhes, sincronizar a ovu-
corporal (ECC) menor que três17. Outra estratégia alia- lação e proceder a IA reduzindo o período de serviço e
da aos protocolos de IATF é a retirada temporária do encurtando a estação de nascimento. É, portanto, uma
bezerro (RTB) (Figura 3). Essa prática aumentou em estratégia reprodutiva interessante por associar as altas
22% a taxa de concepção em vacas Bos indicus, retirando taxas de prenhez por IA, a eliminação da observação de
o bezerro no D933. Em vacas Nelore tratadas com estro com o uso de protocolos hormonais, a redução do
GnRH e com a técnica de RTB ocorreu aumento no número de touros de repasse após programas de IA e
diâmetro do folículo dominante e na taxa de ovulação IATF, além de concentrar o período de nascimento
em 85%, em comparação às vacas com GnRH sem com benefícios no manejo de bezerros2,7.
RTB34. Todas estas práticas (tratamento com eCG ou Os tratamentos hormonais utilizados para a
RTB) melhoram a liberação de LH para o folículo ressincronização da ovulação em fêmeas bovinas são
dominante e resultam em maior resposta ovulatória. semelhantes aos protocolos utilizados na IATF e des-
critos anteriormente. Um dos tratamentos mais utili-
Programas de ressincronização da zados para a ressincronização envolve o uso de disposi-
ovulação tivo intravaginal de P4 e BE, combinado com a aplica-
ção de PGF2α, CE e/ou GnRH-38, esta combinação de
A IA é uma biotécnica estabelecida no mundo hormônios permite a sincronização do surgimento de
todo por proporcionar retorno econômico, melhorar a nova onda de crescimento folicular em fêmeas não pre-
taxa de produção de bezerros, além de ganhos genéticos nhes.
e produtivos. No entanto, este retorno está ligado às Além dos hormônios já citados, o uso de eCG
estratégias que possam auxiliar o uso da técnica, com ou RTB (de 48 a 72 horas) tem sido recomendado para
foco na melhoria da taxa de serviço e no intervalo entre estimular o crescimento final do folículo dominante

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em protocolos de ressincronização de fêmeas pós- cronização tradicional/convencional, realizada de 28 a


parto37. Considerando a já citada redução de 15 a 20% trinta dias após a 1ª IATF7,39 ou antes mesmo de conhe-
da taxa de concepção para fêmeas com alta taxa de anes- cer o estado gestacional da fêmea, a chamada ressincro-
tro3,38. Neste contexto a administração de eCG em nização precoce, realizada de 22 a 23 dias após a 1ª
vacas lactantes em anestro tem sido recomendada por IATF em todas as fêmeas37,40. Ainda, com a recente
melhorar a taxa de prenhez em aproximadamente 50%, implementação da ultrassonografia Doppler na avalia-
semelhante ao observado em vacas cíclicas22,52. ção ovariana, possibilitou-se a ressincronização super-
A ressincronização da ovulação pode ser inicia- precoce, realizada de doze a catorze dias após a 1ª
da no dia do diagnóstico de gestação após a confirma- IATF1,41(Figura 4).
ção de que a fêmea não está prenhe, sendo essa a ressin-

1 Ressincronização tradicional ou Ressincronização 30 dias Figura 4. Diagrama dos três programas de ressincroniza-
ção da ovulação para inseminação artificial em tempo fixo
Diagnóstico de (IATF): (A) Ressincronização tradicional, o protocolo
gestação
eCG eCG
PGF2α PGF2α
hormonal inicia no dia do diagnóstico de gestação (28 a
BE EC BE EC
1ª IATF 2ª IATF 32 dias após a 1ª IATF) em vacas não prenhes. (B) Res-
48h 48h
P4 P4 sincronização precoce, o protocolo hormonal é iniciado
Dia 0 Dia 9 Dia 10 Dia 40 Dia 48 Dia 50 em todas as fêmeas entre 22 e 23 dias após a 1ª IATF, oito
30 dias dias após é retirado o dispositivo de P4 e realizado o diag-
Sincronização Ressincronização
nóstico de gestação, apenas fêmeas não prenhes dão con-
tinuidade ao protocolo. (C) Ressincronização superpre-
2 Ressincronização precoce ou Ressincronização 22-23 dias coce, o protocolo hormonal a base de P4 (implante +
injetável) é iniciado em todas as fêmeas aos doze a qua-
Diagnóstico de
gestação torze dias após a 1ª IATF, oito dias após é realizada a
ultrassonografia Color Doppler para avaliação da perfu-
eCG
PGF2α
eCG
PGF2α
são sanguínea do corpo lúteo, apenas fêmeas com vascu-
BE EC BE EC
1ª IATF 2ª IATF larização ausente ou baixa (<25%) dão continuidade no
48h 48h
P4 P4 protocolo. Legenda: P4= progesterona, BE= benzoato de
Dia 0 Dia 8 Dia 10 Dia 32 Dia 40 Dia 42 estradiol, eCG= gonadotrofina coriônica equina,
22 dias PGF2α= prostaglandina F2α, CE= cipionato de estradi-
Sincronização Ressincronização
ol e IATF= inseminação artificial em tempo fixo (Adap-
tado de Baruselli et al.47).
2 Ressincronização superprecoce ou Ressincronização 12-14 dias

Ultrassonografia Color
Doppler
(vascularização do CL)

eCG eCG
PGF2α PGF2α
BE EC BE EC
1ª IATF 2ª IATF
48h 48h
P4 P4

Dia 0 Dia 8 Dia 10 Dia 24 Dia 32 Dia 34

14 dias
Sincronização Ressincronização

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A ressincronização aos trinta dias foi uma das (< 25% da perfusão sanguínea e área < 2cm²) as fêmeas
primeiras estratégias de ressincronização utilizadas, são consideradas não prenhes e o protocolo de ressin-
consiste em realizar o diagnóstico de gestação de 28 a cronização tem continuidade com a remoção do dispo-
32 dias após a IATF. Assim, apenas as fêmeas não pre- sitivo intravaginal, aplicação de PGF2α, CE, eCG e
nhes são submetidas ao segundo protocolo hormonal, inseminação após 48 horas (dia 24). Se a perfusão san-
resultando em um intervalo de quarenta dias entre as guínea luteal for moderada a forte, com escores de 2, 3
IATF7,42. Esta ressincronização resulta em uma taxa de ou 4, as fêmeas são consideradas prenhes e não recebem
concepção de 50 a 60% para cada IATF, com a taxa de nenhum tratamento hormonal, apenas a reavaliação
prenhez final podendo ser superior a 80% e permitindo com ultrassom modo B para confirmação de prenhez
a realização de até três IA em um intervalo de oitenta no dia trinta. Comparado ao protocolo precoce (22 a 23
dias1. dias após a 1ª IATF), a ressincronização superprecoce
Com o uso da ressincronização precoce é possí- antecipa em oito dias a segunda inseminação e em trin-
vel iniciar um segundo protocolo hormonal aos 22 a 23 ta dias quando comparado ao protocolo tradicional
dias após a IATF, porém sem diagnóstico prévio de (aos 28 a trinta dias após a 1ª IATF), tornando a estação
gestação. Portanto, todas as fêmeas inicialmente trata- reprodutiva extremamente curta e com intervalo de 24
das no protocolo de IATF recebem o dispositivo intra- dias entre as IATF2,41,44.
vaginal de P4 e injeção de BE aos 22 a 23 dias após a 1ª Após o período de reconhecimento materno da
IATF, independente do estado gestacional37,,43. Após a gestação, há uma manutenção de alta vascularização do
remoção do dispositivo de P4, entre oito e nove dias CL, permitindo, portanto, a avaliação indireta do esta-
após sua inserção, é feito o diagnóstico de gestação por do gestacional da fêmea, através da avaliação do escore
ultrassonografia e as fêmeas não prenhes recebem de vascularização do CL por ultrassonografia Color
injeção de PGF2α e um indutor de ovulação37,40,47. Doppler. Esta técnica permite um diagnóstico de ges-
Já o programa de ressincronização superpreco- tação mais precoce do que a identificação por ultrasso-
ce é realizado dos doze a catorze dias após a IATF. nografia modo B. No entanto, as fêmeas com CL vas-
Todas as fêmeas recebem o protocolo hormonal com cularizado precisam ser reavaliadas oito a dez dias depo-
uso do dispositivo intravaginal de P4 e 50 a 100 mg de is com ultrassonografia modo B para visualizar a vesí-
P4 injetável, via intramuscular. O diagnóstico de gesta- cula gestacional e descartar falsos positivos (fêmeas
ção é feito no dia 22 com uso de ultrassonografia Color classificadas como prenhes pela vascularização do CL,
Doppler pela avaliação da perfusão sanguínea luteal porém sem vesícula gestacional), o que não está relacio-
(Figura 5). Em caso de vascularização ausente ou baixa nado necessariamente com o erro no diagnóstico gesta-

B0 1 2 3 4

Figura 5. Imagens ultrassonográficas de corpo lúteo bovino, representando os escores 0, 1, 2, 3 e 4 para perfusão sanguínea luteal.
Imagens 0 e 1 são referentes a vacas não gestantes e as 2, 3 e 4 de vacas gestantes45.

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cional e sim por ciclos estrais longos (> 22 dias), perdas ram maior taxa de concepção (85%), comparada às pri-
gestacionais e ineficiência da sincronização no primei- míparas (76%) e multíparas (78%). Neste estudo todos
ro protocolo de IATF45-48. Assim, o uso da ultrassono- os animais receberam uma fonte de P4, no caso, dispo-
grafia Color Doppler para a avaliação da vascularização sitivo intravaginal para vacas e implante auricular para
do CL é essencial para classificar o estado gestacional novilhas, em combinação com 2 mg de BE no D0.
dos animais em programa de ressincronização super- Todas as fêmeas receberam 250 µg de cloprostenol, 300
precoce49. UI de eCG e CE (1 mg para vacas e 0,5 mg para novi-
Programas reprodutivos que permitissem a lhas), com retirada de P4 no oitavo dia. A IATF foi
inseminação a cada 21 dias seriam os ideais, pois teriam realizada 48 horas após a retirada da fonte de P4. Trinta
taxa de serviço de 100% (21/21). Neste contexto, a res- dias após a 1ª IATF todas as fêmeas foram avaliadas
sincronização com catorze dias é a estratégia que mais por ultrassonografia, e as fêmeas não prenhes foram
se aproxima desta taxa de serviço ideal, sendo: ressincronizadas utilizando o mesmo tratamento hor-
monal, e a taxa de prenhez avaliada por ultrassonogra-
87,5% (24/21) para a ressincronização aos 14 dias, fia trinta dias após a 2ª IATF.
66% (32/21) para a ressincronização aos 22 a 23 A ressincronização precoce antecipa a 2ª IATF
dias e em oito a nove dias, todas as fêmeas recebem os hormô-
52,5% (40/21) para a ressincronização aos 30 nios iniciais do protocolo, dispositivo de P4 e 1 a 2 mg
dias2. de BE, entre dezenove e 23 dias após a 1ª IATF, inde-
pendente de seu estado gestacional. Além de promove-
Os programas de ressincronização em bovinos rem a atresia folicular e sincronizar o crescimento foli-
tem obtido resultados satisfatórios, os dados demons- cular, os ésteres de estradiol podem induzir a luteóli-
50,51 35,43
tram aproximadamente 50% de prenhez após cada se . No entanto, estudos com fêmeas Bos taurus e
37,40
IATF. Estratégias que resultam em 80 a 90% de pre- Bos indicus não relataram interrupção da gestação
nhez durante os 24 a quarenta dias de estação de mon- obtidas na 1ª IATF com o uso de GnRH ou BE na res-
ta, conforme o protocolo de ressincronização adotado, sincronização precoce. Não houve redução nas taxas de
contribuindo para o maior ganho genético do rebanho, concepção em vacas Nelore tratadas (54%) ou não
37
além de reduzir o número de touros na fazenda. A (47,8%) com 2 mg de BE em 23 dias após a IATF . As
monta natural com touros, em algumas situações pode perdas gestacionais foram semelhantes em fêmeas
ser associada a ressincronização por dez a quinze dias Nelore tratadas com 1 mg de BE (4,1%) em compara-
após a 2ª e 3ª IATF até o final da estação de monta2,7. ção às não tratadas (2%) e mantidas com touro para
40
Variações nos resultados são observadas, como monta natural . As taxas de concepção são semelhan-
na concepção de acordo com o número de partos das tes às obtidas com ressincronização de trinta dias, con-
fêmeas. Vacas primíparas e secundíparas apresentaram forme demonstrado anteriormente, resultando em
redução na taxa de concepção na 1ª e 2ª IATF (20%) aproximadamente 50% de prenhez na 2ª IATF, e um
em relação às novilhas e vacas multíparas. Esta redução total de 75% de concepção em 32 a 33 dias de servi-
37,40
é possivelmente associada a limitações nutricionais e ço .
não à própria fertilidade da categoria. As taxas de con- Taxas de prenhez semelhantes foram obtidas
cepção entre as diferentes categorias de fêmeas Nelore utilizando a ressincronização precoce (22 dias) versus
foram diferentes em um estudo avaliando performan- ressincronização superprecoce (quatorze dias), na 1ª
ce7. Ao final da estação de monta as novilhas apresenta- sincronização as taxas foram de 48% versus 53%, e na

8
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ressincronização de 56% versus 51%, respectivamente. de monta apresentaram aumento nas taxas de produ-
As taxas cumulativas de prenhez após 32 e 24 dias de ção, como abate precoce, precocidade reprodutiva, e
estação reprodutiva também foram semelhantes para suas mães tiveram maiores taxas de prenhez ao final da
53
ressincronização precoce (77%, 97/126) e ressincroni- estação de monta .
zação superprecoce (75%, 89/118). No entanto a res-
sincronização aos quatorzes dias melhorou a taxa de TRANSFERÊNCIA DE
serviço a cada 21 dias com 87,5% comparado a 66% EMBRIÃO (TE)
para ressincronização aos 22 a 23 dias47.
Em geral, taxas de concepção reduzidas são A técnica de TE consiste em depositar o
observadas na 2ª e 3ª IATF. Além do número de partos, embrião, oriundo de genitores geneticamente selecio-
deve-se considerar outros fatores, como ECC e estado nados, no trato reprodutivo de uma fêmea receptora,
de saúde do rebanho. A redução do tempo de serviço de visando aumentar o número de animais de capacidade
13
62 a 80 dias com três IATF proporciona um intervalo genética superior e de alta produtividade , encurtando
entre partos curto e uma melhora considerável na efi- o intervalo de geração, estimulando o uso de testes gené-
ciência reprodutiva (intervalo médio entre partos infe- ticos de touros, além de proporcionar maior controle de
54,55
rior a doze meses). doenças e melhora da fertilidade das doadoras . Os
Após a utilização de um protocolo de sincroni- embriões para TE originam-se tanto de produção in
zação da ovulação, é esperado que as fêmeas que não vivo quanto de produção in vitro (PIV), dos quais para
conceberam retornem ao estro de maneira síncrona. O auxílio da produção podem contar com o emprego das
comportamento de estro comumente se concentra técnicas de superovulação (SOV), aspiração folicular
após dezoito a 23 dias da IATF e as práticas reproduti- (OPU), sexagem e criopreservação. Assim, o conjunto
vas podem ser combinadas estrategicamente neste destas biotecnologias têm contribuído para um melhor
momento para maior otimização no manejo dos ani- desempenho dos rebanhos bovinos por favorecer a sele-
mais17,52. ção e a propagação de animais de alto mérito genéti-
56,57
Finalmente, outro benefício associado à ressin- co .
cronização está relacionado à maior concentração na Embriões produzidos in vivo e in vitro podem
estação de nascimentos e ganhos produtivos. Ao con- ser transferidos as receptoras como embriões frescos ou
58,59
centrar o período de nascimento considera-se que o congelados e descongelados . Neste contexto, é váli-
desempenho produtivo de bezerros até o desmame do destacar que os métodos de criopreservação de
sofre interação entre o mês de nascimento e a localiza- embriões bovinos vêm tornando a técnica de TE mais
ção geográfica. Por exemplo, em países tropicais têm eficiente, não dependendo da disponibilidade imediata
60
sido observado variações no peso do bezerro ao desma- de receptoras . Porém taxas de prenhez oriundas de
me, sendo que bezerros nascidos de agosto a outubro embriões criopreservados são ligeiramente menores do
61
foram os mais pesados ao desmame. Isso ocorre possi- que as alcançadas em embriões frescos . Embriões
velmente devido à alta concentração de partos no final produzidos in vitro, também apresentam menores
do inverno e início da primavera após a concepção taxas de prenhez comparados aos de produção in
61,58,57
durante os meses de alta disponibilidade de alimento. vivo .
Portanto, uma estação reprodutiva curta visa melhorar Na implementação do programa de TE é de
o desempenho da progênie. Além disso, bezerros cujas extrema importância analisar aspectos relacionados à
54,63
concepções ocorreram na primeira metade da estação nutrição, manejo , estágio de desenvolvimento

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embrionário, sincronia do embrião-doadora-receptora recebem um embrião68. Protocolos baseados na redução


e qualidade do embrião e do CL64-67 pois, são fatores que do tempo de permanência do dispositivo de P4 e pro-
afetam diretamente a taxa de prenhez e o uso desta tec- longamento do proestro com altos níveis de estrogênio,
nologia. Amplos estudos vêm sendo realizados para vem ganhando atenção74 como o Co-Synch de cinco
identificar e solucionar os pontos críticos que ainda dias e J-Synch.
limitam a técnica. O protocolo Co-Synch de cinco dias (Quadro
A ineficiência da detecção do estro em recepto- 1) é um tratamento baseado em GnRH e tem apresen-
ras é um fator que limita a ampla aplicação dos progra- tado maiores taxas de prenhez do que os de protocolo
mas de TE10. No intuito de evitar perdas associadas à Co-Synch de sete dias (tradicional)75. Tem se levantado
detecção de estro e maior praticidade na técnica, utili- hipóteses da necessidade de aumentar a dose de
za-se protocolos hormonais para sincronização da ovu- PGF2α no protocolo76-78, no entanto, ainda não é esta-
lação em receptoras11, caracterizando a transferência de belecida a real necessidade do aumento, podendo não
embrião em tempo fixo (TETF). Uma alternativa útil ser necessária em determinadas circunstâncias74. Bons
para aumentar o número de receptoras aptas ao progra- resultados foram obtidos com o uso do eCG no proto-
ma de transferência10. colo de Co-Synch de cinco dias, em vacas em anestro
pós-parto e baixo ECC74,79.
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO O protocolo denominado J-Synch (Quadro 1)
EM TEMPO FIXO (TETF) é baseado na redução para seis dias no período de expo-
sição do dispositivo de P4 e prolongamento do proes-
A utilização de protocolos de sincronização da tro pela administração de GnRH 72 horas após a remo-
ovulação em bovinos, permitem a TE em período pré- ção do dispositivo P4, em vez de CE na remoção do
determinado sem a necessidade de detecção de estro68. dispositivo80. Recomenda-se a administração de eCG
Os protocolos utilizados na TETF são basicamente, os ao utilizar protocolo J-Synch em animais em anestro,
desenvolvidos originalmente para IATF9,10, geralmente baixo ECC e receptoras de embriões74. Ao comparar
baseados em análogos do GnRH69 e E29, incluindo o com protocolo tradicional, tem se obtido melhor taxa
uso por sete ou oito dias de dispositivo de P463,70,71. Vári- de prenhez em TETF em novilhas de corte com proto-
os protocolos vêm sendo desenvolvidos, no intuito de colo J-Synch81-83.
melhorar as taxas de prenhez após a TETF72. O uso de protocolos que permitam a transfe-
Atualmente os protocolos de TETF utilizados rência de embriões sem a necessidade de detecção de
em receptoras baseiam-se no uso de dispositivo de P4 estro, ou seja TETF, tem se apresentado como uma
associado a aplicações de eCG, PGF2α, E2 e análogos alternativa útil na transferência comerciais de embriões
do GnRH11,73. Mudanças como, a administração de bovinos85, auxiliando na otimização da técnica. No
eCG, resultaram em aumento das taxas de prenhez e entanto, a efetividade da TETF pode sofrer influência
facilidade de execução10. Os avanços nos protocolos de outros fatores relacionados aos embriões, animais e
têm melhorado o manejo de doadoras e receptoras8. O seu manejo12,86-89.
protocolo mais comum, consiste na inserção de dispo-
sitivo de P4 e aplicação de 2 mg de BE no dia zero e
retirada do dispositivo no dia sete ou oito, acompanha-
da da aplicação de PGF2α, 300 a 400 UI de eCG e 0,5
ou 1 mg de CE. Após nove dias as receptoras com CL

10
Nome Esquema Recomendações

Em novilhas recomenda-se a aplicação de


P4
Convencional 300 UI de eCG e 1 mg de BE após a
re rada do disposi vo intravaginal de P4.

Intervalo de 60 a 66 horas entre a


re rada do disposi vo de P4 e o GnRH
em novilhas e 72 horas em vacas.
CO-Synch de 5 dias P4 P4
Indica-se realizar eCG em fêmeas
em anestro e escore corporal baixo
e uma segunda dose de PGF2α
na re rada do implante ou seis a doze
horas após.

Intervalo de 60 a 72 horas entre a


re rada do disposi vo de P4 e o GnRH
P4
em novilhas de corte. Indica-se realizar
Protocolo J-Synch eCG (300 UI em novilhas e 360 UI em
vacas) em fêmeas em anestro, escore
corporal baixo e receptoras de
embrião.

GnRH: Hormônio liberador de gonadotrofina, P4: Progesterona, PGF2α: prostaglandina F2α (0,50 mg cloprostenol sódico ou 0,25 mg de dinoprost trometamina), BE: Benzoato de estradiol, eCG:
Gonadotrofina Coriônica Equina, TETF: Transferência de embrião em tempo fixo. (Fonte: Adaptado de Pérez-Mora et al.57, Pontes et al.62, Bó et al.74, Menchaca et al.81-83, Cruppe et al.84).

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embrião congelado ou fresco, local de depósito do


Fatores que influenciam na taxa
embrião no útero, sincronia embrião-doadora-
de prenhez
receptora, qualidade do corpo lúteo, nível de dificulda-
de da transferência e a experiência do operador, refle-
55,97
Após a obtenção dos embriões é necessário tem na taxa de prenhez em TETF .
avaliar as receptoras aptas a receberem os embriões A habilidade e experiência do operador com a
85
para alcançar o maior número de gestações . Além da técnica de transferência é de extrema importância para
seleção de receptoras com CL, uma alternativa que vem bons resultados. Quanto mais tempo o inovulador de
sendo utilizada na avaliação de receptoras é a perfusão transferência permanece no útero, maior a tendência de
98
sanguínea luteal no momento da transferência, através redução das taxas de gestação , associada a possíveis
90-93 99
da ultrassonografia Doppler nos modos Color e traumas e inflamação no endométrio . Fatores nutrici-
85
Power-Doppler (Figura 6) através de mensurações onais, também podem interferir nos resultados . As
45
subjetivas ou objetivas , permitindo a seleção de recep- melhores taxas de prenhez na TETF são obtidas em
100
toras com maior perfusão sanguínea luteal, aumentan- receptoras com melhores ECC e bem nutridas, pois à
48
do a chance de sucesso na TETF . má nutrição compromete a função reprodutiva pela
Normalmente as taxas de concepção observa- priorização do uso metabólico da energia disponí-
85,101
das após a transferência em receptoras de boa qualida- vel . Portanto é importante que receptoras não este-
54,94,95
de, variam entre 30 e 60% . Maiores taxas de gesta- jam em balanço energético negativo (vacas de leite) e
ção são associadas à qualidade dos embriões transferi- com baixo ECC (ECC < 2, na escala de 1 a 5), princi-
58,96
dos, sendo de excelente e boa qualidade . Diversos palmente nos primeiros 45 dias após a transferênci-
57,100
fatores contribuem para o sucesso na concepção da a .
receptora na TE e para manutenção do embrião/feto a Os embriões classificados com índice de quali-
termo, dos quais, estão associados ao embrião, à recep- dade Código I e Código II (Figura 7) são considerados
tora e ao técnico da TE, ou de interação entre esses fato- transferíveis, podendo haver variações nas taxas de ges-
85 5
res . Aspectos relacionados à nutrição e manejo, cate- tação após a transferência . Embriões de melhor quali-
goria e aptidão da receptora, estágio de desenvolvimen- dade estão associados a menor morte embrionária,
to, qualidade e tipo de produção do embrião, uso de neste contexto, maiores taxas de concepção são relata-

A B C

Figura 6. Imagens ultrassonográficas de ovário bovino apresentando corpo lúteo e folículos. (A) Imagem em modo B (brilho e escala
de cinza) e (B e C) imagem em modo Doppler45.

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A B C D

E F G H

Figura 7. Embriões classificados com índice de qualidade código I e II. (A) D7, E5 e Q1, (B) D7, E5 e Q2, c) D7,5, E5 e Q1 (D) D7,5,
E6 e Q1, (E) D7,5, E6 e Q1, (F) D7,5, E7 e Q1, (G) D7,5, E7 e Q2 e (H) D7,5, E7 e Q2. Legenda: Dia= D, Estágio= E e Qualidade=
Q (Fonte: Adaptado de Bó & Mapletoft5).

das em transferência de embriões Código I que em


embriões Código II55. Ainda, embriões congelados
apresentam menor prenhez que embriões frescos102.
O amplo estudo realizado nos últimos anos e
avanços nos protocolos de sincronização, proporciona-
ram aumento na utilização de receptoras e TETF68,
maior implantação em rebanhos comerciais de corte e
de leite e auxílio em problemas reprodutivos, como
redução de fertilidade por estresse térmico63. Ainda,
têm sido fundamentais para o desenvolvimento da
indústria de embriões produzidos in vitro68.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aumento da eficiência na utilização dos protocolos hormonais permitiu o avanço do uso de biotec-
nologias reprodutivas, com destaque à IATF, TETF e nos programas de ressincronização, nos rebanhos de
corte e leite. A diversidade de protocolos e biotécnicas disponíveis atualmente, permite a implantação destas
nos mais diferentes contextos e realidades, resultando em melhora na eficiência reprodutiva das fêmeas, no
ganho genético e na produtividade do rebanho. Assim espera-se que haja uma intensificação da utilização
destas biotécnicas de modo a mudar o cenário atual, uma vez que a maior parte dos rebanhos ainda se utili-
zam de manejo reprodutivo com monta natural.

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