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A moldura

operaria
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urante a República oligárquica (1889-1930), a política era exercida e
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definida, principalmente, nos gabinetes e câmaras legislativas, esta-


duais e federais, e nos currais eleitorais pelo Brasil afora. A chamada
Deposição de Washington Luís. 1930 Revolução de 1930 ampliou o espaço e o ambiente do exercício do jogo políti-
Governo provisório
de Getúlio Vargas.
co. Aos gabinetes e currais somaram-se as praças e ruas das grandes cidades
Criação do Ministério brasileiras. As manifestações de apoio popular a Vargas, iniciadas durante a
do Trabalho. campanha eleitoral e intensificadas desde os primeiros dias de seu governo,
o governo federal ajuda os 1931
tornaram-se um ingrediente constante do seu modo de fazer política.
cafeicultores com a queima de v
toneladas de sacas de café. Os gabinetes, no entanto, eram pequenos para acomodar as massas popu-
Revolução Constitucionalista. 1932 lares. Vargas consolidaria um novo estilo de atuação, no qual a figura do pre-
Formação da Ação
Integralista Brasileira (AIB). sidente estaria mais próxima da população de seu país. Alguns, mais afor -
P
Eleições para a 1933 tunados, conseguiriam até um aperto de mão ou um autógrafo. Outros iriam
Assembleia Constituinte. v espichar-se em meio à multidão para enxergar aquele presidente de peque-
As regras eleitorais
estabelecem o voto secreto e o na estatura. Por quinze anos seguidos, de 1930 a 1945, a maioria conseguiria
direito de voto para as mulheres. ouvir sua voz aguda e penetrante, que assim iniciava seus discursos: "Traba-
Nova Constituição brasileira. 1934 lhadores do Brasil".
Getúlio Vargas é eleito
pelos parlamentares para ' Num país onde as questões sociais eram tratadas como caso de polícia, em
um mandato de 4 anos, que as reivindicações dos trabalhadores eram vistas como desordem e baderna,
Regulamentação de
direitos trabalhistas.
as atitudes de Vargas indicavam uma nítida mudança de rumos. A classe operária
Criação do programa de rádio passava a figurar nos discursos de parte da pomposa elite brasileira.
Hora do Brasil.
Formação da Aliança 1935
Nacional Libertadora (ANL).
Criação da Lei de
v
os DIREITOS TRABALHISTAS
Segurança Nacional (LSN). Desde o início de seu governo, Getúlio procurou fixar uma imagem paternalista
Intentona Comunista.
junto aos operários, uma espécie de "pai dos pobres". Ao final de 1930, era cria-
Prisão de Luís Carlos Prestes 1936
e Olga Benário. do o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, a cargo do gaúcho Lindolfo
Extradição de Olga Bená rio Colior, com o objetivo de impulsionar a industrialização e de "atender" a determi-
• para a Alemanha nazista.
nadas reivindicações da classe trabalhadora. Na verdade, o Poder Executivo cha-
Instauração do Estado Novo. 1937
Extinção de todos os
mava para si a tarefa de "arbitrar" os conflitos entre a classe operária e a burgue-
partidos políticos no Brasil. sia industrial.
Desmantelamento da AIB. Como vimos, o movimento operário mostrou-se particularmente ruidoso
Fundação da União
Nacional dos Estudantes (UNE). nas primeiras décadas do século XX. Nesses momentos, apesar de contar com a
Criação do Departamento de 1939 ação repressiva dos diversos governos, a nascente burguesia industrial brasilei-
Imprensa e Propaganda (DIP). v ra inquietava-se diante das mobilizações do proletariado. Ao contê-las, o Estado
Criação do salário mínimo.
1940 enquadrava tanto a classe operária quanto a burguesia.
A regulamentação de direitos trabalhistas, consagrada na Constituição de
do Conselho Nacional 1941
dos Desportos (CND). '
1934, fruto de inúmeras lutas e contestações operárias desde a República Oligár -
Fundação da Companhia quica, foi anunciada à nação como uma doação do presidente aos trabalhado-
Siderúrgica Nacional (CSN). res, "concedendo" jornada de trabalho de oito horas diárias, férias remunera-
0 governo brasileiro declara 1942 das, descanso semanal, proibição do trabalho de menores de 14 anos e licença
guerra às forças do Eixo.
para as mulheres gestantes. A "concessão" tinha um sentido muito claro: apagar
Consolidação das Leis do 1943
Trabalho (CLT). da memória coletiva a importância da organização operária e de suas lutas e dar
ênfase à atenção de Getúlio Vargas para com a classe trabalhadora.

88 1 Capítulo 3 Retratos do Brasil


A territorialização ~ AÇõES INTERNAS (1930-1943)
do mercado de trabalho
1 1

Desde a sua construção, o Estado - Sentido das migrações --s'


nacional teve como uma de suas prin- . Cidades

cipais responsabilidades o controle e


o abastecimento de mão de obra para
a sociedade. De 1822 a 1850, apesar Ç

das pressões internacionais o Esta-


MARANHÃO
do garantiu a continuidade da escra- CEARÁ 'RIO G"NDE
PARÁ
vidão de africanos. A partir de 1850, DO NORTE
foram os recursos públicos, nomea-
Ouri
damente da província de São Paulo,
que financiaram a entrada de imi- PERNAMBUCO
grantes europeus. A partir da déca- a zeir o
enhor do Bonfim \M ont)antb./
da de 1930, pela primeira vez, o mer- Xique-Xique.
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BAHIA \SRGIPE
MATO Brotasde
cado de trabalho não se encontrava GROSSO Barr •ras
Angical Macaúba 'Mundo Novo
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mais fora de nossas fronteiras. Ocor- ant'. / "fiçóis
Bom Je s da LaS.1' Para irim
ria então a territorialização do mer- Ria ho de Santana Para
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cado de trabalho, especialmente Palma Monte AltQ-C&
da Conquista
com o fluxo incessante de migrantes .yorteirirsha,
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Sã Romão—' enara OCEANO
oriundos da região Nordeste para São •Je itinhonha
ATLÂNTICO
Paracat Montes Claros
Paulo e Rio de Janeiro. As atitudes João Pinh PIpora
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de violência privada e a quase total A raguari Curvelo *Serro
ausência de direitos sociais, indica- MINAS GERAIS
Pitangui'....) Belo Horizont E
ESPIRITO SANTO
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tivos de uma infracidadania, foram N

cedendo lugar à regulamentação e ao


SÃO PA Três O*L
controle dos trabalhadores urbanos RODE JANEIRO
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pelo poder público. o-d6 Jj
o Pau
PARANÁ ,___7_ ESCALA
O 220 440 km

O CORPORATIVISMO Fonte: Elaborado com base em SIMONSEN. R. Ensaios sociais, políticos e econômicos. São Paulo: Fiesp, 1943.

O enquadramento do operariado não se fazia apenas


pela regulamentação das conquistas trabalhistas. Em da por lei, Vargas impunha a conciliação social, que
1931, o governo federal estabeleceu que os sindica- na realidade significava a subordinação do operaria-
tos, para funcionar e reclamar seus direitos junto ao do aos interesses da burguesia e do Estado nacional.
Ministério do Trabalho, deveriam contar entre seus Conciliação entre as classes, valorização do traba-
associados com dois terços de brasileiros natos. Foi lho, disciplina, ordem e nacionalismo compunham
um duro golpe na militância anarquista, em grande os elementos da ideologia trabalhista que começava a
parte constituída de imigrantes e muito mais impe- ser gestada no Brasil, sob forte influência do corpora-
tuosa que os hierarquizados comunistas. Mas foi tam- tivismo fascista.
bém resposta a uma alteração que começava a se pro- Com o golpe de 1937 e a instauração da ditadura
cessar no Brasil, dada pela ampliação do número de do Estado Novo, consolidou-se a ideologia trabalhis-
operários nascidos no país, descendentes de imigran- ta e completou-se o controle sobre as atividades sindi-
tes ou vindos de outras regiões brasileiras. cais. Além de prender diversos dirigentes anarquistas,
Em 1935, foi aprovada a Lei de Segurança Nacio- socialistas e comunistas, o governo fez dos sindicatos
nal (LSN), que definia os crimes contra a ordem meros departamentos do Ministério do Trabalho, com
social: greves de funcionários públicos, propaganda funções assistenciais e recreativas. Em vez de greves e
subversiva e incentivo às rivalidades e conflitos entre manifestações, os sindicatos organizavam festas, grê-
os grupos sociais. Em lugar da luta de classes, proibi- mios esportivos e colônias de férias para seus associa-

A moldura operária 89
dos. Em lugar das combativas lideranças de outrora, dade do imposto sindical, em 1940, e a elaboração de
proliferaram os pelegos, representantes operários que um código de direito trabalhista denominado Consoli-
defendiam os interesses dos patrões em lugar das rei- dação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943, baseado
vindicações dos trabalhadores. na Carta dei Lavoro, legislação da Itália fascista. Graças
O controle sobre o movimento operário teve como a uma intensa propaganda, o trabalhismo ganhou os
desfecho a criação do salário mínimo e da obrigatorie- corações e as mentes da população brasileira.

Porteira adentro OMITO e&

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Os trabalhadores rurais não receberam o mesmo tratamento M;ít'
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dispensado aos operários urbanos. No campo, o Estado man-
teve as velhas estruturas de dominação baseadas no latifún- Jj4 iY7
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dio e na submissão privada dos trabalhadores aos desmandos o
da burguesia rural. As relações de trabalho ainda eram regi- L • -' ________________
das por um sistema que permitia aos proprietários adiarem
o pagamento de salário a seus trabalhadores caso a venda da
colheita não fosse suficiente para saldar suas dívidas. Porteira à'À4.
adentro, ainda funcionava o esquema da "vendinha", onde os
trabalhadores adquiriam ferramentas, roupas, alimentos e
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cachaça, e o da caderneta, que atestava os ordenados, adian- • .1 #r / 6

tamentos e demais despesas. )3D


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Página de caderneta de colono de uma fazenda em São João da
Boa Vista, São Paulo, 1939-
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está falando?", isso era inovador. Avoz do presidente era


LEGITIMAÇÃO E PROPAGANDA conhecida por grande parte da população brasileira, acos-
A legitimação do regime era buscada por meio da ideia tumada, até então, a ser completamente ignorada por sua
de que entre o presidente e as massas trabalhadoras elite dirigente. O conteúdo das mensagens alterava-se ao
não deveria haver nenhuma intermediação. Assim, sabor dos acontecimentos, mas um sentido era fixado:
por exemplo, a relação direta e "próxima" entre Vargas esse presidente importava-se com o povo.
e o povo justificava o fechamento do Poder Legislativo Em grandes comícios e desfiles, os trabalhadores car-
e a ofensiva contra os poderes oligárquicos. Em 1939, regavam bandeiras brasileiras e estandartes com o retra-
com o objetivo de garantir tal proximidade, foi criado o to de Vargas. A cerimônia cívica ritualizava o compromis-
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), res- so entre o presidente, "pai da nação", e os trabalhadores,
ponsável por controlar os meios de comunicação e pro- seus "filhos mais pobres". Nessa "comunhão" emergia o
mover a propaganda do regime, o que incluía censura a Estado, um verdadeiro corpo místico em que não deveria
todas as manifestações artísticas e jornalísticas, promo- haver disputas entre órgãos e membros. Acima dos indiví-
ção de manifestações cívicas e concursos musicais, estí- duos e interesses de classes, deveriam prevalecer os inte-
mulo à produção de filmes nacionais e aproveitamento resses nacionais e a vontade de seu líder.
sistemático do programa governamental Hora do Bra- Essas inovações das práticas políticas devem ser
sil, que desde 1934 era irradiado para todo o país pelas creditadas tanto à sensibilidade pessoal de Getúlio
emissoras de rádio entre as 19 e as 20 horas. quanto às condições gerais que cercaram o Brasil pós-
Além de notícias políticas e de informações, a Hora do -1930. O "vazio de poder" e a instabilidade verificada
Brasil transmitia músicas dos cantores mais populares da nos primeiros anos desse período foram solucionados
época, como Francisco Alves e Carmem Miranda, e discur- com o crescente fortalecimento do presidente. As mas-
sos de Getúlio Vargas e do ministro do Trabalho. O progra- sas populares eram convocadas para o jogo político,
ma representava o reconhecimento da existência da clas- legitimando e fortalecendo o poder de Getúlio Vargas.
se trabalhadora e de suas questões sociais. Quase todas as Clientes de suas doações e benefícios, eram controladas
noites, Vargas penetrava os lares brasileiros pelas ondas por duras medidas repressivas e pelo prestígio de seu
do rádio. No país marcado pelo "você sabe com quem líder, que imobilizava as iniciativas autônomas.

90 1 Capítulo 3 Retratos do Brasil


A legitimação junto às massas conferia poder e guerra) de 1935 a 1937 e ficou completamente desativa-
estabilidade ao Estado Novo. O golpe de 1937 marcou do durante o Estado Novo, até 1945.
o fim da transição do Estado oligárquico, característico Numa significativa cerimônia cívica, em dezem-
das primeiras décadas da República (1889-1930), para bro de 1937 o presidente assistiu à queima e destruição
o Estado Populista, que dominaria a vida da nação de das bandeiras estaduais e ao hasteamento do pavilhão
1930 até 1964. 0 enfraquecimento do poder político das nacional no Rio de Janeiro. Foi uma espécie de ritual
oligarquias registrara-se simultaneamente à crescen- fúnebre do Estado oligárquico, que dava lugar ao Esta-
te incorporação da classe trabalhadora ao jogo político do populista. Como uma bandeira nacional, o retrato de
e à ampliação do Poder Executivo. O Poder Legislativo, Vargas, carregado em desfiles e pregado nas repartições
espaço privilegiado da expressão oligárquica, permane- públicas, representava o próprio Estado brasileiro. Mas
ceu fechado provisoriamente de 1930 a 1933, funcio- esse era agora um novo Estado.
nou sob medidas de exceção (estado de sítio e estado de

o
LI

Getúlio Vargas e a juventude


no Estado Novo. Ilustração de
cartilha do DIP (Departamento
de Imprensa e Propaganda),
Rio de Janeiro, 1941.

do restringiu a importação de bens de consumo não


O MODELO DE SUBSTITUIÇÃO duráveis (alimentos, bebidas) e estimulou a importação
DE IMPORTAÇÕES de bens de produção (máquinas, equipamentos) e bens
Pau-brasil. Açúcar. Tabaco. Algodão. Café. Borracha. de consumo duráveis (automóveis, caminhões).
Yes, nós temos bananas. Não era tempo para o liberalismo econômico, defen-
A economia brasileira caracterizou-se, até a década de sor da livre concorrência. No mundo inteiro, as trocas
1930, por um modelo agroexportador, que vendia maté- decaíam em virtude da crise econômica provocada pelo
rias-primas e gêneros tropicais e comprava grande parte crash de 1929 e pela tendência monopolista do capita-
dos produtos industrializados da Inglaterra, Estados Uni- lismo mundial. As tarifas protecionistas e as disputas
dos, Alemanha e outros países europeus. Apesar do cres- por mercados consumidores de produtos industrializa-
cimento industrial verificado a partir do final do século dos e fornecedores de matérias-primas logo desemboca-
XIX, o carro-chefe da economia nacional continuava a ser riam num novo conflito, uma espécie de continuação da
a agricultura, liderada pela produção cafeeira. Primeira Guerra Mundial. A guerra comercial antecedeu
A crise de 1929 e a consequente retração do mer- a guerra militar.
cado externo obrigaram o governo brasileiro a voltar-se Agente da industrialização, o Estado Populista dire-
para o interior, estimulando novas atividades produti- cionou seus investimentos para garantir a montagem de
vas que pudessem substituir, gradativamente, as impor - uma infraestrutura que permitisse a expansão do capitalis-
tações. Mas foi a partir de 1937, com o Estado Novo, que mo nacional ao mesmo tempo que socorria o setor cafeeiro
foram dados os passos decisivos para a implantação do com a compra e a queima da produção excedente. A econo-
modelo de substituição de importações. Ou seja, por mia, tal qual a política, movia-se segundo a mesma lógica
meio de uma deliberada intervenção econômica, o Esta- de compromissos que marcava o novo regime.

A moldura operária 91
Um Outro Olhar Sociologia

O POPULISMO NA POLÍTICA BRASILEIRA


No senso comum, populismo é muitas vezes tido como o equi- cia das classes populares no bojo do desenvolvimento urba-
valente a práticas demagógicas, ligadas à manipulação da no e industrial verificado nestes decênios e da necessidade,
população por líderes habilidosos e carismáticos. No entan- sentida por alguns dos novos grupos dominantes, de incorpo-
to, o populismo constituiu-se como um conceito desenvolvi- ração das massas ao jogo político [.1
do na Sociologia associado a períodos de industrialização e a Em realidade, o populismo é algo mais complicado que a
processos de certa mobilização popular. Leia com atenção as mera manipulação e sua complexidade política não faz mais
reflexões do sociólogo brasileiro Francisco Weffort a esse res- que ressaltar a complexidade das condições históricas em
peito e depois responda às questões propostas: que se forma. O populismo foi um modo determinado e con-
"0 populismo, como estilo de governo, sempre sensí- creto de manipulação das classes populares, mas foi também
vel às pressões populares, ou como política das massas, que um modo de expressão de suas insatisfações. Foi, ao mesmo
buscava conduzir, manipulando suas aspirações, só pode ser tempo, uma forma de estruturação do poder para os grupos
compreendido no contexto do processo de crise política e de dominantes e a principal forma de expressão política da emer -
desenvolvimento econômico que se abre com a revolução de gência popular no processo de desenvolvimento industrial e
1930. Foi a expressão do período de crise da oligarquia e do urbano. Esse estilo de governo e de comportamento político é
liberalismo, sempre muito afins na história brasileira, e do essencialmente ambíguo e, por certo, deve muito à ambigui-
processo de democratização do Estado que, por sua vez, teve dade pessoal desses políticos divididos entre o amor ao povo
que apoiar-se sempre em algum tipo de autoritarismo, seja e o amor ao poder. Mas o populismo tem raízes sociais mais
o autoritarismo institucional da ditadura Vargas (1937 - 45), profundas e a recuperação de sua unidade como fenômeno
seja o autoritarismo paternalista ou carismático dos líderes social e político é um problema proposto a quem estude a for-
de massas da democracia do após-guerra (1945-64). Foi tam- mação histórica do País nestes últimos decênios".
bém uma das manifestações das debilidades políticas dos WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira.
grupos dominantes urbanos quando tentaram substituir-se 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. p. 61-63.
à oligarquia nas funções de domínio político de um País tra-
Francisco Weffort (1937-) é sociólogo e professor da USP.
dicionalmente agrário, numa etapa em que pareciam existir
Foi ministro da Cultura do governo Fernando Henrique Cardoso
as possibilidades de um desenvolvimento capitalista nacio-
(1995-2002). É autor de diversos livros e artigos sobre política
nal. E foi sobretudo a expressão mais completa da emergên-
e sociedade brasileira.
(Faça '\\
em seu conforme tabelas das páginas 8e 9.
Cadern

1 Identifique a periodização utilizada por Weffort para 3 Demonstre, a partir do texto, que o populismo ultra-
a existência do populismo no Brasil. DL1H1/H11/H24 passou a mera manipulação das massas.
DL/CF/H1/H11/H24
2 Quais são as características do populismo na visão de
Weffort? 0 DL/CF/H1/H11/H24 4 O conceito de populismo desenvolvido por Weffort
pode ser aplicado ao Brasil nos dias de hoje?
Justifique. 0 DL/CF/H1/H3/H11/H24

conforme tabelas das páginas 8 e 9. n


e
Ça

Por que a classe operária passou a fazer parte dos 4 Quais eram as características da ideologia traba-
discursos e das preocupações de Getúlio Vargas? lhista? 0 DL/SP
) DL/SP/H8/H11 5 Quais são as diferenças entre o modelo econômi-
2 A partir de quais elementos processou-se o enqua- co agroexportador e o modelo de substituição de
dramento político da classe operária brasileira? importações? ) D11SP/H9
') DL/SP1H8/H9 6 A industrialização brasileira durante o Estado Novo
3 Qual foi o papel desempenhado pelo Estado nacional foi promovida sob a orientação do liberalismo eco-
desde a independência na questão da mão de obra? nômico? Justifique sua resposta.
DL/SP/H7/H81H11 DL/CF/SP/CA/H8/H9

A moldura operária 93

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