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O que o behaviorismo é e o que ele não é

Na data de hoje, pode ser encontrado no site


do Sindicato dos(as) Trabalhadores(as) em
Educação Pública do Espírito Santo
(http://www.sindiupes.org/?sub=92) mais uma
referência – no mínimo incorreta – ao
behaviorismo. Citando a publicação, o site critica
as medidas políticas do estado em relação às
bonificações oferecidas aos professores da rede
pública estadual da seguinte forma:

“aplica um tratamento diferenciado, sob a


justificativa de uma concepção educacional
retrógada, que se baseia na punição e/ou na
compensação (behaviorista).”

A presidenta da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental,


Martha Hübner, afortunadamente pronunciou-se contra a infeliz menção à abordagem.
Em sua carta, esclareceu:

“a origem e prática da denominada ‘recompensa’ não são, obviamente, behavioristas. O


que o Behaviorismo fez foi estudar empiricamente seus efeitos (…). Há outros reforços
[para além do reforço monetário], que chamamos de participação, atenção especial e
tempo, muitos deles tão reivindicados pelo movimento sindical que seus dirigentes e os
membros da sua base até poderiam ser chamados de behavioristas: solicitação de
opiniões e idéias, intervalo extra, oportunidade de formação e voz ativa em decisões,
citando só alguns.”

É lamentável notar que representantes tão sérios da opinião publica pouco se importam
com a própria opinião pública, como fica claro na carta de Hübner – o estado do
Espírito Santo está repleto de professores behavioristas que inevitavelmente se
ofenderiam com as colocações apresentadas no site. E a ofensa repousa, principalmente,
no desconhecimento daquilo que o behaviorismo é (uma ciência) e daquilo que o
behaviorismo não é (um instrumento do controle coercitivo).

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