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CURSO: TÉCNICO EM INFORMÁTICA

MODALIDADE: SUBSEQUENTE
DISCIPLINA: MATEMÁTICA APLICADA
PROFESSORA: ESDRIANE CABRAL VIANA

Álgebra das Proposições

I. Propriedades da Conjunção
Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c proposições também simples cujos valores
lógicos respectivos são V (verdade) e F (falsidade).

1. Idempotente: p  p  p
2. Comutativa: p  q  q  p
3. Associativa: p  ( q  r )  ( p  q)  r
4. Identidade: p  t  p e p  c  c

II. Propriedades da Disjunção


Sejam p, q e r proposições simples quaisquer e sejam t e c proposições também simples cujos valores
lógicos respectivos são V (verdade) e F (falsidade).

1. Idempotente: p  p  p
2. Comutativa: p  q  q  p
3. Associativa: p  ( q  r )  ( p  q)  r
4. Identidade: p  t  t e p  c  p

III. Propriedades da Conjunção e Disjunção


Sejam p, q e r proposições simples quaisquer.

1. Distributivas:
i. p  ( q  r )  ( p  q)  ( p  r )
ii. p  ( q  r )  ( p  q)  ( p  r )

2. Absorção:
i. p  ( p  q)  p
ii. p  ( p  q)  p

3. Regras de DE MORGAN (1806-1871):


i. ~ ( p  q)  ~ p  ~ q
ii. ~ ( p  q)  ~ p  ~ q

IV. Negação da Condicional


Como p  q  ~ p  q , temos: ~ ( p  q)  ~ ( ~ p  q) 
Esta equivalência também é demonstrada através das tabelas verdade das proposições
~ ( p  q) e p ~ q , que são idênticas.

Obs: A condicional não possui as propriedades idempotentes, comutativa e associativa, pois as


tabelas verdade das proposições p  p e p , p  q e q  p , ( p  q)  r e
p  (q  r ) não são idênticas.

V. Negação da Bicondicional
Como p  q  ( p  q)  (q  p) , temos: p  q  ( ~ p  q)  (~ q  p)
e, portanto:
~ ( p  q)  ~ ( ~ p  q) ~ (~ q  p)
~ ( p  q) 
Esta equivalência também é demonstrada através das tabelas verdade das proposições
~ ( p  q) e ( p ~ q)  (~ p  q) , que são idênticas.

As tabelas verdade das proposições ~ ( p  q) , p ~ q e ~ p  q são idênticas.


Portanto, subsistem as equivalências:
~ ( p  q)  p ~ q ~ p  q

Obs: A bicondicional p  q não possui as propriedades idempotente, pois, é imediato que


não são idênticas as tabelas verdade das proposições p  p e p , mas possui as propriedades
comutativa e associativa.

Argumentos

Definição de Argumento: Sejam P1 , P2 ,..., Pn (n  1) e Q proposições quaisquer, simples ou


compostas. Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada sequência finita
P1 , P2 ,..., Pn (n  1) de proposições tem como conseqüência uma proposição final Q .
As proposições P1 , P2 ,..., Pn (n  1) dizem-se as premissas do argumento, e a proposição Q diz-
se a conclusão do argumento.
Notação: P1 , P2 ,..., Pn |     Q.
Um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão chama-se silogismo.

Validade de um Argumento

Um argumento P1 , P2 ,..., Pn |     Q diz-se válido se, e somente se, a conclusão Q é


verdadeira todas as vezes que as premissas P1 , P2 ,..., Pn são verdadeiras.
Em outros termos, um argumento P1 , P2 ,..., Pn |     Q é válido se, e somente se, for
verdadeiro o valor lógico da conclusão Q todas as vezes que as premissas P1 , P2 ,..., Pn forem
verdadeiras ao mesmo tempo.
Um argumento não válido diz-se um sofisma.
OBS: A lógica só se preocupa com a validade dos argumentos e não com a veracidade ou falsidade
das premissas e da conclusão.
Critério de Validade de um Argumento

Teorema: Um argumento P1 , P2 ,..., Pn |     Q é válido se, e somente se, a condicional


P1  P2  ...  Pn  Q é tautológica.

OBS: Se o argumento P1 ( p, q, r,...), P2 ( p, q, r,...),..., Pn ( p, q, r,...) |     Q( p, q, r,...) é


válido, então outro argumento representado na “mesma forma”:
P1 ( R, S , T ,...), P2 ( R, S , T ,...),..., Pn ( R, S , T ,...) |     Q( R, S , T ,...) também é válido,
quaisquer que sejam as proposições R, S, T, ....

p |    p  q segue-se a validade dos argumentos:


Exemplificando, do argumento válido
(~ p  r |   (~ p  r)  (~ s  r) ;
( p  r  s) |   ( p  r  s)  (~ r  s)
Pois, ambos têm a mesma forma de p |    p  q .

Condicional Associada a um Argumento


Dado um argumento qualquer P1 , P2 ,..., Pn |     Q a este argumento corresponde a
condicional: P1  P2  ...  Pn  Q cujo antecedente é a conjunção das premissas e cujo
conseqüente é a conclusão, essa condicional é denominada “condicional associada” ao argumento:

p ~ q, p ~ r, q ~ s |     ~ (r  s) é
Por ex. a condicional associada ao argumento
( p ~ q)  ( p ~ r)  ( q ~ s)  ~ (r  s) e o “argumento correspondente” à
condicional ( p  q  r) ~ s  ( q  r  s)  ( s  p ~ q) é
p  q  r, ~ s, q  r  s |     s  p ~ q .

Argumentos Válidos Fundamentais são argumentos válidos fundamentais ou básicos tais


argumentos são usados para fazer “inferências” isto é, executar os passos de dedução ou demonstração, e
por isso chamam-se, também, Regras de Inferência, sendo habitual escrevê-las na forma
padronizada abaixo indicada, colocando as premissas sobre um traço horizontal e, em seguida, a
conclusão sob o mesmo traço.

1. Regra da Adição: 2. Regra Modus Tollens:


p p q
~q
pq
~p

3. Regra de simplificação: 4. Regra do Silogismo Disjuntivo:


pq pq pq pq
p q ~p ~q
q p
5. Regra de Conjunção: 6. Regra do Silogismo Hipotético:
p pq
q qr
p q pr
7. Regra de Absorção: 8. Regra do Dilema Construtivo:
pq pq
rs
p p q
pr
qs

9. Regra Modus Ponens: 10. Regra do Dilema Destrutivo:


p q pq
p rs
q ~ q ~ s
~ p~ r

Validade de um Argumento Mediante Tabela Verdade

As tabelas verdade podem ser usadas para demonstrar, verificar ou testar a validade de qualquer
argumento. Dado um argumento P1 , P2 ,..., Pn |     Q cumpre constatar se é ou não possível
ter V ( Q)  F quando V ( P1 )  V  V ( P2 )  V  ...  V ( Pn )  V . Para isso, o procedimento
prático consiste em construir uma tabela verdade com uma coluna para cada premissa e a conclusão,
e nela verificar as linhas em que os valores lógicos das premissas P1 , P2 ,..., Pn são todos V . Nessas
Q deve ser também V para que o argumento dado seja válido.
linhas, o valor lógico da conclusão
Se, ao invés, em ao menos uma dessas linhas o valor lógico da conclusão Q for F , então o
argumento dado é um sofisma.
Outra alternativa, para demonstrar, verificar, ou testar a validade do argumento dado consiste em
construir a “condicional associada” P1  P2  ...  Pn  Q e reconhecer se esta condicional é ou
não uma tautologia mediante a construção da sua respectiva tabela verdade. Se esta condicional for
tautológica, então o argumento dado é válido. Caso contrário, o argumento dado é um sofisma.

OBS: Para demonstar que um argumento é não válido basta encontrar um argumento da mesma
forma e que tenha, no entanto, premissas verdadeiras e conclusão falsa. Esta maneira de demonstrar a
não validade de um argumento chama-se “método do contraexemplo”.
Por ex. p  q  r, ~ r |     ~ q .

Se 1=0 e 0=0, então 0 > 1


0>1 .
Portanto, 0=0.

A primeira premissa é verdadeira, porque o seu antecedente é falso, e a segunda premissa é


obviamente verdadeira, mas a conclusão é claramente falsa. Logo, este argumento é um
contraexemplo que mostra que o argumento é não válido.

Prova de não validadde de um argumento


O método usual para demonstrar, verificar ou testar a não validade de um dado argumento
P1 , P2 ,..., Pn |     Q consiste em encontrar uma atribuição de valores lógicos às
proposições simples componentes do argumento que torne todas as premissas às P1 , P2 ,..., Pn
Q falsa, o que equivale em encontrar uma linha da tabela verdade relativa
verdadeiras e a conclusão
ao argumento dado em que os valores lógicos das premissas P1 , P2 ,..., Pn são todos V e o valor
lógico da conclusão Q é F . É óbvio que, todas as vezes que seja possível encontrar essa
atribuição de valores lógicos, sem a construção da tabela verdade completa relativa ao argumento
dado, evita-se uma boa parte de trabalho.

Ex: Verifique a não validade do argumento: ( p  q) ~ (r  s), p  s |     r  q

1. Verificar se são válidos os seguintes argumentos:


a. p  q, q |     p .
b. p  q, ~ p |     ~ q
c. p  q, q |     p
d. p  q, ~ q, p  r |     r

2. Teste a validade dos seguintes argumentos:

a. Se o céu é azul, então, está estrelado.


Se o céu está estrelado, então não choverá .
Logo, se o céu é azul, então não choverá.

b. Se trabalho, não posso estudar


Trabalho ou não serei aprovado em matemática.
Trabalhei. _____________________
Logo, fui reprovado.

c. Se for domingo, Mirian vai à missa.


Mirian não foi à missa._____________________
Logo, não é domingo.

d. Se 13 é primo, então, 13 não divide 91.


13 divide 91_____________________
Logo, 13 é primo.

e. Se 2 não é primo, então, 3 não é ímpar.


Mas 2 é primo .
Logo, 3 é impar.

3. Através do “método da atribuição de valores lógicos”:


a. ( p  q)  r, r ~ s  u, ( s  u)  v, v | pq
b. p  q  r , s  r, ~ p  q |     ~ p  q
c. p  (q  r), s  (u  v), q  s  u, ~ (q  v) |     p  r

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