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A influência dos animais no bem-estar psicológico

Santos, A.1, Magalhães, B.1, Fernandes, L.1, Fernandes, M1, & Daniel, S.1

1
Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Nota de autor

Este projeto foi realizado no âmbito da unidade curricular Laboratório II, com a

docência do Prof º. Dr º. José Vasconcelos Raposo. Os discentes Alice Santos, al 73219,

alicemmbrs@gmail.com, Beatriz Magalhães, al 74711, betarizmagalhaes100@gmail.com,

Laura da Veiga Fernandes, al 73785, laurafernandes7c@gmail.com, Mafalda Lemos

Machado Vilaça Fernandes, al 71706, mafaldavillaca@gmail.com, e Selma Eliana Ferreira

Daniel, al 73421, aselmaadaniel2016@gmail.com, encontram-se na Escola de Ciências

Humanas e Sociais, Licenciatura em Psicologia, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto

Douro. Não temos conflitos de interesse a revelar.


BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
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Resumo

O presente estudo tem como objetivo correlacionar a influência dos animais no bem-estar

psicológico dos indivíduos. A amostra é constituída por 156 indivíduos (75.6% do sexo

feminino), com idades compreendidas entre os 18 e os 88 anos, dos quais 123 (78.8%)

apontam possuir animais de estimação, 26 (16.7%) não possuem, mas já possuíram, e 7

(4.5%) nunca possuíram um animal. Foram utilizados dois instrumentos, a Escala de Empatia

com Animais e o Questionário Geral de Bem-Estar Psicológico. Os resultados sugerem que

existe uma correlação negativa, moderada e significativa entre as variáveis BEP e a Empatia

com os Animais (r2 = .0484), nomeadamente na dimensão Preocupação Empática com

Animais (r2 = .0471). Os resultados evidenciam que a nacionalidade, os indivíduos que

residem com os pais, amigos e familiares, a posse de animais e ter filhos apresentam

diferenças significativas no BEP. A Preocupação Empática com Animais revelou diferenças

no sexo, principalmente nas mulheres, na nacionalidade, nos indivíduos que residem com o

companheiro, filhos, sozinho e com outros, nos que têm animais e naqueles que têm filhos. A

Ligação Emocional aos Animais revelou uma relação significativa no sexo, nacionalidade,

sujeitos que residem com o companheiro, com filhos, sozinho, e nos que têm animais, e

filhos. Com o presente estudo foi possível compreender a importância dos animais de

estimação no bem-estar psicológico, podendo ser uma influência na promoção e prevenção da

saúde mental.

Palavras-chave: empatia; animais; bem-estar psicológico; preocupação empática; ligação

emocional.
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Abstract

The present study aims to correlate the influence of animals on the psychological well-being

of individuals. The sample consists of 156 individuals (75.6% female), aged between 18 and

88 years, of which 123 (78.8%) report owning pets, 26 (16.7%) do not, but have owned a pet,

and 7 (4.5%) have never owned a pet. Two instruments were used, the Animal Empathy Scale

and the General Psychological Well-Being Questionnaire. The results suggest that there is a

negative, moderate and significant correlation between BEP variables and Animal Empathy

(r2 = .0484), namely in the dimension Empathic Concern for Animals (r2 = .0471). The

results highlight that nationality, individuals residing with parents, friends and relatives,

owning animals and having children show significant differences in BEP. Empathic Concern

for Animals revealed differences in gender, especially in women, nationality, individuals

residing with partner, children, alone and with others, those who own animals and those who

have children. Emotional Attachment to Animals revealed a significant relationship in sex,

nationality, subjects who reside with their partner, with children, alone, and in those who

have animals, and children. With the present study it was possible to understand the

importance of pets in psychological well-being, and may be an influence in the promotion

and prevention of mental health.

Keywords: empathy; animals; psychological well-being; empathic concern; emotional

attachment.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2017), a saúde mental tem sido alvo de

uma crescente visibilidade nos últimos anos, em que as perturbações do foro psíquico têm-se

tornado uma problemática social, a nível global (Israr et al., 2022). A saúde é mais do que a

ausência de doença e constitui uma dimensão fundamental do bem-estar psicológico,

influenciando a saúde em geral, sendo, também, influenciado por esta (Silva & Jólluskin,

2021). A posse de animais foi considerada um fator de proteção na saúde mental (Saunders et

al., 2017).

O laço emocional entre seres humanos e animais, pode ser equiparado ao estabelecido

entre os indivíduos, quanto à sua intensidade, podendo levar ao pensamento que ter um

animal é positivo para a saúde, bem-estar psicológico e longevidade. Este fenómeno é

designado “efeito animal de estimação” (“pet effect”) (Janssens et al., 2020; Silva &

Jólluskin, 2021).

A relação entre os Homens e os animais é uma das relações mais fortes que existem e

com diversos benefícios, especialmente na saúde física e mental do ser humano (Gonzatti et

al., 2021; Lass‑Hennemann et al., 2022; Scoresby et al., 2021). É frequentemente considerada

uma das estratégias de prevenção e tratamento para indivíduos com, por exemplo, ansiedade

e depressão, podendo ser uma forma mais económica de promoção da saúde (Saunders et al.,

2017). A Terapia Assistida por Animais (TAA) pode promover a saúde física, diminuindo a

solidão, depressão, e ansiedade, coordenando os efeitos do sistema nervoso simpático,

aumentando o estímulo para a prática de exercícios (Souza & Castro, 2022). Tal pode ser

facilitado pelo toque físico e mecanismos centrais para reduzir o sofrimento mental (Hawkins

et al., 2021). Relativamente à dimensão emocional, a relação com os animais mostra-se

benéfica para indivíduos de diferentes faixas etárias, classes sociais e condições de saúde

(Mandrá et al., 2019).


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Nos últimos anos, o vínculo humano-animal tem sido investigado, bem como as suas

vantagens, especificamente para os donos de animais (Israr et al., 2022; Powell et al., 2019).

Num estudo elaborado por Souza e Castro (2022), verificou-se que os donos destes

destacaram o amor como sentimento predominante, comparativamente àqueles que não os

têm (Israr et al.,2022; Souza & Castro, 2022). Ademais, o estudo mostra que o vínculo com o

animal de estimação proporciona prazer mútuo e uma fonte de apoio emocional (Souza &

Castro, 2022).

Grajfoner e colaboradores (2021) denotam o impacto positivo dos animais de

estimação, principalmente em situações em que o contacto social é muito limitado. Aqueles

são uma fonte de apoio social e emocional, pois podem transmitir sentimentos de vinculação,

segurança e proteção, facilitadores das interações sociais entre os indivíduos, melhorando a

confiança, as emoções positivas, e o bem-estar (Pruchno et al., 2018). A literatura demonstra

que ter um animal de estimação por perto aumenta o afeto positivo e o número de

comportamentos pró-sociais (Junça-Silva, 2022).

Branson e colaboradores (2017), através da sua investigação, complementam que as

figuras de vinculação são necessárias em todas as fases da vida. Um estudo de Siebenbruner

(2019) demonstrou que, ter animais de companhia durante a infância refletia uma saúde

mental mais positiva, menor sofrimento pessoal, maior empatia, e melhor autoconceito,

durante o início da adultez. Os jovens frequentemente relatam relacionamentos especiais com

animais, percebendo-os como amigos ou membros da família, bem como a dependência dos

mesmos para companhia e apoio emocional (Siebenbruner, 2019).

As mudanças comportamentais mais significativas, devido à posse de animais de

estimação, foram o aumento do tempo ao ar livre, na natureza, e participação em atividades

físicas (Hawkins et al., 2021). Este aumento pode, consequentemente, aumentar a felicidade,

aliviar os sintomas negativos associados à saúde mental e manter o bem-estar positivo


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(Hawkins et al., 2021). Além disso, os donos de animais de estimação, em comparação com

os não donos, têm maior autoestima e são mais aptos fisicamente (McConnell et al., 2019).

A posse de um animal de estimação, após uma perda social, mostra que os indivíduos

enlutados são menos deprimidos, sentem-se menos solitários e relatam menos uso de

fármacos, do que aqueles sem animais de estimação (Lass‑Hennemann et al., 2020). Um

estudo elaborado por Souza e Castro (2022), demonstrou o papel do animal de estimação na

saúde mental, destacando a resiliência no auxílio para a superação de momentos difíceis, no

processo do luto, e na recuperação de doenças.

Um estudo de Gan e colaboradores (2020), aponta que os animais de estimação

podem ajudar a satisfazer algumas necessidades sociais básicas, como proximidade

emocional, sociabilidade, vínculo e sentimentos de conexão social, pertença e comunidade

(Hawkins et al., 2021). Neste sentido, a posse de um animal de estimação atenua o risco de

desconexão social, pode melhorar a saúde mental, reduzir sentimentos de solidão, dando

estrutura à vida e proporcionam um efeito calmante (Friesinger et al., 2021; Meier & Maurer,

2022).

Contudo, efeitos negativos da posse de animais de estimação foram investigados,

podendo representar um risco à saúde, uma vez que podem ser responsáveis pela

disseminação de doenças, infeções, alergias (Meier & Maurer, 2022), ou, ainda, maior

incidência e readmissões de ataques cardíacos (Saunders et al., 2017).

As responsabilidades associadas à posse de um animal de estimação exigem energia e

habilidades que podem ser desafiadoras (Meier & Maurer, 2022). Desta forma, ressaltam-se

novos desafios da vida quotidiana e stress para os donos de animais, como despender de mais

tempo para cuidar dos mesmos, a possibilidade de um acréscimo de stress por estar perto de

animais muito ativos ou exigentes, ou aumento das necessidades financeiras associadas à

posse dos animais (e.g., custo dos cuidados veterinários, ração) (Meier & Maurer, 2022; Gan,
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et al., 2020). A literatura revela que as preocupações com o sofrimento animal estão

associadas a níveis mais altos de empatia pelos humanos (Gómez-Leal et al., 2021). A

preocupação com o futuro pode gerar ansiedade, originando sentimentos negativos, como

frustração, exaustão e, essencialmente, inadequação e culpa, caso os donos percebam que não

estão a atender às necessidades do animal (Merkouri et al., 2022).

Um estudo de Wilson e colaboradores (2021), aponta que cuidar de um animal

fornece aos indivíduos um sentido de propósito e companheirismo, preenchendo as

necessidades de relacionamento, traduzindo um efeito positivo no bem-estar. Nesta medida, a

perda de um animal de estimação pode ser uma experiência traumática (Meier & Maurer,

2022), gerando alterações na sua rotina diária, e perda da identidade como cuidador do seu

animal (Hawkins et al., 2021).

Uma investigação de Souza e Castro (2022), mostrou que existe uma proximidade na

relação animal e tutor semelhante ao de um relacionamento entre pais e filhos, cuidador e

cuidado, ou marido e mulher (Gan, et al., 2020; Souza & Castro, 2022).

Um estudo de Meier e Maurer (2022) verificou que a posse de um animal gera

preocupação financeira, desgaste mental e físico, nomeadamente nos mais velhos, com baixa

habilitação literária e com recursos financeiros escassos, representando um desafio. A

habitação, principalmente aqueles que residem na zona rural, pode despertar uma maior

propensão a possuir um animal, no caso de uma casa, enquanto viver num apartamento

permite desenvolver um vínculo mais significativo (Meier & Maurer, 2022). Ademais,

Emauz e colaboradores (2018) verificaram que não ter filhos é uma variável preditora da

empatia por animais.

Saunders e colaboradores (2017) ainda complementam, na sua investigação, que

famílias de menor número, o sexo feminino, independente do estado civil, indivíduos

casados, melhor saúde geral, maior renda familiar, localização mais rural, e ter um
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companheiro que trabalha a tempo inteiro, apresentam uma maior probabilidade de possuírem

animais de estimação.

Silva e Jólluskin (2020), no que concerne às diferenças, tendo em conta as

habilitações literárias, verificaram que os participantes que possuem o ensino secundário

apresentam níveis mais elevados de Interação Dono-Animal, comparativamente aos do 2º

ciclo do ensino superior. A Proximidade Emocional foi maior em indivíduos com o 3º ciclo

do ensino superior do que em indivíduos com o ensino secundário (Silva & Jólluskin, 2020).

Neste sentido, apesar de, maioritariamente, a literatura revelar que os animais de

estimação apresentam benefícios para a saúde física e mental, e para o bem-estar psicológico

dos indivíduos, uma minoria relata efeitos negativos. Este facto leva a resultados

inconclusivos relativamente à relação entre a posse de animais e o bem-estar psicológico dos

indivíduos. Deste modo, de forma a contribuir para a melhor compreensão desta temática e

colmatar a falta de evidências, a presente investigação visa relacionar a influência dos

animais no bem-estar psicológico.

Com esta finalidade, foram traçados alguns objetivos específicos, designadamente, (1)

caracterizar a amostra sociodemográfica (idade, sexo, nacionalidade, habilitações literárias,

ter ou não animais de estimação, residência, estado civil, ter ou não filhos, e com quem

reside), (2) comparar o bem-estar psicológico da amostra, (3) correlacionar a empatia pelos

animais com o bem-estar psicológico, (4) comparar a preocupação empática com animais

entre a amostra, e (5) comparar a ligação emocional aos animais entre a amostra.

Método

Tipo de estudo

A presente investigação é um estudo transversal, de cariz exploratório, quase-experimental e

correlacional, uma vez que visa relacionar duas variáveis, designadamente empatia com

animais, variável independente, e o bem-estar psicológico, variável dependente.


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Amostra e técnicas de amostragem

A amostra é não aleatória e não probabilística, por conveniência, composta por 156

participantes, 118 do sexo feminino (75.6%) e 38 do sexo masculino (24.4%), dos quais 149

declaram nacionalidade portuguesa (95.5%) e 7 (4.5%) outra nacionalidade. No que concerne

às habilitações literárias, 1 (0.6%) possui o Ensino Primário, 5 (3.2%) o Ensino Básico, 87

(55.8%) declaram ter o Ensino Secundário, e 63 (40.4%) o Ensino Superior. Os participantes

apresentam idades compreendidas entre 18 e 88 (M = 25.7; DP = 10.8). Relativamente à

posse de animais de estimação, 123 (78.8%) dos inquiridos apontam possuir animais de

estimação, 26 (16.7%) indicam que não possuem animais, mas já possuíram, e 7 (4.5%)

afirma nunca ter tido um animal. Quanto ao local de residência, 76 (48.7%) revelam viver no

meio rural e 80 (51.3%) no meio urbano. Em relação ao estado civil, 124 (79.5%) afirmam

ser solteiros, 26 (16.7%) afirmam estar casado/a ou em união de facto, 5 (3.2%) divorciados,

e 1 (0.6%) viúvo. No que se refere a ter filhos, 132 (84.6%) declaram não ter filhos, 17

(10.9%) apontam ter 2 ou mais filhos, e 7 (4.5%) indicam ter 1 filho. Finalmente, sujeitos

com quem o participante reside foi um tópico avaliado, dos quais 96 (61.5%) declaram viver

com os pais, 39 (25%) com o companheiro/a, 20 (12.8%) com os filhos/as, 19 (12.2%) com

familiares, 10 (6.4%) com amigos/as, 2 (1.3%) sozinho/a e 2 (1.3%) com outro.

Como critérios de inclusão são apontados, a maioridade e ambos os géneros. Os

critérios de exclusão são todos aqueles que não preencham os de inclusão. Desta forma, a

amostra inicial foi constituída por 160 participantes, contudo 4 foram excluídos, dado que

não preenchiam os critérios de seleção.

Instrumentos

O questionário sociodemográfico foi aplicado de forma a caracterizar a amostra em relação à

idade, sexo, nacionalidade, habilitações literárias, à posse de animais de estimação, local de


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residência, estado civil, se tem filhos e indivíduos com que reside. O questionário é

constituído por respostas fechadas (e.g. idade), e questões de escolha múltipla.

Para a realização da investigação foram utilizados dois instrumentos, a Escala de

Empatia com Animais, que mede a empatia pelos animais, e o Questionário Geral de

Bem-Estar Psicológico, que visa avaliar o bem-estar psicológico.

A Escala de Empatia com Animais, da autoria de Elizabeth Paul (2000), e adaptada

por Emauz e colaboradores (2016) para a população portuguesa, tem como objetivo avaliar a

empatia pelos animais. É constituída por 13 itens, avaliada numa escala de Likert

compreendida entre 1 e 9 (1- Discordo muitíssimo; 2- Discordo bastante; 3- Discordo; 4-

Discordo ligeiramente; 5- Não concordo nem discordo/ Não sei; 6- Concordo ligeiramente; 7

- Concordo; 8- Concordo bastante; 9 - Concordo muitíssimo) (Emauz et al., 2016).

A escala supramencionada encontra-se dividida em duas subescalas, a Escala da

Ligação Emocional com Animais, constituída por 7 itens e avalia a preocupação pelas

atitudes de outros relativamente à sua ligação afetiva com os animais, e a Escala da

Preocupação Empática com Animais, formada por 6 itens, e avalia os sentimentos de

desconforto perante situações de sofrimento animal. A primeira é composta pelos itens 2

(“Sinto-me incomodado(a) quando vejo as pessoas a dar mimos e beijos em público aos seus

animais de estimação”), 4 (“Há muitas pessoas que são exageradamente afetuosas com os

seus animais de estimação.”), 6 (“É uma parvoíce ficar excessivamente ligado(a) a um animal

de estimação.”), 7 (“Os meus animais de estimação têm uma grande influência no meu estado

de humor. “), 8 (“Fico surpreendido às vezes com a intensidade do desgosto que algumas

pessoas mostram quando lhes morre um velho animal de estimação.”), 10 (“As pessoas

exageram as emoções e sentimentos que atribuem aos animais.”), e 11 (“Acho irritante

quando os cães saltam para cima de mim e me lambem para me cumprimentar.”). A segunda

subescala é constituída pelos itens 1 (“Entristece-me ver um animal sozinho numa jaula.”), 3
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(“Fico perturbado(a) quando vejo um animal idoso e indefeso.”), 5 (“Fico indignado(a) ao ver

animais a serem maltratados.”), 9 (“Fico perturbado(a) ao ver um animal a sofrer.”), 12

(“Tentaria sempre ajudar quando visse um cão ou um cachorro perdidos.”), e 13 (“Detesto ver

aves fechadas onde nem têm espaço para voar.”) (Emauz et al., 2016).

A pontuação máxima adquirida é de 117 pontos, sendo que a subescala Ligação

Emocional com Animais é cotada inversamente. A Escala de Empatia com Animais apresenta

um alpha de Cronbach de .84, apresentando bons níveis de fidelidade interna. A subescala

Ligação Emocional com Animais apresenta um alpha de Cronbach de .84, e a subescala

Preocupação Empática com Animais indica um alpha de Cronbach de .79 (Emauz et al.,

2016).

Desenvolvida por Grossi e colaboradores (2006), e adaptada para a população

portuguesa por Pereira e colaboradores (2018), o Questionário Geral de Bem-Estar

Psicológico, avalia o bem-estar psicológico, e é composta por 6 itens (1-“Durante o último

mês, sentiu-se incomodado(a)/ aborrecido(a)/nervoso(a)?”; 2-“Durante o último mês, quanta

energia ou vitalidade sentiu?”; 3-“Durante o último mês, sentiu-se abatido?”; 4-“Durante o

último mês, sentiu-se emocionalmente estável?”; 5-“Durante o último mês, sentiu-se

alegre?”; e 6-“Durante o último mês, sentiu-se cansado(a), exausto(a) ou desgastado(a)?”)

(Pereira et al., 2018).

Avaliada numa escala de tipo Likert, compreendida entre 1 e 5 (1- Nunca; 2-

Raramente; 3- Às vezes; 4- Muitas vezes; 5- Sempre), o inquirido pode obter uma pontuação

entre 0 e 30, sendo que os pontos dos itens 2, 3 e 6 são obtidos inversamente. Relativamente

às propriedades psicométricas, a escala apresenta boa consistência interna, obtendo um alpha

de Cronbach .86 (Pereira et al., 2018).

Procedimentos

Após a revisão da literatura, foi efetuada a introdução do projeto, com a informação


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recolhida. Desta forma, foram utilizadas bases de dados como PubMed, EBSCOhost, e B-on.

Seguidamente foram selecionados os instrumentos adequados para medir as variáveis em

estudo. A disseminação do questionário foi enviado pela rede social WhatsApp, Facebook, e

Instagram, através de um link. De modo a assegurar os princípios ético-deontológicos, o

referido iniciou-se com um consentimento informado, preenchido de forma individual,

anónima e voluntária, com a indicação sobre a garantia do anonimato e confidencialidade dos

dados, assim como a possibilidade de desistência a todo o momento, sem sofrer qualquer

prejuízo ou consequência. Era composto pelo questionário sociodemográfico, e pelas Escala

de Empatia com Animais e pelo Questionário Geral de Bem-Estar Psicológico. O

preenchimento apresentou uma duração estimada de 10 a 15 minutos, não sendo oferecidos

quaisquer incentivos ou recompensas. A duração da recolha de dados foi de 4 semanas,

encontrando-se o formulário disponível por todo esse período, na plataforma Google Forms.

Análise de dados

A análise de dados foi efetuada com recurso aos programas IBM SPSS Statistics 27 e JASP

0.17.1.

Os dados sociodemográficos foram analisados mediante estatística descritiva,

apresentando a média (M), e o desvio padrão (DP). Foram também calculados os valores de

Kurtosis (curtose) e Skewness (assimetria), verificando-se que se encontravam no intervalo de

-3 e 3, ou seja, apresentavam uma distribuição platicúrtica (Afonso & Nunes, 2019). Desta

forma, foi utilizada estatística paramétrica.

Com a verificação da normalidade da distribuição, foi realizada uma correlação de

Pearson entre as variáveis empatia com animais e o bem-estar psicológico (BEP). Para a

comparação entre os grupos sexo, nacionalidade, local de residência, e indivíduos com que

reside foi utilizada o T-teste, e para a comparação da posse de animais de estimação e a posse

de filhos recorreu-se à ANOVA, sendo também, calculados os efeitos estatísticos. Quando os


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grupos apresentavam diferenças relativamente ao tamanho dos mesmos, foi utilizado o teste

de Welch para verificar o valor de p. Foi também considerada a realização da MANOVA,

para a interseção das variáveis de interesse, contudo o tamanho da amostra não era

suficientemente grande para a realização do teste. O nível de significância considerado foi

5% (p = .05).

Resultados

Relativamente aos critérios de normalidade da Escala BEP de Grossi e colaboradores (2006),

os valores de Skewness variam entre -.102 e os valores de Kurtosis de .124. Quanto à Escala

de Empatia com Animais de Elizabeth Paul (2000), o valor de Skewness foi de -1.226 e o

valor de Kurtosis 1.861. As suas dimensões, Ligação Emocional aos Animais e Preocupação

Empática com Animais, apresentaram Skewness -.785 e o valor de Kurtosis .942, e Skewness

-1.351 e o valor de Kurtosis 2.622, respetivamente, podendo considerar-se a distribuição

normal. No que respeita à consistência interna, o alpha de Cronbach para a escala Empatia

com Animais apresenta-se satisfatório (α = .774), bem como para as dimensões Ligação

Emocional aos Animais (α = .652) e Preocupação Empática com Animais (α = .692). No que

concerne ao BEP, o alpha de Cronbach foi de - .113. Assim, uma vez que, com esse valor, a

escala não apresenta qualquer consistência interna, foi efetuada a sua verificação, tendo sido

possível concluir que os itens 1 e 2 não se encontravam revertidos. Após a sua reversão, o

valor de alpha passou a ser de .828, apresentando-se bastante satisfatório.

Prevalência do Bem-Estar Psicológico

Através do T-teste, foi possível verificar que o sexo não apresentava uma relação

estatisticamente significativa com o BEP, dado que o valor de p é superior a .05 (t = .515, p =

.608, d = .092), logo a hipótese nula não é rejeitada (Consultar tabela 1). Relativamente à

nacionalidade, o valor de p não se mostra significativo, contudo revela-se um efeito grande (t


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=2.332, p = .054, d = .879), em que a nacionalidade portuguesa tem M = 18.913, e outra M =

17.286, evidenciando-se uma relação estatisticamente significativa (Consultar tabela 2).

Desta forma, apesar do p não ser significativo, existe um efeito grande sobre a variável

dependente, o que permite evitar um erro do tipo 2, isto é, afirmar que não há diferenças

quando elas existem. No que concerne à zona de residência, não se verificam relações

estatisticamente significativas, uma vez que o valor de p é superior a 5% e não existe efeito

entre as variáveis (t = .264, p = .792, d = .042) (Consultar tabela 3). Na dimensão “com

quem reside”, a variável “viver com o/a companheiro/a”, apesar do valor de p indicar que

existem diferenças, o d indica que não existe um efeito entre as variáveis (t = 2.255, p = .027,

d = -.409), revelando não existir uma relação significativa (Consultar tabela 4). No entanto,

as variáveis “viver com pais” (t = 1.531, p = .128, d = .251, M = 18.656), “viver com

amigos” (t = .883, p = .397, d = .294, M = 18.300), e “viver com familiares” (t = 1.744, p =

.094, d = .417, M = 18.158), ainda que o valor de p seja superior a .05, o efeito entre as

variáveis revelou-se pequeno (Consultar tabela 5, 7 e 8, respetivamente). Nas restantes

variáveis, não foram apontadas quaisquer relações com o BEP, dado que o valor de p é

superior a .05, e não foi evidenciado qualquer efeito.

Através da ANOVA, a posse de animais mostrou-se significativamente relacionada

com o BEP, apresentando um efeito pequeno (F = .842, p = .433, ɲp² = .011), destacando os

indivíduos nunca tiveram animais (M = 19.429), seguidamente os que não têm, mas já

tiveram (M = 19.154), e os que têm (M = 18.740) (Consultar tabela 11). No que respeita a

“ter filhos”, verifica-se uma relação estatisticamente significativa, com um efeito pequeno (F

= 2.746 , p = .067, ɲp² = .035), evidenciando aqueles que têm 2 ou mais (M = 19.824),

seguindo-se aqueles que têm 1 filho (M = 19.143), e os não têm (M = 18.697) (Consultar

tabela 12).
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Associação entre Bem-Estar Psicológico e Empatia com Animais

O resultado da correlação de Pearson mostra que existe correlação entre as variáveis BEP e a

Empatia com os Animais (r = -.220, p = .006, r2 =.0484), nomeadamente na dimensão

Preocupação Empática com Animais (r = -.217, p = .006, r2 =.0471), apresentando uma

relação estatisticamente significativa. Uma vez que se verifica que a correlação é negativa,

significa que as duas variáveis estão inversamente relacionadas. A dimensão Ligação

Emocional aos Animais não apresentou correlação com o BEP, dado que o valor de p não era

significativo (r = -.054, p = .504, r2 = .0029) (Consultar tabela 13).

Prevalência da Preocupação Empática com Animais

Constata-se, com o T-teste, que o sexo apresenta uma relação estatisticamente significativa

com a Preocupação Empática com Animais, com um valor de p significativo e um efeito

pequeno (t = 2.354, p = .022, d = .439), destacando-se o sexo feminino (M = 47.95),

seguindo-se o masculino (M = 45.26) (Consultar tabela 1). No que respeita à nacionalidade,

apesar do valor de p não se revelar significativo, verifica-se um efeito pequeno entre as

variáveis (t = .824, p = .440, d = .364), destacando uma relação estatisticamente significativa,

de assinalar que a nacionalidade portuguesa apresenta uma M = 47.416, e outra nacionalidade

M = 44.714. No que concerne à residência, o valor de p = .272 revela não existir relações

estatisticamente significativas, nem qualquer efeito entre as variáveis (t = -1.102, p = .272, d

= -.176) (Consultar tabela 2). Quanto à dimensão “com quem reside”, nos indivíduos que

vivem com os familiares, o valor de p revela-se significativo, contudo não existe efeito entre

as variáveis (t = -2.500, p = .019, d = -.568), não se verificando uma relação estatisticamente

significativa (Consultar tabela 8). Nos indivíduos que vivem com o companheiro(a) (t =

1.450, p = .153, d = .281, M = 45.923), filho(s) (t = 1.505, p = .145, d = .374, M = 45.200),

sozinhos(as) (t = .770, p = .582 , d = .745, M = 35.500) e com outros (t =.146 , p = .856 , d


BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
15
=.114 , M = 46.500), apesar dos valores de p não evidenciarem significância, destaca-se um

efeito pequeno e moderado, verificando-se relações estatisticamente significativas entre as

variáveis supramencionadas e a Preocupação Empática com Animais (Consultar tabela 4, 6,

9, 10, respetivamente). Nos indivíduos que declaram viver com os pais (t = -.387 , p = .700 ,

d = -.066 , M = 47.458) ou com amigos (t = -.569 , p = .581 , d = -.169 , M = 48.200) , não se

verifica a existência de relações estatisticamente significativas (Consultar tabela 5 e 7,

respetivamente).

Relativamente à posse de animais, e através da ANOVA, verifica-se a existência de

uma relação estatisticamente significativa (F = 12.138, p = < .001, ɲp² = .137), revelando um

efeito grande, sendo superior nos indivíduos que apontam ter animais de estimação (M =

48.14), seguidamente dos que relatam não ter animais, mas que já tiveram (M = 45.96), e, por

último, os indivíduos que nunca tiveram animais (M = 37.43) (Consultar tabela 11). Na

dimensão ter filhos, constata-se que apesar do p não ser significativo, evidencia-se um efeito

pequeno (F = 1.768 , p = .174, ɲp² = .023), traduzindo numa relação estatisticamente

significativa. Desta forma, esta relação é superior nos indivíduos que não têm filhos (M =

47.689), seguindo-se os participantes que indicam ter um filho (M = 45.429), e aqueles que

têm 2 ou mais (M = 45.000) (Consultar tabela 12).

cohen´s d = 0.2 pequeno; 0.5 moderado; 0.8 grande

O eta parcial ao quadrado é a medida do tamanho do efeito padrão relatado em vários


procedimentos ANOVA no SPSS. Normas sugeridas para eta-quadrado parcial são: pequeno =
0,01; médio = 0,06; grande = 0,141. A fórmula para o cálculo do eta parcial ao quadrado é
semelhante a eta2: Parcial eta2 = SSeffect / SSeffect + SSerror1.

Prevalência da Ligação Emocional aos Animais

Com recurso ao T-teste, apesar do valor de p não evidenciar significância, existe um efeito

pequeno (t = 1.274, p = .208 , d = .242), revelando uma relação estatisticamente significativa

no sexo, em que o feminino revelou uma M = 44.915, e o masculino M = 43.526 (Consultar

tabela 1). Relativamente à nacionalidade, o p não revela significância, contudo, existe um


BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
16
efeito moderado (t = 1.571, p = .164 , d = .657), destacando uma relação significativa, cuja

nacionalidade portuguesa indica M = 44.758, e “outra” M = 40.714 (Consultar tabela 2). No

que concerne à residência (t = -1.417, p = .159, d = -.227), não se evidencia uma relação

estatisticamente significativa (Consultar tabela 3). Na dimensão “com quem reside”,

observam-se exceções nos itens “reside com pais” (t = -2.704, p = .008 , d = -.461), que

apesar de parecer existir significância, não existe efeito, “reside com amigos” (t = .054, p =

.958, d = .016), “reside com familiares” (t = -.586, p = .563, d = -.135), e “reside com outro”

(t = -1.103, p = .466, d = -.829), não revelando uma relação estatisticamente significativa

(Consultar tabela 5, 7, 8, 10, respetivamente). Nas variáveis “reside com companheiro”

verifica-se uma relação de significância com um efeito moderado (t = 2.496, p = .016, d =

.502, M = 42.282), e “reside com filhos” (t = 3.396, p = .003, d = .903, M = 39.750) e “reside

sozinho” (t = 1.907, p = .303, d = 1.363, M = 37.000) com um efeito grande (Consultar

tabela 4, 6, 9 respetivamente).

Em relação a ter animais, e através da ANOVA, é possível constatar que existe uma

relação estatisticamente significativa com um efeito moderado (F = 6.393, p = .002, ɲp² =

.077), destacando aquelas que indicaram ter animais atualmente com uma M = 45.25, as que

não têm, mas já tiveram, revelam uma M = 43.04, e as que afirmam nunca ter tido nenhum

animal, M = 38.43. (Consultar tabela 11). Constata-se que na dimensão “ter filhos" existe

uma relação estatisticamente significativa e um efeito grande (F = 11.828, p = <.001, ɲp² =

.134), sendo maior nos indivíduos que não têm filhos M = 45.46, seguindo-se aqueles que

têm apenas um filho M = 40.29, e, finalmente, com dois ou mais filhos M = 39.53 (Consultar

tabela 12).

Tabela 1
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados do sexo na Preocupação Empática
com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar Psicológico e na Empatia
com Animais
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
17
Sexo
Feminino Masculino Cohen’s
t p
M (DP) M (DP) d
Preocupação 47.949 (6.103) 45.263(6.123) 2.354 .022 .439
Ligação 44.915 (5.543) 43.526 (5.940) 1.274 .208 .242
BEP_total 18.881 (1.988) 18.711(1.707) .515 .608 .092

Tabela 2
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da nacionalidade na Preocupação
Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar Psicológico e na
Empatia com Animais
Nacionalidade
Portuguesa Outra Cohen’s
t p
M (DP) M (DP) d
Preocupação 47.416 (6.075) 44.714 (8.577) .824 .440 .364
Ligação 44.758 (5.561) 40.714 (6.701) 1.571 .164 .657
BEP_total 18.913 (1.899) 17.286 (1.799) 2.332 .054 .879

Tabela 3
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da residência na Preocupação
Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar Psicológico e na
Empatia com Animais
Residência
Meio Rural Meio Urbano
t p Cohen’s d
M (DP) M (DP)
Preocupação 46.737 (5.582) 47.825 (6.722) -1.102 .272 -.176
Ligação 43.921 (5.642) 45.200 (5.631) -1.417 .159 -.227
BEP_total 18.882 (2.020) 18.800 (1.831) .264 .792 .042

Tabela 4
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com
companheiro” na Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais,
no Bem-Estar Psicológico e na Empatia com Animais
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
18
Companheiro
Não Sim
t p Cohen’s d
M (DP) M (DP)
Preocupação 47.752 (5.817) 45.923 (7.124) 1.450 .153 .281
Ligação 45.342(4.875) 42.282 (7.119) 2.496 .016 .502
BEP_total 18.650 (1.931) 19.410 (1.788) -2.255 .027 -.409

Tabela 5
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com pais” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Pais
Não Sim Cohen’s
t p
M (DP) M (DP) d
Preocupação 47.033 (7.390) 47.458 (5.355) -.387 .700 -.066
Ligação 42.950 (6.575) 45.594 (4.754) -2.704 .008 -.461
BEP_total 19.133 (1.864) 18.656 (1.940) 1.531 .128 .251

Tabela 6
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com filhos” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Filhos
Não Sim
t p Cohen’s d
M (DP) M (DP)
Preocupação 47.603 (6.078) 45.200 (6.748) 1.505 .145 .374
Ligação 45.287 (5.080) 39.750 (7.025) 3.396 .003 .903
BEP_total 18.743 (1.901) 19.500 (1.960) -1.620 .118 -.392

Tabela 7
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com amigos” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
19
Amigos
Não Sim
t p Cohen’s d
M (DP) M (DP)
Preocupação 47.233 (6.274) 48.200 (5.116) -.569 .581 -.169
Ligação 44.582 (5.734) 44.500 (4.577) .054 .958 .016
BEP_total 18.877 (1.915) 18.300 (2.003) .883 .397 .294

Tabela 8
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com familiares”
na Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Familiares
Não Sim
t p Cohen’s d
M (DP) M (DP)
Preocupação 46.898 (6.237) 50.158 (5.188) -2.500 .019 -.568
Ligação 44.489 (5.760) 45.211(4.917) -.586 .563 -.135
BEP_total 18.934 (1.922) 18.158 (1.803) 1.744 .094 .417

Tabela 9
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver sozinho” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Sozinho
Não Sim Cohen’s
t p
M (DP) M (DP) d
Preocupação 47.448 (5.824) 35.500 (21.920) .770 .582 .745
Ligação 44.675 (5.606) 37.000 (5.657) 1.907 .303 1.363
BEP_total 18.825 (1.914) 20.000 (2.828) -.586 .662 -.487
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
20
Tabela 10
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “viver com outro” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Outro
Não Sim
M (DP) M (DP) t p Cohen’s d
Preocupação 47.305 (6.205) 46.500 (7.778) .146 .856 .114
Ligação 44.513 (5.640) 37.000 (5.657) -1.103 .466 -.829
BEP_total 18.838 (1.901) 19.000 (4.243) -.054 .966 -.049

Tabela 11
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “ter animais” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Ter animais
Não,
Não, mas já tive nunca Sim, tenho
tive F p
ɲp²
M M M
(DP) (DP) (DP)
37.429 48.138
Preocupação 45.962 (6.447) 12.138 <.001 .137
(9.981) (5.357)
38.429 45.252
Ligação 43.038 (7.219) 6.393 .002 .077
(8.404) (4.831)
19.429 18.740
BEP_total 19.154 (1.515) .842 .433 .011
(1.813) (1.999)

Tabela 12
Médias (M), Desvios Padrões (DP) e efeitos univariados da variável “ter filhos” na
Preocupação Empática com Animais, na Ligação Emocional aos Animais, no Bem-Estar
Psicológico e na Empatia com Animais
Ter filhos
2 ou
1 filho Não tenho
mais
M F p
M M ɲp²
(DP) (DP) (DP)
45.429 45.000 47.689
Preocupação 1.768 .174 .023
(5.912) (8.573) (5.817)
Ligação 40.286 39.529 45.455 11.828 <.001 .134
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
21
(7.697) (7.476) (4.819)
19.143 19.824 18.697
BEP_total 2.746 .067 .035
(2.193) (1.811) (1.894)

Tabela 13
Modelo de Regressão Logística Múltipla para o Bem-Estar Psicológico e Empatia com
Animais
Pearson's p Lower Upper Effect size SE
r 95% CI 95% CI (Fisher's z) Effect
size
BEP total - Empatia-Ani -.220 ** .006 -.364 -.065 -.223 .081
mais Total
BEP total - Preocupação -.217 ** .006 -.362 -.062 -.221 .081
BEP total - Ligação -.054 .504 -.209 .104 -.054 .081

* p < .05, ** p < .01, *** p < .001

Discussão

A presente investigação apresentou como objetivos comparar o bem-estar psicológico da

amostra, correlacionar a empatia pelos animais com o bem-estar psicológico, comparar a

preocupação empática com animais entre a amostra, e comparar a ligação emocional aos

animais entre a amostra. Desta forma, são descritos os resultados obtidos, pela ordem

apresentada na definição de objetivos, iniciando-se pela análise comparativa da variável BEP,

seguindo-se a correlação entre as variáveis BEP e Empatia pelos animais, e as análises

comparativas da Preocupação Empática com Animais, e Ligação Emocional aos Animais.

Na comparação do BEP com as diferentes variáveis, a nacionalidade, os indivíduos

que residem com os pais, amigos e familiares, assim como os que possuem animais e têm

filhos, apresentam uma relação estatisticamente significativa. Sendo a amostra do presente

estudo constituída significativamente por indivíduos portugueses que residem com pais,

amigos e familiares, pode explicar estes resultados, uma vez que esta população tende a
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
22
evidenciar uma maior vinculação à família e amigos, propiciando o desenvolvimento de

relações mais estáveis e satisfatórias, podendo traduzir-se num maior BEP. Segundo Mota e

Oliveira (2020), a configuração familiar assumiu um contributo no bem-estar psicológico,

sendo que os jovens provenientes de famílias tradicionais portuguesas apresentam um efeito

significativo na predição da variável bem-estar. Verificou-se que a perceção que os jovens

portugueses têm acerca do seu suporte social parece estar associada ao desenvolvimento

positivo do seu bem-estar psicológico. Constatou-se que a perceção de apoio, em geral pais e

familiares, e, em específico, os amigos, tendem a predizer positivamente a autoestima e a

sociabilidade. Estes resultados parecem ir ao encontro do estudo de Granja e Mota (2018), em

que parece verificar-se que quando o indivíduo percebe um maior bem-estar psicológico, esta

perceção reflete-se na sua vida, nomeadamente, na relação com todas aquelas figuras

significativas. Referente à posse de animais, os dados obtidos correspondem às expectativas,

uma vez que seria de esperar que os indivíduos com animais de estimação exibissem níveis

elevados de BEP (Wilson et al., 2021). Silva e Jólluskin (2020), obtiveram resultados

contraditórios ao presente estudo, uma vez que não encontraram diferenças respeitantes aos

donos e não donos de animais, relativamente ao BEP, apesar dos indivíduos do sexo

masculino que possuem um, apresentam maior bem-estar psicológico. Meier e Maurer

(2022), relataram resultados discordantes com os últimos investigadores, evidenciando que a

posse de um animal e o convívio com o mesmo acarreta diversos benefícios na saúde em

geral, proporcionando um bem-estar ao sujeito.

A correlação de Pearson apresentou relações positivas e moderadas entre a variável

BEP e a Empatia com Animais, nomeadamente na dimensão Preocupação Empática com

Animais, contudo, com a exceção da dimensão Ligação Emocional. Todavia, este resultado é

contrário aos obtidos por Lass‑Hennemann e colaboradores (2020), uma vez que seria

expectável que a Ligação Emocional aos Animais estivesse relacionada de forma positiva
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
23
com o BEP. Desta forma, os resultados obtidos na presente investigação, podem justificar-se

pelo facto de quando os níveis de ligação com o animal são demasiado elevados, o indivíduo

pode substituir o seu bem-estar pelo do animal, passando o seu para segundo plano. Israr e

colaboradores (2022), também obtiveram resultados contraditórios, verificando uma relação

significativa entre o bem-estar psicológico e a ligação emocional ao animal, cuja relação é de

caráter benéfico para a saúde mental. Também Wilson e colaboradores (2021), encontraram

resultados cuja ligação com os animais e BEP era significativa, em que a posse de animais e

posterior empatia revelou um efeito positivo no bem-estar dos participantes. Finalmente,

Silva e Jólluskin (2020) evidenciaram que na amostra portuguesa, a proximidade não

apresentou uma associação com o bem-estar mental, psicológico, emocional e social.

Relativamente ao T-teste, a Preocupação Empática mostrou-se significativa no sexo,

em que as mulheres obtiveram pontuações mais elevadas comparativamente aos homens, na

nacionalidade, em sujeitos que vivem com o companheiro, filhos, sozinhos e outros, nos que

têm animais, e filhos. Apesar da correção do teste de Welch, o número de mulheres (118) e de

homens (38) é muito discrepante, podendo influenciar os resultados. As mulheres são mais

propensas a mostrar o seu lado maternal e emocional, principalmente sentimentos de

preocupação, enquanto os homens tendem a retrair esse tipo de sentimentos, assim, esta

característica de ambos os géneros pode refletir-se nos animais, justificando os dados obtidos.

Poder-se-á afirmar que a vivência com o companheiro, filhos e outros, desenvolve um

sentimento de afeto, vínculo e amor entre todos. Tais sentimentos são, muitas vezes,

extensíveis aos animais, percebidos e sentidos como membros iguais integrantes da família.

Também aqueles que vivem sozinhos, podem depositar nos animais mais afeto e

preocupação, justificando os dados obtidos. Ademais, a cultura portuguesa é uma cultura

caracterizada pelo vínculo aos animais, o que poderá explicar a relação de significância. A

relação significativa na posse de animais pode justificar-se pelo facto de sujeitos com animais
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
24
serem mais propensos a desenvolver sentimentos de vínculo e preocupação com o mesmo.

Gómez-Leal e colaboradores (2021), através do T-teste, revelam que as mulheres, em

comparação com os homens, pontuaram mais na subdimensão da preocupação empática.

Emauz e colaboradores (2018), apontam resultados semelhantes em que, na amostra lusitana,

o sexo feminino demonstrou maiores índices de empatia com animais. Por sua vez, Gonzatti e

colaboradores (2021), evidenciaram resultados diferentes, em que não foram encontradas

diferenças significativas no sexo. Relativamente aos indivíduos que residem com

companheiro, Lass‑Hennemann e colaboradores (2020) revelam resultados concordantes,

com a presente investigação. Pruchno e colaboradores (2018), encontraram diferenças

estatisticamente significativas nos sujeitos que viviam sozinhos, todavia eram menos

propensos a ter um animal, desenvolvendo uma baixa preocupação. Apesar dos dados

apontarem que os donos, comparativamente com os não donos, eram mais propensos a viver

com um parceiro ou família, esse fator (viver com familiares) não influenciou os resultados

(Lass‑Hennemann et al., 2020). Refletindo sobre a ANOVA, a posse de animais e ter filhos

revelaram relações significativas com a preocupação empática. Estes resultados vão ao

encontro do estudo de Gómez-Leal e colaboradores (2021), uma vez que foi observado que

ter um animal de estimação teve um efeito moderador na relação entre a preocupação

empática e a empatia pelos animais, indicando que essa relação era mais forte nos

participantes que tinham animais de estimação. Quanto a ter filhos, verificou-se que, um

estudo de Emauz e colaboradores (2018) evidenciou que não ter filhos mostrou-se

significativo na preocupação empática com os animais, o que se revela no presente estudo.

No que respeita a Ligação Emocional aos Animais, o sexo revelou relações

estatisticamente significativas, em que as mulheres obtiveram pontuações mais elevadas

comparativamente aos homens. Também a nacionalidade evidenciou relações significativas,

em que a portuguesa obteve pontuações mais elevadas aquando comparação com outra
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
25
nacionalidade. Residir com o companheiro, filho(s), sozinho, ter animais e filhos traduziu-se

numa relação significativa. Quanto à nacionalidade, os resultados obtidos podem ser

explicados pelo facto da amostra ser constituída maioritariamente por sujeitos portugueses,

podendo influenciar os resultados. Assim como no objetivo supramencionado, a

nacionalidade pode expressar significância, uma vez que a cultura portuguesa mostra-se

muito ligada aos animais. Os dados relativamente aos sujeitos que vivem com o

companheiro, podem ser explicados pelo indivíduo passar mais tempo sozinho, uma vez que

a vida profissional do companheiro pode implicar estar fora de casa, grande parte do dia,

voltando-se para o animal e desenvolvendo uma ligação emocional maior. O mesmo se pode

observar quanto àqueles que residem sozinhos. Quanto aos filhos, a relação significativa pode

dever-se ao facto dos cuidadores desejarem dar àqueles um animal para o desenvolvimento de

um sentido de responsabilidade, companheirismo, e ligação emocional. Souza e Castro

(2022), obtiveram resultados semelhantes, uma vez que foram evidenciadas relações de

ligação emocional com os animais significativas entre pais e filhos, cuidador e cuidado.

Relativamente aos indivíduos que vivem com o companheiro, Lass‑Hennemann e

colaboradores (2020), evidenciaram uma relação significativa, em que os donos eram mais

propensos a viver juntos com um parceiro ou família em comparação com os não donos.

Quanto às limitações do presente estudo, destaca-se a reduzida dimensão da amostra,

o que não permite a generalização dos resultados, bem como a discrepância dos grupos, que

impossibilitou a análise da variável “habilitações literárias”, bastante relatada na literatura.

Ademais, foi verificado o condicionamento da realização de testes, como a MANOVA, não

permitindo a interseção das variáveis. Assim, sugere-se que estudos futuros apresentem uma

amostra maior e mais abrangente, relativamente ao sexo, agregado familiar, e maior número

de regiões do País, de forma a possibilitar a obtenção de resultados mais fidedignos e

passíveis de generalização.
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
26
Futuramente, sugere-se aprofundar mais variáveis, como por exemplo, de que forma a

interação com o animal se reflete no estado emocional do indivíduo. Para além disso, seria

importante desenvolver mais estudos sobre os aspetos específicos do BEP relacionados com a

interação com os animais. Todavia, apesar das limitações apresentadas, observa-se a

importância dos animais no BEP, alertando para a necessidade de um maior foco nos animais

mais direcionada para a saúde mental.

Conclusão

A presença de animais tem vindo a assistir à sua crescente importância no quotidiano dos

indivíduos, uma vez que, cada vez mais, são vistos como companheiros, formas de

vinculação, ou um veículo para o aumento do bem-estar psicológico.

Relativamente ao BEP, a nacionalidade, viver com os pais, amigos e familiares, a

posse de animais e ter filhos foram as variáveis com diferenças significativas. Ainda na

mesma variável, verificaram-se relações positivas e moderadas entre a Empatia com Animais,

nomeadamente na Preocupação Empática. Esta revelou diferenças no sexo, principalmente

nas mulheres, na nacionalidade, nos indivíduos que residem com o companheiro, filhos,

sozinho e com outros, nos que têm animais e naqueles que têm filhos. A Ligação Emocional

aos Animais evidenciou uma relação significativa no sexo, na nacionalidade, nos sujeitos que

residem com o companheiro, com filhos e sozinhos, e nos que têm animais, e filhos.

Sendo Portugal um país com uma elevada taxa de uso de fármacos, a posse de animais

oferece inúmeras vantagens, como a promoção do exercício físico, a redução da toma de

medicação, a criação de rotina, maior socialização, e a companhia do animal que permite

diminuir a ansiedade, depressão ou a solidão, prejudiciais ao bem-estar do sujeito.

Através da presente investigação, é possível compreender a importância dos animais

de estimação no bem-estar psicológico, podendo ser uma forma e uma ferramenta tanto de
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
27
promoção da saúde mental, quanto de prevenção de patologias que afetam o bem-estar

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Anexo

Questionário

Por favor, leia atentamente o documento e, caso concorde com o propósito do estudo, assine.

Em caso de alguma dúvida, não hesite em perguntar.


BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
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No âmbito da unidade curricular, Laboratório II, do curso de Psicologia da UTAD,

solicitamos a sua participação no presente estudo que tem como objetivo relacionar a

influência dos animais com o bem-estar psicológico.

O presente protocolo é constituído por um questionário sociodemográfico (idade,

sexo, nacionalidade, habilitações literárias, ter ou não animais de estimação, residência,

estado civil, ter ou não filhos, e com quem reside) e por 19 itens. O preenchimento deste

questionário apenas lhe tomará entre 10-15 minutos.

Solicitamos que responda de forma voluntária e com honestidade, com a salvaguarda

de que todos os procedimentos obedecem aos princípios ético-deontológicos.

A confidencialidade dos seus dados será mantida, pois consagramos como obrigação e

dever o sigilo profissional, sendo a sua utilização limitada ao necessário para a prossecução

dos objetivos académicos definidos. A privacidade e a confidencialidade serão respeitadas e

protegidas, uma vez que não serão solicitados quaisquer dados identificativos dos

participantes, assim como a recolha, sendo via online, não promoverá qualquer contacto com

os mesmos. Apenas a equipa de investigação terá acesso aos registos, que serão guardados

numa pasta encriptada, com o compromisso de destruição dos mesmos, cinco anos após a

conclusão da investigação. No momento do tratamento dos dados, os participantes serão

codificados através de numeração.

Asseguramos que os processos que dizem respeito ao estudo serão guardados de

forma confidencial e que nenhuma informação será publicada ou comunicada, garantindo a

privacidade e identidade do participante.

Relembramos que a sua participação será voluntária e que poderá recusar a responder

e desistir a qualquer momento, sem que daí resultem quaisquer consequências ou prejuízos,

assim como a sua participação não implica qualquer custo.

Questionário sociodemográfico
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
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1. Idade

2. Sexo: Feminino/Masculino

3. Nacionalidade: Portuguesa/Outra

4. Habilitações literárias: Ensino Primário/Ensino Básico/Ensino Secundário/Ensino

Superior

5. Tem animais de estimação?: Sim, tenho/Não, mas já tive/Não, nunca tive

6. Residência: Meio Rural/Meio Urbano

7. Estado civil: Solteiro(a)/ Divorciado(a)/Casado(a) ou União de Facto/Viúvo(a)

8. Tem filhos?: 1/ 2 ou mais/ Não tenho

9. Com quem reside?: Companheiro(a)/

Pais/Filhos(as)/Amigos(as)/Familiares/Sozinho(a)/Outro

Escala de Empatia com Animais (EEA)

O presente questionário apresenta 13 itens, avaliados numa escala de Likert,

compreendida entre 1 e 9 (1- Discordo muitíssimo; 2- Discordo bastante; 3- Discordo; 4-

Discordo ligeiramente; 5- Não concordo nem discordo/ Não sei; 6- Concordo ligeiramente; 7

- Concordo; 8- Concordo bastante; 9 - Concordo muitíssimo).

A escala encontra-se dividida em duas subescalas, a Escala da Ligação Emocional

com Animais, constituída por 7 itens e avalia a preocupação pelas atitudes de outros

relativamente à sua ligação afetiva com os animais, e a Escala da Preocupação Empática

com Animais, formada por 6 itens, e avalia os sentimentos de desconforto perante situações

de sofrimento animal. A primeira é composta pelos itens 2, 4, 6, 7, 8, 10 e 11, sendo cotada

inversamente. A segunda subescala é constituída pelos itens 1, 5, 9, 12, e 13 (Emauz et al.,

2016).

1. Entristece-me ver um animal sozinho numa jaula.


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2. Sinto-me incomodado(a) quando vejo as pessoas a dar mimos e beijos em público aos

seus animais de estimação.

3. Fico perturbado(a) quando vejo um animal idoso e indefeso.

4. Há muitas pessoas que são exageradamente afetuosas com os seus animais de

estimação.

5. Fico indignado(a) ao ver animais a serem maltratados.

6. É uma parvoíce ficar excessivamente ligado(a) a um animal de estimação.

7. Os meus animais de estimação têm uma grande influência no meu estado de humor.

8. Fico surpreendido às vezes com a intensidade do desgosto que algumas pessoas

mostram quando lhes morre um velho animal de estimação.

9. Fico perturbado(a) ao ver um animal a sofrer.

10. As pessoas exageram as emoções e sentimentos que atribuem aos animais.

11. Acho irritante quando os cães saltam para cima de mim e me lambem para me

cumprimentar.

12. Tentaria sempre ajudar quando visse um cão ou um cachorro perdidos.

13. Detesto ver aves fechadas onde nem têm espaço para voar.

Questionário Geral de Bem-Estar Psicológico

O presente questionário apresenta 6 itens, avaliados numa escala de Likert,

compreendida entre 1 e 5 (1- Nunca; 2- Raramente; 3- Às vezes; 4- Muitas vezes; 5-

Sempre), sendo os pontos dos itens 2, 3 e 6 são obtidos inversamente.

1. Durante o último mês, sentiu-se incomodado(a)/aborrecido(a)/nervoso(a)?

2. Durante o último mês, quanta energia ou vitalidade sentiu?

3. Durante o último mês, sentiu-se abatido?

4. Durante o último mês, sentiu-se emocionalmente estável?

5. Durante o último mês, sentiu-se alegre?


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6. Durante o último mês, sentiu-se cansado(a), exausto(a) ou desgastado(a)?

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