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ISBN: 978-85-462-0355-0
CDD: 300
Índices para catálogo sistemático:
Processos sociais 303
Problemas sociais 304
Grupos sociais 305
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Foi feito Depósito Legal
Apresentação.........................................................................7
Alicia Lindón
A periferia metropolitana da Cidade do México: do
cronotopo fundacional vallechalquense às identidades
do e com o lugar..................................................................73
Liliane Leroux
Anne Clinio
Produção audiovisual com celular – periferias, gambiarras
e deslocamentos estéticos....................................................141
Mônica Peregrino
Juliana Prata
Juventude, políticas de correção de fluxo escolar e direito
ao uso da condição juvenil – o caso dos jovens estudantes
da EJA no município de Mesquita/Rio de Janeiro.............159
Parte 3 – Narrativas... Singularidades e reverberações nos
encontros.................................................................................183
Leandro R. Pinheiro
Bruna D. Junqueira
Conversando com elas: itinerários possíveis no reverberar
das memórias.......................................................................187
Márcio Amaral
Maurício Perondi
Nos labirintos da vida, os arranjos de se viver: a experiência
de jovens numa periferia.....................................................225
Leandro R. Pinheiro
Carla B. Meinerz
Entre jovens e adultos na escola, reflexões de uma
aproximação inconclusa......................................................249
Leandro R. Pinheiro
Bruno H. S. de Castilhos
Rodrigo S. F. A. Teixeira
Do contraste de narrativas, o ensaiar de um inventário.....289
As imagens na Restinga.......................................................313
Referências .........................................................................353
Apêndice.............................................................................363
Sobre os autores.............................................................395
Apresentação
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Leandro R. Pinheiro (Org.)
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Itinerários Versados: questões, sintonias e narrativas do cotidiano
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Itinerários Versados: questões, sintonias e narrativas do cotidiano
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Parte 1
Questões... perspectivas e inspirações no itinerário
Diferença, cotidiano e pesquisa reflexiva
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5. Ibidem, p. 43.
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Itinerários Versados: questões, sintonias e narrativas do cotidiano
6. Melucci, Alberto (ed.). Verso una sociologia riflessiva. Bologna: Il Mulino, 1998.
(Publicado em português: “Por uma sociologia reflexiva” – Editora Vozes, 2005).
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27. Schütz, Alfred. The Phenomenology of the Social World. Evanston: Northwestern
University Press, 1967.
28. Giddens, Anthony. Modernity and self-identity. Cambridge: Polity, 1991.
29. De Certeau, Michel. L’invention du quotidien. I Arts de faire. Paris: Gallimard,
1990.
30. Lefebvre, Henri. La vie quotidienne dans le monde moderne. Paris: Gallimard,
1968.
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31. Smith, Andrew. Rethinking the “everyday” in “ethnicity and everyday life”.
Ethnic and Racial Studies, 38 (7), 2015, p. 1137-1151.
32. Highmore, Ben. Everyday life and cultural theory: an introduction. London:
Routledge, 2001.
33. Beck, Ulrich. Risk society: towards a new modernity. London: Sage, 1992.
34. De Certeau, Michel. L’invention du quotidien. I Arts de faire. Paris: Gallimard,
1990.
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47. Melucci, Alberto. Identity and difference in a globalized world. In: Werbner, Pni-
na; Modood, Tariq (eds). Debating cultural hybridity. London: Zed Books, 1997, p. 63.
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48. Hall, Stuart. ‘Race, the floating signifier’. Media Education Foundation, p.
17. In: <https://www.mediaed.org/assets/products/407/transcript_407.pdf>.
1997.
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Sociologia, singularização e individualismo latino americano
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Sua produção acadêmica inclui uma tese bastante interessante sobre a es-
pecificidade dos processos de individuação na América latina, cuja configu-
ração se distingue daquela produzida a partir da elaboração de um marco
associativo e contratualista, mais comum ao contexto europeu. Poderias
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2. No original, ley del embudo: expressão popular para designar situação de injus-
tiça, aludindo o formato de um funil (lo estrecho para otros; lo largo para uno).
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Juventudes e educação
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seja capaz de ter em conta todas e cada uma dessas três di-
mensões. Certamente, conforme primam os objetivos familia-
res, a “crise” da escola varia em sua significação, assim como a
reflexividade que se exige ao ator. Mas há uma tendência que
se impõe cada vez mais, que leva a fazer uso da escola princi-
palmente como máquina de mobilidade social e outorgadora
de diplomas. O primado cada vez mais exclusivo desta dimen-
são, ao corroer a importância propriamente educativa (e ideal)
da escola, reforça sua agonia.
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Parte 2
Sintonias... Aproximações em contextos de periferia
A periferia metropolitana da Cidade do México: do
cronotopo fundacional vallechalquense às identidades
do e com o lugar
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11. Cabe lembrar que o atual território vallechalquense era uma antiga bacia
lacustre que foi dessecada.
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A pessoa tinha que sofrer para estar aqui, tinha que so-
frer, primeiro com velas, porque que televisão iríamos
ter? Só velinhas. Minha esposa é a que sofreu mais. Tam-
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Meus pais e eu, ainda não tinha nascido meu irmão, vi-
víamos em Iztapalapa12, na colônia Vicente Guerrero, na
casa de meus avós, mas vivíamos de favor. Todos nós está-
vamos bem amontoados e um tio tinha ido morar longe,
então um dia ele disse para o meu pai que fosse viver lá,
para que tivéssemos uma casa nossa e que não pagásse-
mos aluguel nem estivéssemos de favor com meus avós,
que os terrenos eram muito grandes, muito baratos [...].
(Mario, 31 anos)
12. Cabe destacar que Iztapalapa não somente integra a Cidade do México,
mas também constitui uma extensa e muito povoada demarcação do Distrito
Federal. No entanto, Valle de Chalco é um município do Estado do México,
circundante ao Distrito Federal e sobre o qual a área metropolitana da cidade
se estendeu.
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16. Por exemplo, Martha chegou com um ano de idade. E, 29 anos mais tarde,
recorda nestes termos sua experiência no lugar quando era criança: “pois mi-
nha infância aqui foi muito bonita, muito tranquila apesar de tudo. Como quase
não tinha gente era uma vida muito tranquila, também não tinha vizinhos, mui-
to solitário, se podia correr para onde você queria sem que ninguém te dissesse
nada. Caminhávamos como se fosse um campo porque realmente era assim,
tinha muito pasto” (Martha, 25 anos).
17. Neste contexto, toda vez que se faz referência aos acervos de conhecimento
prático, é na perspectiva fenomenológica. Por isso, os acervos de conhecimento
de sentido comum ou prático são sinônimos do que a fenomenologia denomi-
nou Wissensvorrat (Berger e Luckmann, 1997). Essa expressão foi traduzida de
diversas formas, a de acervos é uma das mais conhecidas, ainda que também
seja frequente a de “depósitos históricos” de conhecimento ou de sentido, “re-
servas” sociais de sentido, “repertório de conhecimento” ou mesmo a de “stock”
de conhecimento ou “stock de competências”.
18. A sedimentação é o processo pelo qual as experiências vividas são despro-
vidas de sua particularidade para ser “armazenadas” e ficar disponíveis como
conhecimento a mão, por isso supõe objetivações reiteradas. O conceito de “se-
dimentação” se retoma de Schütz e Luckmann (1977) e Berger e Luckmann
(1968 e 1997), que, por sua vez, retomam de Husserl (1984).
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Reflexões finais
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Referências
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Mulher, poder e tradição: reflexões sobre gênero
e percepções de pobreza em Moçambique
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4. Isto é, baseadas nas distinções culturais que fazem sentido para os membros
de uma dada sociedade.
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1.2 A sexualidade
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the seed. A woman cannot give social identity and acceptance to her children
without paternal identity” (em seu corpo, o homem tem a semente; a mulher é a
terra. A criança recebe seu status a partir da semente. Uma mulher não consegue
conceder identidade e aceitação social para sua prole sem a identidade paterna).
7. “Não se trata de submeter o presente ao passado, mas de encontrar neste o
esboço das soluções que acreditamos justas hoje” (versão da autora).
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1.3 A religião
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Considerações finais
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Referências
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Produção audiovisual com celular – periferias,
gambiarras e deslocamentos estéticos1
Liliane Leroux
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E ele acrescenta:
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Considerações finais
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Referências
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Juventude, políticas de correção de fluxo escolar e direito
ao uso da condição juvenil – o caso dos jovens
estudantes da EJA no município de Mesquita/Rio de Janeiro
Mônica Peregrino
Juliana Prata
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com você, se tem filhos, se tem, qual a faixa etária dos mesmos,
quem fica com os filhos para que você possa estudar, se realiza
trabalho remunerado e, por fim, se trabalha com carteira assi-
nada; e (c) Trajetórias escolares, que abordam: se já estudou antes,
como você chegou a essa escola de EJA, se já parou de estudar,
se sim, qual foi o motivo do afastamento, e, finalmente, qual foi
o motivo de retorno à instituição, quantos anos de habitação
escolar/conclusão das séries e se participou de algum projeto
ou política de correção de fluxo ou aligeiramento dos estudos.
5. Resultados e discussão
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experimentação das formas de ser adulto sem seus compromissos efetivos. Essa
moratória é um espaço aberto em determinados setores sociais, para sujeitos es-
pecíficos e limitado a determinados períodos históricos (Margulis; Urresti, 1996).
Este conceito estabelece que as características de determinadas classes sociais
pertencentes a diferentes sociedades tendem a dar a este setor, a esta etapa da
vida, certos tipos de privilégios que os permitem um alargamento do período
da juventude.
7. É importante esclarecer que, neste trabalho, juventude é ao mesmo tem-
po uma condição (vivida, experimentada de maneira desigual pelo conjunto
dos jovens) e um símbolo (construído nas relações sociais e que produz uma
imagem socialmente aceitável do que é juventude e daqueles que, jovens “le-
gítimos”, estarão sujeitos aos direitos e benefícios da condição juvenil. A partir
daí, trataremos, neste texto, e para fins de análise, a divisão entre jovens “legíti-
mos” e jovens “bastardos”, em que os primeiros gozam de todos os direitos da
juventude por serem jovens, estudantes, urbanos, sem constituição de família,
das classes média e alta, enquanto os últimos são os jovens menos abastados,
trabalhadores, com família, campesinos, ou seja, jovens a quem os direitos, os
créditos e as benevolências sociais concedidas à juventude ideal ou legítima,
são negados total ou parcialmente; ou ainda, jovens que, apenas recentemente
reconhecidos como jovens pelas políticas sociais, não são reconhecidos como
jovens pelo conjunto da sociedade.
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Parte 3
Narrativas... Singularidades e reverberações nos encontros
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1. Apreciação mais acurada dos caminhos trilhados em campo pode ser encon-
trada no apêndice desta coletânea.
2. Devemos fazer uma ressalva. O artigo que aborda o cotidiano de bboys e bgirls
do Restinga Crew, de autoria de Márcio do Amaral e Maurício Perondi, resul-
tou de pesquisa realizada no mesmo período de nossas incursões em campo,
mas em processo relativamente independente. De toda forma, o documentário
produzido com estes jovens, ao final, considerou as elaborações dos colegas au-
tores na roteirização.
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Conversando com elas: itinerários possíveis no
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Meu pai, apesar de ele ser uma pessoa boa, ele era muito
rígido. Ele não gostava de filho em praça, ele não gostava
de filho andando pra lá e pra cá... Então a gente ficava
em casa. Eu bordei, fiz crochê, fiz tricô, pintei tecido... A
gente era criada pra vida doméstica, pra dona de casa, fiz
todo o meu enxoval a mão. (Março/2015)
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7. Tratava-se do Estaleiro Só e Cia., atuante em Porto Alegre nos anos 1950 aos
1990 (Devos, 2015).
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8. Nessa região, no início do século XX, foi construído um trapiche para despe-
jo de resíduos domésticos levados nos cubos, recipientes fornecidos pelo poder
público às residências e recolhidos regularmente para fins de “asseio público”.
Dos anos 1950 aos 1990, a área foi ocupada pelo Estaleiro Só e, mais recente-
mente, converteu-se em espaço de disputas, dado crescimento da urbe e sua va-
lorização no mercado imobiliário. (Devos, 2015). Vale mencionar, Nandi disse
que seu pai fora cubeiro, realizando a troca dos cubos nas casas.
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9. Nandi nos contou que morava no bairro São Manoel, em casa cedida por
parente de Ênio, que desejava vender o imóvel e precisava que o deixassem.
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[...] ele ligava pro meu serviço: ‘ó domingo vamo ficar com
as criança nós dois junto’. Aí a gente ficava junto lá na
11. Para que tomemos um exemplo, segue uma citação de Helena: “eu tinha o
carro pra me buscar em casa. Quarta-feira eu tinha manicure e pedicure. E só
cozinhava, punha a comida nos pratos, arrumava direitinho e a copeira é que
levava lá dentro. Depois, eu fazia o cafezinho, a copeira levava também. Duas
horas eu estava voltando pra minha casa, a condução vinha me trazer em casa
de novo. Eu tinha uma vida de rainha, andando pra lá e pra cá” (março/2015).
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16. Referimos tanto os espaços citadinos em que estivera/está situada (ou a que
estivera/está relegada) a população negra, quando as redes de sociabilidade e
circulação gestadas junto às práticas musicais, carnavalescas e religiosas que
desenvolvem (Sommer, 2005; 2011).
17. E a relação com o território remonta a situações de migração campo-cida-
de. Neste caso, indica-se que os deslocamentos ocorreram não necessariamente
como decorrência direta da mecanização do campo, mas pelo efeito articulado
de concentração de recursos na região metropolitana da capital do Estado (via
industrialização e urbanização), e as promessas de alternativas ampliadas de
subsistência e mobilidade social que são atreladas a estes contextos, ainda que
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ele era o todo-poderoso, que era inclusive o meu padrinho. Aí, ele disse “Não,
Nandi, vamos fazer o seguinte: tu, só, tu aguenta um pouquinho mais lá” [...]
Aí, eu fui deslocada pro sexto andar” (Nandi, abril/2015).
Conhecia as mulheres até no supermercado: “não, eu trabalho com os donos,
a senhora assim e assim”. “Bah, quanto é que tu ganha? Eu to pagando tanto”.
“Ah, se me quiser eu já vou [risos]; me dá o endereço”. Quando via, já fazia
minhas trouxinhas, já ia lá pra outra. [...] Eu aprendi a viver a viver sozinha, né
(Luci, janeiro/2015).
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Nos labirintos da vida, os arranjos de se viver: a
experiência de jovens numa periferia
Márcio Amaral
Maurício Perondi
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Itinerários Versados: questões, sintonias e narrativas do cotidiano
1. O grupo de street dance Restinga Crew surgiu no ano de 2002 no bairro Res-
tinga, zona sul de Porto Alegre a partir de uma oficina de dança. De lá pra
cá, o grupo se tornou uma referência no cenário Hip Hop local e nacional,
participando de diferentes eventos de dança de rua, construindo uma trajetória
reconhecida pela qualidade de seu trabalho e pelo envolvimento de seus ato-
res. E nesse período o grupo manteve sua identidade própria, uma iniciativa
de jovens, sem relações de institucionalidade relevantes, nem mesmo para sua
manutenção.
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3. Essa mesma história fez parte de uma entrevista realizada pelo jornal Zero
Hora (19 de outubro de 2013) sobre a produção cultural na Restinga, com par-
ticipação do Restinga Crew. O fato de estarem vinculados a uma matéria domi-
nical em um jornal de grande circulação demarca o reconhecimento do grupo
para além dos limites do território. Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/
rs/entretenimento/noticia/2013/10/cultura-na-restinga-hip-hop-que-leva-o-
-nome-do-bairro-4305658.html>. Acesso em: 20 nov. 2014.
4. Convém destacar que uma das dificuldades para o trânsito dos jovens na
cidade refere-se ao valor da passagem de ônibus. Em muitos casos, os jovens
que moram em outros bairros deixam de participar dos treinos por não terem
dinheiro para a passagem. Da mesma forma, algumas apresentações que fazem
em alguns espaços são gratuitas (em algumas escolas, por exemplo), pedindo
como contribuição o valor das passagens para deslocamento do grupo. Aqueles
que recebem algum tipo de auxílio como o vale-transporte, por exemplo, em-
prestam e/ou utilizam as passagens que sobraram do mês para estas finalidades.
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O que acontece é que eles [os jovens] vem aqui por curio-
sidade, para conhecer, e aí decidem tentar. Quando você
vê o cara está “se jogando no chão”, tentando o passo,
perguntando, treinando [...] Aí você reconhece o esfor-
ço dele e incentiva convidado para participar de alguma
apresentação, ensinando as coreografias. E eles apren-
dem mesmo. E depois que criam vínculo, não querem
mais sair. (Julinho, 28 anos)
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Entre jovens e adultos na escola, reflexões de
uma aproximação inconclusa
Leandro R. Pinheiro
Carla B. Meinerz
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6. Nadir mencionou que sua patroa atual, professora, costumava a levar para
atividades culturais. Cabe fazer tal registro para enfatizar alternativas de fruição
que chegaram a ela em seu espaço de ação. Um itinerário em muito articula-
do à subsistência e ao trabalho faz deste um lugar privilegiado das vivências e
aprendizagens e, por vezes, pode ambientar a formação de redes que suportem
a produção de experiências diferenciadas.
7. Cabe registrar que as igrejas evangélicas vêm tendo crescimento expressivo
no Brasil desde os anos 1990. Entre elas, as evangélicas neopentecostais (os ca-
sos de Eva e Nadir), cujo crescimento em número de igrejas e de adeptos se ini-
cia nos anos 1970, caracterizam-se por serem autóctones, pela recorrência das
cismas (o que leva a certa diversificação de opções), pelo uso intensivo de mídias
eletrônicas, pela forte expressividade emocional nos cultos e pela apropriação
de discursos em prol da prosperidade terrena. Siqueira (2006), afirmará, ainda,
que estas comunidades têm crescido junto a populações mais vulnerabilizadas e
que se organizam rumo a uma apropriação flexível e reflexiva da religiosidade.
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11. Embora a trajetória de Marcos tenha sido aquela em que mais se visibiliza-
ra os efeitos dos conflitos entre traficantes, as demais participantes do projeto
foram bastante enfáticas em suas reclamações acerca das restrições impostas à
circulação no bairro, dada sua divisão em territórios controlado por traficantes
e os embates (com uso explícito de armas de fogo) resultantes daí. As incursões
para fotografar teriam sofrido influência desta situação inclusive. Isso não deve,
entretanto, nos levar a ignorar a complexidade destas relações. Integram o con-
texto iniciativas de proteção aos moradores no interior de cada território, sendo
possível situações de colaboração compensatória, quando o acesso a serviços
dos aparatos público-estatais é insuficiente. Por vezes, tomando o conjunto de
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17. Termo cunhado por Jaqueline Moll (2004), ao tratar das mudanças educa-
cionais que não conseguem dar conta da permanência e da aprendizagem de
milhares de crianças e adolescentes no Brasil.
18. Vale frisar, a palavra “afeto” se origina do latim “affectus”: estar disposto,
inclinado a.
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Do contraste de narrativas, o ensaiar de um inventário
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Bruno H. S. de Castilhos
Rodrigo S. F. A. Teixeira
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8. Em relação aos jovens do Restinga Crew, vale lembrar que alguns conquista-
ram trabalho como educadores sociais, ensinando o que aprenderam em suas
relações informais na prática de dança. Poderíamos dizer que políticas públicas
federais recentes voltadas à educação integral, como o Programa Mais Educa-
ção, por exemplo, converteram-se em suportes para os dançarinos do grupo.
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10. Cabe mencionar que, na maioria dos casos, a escola não era citada nas nar-
rativas dos itinerários biográficos. Apenas quando se perguntava por ela eram
elencadas algumas recordações. Os depoimentos se atinham mais claramente
a referir os feitos protagonizados, o que nos levava sobretudo às atividades vin-
culadas à subsistência e ao trabalho. Neste sentido, aqueles que lograram inde-
pendência e reconhecimento em suas arenas de atuação predominantes eram
os que menos lamentavam a fragmentação da carreira escolar, embora fosse
comum a recomendação para que os mais jovens estudassem.
11. Referimo-nos, por exemplo, a situações em que o espaço escolar oportu-
niza a fruição de dança ou música e, neste ínterim, torna-se arena de partilha,
protagonismo e reconhecimento entre pares que pode influenciar escolhas in-
dividuais e vetores de busca para os itinerários. Com vários jovens com quem
interagimos na cena Hip Hop a escola foi o espaço de contato com a “cultura”.
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13. Neste sentido, as pesquisas sobre juventudes há muito já sinalizam para esse
aspecto. Ver, por exemplo, Carrano (2003) e Sposito (2000).
14. As incursões em campo sinalizam que a comunicação e circulação entre
moradores de comunidades vulnerabilizadas já era prática antes mesmo das
iniciativas conduzidas por jovens, especialmente a partir dos anos 1990. O que
a internet teria amplificado tinha sustentação anterior nas redes e territoriali-
dades negras.
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19. Por tais constatações, cabe realçar que não se trata de conceber sujeitos indi-
vidualistas, no sentido coloquial do termo, mas de individualidades que, frente
ao insuficiente e instável dos recursos sociais em seu entorno, pode constituir-se
em desconfiança às instituições e privilegiar a mantenção das redes que lhes
garantam a existência.
20. Uma das formas possíveis para considerarmos a produção de disposições
reflexivas nos contextos de periferias é o crescimento de igrejas evangélicas
pentecostais, consideravelmente associadas à individualização da relação com a
transcendência, valorização do êxito terreno e produção de estilos de vida (Si-
queira, 2006). Outra são as frentes de ação do Hip Hop, movimento vinculado
à expressão artística e cujas práticas costumam associar pertença ao periférico,
busca de conhecimentos e reconhecimento de autorias e estilos individuais (Pi-
nheiro, 2013; 2015).
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21. No que tange ao acesso à educação, há que lembrar também das inicia-
tivas educativo-assistenciais que também desde os anos 1990 vem se consti-
tuindo como rede institucionalizada para permanência de crianças e jovens,
diversificando vivências (no artesanato, na música, etc.) sobretudo em contex-
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As imagens
na Restinga
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Foto de Helena
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Foto de Nadir
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Foto de Nadir
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Foto de Marcos
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Foto de Sofia
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Referências
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Apêndice
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1.1 As imagens
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10. Vale citar, ao longo do processo, fomos incluídos em suas provocações lúdi-
cas, fazendo com que nos sentíssemos mais próximos de nossas interlocutoras.
Certa feita, disseram em tom jocoso: “esses aí são uns maloqueiros; não saem
daqui”. A sentença sinalizava que nos era então destinado um lugar diferente,
não somente de acadêmicos e de pessoas “vindas de fora”. Logicamente, não es-
tamos afirmando uma situação de equivalência. Éramos situados como visitan-
tes (e diferentes) e, mesmo depois de bastante tempo de interação, mantinham-
-se os interditos e nem tudo podia ser pronunciado. Falamos de aproximação
gradual, mas que mantém limites e precisa ser lembrada como configuração das
contingências das interpretações que produzimos.
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12. Devemos fazer uma ressalva. O artigo que aborda o cotidiano de bboys e
bgirls do Restinga Crew, de autoria de Márcio do Amaral e Maurício Peron-
di, resultou de pesquisa realizada no mesmo período de nossas incursões em
campo, mas em processo relativamente independente. De toda forma, o docu-
mentário produzido com estes jovens, ao final, considerou as elaborações dos
colegas autores na roteirização.
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13. Nas palavras da autora “o termo “autoficção” foi criado por Serge Doubro-
vsky para representar a interseção entre a autobiografia e o romance. Para esse
autor, a autoficção seria “uma ficção de acontecimentos e fatos estritamente
reais”, onde “descrevo o gosto íntimo de minha existência e não sua impossível
história” (Doubrovsky, 1988, p. 67). (Leroux, 2010, p. 89).
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3. Reflexões do processo
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18. Cabe trazer mais detalhes para reforçar o quanto as intervenções se articu-
lavam aos sentidos produzidos pelos participantes e aos contextos que aludem
(para não serem lidos apenas como meros enfeites). Em relação à foto do pe-
dreiro que referimos acima, Helena contou que tinha uma relação de amizade
com o fotografado. Todos os dias, antes de iniciar o trabalho, ele costumava
tomar um cafezinho vagarosamente. Ela nos contou que considerava aquilo
um exagero, mas não tinha alternativas. Dizia ser mais recomendado manter
o vínculo e limitar as pessoas com acesso a sua residência, referindo à violência
do entorno e, também, o fato de morar sozinha. Noutro exemplo, as escritas
que acompanhavam as fotografias foram elaboradas por Luci associando suas
imagens à narrativização das conquistas da comunidade, com a qual ela passou
a conviver em nossos encontros em função dos depoimentos de Nandi e Helena
e de questionamentos concernentes que dispusemos.
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19. Cabe assinalar, todas as imagens geradas foram entregues ao Restinga Crew
para que pudessem elaborar outras narrativas e não precisassem se restringir ao
que produzimos juntos. Os bboys e as bgirls preferiam versão em que se ressaltas-
se mais do que entendiam ser as superações das adversidades e as realizações
em espectáculos.
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20. Consideremos, dentre outros elementos, as ênfases dadas aos êxitos e fracas-
sos em entrevistas e, sem o constrangimento da gravação, o destaque às artima-
nhas e astúcias; ou, em relação às composições, a configuração de uma biogra-
fia, que supõe certa linearidade e causalidade entre diferentes momentos, e as
anedotas que destacavam façanhas, méritos, juízos evocados aos “fragmentos”.
A título de exemplo, poderíamos destacar narrativa de uma de nossas interlocu-
toras sobre uma festividade na cidade de Osório/RS, em que seu marido havia
dito a amigos que ela teria raízes na cidade. No meio do relato, afirmou que não
vivera lá e que as pessoas que a conheciam já teriam falecido (quando desse re-
torno, passados 50 anos). Em contradição, ao valorizar a militância de sua mãe
naquela cidade, afirmou em entrevista que ainda hoje ela era conhecida por lá,
em função dos feitos da progenitora. Então, fazemos algumas ponderações: assi-
nalava-se o caráter criativo e circunstancial da narrativa e político da entrevista,
gravada e concedida a representantes de uma instituição legitimada no locus (e
reconhecida por quem é entrevistado), de forma que poderíamos considerar o
enaltecer dos méritos como nuançar do depoimento que redimensiona os fatos
contados. É forçoso dizer que as narrativas geradas em campo são parciais e
precisam ser contrastadas com outras versões dos acontecimentos.
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21. Algumas das dimensões do vínculo social que Martuccelli (2006) menciona
como ambiências de provas seriam, por exemplo: a escola, a família, a cidade,
o trabalho, a relação com a história, a relação com coletivos (partidos, agremia-
ções, etc.), a relação com os outros e a relação consigo. Entretanto, o próprio
autor não pretende que estes sejam referentes exaustivos.
Devemos destacar, além disso, que a noção de “prova-desafio” parte da consta-
tação de que somos tocados pelo ideal cultural moderno de “indivíduo’ e pelas
buscas por autonomia e de independência que representa.
22. Neste aspecto, acreditamos que a análise de Martuccelli (2006; 2007; 2007b)
se aproxima a de Castells (2013) e de Melucci (2004), em suas elaborações sobre
os processos de individuação contemporâneo.
23. No marco da ‘Sociologia do indivíduo’ proposta por Martuccelli, pensamos
que a noção de “individuação” se mostra profícua não só por conta do proces-
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Referências
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Sobre os autores
Alicia Lindón
Doutora em Sociologia pelo Colegio de México. Possui
mestrado em Estudos Urbanos pela mesma instituição e gra-
duação em Geografia pela Universidad de Buenos Aires. É
professora-pesquisadora do Departamento de Sociologia da
Universidad Autónoma Metropolitana, campus Iztapalapa,
na área de Sociologia da cultura e no grupo de pesquisa Es-
pacio Social de la Ciudad. É membro do Sistema Nacional
de Investigadores del CONACYT no nível III. Suas linhas de
pesquisa se orientam à dimensão espacial do social desde a
perspectiva do sujeito habitante.
Anne Clinio
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência
da Informação, PPGCI - Ibict/UFRJ. Graduada em Comu-
nicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Bruna D. Junqueira
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) e licencianda em Letras pela
mesma universidade. Desde 2011, atua também na área de
Sociologia, a partir do engajamento em projetos de pesquisa
e extensão. Atualmente é bolsista de extensão no projeto Para
Enunciar Cotidianos, Imagens da Periferia - 2ª ed. e biblio-
tecária da Escola Amigos do Verde. Tem interesse principal-
mente nas temáticas de gênero, movimentos sociais, identida-
des e narrativas.
Bruno H. S. de Castilhos
Graduando do curso de Pedagogia na Universidade Fe-
deral do Rio Grande do Sul (UFRGS). Bolsista de iniciação
científica UFRGS no projeto Quando as identidades enun-
ciam cotidianos. Interesse pelo tema identidades e cotidianos
de periferia.
Danilo Martuccelli
Doutor em Sociologia, possui graduação em filosofia.
Professor na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da
Universidade Paris-Descartes (Université Paris-Descartes –
Université Sorbonne Paris Cité/USPC) e pesquisador no
‘CERLIS-CNRS’ (Centre de Recherche Sur Les Liens So-
ciaux – Centre National de la Recherche Scientifique).
Seus interesses de pesquisa incluem teoria social, sociologia
política e da sociologia do indivíduo e individuação.
Enzo Colombo
Doutor em Sociologia pela Università degli studi di Mi-
lano. Graduado em Ciência Política e professor do Departa-
mento de Ciências Sociais e Política desta mesma universida-
de. Suas pesquisas se orientam aos seguintes temas: sociedades
multiculturais; relações interculturais; dimensões culturais dos
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Itinerários Versados: questões, sintonias e narrativas do cotidiano
Juliana Prata
Mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Perife-
rias Urbanas (UERJ/FEBF). Graduada e licenciada em Ci-
ências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(2007). Professora assistente da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro – Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues
da Silveira. Tem como temáticas de trabalho: Juventude-Esco-
la – Trabalho e Produção de Conhecimento.
Leandro R. Pinheiro
Doutor em Educação pela Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (UNISINOS), possui graduação em Ciências Sociais.
É professor da Faculdade de Educação da Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desenvolve pesquisas nas
áreas de sociologia da educação e de educação em periferias
urbanas, abordando principalmente as temáticas movimentos
sociais, identidades, narrativas e cotidianos em periferias.
Liliane Leroux
Doutora em Educação (UERJ), Pós-doutorado em Comuni-
cação e Cultura. Socióloga (IFCS/UFRJ), Professora e pesqui-
sadora do PPG Educação, Cultura e Comunicação em Periferias
Urbanas (UERJ), Coordenadora do Núcleo de Estudos Visuais
em Periferias Urbanas – NuVISU (CNPq/UERJ). Temas de
pesquisa: Cinema em Periferias Urbanas, Sociologia Visual.
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Leandro R. Pinheiro (Org.)
Maurício Perondi
Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), pesquisador em temáticas relacio-
nadas às juventudes, principalmente culturas juvenis, partici-
pação social e processos educativos. Atualmente é membro do
Observatório Juventudes da PUCRS.
Mônica Peregrino
Doutora em Educação pela Universidade Federal Flumi-
nense (2006). Professora adjunta da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Programa de Pós-
-graduação em Educação da mesma. Colaboradora do Pro-
grama de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comuni-
cação em Periferias Urbanas da UERJ. Atua principalmente
nos seguintes temas: processos e condições de expansão esco-
lar no Brasil; juventude e seus processos de socialização; desi-
gualdades sociais.
Rodrigo S. F. A. Teixeira
Graduando do curso de Teatro na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), técnico em comunicação
visual e bolsista do projeto de extensão Para Enunciar Coti-
dianos, Imagens de Periferia - 2ª ed. Interesse por produções
áudio visuais e temas relativos ao fazer teatral.
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Título Itinerários Versados: questões, sintonias e
narrativas do cotidiano
Organizador Leandro R. Pinheiro
Coordenação Editorial Kátia Ayache
Assistência Editorial Augusto Pacheco Romano
Érica Cintra
Capa e Projeto Gráfico Renato Arantes Santana de Carvalho
Assistência Gráfica Wendel de Almeida
Preparação e Revisão Renata Moreno
Formato 14 x 21 cm
Número de Páginas 400
Tipografia Baskerville
Papel Offset 90g/m2 e Couché 115 g/m2
1ª Edição Março de 2016
Caro Leitor,
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