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Tecnologia de Criação Do Camarão Da Malásia
Tecnologia de Criação Do Camarão Da Malásia
CAMARÃO DA MALÁSIA”
(Macrobrachium rosenbergii)
Vitória, 2005
SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESPÍRITO
SANTO – SEBRAE/ES
DIRETOR SUPERINTENDENTE
JOÃO FELÍCIO SCÁRDUA
DIRETOR DE ATENDIMENTO
CARLOS BRESSAN
ELABORAÇÃO:
VITÓRIA
2005
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Sumário
Sumário 3
Apresentação 5
1.0 Introdução 6
3.0 Biologia 8
3.1 Filogenia e Classificação 8
3.2 Distribuição Geográfica 8
3.3 Morfologia Externa 9
3.4 Morfologia Interna e Fisiologia 10
3.4.1 Sistema Digestivo 10
3.4.2 Sistema Circulatório 10
3.4.3 Sistema Respiratório 10
3.4.4 Sistema Excretor 11
3.4.5 Sistema Nervoso e Órgãos Sensitivos 11
3.4.6 Sistema Reprodutivo 11
3.5 Dimorfismo Sexual 11
3.6 Muda e Crescimento 12
3.7 Regeneração e Autotomia 12
3.8 Reprodução e Comportamento 12
3.9 Ciclo de Vida 13
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9.1 Monitoramento de Qualidade de Água 32
9.1.1 Temperatura da Água de Cultivo 33
9.1.2 Transparência 34
9.1.3 Oxigênio Dissolvido – (O.D.) 35
9.1.4 Potencial de Hidrogeniônico (pH) 37
9.1.5 Alcalinidade Total 38
9.1.6 Dureza 38
9.1.7 Teor de Ferro 38
9.2 Manutenção e Preparação dos Viveiros 39
9.3 Transporte das pós-larvas e Povoamento dos Viveiros 40
9.4 Fertilização 41
9.5 Biometria 41
9.6 Despesca 41
9.7 Ração e Arraçoamento 42
9.7.1 Ração 42
9.7.2 Arraçoamento 43
9.8 Controle de Predadores e Competidores 45
15.0 Glossário 56
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Apresentação
A carcinicultura de água doce, atualmente, pode ser considerada como uma
atividade economicamente viável, ecologicamente equilibrada, tecnologicamente
desenvolvida, geradora de emprego, importante meio de fixação do homem em
áreas rurais e como um promissor aqüinegócio. A carcinicultura comercial no
Brasil vem apresentando um rápido crescimento nos últimos anos, sustentada por
tecnologias apropriadas à cadeia produtiva, pelos excelentes resultados de
produção das fazendas e pela ótima aceitação no mercado consumidor.
Com uma linguagem simples e direta este manual pode ser facilmente utilizado
por técnicos, estudantes, produtores rurais e investidores em geral. Este é apenas
um veículo de informação, atualização e estimulo à atividade de carcinicultura. É
importante ressaltar que para a implantação de cultivos comerciais se faz
necessário uma assistência técnica, por pessoal capacitado para que se
obtenham resultados financeiros satisfatórios.
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1.0 - INTRODUÇÃO
A criação de camarão da Malásia é uma atividade relativamente nova no Brasil.
As primeiras experiências com cultivo comercial foram feitas em 1978 pela
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, com pós-larvas importada do
Hawai.
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2.0 - FICHA TÉCNICA
Carcinicultura de água doce
(Criação de Camarões de água doce)
Setor da economia
Primário
Ramo de atividade
Aqüicultura
Funcionários necessários
01 ou 02
Área mínima
5000 m2
Grau de risco
Baixo
Pré-requisitos
Para esse empreendimento é desejável um terreno pouco acidentado e próximo
de uma fonte de água doce (rio, nascente, poço ou córrego) para o cultivo em
viveiros de terra.
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3.0 - BIOLOGIA
Filo: Arthropoda
Sub-filo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Sub-classe: Eumalacostraca
Super-ordem: Eucarida
Ordem: Decapoda
Sub-ordem: Pleocyemata
Infra-ordem: Caridea
Super-família: Palaemonoidea
Família: Palaemonidae
Sub-família: Palemoninae
Gênero: Macrobrachium
Espécie: Macrobrachium rosenbergii
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Figura 1 – Morfologia externa de M. rosenbergii mostrando os tagmas,
somitos e principais apêndices cefalotoráxicos e abdominais (Pe =
pereiópodo; Pl = pleópodo). (Extraído de Valenti, 1998)
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3.4 Morfologia Interna e Fisiologia
O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários e, dois ovidutos que
se abrem entre o 3º e o 4º par de pereiópodos.
Abaixo, listamos algumas características dos machos que podem ser usadas para
diferencia-los das fêmeas:
- maiores;
- mais fortes;
- quelas mais desenvolvidas;
- excrescência no centro do primeiro somito abdominal;
- apêndice masculino localizado no 2º par de pleópodos.
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3.6 Muda e Crescimento
12
4.0 Espécies de Camarões de Água Doce de Potencial para
Cultivo
Das cento e vinte espécies de camarões de água doce do gênero Macrobrachium,
um quarto encontra-se distribuída no Continente Americano. Há uma grande
variação quanto à morfologia, hábito de vida e distribuição geográfica. Podemos
considerar “a priori”, de interesse comercial, todas as espécies de camarões de
maior porte. Entretanto, outras características devem ser levadas em
consideração; dentre elas podemos citar:
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5.0 Produção de Larvas (Larvicultura)
No Brasil, por se tratar de uma espécie exótica, o camarão da Malásia não é
encontrado naturalmente em nossos rios, lagos ou estuários, e portanto, a
reprodução “artificial” desta espécie será efetuada em laboratório. A atividade de
produção de larvas denomina-se larvicultura.
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5.2 Condições Físico-Químicas e Bacteriológicas da Água
A água a ser utilizada na larvicultura deve ser livre de agentes poluidores e deve
ser coletada com alguns cuidados. A água do mar pode ser coletada
superficialmente ou a alguns metros de profundidade. Em qualquer hipótese a
água coletada deverá ser filtrada e clorada. O sistema de condução de água não
deverá ser feito por encanamento de ferro, em função do seu grande poder de
oxidação. A água doce pode ser captada diretamente do manancial de superfície
ou subterrânea, e até mesmo da rede de abastecimento público. Em relação às
águas subterrâneas deve-se registrar especial preocupação com os níveis de
oxigênio nelas existentes, uma vez que, ordinariamente, o oxigênio é escasso
nessas águas. Para sua utilização, tornam-se também necessários a filtração e
cloração como forma de tratamento.
- pH, entre 7, 4 e 8, 4
- OD (oxigênio dissolvido) > 5,0 mg/l
- NO2 < 0,1 mg/l
- NH3 < 0,6 mg/l
- T ºC: 26,0 a 30,0
- Coliformes fecais: ausência
- Salinidade entre 12 e 16‰
- Dureza total entre 60 e 120 mg/l (CaCO3)
- Ferro (Fe) 0,02 mg/l
- Cloro (Cl) 40 mg/l
- Sódio (Na) 30 mg/l
- Cálcio (Ca) 12 mg/l
- Magnésio (Mg) 10 mg/l
5.3 Luminosidade
5.4 Higiene
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as larvas. Para desinfecção deve-se usar cloro granulado (hipoclorito de cálcio)
ou cloro líquido (hipoclorito de sódio) em concentração apropriada.
4 - tanque de acasalamento;
5 - tanque de eclosão;
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Figura 2: Tanques de fibra (10.000 l) para estocagem de água doce e salgada.
Vm = V.T.M. x 14 / S.A.M.
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Figura 3: Tanque de desenvolvimento larval acoplado a um filtro biológico.
Algumas larviculturas têm utilizado tanques para acasalamento. Estes são bem
menores, podendo ser construídos em alvenaria ou fibra de vidro. O revestimento
interno deverá ser de tinta epóxi procurando-se utilizar cores mais escuras como
o verde e o preto. Tanques de acasalamento podem ser montados com sistema
de filtração biológica.
As larvas recém nascidas são denominadas de zoea. Esta fase apresenta onze
estádios de desenvolvimento (Zoea I, Zoea II, ..., Zoea XI). As larvas, na fase I
correspondem aos estágios iniciais, entre dez e doze dias, devem ser mantidas
com uma densidade entre 300 e 500 indivíduos por litro; posteriormente, na fase
II, sua densidade diminui para no máximo 120 indivíduos por litro. As larvas são
planctônicas e no ambiente natural alimentam-se basicamente de zooplâncton
(larvas de insetos, nemátodos, rotíferos, dentre outros). Em laboratório, até a
fase de Zoea I as larvas não devem ser alimentadas, pois consomem o próprio
vitelo. A partir de 2 ou 3 dias (Zoea II) devem ser alimentadas com Artemia
(microcrustáceo), durante sua fase de náuplios. A Artemia é rica em proteínas e
ácidos graxos que garantem um bom desenvolvimento das larvas. A Artemia é
vendida sobre a forma de cistos que devem ser eclodidos no próprio laboratório
de larvicultura.
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Figura 5: Tanques de eclosão de Artemia.
Além da Artemia as larvas são alimentadas com uma ração à base de ovos, leite
em pó, carne de moluscos, peixe e outros constituintes.
O alimento deve ser bem dosado para evitar desperdício, assim como para não
poluir a água.
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5.7 Estocagem e transporte de Pós-larvas
Quando observado que mais de 90% das larvas já sofreram metamorfose e estão
na fase de pós-larva, deve-se então iniciar a aclimatação dos animais para a água
doce e transferi-las para os tanques de estocagem onde permanecerão por mais
ou menos cinco dias para posterior comercialização.
A aclimatação dos animais para a água doce deve ser realizada adicionando-se
água doce nos tanques de desenvolvimento larval, de forma gradativa, evitando
qualquer choque de salinidade. A salinidade deverá chegar a zero, ou seja, o
tanque de estocagem deve ser totalmente de água doce.
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5.8 Abastecimento e Drenagem da Água
5.9 Equipamento
Materiais diversos:
Baldes, telas, béckers, placa de petri, pipetas, sifonadores, e outros.
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Figura 7 – Leiaute simplificado de um laboratório de larvicultura que opera em
sistema fechado dinâmico. E - Tanque de eclosão. T – Tanque de Larvicultura.
F – Filtro Biológico. P – Pedilúvio. (Extraído de Valenti, 1998).
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6.0 Características de Sistema de Cultivo
a) Sistema Extensivo
O cultivo é realizado em represas com baixa densidade de estocagem, com até
dois indivíduos por metro quadrado (2 ind./m2). Neste caso, não são praticados o
monitoramento da qualidade de água, arraçoamento e a adubação da água, e não
se faz o controle de produção. A produtividade gira em torno de 300 kg/ha/ano.
b) Sistema Semi-intensivo
Neste tipo de sistema o cultivo é realizado em viveiros escavados no solo, que
variam de 1.000 a 5.000 m2, utilizando uma densidade de até 10 ind./m2, com
controle de qualidade de água, oferta de rações específicas para o camarão,
realização de biometrias, despescas seletivas e totais e controle de produção,
podendo a produtividade atingir de 1.200 a 1.800 kg/ha/ano.
c) Sistema Intensivo
Caracteriza-se por apresentar um rigoroso controle de produção e qualidade de
água, utilização de rações balanceadas, densidade acima de 10 ind./m2,
emprego de tecnologia de ponta, com utilização principalmente de aeradores e a
produtividade esperada é superior a 3.000 kg/ha/ano.A figura 08, a seguir,
caracteriza e diferencia os três tipos de sistema de cultivo descritos.
Extensivo A - Aeração
Tamanho de Alimento U - Monitoramento
viveiro natural Semi M do viveiro
Densidade Alimentação intensivo E - Produtividade
de povoamento artificial N - Custos
intensivo T - Lucros
O - Riscos
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7.0 Escolha do Local
A escolha do local para a instalação dos viveiros de criação deverá levar em
consideração os seguintes aspectos:
e) Localização: o local do cultivo deve dispor de boas vias que facilitem o acesso
rápido e fácil escoamento da produção.
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8.0 Construção do Parque de Cultivo
Os viveiros de engorda, geralmente retangulares, podem ser naturais ou
escavados no solo. Suas principais características são:
Profundidade: mínimo de 0,8 e o máximo de 1,50 m;
Área: variando entre 1000 e 5000 m², e a relação comprimento/largura poderá ser
de 3:1 ou de 4:1.
O fundo deve ser plano com uma pequena inclinação no sentido da drenagem.
Recomendam-se paredes (taludes) inclinadas, num ângulo interno de 45° e
cobertas por vegetação rasteira para protegê-las da erosão.
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Figura 10: Vista geral de viveiros de engorda de camarão de água doce.
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Figura 11: Planta Baixa e cortes de um viveiro padrão para o cultivo de
camarão de água doce. (Valenti; 1998)
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Figura 12: Modelo de comporta tipo monge. (Extraído de Valenti,
1998)
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9.0 Tecnologia de Produção
31
Figura 13: Análise de qualidade da água de cultivo (Oxigênio Dissolvido).
32
menos quentes, o animal reduz seu metabolismo, necessitando de uma
quantidade menor de alimento. Quando isso não é levado em consideração, pode
haver um acúmulo de ração no viveiro, comprometendo a qualidade da água de
cultivo, gerando prejuízos aos produtores.
9.1.2 – Transparência
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Figura 14: Disco de Secchi utilizado para determinar a transparência da água.
34
Figura 15: Gráfico ilustrativo das variações de pH e oxigênio ao longo do dia em
viveiros de camarão.(linha vermelha =pH; linha azul = concentração de oxigênio
dissolvido).
35
:
Figura 16 - Aerador de pás em atividade em área de cultivo.
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faixa ideal, ele irá dificultar a obtenção de uma boa transparência, pois de uma
forma indireta, indisponibilizará o fósforo, importante nutriente ao fitoplâncton. A
correção de pH pode ser feita através da calagem, técnica que consiste na adição
de calcário calcítico ou dolomítico no viveiro de engorda.
9.1.6 - Dureza
O Ferro atua reduzindo o pH. Nestas condições, ele se combina com o fósforo,
impedindo a assimilação deste por parte do fitoplâncton, dificultando o incremento
da transparência e da produtividade natural do viveiro. Vale ressaltar que o
mesmo efeito provocado pelo Ferro ocorre com o Cálcio em condições de águas
alcalinas (> 9,0). Portanto, o produtor deve manter-se atento à necessidade da
aplicação de calcário em viveiros, no entanto, a aplicação só deverá acontecer
37
mediante a recomendação de especialistas, a partir de análises previamente
realizadas.
9.2 Manutenção e Preparação dos Viveiros
Procedimento:
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Figura 17: Viveiro sendo drenado para iniciar as etapas de manutenção.
O transporte das pós-larvas deve ser realizado nos horários mais frescos do dia,
utilizando-se o caminho mais curto do laboratório à propriedade. Recomenda-se
também colocar alguns cubos de gelo entre os sacos, contendo as pós-larvas, e a
parede da caixa de isopor. Chegando a propriedade, as pós-larvas passam por
um período de aclimatação, que consiste em colocar os sacos plásticos na água
do viveiro por um período de 20 a 30 minutos, objetivando o equilíbrio térmico
entre as águas de dentro e de fora do saco. Posteriormente, deve-se misturar
lentamente a água destes com as do viveiro, liberando cuidadosamente os
animais, evitando-se assim possíveis choques.
As pós-larvas com 3 a 8 dias, após a metamorfose, podem ser colocadas no
viveiro berçário numa densidade de 50 – 100 indivíduos/m2, permanecendo por
aproximadamente 60 dias quando atingem 1,2 g de peso médio, sendo então
transferidas ou colocadas diretamente nos viveiros de engorda, numa densidade
de 5 - 7 indivíduos/m2, para sistema semi-intensivo ou 14 - 18 indivíduos/m2 para
cultivo intensivo. Neste último caso há necessidade de se utilizar tecnologia
especifica para operação.
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9.4 Fertilização
9.5 Biometria
9.6 Despesca
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- existência de utensílios de apoio, como, baldes, isopores, caixas de
pescado, entre outros, além de pessoal suficiente para uma rápida
despesca;
- gelo suficiente para a realização de um eficiente choque térmico e
solução de hipoclorito de sódio para a assepsia do produto;
- material para o tratamento pós-colheita (mesa, tesoura, bandejas, filme de
PVC) e bem como local para estocagem do camarão.
9.7.1 Ração
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O valor nutritivo da ração deve considerar os insumos utilizados, teores de
proteínas, carboidratos e lipídeos, além dos suplementos vitamínicos e minerais,
indispensáveis à absorção de nutrientes, e com importante participação numa
série de reações metabólicas do organismo.
Outros fatores referem-se aos níveis de utilização dos insumos e, por conseguinte
dos nutrientes. Por exemplo, a soja que contém a sojina (fator antinutricional),
deve ser utilizada com cuidado e não simplesmente como um substitutivo em
potencial para os insumos protéicos de origem animal. Outras restrições podem
ser citadas para o farelo de trigo, devido a elevada concentração de
fibras, para as farinhas de peixe, carne, ossos e aves, através de seus níveis de
gordura e cinzas.
9.7.2 Arraçoamento
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Recomenda-se que o arraçoamento seja realizado considerando os seguintes
fatores:
1 - densidade de estocagem;
2 - idade dos animais;
3 - qualidade da água de cultivo.
Após os dois primeiros meses de cultivo a oferta diária de ração passa a ser de
5% da biomassa total de camarões do viveiro, diminuindo para 4% no 5º mês e
3% no 6º mês.
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9.8 Controle de Predadores e Competidores
Segundo DAJOZ (1983), a coabitação de duas espécies pode ter sobre cada uma
delas uma influência nula, favorável ou desfavorável. Evidentemente que a
presença de predadores e de outros seres que possam atuar como competidores
com os camarões, provocará prejuízos tanto maiores quanto mais intensa e direta
forem a predação e competição. Neste caso, sem dúvida, os maiores prejuízos
são causados pelos predadores, entretanto, deve-se evitar também a presença de
competidores, principalmente por ração e espaço.
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lambari/piaba Astyanax spp. 2
carpa comum Ciprinus carpio 2
carpa capim Ctenopharigodon idella 2
cará Geophagus brasiliensis 2
cará ferreira Ciclossoma facetum 2
barrigudinho Poecilia vivipara 2
bagre Rhandia sp. 1e2
Além dela, existem mais duas espécies de peixes, o bagre (Rhandia sp) e o
lambari (Astyanax ssp) que são comumente encontrados nos viveiros de engorda
de camarão da Malásia, sendo considerados respectivamente predadores e
competidores por alimento (ração).
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Existem vários métodos para controle de entrada de peixes nos viveiros de
cultivo. O método mais recomendado é o da instalação de telas e filtros de areia e
brita, nos canais de abastecimento e assepsia dos viveiros com cal virgem ou
hidratada. O uso de produtos químicos nestas canaletas não é aconselhável,
dada a alta sensibilidade dos camarões e o grande poder residual que alguns
elementos tóxicos apresentam, com exceção do Rotenona, princípio ativo do
timbó, que tem poder ictiotóxico, proporcionando a morte somente dos peixes nos
viveiros. SEBRAE/ES, (1992), cita que a Rotenona é um veneno seletivo e age
como inibidor do processo de respiração celular em peixes. Recomenda-se utilizar
no máximo de 20 a 40 Kg/ha, quantidade esta não prejudicial aos camarões. A
Rotenona deve ser usada com cuidado para que não haja contaminação do
ambiente externo ao cultivo. A Rotenona vem sendo usada de maneira
clandestina, pois o produto não teria registro junto aos órgãos competentes. Caso
o produtor se decida a usá-la, deve antes, solicitar ao IBAMA, autorização, em
caráter provisório.
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10.0 Tecnologia Pós-Despesca
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3 - após a despesca, o camarão sob resfriamento, passa por uma toalete,
retirando-se as quelas, antenas e o ápice do espinho rostral, localizado no
cefalotórax (cabeça);
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Figura 19: Lavagem, toalete e classificação do camarão da Malásia.
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11.0 Análise dos Riscos
Os riscos desse tipo de negócio são baixos. O produtor deve ter um cuidado
muito especial com a engorda do camarão, o que vai definir a qualidade do
produto. Por isso, é preciso que haja o acompanhamento periódico realizado por
técnico especializado na área.
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12.0 Estudo de Mercado
O cultivo de camarão de água doce é uma das atividades da aqüicultura que mais
cresce no mundo.
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13.0 Aspectos Financeiros
Os aspectos financeiros para o sistema semi-intensivo são apresentados a seguir.
Mão-de-obra direta
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Materiais diretos
Para calcular o custo por cada quilo de camarão, divide-se o custo total da
produção pela quantidade de camarão:
R$ 20.260,00 : 3.000 kg = R$ 6,75 (custo unitário de produção).
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14.0 Fluxograma de Produção
VIVEIRO DE ENGORDA
DESPESCA
SELETIVA TOTAL
CHOQUE TÉRMICO
SELEÇÃO E TOALETE
COMÉRCIO
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15.0 Glossário
- Despesca: ato de retirada total ou parcial dos animais aquáticos das estruturas
de cultivo;
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- Onívoro: ser que se alimenta de tudo, sem ser exclusivamente carnívoro ou
herbívoro;
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16.0 Referências Bibliográficas
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