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ARQUIVO DE RESPOSTA - ATIVIDADE REFLEXIVA

Pesquisa: Pesquisa exploratória.


Atividade: Elaboração de um resumo expandido.
Temática: Perito Contábil Judicial e Perito Contábil Extrajudicial.
Disciplina: Perícia Contábil.
Profª. Ma. Edileusa Cristina Borçato.

Aluno(a):KARLA GRACIÉLE GUNTZEL


R.A: 09033406

O objetivo desta atividade será elaborar um resumo expandido comparando o campo profissional de Perito
Contábil Judicial e Perito Contábil Extrajudicial, com foco nas formações acadêmicas e profissionais, nas
formas de contratações e nomeação, nos princípios éticos, nos tipos de planejamento e procedimentos, e
tipos de laudos e pareceres.

Os acadêmicos deverão, individualmente, elaborar um resumo expandido conforme as instruções


destacadas na etapa 4 do roteiro da atividade.

Resolução: ---

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Perícia Judicial e Perícia Extrajudicial: entenda a diferença

INTRODUÇÃO
A Perícia Contábil é uma das áreas de atuação mais importantes da Contabilidade. Área na qual
o perito deve possuir, além da condição legal, capacidade técnica e idoneidade moral e
responsabilidade para exercer a profissão. A Perícia Contábil é uma das provas técnicas à
disposição das pessoas e serve como meio de prova de determinados fatos contábeis.
Conforme Pires (1999, p. 20) existe um crescente aumento da necessidade de pesquisa e
informação sobre esse assunto que é um dos meios dos quais pessoas físicas ou jurídicas têm a
sua disposição, garantido constitucionalmente de se defenderem ou exigirem direitos nas mais
variadas situações.
Pires (1999, p. 21) relata que a perícia se identifica como elemento expressivo de relacionamento
entre as múltiplas ciências do conhecimento humano “a perícia é a manifestação técnico-científica
de qualquer dos ramos do conhecimento humano. O seu objetivo é o estudo do fato,
característico e peculiar, que está sendo objeto de litígio extrajudicial ou judicial e que ocorre
dentro do âmbito de qualquer uma das ciências definidas pelo homem”.
Segundo Ornelas (2000, p.50) “resumem-se no perito a competência técnica da sua
especialidade, a experiência da função e as qualidades morais, formando um conjunto de
requisitos que lhe dão a reputação necessária para ser preferido pelas partes interessadas e
pelas autoridades judiciárias”.

OBJETIVO

Comparar a atividade profissional de perícia judicial e perícia extrajudicial.

METODOLOGIA

Quanto ao objetivo este estudo se classifica como exploratório, quanto aos procedimentos é
bibliográfico, com abordagem qualitativa.

DESENVOLVIMENTO

Cada vez mais essencial para a solução de litígios na Justiça. Assim pode ser definido o trabalho
do perito-contador. O Judiciário recorre ao perito contábil quando o juiz necessita de um laudo
profissional especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envolvidas no processo.
A perícia é um meio de prova previsto no Direito, assim como a documental, a testemunhal e a do
depoimento pessoal. Pela definição da Norma Brasileira de Contabilidade, a perícia contábil é “o
conjunto de procedimentos técnicos, que tem por objetivo a emissão de laudo ou parecer sobre
questões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação
ou certificado. ” Conjunto de procedimentos técnicos que auxiliam a levar a instância decisória
elementos de prova necessário para fomentar uma justa solução do litígio, mediante a
apresentação de um laudo pericial contábil.
Ou seja, trata-se de uma importante ferramenta que visa criar documentos comprobatórios para
que uma empresa apresente, em vias judiciais, provas que comprovem que determinado fato
aconteceu ou não.
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O profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto de capacidades, que são
suas qualidades: Legal; Profissional; Ética; Moral. A capacidade legal é a que lhe confere o título
de Bacharel em Ciências Contábeis e o registro no Conselho Regional de Contabilidade e CPC. A
profissional é caracterizada pelos conhecimentos teóricos e práticos da contabilidade e pelas
experiências em perícias. A capacidade ética é aquela que estabelece o Código de Ética
Profissional do Contador, conforme as normas de contabilidade. A moral é estampada conforme
atitudes pessoais do profissional.
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade,

O perito contador e o perito contador assistente devem


conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e
legais, às quais estão sujeitos no momento em que aceitam o
encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e
extrajudiciais. A responsabilidade de um perito contador na
realização dos seus trabalhos, compreende: cumprir os prazos
fixados pelo juiz em perícia judicial e nos termos contratados
em perícia extrajudicial, assumir a responsabilidade pessoal
por toda as informações fornecidas apresentadas no laudo
pericial contábil e no parecer pericial contábil, prestar
esclarecimentos determinados pelo juiz, prestar os
esclarecimento necessários de forma oportuna, respeitando o
contrato e o objetivo da perícia, (RESOLUÇÃO CFC Nº 731/92,
NBC T 13).

Conforme Boniolo (2015, p. 21), consta na Resolução NBC-PP 01, do Conselho Federal de
Contabilidade que recai sobre o perito as seguintes responsabilidades civis e penais:

A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o


profissional que exerce a função de perito, as quais consistem em multa,
indenização e inabilitação.
A legislação penal estabelece penas de multa e reclusão para os
profissionais que exercem atividade pericial que vierem a descumprir as
normas legais. ”

Estão previstas, no Código de Processo Civil (CPC):

Novo CPC: vigente a partir de 17/03/2016. Art. 158. O perito que, por dolo
ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo
de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções
previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de
classe para adoção das medidas que entender cabíveis. ” (BONIOLO,
2015, p.22).

O perito que prestar esclarecimentos falsos ficará responsável pelos prejuízos que a parte obtiver,
ficando sem a habilitação de exercer a profissão de perito contador, e poderá responder por seus
atos conforme a lei penal estabelece.
A perícia contábil pode ser dividida em dois modelos: as perícias judiciais e extrajudiciais. A
seguir iremos abordar um pouco mais sobre cada uma delas e quais as suas especificidades para
cada caso.

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Perícia Contábil Judicial

Como o próprio nome já diz, é aquela realizada dentro de um processo judicial, usualmente
solicitada por um juiz, e que em algumas vezes pode ser chamada simplesmente de cálculo
judicial. Quando a perícia é solicitada é porque não se tem condições de resolver o que está
sendo pleiteado por uma das partes com as provas existentes. Surge então a necessidade de
entrar na matéria técnica, nome dado à perícia, seja, ela contábil, administrativa ou médica, entre
outras. Ela pode ser realizada tanto por um perito contábil indicado pelo próprio julgador, ou
mesmo por um profissional contratado pelas partes envolvidas, afim de verificar assuntos
contábeis relacionados ao processo, e que servirão de prova para a elaboração da decisão pelo
juiz.
 O perito contábil do juiz deve sempre ser um elemento neutro, que deverá interpretar os
fatos contábeis, avaliar a lei aplicável e emitir um parecer técnico científico com as suas
percepções.
 Já os peritos contratados pelas partes, chamados de assistente técnicos, também
analisarão a situação e emitirão um parecer técnico, com suas análises para que, diante destes
documentos, o juiz possa tomar uma melhor decisão sobre o caso a ser julgado.
Para a execução da Perícia Contábil, o profissional utiliza um conjunto de procedimentos
técnicos, como: pesquisa, diligências, levantamento de dados, análise, cálculos, por meio de
exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
A Perícia contábil judicial é a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em
litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio ou de pessoas.
Ainda segundo o mesmo autor, o ciclo da Perícia Contábil Judicial compõe-se de três fases: Fase
Preliminar, Fase Operacional e Fase Final. Em todas as fases, existem prazos e formalidades a
serem cumpridas.

Perícia Contábil Extrajudicial

É aquela realizada fora do âmbito judicial, ou seja, sem que seja solicitada por um juiz para
instrução de um processo. Ela serve para avaliar bens e direitos, cálculo de indenizações, venda
e compra de empresas, partilha de bens, liquidação de haveres, divórcio. A perícia é o único meio
de prova capaz e eficaz de avaliar as questões materiais que são controvertidas durante a ação.
Esse tipo de perícia subdivide-se em três tipos: perícia voluntária, perícia arbitral e perícia no
âmbito estatal:

 A perícia voluntária, a mais ampla de todas, é realizada quando uma pessoa, empresa,
ou grupo de pessoas ou empresas, resolvem espontaneamente contratar peritos contábeis para a
averiguação de questões específica, sem que haja, necessariamente, uma disputa entre eles.
Um exemplo claro de perícia voluntária é quando se vislumbra a realização de uma operação
societária de fusão. As partes querem ter a clareza se os dados contábeis das empresas
envolvidas neste negócio estão corretos e seguem de forma adequada as leis contábeis
incidentes. Esta é uma perícia contratada para dar segurança à operação e fundamental para o
prosseguimento das tratativas negociais.
 No caso da perícia arbitral, como o nome mesmo já diz, é aquela contratada para as
partes envolvidas em uma questão arbitrada (prática comum de quem quer evitar conflito

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judiciais), onde o árbitro designado para avaliar o caso discutido irá determinar se para resolução
do mérito será o não necessário um parecer contábil sobre o assunto.
 Por fim, a perícia no âmbito estatal é aquela executada por entidades (órgãos) que
possuem controle do Estado. Por exemplo, determinada investigação administrativa onde o
Ministério Público solicita perícia contábil para verificar a existência de crime praticado por algum
cidadão contra o Erário público. Por mais que posteriormente esta perícia poderá fazer parte das
provas em um processo judicial, ela é solicitada por este ente público em momento anterior.

A perícia extrajudicial tem a vantagem de ser muito mais rápida, e menos onerosa do que uma
perícia judicial, e por isso, quando existe a hipótese de chegar a um acordo entre as partes, esta
é sempre a melhor opção

CONCLUSÃO

Dentro da Perícia Contábil, o perito contador tem um vasto campo de atuação e ele pode ser
necessário em muitos casos de disputa e litígios. Tecnicamente, o profissional é requisitado
quando o tomador de decisão em questão necessita de um parecer técnico sobre o caso.
A perícia contábil é, assim como documentos, testemunhas e depoimentos, um meio de
prova previsto no Direito e só pode ser exercida por um contador oficial e experiente. Um trabalho
de grande responsabilidade, pois afetará o futuro de uma pessoa física ou entidade jurídica.
A atuação da perícia contábil pode ser judicial ou extrajudicial. Em ambos os casos, o perito é
elemento decisório para o julgamento ou decisão final, pois é o instrumento capaz de avaliar com
eficácia as questões materiais reclamadas durante a ação.
Perícia judicial aquela que ocorre quando solicitada por um juiz em um processo judicial. Dessa
forma, ela é indicada para casos onde é preciso a emissão de um laudo especializado para a
resolução de uma questão jurídica.
A perícia em casos extrajudiciais visa dar atributos para que a entrada na justiça seja evitada. Em
casos onde as partes podem chegar a uma decisão conjunta: apuração de haveres de herança,
dissolução de sociedades ou resolução de causas que provocam perdas e danos, o perito
contador tem papel fundamental.
É de comum entre as partes, o compromisso de aceitar o resultado apresentado por laudo pelo
perito. Como neste caso, o profissional conta com a confiança dos requisitantes, não há a
necessidade de contratação de um perito assistente.
Em questões financeiras, é um procedimento muito menos custoso que a perícia judicial. Outra
vantagem é a rapidez que se desenvolve, por ter menos ritos obrigatórios e não depender da
velocidade e andamento dos tribunais, acontece de forma mais célere.
Ainda havendo desentendimentos das partes quando o laudo do perito for apresentado, o
aconselhável é o encaminhamento para o judiciário, nesta opção, a perícia extrajudicial auxilia os
advogados na confecção da peça inicial, contudo, o Juízo ao longo do processo poderá deferir a
prova pericial e nomear outro profissional de sua confiança.

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REFERÊNCIAS

BONIOLO, Eduardo. Perícias em falências e recuperação judicial. São Paulo: Trevisan, 2016. 128p.

ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia Contábil. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

PIRES, Marco Antônio Amaral, A Perícia Contábil. Reflexão sobre o seu Verdadeiro Significado e Importância. Revista
do Conselho Regional de Contabilidade. Porto Alegre: CRCRS, n. 97, 20-29, junho, 1999.

Artigo 420 do Código de Processo Civil disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704809/artigo-420-


da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 > Acesso em: 20 de novembro de 2023
Resolução nº 858/99 NBC-13 13.1.1 disponível em: < https://www.contabeis.com.br/legislacao/4630/resolucao-cfc-
858-1999/ > Acesso em: 20 de novembro de 2023

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