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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - IFCHS


DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA - DAN
Déborah Cristina da Silva Dimas

Fichamento: Ecologia Negra


Autor: Nathan Hare
Resumo:
O texto "Ecologia Negra" de Nathan Hare aborda a interseção entre questões
ambientais e raciais, explorando como as comunidades afro-americanas
enfrentam desafios específicos no contexto da preservação ambiental. Hare
argumenta que a "ecologia negra" é uma abordagem crítica que reconhece a
maneira como o racismo histórico e estrutural afeta a distribuição de recursos
naturais, a exposição a poluentes e a qualidade de vida das comunidades
negras nos Estados Unidos. O autor destaca a importância de reconhecer e
abordar essas disparidades ambientais, propondo estratégias de justiça
ambiental e empowerment para comunidades afro-americanas.
Principais Pontos:
1. Racismo Ambiental: O autor descreve como comunidades afro-americanas
frequentemente sofrem com a localização de poluentes tóxicos e a falta de
acesso a espaços verdes, devido a práticas discriminatórias e históricas de
segregação. Um conceito muito importante para pensar a crise ecológica e as
maneiras de habitar a Terra. Ele coloca os temas do racismo, da colonialidade
e da colonização no centro da questão ecológica. Permite perturbar uma
concepção pouco racializada da ecologia, que só olha para as paisagens ou
para a genealogia ambientalista, que só está interessada em preservação e
não aborda o tema da discriminação. É importante lembrar que esse conceito
não vem só da cabeça de um professor do mundo acadêmico, é um conceito
que vem das lutas negras e das lutas de mulheres negras, mulheres latinas dos
Estados Unidos. Pessoas que se deram conta de que há uma dimensão
ambiental no racismo que impacta seus territórios e suas formas de viver.
Quando me deparei com o tema do racismo ambiental pela primeira vez, ele foi
muito importante para mim, pois me ajudou a encontrar uma genealogia
diferente acerca do ambientalismo clássico, com Rousseau, Thoreau e outros
autores da filosofia ambiental.
2. Justiça Ambiental: Hare argumenta que a justiça ambiental é fundamental
para corrigir essas desigualdades, garantindo que todas as comunidades
tenham igualdade de acesso a recursos naturais e proteção contra danos
ambientais. Como ele diz que a solução da crise ambiental é a descolonização
dos povos negros, essa frase estabelece essa relação entre racismo,
colonização e descolonização. Falar de colonialidade e de uma ecologia
decolonial é uma proposta de tratar o racismo ambiental, por um lado, mas
também de tratar as maneiras de habitar a Terra, as maneiras de considerar os
ecossistemas, os elementos da vida e também os seres não humanos.
3. Capacitação Comunitária: O texto enfatiza a importância de capacitar as
comunidades negras a se envolverem ativamente na gestão e proteção de
seus ambientes locais, promovendo o ativismo ambiental dentro dessas
comunidades.
4. Solidariedade: Hare também destaca a necessidade de solidariedade entre
as comunidades afro-americanas e outros grupos envolvidos na luta por
questões ambientais, a fim de enfrentar eficazmente o racismo ambiental.
Em resumo, "Ecologia Negra" de Nathan Hare oferece uma análise crítica das
disparidades ambientais enfrentadas pelas comunidades afro-americanas e
destaca a importância de abordar o racismo ambiental por meio da justiça
ambiental e da capacitação comunitária. O texto promove a conscientização
sobre a "ecologia negra" como uma perspectiva essencial na discussão sobre
questões ambientais e raciais.

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