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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

DESCOMPLICANDO AS FINANÇAS:
EXPLORANDO O TERRITÓRIO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A educação financeira (ou a falta dela) é uma corda com a qual é possível
escalar as mais altas montanhas ou até mesmo, se enforcar. Saber
organizar, valorizar e multiplicar o seu dinheiro será essencial para ter
sucesso na vida. Só assim conseguirá realizar as suas metas financeiras
sem se endividar.

Infelizmente esta é uma matéria que fica fora da grade curricular da maioria
das escolas e cursos superiores, mesmo sendo tão importante quanto
qualquer outra pois tem a capacidade de elevar o seu potencial de
realização pessoal e profissional, já que alguém com as contas em dia,
além de garantir uma vida confortável, pode também investir na própria
carreira. Mas, sem disciplina e conhecimento, a vida adulta pode ser um rio
de boletos e nada mais.

77,9% das famílias brasileiras estão endividadas


28,9% de inadimplência (dívidas em atraso)
10,7% famílias não têm condições de pagar suas dívidas
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic 2022) jan 2023

Por “dívida” entende-se todos os compromissos financeiros assumidos por


meio do crédito no mercado, ou seja, todas as ferramentas colocadas à
disposição do consumidor para que ele compre bens ou serviços a prazo;
cartão de crédito, cheque especial, empréstimo consignado, carnê, etc. O
problema é que ao utilizar estas formas de pagamento, divide-se o valor a
perder de vista, já que o custo total não cabe no orçamento do mês. As
pequenas parcelas dão a falsa impressão de que se está gastando pouco, e
novas compras são feitas, acumulando-se assim várias prestações.
O simples ato de parcelar já pode acarretar em juros, aquele valor
adicionado à parcela pela instituição financeira responsável por “emprestar”
o dinheiro para o consumidor. Os juros muitas vezes não são calculados
pelo consumidor no ato da compra, e quando muito altos podem tornar o
produto adquirido muito mais caro.

Veja a simulação abaixo da compra de um notebook da Dell e com suas


especificações:
valor do notebook à vista: valor do notebook financiado:
R$ 2.556,68 R$ 2.779,00

Notebook Dell Vostro V15-3510-U05T Notebook Dell Inspiron 15 3000


Intel Pentium Gold AMD Ryzen 7
RAM - 4GB / SSD - 128GB RAM - 8GB / SSD - 256GB

Veja que, ao comprar um notebook Dell financiado, você paga um valor de


R$ 222,32 a mais, o que seria possível comprar outro modelo de notebook
com especificações melhores - e ainda sobraria dinheiro. Lembrando que
ainda existe a possibilidade de realizar boas pesquisas e encontrar
promoções maravilhosas.

Entender - e praticar - educação financeira significa desenvolver


competências emocionais que farão de você o dono do seu dinheiro.
Poder arcar com suas dívidas, sabendo usar seu dinheiro e encontrar os
melhores caminhos para fazê-lo render, significa ter liberdade para escolher
sua própria jornada, dentro do seu tempo e a seu modo.

Aqui você encontrará ótimas dicas sobre como escolher as melhores


estratégias de parcelamento: Me Poupe.
Quem sabe cuidar do próprio dinheiro, demonstra:

Autoconhecimento e autocontrole emocional: saber identificar o


limite entre o excesso e o que realmente o faz feliz;
Disciplina, organização e planejamento: saber o que se quer e
quando se pode ter;
Responsabilidade social: consumir de forma consciente;
Autonomia e independência: fazer as próprias escolhas, livre de
preconceitos e julgamentos.

Organize sua vida financeira

Para começar é importante entender como você está gastando seu dinheiro.
Pode parecer óbvio, mas de pouquinho em pouquinho, ele vai sumindo e
você nem sabe com o que gastou. Assim, procure seguir os seguintes
passos:

Anote todos os gastos: se você utiliza conta em banco fica fácil puxar
um extrato do último mês. Lá você poderá visualizar todas as saídas,
seus destinos e datas. O mesmo com o extrato do cartão de crédito.
Caso tenha o hábito de usar apenas dinheiro em espécie, anote em uma
agenda todos os seus gastos, incluindo as dívidas (boletos,
empréstimos e o “patrocínio” se houver);

Separe-os em categorias: idealmente você deverá criar três:


1. Essenciais: compromissos relacionados à moradia (água, luz, gás,
aluguel/ condomínio), educação (cursos, livros, etc), saúde (consultas
médicas, plano de saúde, remédios, exames, etc), alimentação
(mercado, padaria, restaurantes) e transporte;
2. Supérfluos: gastos com lazer, vestuário, beleza, etc. Pense em tudo o
que, caso fosse necessário, poderia reduzir a zero;
3. Metas: caso você já guarde dinheiro, inclua a quantia nesta categoria.
Podem ser metas relacionadas às férias, à compra de um celular novo,
ou algo a longo prazo, como um carro.
Analise a importância de cada compromisso financeiro: o primeiro
passo será adequar seus gastos para que eles caibam dentro do seu
orçamento mensal, o que provavelmente significará cortes. Assim,
considere quanto está gastando dentro do mês, independente da forma
de pagamento, seja no débito ou crédito. Marque com uma cor diferente
aquilo que acredita que poderia reduzir, por meio de negociação,
mudança de plano de contratação, etc. E com outra cor, aquilo que deve
excluir da sua vida; cigarros, academia nunca utilizada, aplicativos sem
uso, e todas aquelas compras por impulso que só trouxeram mais
bagunça para dentro de casa.

Conta de luz: fique atento à temperatura do banho, luzes acesas


desnecessariamente ou fios antigos em curto. Substitua lâmpadas
antigas pelas de LED e ao comprar novos eletrodomésticos observe se
possuem o selo de economia de energia;
Conta de celular e internet: confira se existe alguma promoção como
combo família ou se está realmente utilizando 100% dos dados
contratados. Fique atento à sua fatura, muitas vezes acabamos
pagando por serviços subutilizados ou pior, não solicitados;
Restaurantes: com certeza é mais prático, mas é possível reduzir
significativamente os gastos com alimentação ao fazer um planejamento
das suas refeições e cozinhar com antecedência. Assim você pode
congelar a comida e ter sempre algo fresquinho e mais saudável à mão.
Leve marmitas e lanchinhos para o trabalho e economize;
Transporte: combine caronas com seus amigos. Existem vários
aplicativos seguros para otimizar seu percurso, assim pode dividir os
gastos com combustível, pedágio e estacionamento. Caso haja
transporte público em sua região, utilize-o sempre que possível. Seu
bolso agradece!

Entenda que, ao final desta faxina no seu orçamento, os gastos essenciais


deverão incluir apenas aquilo que é extremamente necessário para a sua
sobrevivência e bem-estar. Nada a mais e nada a menos, afinal o objetivo é
ter qualidade de vida.
Existem algumas técnicas diferentes de organização do orçamento
doméstico, mas em linhas gerais, o recomendado é que você não
comprometa todo o seu salário, no máximo até 70%; sendo 55% para os
gastos essenciais, 10% para os supérfluos e no mínimo 5% para a sua
educação, ou seja, à compra de livros, cursos livres, dentre outros.

Caso esteja arcando com as mensalidades de uma faculdade por exemplo,


idealmente este valor deverá ser considerado prioridade dentro dos seus
gastos essenciais.

Os 30% restantes serão utilizados para as suas metas. Ex:


Salário: R$1000
Gastos essenciais: R$550
Supérfluos: R$100
Educação: R$50
Metas: R$300

Claro que você pode adaptar a sua realidade, mas lembre-se que é
SEMPRE importante guardar dinheiro.

Valorize os seus recursos

Pode parecer quase impossível guardar 30% dos seus ganhos. Mas lembre-
se que este dinheiro será usado para realizar os seus sonhos. Sabe aquele
ditado “dinheiro não traz felicidade”? É verdade, o dinheiro em si não traz,
mas o que ele pode comprar sim. Portanto é muito importante estar em
contato com o seu propósito pessoal e ter suas metas muito bem definidas
para que esta economia toda valha a pena.
Pratique o minimalismo
Não é sobre não ter nada, é sobre ter aquilo que te faz realmente feliz.
Analise friamente suas últimas compras e o nível de satisfação (ou
insatisfação) que te trouxeram. Somos diariamente bombardeados por
publicidade, digital influencers e conteúdos que nos levam a comprar
desenfreadamente. Seja por impulso, influência, compulsão ou um suposto
desejo, gastamos o suado dinheirinho e nem sempre temos de volta a
alegria esperada.

Compre menos roupas, com mais qualidade: espere pelas


liquidações de troca de estação, explore brechós (peças de marca
com qualidade e por muito menos do que custam na loja), troque roupas
com amigos, valorize aquelas peças coringa que são eternas;
Compre menos eletrônicos, com mais assertividade: já ouviu falar
em obsolescência programada? Pois é, os novos gadgets saem da loja
com data marcada para virarem lixo eletrônico, ou por não terem boa
durabilidade, ou porque em pouco tempo será lançado o mais novo
modelo.
Compre menos móveis e decoração, com mais personalidade: de
tempos em tempos saem novas coleções e com elas a suposta
necessidade da repaginação da sua casa. Mas lembre-se que quanto
mais coisas pela casa, mais bagunça, mais tempo para limpar e
organizar. Priorize as peças atemporais, com significado e que te
trazem alguma lembrança.

Para ajustar o orçamento, será necessário priorizar os gastos, ou melhor,


investimentos que realmente importam. Com o tempo, talvez perceba que o
maior nível de satisfação está nas experiências e não nas coisas, já que
estas, rapidamente estragam, ficam velhas e desinteressantes.

Mas as experiências...essas ficam guardadas na memória, são


compartilhadas, vivenciadas e contribuem para o seu crescimento como
pessoa; viagens, cursos, passeios, vivências gastronômicas. Descubra o
que realmente te faz feliz!
A vantagem de reduzir as coisas em detrimento das experiências, é o
consumo consciente. Tudo o que compramos representa apenas uma
parte de uma cadeia produtiva que envolve desde a extração dos recursos
naturais para a sua fabricação, até o seu descarte. Quanto mais
compramos, mais extraímos da natureza e mais lixo descartamos.

Por isso, fique atento às marcas que consome e ao cuidado que


demonstram com o seu processo industrial; como lidam com seus
colaboradores, os tipos de testes que fazem (em animais ou não), se
possuem um sistema de logística reversa, reciclagem.

E lembre-se, quem manda é o consumidor. Independente de políticas


públicas, revendo nossos hábitos de consumo e o que exigimos das
indústrias como um todo, com pequenos atos podemos influenciar grandes
mudanças.

Trace metas a curto, médio e longo prazo

Passe os seus sonhos para o papel segundo seus critérios de felicidade, e


não se esqueça de que eles devem estar sempre alinhados ao seu
propósito. Para isso, considere o modelo:

Item: o que pretende comprar ou vivenciar;


Valor: quanto custa;
Prazo: em quanto tempo pretende realizar este sonho;
Como: dependendo do valor e prazo, estabeleça parcelas que deverá
economizar e até mesmo como poderá ganhar uma renda extra, caso
seja necessário.

O prazo da meta estará diretamente relacionado ao tamanho do sonho e


seu custo. É claro que grandes aquisições precisarão de mais tempo para
que possa juntar dinheiro suficiente, por isso seus planos deverão ser
sólidos para que não mude de ideia no meio do caminho. Lembrando que
ajustes de rota são sempre bem-vindos, mas a disciplina necessária para
economizar todo mês, por muito tempo, só acontecerá se for por uma boa
causa.
Exemplos:
Metas de curto prazo (nos próximos 6 meses): comprar um novo celular,
fazer um curso, conhecer um novo restaurante;
Metas de médio prazo (entre 6 meses e 2 anos): viajar para fora do país,
comprar um carro, investir no seu próprio negócio;
Metas de longo prazo (2 anos ou mais): dar entrada num apartamento,
viver de renda, aposentadoria, etc.

Fazendo o dinheiro trabalhar por você


Perceba que tudo o que falamos até aqui é basicamente para que troque o
endividamento pelo investimento. Afinal, quando se fala em estabelecer
um prazo para conquistar um sonho e para isso guardar uma quantia todo
mês, o que as pessoas geralmente entendem é adquirir o bem e pagar em
suaves prestações. Em outras palavras; imediatismo.

O problema desta estratégia é que muitas vezes o preço final do produto


acaba sendo muito maior do que o inicial, por conta dos juros. Sem contar o
fator de risco em se comprometer por muitos anos com um pagamento e no
meio do caminho não ter mais condições de arcar com as prestações.

Assim, uma alternativa é fazer o dinheiro trabalhar por você. O que significa
que ao economizá-lo, ele não ficará debaixo do colchão, e sim em
investimentos que o farão se valorizar enquanto estiverem guardados.
Então quando chegar a hora de comprar o bem, você conseguirá pagar à
vista e ainda ter uma sobra, já que com o dinheiro na mão consegue-se
boas negociações, além dos juros compostos que te renderão uma boa
gordurinha dependendo da estratégia utilizada.

Estude modelos de investimento de acordo com o seu perfil e metas


traçadas. Nestes sites encontrará conteúdo para te ajudar a começar:

Gustavo Cerbasi: gustavocerbasi.com.br


Thiago Nigro: https://www.youtube.com/channel/
Jovens de negócios: https://www.youtube.com/channel/
Mirna Borges: economirna.com.br
Consórcios
Se você não tem disciplina para guardar dinheiro para suas metas mas
não quer entrar em um financiamento, uma alternativa pode ser o consórcio.
Porém, não pode ser considerado um investimento pois, apesar de não
serem cobrados juros como nos outros tipos de crédito no mercado, é
cobrada uma taxa administrativa (de 10% a 18%), taxas de atualização
do valor do bem, como o IGPM, mais o fundo de reserva e seguro
prestamista, dependendo da operadora, além é claro do seu dinheiro não
se valorizar como em um fundo de investimento ou tesouro direto, por
exemplo.

Neste sistema, ao contratar o serviço é como se entrasse para um grupo de


pessoas que compartilham do mesmo objetivo, seja comprar um carro,
casa, viagem ou até mesmo eletrodomésticos. O valor do bem, mais as
taxas, é diluído em várias prestações - de 12 a 180 meses - mas você só
recebe a carta de crédito (o valor do produto) ao quitar todas as parcelas, ou
então se for contemplado antes por meio de um sorteio ou participando de
um leilão - o maior lance leva, e o valor pago é descontado do valor total
das prestações.

É como uma poupança forçada em que você tem a obrigatoriedade de


pagar um valor mensal, que já está destinada a um bem específico, porém
sem usufruir dele. Sendo assim, vale analisar se:

Você está disposto a aguardar o tempo total do parcelamento para


retirar o bem, caso não seja sorteado antes ou não tenha êxito nos
leilões;
O seu crédito está bom no mercado? Antes de assinar um contrato é
importante fazer uma análise do seu crédito, ou seja, se pelos critérios
da instituição financeira você pode ser considerada uma pessoa
confiável, que honrará todos os pagamentos.
A administradora do consórcio é confiável? Pesquise todas as opções e
taxas;
Compare todas as alternativas de crédito disponíveis, calculando todas
as taxas.
Supondo que o seu sonho seja ter uma casa própria. Você fez uma pesquisa
e viu que com R$ 300 mil é possível comprar um imóvel com a configuração
que deseja, na região do seu gosto, porém não tem nenhum valor para investir
no momento. O prazo estipulado para a realização deste sonho é de 180
meses, considerando o custo total e quanto terá disponível mensalmente para
as parcelas. Suas opções são: financiar ou aderir a um consórcio. Simulação:

Valor do imóvel: R$ 300.000,00


Prazo para quitação: 180 meses (15 anos)

Financiamento Consórcio
juros de 8%; 17% de taxas;
Parcela inicial: R$ 2.753,77; Parcela inicial: R$ 1.839,92;
Reajuste anual pela TR Reajuste anual pelo INCC (Índice
(Taxa Referencial): 1%; Nacional de Custos da Construção):
Tabela SAC 7%;
(Sistema de amortização constante) Parcelas que crescem anualmente
com parcelas decrescentes; devido aos reajustes;
Valor total pago: R$ 495.678,83 Valor total pago: R$ 560.824,45

A princípio, o consórcio pode parecer mais interessante pois a parcela é


menor (R$ 913,85 a menos), porém o valor total pago é muito maior do que
no financiamento (R$ 65.145,62), devido ao reajuste anual aplicado ao
consórcio de imóveis. Outro ponto a se considerar é que no consórcio é
possível que a carta de crédito seja entregue apenas ao final dos 180
meses, e durante este período será preciso pagar aluguel, um outro custo
importante a entrar na conta, enquanto que no financiamento já seria
possível morar na casa.

Agora se você não paga aluguel e não tem pressa, a comparação deverá
ser entre o consórcio e um investimento em renda fixa ou variável,
dependendo do seu perfil. Nesta segunda opção, o valor que seria
destinado ao pagamento da parcela do consórcio, seria investido, rendendo
assim juros compostos. Após um tempo, o valor guardado poderá ser
utilizado para dar entrada em um imóvel, reduzindo assim as parcelas do
financiamento.
Como conseguir uma renda extra
Ajustar as contas, quitar dívidas, viver com conforto e ainda juntar dinheiro
pode parecer uma realidade bem distante. Muita calma nessa hora. O
primeiro passo é entender o uso do dinheiro e identificar os vazamentos que
precisam ser estancados. Feito isto, caso ainda não consiga ter uma sobra
satisfatória para as suas metas, existem algumas alternativas:

Ganhar mais: parece óbvio mas esta opção pode passar despercebida.
Avalie se existe alguma possibilidade de pedir uma promoção onde
trabalha ou se existem outras vagas com salários maiores. Lembre-se
que em ambos os casos será preciso provar o seu valor, por isso é
importante sempre investir em você como profissional;

Vender itens que não estejam em uso: analise em sua casa se existem
móveis, roupas, utensílios e acessórios que não estejam em uso. Muitas
vezes guardamos peças novas compradas no impulso, que nunca
tiveram uso e ainda por cima ocupam espaço e geram manutenção.
Utilize os sites de desapego e grupos de vendas nas redes sociais para
pesquisar os preços e anunciá-los. Esta é uma boa opção se estiver
precisando quitar dívidas;

Trabalho extra: pode ser no seu atual emprego fazendo horas extras ou
dobrando turnos (desde que em comum acordo com seu empregador),
ou desempenhando outras atividades, como: fazendo artesanato,
brigadeiros e bolos, trabalhando como barbeiro, passeando com pets,
cuidando de crianças, revendendo produtos pela internet, etc. Conheça
os seus talentos e coloque-os em prática para ganhar uma renda extra.

Independe do caminho que escolher, tome cuidado com o nível de


energia que despenderá com a atividade. Conheça os seus limites e
estipule metas para que saiba dosar o volume de trabalho e horas
gastas. Lembre-se que o seu foco ainda deve ser os estudos e a sua
carreira.
Gerenciando gastos em família
A autocrítica com relação aos gastos de fato não é nada fácil. E quando se
envolve a família, pode ser mais difícil ainda. Na verdade se você vive com
outras pessoas, podem ser familiares, cônjuge ou mesmo amigos, a
educação financeira passa a ser um verdadeiro trabalho em equipe.

Afinal, quando os gastos e ganhos são compartilhados, é preciso que as


técnicas acima sejam empregadas por todos; controle de despesas,
valorização do dinheiro, cortes e investimentos. Por isso, siga estas dicas:

Transparência e boa comunicação: saber qual o orçamento da casa é o


primeiro passo para respeitar um teto de gastos. E para compreendê-lo é
importante que todos conversem e expressem quais os seus anseios e
planos, para que de uma forma clara, todos estejam na mesma página
sobre as prioridades da família;

Compartilhamento de objetivos: dentro da mesma casa podem morar


pessoas muito diferentes, com prioridades diversas e vários tipos de
contribuição para o orçamento familiar (inclusive nenhum). Por isso é
importante que, havendo uma boa comunicação, a família estabeleça metas
em comum. Lembra da divisão dos gastos em essenciais, supérfluos e
investimento? A regra é a mesma aqui. Seja para o pagamento das contas
essenciais da casa, seja para a economia para uma viagem, todos precisam
estar de acordo e cientes dos possíveis cortes necessários. Para isso:

Estabeleça metas coletivas: viagem em família, troca do carro,


reforma da casa, etc. Investimentos que impactarão a vida de todos e
portanto devem ser de comum acordo;
Metas individuais: pode-se, por exemplo, determinar qual o limite de
compras para supérfluos para cada integrante, como se fosse uma
mesada. Todos então deverão respeitar este valor;
Conta conjunta: quando mais de uma pessoa tem renda, é possível
determinar quanto cada um poderá contribuir para o orçamento familiar
e este valor ser depositado mensalmente em uma conta conjunta, de
onde as contas essenciais serão pagas (aluguel, mercado, água e luz,
etc);
Cada um paga uma conta: outra opção é que, dependendo da
capacidade financeira de cada um, uma conta seja assumida por cada
integrante da família. Ex: um filho paga a conta de luz, o outro a conta
de água, etc.

Divisão de responsabilidades: não adianta apenas um integrante da


família se responsabilizar pelo controle da verba da casa. Afinal, educação
financeira não se trata apenas de ter uma atividade remunerada, ver extrato
bancário e pagar contas. Todos devem contribuir:

Utilizar água e energia elétrica de forma consciente: apagar a luz ao sair


de um ambiente, tomar banhos rápidos, etc;
Manter a casa limpa e organizada auxiliando nas tarefas, como: limpar,
cozinhar, lavar, etc;
Não desperdiçar comida;
Respeitar o teto de gastos estipulado, etc.

A generosidade e a gratidão devem estar presentes em todas as


relações. Retribuir o esforço e respeitar o espaço de cada um para
garantir a harmonia familiar.

Onde guardar o dinheiro


Como estudante você terá alguns benefícios ao abrir uma conta em banco.
Mas vale mencionar que hoje o mercado está bastante competitivo, o que te
coloca em vantagem na negociação das taxas e anuidades que geralmente
são cobradas pelas instituições financeiras tradicionais.

Esta revolução está sendo causada pelas fintechs. Startups que vieram
para inovar e otimizar os serviços do sistema financeiro com custos
operacionais menores comparados aos bancos, o que reflete em melhores
condições para que você abra sua conta de forma descomplicada e
tecnológica. E o melhor, com seus aplicativos é possível ter um controle
mais dinâmico sobre suas finanças, dando uma ajuda na sua educação
financeira.

Conheça algumas fintechs aqui.


Ferramentas online: Algumas ferramentas online são muito interessantes
para realizar controle de gastos, aprender mais sobre finanças pessoais,
investimentos, poupança e rendimentos, entre outras opções.

A FEBRABAN criou uma plataforma integrada com diversos artigos, dicas


e ferramentas para auxiliar as pessoas e suas finanças: o Meu bolso em Dia
(https://meubolsoemdia.com.br/).

Através do ícone "ferramentas", é possível acessar modelos de planilhas de


controle por diversos públicos e suas faixas etárias. Existe uma opção para
estudantes.

Além disso, a plataforma contém diversos artigos interessantes, com dicas


de como sair aos finais de semana gastando pouco, calcular a diferença de
preço da gasolina e do álcool, prevenção sobre endividamento, técnicas
para guardar dinheiro.

ACESSAR A
PLATAFORMA
A1

Acesse aqui um modelo de planilha para controlar


os seus gastos ou de sua família.
Na coluna "Entradas" estão os ganhos de todos da
família. Em "Compartilhados" poderia entrar alguma
renda de uma atividade realizada por todos. A
coluna "Saídas" não precisa ser preenchida pois é
automática.

As demais células foram


preenchidas com os
gastos, sejam os
compartilhados ou
individuais, de acordo com
a classificação - essenciais
ou supérfluos. Neste
exemplo, as pessoas são
registradas, ganhando VT
(Vale transporte) e cesta
básica, por isso as células
estão em branco.

Em metas, entraram
alguns objetivos desta
família fictícia:

No exemplo, a família tem como meta de curto prazo a compra de um eletrodoméstico no


valor de R$300, por isso, estão guardando R$50 por mês, durante 6 meses. Já a Maria quer
comprar um novo celular que custará em torno de R$1000, na próxima Black Friday,
portanto, está economizando R$80 por mês. Já o Fábio tem o sonho de comprar um carro,
por isso está pagando um consórcio de R$400 mensais.

Depois de preenchida, a planilha retornará a análise


final da sua saúde financeira, considerando o
percentual de gastos sobre toda a renda. No exemplo,
seria necessário reduzir R$245 dos gastos essenciais e
R$140 dos supérfluos para que, no total, sobrasse
R$460 para serem investidos em metas (considerando
os R$530 que a família já investe). Porém, é preciso
ser sensato quanto aos seus gastos. Neste caso por
exemplo, R$400 estão sendo gastos com educação, o
que pode ser alto dentro do orçamento desta família.
A1
MAPEANDO O CAMINHO

1.Organize suas finanças preenchendo a planilha da página anterior.


Caso ainda não tenha renda, pode fazer este exercício com sua família. No
arquivo você encontrará alguns exemplos. Analise-os e depois substitua
com as suas informações.

2.Analisando os gastos, liste aquilo que pode ser reduzido ou mesmo


cortado integralmente para que a regra de guardar 30% dos ganhos
seja cumprida. Caso os cortes não sejam suficientes, enumere as
possibilidades de renda extra.

3.Estipule metas financeiras para curto, médio e longo prazo, e quanto


deverá guardar por mês para atingir cada uma delas.

4. Acesse o site abaixo e faça simulações para descobrir quais seriam


as melhores formas de guardar o seu dinheiro:
tesourodireto.com.br/simulador/

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