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Resumo
Introdução
Acupuntura
Por sua vez, a obra já afirmava que o sangue flui sob o controle do coração, fato
este que veio ser reafirmado cerca de 2.000 anos após, pelo Médico britânico
William Harvey com a teoria da circulação sanguínea publicado no ano de 1628.15-16
Até os dias atuais a Acupuntura é utilizada nos atendimentos básicos de saúde na
China demonstrando a eficiência no tratamento e prevenções de doenças; no ano de
1997, o Panel Issue Consensus Statement on Acupunture, no National Healt
Instituto, por meio de mais de 37 profissionais de diversas áreas científicas, onde se
buscou avaliar a utilização e eficácia da acupuntura para uma variedade de
indicações terapêuticas, os resultados se mostraram positivos para: náuseas,
vômitos, dor dental, vícios, a reabilitação de acidente vascular cerebral, dor de
cabeça, cólicas menstruais, fibromialgia, osteoartrite, dor lombar, síndrome do túnel
do carpo, dentre outras indicações.4-5
No Brasil, a acupuntura foi propagada desde a década de 1970, por meio de artigos
do assunto, e no SUS foi incorporada em 1988, reconhecida no ano de 1995 como
uma especialidade médica.14
A MTC durante o seguimento da gravidez tem uma tripla finalidade: a) avaliar a boa
evolução da gravidez; b) despistar os fatores de riscos capazes de repercutir na mãe
e/ou no feto; c) diagnosticar e tratar uma patologia, sendo que se deve ter uma
interação entre o médico especialista e o acupuntor para o acompanhamento nos
diagnósticos ocidentais. Na gravidez, embora seja um estado frágil, complexo e
instável, há três condições que enseja a harmonia na gestação, sob o aspecto da
MTC, para isto é necessário que estejam em equilíbrio: a) sangue e Qi materno; b)
sangue e Qi fetal; c) Mãe e Feto.3
desarmonia energética encontrada13, por outro lado o exemplo claro dado por
Auteroch3 no diagnóstico do Vômito Gravídico, por exemplo:
A medicina chinesa chama esse estado: Ren Shen E Zu: “nojo e blocagem
da gravidez”, por causa das náuseas e dos vômitos que são um obstáculo à
alimentação.
Os vômitos gravídicos são explicados por dois mecanismos:
1) Após a concepção, “a porta do útero fecha-se”. O Qi do órgão é
bloqueado no interior e obriga Qi do feto a subir em sentido inverso, o
que contribui para enfraquecer o Qi do Estômago, que não pode seguir
o seu curso normal de descida.
2) Após a concepção, o Sangue acumula-se para alimentar o feto. O
sangue contido no Fígado é utilizado, suscitando ao nível do órgão, um
Vazio de Yin e um excesso de Yang, o Fogo ministerial queima o
interior do corpo, torna-se Calor e agride o Estômago: é o ataque
transversal do Qi do Fígado.
Em sua tese, Da Silva7 com base na literatura existente, buscou criar um protocolo
para amenizar Vômitos no primeiro trimestre da gravidez, que por sua vez é a
utilização de um único ponto de acupuntura o Neiguan (Pc/CS-6), por meio de
acupressão (massagem no ponto de acupuntura com fins profiláticos e terapêuticos),
demonstrando que é uma alternativa para os casos de vômitos no período mais
sensível da gravidez.
Outro exemplo da eficácia da acupuntura no período gestacional é no tratamento de
Dores de cabeça (cefaléias), onde é possível encontrar vários estudos nessa
temática. Na medicina chinesa, de forma sintética, a origem da dor de cabeça se dá
pelo excesso (intensa e aguda) ou deficiência (surda e menos intensa) de Qi em
determinados canais energéticos do corpo, podendo ser causadas por tensões,
stress, frustrações, raivas, dentre outras origens. Identificando a origem, trata-se
através dos acupontos buscando o equilíbrio energético e consequentemente a dor
cessa.17-19
No Manual de Diretrizes Clínicas na Saúde Complementar na Gestação da
Associação Médica Brasileira, faz referência ao estudo realizado por Norling no ano
de 2000, que avaliou gestantes submetidas aos tratamentos de acupuntura e
fisioterapia, em dores pélvicas e lombares, os resultados são significativos e
superiores com a acupuntura, demonstrando que é uma alternativa viável para as
gestantes.20-21
Quando se fala de dores abdominais, na medicina chinesa, são ocasionadas por
três fatores: Vazio-Frio (quando o yang original está deficiente); Vazio de sangue
(deficiência, estase de Qi); Água-Umidade (causado por vazio de sangue);
Estagnação de Qi (quando o fígado perde a função de escoamento). Para cada
situação, o terapeuta deve analisar os sinais e sintomas e eleger os pontos que
promoverá o equilíbrio energético que cessará as dores.3
Assim a acupuntura pode tratar as diversas doenças/desconfortos, durante todo
período gestacional, onde sua atuação se estende em: Distúrbios psíquicos (Medo,
Ansiedade, Depressão e Irritabilidade), Lombalgias e dor Ciática, Controle
6
relativas às prescrições. Insta frisar que antes da tragédia da talidomida existia uma
ideia de que os fetos quando estavam no interior do útero materno estavam
protegidos de efeitos embriotóxicos.25-26
De forma demonstrar os riscos e efeitos associados ao uso de medicamentos
durante a gravidez, foi criado nos Estados Unidos pelo Food and Drug Administration
(FDA) a classificação dos fármacos em cinco categorias (A, B, C, D e X), com as
informações sobre o nível de risco para o feto e para gestante; é possível verificar
essa classificação em algumas Bulas de medicamentos. Em regras gerais apenas as
categorias ‘A’ (ex: Ácido Folínico, Retinol, Levotiroxina, Piridoxina) é considerados
seguros à gestante e ao feto, a classe ‘B’ (ex: Paracetamol, Acetilcisteína, Nistatina,
Ambroxol, Fluoxetina) considerado como um pouco seguros, em vista deve-se
prescrever com cautela, já os da classe ‘C’ (ex: Omeprazol, Albendazol, Insulina,
Clonazepan) e ‘D’ (ex: Amitriptilina, Enalapril, Cortisona, Mebendazol) devem ser
prescritos em casos realmente necessários, no entanto os fármacos da classe ‘X’
(ex: Misoprostol, Isotretinoina, Acenocumarol, Gonadotrofina cariônica, Warfarina, e
outros) não devem ser utilizados sob nenhuma hipótese, pois há evidências positivas
de anormalidades fetais, inclusive para as mulheres que querem engravidar, de
forma que os riscos superam os benefícios.7,9,25,26,27
Em um estudo realizado por Guerra et al.8 na cidade de Natal-Brasil , aonde
entrevistou 610 gestantes da rede pública de saúde demonstrou dados
interessantes, tais como 86,6% das gestantes faziam uso de pelo menos um
medicamento durante a gestação, índice por sua vez considerados inferiores aos
estudos europeus que chegam entre 96,4% a 99%, ou até mesmo no sul/sudeste do
Brasil com estudos entre 91,3% a 97,6%, variabilidade possivelmente por ser uma
cidade nordestina aonde em tese se tem pouco acesso a medicamentos. Na
pesquisa demonstra que 88,9% das mulheres iniciaram o uso ainda no primeiro
semestre da gestação, que é o período de maior vulnerabilidade para a
teratogenicidade.9,12
Os fármacos mais utilizados na gravidez a partir de estudos nacionais são os
antianêmicos, analgésicos, antiespasmódicos, antieméticos, antibióticos, antiácidos,
todavia os antianêmicos (ex: sulfato ferroso) são os mais usados, visto fazer parte
dos protocolos preconizados pelo governo.8,27
A dificuldade em determinar quais fármacos realmente são seguros está na ausência
de dados científicos com os reais riscos associados no uso durante a gravidez. Por
questões éticas e legais não são permitidos realizações de estudos convencionais
em gestantes, sendo a maioria dos estudos realizados em animais, não permitindo
se dizer que os mesmos efeitos é equiparado na gestação humana.9
No ocidente, a prescrição medicamentosa é parte integrante do processo de
assistência a saúde, mas é necessário avaliar os riscos e benefícios ao indicar
fármacos durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre.28
8
Metodologia
O presente estudo tem como método uma pesquisa bibliográfica, através de livros,
revista e artigos a partir de sites especializados em pesquisas científicas tais como
Medline, Lilacs, Scielo e Google Acadêmico, sendo estes devidamente relacionados
com a temática do trabalho. Foram utilizadas obras (livros) consideradas antigas,
tais como os livros de AUTEROCH3,13 do ano de 1987 e 1992 e CHING15 de 1989,
necessários, pois afinal se está abordando a Medicina Tradicional Chinesa que
remontam mais de 5.000 anos de existência. Por ser um tema amplo, o trabalho tem
como enfoque comparar as principais características, precauções e benefícios no
uso das duas terapias (medicamentosa/fármacos e não medicamentosa/acupuntura)
durante a gravidez, assim a palavra ‘versus’ do título está com enfoque ‘em
comparação com’, embora tenha outros significados. A pesquisa foi desenvolvida
entre o mês de janeiro a novembro de 2016.
Resultados e Discussão
orientações sobre medidas ‘não farmacológicas (quando possíveis)’ que podem ser
adotadas pelas mulheres para controlar sintomas comuns na gravidez, diminuindo
assim a necessidade da utilização destes medicamentos.
Um aspecto que a acupuntura se sobressai com relação aos medicamentos é que os
pontos de acupuntura são multifuncionais, enquanto os fármacos em sua grande
maioria são específicos, pois para cada acuponto há funções energéticas e
indicações, nada obstante o exemplo a seguir (Quadro 1) de alguns pontos com
base em alguns livros e atlas de acupuntura, que agem de forma versátil nas
principais queixas que surgem durante a gestação não possuindo restrições diretas
do uso dos mesmos na gravidez.5,34,35
afirmam que se devem evitar também os pontos: E-36 (Susanli), Ba/BP-2 (Dadu),
Ba/BP-3 (Taibai), B-21 (Weishu), R-6 (Zhaohai), Shixuan (Ponto extra), VC/Ren-3
(Zongji), F-3 (Taichong).03,24 Outro aspecto incomum entre os autores citado por
Pina24 é a duração da aplicação da acupuntura que deve ser em media de 25 a 30
minutos.
Ainda sim, é possível se utilizar alguns pontos tidos como proibidos na gestação em
alguns casos específicos na MTC, de acordo com a síndrome/doença, um exemplo
dado por Auteroche3 aos pontos IG-4 (Hegu), Ba/BP-6 (Sanyinjiao): “Acha-se no Zen
Jiu Da Cheng (1601): Energia que ataca o Coração durante a gravidez: essa
sensação é devida ao fato de que feto sobe em demasia, e a mulher cai em síncope.
Picar AM/VC-14 Juque, a reanimação é imediata. Em seguida tonifica-se ‘IG-4’ Hegu
e se dispersa ‘BP-6’ Sanyinjiao, o feto desce”.
A acupuntura é uma especialidade médica, por sua vez alguns obstetras
acupuntores expõem a temática com clareza, Takeda1 em uma narrativa afirma que
a técnica é segura no primeiro trimestre e um dos grandes benefícios é a diminuição
ou evitar o uso de medicamentos visto que muitos não são aconselhados na
gravidez. Já o obstetra e acupunturista Zharkin citado por Pina24 expressa:
Conclusão
Referências Bibliográficas
11. BALASKAS, Janet. Gravidez Natural. Um prático guia holístico para o seu
bem estar. 1ª Edição. São Paulo-SP. Editora Manole LTDA, 1999.
16. SZABÓ, Márcia Valéria RS & Bechara, Henrique Gervásio. Apud ALTMAN,
1997. Acupuntura: Bases Científicas e Aplicações. <http://repositorio.unesp.br/
bitstream/handle/11449/2933/S0103-84782001000600029.pdf?sequence=1&is
Allowed=y>. Ano 2001. Acesso em 20 de outubro de 2016.
24. PINA, Daniela. Apud Flaws (2005). Apud Zharkin (1990). A Aplicação de
Acupuntura Durante a Gravidez: Pontos Contra-indicados e Pontos
Indicados no Tratamento da Náusea Gestacional. <http://ojs.ipsantarem.
pt/index.php/REVUIIPS/article/view/260>. Revista UIIPS, Ano 2016. Acesso em
28 de maio de 2016.
34. MARTINS, Ednéa Iara Souza & Garcia, Ernesto G. Pontos de Acupuntura:
Guia Ilustrado de Referência. 1ª Edição pela Roca. São Paulo-SP. Roca, 2003.