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1|Detetive Pikachu: Episódio 0 - O Caso de Eevee

DETETIVE PIKACHU:
EPISÓDIO 0 - O CASO DE EEVEE

DETECTIVE PIKACHU: EPISODE 0 - EEVEE’S CASE


(DETETIVE PIKACHU: EPISÓDIO 0 - O CASO DE EEVEE)
HIROYUKO JINNAI
ILUSTRAÇÕES: YOU IRIBI
SUPORTE & SUPERVISÃO: THE POKÉMON COMPANY
PRODUÇÃO: Overlap, Inc.
DESIGN & PUBLICAÇÃO: Ragtime Co., Ltda.

Traduzido, revisado e editado por Sorinha Phantasie.

Esse livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são obra da
imaginação do autor ou usados de forma fictícia. Quaisquer semelhanças com eventos, locais ou
pessoas, vivas ou mortas, são coincidências.

©2018 Pokémon. ©2018 Nintendo / Creatures Inc. / GAME FREAK Inc.


Todos os direitos reservados.

Tradução em português brasileiro pela PHANTASIE TRANSLATE, 2022.


A tradução deste material foi elaborada e disponibilizada sem fins lucrativos. Se você pagou
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2|Detetive Pikachu: Episódio 0 - O Caso de Eevee


3|Detetive Pikachu: Episódio 0 - O Caso de Eevee
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E
u sou o grande Detetive Pikachu. Moro em Ryme City, um lugar muitíssimo movimentado
onde todo tipo de pessoas e Pokémon vivem juntos.
Num lugar com várias pessoas que nem esse, parece que você pode apostar que
sempre vai conseguir achar comida boa. O café aqui também é de excelente qualidade e
vem num número de variedades que é de cair o queixo. Devo admitir — eu curto essa cidade.
É claro, com toda essa gente morando num lugar só, crime é uma coisa que não dá para
evitar. Já me deparei com uns casos bem cabulosos e eles com certeza me deixaram bem abalado.
Pois é, onde quer que haja luz, sempre há sombras. É impossível que tudo seja perfeito e que
absolutamente todo mundo seja feliz. Posso ser um Pokémon, mas já moro nessa cidade há tempo o
suficiente pra ter me dado conta disso. Mas essa cidade, com sua luz e suas sombras, fala comigo.
Eu costumava ter um parceiro. Um cara chamado Harry Goodman. Uns meses atrás, nós
dois sofremos um acidente enquanto investigávamos um caso. Foi quando o Harry desapareceu —
junto com a minha memória.
Por sorte, Mike Baker, um dos amigos detetives de Harry, me deu uma mão depois que o
Harry sumiu. Baker me deu um lugarzinho pra ficar lá na sua agência de detetives.
Desde então, tenho procurado o meu parceiro desaparecido por toda essa cidade gigantesca.
Preciso encontrá-lo para que possamos colocar o nosso negócio de detetives de volta nos trilhos —
como um time.
Encontrar pistas não vai ser fácil, mas eu tenho uma habilidade especial que nenhum outro
Pokémon tem. Se eu conseguir achar um jeito de usar essa habilidade, acredito que vou conseguir
encontrar o Harry.
Eis o detalhe: eu consigo entender o que as pessoas dizem. E sim, também consigo entender
o que Pokémon dizem. Isso me permite coletar informações tanto de pessoas quanto de Pokémon e
imagino que isso deve me ajudar a chegar ao Harry mais cedo ou mais tarde.
Tem só um pequeno problema. Eu entendo as pessoas, mas elas não me entendem. Parece
que tudo que eu digo só soa como “Pika pika!” ou coisa do tipo pra eles. Eu adoraria conseguir falar
com as pessoas... mas não consigo. O melhor que posso fazer é bisbilhotar.
Só espero que algum dia eu encontre uma pessoa que consiga entender o que eu digo.
Bom, chega de falar de mim. Deixe-me apresentar as pessoas e Pokémon da Agência de
Detetives Baker.
Mike Baker: é o chefe dessa agência de detetives. Ele me trata como se eu fosse só mais um
Pokémon qualquer. Assim como todos os outros. Ele não faz ideia de que eu tenho inacreditáveis e
espetaculares habilidades detetivescas. O que é uma pena, sério. Quanto ao seu trabalho, ele não era
amigo do Harry à toa. O sujeito sabe o que faz.
E, dito isso — eu definitivamente sou o melhor detetive.
Amanda Blackstone: a assistente do Baker. É muito boa em seu trabalho e, à primeira vista,
parece calma e reservada. Mas não deixe que sua aparência te engane.
Fletchling: o parceiro Pokémon da Amanda. Trás os jornais e as correspondências quando a
Amanda pede. Bem esperto pra um Pokémon pássaro.
Accelgor: o parceiro Pokémon do Baker. É supertímido e sempre fica escondido em algum
lugar pelo escritório. Quase nunca o vejo.
Hã? Parece que Baker e Amanda estão falando sobre alguma coisa...
— O que temos pra hoje, Amanda?
— O Inspetor Holiday estará aqui às onze. Mas nada urgente, só a troca de informações de
praxe. E às três da tarde, temos...
— Ah, claro. O filho do Harry chega hoje, não é?
— Sim, Tim Goodman. Ele deve chegar aqui às três da tarde. Deve estar bem preocupado
com o pai, imagino.
— De certo. Eu mesmo estive procurando o Harry. Pretendo contar ao Tim tudo o que quiser
saber, se for possível.
Então o filho do Harry tá vindo pra cá? E o nome dele é Tim...
Talvez eu junte novas informações se conseguir descobrir em que tipo de situação a família
dele está. Às três horas dessa tarde...
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Devo admitir que estou bem curioso para saber que tipo de filho o meu parceiro tem. Meu
parceiro desaparecido é o pai desaparecido do garoto... Parece que eu e o Tim estamos igualmente
ansiosos para encontrar o Harry.
Ora, ora, mas o que é isso? Parece gostoso. Vou pegar só unzinho e...
A-há! Mas que delícia!
Claramente usaram bastante manteiga na massa desse biscoito. Seria ainda melhor geleia no
meio fosse um pouquinho menos doce. Ainda assim, definitivamente não ficou ruim.
— Pikachu! Lá vai você de novo, comendo os doces que são para os nossos clientes!
O quê...?! Droga! A última pessoa que eu queria ver!
— Pika pika pika! Pika! Pika! (Ai, ai, ai! Minha orelha! Minha orelha!)
Cof, cof. Desculpa por isso.
Essa é uma cena bastante comum nessa agência. Não se preocupa com isso. Sabe, desde que
conheci a Amanda, sinto que as minhas orelhas ficaram um pouco maiores...
Abaixo da agência de detetives, descendo por um lance de escadas, fica o Café Chimbal. É
aqui que eu venho pra descansar e relaxar.
Acho que também posso aproveitar e apresentar a equipe do café:
Pablo Millan: é o dono e barista do Café Chimbal. Parece que costumava ser músico, tocava
jazz. Ele tem um gênio forte, isso é certeza.
Ludicolo: uma garçonete contente e amigável que está sempre de alto astral e adora dançar.
Ver o rosto dela é sempre muito gostoso.
O Blend Chimbal do Pablo é maravilhoso. Venho aqui pra tomar uma xícara de café todos
os dias. Agora, só o que eu preciso fazer é me sentar que eles logo me trazem o meu café. Então
acho que posso dizer que já sou freguês.
Quanto ao pagamento, o Pablo não é do tipo que discutiria com um Pokémon por causa de
dinheiro. Suas habilidades com café são incríveis. Ele colhe os grãos perfeitos, os mistura com toda
atenção ao sabor, os torra ao ponto que todo tipo de grão brilhe e então os mói à perfeição. Não sei
como acabou à frente de um café, mas aposto que também podia ter se tornado um músico notável.
Bom, agora que já fiz a minha pausa para o café, está na hora de ir ao trabalho.

Esta é a minha própria agência. Sei que não parece muita coisa. Tive que ir improvisando
pra montá-la com o que conseguia encontrar.
Estou te ouvindo perguntar que tipo de agência é essa? Qual é! Você não estava ouvindo
nada do que eu disse? Eu sou um grande detetive. Então, obviamente, essa é a Agência de Detetives
do Pikachu. Ta-dá!
Baker não reconhece minhas espantosas habilidades, então não posso esperar conseguir
algum trabalho ficando na agência dele. Eu decidi abrir a minha própria agência de detetives para
Pokémon, assim não fico com as minhas habilidades detetivescas enferrujadas e ainda posso ficar
sabendo sobre o que está rolando na cidade.
Além do mais, há uma chance de algum Pokémon me trazer informações que se conectem
ao Harry. Não é impossível, certo?
Numa cidade grande como Ryme City, não são só as pessoas que têm problemas. Pokémon
também se metem em todo tipo de encrenca.
Ei, parece que o meu primeiro cliente do dia já está aqui!
— Então, é aqui que eu posso encontrar um faz-tudo ou sei lá o quê?
O cliente de hoje é o Eevee.
— Não sei o que os Pokémon dessa cidade estão falando de mim, mas eu não sou um faz-
tudo. Esta é a Agência de Detetives do Pikachu. Se está precisando dar um jeitinho na casa ou coisa
do tipo, desencana e vai pra algum outro lugar.
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É por isso que às vezes é complicado trabalhar com Pokémon. Vários deles não fazem ideia
do que é um detetive ou do que significa deduzir alguma coisa.
No entanto, ainda posso dar o braço a torcer e ouvir o que ele tem a dizer.
Aparentemente, Eevee vive uma vida fácil com um dos sujeitos mais ricos da cidade. Parece
que o cara mora com vários Pokémon e escolhe qual vai levar consigo de acordo com o evento em
questão. Para eventos mais pomposos e elegantes, ele leva o Ninetales, por sua imagem exuberante.
Já para festas casuais, leva o adorável e sempre popular Eevee. Várias pessoas nessa cidade fazem
esse tipo de coisa.
Ele disse que seu parceiro escolheu o Ninetales para ir com ele a um cruzeiro e Eevee foi
deixado para ficar de olho na casa. Mas parece que alguém cavou um monte de buracos no jardim e
deixou tudo revirado. Ele quer que eu dê um jeito no jardim e descubra quem é o responsável.
Bom, eu não ligo se o jardim de um ricaço tá uma bagunça só, mas não posso dar as costas a
um caso de um Pokémon que mora na cidade. A Agência de Detetives do Pikachu acabou de abrir
as portas e eu tenho um lema a honrar: “Prestativo e confiável”.

Eevee me levou a uma mansão próxima ao parque. É um grande edifício feito de tijolinhos.
Diria que tem pelo menos cinco quartos.
E esse jardim! Dava para colocar seis quadras de tênis inteiras nesse lugar e ainda ia sobrar
espaço! A área toda é coberta de grama e tem grandes árvores espalhadas por todos os lados. Tem
até um belo lago na extremidade mais afastada.
Vamos dar uma olhada mais aprofundada nesse jardim. Ora, ora — mas o que é isso? Partes
do gramado foram empurradas para cima.
É exatamente como Eevee havia descrito. O chão está todo coberto de pequenos montinhos
de terra e também estou vendo uns buracos bem estranhos. Cada buraco parece ter cerca de trinta
centímetros de largura e consegui contar sete deles.
— Não está uma bagunça? Seria ótimo se você pudesse dar um jeito no gramado primeiro.
Meu parceiro me deixou para cuidar da casa. Ele ficaria tão triste se voltasse e encontrasse tudo
desse jeito!
Eevee ainda não tinha entendido a mensagem...
— Você e os outros Pokémon da mansão é que vão ter que ajeitar o gramado. Meu trabalho
é descobrir quem fez isso, para que não faça de novo.
— Ah, sério? Tá bom, vamos ver como a gente faz com o gramado. Deixaremos o culpado
com você, Sr. Faz-Tudo!
Certo. Então... tentar fazer Eevee lembrar o nome da minha agência parece uma esperança
fútil. Quando se lida com Pokémon, é importante saber quando deixar um assunto pra lá.
— Deixe comigo, Eevee. Por quê você não volta para a mansão e toma um copo de chá ou
algo do tipo enquanto espera?
Eu tinha encontrado o maior buraco do jardim, então vou enfiar minha cabeça lá dentro para
dar uma olhada. Está tudo preto, não consigo ver nada...
Mas conforme meus olhos vão se ajustando, vou conseguindo ver que tem um bocado de
túneis que foram cavados logo abaixo da superfície. Tem uma luz vindo de um buraco mais distante
que me permite ver o contorno das passagens subterrâneas.
— Hã? Quem é aquele?
Pude ver o que parecia a sombra de um Pokémon correndo às pressas por um dos túneis.
Mas então...
— Eita! Ah, qual é, só pode estar de brincadeira!
Eu escorreguei, perdi o equilíbrio e acabei caindo com tudo no buraco.

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Por sorte, fui salvo pela minha barriga. Ela atolou na beira do buraco, o que me impediu de
cair de cabeça. Mas agora tudo que devia estar em cima está embaixo e o que devia estar embaixo
está em cima. Se ficar assim, meu sangue todo vai descer pra minha cabeça. A sombra do Pokémon
que eu vi pode esperar. Eu preciso agora é de uma ajudinha aqui.
— Ei, tem alguém aí? Qualquer um! Socorro!
Agora não é hora de me preocupar com manter as aparências. Tenho que continuar gritando.
Após alguns minutos, sinto alguém agarrando as minhas pernas. Parece que os meus gritos
não foram em vão, graças aos céus...
Sinto que fui levantado no ar, mas, depois disso, minha mente escureceu.
Quando enfim voltei a mim, vi que estava esparramado no chão, como se alguém tivesse me
atirado no meio da terra.
— Ai! Obrigado por me tirar daquele buraco, mas foi um resgate bem bruto, não?
— Perdão... Não sou muito bom com gentilezas...
Ouvi uma voz bem grave vindo de algum lugar... O que é isso, uma árvore falando?
Não, espera. Parece ter um rosto embaixo da árvore. Deve ser um Pokémon. Uma carapaça
grossa... com uma árvore crescendo em cima... e um par de pernas enormes... nunca vi um Pokémon
assim antes. O que diabos é isso? Ele se mexe!
— Então foi você que me resgatou. Você é um Pokémon, certo?
— Sou... Torterra.
— E eu sou o Pikachu. Você deve ter me puxado do buraco com a sua boca. Ei, valeu!
— É natural... ajudar quem precisa... Faz tempo... que eu não fazia esforço... Tenho sede...
Não é exatamente o Pokémon mais comunicativo.
Bam. Bam. Bam. Torterra seguiu até a beira do lago para beber um pouco de água.
— Ei, qual é a dessa agitação toda aí?
Eita! Um Pokémon enfiou a cabeça para fora do buraco onde eu estava preso!
É o que eu tinha visto lá embaixo. Acho que se chama Drilbur. Ele pode cavar pela terra a
uma velocidade surpreendente.
— Então deve ter sido você que zoou com o jardim.
Drilbur parecia surpreso com o estado do jardim.
— Caramba, fui eu que fiz tudo isso?! Sinto muito, não foi minha intenção.
Ele devia estar tão focado na escavação que nem notou todos os buracos que estava criando.
Drilbur disse que costuma vir a esse jardim de vez em quando para comer Berries. Também
tinha vindo no dia anterior e teve uma ótima refeição. Mas ele tinha juntado mais Berries do que
precisava, então decidiu guardar as que não conseguiu comer para a refeição do dia seguinte.
— Mas você imaginou que elas seriam roubadas se as tivesse deixado jogadas por aí, então
decidiu escondê-las no subsolo. E usou uma árvore como marco para onde as havia enterrado, mas
quando voltou hoje para a refeição, a árvore de alguma forma havia sumido. É mais ou menos isso?
— Exatamente. Estive procurando por elas desde de manhã cedo, mas não consigo encontrar
a pilha de Berries. Comecei a cavar embaixo de todas as árvores que vi por aqui, mas fiquei tão
envolvido na busca que esqueci de cobrir os buracos que cavei. Desculpa por isso.
— Bom, vou precisar que você dê um jeito nos buracos, mas é estranho que uma árvore
desapareça assim...
Um silêncio constrangedor se sucedeu. Sinto o olhar do Drilbur me perfurando. Então ele
pareceu se lembrar de alguma coisa.
— Já sei! Você é aquele Pikachu que montou uma loja como faz-tudo num beco sei lá onde,
não é? Acha que pode encontrar as minhas Berries perdidas?
Considerando como fora com Eevee, não acho que valha muito à pena tentar corrigir Drilbur
com relação ao tipo de agência que eu gerencio.
— Primeiro, diga exatamente onde você escondeu as Berries.
— Eu enfiei a cabeça pra fora de um buraco e vi uma árvore bem grandona. Aí cavei um
caminho até onde a árvore estava e escondi minhas Berries perto da base dela.
— Quando foi isso?
— Ontem à noite.
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Agora, se quero descobrir o que aconteceu no jardim ontem à noite, vou ter que falar com
alguém que estava lá. E vários Pokémon pássaros vêm para as árvores nessa área para descansar —
normalmente Pidoves, às vezes uns Starlys, um ou outro Rowlet... Então faria algum sentido juntar
testemunhos sobre a noite anterior com os Pokémon pássaros no jardim.
Quando perguntei, os Pidoves disseram que não se lembravam de algo que acontecera tanto
tempo atrás. Os Starlys disseram que estavam descansando num parque próximo na última noite.
Por último, mas não menos importante, imaginei que devia falar com o único Rowlet no
jardim. Rowlets são noturnos e podem ver no escuro. Ele podia saber algo sobre ontem à noite.
— Ei, Rowlet, posso te fazer umas perguntas?
— O quê? Eu fico sonolento durante o dia. Será que você não pode me deixar dormir?
— Pois é, desculpa incomodá-lo quando você está tentando dormir. É sobre ontem à noite.
Você se lembra de ter acontecido algo estranho?
— Ontem à noite? Bom, agora que você mencionou... teve uma coisa que me chamou a
atenção quando eu estava descansando depois de uma refeição.
— Hmm. Pode me contar mais a respeito?
— Uma parte do jardim de repente começou a subir até virar, tipo, um morrinho.
— Oh?
— O morrinho foi crescendo cada vez mais, mais e mais, até chegar na beira do lago. Fiquei
meio curioso, mas não tinha nada a ver comigo e quando estou cheio, me sinto sonolento. Então
decidi tirar um cochilo até um pouco mais tarde... digo, mais cedo, pela manhã.
Hmm... O jardim revirado, o Torterra se mexendo, o testemunho do Rowlet...
— Um raio de genialidade! O que o Rowlet viu foram os montinhos de terra formados pelo
Drilbur escavando o subsolo. O que significa... que eu sei para onde a árvore foi!
Acho que está na hora de levar o Drilbur até o lago, onde ele pode conhecer o Torterra.
— Ei, Torterra! É desse lago que você sempre bebe água?
— Normalmente... por aqui.
— Deixe-me adivinhar. Você também costuma dormir por aqui.
— Como... você sabe? Nós dois... nos conhecíamos... antes de hoje? Tenho sede à noite...
então durmo aqui...
— Bem, Drilbur, suas Berries devem estar logo embaixo de nós agora. Por que não cava pra
dar uma olhada?
— Sério?!
Como eu suspeitava, após uma rápida escavada, bingo — as Berries apareceram.
— Você estava certo, Pikachu! Eu encontrei as minhas Berries! Mas por que elas estão aqui?
Não estou vendo nenhuma árvore...
— Do que está falando? Tem uma árvore bem aqui.
Drilbur ergueu o olhar, bem lá em cima, para Torterra, e, após um momento, seus olhos se
arregalaram e ele deu um grito:
— Eu confundi o Torterra com uma árvore?!
— Não me surpreende você ter achado que era uma árvore, ainda mais à noite, quando ele
está dormindo sem se mexer. O Torterra sai ao longo do dia para pegar sol e procurar comida, então
foi por isso que você não achou suas Berries quando voltou pela manhã.
— Ah, entendi. Acho que faz sentido. Obrigado, Pikachu! Você me ajudou de verdade!
Eu voltei para a mansão, onde encontrei Eevee relaxando, e contei toda a história para ele.
— Ah, certo. Então foi o Drilbur que cavou todos aqueles buracos. Nesse caso, vamos todos
ajudar a dar um bom jeito no jardim. Obrigado, Pikachu. Gostaria de te dar uma coisinha como
agradecimento, já que você encontrou a causa e tal...
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— Nem se preocupe com isso. É parte de uma promoção especial para comemorar a abertura
da minha agência: vou cuidar de todos os casos de graça. É só se lembrar de dar uma passadinha na
Agência de Detetives do Pikachu de novo!
— Vou sim! E também vou contar a todos os meus amigos sobre o superprestativo Pikachu
Faz-Tudo!
— Hm, claro... Obrigado!
Só consegui abrir um meio-sorriso em resposta ao enorme sorriso no rosto de Eevee, mas,
seja como for, já está na hora de ir embora.

Cara, queria que aparecesse um caso com mais sustância.


Seria muito legal enfrentar uns bandidos bem perigosos e desvendar um baita crime ao invés
desses casos de criança.
Mas não adianta muito ficar reclamando.
Parece que ainda falta um tempo até o Tim chegar aqui. Acho que vou tirar um cochilo nesse
banco enquanto eu espero...
O tráfego da cidade passando de um lado pro outro é como uma canção de ninar pra mim.

FIM

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