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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ

CURSO DE DIREITO

DIALOGANDO SOBRE A REDE DE ENERGIA ELÉTRICA E SOLUÇÕES


DE CONFLITO COM A COMUNIDADE DO GUAMÁ

Belém/Pará
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FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ
CURSO DE DIREITO

2023

DISCENTES:
ELLEN SAMYA SANTOS COSTA - 202108158861
EVELLIN ADRIANE PEREIRA RODRIGUES - 202002503904
JÉSSICA BIANCA DUTRA MEGUINS - 202302357318
JULIANE SANTOS RODRIGUES - 202109072943
LAYS SHARSHE SOUZA DOS REIS - 202308588591
LEONILA FONSECA DE SOUZA - 202203110489
RAYANE FERREIRA DOS SANTOS - 201904082191
RONALD JOSÉ GAIA CABRAL - 201904123414
RONALDO CEZAR FERREIRA DOS SANTOS - 201802462201
ROSIANE COSTA REIS PINTO - 201901166651
VITÓRIA RAYSSA BARROSO FÉLIX - 202203390082
YASMIN AVIZ DOS REIS SILVA - 202211264902
YASMIN KÉRLEM BRITO MOURA – 202102537193

Projeto de extensão da disciplina


“Métodos Adequados de Soluções de
Conflitos” do curso de
Graduação em Direito da Faculdade
Estácio do Pará, como requisito
para a obtenção da nota final do
semestre letivo. Orientadora profa.
Nadia Maria Bentes.

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BELÉM-PA
2023

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

I- DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO .................................................................... 5

1. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS E PARCEIROS..................... 5

2. PROBLEMÁTICA E/OU PROBLEMAS IDENTIFICADOS............................... 6

3. DEMANDA SOCIOCOMUNITÁRIA E JUSTIFICATIVA ACADÊMICA.............. 7

4. OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS........................................................... 8

5. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 8

6. METAS, CRITÉRIOS OU INDICADORES DE AVALIAÇÃO DO PROJETO....11

II - PLANEJAMENTO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................. 12

1. IDENTIFICAÇÃO DO PÚBLICO BENEFICIADO ...................................... 12

2. PLANO DE AÇÃO .................................................................................... 13

3. DESCRIÇÃO DA FORMA DE PARTICIPAÇÃO......................................... 13

4. CRONOGRAMA DO PROJETO ................................................................13

5. EQUIPE DE TRABALHO ...........................................................................14

III - ENCERRAMENTO DO PROJETO ............................................................... 15

1. INTERVENÇÃO NA VILA ELIANA ............................................................ 15

REFERÊNCIAS ................................................................................................. 17

LISTA DE EVIDÊNCIAS...................................................................................... 18

APÊNDICE .......................................................................................................... 27
INTRODUÇÃO

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O presente trabalho trata dos métodos adequados para a solução de


conflitos, com o foco nas relações de consumo entre a rede de fornecimento de
energia elétrica do Estado do Pará e os consumidores de uma localidade da capital
paraense. Tendo por objetivo a elaboração de um projeto extensivo com o intuito de
compreender as maiores demandas decorrentes dessa relação, investigar as
possíveis falhas que incorrem nesses tipos de problemáticas e tentar esclarecer os
meios alternativos para saná-los sem que, para tanto, os envolvidos precisem
recorrer as vias judiciais.
Os serviços oferecidos pela empresa responsável por esse setor no Estado
não são eficientes, se comparado aos que são ofertados por outras empresas
nacionais. Somando-se a isso, temos um dos mais altos índices de desemprego e
informalidade do país – de acordo com o último levantamento feito pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio deste ano, esses fatores
contribuem significativamente com uma das principais causas de litígios entre a rede
de fornecimento de energia e o público consumidor: a inadimplência.
Sob essa perspectiva, de acordo com o Departamento Estadual de Proteção
e Defesa do Consumidor (PROCON/PA), em notícia veiculada pelo jornal O Liberal
em julho de 2020, houve um significativo aumento no número de reclamações contra
a rede de fornecimento de energia elétrica do estado registrados pelo órgão. Dentre
tantas insatisfações, destacaram-se as relacionadas ao aumento da tarifação
cobrada aos consumidores, especialmente em período de vulnerabilidade social
ocasionados pela pandemia de COVID-19. Nesse sentido, pode-se vislumbrar que a
ocorrência de demandas dessa natureza estejam presentes em grande número nos
tribunais, colaborando em grandes proporções para o abarrotamento do Judiciário,
mesmo quando existem outros meios práticos de se resolver tais pendências, meios
esses mais próximos à comunidade, porém em sua maioria desconhecidos.

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Desse modo, a pesquisa se deu nesse seguimento e ocorreu de forma


gradativa, conforme estipulado em cronograma. A metodologia utilizada para a
obtenção dos dados é necessária para o desenvolvimento do projeto, e se dividiu da
seguinte forma: pesquisa de campo, para a identificação dos problemas enfrentados
pela comunidade, e pesquisa bibliográfica para auxiliar na compreensão e produção
da fundamentação teórica.

I- DIAGNÓSTICO E TEORIZAÇÃO

1. Identificação das partes envolvidas e parceiros

O grupo é formado por 12 (doze) acadêmicos do curso de Direito da


Faculdade Estácio do Pará (FAP), e orientado pela professora Nadia Bentes. Todos
os direcionamentos sobre a desenvoltura do projeto e a escolha do lugar em que se
darão as atividades de campo foram tomados a partir da decisão do grupo, em virtude
do local escolhido ser um espaço de moradia conjunta, fator que facilitará na
organização de pessoas em um ambiente comum de conversação.
Outra razão ainda, é a possibilidade de contar com a ajuda de uma das
integrantes da equipe o que vai facilitar o acesso a comunidade, além de se tratar de
um bairro cujos moradores apresentam certa vulnerabilidade socioeconômica, infere-
se que existam maiores demandas a serem orientadas.
Ademais, um dos motivadores para seguirmos com a temática, foi o fato da
empresa Equatorial possuir meios próprios de atendimento ao cliente, que visam
oferecer suporte para que esclarecimentos sejam prestados e que serão
incorporados a este projeto, de modo a indicar os locais onde esses serviços são
fornecidos.
Desse modo, serão informados meios já ofertados, porém pouco conhecidos
pelos cidadãos que utilizam o serviço, para encaminhá-los para os centos de
conciliação de conflitos, que visam a resolução das demandas sem a necessidade
da judicialização, como o trabalho que a Defensoria Pública do Estado (DPE) firmou
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em parceria com a Equatorial Pará para prestar apoio às causas da população


conflitante: o Canal de Linha Direta, programa criado para promover conciliações
extrajudiciais com os clientes e que é pouco conhecido pelos paraenses.
Em síntese, todas as etapas que aqui foram citadas formam um conjunto de
igual importância para a desenvoltura do trabalho em questão, estando, pois, dividido
entre os idealizadores acadêmicos e a comunidade no bairro do Guamá, onde será
aplicado o projeto.

2. Problemática e/ou problemas identificados

A distribuição de rede de energia elétrica é um serviço imprescindível ao


funcionamento das atividades domésticas, do trabalho nas fábricas, das aulas em
escolas e universidades, da manutenção de hospitais e de vários outros setores da
vida em sociedade.
Desse modo, o recebimento adequado desse benefício possui caráter
fundamental e é um dos parâmetros que devem ser considerados ao se analisar
questões relacionadas ao tema da Dignidade da Pessoa Humana e os Direitos
Básicos do Cidadão, uma vez que esse é um dos meios basilares para a garantia do
direito ao mínimo existencial que qualquer indivíduo necessita.
O fornecimento de tal serviço ainda apresenta falhas, especialmente quanto
à estruturação e expansão do abastecimento em localidades rurais, mesmo o Brasil
apresentando um número satisfatório de usinas hidrelétricas espalhadas por todo o
seu território, e estando o Estado do Pará entre um dos maiores geradores de energia
do país. Apesar disso, problemas relacionados a esse tipo de consumo ocorrem
constantemente, não só na capital como em todo o Estado, ocasionando dissensões
entre empresa e consumidor e como reflexo disso temos os inúmeros casos de
litígios contra a prestadora de energia local.
Segundo informações divulgadas no Observatório da Distribuição da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), datadas de julho/21 a julho/22, as
reclamações acerca da má qualidade nos serviços da rede elétrica são constantes
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em todo o país, e a falta de energia aparece em 1º lugar como um dos maiores


motivos de contrariedade, seguida dos problemas quanto a variação de consumo,
religação, entrega da fatura, ressarcimento de danos, cobrança e suspensão
indevida, entre outros.
Com relação aos dados locais, a Equatorial Pará está em 16° colocação no
rol de reclamações por distribuidora, tal posição demonstra certa conformidade com
os esforços que a Defensoria Pública vem desempenhando em parceria com a
prestadora para que os litígios se resolvam sem a necessidade da apreciação pelo
Judiciário, dado que esse resultado poderia ser bem mais alarmante.
Por tais razões, elegemos como pergunta problema: De que como os meios
adequados de resoluções de conflitos podem dirimir as demandas a respeito da
energia elétrica na comunidade do Guamá?

3. Demanda socio comunitária e justificativa acadêmica

A proposta de extensão da comunidade é de grande importância social para


a informação e reeducação dos envolvidos, levando em consideração que atuará
como um instrumento que visa possibilitar a compreensão de métodos eficientes e
recomendáveis para a resolução de problemas atrelados ao tema, antes de se decidir
pela busca do sistema de Justiça.
Desse modo, levará aos seus integrantes, informações a respeito do
processo de desjudicialização no Brasil e da vontade intrínseca do Poder Judiciário
de facilitar a justa garantia de direitos de uma forma menos burocrática, visando a
concretude de um dos principais direitos básicos afixados na Constituição: o de livre
acesso à Justiça, conforme preconiza a CF/88 em seu art. 5º “[...], XXXV - a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Nesse sentido,
conforme Waltrich (2012, p. 80-81):

O direito de acesso à justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição


Federal além da vertente formal perante os órgãos judiciários, implica
acesso à ordem jurídica justa; de forma que cabe ao Judiciário estabelecer

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política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos


conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na
sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os
serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam
sê-lo mediante outros mecanismos de solução de conflitos, em especial dos
consensuais, como a mediação e a conciliação.

Analisada a problemática em comento, compreende-se que o modelo


proposto pela Instituição possui grande valia para a comunidade participante, por
levar informações de interesse comum a toda a sociedade. Cabe ressaltar, que a
escolha do tema se deu por ocasião da palestra ministrada pelo defensor público
Cássio Bitar (da DPE), ocorrida em 01 de setembro deste ano, onde foram abordados
temas a respeito dos direitos nas relações de consumo e os meios que a Defensoria
dispõe para as tratativas práticas dos problemas.
A partir deste evento, tornou-se conhecido o programa Linha Direta, até
então ignorado pela maioria dos discentes, além de quais as principais dificuldades
encontradas quando se trata da resolução de problemas entre clientes e
fornecedores, depreendendo-se, deste modo, que estão relacionadas à
vulnerabilidade do consumidor, em seus aspectos informacionais e
socioeconômicos.
Portanto, considerando tudo o que pôde ser observado até então, a
implementação deste projeto acadêmico na comunidade é uma iniciativa que irá
ajudar os voluntários com a compreensão desses assuntos e a aplicar seus
conhecimentos na vida cotidiana, através de suas próprias diligências ou por meio
da orientação de conhecidos que estejam passando por dificuldades.
Além de que, essa forma de avaliação dos alunos possibilita a introdução
dos ensinamentos adquiridos em sala de aula à prática extensionista, aplicando-os
ao caso concreto e resultando em uma experiência significativa mediante a união de
teoria e prática, uma vez que esta última é de extrema importância para a absorção
dos conteúdos ensinados.

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4. Objetivos a serem alcançados

4.1 Objetivo geral


Analisar se os meios adequados de resolução de conflitos contribuem para
dirimir as demandas relativas à energia elétrica na comunidade do Guamá.

4.2 Objetivos específicos


a) Pesquisar os meios adequados de resolução de conflitos.
b) Investigar as demandas relativas ao fornecimento de energia elétrica.
c) Indicar à comunidade os canais responsáveis para a realização dos
meios adequados de resolução de conflitos.

5. Referencial teórico

A reflexão acerca dos problemas decorrentes do setor elétrico e os métodos


alternativos para a solução de conflitos, foi construída por intermédio da análise de
informações extraídas de artigos, matérias de jornais disponibilizadas em ambiente
virtual e algumas obras que discorrem sobre o assunto. Além disso, contamos com
a compreensão dos conteúdos repassados em sala, que auxiliaram no discernimento
dos integrantes para que fosse possível a elaboração e desenvolvimento do presente
trabalho.
Notavelmente, a temática abordada demanda certa ênfase na importância
do diálogo entre as partes e a boa vontade, necessária para a efetiva aceitação da
mediação realizada por terceiros, como uma ferramenta de atenuação de
desentendimentos, como é bem elucidado na obra “Mediação enquanto política
pública”, de Fabiana Spengler e Spengler Neto, considerando os autores que o
diálogo está “visando ao escopo maior de chegar ao consenso, criando-se
mecanismos com a colaboração de um terceiro imparcial” (2012, p. 67).

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Assim, a comunicação é um dos elementos essenciais para a satisfação de


quaisquer dos métodos propostos (conciliação, mediação, arbitragem e negociação).
Nesse aspecto, aprofundou-se na conceituação dos meios extrajudiciais citados e
compreendeu-se que eles são diferentes no modo de atuação, mas possuem
semelhança na finalidade: contribuir para um Judiciário menos ineficiente, diante do
sobrecarregamento que apresenta.
Portanto, a discussão sobre “a adoção de meios alternativos de solução de
litígios está associada a processos e movimentos de informalização e
desjudicialização da justiça” (KLUNK, 2012, p. 77), e se faz importante para que haja
essa conscientização social, que resulte na prevenção da ocorrência desses conflitos
e cada vez menos problemas permaneçam sem solução. Posto que, ao se fazer uma
análise da vida cotidiana, percebe-se a tendência dos conflitantes a aderência da
“cultura do processar”, sendo vista como a única alternativa para se adquirir
respostas frente a situações que, maioria das vezes, se trata de casos facilmente
solucionáveis, cujos meios de negociação como a arbitragem, a conciliação e a
mediação seriam mais pertinentes.
Logo, é necessário superar essa falta de conhecimento sobre os meios
alternativos ofertados ao consumidor e demais interessados, apresentando-lhes
recursos práticos e menos custosos para auxiliá-los na busca de resultados mais
céleres para suas demandas, como a mediação, que se volta para a solução do
problema, para que haja concordância entre as partes e seja benéfica para a causa,
podendo-se dar continuidade à relação, tendo um terceiro imparcial que promoverá
o diálogo de apaziguamento.
Já, a conciliação é encontra-se na mesma lei da mediação, Lei nº 13.140, de
26/06/2015, porém é constituída de uma relação que se extingue com o acordo entre
as partes como problemas no trânsito, e o conciliador interfere no acordo, pode dar
soluções, ao passo que o mediador facilita a comunicação.
A negociação, por sua vez, é uma comunicação bilateral que, em alguns
casos, favorece aquela parte mais bem assessorada e deixa de seguir seu proposito
inicial, que seria tornar ambos os lados ganhadores e deixá-los satisfeitos, todavia,
com um procedimento mais rápido e menos burocrático.
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Por fim, a arbitragem que também é dotada de pontos positivos às partes,


tais como celeridade, eficácia, qualidade, entre outros, dentro do processo, mas no
que diz respeito a procedimentos econômicos e disponíveis, ela se restringe.
Todos esses mecanismos da nova estrutura de resolução de conflitos estão
à disposição dos cidadãos brasileiros para serem utilizados em diversas situações
problemáticas da contemporaneidade, e favorecem o poder estatal na urgência de
mitigar a crise jurídica do país, que arruína o fim social da busca por harmonia entre
as pessoas, pois as relações sociais são marcadas por uma relação harmônica e
outra de conflito, sendo a harmonia a regra, e o conflito a exceção (Spengler, 2012,
p.47).
Diante de tantas possibilidades de resolução de conflitos, é possível tornar
alguns setores indispensáveis ao bom funcionamento da vida (igualmente ao poder
julgador), a rede de energia elétrica é um deles, e nesse sentido, no cerne do projeto,
tenta-se democratizar o diálogo consensual entre consumidor e serviço, uma vez que
um dos agentes nessa sinergia está vulnerável de conhecimento. Como exemplifica
o colunista Luiz Felipe Ribeiro, (Jornal Estado de Minas, 2022):

O consumidor, comumente, não possui conhecimento específico sobre o


produto ou serviço que vai adquirir (vulnerabilidade técnica), sobre as
normas legais que se aplicam àquela relação (vulnerabilidade jurídica), nem
sobre todas as circunstâncias em torno de uma determinada transação
(vulnerabilidade informacional). Além disso, fica sujeito a um maior poder
econômico de um fornecedor (vulnerabilidade socioeconômica).

Ainda, dentro das próprias empresas reguladas pela ANEEL (Agência


Nacional de Energia Elétrica), observa-se a iniciativa de promover os meios
extrajudiciais ao alcance dos clientes – como o já mencionado Canal Linha Direta -,
sendo mais viável aos usuários a escolha por acordos pacíficos, especialmente
quando uma das partes já oferta meios para a mútua cooperação.

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Sob essa perspectiva, entendeu-se que a criação dos meios adequados de


resolução de conflitos, serviriam para a resolução de problemas menos complexos,
que visam garantir a oportunidade de se vislumbrar um alívio da sobrecarga do
Judiciário, e a possibilidade de pessoas menos favorecidas economicamente,
conseguirem solucionar suas pendências sem necessitar de maiores despesas que
demandam os processos judiciais.
Dessa forma, o princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, inciso III,
CF/88) deve ser observado sempre que litígios desse viés estejam em debate, pois
os indivíduos que possuem direitos a serem reparados não podem ser privados de
usufruir dos serviços de energia por uma morosidade processual.
Portanto, em “Dialogando sobre a rede de energia elétrica e soluções de
conflito com a comunidade” não se pretende a invalidação da utilidade do Judiciário,
mas sim, compartilhar as outras formas de resoluções de lides disponíveis no país –
uma vez compreendida sua crise do abarrotamento jurisdicional – e tais meios
correspondem aos extrajudiciais (mediação, conciliação, negociação e arbitragem),
brevemente expostos neste projeto.
Aplicando, assim, todo o conhecimento adquirido sobre a desjudicialização
para auxiliar, de forma efetiva, na busca por meios práticos de solucionar os
problemas da comunidade a fim de otimizar a vida dos participantes, em uma
situação que carece de novas alternativas, como a diminuição de pendências entre
consumidor e a rede de fornecimento de energia.

6. Metas, critérios ou indicadores de avaliação do projeto


Em primeiro lugar, foram realizadas pesquisas teóricas sobre o tema
selecionado, para que tivéssemos conhecimento suficiente para compartilhar com os
voluntários. Após os estudos empreendidos, foi realizada uma visitação à
comunidade, com a propositura de uma roda de conversa para que o assunto seja
apresentado e, posteriormente, oferecido um espaço de escuta para que os

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participantes dialoguem sobre suas demandas e possamos identificar as de maior


incidência.
Ressalta-se que antes dessa reunião acontecer, os residenciados na
localidade escolhida serão convidados previamente – de forma online – por uma das
colegas que faz parte da vizinhança, para que sejam acertadas as questões
organizacionais da atividade e, somente após isso, serão chamados para a
participação presencial da roda de conversa, quando os alunos já estarão aptos a ir
ao centro do diálogo.
Nessa dinâmica, os discentes informarão o intuito da visita e promoverão
uma roda de conversa a respeito do tema do projeto, onde serão explicados em que
consiste os métodos adequados de solução de conflitos e porque esses meios
alternativos estão sendo estudados na graduação, informando-os, por exemplo, que
é uma maneira da Justiça ser desafogada pela imensa quantidade de litigiosidade
no sistema Judiciário.
Após uma breve introdução do assunto, o diálogo se dirigirá a abordagem
do tema sobre o setor elétrico, fazendo questão de ouvir se os indivíduos ali
presentes já tiveram alguma interação negativa com a rede de energia, como
conflitos ou incidentes menores. Então, serão divulgadas as formas adequadas de
comunicação com tal serviço, apresentando-lhes a parceria entre a Equatorial Pará
e a Defensoria Pública do Estado com a criação do programa Canal Linha Direta,
visando demostrar todos os meios viáveis para se liquidar possíveis divergências
com a rede de abastecimento.
Serão elaborados e distribuídos panfletos que contenham as informações
básicas, necessárias ao que se objetiva. Estima-se alcançar o número de 30 (trinta)
moradores da vila, por essa razão o material informativo será impresso nessa
quantidade. Entretanto, se por circunstâncias alheias não for possível reunir tal
número de pessoas, seguiremos com o propósito de obter, no mínimo, 10
colaborações na localidade.
Dessa forma, esse foi o planejamento prévio a ser seguido pelos integrantes
do projeto, objetivando-se preencher lacunas do conhecimento acerca do assunto e

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a tornar as linhas de diálogo mais eficientes para o uso social nas mais diversas
situações que se despontarem com o decorrer da vida.

II - PLANEJAMENTO PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

1. Identificação do público beneficiado:

Serão beneficiados por este trabalho todos os voluntários da comunidade,


localizada no bairro do Guamá, Belém, que participarem como ouvintes na roda de
conversa, uma vez que obterão informações importantes ao conhecimento cotidiano
sobre quais os possíveis meios para solucionar conflitos com a operadora de energia
elétrica de forma extrajudicial.

2. Plano de ação

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3. Descrição da forma de participação do público participante na formulação

do projeto, seu desenvolvimento e avaliação:

Os voluntários foram ouvintes nas fases explanatórias, em que os discentes


apresentaram o projeto e o assunto proposto, e tiveram a oportunidade de participar
de forma ativa, por meio dos relatos de experiências pessoais acerca do tema. A
partir disso, foram analisadas as demandas de maior incidência e os principais

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problemas que contribuem para a ocorrência desses casos. Com isso, foram
esclarecidos os meios e locais indicados para a resolução dessas tratativas.

4. Cronograma do projeto:

ATIVIDADE AGO SEP OCT NOV DEC


Apresentação do plano de ensino e da disciplina extensionista.
Formação dos grupos.

Reunião para a escolha do tema e separação dos subgrupos.


Pesquisa exploratória e referencial teórico do projeto.

Devolução do trabalho para correção – Primeira Parte.


Reunião do grupo para esclarecer as dúvidas sobre a pesquisa de
campo. Realizada roda de conversa na comunidade.
Entrega Coletiva da segunda parte do projeto. Entrega
do plano de trabalho.

Entrega coletiva e individual dos trabalhos. Seminário com


a apresentação do grupo com os resultados.
Correção Final, postagem no SAVA e recebimento das notas.

5. Equipe de trabalho com a descrição da responsabilidade de cada membro

Ellen Samya Santos Costa: Realização de pesquisa informativa a respeito do


assunto (notícias e dados estatísticos); elaboração da introdução; participação na
produção e organização do trabalho escrito nas etapas 1 e 2; organização do
cronograma e referências bibliográficas.
Evellin Adriane Pereira Rodrigues: Ficou responsável pela parte de correção e
adaptação do projeto escrito; produção e organização do Plano de ação do aplicativo
CANVA; mediadora do projeto aplicado através de roda de conversa na Vila Eliana.
Jéssica Bianca Dutra Meguins: Responsável pelo informativo pessoal dos

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moradores da comunidade e pela confecção dos folders informativos para serem


entregues aos convidados da roda de conversa.
Juliane Santos Rodrigues: Realização e explicação do assunto relacionado ao
tema do trabalho na roda de conversa que irá se realizar na comunidade do Guamá
sobre a rede elétrica e os possíveis métodos de soluções de conflitos. Lays Sharshe
Souza dos Reis: Organização do local em que ocorreu a roda de conversa, bem
como explicação dos conteúdos relacionados ao tema.
Leonila Fonseca de Souza: Responsável pela etapa de diagnóstico e teorização do
projeto, principalmente na escrita inicial dos conteúdos apresentados; bem como
realização de pesquisas informativas do Observatório da Distribuição da ANEEL;
além de coletas bibliográficas sobre a rede elétrica e os métodos alternativos.
Rayane Ferreira dos Santos: Organização do local em que ocorreu a roda de
conversa, bem como explicação dos conteúdos relacionados ao tema.
Ronald José Gaia Cabral: Organização do local em que ocorreu a roda de conversa,
bem como explicação dos conteúdos relacionados ao tema.
Ronaldo Cezar Ferreira dos Santos: Realização de explicação do assunto
relacionado ao tema do trabalho na comunidade do Guamá; participação de diálogo
na roda de conversa sobre a rede elétrica e os métodos alternativos.
Rosiane Costa Reis Pinto: Participação na roda de conversa, no esclarecimento
sobre quais os problemas mais frequentes encontrados na comunidade e de que
forma tentar a resolução dos mesmos de forma alternativa sem que seja necessário
acionar o judiciário, para que seja solucionado de forma mais célere.

Vitória Rayssa Barroso Félix: Contribuição para a idealização do tema trabalhado


em grupo, e futuramente participará no direcionamento do público visitado para os
locais adequados a soluções de conflito, como o programa Canal Linha Direta.
Yasmin Aviz dos Reis Silva: Responsável de apresentar o objetivo do projeto, e
dialogar sobre os conflitos do setor elétrico e os métodos alternativos, na vila Eliana,
no bairro Guamá.
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Yasmin Kérlem Brito Moura: Participação na roda de conversa na comunidade do


Guamá, explicação sobre como pode ser solucionado o problema de forma
alternativa, referente à pesquisa abordada.

6. Recursos previstos:

Para a realização da atividade prática proposta pelo grupo, foram utilizados


materiais de identificação dos membros (crachás) e folhetos informativos, que se
foram essenciais durante a ação, pois, por se tratar de um espaço de área comum da
comunidade, não há estrutura para a exibição de vídeos ou slides explicativos.
Dessa forma, foram utilizados os meios considerados viáveis e estes foram
assumidos por todos os membros da equipe, que contribuirão mutuamente com esses
custos, tendo em vista a importância desses instrumentos para a efetivação do
trabalho de campo e a garantia que sejam democraticamente distribuídos.
Com relação à locomoção dos componentes do grupo até o destino da ação
exploratória, esta foi de responsabilidade individual de cada participante.

III - ENCERRAMENTO DO PROJETO

1. Intervenção na Vila Eliana

No dia 11 de novembro de 2023 realizamos a roda de conversa para intervir

na comunidade afim de alcançar o objetivo final do projeto, a roda de conversa contou


com a presença de alguns moradores da Vila Eliana, situada no bairro do Guamá em
Belém e moradores de comunidades próximas.
Apresentamos o projeto aos participantes, através de conversas explicativas
e a entrega de folder (anexo), bem como disseminamos as informações do Carnal
Linha Direta, disponibilizado pela Defensoria pública do Estado, alguns dos moradores
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sanaram dúvidas pertinentes, como por exemplo: “onde buscar ajuda quando após
inúmeras vezes tentar solução coma rede de energia elétrica do Estado?”; “como
negociar vários papeis de energia elétrica?”.
Demonstraram muita gratidão pela equipe do projeto, bem como a
disponibilidade para ajudá-los e informá-los quanto aos métodos e canais existentes e
acessíveis para resolução de conflitos na cidade de Belém, que era desconhecido pela
totalidade dos moradores presentes na roda de conversa.
Os componentes da comunidade onde foi realizado o projeto gostaram muito
das informações levadas a eles, inclusive, convidando os discentes para uma outra
reunião na comunidade, para que o grupo pudesse levar esse conhecimento há mais
pessoas que vêm enfrentando os problemas com a equatorial.
A satisfação da comunidade, trouxe satisfação aos discentes, visto que o
conhecimento levado aquelas pessoas, contribuiu para busca de resolução de suas
demandas, pois informarão os caminhos possíveis, possibilidade que era inexistente,
antes da realização do presente projeto.
A realização e execução do projeto de extensão foi um processo de aprendizado
intenso, que teve um resultado prático de impacto na comunidade do
Guamá, o que nos incentiva a buscar mais e mais conhecimentos.

REFERÊNCIAS

A Defensoria é premiada por ser um canal de conciliação entre consumidor e


Equatorial Energia. ANADEP,2021. Disponível em PA: Defensoria é premiada por
canal de conciliação entre consumidor e Equatorial Energia - ANADEP - Associação
Nacional das Defensoras e Defensores Públicos.

A hipervulnerabilidade do consumidor no ambiente digital – Direito e Inovação.


Estado de Minas, 2022 Disponível em:
https://www.em.com.br/app/colunistas/direito-e-
inovacao/2022/07/21/noticiadireito-e-inovacao,1381576/a-hipervulnerabilidade-
do-consumidor-noambiente-digital.shtml.
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A mediação e o setor elétrico. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 12, p. 131-148, 1998.


Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/? cod=d8a3b2dde3181c82.
Desemprego cai em 8 estados no Brasil no segundo trimestre, diz IBGE.
CNN.

DALTO, Natália Pereira. A mediação como direito fundamental e acesso à justiça.


Acaraju, 2017. Disponível em: A MEDIAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL E
ACESSO À JUSTIÇA (researchgate.net).

Equatorial Pará recebe reconhecimento da Defensoria Pública do Estado.


Equatorial Energia, 2022. Disponível em:
https://pa.equatorialenergia.com.br/2023/03/equatorial-para-recebe-reconhecimentoda-
defensoria-publica-do-estado/#!

FERNANDES, C. B. Mediação enquanto política pública: o conflito, a crise da


jurisdição e as práticas midiáticas. Santa Cruz do Sul. EDUNISC, 2012.

O Brasil tem três das dez maiores hidrelétricas do mundo. Além da energia, em
2022. Disponível em: https://www.alemdaenergia.engie.com.br/brasil-tem-tres-
dasdez-maiores-hidreletricas-do-
mundo/#:~:text=Segundo%20a%20Ag%C3%AAncia%20Nacional%20de,centrais%2
0geradoras%20hidrel%C3%A9tricas%20(CGHs). SPENGLER, Fabiana Marion;
SPENGLER NETO, Theobaldo.

Observatório da Distribuição aponta principais reclamações dos consumidores.


CONCEG, 2022. Disponível em: https://conceg.com.br/observatorio-da-
distribuicaoaponta-principais-reclamacoes-dos-
consumidores/#:~:text=A%20Ag%C3%
Ancia%20Nacional%20de%20Energia,diretamente%20aos%20canais%20do%20%C
3%B3rg%C3%A3o

Reclamações sobre valores altos da energia elétrica aumentaram, diz o Procon.


OLIBERAL.com, 2020. Disponível em
https://www.oliberal.com/economia/reclamacoes-sobre-valores-altos-da-
energiaeletrica-aumentaram-diz-procon-1.288289

LISTA DE EVIDÊNCIAS

• Reuniões da equipe para ajustes do projeto:

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Mesa de café disponibilizada aos participantes da roda de conversa:

Moradores que participaram da roda de conversa:

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Equipe responsável pelo projeto:

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APÊNDICE

1. Material de identificação da equipe:

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2. Folder informativo entregue aos moradores da Vila Eliana:

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3. Apresentação em Power Point do projeto:

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