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30/04/2022 21:27 Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ


Sistema Integrado de Gestão de Atividades
Acadêmicas
DERCA - Departamento de Registro e Controle
Portal do Docente Acadêmico

Emitido em 30/04/2022 21:26

Visualização da Ação de Extensão

DADOS DA AÇÃO DE EXTENSÃO


Código: PJ025-2022
Conflitos socioambientais e o sofrimento social no rio Araguari, Amapá: resistência e
Título:
enfrentamento ao padrão colonial difundido com a implantação de usinas hidrelétricas
Ano: 2022
Período: 15/04/2022 a 15/04/2023
Tipo: PROJETO
Situação: EM EXECUÇÃO
Município de
Realização:
Espaço de Realização:
Abrangência: Local
Público Alvo: Acadêmicos, docente e ténicos da universidade federal do Amapá
Unidade Proponente: COORDENAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM SECRETARIADO - CCTS / UNIFAP
Unidade
-
Orçamentária:
Outras Unidades
Envolvidas:
Área Principal: MEIO AMBIENTE
Área do CNPq: Ciências Humanas
Fonte de
AÇÃO AUTO-FINANCIADA
Financiamento:
Renovação: NÃO
Nº Bolsas Solicitadas: 0
Nº Bolsas Concedidas: 0
Nº Discentes
4
Envolvidos:
Faz parte de Programa
NÃO
de Extensão:
Grupo Permanente de
NÃO
Arte e Cultura:
Público Estimado: 60 pessoas
Público Real Atendido: Não informado
Tipo de Cadastro: SUBMISSÃO DE NOVA PROPOSTA
Contato
Coordenação: MARILIA GABRIELA SILVA LOBATO
E-mail: MARILIA_UNIFAP@HOTMAIL.COM
Telefone:
Detalhes da Ação
Justificativa:
Diante de um cenário de desastres que aprofundou as desigualdades sociais, uma alternativa do movimento
ainda é a busca pelo cumprimento das condicionantes. Mas entre decisões judiciais favoráveis às comunidades,
os agentes responsáveis pelas hidrelétricas continuam postergando a sua concretização. Mais que isso, o ato de
formalizar condicionantes denota que um compromisso normativo entre o órgão ambiental e o empreendedor
foi implementado, na hipótese de que o agente causador de degradação garantiria seu cumprimento a partir de
compensações. Um dos problemas dessa construção é que, historicamente, há uma tendência em apoiar a
liberação dos licenciamentos, na presunção de que condicionantes foram atreladas ao estudo, em um contexto
em que a viabilidade ambiental tem se reduzido cada vez mais (MORETTO et al.,2016). É evidente que o não
cumprimento das condicionantes continua gerando autos de infração e ações civis públicas. No entanto, esses
mecanismos não significam que haverá redução da degradação nem da espoliação. O uso de condicionantes,
nesse longo contexto de descumprimento de regramentos ambientais estipulados nos licenciamentos, vem
facilitando e provocando a continuidade de ações desumanas e práticas que negligenciam o que deveria ser o
uso sustentável do meio ambiente. Este projeto terá como base para as ações extensionistas o diálogo contínuo
com comunitários, para instruir, informar e dar subsídios às comunidades locais do rio Araguari sobre essas
estratégias pautadas nessa racionalidade instrumental no que tange a utilização de processos de mitigação e
compensação enquanto uma promessa ilusória de benefícios. A construção do diálogo entre o saber produzido
na universidade e o saber dos comunitários, ocorrerá em espaços comunitários como igrejas e associações das
localidades em que há pescadores, agricultores familiares que utilizam o rio Araguari como base para sua

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subsistência. Palestras e oficinas serão elaboradas para concretizar o objetivo geral da ação extensionista.
Docentes, discentes e técnicos poderão se deslocar para comunidades que estejam envolvidas em atividades de
extensão por intermédio do setor de transporte da UNIFAP, e assim, garantir que parte das comunidades,
efetivamente, participe do projeto de extensão. Os benefícios para o processo de ensino-aprendizagem de
alunos da graduação e pós-graduação envolverão além da interação com saberes e cultura de comunidades da
Amazônia, também, poderão desenvolver trabalhos de conclusão de curso, dissertação e teses com foco na
realidade social da população. Implementar efetividade ensino, pesquisa e extensão com ênfase em demandas
que relacionam a teoria e prática será possível a partir deste projeto
Resumo:
Na Amazônia, a persistência de um projeto colonial, que desencadeou a apropriação do território para
implantação de usinas hidrelétricas, vem reproduzindo danos e desastres e causando, há décadas, uma série de
conflitos socioambientais. Nessa ótica, o objetivo deste projeto de extensão é proporcionar um processo
educativo que concilie o conhecimento produzido na universidade sobre os desastres causados por usinas
hidrelétricas, com as demandas sociais, culturais, ambientais, políticas e econômicas, que foram produzidas em
comunidades residentes às margens do rio Araguari, em decorrência da implantação de usinas hidrelétricas no
Amapá. A perspectiva é enveredar em uma série de pesquisas sobre os mecanismos de enfrentamento e
resistência diante dos conflitos sociais e ambientais produzidos no território, utilizando de oficinas para
construir, mutuamente, entre pesquisadores e comunitários documentos informativos (enquanto produto da
extensão) e didáticos, que visibilize a realidade social que ribeirinhos, pescadores, agricultores familiares e
população local continuam vivenciando. As usinas hidrelétricas tornaram-se, então, um meio para que o Brasil
alcançasse as promessas que a invenção do desenvolvimento pregava. Ainda em 1970 as consequências da
instalação dessas usinas eram denunciadas por povos indígenas e diferentes movimentos sociais. Na
conjuntura, mesmo diante da persistência de danos e desastres sociais e ambientais, há o discurso de
inevitabilidade das usinas hidrelétricas, sob a alegação de que as consequências podem ser mitigadas ou
compensadas. O cotidiano de comunidades locais cuja reprodução social está baseada na pesca e agricultura foi
desconstruído em razão da existência das hidrelétricas. As usinas foram licenciadas após o cumprimento
burocrático no que refere-se os estudos ambientais, sob a justificativa de que as compensações seriam
enquadradas em um conjunto de condicionantes, que foram identificadas nos estudos e relatórios de impacto
ambiental e detalhados no plano básico ambiental. É necessário romper com essa racionalidade excludente e
desigual, em referência a movimentos de resistência e enveredar por um desobediência epistemológica
necessária para o enfrentamento às relações de dominação e poder presentes nos projetos capitalistas, a
exemplos das usinas hidrelétricas.
Metodologia:
Por intermédio da Pesquisa qualitativa, ocorrerão entrevistas com pescadores e agricultores familiares que
utilizam o rio Araguari, estado do Amapá, como meio de subsistência. Em referência aos sentidos simbólicos e
materiais que o lugar apresenta para as comunidades, serão construídas em torno da Teoria Crítica e da
epistemologia decolonial. A implantação de UHE será abordada não como representação da modernidade, mas
com foco nas relações entre os diferentes agentes que compõem o setor elétrico. A Metodologia participativa
será um mote central para o diálogo construído. Pesquisa documental será de cunho relevante para
instrumentar o debate durante a realização das oficinas. Os principais documentos serão Planos Decenais de
Expansão de Energia (PDEs) de 2006 a 2021, inventário do rio Araguari, processos de licenciamentos da
Ferreira Gomes e Energia e Cachoeira Caldeirão, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), ações civis públicas
e relatórios de fiscalização da ANEEL durante o período de solicitação dos estudos de viabilidade. Durante as
oficinas realizadas cada comunitário será palestrante principal para orientar os temas, como: sofrimento social,
dano, desastre, condição de vida e o que for debatido durante o diálogo. Uma linguagem não formal deverá ser
utilizada pelos pesquisadores para informar aos comunitários sobre as estratégias jurídicas utilizadas para
camuflar os danos provocados pelas usinas hidrelétricas.
Referências:
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ. Ação Civil Pública (ACP). Procedimento administrativo nº 8886-
91/2015. [Mortandade de peixes no rio Araguari – jusante do reservatório da UHE Ferreira Gomes]. Macapá:
MPAP, 2016.______. Ação Civil Pública (ACP). Procedimento nº 0000325-97.2014.9.04.0006. [Mortandade de
peixe no rio Araguari].Ferreira Gomes: MPAP, 2015a. Disponível em:https://tj-
ap.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1160731407/acao-civil-publica-6274120158030006-ferreira-gomes-
ap/inteiro-teor-1160731408. Acesso em: 20 jan. 2018. ______. Ação Civil Pública (ACP).Responsabilidade Civil
/ Dano Ambiental. Processo nº 9956-38.2010.4.01.3100. Data de tramitação: 05/11/2010 a 16/07/2021.
Macapá: MPAP, 2010. Disponível em: www.jusbrasil.com.br/processos/87345663/processo-n-9956-
3820104013100-do-trf-1. Acesso em: 20 fev. 2019. ______. Ação Civil Pública (ACP). [Rompimento de uma
das ensecadeiras da UHE Cachoeira Caldeirão]. Macapá: MPAP, 2015b. MORETTO, Evandro Mateus. et al.
Condicionantes e a viabilidade ambiental no processo de licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas: Uma
análise do caso Teles Pires. In: ALARCON, Daniela Fernandes; MILLIKAN, Brent; TORRES, Mauricio (org.).
Ocekadi: hidrelétricas, conflitos socioambientais e resistência na Bacia do Tapajós. Brasília, DF: International
Rivers Brasil; Santarém, PA: Programa de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal do Oeste do
Pará, 2016. NASCIMENTO, Nádia Socorro Fialho;HAZEU, Marcel Theodoor. Grandes empreendimentos e
contradições sociais na Amazônia: a degradação da vida no município de Barcarena, Pará. Argumentum, Vitória,
v. 7, n. 2, p. 288-301, jul./dez. 2015. NASCIMENTO, Sabrina Mesquita do. Violência e Estado de Exceção na
Amazônia Brasileira: um estudo sobre a implantação da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu (PA). 2017.
Tese (Doutorado em Ciências Socioambientais) – Núcleo de Altos Estudos da Amazônia,Universidade Federal do
Pará, Belém, 2017. OLIVEIRA, Netie Silva. et al. A pesca artesanal no alto e médio rio Araguari, Amapá, Brasil.
Holos, ano 34, v. 8, p. 81-98, 2018b. OLIVEIRA, Wallace de. Os impactos socioambientais motivados pela UHE
Porto Primavera no município de Anaurilândia – MS. 2004. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de
Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2004. RIST, Gilbert. The history of
development: From Western Origins to global Faith. 3. ed.Londres: Zed Books, 2008. RODRIGUES, Renan
Albuquerque. Vidas despedaçadas impactos socioambientais da construção da usina hidrelétrica de Balbina
(AM), Amazônia Central. 2013. Tese(Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) – Instituto de Ciências
Humanas e Letras, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2013. SACHS, Wolfgang. Dicionário do
desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Tradução: Vera Lúcia M. Joscelyne, Susana de
Gyalokay, Jaime A. Clasen. Petrópolis: Vozes, 2000. ZHOURI, A. et al. O desastre da Samarco e a política das
afetações: classificações e ações que produzem o sofrimento social. Ciência e Cultura, v.68, p.36-40, 2016.

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ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens.Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2017.
Membros da Equipe
Nome Categoria Função Departamento Início Fim
ELIANA DO SOCORRO DE
DOCENTE COLABORADOR(A) CCSEX 15/04/2022 15/04/2023
BRITO PAIXAO
RICARDO THEOPHILO
EXTERNO COLABORADOR(A) 15/04/2022 15/04/2023
FOLHES
CAROLINA LAVINI LOBATO
EXTERNO AUXILIAR TÉCNICO 15/04/2022 15/04/2023
DE SOUZA
MARILIA GABRIELA SILVA
DOCENTE COORDENADOR(A) CCTS 15/04/2022 15/04/2023
LOBATO
DIELE DOS SANTOS ALUNO(A) EM ATIVIDADE
DISCENTE 15/04/2022 15/04/2023
LACERDA CURRICULAR
THAYZE GUEDES BARRETO DISCENTE MONITOR(A) 15/04/2022 15/04/2023
ALYSON VICTOR LOPES
DISCENTE MONITOR(A) 15/04/2022 15/04/2023
DOS SANTOS
JOSE VINICIUS SILVA DE
DISCENTE MONITOR(A) 15/04/2022 15/04/2023
SOUZA
Discentes com Planos de Trabalho
Nome Vínculo Situação Início Fim
Discentes não informados
Ações Vinculadas ao PROJETO
Código - Título Tipo
Não há ações vinculadas
Ações das quais o PROJETO faz parte
Código - Título Tipo
Esta ação não faz parte de outros projetos ou programas de extensão
Objetivos / Resultados Esperados
Objetivos Gerais Quantitativos Qualitativos

A equipe executora tem o objetivo de proporcionar um processo educativo que


concilie o conhecimento produzido na universidade sobre os desastres causados
por usinas hidrelétricas, com as demandas sociais, culturais, ambientais,
políticas e econômicas, que foram produzidas em comunidades residentes às
margens do rio Araguari, em decorrência da implantação de usinas hidrelétricas
no Amapá.

Cronograma
Descrição das ativadades desenvolvidas Período
Colaborador do projeto 15/04/2022 a 15/04/2023
Colaborador do projeto 15/04/2022 a 15/04/2023
monitor do Projeto 15/04/2022 a 15/04/2023
Auxiliar técnica 15/04/2022 a 15/04/2023
coordenadora do Projeto 15/04/2022 a 15/04/2023
Orçamento Detalhado
Descrição Valor Unitário Quant. Valor Total
PESSOA FÍSICA
Diagramação das castilhas e livros produzidos R$ 1.000,00 1.0 R$ 1.000,00
SUB-TOTAL (PESSOA FÍSICA) 1.0 R$ 1.000,00

DIÁRIAS
Gastos com comida e alimentação durante a pesquisa de
R$ 100,00 1.0 R$ 100,00
campo
SUB-TOTAL (DIÁRIAS) 1.0 R$ 100,00

Consolidação do Orcamento Solicitado


Descrição PROEAC (Interno) Outros (Externo) Total Rubrica
PESSOA FÍSICA R$ 0,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
DIÁRIAS R$ 0,00 R$ 100,00 R$ 100,00
Arquivos
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Descrição Arquivo
ata de aprovação do Projeto de extensão
Projeto de extensão em pdf
Orçamento Aprovado
Descrição PROEAC (Interno)
PESSOA FÍSICA R$ 0,00
DIÁRIAS R$ 0,00
Lista de departamentos envolvidos na autorização da proposta
Autorização Data Análise Autorizado
COORDENAÇÃO DO CURSO DE TECNOLOGIA EM SECRETARIADO - CCTS 20/04/2022 13:27:57 SIM
COORDENAÇÃO DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO - CCSEX 20/04/2022 13:35:23 SIM

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