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São Paulo
2023
KYU HYUN KIM
São Paulo
2023
KYU HYUN KIM
BANCA EXAMINADORA
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Examinador(a): ______________________
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Examinador(a): ______________________
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Examinador(a): ______________________
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço imensamente ao meus pais, Sr. Jin e Sra. Meong, por todo amor,
suporte e força ao longo da graduação, que mesmo vivendo em outro continente, nunca
deixaram de me apoiar. Palavras não seriam suficientes para descrever minha gratidão para
esses seres humanos extraordinários, que se sacrificaram e abdicaram de muitas coisas para
estar onde estou. Agradeço também a minha querida vó, que mesmo com suas dificuldades e
problemas de saúde, nunca deixou de pensar em mim. Sou eternamente grato a todos vocês.
Agradeço também a minha tia Suzana, que sem ela, não estaria tendo a oportunidade de concluir
minha graduação. Agradeço as minhas irmãs, Sarah e Gabriela Kim, por tudo que me ensinaram
ao longo dos anos.
Agradeço ao escritório em que trabalhei, Santos Neto Advogados, por tudo que me foi ensinado
e pela experiencia, com auxílio de grandes doutores(as), em especial ao Domicio dos Santos
Neto, Gabriela Ticianelli, Gabriela Gonçalves Sanchez, Lucas Gimenez Lopez e João Pedro
Silva Santos, e agradeço ao escritório que farei parte a partir do final deste ano, Madrona Fialho
Advogados, pela grande oportunidade de trabalhar na área de Mercado de Capitais.
Agradeço aos meus colegas de graduação, em especial Victor Vieira Ribeiro e Luiz Carlos
Zaparoli Filho.
Por fim, agradeço a todos os professores do Mackenzie que de alguma forma contribuíram para
a realização deste sonho, em especial ao meu orientador, Prof. Rubens Carmo Elias Filho, por
todo apoio e auxílio durante a realização do TCC.
5
Abstract: The aim of this paper is to analyze the main contributions of Law no. 14,382 of June
27, 2022, known as the Electronic System of Public Records Law (“SERP”), in the context of
Brazilian agribusiness. This statute has brought about significant changes, seeking to reduce
bureaucracy in citizens' daily lives and to simplify the procedures related to public records of
legal acts and business transactions. In this study, the innovations in due diligence procedures
are analyzed, which consist of verifying documentation related to guarantees and the natural
persons or legal entities involved in agribusiness operations. To carry out this analysis, a
deductive approach was adopted, based on bibliographic research that includes consultations
with renowned scholars, articles, and legislation relevant to the theme. The central purpose of
this article is to examine the impact of the innovations introduced by SERP and how the need
for optimization of registry processes, along with the implementation of more effective due
diligence procedures, contributes to the consolidation and strengthening of the sector in Brazil.
However, it is important to emphasize that, despite the reforms brought by the law, there are
still some issues that require clarification, and only as time progresses will it be possible to
conduct a practical analysis of the concrete impacts of these changes, which will be thoroughly
explored in the following.
1
Graduando em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
6
1. INTRODUÇÃO
2
EMBRAPA. Ciência e tecnologia tornaram o Brasil um dos maiores produtores mundiais de alimentos.
2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/75085849/ciencia-e-tecnologia-
tornaram-o-brasil-um-dos-maiores-produtores-mundiais-de-alimentos. Acesso em: 9 nov. 2023.
7
2. O QUE É O SERP?
3
SALOMÃO, Luis Felipe; MADEIRA, Daniela Pereira. O marco digital dos cartórios e o sistema eletrônico de
registros públicos. 2023. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2023-jan-19/salomao-madeira-marco-
digital-cartorios-serp. Acesso em: 9 nov. 2023.
8
(...) o SERP pode ser entendido como uma espécie de central eletrônica nacional de
todos os serviços notariais e registrais, que permite a prestação remota dos serviços.
Quis o legislador disponibilizar um espaço único – como um site -, no qual o cidadão
poderia acorrer para buscar qualquer serviço notarial e registral de qualquer serventia
do País. Objetivou também conectar operacionalmente todas as serventias
extrajudiciais brasileiras para a prestação dos serviços de modo concentrado.
A previsão de uma plataforma centralizada, conforme descrito acima, alude a uma visão
estratégica que visa ultrapassar as barreiras geográficas e de eficiência que historicamente
caracterizam os serviços notariais e registrais no Brasil. Ao possibilitar o acesso remoto a tais
serviços, o SERP não apenas reflete uma adaptação às circunstâncias impostas pela pandemia,
4
BRASIL. Presidência da República. Medida Provisória n. 1.085, de 26 de dezembro de 2021. Dispõe sobre o
Sistema Eletrônico dos Registros Públicos - SERP, de que trata o art. 37 da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009,
e altera a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, a Lei nº 6.766, de
19 de dezembro de 1979, a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, a Lei nº 11.977, de 2009, a Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015, e a Lei nº 13.465, de 11 de julho
de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, 28 de dezembro de 2021, ano 2021. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-1.085-de-27-de-dezembro-de-2021-370315879. Acesso
em: 9 nov. 2023.
5
OLIVEIRA, Caros E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Lei do Sistema Eletrônico de Registros Públicos. Rio de
Janeiro: Forense, 2022, p. 3.
9
6
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 14.382, de 26 de junho de 2022. Dispõe sobre o Sistema Eletrônico dos
Registros Públicos (Serp); altera as Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973
(Lei de Registros Públicos), 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.935, de 18 de novembro de 1994, 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil), 11.977, de 7 de julho de 2009, 13.097, de 19 de janeiro de 2015, e 13.465, de
11 de julho de 2017; e revoga a Lei nº 9.042, de 9 de maio de 1995, e dispositivos das Leis nºs 4.864, de 29 de
novembro de 1965, 8.212, de 24 de julho de 1991, 12.441, de 11 de julho de 2011, 12.810, de 15 de maio de 2013,
e 14.195, de 26 de agosto de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, 05 de janeiro de 2023, ano 2022. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14382.htm. Acesso em: 9 nov. 2023.
11
No contexto jurídico, presume-se que o extrato atue como um formulário que condensa
as informações cruciais do documento original. Conforme mencionado por Flávio Tartuce8, ao
invés de o usuário prenotar junto ao Registro de Imóveis uma extensa escritura pública de
compra e venda, por exemplo, de 30 páginas, ele prenotará apenas um formulário com os dados
vitais para o registro da transferência de propriedade.
É consenso na doutrina que o trabalho do registrador na análise documental será
simplificado devido a essa metodologia. No cenário proposto, apenas as informações essenciais
do contrato estarão presentes, tais como: identificação das partes, valor da transação, o tipo de
negócio jurídico — usando como exemplo a compra e venda — e a presença de condições
suspensivas ou resolutivas, dentre outros termos. Importante frisar que o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) é quem estabelecerá quais informações essenciais integrarão o extrato, bem como
a designação de quais documentos poderão ser convertidos, e os agentes capazes de enviar os
extratos.
Essa alteração representa uma mudança significativa na dinâmica registral, que resultará
na diminuição da atividade de qualificação documental por parte dos registradores, uma vez
que eles não terão acesso ao conteúdo integral do documento, apenas nos casos admitidos.
No âmbito do agronegócio brasileiro, a possibilidade de registro mediante extrato
apresenta duas perspectivas distintas: de um lado, a redução na qualificação documental pode
minimizar os excessos de certos oficiais que, por várias razões, recusam o registro com base
em interpretações restritivas de cláusulas contratuais, resultando em numerosas exigências e
impedindo que operações empresariais se concretizem, o que acarreta prejuízos econômicos.
7
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 14.382, de 26 de junho de 2022. Dispõe sobre o Sistema Eletrônico dos
Registros Públicos (Serp); altera as Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973
(Lei de Registros Públicos), 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.935, de 18 de novembro de 1994, 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil), 11.977, de 7 de julho de 2009, 13.097, de 19 de janeiro de 2015, e 13.465, de
11 de julho de 2017; e revoga a Lei nº 9.042, de 9 de maio de 1995, e dispositivos das Leis nºs 4.864, de 29 de
novembro de 1965, 8.212, de 24 de julho de 1991, 12.441, de 11 de julho de 2011, 12.810, de 15 de maio de 2013,
e 14.195, de 26 de agosto de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, 05 de janeiro de 2023, ano 2022. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14382.htm. Acesso em: 9 nov. 2023.
8
OLIVEIRA, Caros E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Lei do Sistema Eletrônico de Registros Públicos. Rio de
Janeiro: Forense, 2022, p. 18.
13
Por outro lado, a diminuição na análise dos documentos pode abrir brechas para registros
indevidos e ações de má-fé no registro público.
Uma questão debatida no meio jurídico é se qualquer pessoa tem a prerrogativa de emitir
um extrato ou se isso é restrito a determinados usuários. Essa incerteza decorre do veto ao inciso
III do artigo 6º da Lei nº 14.382/20229, o que tornou a redação final da lei ambígua quanto a
este aspecto. Originalmente, tal dispositivo determinava que o interessado deveria encaminhar
o documento original, ou título stricto sensu10, juntamente com o extrato, exceto se o extrato
fosse emitido por um tabelião de notas.
O Presidente da República à época, contudo, vetou esse dispositivo, alegando que a
obrigação de enviar o documento original juntamente com o extrato seria um procedimento
burocrático redundante, considerando que as informações pertinentes ao registro estariam
adequadamente resumidas no extrato. O impedimento, portanto, objetivava preservar a opção
de não apresentar o documento completo. Qual seria então a melhor interpretação: a de ampla
legitimidade para emissão do extrato ou da legitimidade restrita? Ainda permanece em aberto
a definição de quem estaria habilitado a emitir o extrato, prevendo-se que tal regulamentação
será uma competência do Conselho Nacional de Justiça, conforme designado pelos artigos 7º,
inciso VIII, e 8º da Lei nº 14.382/2022.
Veja-se a justificativa do veto:
9
Era a previsão da norma: “III – os extratos eletrônicos relativos a bens imóveis deverão, obrigatoriamente, ser
acompanhados do arquivamento da íntegra do instrumento contratual, em cópia simples, exceto se apresentados
por tabelião de notas, hipótese em que este arquivará o instrumento contratual em pasta própria”.
10
O título stricto sensu é compreendido como o documento primário que reflete a titularidade e o conteúdo
completo do fato jurídico.
14
11
CONGRESSO NACIONAL. Veto nº 37. Diário Oficial da União. 2022. Disponível em:
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=9179792&ts=1658526978371&disposition=inline.
Acesso em: 9 nov. 2023.
12
A utilização de resumos contratuais, omitindo-se as cláusulas-padrões, já existia no âmbito do SFH, a exemplo
do artigo 61 da Lei n. 4.380/1964. No Estado de São Paulo, os Provimentos CG 11 e 37, de 2013, introduziram
regras sobre essas modalidades de registro entre as Normas Extrajudiciais da Corregedoria-Geral da Justiça, vide
artigo 111, em sua redação atual, que trata do SFI.
15
13
BRASIL. Presidência da República. Medida Provisória n. 1162, de 13 de fevereiro de 2023. Dispõe sobre o
Programa Minha Casa, Minha Vida, altera a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, a Lei nº 8.677, de 13 de
julho de 1993, a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, a Lei nº 10.188, de 12 de fevereiro de 2001, a Lei nº
11.977, de 7 de julho de 2009, a Lei nº 14.063, de 23 de setembro de 2020, e a Lei nº 14.382, de 27 de junho de
2022. Diário Oficial da União, Brasília, ano 2023. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/sdleg-
getter/documento?dm=9261129&ts=1683651687096&disposition=inline&ts=1683651687096. Acesso em: 9
nov. 2023.
14
Ibid.
15
CONSULTOR JURÍDICO. Carta Aberta de Civilistas sobre trecho da Medida Provisória n. 1162, de 14 de
fevereiro de 2023 (Programa Minha Casa, Minha Vida). 2023. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/dl/carta-civilistas-extrato.pdf. Acesso em: 9 nov. 2023.
16
16
CONSULTOR JURÍDICO. Carta Aberta de Civilistas sobre trecho da Medida Provisória n. 1162, de 14 de
fevereiro de 2023 (Programa Minha Casa, Minha Vida). 2023. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/dl/carta-civilistas-extrato.pdf. Acesso em: 9 nov. 2023.
17
obrigação legal, mas também renomeou a certidão de ônus para "Certidão da situação jurídica
atualizada do imóvel". Tal mudança está delineada no artigo 19, especificamente nos parágrafos
9º e 10, inciso II, consolidando a nomenclatura e a importância desse documento no contexto
dos registros imobiliários. A inovação normativa introduzida, no contexto da Due Diligence
imobiliária, é um marco importante. Ao consolidar todas as informações essenciais em um
único documento, a "Certidão da situação jurídica atualizada do imóvel" representa uma
economia de recursos, tanto para os profissionais do direito quanto para os clientes. Isso porque
a certidão abrange detalhes críticos sobre o imóvel, tornando desnecessária a obtenção de
registros adicionais, como a escritura pública do imóvel, afim de verificar a forma que o imóvel
foi adquirido pelo proprietário anterior, certidão de ônus a parte, e ações reipersecutórias. Esta
unificação de informações não só simplifica o processo de verificação de possíveis encargos e
restrições que possam impactar uma transação imobiliária, mas também representa uma
redução significativa associados à emissão de várias certidões.
Embora a Lei nº 14.382/2022 não tenha introduzido uma inovação normativa
significativa, na prática, a uniformização da "Certidão da situação jurídica atualizada do
imóvel" promoveu uma padronização necessária. Diante de relatos e experiências do cotidiano
profissional, observou-se que várias serventias emitiam a certidão de ônus de forma
diversificada, uma realidade que o SERP procurou homogeneizar. Adicionalmente, matrículas
extensas, contendo muitas páginas, dificultavam a identificação precisa dos ônus associados ao
imóvel. A reformulação proposta pela lei visa compactar e clarificar as informações sobre os
ônus, facilitando sua compreensão e identificação. Isso tende a agilizar as análises de garantias
em transações no âmbito do agronegócio, tornando-as mais eficientes.
De acordo com o inciso I desse parágrafo, o prazo estipulado para a emissão da certidão
de inteiro teor da matrícula é de quatro horas. Caso a solicitação ocorra próximo ao término do
expediente, o tempo restante para completar as quatro horas será contabilizado a partir do início
do próximo dia útil, aplicando-se a mesma regra para dias antecedentes a feriados nacionais.
Para a emissão da certidão da situação jurídica atualizada do imóvel, foi concedido um
prazo mais extenso, considerando a complexidade operacional desse tipo de documento. O
legislador definiu, então, o prazo de um dia útil para a sua expedição, conforme determina o
inciso II do mencionado parágrafo.
5. GARANTIAS NO AGRO
O artigo 167 da Lei de Registros Públicos foi objeto de modificações, ampliando sua
abrangência para incluir itens especificamente designados como passíveis de registro no
Cartório de Imóveis. Essa atualização normativa é de grande relevância, considerando que
existem relatos de recusa, por parte de alguns cartórios de imóveis, em registrar títulos de
direitos reais imobiliários associados a negócios jurídicos que não estão explícitos no inciso I
do referido artigo.
Essa negativa de registro se baseia em uma interpretação equivocada da legislação,
partindo do pressuposto errôneo de que somente os tipos contratuais explicitamente listados no
citado inciso seriam suscetíveis de registro. Tal restrição não condiz com a intenção legislativa,
que é permitir o registro de uma gama mais ampla de negócios jurídicos, garantindo segurança
jurídica e publicidade a diversas formas de transações imobiliárias.
Desse modo, segundo Carlos Elias de Oliveira17:
(...) o adequado seria, portanto, a admissão a registro de qualquer negócio jurídico que
promova a mutação jurídico-real de imóvel, ou isso deveria ser acatado por uma
mudança de interpretação do atual art. 167, I, da LRP, tese com a qual concordamos,
seja por meio da inserção de uma hipótese genérica entre os itens do referido inciso I
do artigo 167 da LRP.
17
OLIVEIRA, Caros E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Lei do Sistema Eletrônico de Registros Públicos. Rio de
Janeiro: Forense, 2022. p. 148.
20
18
CC/2002. “Art.93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”.
21
19
OLIVEIRA, Caros E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Lei do Sistema Eletrônico de Registros Públicos. Rio de
Janeiro: Forense, 2022. p. 165.
22
Art. 475 do C/C: A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do
contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos.
Art. 259 da LRP: “o cancelamento não pode ser feito em virtude de sentença sujeita,
ainda, a recurso”20.
20
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 6.015, de 30 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 31 de dezembro de 1973, ano 1973. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015compilada.htm. Acesso em: 9 nov. 2023.
23
21
DIDIER JUNIOR, Fredie Souza; BRAGA, Paula Sarno. O Princípio da Concentração da Matrícula e a Fraude à
Execução: um diálogo entre a lei n. 13.097/2015 e o CPC/2015. R. Opin. Jur., Fortaleza, n. 23, p. 310-330,
jul./dez. 2018. a. 16. Disponível em: https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/1908/719.
Acesso em: 9 nov. 2023.
25
satisfeita, tem sido admitida, nos processos de conhecimento, por força da disposição
contida no artigo 54, IV, da Lei 13.097/2015, de forma excepcional pela
jurisprudência, desde que satisfeitos os requisitos da tutela provisória (fundada na
urgência ou na evidência) disciplinada nos arts. 294 a 311 do CPC. 3. Afasta o
reconhecimento do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo a falta de
demonstração de que o requerido esteja dilapidando seus bens para frustrar
futuramente a satisfação do crédito, porquanto a mera alegação de se tratar de único
bem em nome do devedor alvejado para garantir outras dívidas correspondentes a
quase integralidade do valor não é suficiente para caracterizar o perigo de dano
irreparável. 4. Recurso conhecido e desprovido.
Sobre o tema, o teor da Sumula 375 do STJ prevê que "O reconhecimento da fraude à
execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro
adquirente”23. Tal posição, relativa a presunção de boa-fé, foi confirmado por acordão
publicado no informativo n 552 do STJ, nos seguintes termos:
22
CONSELHO DE JUSTIÇA FEDERAL. Enunciado 149. II Jornada de Direito Processual Civil. 2018.
Disponível em: https://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/1282. Acesso em: 9 nov. 2023.
23
TJDFT. Para o reconhecimento da fraude à execução, incumbe ao credor o ônus de provar a má-fé do
terceiro adquirente quando ausente o registro da penhora do bem alienado? 2023. Disponível em:
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/jurisprudencia-em-perguntas/direito-
civil-e-processual-civil/execucao/para-o-reconhecimento-da-fraude-a-execucao-incumbe-ao-credor-o-onus-de-
provar-a-ma-fe-do-terceiro-adquirente-do-bem-alienado-quando-ausente-o-registro-da-
penhora#:~:text=S%C3%BAmula%20375%20do%20STJ%3A%20%22O,%2Df%C3%A9%20do%20terceiro%
20adquirente.%22. Acesso em: 9 nov. 2023.
24
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Terceira Turma. REsp n. 1.863.952/SP. Relator: Rel. Min. Nancy
Andrighi. Julgamento em 26 de outubro de 2021. Diário Judicial Eletrônico, 26 de outubro de 2021. Disponível
em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1327435194/inteiro-teor-1327435201. Acesso em: 9 nov.
2023.
28
25
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Terceira Turma. REsp n. 1.863.952/SP. Relator: Rel. Min. Nancy
Andrighi. Julgamento em 26 de outubro de 2021. Diário Judicial Eletrônico, 26 de outubro de 2021. Disponível
em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/1327435194/inteiro-teor-1327435201. Acesso em: 9 nov.
2023.
29
Isso porque o destaque é a má-fé do devedor que procura blindar seu patrimônio
dentro da própria família”26.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
26
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp n. 1.981.646 - SP (2022/0012846-6). Relator: Min. Nancy
Andrighi. Julgamento em 02 de agosto de 2022. Diário Judicial Eletrônico, 05 de agosto de 2022. Disponível
em: https://irib.org.br/app/webroot/files/downloads/files/STJ_%20REsp%201_981_646%20-%20SP.pdf. Acesso
em: 9 nov. 2023.
30
27
OLIVEIRA, Caros E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Lei do Sistema Eletrônico de Registros Públicos. Rio de
Janeiro: Forense, 2022.
28
BENEVIDES, Gabriel. Após atraso, sistema on-line de cartórios só ficará pronto em 2024. Poder 360. 2023.
Disponível em: https://www.poder360.com.br/poder-empreendedor/apos-atraso-sistema-on-line-de-cartorios-so-
ficara-pronto-em-2024/. Acesso em: 7 nov. 2023.
31
a transição para o SERP seja tão inclusiva quanto eficiente. Afinal, a modernização dos serviços
registrais é uma peça-chave para o desenvolvimento econômico, e a eficácia deste processo será
um indicativo importante para futuras iniciativas de modernização no sistema jurídico
brasileiro.
7. REFERÊNCIAS
AIRES, Rafaella. Cartório Online: Saiba Como Funciona O Sistema Eletrônico Dos
Registros Públicos (SERP). Aliare, Assinei. 2022. Disponível em:
https://assinei.digital/cartorio-online-serp/. Acesso em: 10 nov. 2023.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 14.382, de 26 de junho de 2022. Dispõe sobre o Sistema
Eletrônico dos Registros Públicos (Serp); altera as Leis nºs 4.591, de 16 de dezembro de
1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), 6.766, de 19 de
dezembro de 1979, 8.935, de 18 de novembro de 1994, 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), 11.977, de 7 de julho de 2009, 13.097, de 19 de janeiro de 2015, e 13.465, de
11 de julho de 2017; e revoga a Lei nº 9.042, de 9 de maio de 1995, e dispositivos das Leis nºs
4.864, de 29 de novembro de 1965, 8.212, de 24 de julho de 1991, 12.441, de 11 de julho de
2011, 12.810, de 15 de maio de 2013, e 14.195, de 26 de agosto de 2021. Diário Oficial da
União, Brasília, 05 de janeiro de 2023, ano 2022. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/lei/l14382.htm. Acesso em: 10
nov. 2023.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Quarta Turma. REsp n. 956.943/PR. Relator: Rel.
originária Min. Nancy Andrighi, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha. Julgamento
em 20 de agosto de 2014. Diário Judicial Eletrônico, 20 de agosto de 2014.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Terceira Turma. REsp n. 1.863.952/SP. Relator: Rel.
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de outubro de 2021. Disponível em:
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