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Almeida Garret- Viagens na minha terra

Lisboa; Vila Nova da Rainha;


 Viagem real: 17 julho de 1843 Azambuja; Cartaxo;
21 julho de 1843 Santarém; Lisboa

 1ºpercurso: “vou nada menos que a santarém: e protesto que de quanto vir e ouvir,
de quanto eu pensar e sentir se há de fazer crónica” (cap.I)

A viagem de Santarém serve de base a uma reflexão sobre Portugal na primeira


metade do século XIX;

 Género Literário- é uma obra híbrida, tendo como marcas de género literário:

 Literatura de viagens
 Novela- novela da Menina dos Rouxinóis Este aspeto relaciona-se com a
 Crónica social, política e cultural- nas digressões aparente dispersão estrutural da obra
 Apreciação crítica- de obras literárias

Quem foi Almeida Garret?

Almeida Garret (1799-1854)

 Nasceu no Porto a 1799;


 Foge para a ilha terceira devido á invasão francesa
 Educado pelo tio em Angra de Heroísmo;
 Volta para estudar em Coimbra e depara-se com o liberalismo, tornando-se
liberal;
 1846 publica as Viagens na minha terra;
 Em 1854 morre;

Viagens na minha terra


Viagem Real: Lisboa-Santarém-Lisboa

plural Viagem literária: Reflexões sobre literatura; citações;


novela encaixada;

Viagem de reflexão: Digressões; reflexões sobre Portugal,


“a nossa boa terra” (cap. XLIX)
A obra divide-se em deambulação geográfica e no sentimento nacional:

Deambulação geográfica:

 Partida: 17 de julho de 1843


 Lisboa-V.N.da Rainha-Azambuja-Cartaxo-Vale de Santarém-Cartaxo-
Lisboa

Sentimento Nacional:

 Crítica à sociedade oitocentista:


 Espiritualismo/materialismo
 Crítica política
 Crítica literária
 Elogio do popular

Capítulo I

1. “Trata-se de um livro erudito (muita informação), depois de ter viajado pelo seu
quarto, resolveu imortalizar-se escrevendo as suas viagens”;
2. “Parte para Santarém”;
3. “Chega ao Terreiro do Paço, embarcando em Vila Nova”;
4. “A dedução cronológica e a Baixa de Lisboa”;
5. “Lorde Byron e um bom charuto”;
6. “Travam-se de razões os ílhavos (ilha próxima de Aveiro ligada ao rio Vouga) e os
Borda-d`Água (ribatejanos ligados ao Tejo): os calça larga levam a melhor”;

Deambulação geográfica:

Ida

Lisboa Vila “Charneca dentre Vale de


Terreiro do Paço Nova da Azambuja Cartaxo Cartaxo e Santarém” Santarém
Rainha
Cap.I Cap.II Cap.II,III,IV, Cap.VI,VII Cap.VIII Cap.IX,X,XI
V

17 de julho de 1843, às
6horas da manhã
Pinhal da Azambuja
Inicio da novela
Alhandra; Vila franca de
Crítica à literatura romântica
Xira; Analepse
Reflexão política;

Elogio popular
Regresso

Santarém Vale de Santarém Cartaxo Lisboa


Regresso (paragem no vale) Dormida (Cap XLIX)
(Cap.XLIII) (Cap XLIX)

22 de julho de 1843(sábado)
21 de julho de 1843(sexta) Carta de Carlos e Joaninha

Fim cap. XLII a XLVIII

Nota: “de quanto eu”…


Implicações no modo
Vir-momentos descritivos
de percecionar e de
Ouvir- momentos narrativos refletir sobre a
experiência da
Pensar-exposição e argumentação viagem
Sentir-momentos descritivos/subjetivos

A capital do reino, dividida em dois espaços: visão crítica

 Lado oriental-belo e associado à glória do passado; superioridade estética do gosto


popular;
 Lado ocidental-aborrecido e vulgar, associado à vida burguesa, de gosto duvidoso;
Análise dos cap. V e VIII

Cap.V(Azambuja)

 Descrição da natureza: pinhal da Azambuja


 Dimensão reflexiva e crítica: literatura romântica

Cap.VIII(“Charneca dentre Cartaxo e Santarém”)

 Descrição da natureza: charneca ribatejana


 Dimensão reflexiva e crítica: literatura romântica

Cap.V- o narrador reflete sobre a criação literária de um certo tipo de romantismo a sua
relação com o real e a saturação do que antes era novidade

Confronto entre o real concreto vs o imaginário literário e popular:

Oposição entre as espectativas do narrador e a realidade: pinhal da Azambuja

Conduz à dimensão reflexiva e crítica sobre a literatura

Critica a um certo romantismo degradado pela vulgarização dos temas:

Crítica aos estereótipos vulgarizados (um criado velho, um monstro…), criticando à falta de
originalidade deste tipo de criação literária;

Cap.VIII- charneca ribatejana

 Saída do Cartaxo
 Descrição da paisagem natural do ribatejo (“A Charneca”
 O autor sente o impulso de “fazer versos”
 Reflexão sobre a Guerra Civil
 Waterloo e a destruição das guerras da Modernidade
 Declara o autor solenemente que não é filósofo e chega à ponte
da Asseca

Cap.X-

1ºnível narrativo: deambulação geográfica-Vale de Santarém

2ºnível narrativo: novela sentimental

 Descrição da natureza- Vale de Santarém


 Dimensão reflexiva e crítica: literatura romântica; dialética natureza/ Sociedade
 Novela: “história da menina dos rouxinóis”

Cap.XIII-

 Dimensão reflexiva e crítica: sociedade dialética idealismo/ Materialismo


 Novela: Frei Dinis
Divagação diante da janela meio aberta-encaixe da “história da menina dos rouxinóis) -
alternância

“uma habitação antiga” - o narrador interessa-se por uma janela-porta para a sua imaginação

Ideia central no Romantismo:


a Natureza como lugar
Vivem no vale de Santarém:Joaninha e a avó primordial e puro

Inseridas num espaço associado à pureza, inocência e simplicidade

Digressão e surgimento de duas linhas narrativas

Digressão:

 O poeta e a mulher apaixonada- sentem de forma especial, sublimam-se, idealizam-se.

Duas linhas narrativas:

 (1) Relato da viagem a santarém; (2) A história da Joaninha


A partir da observação
da casa e da janela dos
rouxinóis

Cap.XX (novela sentimental)

Como se encaixa a novela no percurso?

Vale de Santarém- 1834

Percurso da viagem e novela:

 Cap X (Vale de Santarém) - início da novela da “menina dos rouxinóis”


 Cap XI(XX) ao XXVI (Vale de Santarém) - novela: encontro entre Carlos e Joaninha;
ocupação do Vale pelas tropas;
 Cap. XXVII ao XXXV(Santarém)- Chegada a casa do amigo M.P.Reflexões; continuação
da novela: revelação do enigma;
 Cap. XXXVI a XLIII (Partida de Santarém paragem no vale) - Divagações, reflexões e
comentários; Interrompe a novela
 Cap.XLIV(Vale do Santarém) -novela: Carta de Carlos a Joaninha (3ºnivel narrativo
encaixado no 2ºnivel narrativo)
 Cap.XLIX(Vale de Santarém) -partida, (Cartaxo)-dormida, (Lisboa)-fim da viagem: Fim
da leitura da carta de Carlos; Diálogo narrador/ Frei Dinis; Desfecho da ação da novela;
narrador parte para Cartaxo; Partida para Lisboa (no vapor); Chegada ao Terreiro do
Paço;

Síntese dos capítulos:

 XIV: Frade (Frei Dinis) e a velha(D.Francisca) conversam: o frade mostra-se severo; a


velha quer saber notícias do neto que se encontra com os liberais, no Porto;
 XV: Apresentação de Frei Dinis: retrato psicológico. “como e porque deixava ele o
mundo?”
 XVI: Vida do frade antes de entrar no convento de São Francisco; a sua relação com a
família que habitava a casa do Vale de Santarém. Carlos formado em Coimbra.
Discussão com o frade. Partida de Carlos para Inglaterra.
 XVII: Frei Dinis vai a Lisboa saber notícias sobre a Guerra Civil. Passagem de Carlos por
França. Carta para Joaninha.
 XVIII: A Guerra Civil decorre e não há notícias de Carlos. Há grandes e espantosos
segredos entre o frade e a velha.
 XIX: Vitória dos liberais: Casa da velha no Vale de Santarém acolhe feridos. No vale, as
sentinelas dos dois campos opostos (liberais e absolutistas) conviviam diariamente. A
“menina dos rouxinóis” circulava por entre eles livremente. Razão do seu nome.

Personagens:

 Velha(avó)-D.Francisca Joana
 Neta-Joaninha (menina dos rouxinóis)
 Frei Dinis (nascido do genro de D.Francisca com outra mulher)
 Neto-Carlos

Joaninha e Carlos: o que sentem por Frei Dinis?

 Para Joaninha: o frade é o culpado da cegueira da avó;


 Para Carlos: o frade é culpado pela morte do pai e do tio e ainda imagina algo entre a
avó e o frade.

Capítulo XX:

Joaninha:

 Jovem simples, natural e autentica Joaninha-natureza(vale)-rouxinol


 Os seus sentimentos são puros
 Terna e afetuosa Ligação profunda entre Joaninha e a Natureza
 O seu corpo é esbelto; o rosto é expressivo
Carlos, primo da Joaninha:
Encontram-se dois anos depois (1832/1834)
 Ainda não tinha 30 anos
 Tem “feições de homem feito”
 Estatura mediana, “olhos pardos e não muito grandes”
 Barba e cabelo preto
 Homem de talento e “carácter franco, leal e generoso”
 “peito largo e forte como precisa um coração de homem para pulsar livre”

Três niveis narrativos:

1ºnivel: Viagem geográfica “crónica” - narrador viajante(autodiegético)-narratário

2ºnivel: novela “história da menina dos rouxinóis” - narrador companheiro da


viagem(heterodiegético)

3ºnivel: Carta de Carlos-narrador Carlos(autodiegético)

Cap.XLIV

Função estrutural da carta- dar a conhecer por meio de uma analepse os acontecimentos
relativos ao exílio de Carlos
Epílogo da intriga-novela

 Joaninha enlouquece e morre


 Georgina entra para um convento
 A velha Francisca e Frei Dinis permanecem naquela porta como mortos-vivos
 Carlos torna-se barão e em breve será deputado

Sobre Portugal…
A sociedade:

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