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HISTÓRIA – LICENCIATURA
FICHAMENTO
Pg. 114 Também se trata de uma contra revolução no plano externo, onde, o golpe é
parte de um ciclo muito maior, que levou a guerra fria e a doutrina do
desenvolvimento com segurança.
Nesse sentido, o golpe de estado, com essas duas vertentes, encerra uma etapa
de expansão da “democracia burguesa”, conduzindo a um novo estilo de
ditadura de classe, existente no Estado ditatorial próprio, chamado por
Fernandes de Estado autocrático burguês.
Pg. 115 De acordo com Fernandes, autor da obra, existe um efeito paradoxal, onde, as
mesmas condições que precipitam a contra-revolução, contêm os germes de
sua fraqueza e derrocada.
Pg. 116 Se a força dessa transição não vem das massas populares, ela é determinada
pelos interesses das frações de classes dominantes.
Estes, deixaram de ver o regime ditatorial como uma garantia suficiente para
a estabilidade política, procurando ao menos adaptar a concentração do poder
pelos “meios usuais”, o que repõe a via parlamentar no circuito do processo
político.
Fernandes propõe os três temas da discussão: “O tema inicial, em que se
impõe naturalmente: em que consiste o desgaste da contra-revolução e o que
tal desgaste contém em seu bojo? Daí seria conveniente saltar para outro tema
conexo: em que medida as forças sociais da contra revolução podem
condicionar e estão condicionando a reciclagem do processo político? Por fim
[...] temos de iniciar uma indagação, que leva a uma contradição: como
anular o ímpeto dessas forças e criar espaço político para as forças que lhes
são antagônicas, as quais buscam retomar e aprofundar as vias da revolução
democrática?”.
Pg. 120 Em terceiro lugar, Fernandes firma que, “em toda parte, onde se praticou a
dissociação dos dois tempos mencionados acima, a estabilidade política
importa manu militari não tinha por fim servir à Nação, ou, mesmo, servir
por igual a todos os setores das classes possuidoras. Ao revés, o que
equacionar, em todos os continentes da periferia do mundo capitalista, foi
como impelir a modernização acelerada, com sua típica ‘revolução por
incorporação’, de modo a resguardar: 1° o controle dessa periferia pelas
nações capitalistas hegemônicas e por sua superpotência; 2° a estabilidade
política exigida pelas multinacionais [...] 3° os setores hegemônicos das
classes possuidoras nestas nações, como e enquanto uma comunidade
‘nacional’ de negócios, como empresários associados.
Pg. 121 Fernandes afirma que o chamado “milagre econômico” nunca vem para ficar.
Pg. 122 A base econômica desse Estado autocrático-burguês é estreita, ficando restrita
a uma sociedade civil fechada na defesa de seus privilégios, e, por isso,
incapaz de atender os interesses da Nação. - DISSO NASCE AS
POSSIBILIDADES DE GOVERNOS COMO O GOVERNO BOLSONARO
Pg. 123 “Em outras palavras, esse Estado, independentemente de ‘pressões de baixo
para cima’ [...] perde a probabilidade de fazer o enlace dinâmico entre a
órbita da ação estatal, a sociedade civil e a sociedade política.”.
Pg. 124 Deles procede o desgaste da contra-revolução e do regime ditatorial: “os que
criaram o monstro agora pretendem devorá-lo. É dos interesses burgueses,
das cidadelas da dominação burguesa que partem os ataques iniciais à
‘contra-revolução redentora’. Isso deixa evidente, segundo Fernandes, que “o
calcanhar de aquiles do Estado autocrático-burguês está no próprio
capitalismo monopolista.”.- ESSE TEXTO ESTÁ MUITO LIGADO COM
AS ALIANÇAS DO PT
Pg. 128 Sobre o capitalismo monopolista, este é uma realidade histórica e uma
entidade passageira.
“Tudo isso indica o que se deve fazer. Devemos começar por uma operação
semântica (de essência puramente política): tirar o conceito de democracia do
limbo em que ele se acha e ao qual foi lançado pelas forças contra-
revolucionárias.”. O que Fernandes chama de “questão da democracia”.
Pg. 129 “Há que deixar claro por onde passa e aonde leva a contra-revolução, o que
ela significa e porque temos de lançá-la na lata de lixo da história. o mesmo
modo, há que deixar claro que é a onde leva a revolução democrática.”.
Pg. 130 Dentro deste esboço, em que o tático e o estratégico estão combinados: a
questão da democracia começa por ser um desafio à obediência civil
sistemática e generalizada.”.