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02) baseia-se na ideia de sitiar o aparelho do Estado com uma contra-hegemonia,
criada pela organização de massa da classe trabalhadora e pelo desenvolvimento das instituições
e da cultura da classe operária. Os burgueses tentariam manter sua consciência (hegemonia)
enquanto os proletários tentariam ascender a sua (contra-hegemonia); confronto da hegemonia
burguesa e proletária numa disputa pela posição de dominante.
03) a guerra de posição é a luta pela consciência da classe operária; consciência
como ingrediente chave no processo de transformação. O processo de consciência se dá em 3
níveis: a) identificação profissional – “membros de um grupo profissional estão conscientes de
sua unidade e homogeneidade e da necessidade de organizá-lo” (p.112) Classe em
si. b) solidariedade – todos de uma mesma classe social ajudam a defender os interesses
econômicos apenas inerentes a ela. “Neste nível de consciência, a classe operária exige
igualdade político-jurídica com os grupos dominantes” (p.112). c) transcendência – “o
indivíduo se torna consciente de que seus próprios interesses corporativos transcendem os
limites corporativos de uma classe econômica e se estendem a todos os grupos subordinados,
que compartilham a cultura da subordinação e podem unir-se para formar uma contra-
ideologia que os liberte da posição subordinada” (p.112).
04) tradução da tipologia do desenvolvimento ideológico em ação, isto é,
transformar ideia em ação. Dessa forma, Gramsci via o “partido político como instrumento de
elevação de consciência e de educação junto à classe trabalhadora e de desenvolvimento das
instituições de hegemonia proletária” (p.112). Mas, diferentemente de Lenin, Gramsci
acreditava na classe trabalhadora, acreditava que sim, ela era capaz de desenvolver seus
próprios intelectuais, funcionando o partido político como canalizador da atividade desses
intelectuais. Gramsci escreve que há 3 elementos essenciais de um partido político: a) a massa;
os homens que o compõe. b) a coesão; “a união faz a força”. E c) a articulação.
c) o papel dos intelectuais – intelectual pode ser qualquer pessoa possuidora de uma
capacidade técnica especifica. Portanto, como dito acima, “ele [Gramsci] acreditava nas
qualidades intelectuais das massas e em sua capacidade para criar, elas mesmas, a hegemonia
de sua classe, ao invés de verem isso feito em nome delas por um partido de vanguarda, de elite
ou por uma elite burocrática responsável pelas teorias e táticas revolucionárias” (p.117).
Dessa forma, eles tinham um importante papel para o processo de transformação, já que “tais
intelectuais orgânicos, oriundos da classe trabalhadora, mantendo seus laços com ela através
da criação de transformações políticas por meio e um partido revolucionário, forneciam a base
para a estratégia política de Gramsci – o estabelecimento da superioridade moral e cultural do
proletariado, independentemente de seu poder político direto” (p.117).