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Campus de Três Lagoas

Curso: Direito/Integral - Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado – Docente:


Prof.º Joao Francisco de Azevedo Barretto – Discentes: Fernando José Minotti Silva; Gabryella
Soares Junqueira Leal; Júllia de Almeida Gianini; Lethicia Lopes dos Santos e Luiz Fernando
Botelho Margarejo.

CARNOY, Martin. Estado e Teoria Política In:___. Gramsci e o Estado. (equipe de trad.
PUCCAMP) 2ª ed. Campinas: Papirus, 1988, p. 89-117.

Antonio Gramsci foi um filósofo marxista, político, jornalista e uma figura central do
partido socialista e comunista italiano. Foi oposição do fascismo e preso durante 20 anos até
seu falecimento. Gramsci veio de uma família humilde e com isso teve acesso à obras de autores
como Karl Marx.
Uma das obras mais importantes feitas por Gramsci foi sobre a hegemonia social que
foi o predomínio ideológico das classes dominantes sobre a classe subalterna na sociedade civil,
onde fundamentava-se no conceito de domínio burguês. Seu pensamento baseado na filosofia
marxista diferenciava-se no de Karl Marx no sentido de que o filósofo alemão enfatizava a luta
de classes através de revoluções em que a classe operária toma os meios de produção e o
governo de modo mais rigorosa e severa com lutas. Já no pensamento de Gramsci, ele evidencia
que a conquista dos meios de produção da classe dominante pela classe dominada se dá de
modo não violento, desenvolvendo-se de maneira em que as pessoas de classes subalternas vão
adquirir consciência através do consentimento do pensamento.
Gramsci distanciou-se do institucionalismo e o determinismo institucional de Weber,
visto que a hegemonia é baseada na luta de classes, dado que as instituições são dominadas
pelas classes que detém o poder. Ele pensava que instituições como partidos políticos, mídia,
religião e sindicato deveriam ter o predomínio e consciência das classes subalternas, pois essas
mesmas instituições são utilizadas como forma de controle social. A burguesia utiliza métodos
ideológicos na cultura e através das tradições, sejam elas religiosas, familiares, trabalhistas e
sociais desde o nascimento para que permaneçam como uma classe explorada e que não
consigam obter o poder sem perceberem. Dessa forma, poucos (burguesia) se mantêm no
controle de muitos (proletariados).
Para Antonio Gramsci, a sociedade civil utiliza o conceito do predomínio de valores e
normas das classes dominantes. O estado é o mediador da hegemonia, mantendo as relações de
produção na perpetuação das classes, sendo importante para a compreensão da sociedade
capitalista. O governo é um conjunto das atividades práticas e teóricas que os controladores do
poder justificam e condicionam à dominação, como também procuram adquirir o
consentimento da classe dominada. O estado e a hegemonia social são inseparáveis, visto que
se utilizam elementos ideológicos a fim de obter-se um controle na sociedade civil através
desses costumes e práticas. A sociedade política é a sede das instituições e com isso detém o
comando da constituição, onde consequentemente governa a sociedade civil através de normas
e leis. Ambas as sociedades possuem uma interrelação de modo que a sociedade civil é
organizada pela sociedade política.
Dentro dos ideais práticos de Gramsci é a lucidez que protagoniza o embate das classes
dominadas superarem a hegemonia da classe dominante, logo, são destacados focos que afetam
diretamente essa transformação. Dentro dos preceitos do filósofo, ao longo do tempo, existem
quebras marcantes entre as classes sociais e seus líderes partidários, o que caracteriza um
momento vulnerável para processos intensos e persuasivos que visam manter -a qualquer custo-
a potência coercitiva da classe dominante. Tendo em vista que se trata de um meio pouco
fundamentado, entende que há de surgir maiores complicações dentro desse, como o caso de
uma crise econômica, que as vistas de Antonio, sugere condições para uma crise de hegemonia.
Sob uma ótica capitalista, o mesmo afirma que o aumento do empobrecimento, gera maior
consciência, isto posto, torna-se mais difícil manter a hegemonia burguesa.
Alicerçado nesse contexto, evidencia-se a necessidade de existir liderança dentro de
um grupo social antes de sequer almejar um poder maior, uma vez que, o principal objetivo não
é fomentar ataque, mas fortalecer a construção de práticas movimentadas por preceitos da classe
proletária, que possam colidir diretamente com os ideais da burguesia, e consequentemente
construir um novo corpo social. Com a presença de um nível de consciência nessa nova
ruptura, a classe operária passará a exigir participação, direito, igualdade e contará
principalmente com os intelectuais orgânicos, que haverão de agir em prol da própria classe,
sem entrega maior a classe dominante, que buscam a esses nas classes subordinadas, para maior
homogeneidade ao grupo.
De modo geral, compreende-se que para uma reestruturação, a classe subjugada deve
motivar notoriedade a instituições educativas e as pessoas influentes- como os intelectuais
orgânicos- que aspirem em conjunto promover personalidades autônomas e críticas dentro da
própria classe, com o intuito de existir consciência no individual, para a busca e aceitação
somente daquilo que é adequada e justo caber no coletivo.

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