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A formiga

Firofina

Autora: Ruthneia
Vieira Lima
Firofina morava na raiz de
uma grande e velha
árvore.
Firofina subia no caule da
velha árvore e lá do alto ficava
olhando a fila de formigas que se
perdia entre as folhagens da
floresta.
No tronco da velha
árvore, além de Firofina,
moravam todas as suas
irmãs formiguinhas. A
família inteira vivia lá,
há muitos e muitos anos.
Um certo dia, todas as formiguinhas saíram para catar
folhas na floresta, era um dia ensolarado de verão e
elas queriam se preparar para o inverno guardando
muitas folhas, muitas folhas.
As formiguinhas fizeram uma grande fila e foram
felizes pela floresta afora em busca das folhas mais
verdinhas. Firofina era a última formiguinha da fila.
Caminharam, caminharam e caminharam sob um sol
muito forte. De repente, Firofina parou de caminhar,
colocou as duas mãozinhas na cabeça, sentindo fortes
dores. Suas irmãs não perceberam nada.
A fila de formiguinhas continuou a marcha, mas Firofina não
conseguia dar nenhum passo, com as mãos sacudia a cabeça de
um lado para o outro. Sacudia, sacudia, pois achava que
sacudindo a cabeça a dor que ela estava sentindo iria cair. Assim
sacudia, sacudia, mas a dor não caia.
A cabeça de Firofina doeu tanto que a
formiguinha desmaiou. Somente conseguiu abrir
os olhos horas depois, quando não tinha mais o
clarão do sol e já era noite escura.

A formiguinha ficou
muito assustada, ficou
desesperada, pois, tinha
muito medo do escuro da
noite.
Depois de muito choro, olhou e viu uma árvore bem grandona,
parecia um velho carvalho com suas raízes bem enrugadas. Correu
para lá e foi se metendo nos primeiros buraquinhos da raiz e para a
sua alegria, dentro deles estava cheinho de outras tantas
formiguinhas e isso foi acalmando-a, acalmando-a e pouco a
pouco, conseguiu contar para as suas irmãzinhas, o que tinha
acontecido com ela.
Firofina estava tão aliviada que
conseguiu transformar a triste
experiência em uma bonita
cantiga, que acabou
animando todo o formigueiro
durante toda a noite:
Formiguinha Firofina adoeceu
De uma dor de cabeça
Que lhe deu
Mexeu, mexeu
Mexeu a cabecinha
Mas não teve jeito,
adormeceu
Mas, não teve jeito
adormeceu
Formiguinha Firofina acordou
E no meio da noite ela chorou
Chorou, chorou,
Chorou a formiguinha
Pôs a mão na cabeça
E chorou
Pôs a mão na cabeça e chorou
Chorou, chorou, chorou
Formiguinha Firofina encontrou
Um formigueiro de irmãs que a salvou
Arrocha, arrocha, arrocha Firofina
Põe a mão na cintura e dance assim
Assim, assim...
E foi assim que, a formiguinha Firofina passou
a ser a cantora das florestas, durante o dia
trabalhava muito e toda a noite ela ia feliz para
encontrar-se com suas novas irmãs no tronco do
velho carvalho. A noite toda era muita cantiga e
muita conversa.

(Ruthneia Viera Lima)

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