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e Integral III
Material Teórico
Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Integrais Múltiplas: Integral Dupla
• Contextualização;
• Introdução;
• Integral Dupla;
• Método Prático de Calcular
Integrais Duplas: Teorema de Fubini;
• Cálculo de Integrais Duplas
em Regiões Mais Gerais;
• Invertendo a Ordem de Integração;
• Área de uma Superfície;
• Simetria em Integrais Duplas;
• Mudança de Variáveis em Integrais Duplas;
• Mudança de Variáveis na Forma Polar.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Introduzir o conceito de integral dupla de funções de duas variáveis;
· Apresentar o teorema de Fubini para o cálculo de integrais duplas
como integrais iteradas;
· Apresentar o teorema de mudança de variáveis e cálculo do deter-
minante jacobiano;
· Trabalhar a mudança de variáveis em coordenadas polares;
· Apresentar a diversidade de exemplos e aplicações de integrais duplas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Contextualização
Contexto histórico
Já vimos que o desenvolvimento histórico do cálculo seguiu a ordem contrária
à dos textos e cursos básicos atuais sobre o assunto: primeiro, surgiu o cálculo
integral e só muito tempo depois, o cálculo diferencial. A ideia de integração teve
origem em processos somatórios ligados ao cálculo de certas áreas (notadamente
de quadraturas), volumes e comprimentos. A diferenciação, criada bem mais tarde,
resultou de problemas sobre tangentes às curvas e de questões sobre máximos e
mínimos. Mais tarde ainda, verificou-se que, salvo algumas restrições, a integração
e a diferenciação estão relacionadas entre si, sendo que cada uma delas é uma es-
pécie de operação “inversa” da outra.
Medvedev (1974, apud SCHUBRING, 2005) mostrou, porém, que o cálculo in-
tegral, nas primeiras obras de Newton, ainda não foi baseado em cálculo diferencial.
8
Em vez disso, ele foi obtido a partir do método de cálculo de áreas por meio de
desenvolvimento de funções em séries infinitas.
9
9
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Importante destacar que Dirksen foi um dos leitores mais diligentes e defensores
das inovações de Cauchy em conceitos básicos.
Uma objeção frequente é de que Cauchy não pode ser acusado de um inadmis-
sível intercâmbio de passagens para o limite, porque ele já havia salientado, em
seu famoso livro de memórias sobre integrais definidas, de 1814, que resultados
diferem quando a sequência é alterada. Além disso, essa objeção é pouco sólida
por duas razões:
1. No período inicial de sua obra, Cauchy ainda não via a integral definida
como um conceito básico independente. Em particular, ele ainda não
tinha definido isso como um limite de um número infinito de somas.
Assim, o livro de memórias não estuda a intermutabilidade de passagens
para o limite, mas a aplicação de intercâmbio entre duas variáveis x e z
em integrais duplas.
2. Cauchy examinou esses intercâmbios em pontos onde a primeira integra-
ção leva a um resultado indeterminado como 0/0. Portanto, para Cauchy
e os dois colaboradores acadêmicos Lacroix e Legendre, era evidente que
os resultados são iguais para ambas as ordens de integração, e que é preci-
samente essa igualdade que faz com que seja possível determinar a integral
dupla, apesar da indeterminação em uma das ordens de integração.
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classe de funções integráveis foi introduzida em seu lugar. A definição da integral
definida seguiu a definição de integral por somas dadas por Riemann.
Dois anos mais tarde, retornou a Göttingen, onde obteve o grau de doutor, em
1851. Durante os oito anos seguintes, suportou uma pobreza debilitante e criou
suas maiores obras. Em 1854, foi nomeado “Privatdozent” (conferencista não-re-
munerado), que naquele tempo era o primeiro degrau necessário para a escalada
acadêmica.
Gauss morreu em 1855 e Dirichlet foi chamado a Göttingen como seu sucessor.
Dirichlet ajudou Riemann como pôde, primeiro com um pequeno salário e depois
com uma promoção a professor assistente. Em 1859, ele também morreu e Rie-
mann foi nomeado professor titular para substitui-lo.
Assim, os anos de pobreza de Riemann acabaram, mas sua saúde estava abala-
da. Aos trinta e nove anos morreu de tuberculose na Itália, na última das várias via-
gens que fez para fugir do clima frio e úmido do Norte da Alemanha. Ele teve uma
vida curta e publicou relativamente pouco, mas seus trabalhos alteraram, perma-
nentemente, o curso da Matemática na Análise, Geometria e Teoria dos Números.
Dos nove artigos publicados por Riemann, somente cinco tratam de Matemática
Pura. Seu primeiro artigo publicado foi sua celebrada dissertação de 1851 sobre
a teoria geral das funções de uma variável complexa. Aqui o objetivo fundamental
de Riemann era livrar o conceito de função analítica de qualquer dependência de
expressões explícitas, tais como séries de potências e concentrar-se apenas em
conceitos gerais e ideias geométricas.
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11
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Além disso, baseou sua teoria no que, hoje, são chamadas equações de Cauchy-
-Riemann, criou o engenhoso artifício das superfícies de Riemann para esclarecer
as funções a múltiplos valores e foi conduzido ao teorema da aplicação de Riemann.
Vale destacar que Gauss, raramente, era entusiasta das realizações matemáticas de
seus contemporâneos, mas ele elogiou, calorosamente, o trabalho de Riemann em
sua recomendação oficial à faculdade.
Em 1854, quando lhe foi requerido submeter um ensaio para ser admitido como
“Privatdozent”, sua resposta foi outro trabalho significativo, cuja influência está
gravada indelevelmente na Matemática de nosso tempo. O problema que ele se
propôs era analisar as condições de Dirichlet (1829) para representar uma função
por sua série de Fourier. Uma das condições que a função deveria ter era ser inte-
grável. Mas o que isso significa?
Cálculo da massa
Suponha que uma lâmina fina tem a forma de uma região elementar D e que a
massa esteja distribuída uniformemente sobre D com densidade conhecida, isto é,
existe uma função z = f(x, y) > 0 definida em D que representa massa por unidade
de área em cada ponto (x, y) ∈ D. Se a lâmina é feita de material homogêneo,
a densidade é constante. Nesse caso, a massa total da lâmina é o produto da
densidade pela área da lâmina. Quando a densidade varia de ponto a ponto em D
e f é uma função integrável sobre D, a massa total é dada por:
12
M ( D) = ∫∫ f ( x, y ) dxdy
D
Momento de massa
O momento de massa de uma partícula, em torno de um eixo, é o produto de
sua massa pela distância (na perpendicular) ao eixo. Então, o momento de massa
da lâmina D em relação aos eixos coordenados X e Y são, respectivamente,:
Mx = ∫∫ yf ( x, y ) dxdy e My = ∫∫ xf ( x, y ) dxdy
D D
Centro de massa
O centro de massa da lâmina D é definido por x, y , onde: ( )
My Mx
x= e y=
M ( D) M ( D)
( )
Fisicamente, x, y é o ponto em que a massa total da lâmina poderia estar
concentrada sem alterar seu momento em relação a qualquer dos eixos. Se f(x,y) =
( )
k, k > 0 em todo D, x, y é chamado de centroide de D. Nesse caso, o centro de
massa é o centro geométrico da região D.
Momento de inércia
Sejam L uma reta no plano, D uma lâmina como antes definida e δ (x,y) = δ
((x,y), L), a distância no plano do ponto (x,y) ∈ D à reta L.
IL = ∫∫ δ ( x, y ) f ( x, y ) dxdy
2
Em particular, se L é o eixo X:
Ix = ∫∫ y f ( x, y ) dxdy
2
E se L é o eixo Y:
Iy = ∫∫ x f ( x, y ) dxdy
2
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
I0 = I x + I y = ∫∫ ( x + y2 ) f ( x, y ) dxdy
2
Concluindo
Algumas das técnicas de integração de uma variável referem-se a cálculos de
áreas de superfícies planas, de volumes dos sólidos de revolução, de volumes por
anéis cilíndricos e de volumes por seções transversais. Já o ensino de integrais múl-
tiplas é introduzido como prolongamento dessas ideias, devido ao lugar importante
atribuído à noção de somas de Riemann na organização matemática das integrais.
Além disso, é notável que a vida das integrais múltiplas é reforçada pelo estudo
das integrais duplas, área de regiões planas e volume de sólidos, integrais duplas
em coordenadas polares, área de superfícies tridimensionais, integrais triplas, mo-
mento de inércia e centro de massa, coordenadas cilíndricas e esféricas, mudança
de variáveis e cálculo vetorial. O estudo desse último, por sua vez, é suborganizado
por campos vetoriais, integrais curvilíneas, independência de caminhos, teorema
de Green, teorema de Gauss e teorema de Stokes, fazendo parte dos conteúdos
do ensino das integrais múltiplas.
Assim, afirmamos que o primeiro nicho das integrais múltiplas é o nicho da aná-
lise matemática que podemos caracterizar como nicho estrutural, no sentido em
que as integrais múltiplas vêm completar um programa de estudo, reforçando uma
coerência, seguindo um esquema de dois segmentos (estudo de funções de uma
variável real e de funções de várias variáveis reais) e três tempos (definição/limite
de funções, cálculo diferencial e cálculo integral). Além disso, as integrais múltiplas
servem ao cálculo de áreas de superfícies e de volumes de sólidos.
14
Nesse contexto, alimentam-se via gráficos, das técnicas de representação gráfi-
ca, assim como do raciocínio geométrico, ocupando, assim, um nicho geométrico
que pode ser caracterizado como nicho interpretativo. As integrais múltiplas ser-
vem, também, para calcular massa, momentos de inércia e várias outras noções
procedentes da Física. Encontramos, assim, as aplicações ocupando um nicho físi-
co que caracterizamos como nicho aplicativo.
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Introdução
Os problemas de “medida”, relacionados aos conceitos de comprimento, área e
volume, remontam aos tempos dos egípcios, há mais de quatro mil anos – como já
relatamos. Com o conhecimento de integrais simples, obtemos áreas de regiões pla-
nas limitadas por gráficos de funções, volumes de sólidos, usando métodos de fatias
ou discos circulares, aplicações na Geometria, na Física, entre outras áreas. Nesta
Unidade, os conceitos de integral simples serão estendidos para integrais duplas.
Integral Dupla
b
Você deve se lembrar do cálculo de uma variável que a integral simples ∫ f ( x ) dx ,
a
f(x)
a b x
Figura 1
Tal conceito de integral simples pode ser estendido a uma função de duas variáveis
reais f : D ⊆ R 2 → R contínua na região D compacta – limitada e fechada. Como
D é limitado, existe, então, um retângulo R = [a, b] × [c, d] tal que D ⊂ R .
formar a soma:
16
Figura 2
n n n
Sn = ∑ ∑ f ( xi• , y•j )∆x∆y = ∑ f (x ,y )∆ •
i
•
j A
j =1 i =1 i, j =1
Onde f ( xi , yj ) = 0 , se ( xi , yj ) ∉ D .
• • • •
Assim:
V (W ) = ∫∫ f ( x, y ) dxdy
D
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Gf : z = f(x,y) (''teto'')
(''piso'')
x
Figura 3
Propriedades:
•
∫∫ ( f + g ) dA = ∫∫
D D
fdA + ∫∫ gdA ;
D
•
∫∫ kfdA = k ∫∫ fdA ;
D D
D
D
Figura 4
Exemplo 1:
Ilustraremos como calcular, pela definição, a integral dupla da função f(x, y) = xy2
sobre o retângulo D = {( x, y ) ∈ R 2 : 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ 1} .
18
Resolução:
n
n ( n + 1)
Já sabemos que 1 + 2 + 3 + + = ∑ k = e por indução finita, podemos
2
n ( n + 1) ( 2n + 1)
1
n
mostrar que ∑ k =
2
.
1 6
Consideremos a partição do retângulo D determinada pelos pontos:
n n n
n 2
Sn = ∑ ∑ f ( xi , yi ) ∆x∆y = ∑ ∑ i ( ∆x ) j 2 ( ∆y )
3
j =0 i =0 j =0 i =0
n
1 n n
1 n ( n + 1) 2 n+1 n 2
= ∑ 2 ∑ i j 2 ( ∆y ) = ∑ 2 ( ) ∑ j ( ∆y )
3 3 3
j ∆y =
j =0 n i =0 j =0 n 2 2n j =0
n + 1 n 1 2 n + 1 1 n 2 n + 1 1 n ( n + 1) ( 2n + 1) ( n + 1) ( 2n + 1)
2
= ∑ j = 2n n3 ∑
2n j =0 n3
j = 3
2n n 6
=
12n 3
.
j =0
( n + 1) (2n + 1) = 1 .
2
Então:
f ( x, y ) dxdy =
d
b f ( x, y ) dx dy = b
d f ( x, y ) dy dx.
∫∫D ∫ c ∫a ∫
a ∫c
As integrais:
c a a c
19
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
São as integrais iteradas de f(x,y) sobre o retângulo D e nas quais está especificada
a ordem de integração. Como o resultado independe da ordem de integração, esta
é determinada pela maior conveniência ou facilidade no cálculo da integral simples.
( ) ( ) b g ( x ) dx d h ( y ) dy .
∫∫[a,b]×[c,d] g x h y dxdy =
∫a ∫c
Exemplo 2:
1
x 2 1 1 1 y 3 1
1
∫∫D xy dA =∫0 ∫0 xy dx dy = ∫0 y ∫0 xdx dy = ∫0 y 2 dy = 2 ∫0 y dy 2 2 = 23.1 = 6
1 1 1 1 1 1
2 2 2 2 2
0 0
y = g2 (x)
y
D (x,y)
y = g1 (x)
a x b x
Figura 5
20
Então, D = {(x,y) ∈ 2 : a < x < b e g1(x) < y < g2(x)} . Prova-se que:
g2 ( x )
b
f ( x, y ) dy dx
∫∫ f ( x, y ) dxdy = ∫ ∫
D a g1 ( x )
Definição 2:
Dizemos que D é uma região do tipo II, ou região simples horizontal Ry, se D
for limitada inferiormente e superiormente pelas retas horizontais y = c e y = d,
respectivamente, à esquerda pela curva x = h1(y) e x = h2(y), sendo h1 e h2 contí-
nuas – como, por exemplo, a região da Figura a seguir:
d
x = h1 (y) D x = h2 (y)
c
x
Figura 6
Então, D = {(x,y) ∈ 2 : c < y < d e h1(y) < x < h2(y)}. Prova-se que:
h2 ( x )
b
f ( x, y ) dx dy
∫∫ f ( x, y ) dxdy = ∫ ∫
D a h1 ( x )
O teorema leva o nome do matemático italiano Guido Fubini (1879-1943), quem demonstrou
a versão mais geral em 1907. Mas a versão para as funções contínuas era conhecida, pelo
menos, um século antes pelo matemático francês Augustin-Louis Cauchy.
Exemplo 3:
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
3
Figura 7
Resolução:
x = 0
As equações dos planos coordenados são: y = 0 .
z = 0
E a região D no plano XY fica determinada por x = 0, x = 3, y = 0 e y = 3 – x.
3
Figura 8
Portanto,
x =3
y =3 − x
V = ∫∫ ( 3 − x − y ) dxdy ou ∫∫ ( 3 − x − y ) dydx = ∫ ∫ ( 3 − x − y ) dy dx =
D D x =0
y =0
3 y2
y =3 − x
3
9 x2 9 x 3 x2 x3 x =3 27 27 27 27
7 9
= ∫ 3y − xy − dx = ∫x=0 2 − 3x + 2 dx = 2 − 2 + 6 = 2 − 2 + 6 = 6 = 2 u.v.
x =0
2 y =0
x =0
Exemplo 4:
22
Resolução:
z = 4 – x2
4
6
R
Figura 9
x3
2
8 16 6 16 6 16
6
2 ( 4 − x2 ) dx dy = 6 6
y] = ( 6 ) = 32u.v.
V= ∫∫
D
zdA = ∫
0 ∫0 ∫
0
4 x − dy =
3 0 ∫ 0 8 − dy =
3 3 ∫0
dy =
3 0 3
Exemplo 5:
y
y = x1/2 y = x3
1 y = x = x1/2
y = x3
D
1 x
Figura 10
23
23
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
1
Então, D = ( x, y ) ∈ 2 : 0 ≤ x ≤ 1 e x3 ≤ y ≤ x 2 e:
x2 2 3 x 4 1 2 1
1
x2
1
1 1 1 12 3 5
A ( D ) = ∫∫ dA = ∫ ∫ 3 dy dx =
D 0 x ∫0 y]x3 dx = ∫0 x − x dx = 3 x 2 − 4 = 3 − 4 = 12 u.a.
0
Definição 3:
Suponhamos que D seja uma região limitada com a seguinte propriedade: qual-
quer reta vertical (paralela ao eixo Y) ou horizontal (paralela ao eixo X) intercepta D
em, no máximo, dois pontos. Tal região pode ser decomposta em regiões simples
do tipo vertical (tipo I) ou tipo horizontal (tipo II) e a integral dupla sobre D é cal-
culada usando a propriedade aditiva da integral. Confira, na seguinte Figura, uma
decomposição de D nas regiões D1 e D2 e a integral sobre D dada por:
∫∫ f ( x, y ) dA = ∫∫ f ( x, y ) dA + ∫∫ f ( x, y ) dA
D D1 D2
Figura 11
Vale ressaltar que, ao inverter a ordem de integração, a região D não sofre alte-
ração, apenas o cálculo da integral iterada se processa na ordem inversa e os limi-
tes da integração podem requerer a conveniente adequação para esse cálculo. Na
Figura a seguir exibimos a região D = D1 ∪ D2 sobre a qual expressamos a integral
dupla como integral iterada nas duas ordens de integração possíveis: dxdy e dydx:
24
Figura 12
c≤y≤d
Na Figura 12a, a região D e a integral dupla sobre D são
h1 ( y ) ≤ x ≤ h2 ( y )
calculadas pela integral iterada:
f ( x, y ) dA =
d
h2 ( y ) f ( x, y ) dx dy
∫∫ D ∫c ∫h1 ( y ) (a)
Por outro lado, na Figura 12b, a região D deve ser discriminada em termos
separados de D1 e D2, assim:
a ≤ x ≤ e e ≤ x ≤ b
D1 = e D2 .
c ≤ y ≤ g2 ( x ) c ≤ y ≤ g1 ( x )
g2 ( x ) g1 ( x )
e
f ( x, y ) dy dx + ∫ ∫
b
f ( x, y ) dy dx
∫∫ f ( x, y ) dA = ∫ ∫
D a c e
c (b)
Exemplo 6:
25
25
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
y
2 x+y=2
D
1
y-x=0
x
Figura 13
Resolução:
0≤ x ≤1
D=
x ≤ y ≤ 2 − x
1
2− x 1 y 2 y =2 − x 1
1
x ( 2 − x ) − x2 dx
2
∫∫D xydA = ∫0 ∫x xydy
dx = ∫
0
x
2 y = x
dx =
20∫
1 2 4 3 1
1 1 1
1 1 4 1
= ∫ x ( 4 − 4 x ) dx = ∫ ( 4 x − 4 x ) dx = 2 x − x = 2 − = .
2
20 20 2 3 0 2 3 3
0 ≤ y ≤ 1 1 ≤ y ≤ 2
D1 = e D2 =
0 ≤ x ≤ y 0 ≤ x ≤ 2 − y
26
Neste caso, a integral dupla fica como:
∫∫D
xydA = ∫∫
D1
xydA + ∫∫ xydA
D2
x2 x = y 2 x
2 x =2 − y
= ∫ ∫ xydx dy + ∫ ∫ xydx dy =
1y 2 2− y 1
0
0 1 0 ∫0 2 dy + ∫1 y 2 dy
x =0 x =0
1 y2 1 2
y =1
1 1 3 1 2
= ∫ y dy + ∫ y ( 2 − y ) dy = + ∫ ( 4y − 4y2 + y3 ) dy
2
2 0 2 1 2 4 y =0 2 1
1 1 2 4 3 y 4 1 1
y =2
32 4 1
= + 2y − y + = + 8 − + 4 − 2 − +
8 2 3 4 y =1 8 2 3 3 4
1 1 4 11 1 1 5 8 1
= + − = + = =
8 2 3 12 8 2 12 24 3
Como podemos ver, o resultado é o mesmo, embora, neste caso, a situação (1)
se torna mais simples para efetuar a integração dupla, uma vez que o integrando
tem primitiva elementar.
Resolução:
de cálculo integral, ou seja, a função g(y) = e − y2 não tem primitiva elementar. Logo,
devemos escolher a ordem de integração iterada de forma a integrar primeiro em
relação à x, assim, podemos escrever a região D como horizontal simples:
0 ≤ y ≤ 4
D= y
0 ≤ x ≤ 4
− y2 4
y
4 4 2 x=
y
1 4
∫∫D
− y2
∫0 ∫0 dx dy = ∫ e − y x ]x =04 dy = ∫ ye − y dy
2
e dxdy = e
0
4 0
du
Com a substituição u = −y2 ⇒ du = −2ydy ⇒ ydy = − , logo:
u
1 4 − y2 1 −16 1 = 1 1 − e −16
ye dy = − ∫ eu du = − eu
u=−16
4 ∫0 8 0 8 u = 0 8
1
∫∫
2
Exemplo 8:
x− y
1 1
Resolução:
1
x− y
1
2x − ( x + y ) 1
2x
1
1
∫ ( x + y)
0
3
dy = ∫
0 ( x + y)
3
dy = ∫
0 ( x + y)
3
dy − ∫
0 ( x + y)
2
dy
1 y =1
y =1
x
1 1
= −2 x ∫ ( x + y ) dy − ∫ ( x + y ) dy − +
−3 −2
( x + y )2 x + y y =0
0 0
y =0
x 1 1 1 1
= − + + − =
(1 + x ) x 1 + x x (1 + x )2
2
1 1 x − y 1
1 1 x =1 1 1
Logo: ∫0 ∫0 ( x + y )3 ∫0 (1 + x )2
dy dx = dx = −
1 + x = − 2 + 1 = 2
x =0
1 1 y − x 1
∫0 ∫0 ( x + y ) dy = 2
3
dx
1 1 x − y 1 1
y−x 1
∫0 ∫0 ( x + y )3
dx dy = − ∫0 ∫0 ( x + y )3 dy = − 2
Por que, neste caso, a inversão na ordem de integração dá resultados diferentes? Em outras
Explor
28
Então, o que dizer da integral dupla neste caso? Se a integral dupla
existisse, as integrais iteradas seriam iguais. Como isso não ocorreu, a função em
questão não é integrável em D.
Atenção! Importante!
Uma coisa é poder calcular cada integral iterada – que em determinados casos existem –;
outra coisa é a integral dupla – que neste caso não existe.
Exemplo 9:
Figura 14
Resolução:
29
29
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
D = {( x, y ) ∈ 2 : −2 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ 4 − x 2 }
k 2 2 4− x2 k 2
y dx = ∫ (16 − 8 x 2 + x 4 ) dx
4− x2
M ( D ) = ∫∫ kydA = ∫
2
D −2 0 ∫ kydydx = ∫
2 −2 −2
2 −2
k 8 3 x 5 k
2
64 32 64 32 k 512 256k
= 16 x − x + = 32 − + − −32 + − = = M ( D) =
2 3 5 −2 2 3 5 3 5 2 15 15
Agora, encontraremos o momento de massa da lâmina em relação ao eixo X:
k 2 3 4− x2 k 2
( ) dx
4− x2
Mx = ∫ y ( ky ) dydx =
2
∫ 3 ∫−2 0 3 ∫−2
2 3
y dx = 4 − x
−2 0
k 12 x5 x 7 4096k
2
k 2
= ∫ ( 64 − 48 x + 12 x − x ) dx = 64 x − 16 x +
2 4 6 3
− =
3 −2 3 5 7 −2 105
4096k
Mx 105 = 16 .
Assim,=y =
M 256k 7
15
16
E o centro de massa dessa lâmina é 0, .
7
Exemplo 10:
Figura 15
30
Segue um esboço da região D. Como o plano x + 2y + z =2 intercepta o plano
XY (cuja equação é z = 0) na reta x + 2y = 2, vemos que T está acima da região
triangular D, no plano XY, limitada pelas retas x = 2y, x + 2y =2 e x = 0
Figura 16
x
1 1− y =1−
x
V = ∫∫ ( 2 − x − 2 y ) dA = ∫ ∫x ( 2 − x − 2 y ) dydx = ∫ 2 y − xy − y x dx
1
2 2 2
D y=
2
0 0
2
1 x x x2 x2
2
= ∫ 2 − x − x 1 − − 1 − − x + + dx = ∫ ( x 2 − 2 x + 1) dx
1
0
2 2 2 4 0
x3 1
1
1
= − x + x = − 1 + 1 = u.v.
2
2 0 3 3
s = ∫∫ dS = ∫∫ 1 + f x ( x, y ) + f y ( x, y ) dA
2 2
R R
31
31
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Exemplo 11:
Figura 17
Resolução:
S = ∫∫ 1 + f x ( x, y ) + f y ( x, y ) dA = ∫∫ 1 + ( −1) + ( −1) dA = ∫∫ 3 dA = 3 ∫∫ dA
2 2 2 2
R R R R
32
Figura 18
Então, temos:
Figura 19
33
33
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
∂ ( x, y )
∫∫ f ( x, y ) dxdy = ∫∫ f ( x ( u, v ) , y ( u, v ) ) dudv
D D’ ∂ ( u, v )
∂ ( x, y )
Onde é o valor absoluto do determinante jacobiano – ou seja, deter-
∂ ( u, v )
minante da matriz jacobiana – de x e y em relação a u e v, dado por:
∂x ∂x
∂ ( x, y ) ∂u ∂v
=
∂ ( u, v ) ∂y ∂y
∂u ∂v
A fórmula é válida se:
I f é contínua;
II As regiões D e D’ são formadas por um número finito de sub-regiões do
tipo Dx ou Dy;
∂ ( x, y )
III O jacobiano ≠ 0 em D’ ou se anula em um número finito de
pontos de D’. ∂ ( u, v )
A transformação que leva pontos (r,q) do plano em coordenadas polares Rq a
pontos (x,y) do plano cartesiano XY é dada por:
Figura 20
34
3π
S = 3. A ( R ) = u.a.
4
β g2 (θ )
∫∫ f ( x, y ) dA = ∫ ∫
R α g1 (θ )
f ( rcosθ , rsenθ ) rdrdθ
Exemplo 12:
Figura 21
Resolução:
−x −y
fx ( x, y ) = fy ( x, y ) =
25 − x − y
2 2
e 25 − x2 − y2
35
35
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
2
dS = 1 + fx ( x, y ) + fy ( x, y ) dA
2
2 2
−x −y 5
= 1+ + dA = dA
25 − x2 − y2 25 − x2 − y2 25 − x2 − y2
5
Portanto, a área da superfície S é: S =
25 − x2 − y2
∫∫
dA .
R
Então, como a região R está limitada por 0 < r < 3 e 0 < q < 2p, obtemos:
2π 3 5 2π r =3
2π 2π
S= ∫ ∫ rdrdθ = 5 ∫ − 25 − r 2 dθ = 5 ∫ ( −4 + 5 ) dθ = 5 ∫ dθ = 5 ( 2π ) = 10π u.a.
0 0
25 − r 2 0
r =0 0 0
Importante! Importante!
Coordenadas polares:
P (x,y)
r
y
O x x
Figura 22
Relações:
r 2 = x2 + y2
x = rcosθ
⇔ y
y = rsenθ θ = arctg x
(cont.)
36
(cont.)
P(r, θ, z)
x
θ r
y
y
x
Figura 23
Exemplo 13:
Calcular ∫∫ R
( e ) dxdy , sendo R a região semicircular dada por: x
x2 + y2 2
+ y2 < 1
e y > 0.
Resolução:
0 ≤ r ≤ 1
Mudaremos para coordenadas polares, então, a região R =
0 ≤ θ ≤ π
e du = eu = e − 1 .
1 1 1
∫ ∫
r2
Assim: e rdr = u
0 0 0
∫ ∫ er rdr dθ =
π 1 π π
∫ ( e − 1) dθ = ( e − 1)∫ dθ = ( e − 1) θ ]0 = ( e − 1) π .
2 π
Daí:
0 0 0 0
37
37
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Anexo 1
Vejamos também o procedimento para encontrar limites de integração de
integrais duplas em coordenadas cartesianas e com mudanças de variáveis, as
quais podem ajudar a compreender e elucidar resoluções do Material teórico desta
Unidade e preparar para a resolução das atividades propostas, as quais retiradas do
livro Cálculo, volume 2, de George Thomas Junior:
38
Figura 2 – Como integrar em coordenadas polares
Fonte: Thomas Junior, 2004
39
39
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
O polo é indicado pela letra O e o eixo polar pela letra L. Na ponta do segmento
verde, um ponto com coordenada radial 3 e coordenada angular de 60 graus
π . Na ponta do segmento azul, o ponto de coordenadas (4,210º).
rd
6
Exemplo 1:
π
Esboçar o gráfico das equações: (a) r = 1 (b) θ = .
4
No caso (a) temos uma equação em que r é constante (=1), mas q é qualquer –
pense qual seria o gráfico que mantém o raio constante e o ângulo dando todas as
voltas. Já no caso (b) ocorre o oposto, o ângulo q que é constante = π e o raio
4
é que pode variar de –∞ a ∞.
Figura 4
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
40
Em (a), para todos os valores de q, o ponto (1,q) está a uma unidade do
centro da figura e, como q é arbitrário, o gráfico é uma circunferência de raio
1 e centro (0,0).
π
Em (b), para todos os valores de r o ponto r, está sobre uma reta que faz
π 4
ângulo de com o eixo positivo do X. Já para r > 0 o ponto está sobre a reta no
4
primeiro quadrante e para r < 0, sobre a reta no terceiro quadrante.
Exemplo 2:
Observe que r cresce à medida que q cresce. Assim, o gráfico é uma curva que
se afasta em espiral do polo – centro do sistema polar. Plotando alguns pontos que
π
correspondam a valores de q que sejam múltiplos de , torna-se possível chegar
2
ao esboço do gráfico – lembrando que r tem os mesmos valores de q; mas como
ângulo, q é medido em radianos e r como número real. Segue o gráfico:
Figura 5
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
Exemplo 3:
41
41
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Tabela 1
Figura 6
Fonte: Anton, Bivens e Davis , 2007
2
1 1
x + y = y ⇔ x + y − =
2 2 2
2 4
1 1
Que é uma circunferência no plano cartesiano de centro 0, e raio .
2 2
Agora, você já pode imaginar o gráfico da equação r = cos(q), não é mesmo?
Exemplo 4:
42
Figura 7
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
Atenção! Importante!
Exemplo 5:
Observe que, neste caso, trocar q por |q não altera a equação. Então, o gráfico
é simétrico em relação ao eixo polar, portanto, basta fazer o gráfico na parte
superior e depois refleti-lo em relação ao eixo polar para obter a parte inferior.
43
43
UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Figura 8
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
Exemplo 6:
Figura 9
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
44
Figura 11 – Família de rosáceas
Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2007
45
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UNIDADE Integrais Múltiplas: Integral Dupla
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Introdução às Integrais Duplas
Me Salva! ITD01 – Introdução às integrais duplas, disponível no link abaixo.
https://youtu.be/mFsgx121c_Y
Integral Dupla – Exercício Fácil
Somatize: integral dupla – exercício fácil – professora Edna Mendes, disponível no link
abaixo.
https://youtu.be/Z9ORGP7YLLE
Professor Armando Peixoto: integrais duplas
disponível no link abaixo.
https://youtu.be/HCpMxxFmz08
Integrais Duplas – Invertendo os Limites de Integração – Aula 1
Omatematico.com – professor Grings – integrais duplas – invertendo os limites de
integração – aula 1, disponível no link abaixo
https://youtu.be/jopUbj3oxvU
Região Retangular e Teorema de Fubini
Responde Aí – integrais duplas – região retangular e teorema de Fubini, disponível no
link abaixo
https://youtu.be/-cYoktf9RNE
Aplicações da Integral Dupla – Cálculo III # 7
Fugindo da DP – aplicações da integral dupla – cálculo III # 7, disponível no link abaixo
https://youtu.be/3QbRmd7845w
Livros
Cálculo
Ademais, leia o capítulo 15 (p. 392-405) do livro Cálculo, volume 2, de George B.
Thomas Junior, publicado em São Paulo pela Editora Addison Wesley, em 2004.
46
Referências
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. v. 2. 8. ed. Porto Alegre, RS:
Bookman, 2007.
LEITHOLD, L. O cálculo com Geometria Analítica. 3. ed. São Paulo: Harbra, 1994.
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