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2
COMO TUDO COMEÇOU
Diretores
Fábio Kataoka
Nilson Festa
Administração Geral
Andreza de Oliveira Pereira
andreza@discoverypublicacoes.com.br
Produção Editorial
Robson Oliveira
Coodernação Editorial
Carlos Kataoka
Autora
Angela Jacobino
Direção de Arte
Marcelo Almeida
Atendimento ao Cliente
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(11) 2977-5878
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial deste trabalho, seja por meio
eletrônico ou impresso, inclusive fotocópias sem prévia autorização e consentimento da editora.
3
INTRODUÇÃO ........ 06
capítulo 1 .............. 12
BENEFÍCIOS
DO TREINAMENTO
FUNCIONAL
capítulo 2 .............. 20
DINÂMICO
E ADAPTÁVEL
capítulo 3 .............. 26
QUEM PODE
PRATICAR O
TREINAMENTO
FUNCIONAL?
capítulo 4 ...................................... 32
TREINAMENTO FUNCIONAL NA
TERCEIRA IDADE!
4
ÍNDICE
capítulo 5 ............................................... 38
TREINAMENTO FUNCIONAL
E O GASTO CALÓRICO!
capítulo 6 ................ 42
POSTURA
E O TREINAMENTO
FUNCIONAL!
capítulo 7 ................ 52
Raciocínio Lógico
EXERCÍCIOS PARA
FORTALECER O CORE
capítulo 8 ................ 66
TREINAMENTO
FUNCIONAL E OS
EQUIPAMENTOS
A prática do
Treinamento Funcional
está cada vez sendo mais
difundida, não só entre os
indivíduos que o buscam,
mas também entre
educadores físicos.”
5
INTRODUÇÃO
É
muito comum nos dias de hoje encontrarmos centros
especializados nesta modalidade ou instrutores que pre-
param os treinos funcionais para serem praticados em
praças, parques, praias, condomínios ou até mesmo nas próprias
moradias dos alunos. Com tamanha acessibilidade, muitas pesso-
as passaram a ter contato com uma atividade física que pode ser
executada fora das academias e que envolve aparatos comuns
ou, às vezes, apenas o próprio corpo do praticante. Enfim, trata-se
de uma possibilidade versátil de se movimentar, com o objetivo de
alcançar um bom condicionamento físico!
Essa forma de treinamento, embora relativamente nova, recu-
pera em grande medida métodos antiquíssimos de fazer exercícios;
não obstante, ela envolve conceitos, técnicas e sistemas que pre-
cisam ser discutidos e organizados de
forma coerente, de modo a apresentar
uma razão técnica para que ela seja
respeitada por todos os profissionais do
treinamento e atividades físicas. O Trei-
namento Funcional é uma atividade em
franco crescimento em todo o mundo,
que mostra-se extremamente eficiente
em todas as situações que envolvem
treinamento físico e performance huma-
na, seja de modo complementar, seja
como um fim em si próprio.
Um exemplo famoso da associação
do Treinamento Funcional com muscula-
ção foi quando o ator mundialmente co-
nhecido Sylvester Stallone decidiu voltar
a um dos papéis que consagraram sua
carreira ao filmar, já sexagenário, Ram-
bo (2008). Quando jovem, sob a tutela
7
INTRODUÇÃO
8
seguinte, o Treinamento Funcio-
nal, da forma como é conhecido
hoje, supre uma interessante
lacuna no mercado.
Segundo alguns estudos, o
Treinamento Funcional surgiu
há mais de 50 anos nos EUA e
Europa. De início, era uma moda-
lidade desportiva muito utilizada
por atletas e praticantes ocasio-
nais de esportes, especialmente
nas modalidades do atletismo. O
objetivo dos exercícios era com-
plementar o treinamento espe-
cífico de qualquer que fosse a
modalidade do praticante, forta-
lecendo a musculatura a fim de
evitar lesões, sempre visando um melhor desempenho.
Um dos precursores desta nova onda é o norte-americano Paul
Chek, uma lenda viva dentro do universo do Treinamento Funcional.
Chek, um especialista de renome internacional nas áreas da cinesio-
logia corretiva e exercícios de alta performance há mais de 30 anos,
identificou a necessidade de tratar o corpo como um sistema com-
pleto e integrado. Ele adotou o que vinha sendo desenvolvido antes
do envolvimento dele na área do Treinamento Funcional e começou
uma eficiente sistematização – dentro do possível, claro, já que como
veremos posteriormente, há limites para sistematizar treinos funcio-
nais. Chek também é taxativo ao defender a necessidade de tratar
as causas de um problema para combatê-lo, atacando suas raízes,
e não seus efeitos e manifestações. Ou seja, para ele, não basta que
um indivíduo perca peso, pois a obesidade é o efeito de um problema,
mas sim tratar como um todo a causa que levou a pessoa a engordar
em primeiro lugar. Sua visão e a de outros profissionais que pensa-
vam como ele, deu luz ao Treinamento Funcional.
Chek fundou o Instituto C.H.E.K., localizado na Califórnia, e desde
então implementou uma sistemática de alto nível e abordagem ho-
lística que mistura trabalhos em terra e água, atividades de ganho
9
de força, massa, resistência, histamina,
equilíbrio e coordenação motora, tudo
para atingir resultados surpreendentes.
Ele patenteou três invenções ligadas à
prática de exercícios, é palestrante e
autor de diversos livros sobre o assun-
to. Chek é capaz de restaurar a condição
física de um atleta na casa dos 40 anos
de quando ele tinha 20, obteve sucesso
no tratamento de dezenas de pessoas
com patologias específicas e trouxe ao
auge da forma física outras centenas.
Numa entrevista dada a Chris Shugart
para o site T-Nation, ele foi taxativo ao di-
zer algo que talvez resuma sua filosofia e
a necessidade do treinamento:
10
o método é composto de uma série de exercícios que treina o cor-
po do homem para exercer funções que ele foi originalmente feito
para realizar: andar, correr, agachar, saltar, carregar objetos etc.
O problema é que por causa da correria do dia a dia, as pesso-
as tornam-se cada vez menos observadoras consigo mesmas e,
assim, a perda gradual da consciência e da percepção corporal
é recorrente na vida de muitos cidadãos. O corpo torna-se mais
ineficiente e inexpressivo, descoordenado e frágil, chegando ao
ponto de ter dificuldade ou de simplesmente não conseguir exe-
cutar as tarefas mais corriqueiras, aquelas que deveriam fluir
com naturalidade e sem esforço. O sedentarismo acabou se con-
cretizando como um dos maiores males da sociedade moderna.
Evidentemente, o desenvolvimento da tecnologia acelerou esse
processo, já que hoje em dia, quase todas as atividades cotidia-
nas foram facilitadas pela presença de maquinário e acessórios
na nossa sociedade.
Em função deste quadro preocupante, um dos objetivos funda-
mentais desse método de exercícios é apresentar uma retomada
da utilização de padrões fundamentais do movimento humano.
11
BENEFÍCIOS DO
treinamento
funcional
D
iferente da
musculação
que enfatiza
grupos musculares e
segmentos corporais
específicos durante os
treinos, o Treinamento
Funcional trabalha
de maneira diferente,
pois vários grupos
de músculos são
requisitados ao mesmo
tempo, uma vez que a
maioria dos exercícios
trabalha associando
membros superiores
e inferiores, com a
preocupação de manter
o foco na região do
core (região Lombo-
Pélvica-Quadril).
12
capítulo 1
Embora o core seja
recrutado diariamente em
tudo o que fazemos, mal
nos damos conta dele ou
de sua importância.
13
O core é onde está localizada a força do corpo.
Ele gera estabilidade e equilíbrio, além de ser um
ponto energético importantíssimo.
14
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL
15
TREINAMENTO são ou uma hérnia de disco,
ASSISTIDO isso sim. Principalmente para
O Treinamento Funcional é a pessoa sedentária, uma alta
uma interessante opção para dose de paciência será neces-
que seu corpo conquiste um sária no princípio.
condicionamento físico ade- É importante encarar seus
quado – e isso é fato – mas músculos como instrumentos
não basta sair correndo como e não troféus. Um bom treino,
um desesperado ou se pôr a que seja completo e produza
fazer flexões de braço e abdo- resultados palpáveis, não deve
minais na sala de casa para se resumir ao famoso “puxar
entrar em forma. Na verdade, e empurrar”, uma das pragas
há risco de conseguir uma le- modernas da prática em aca-
16
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL
17
Mesmo que esteja habituado a
se exercitar, caso dê início a um treino
funcional, o praticante não deveria se furtar
da busca por orientação.
18
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL
19
Uma das vantagens
dos treinos funcionais
é que eles podem ser
executados em qualquer
local; as sessões podem
ser realizadas em espaços
abertos ou mesmo na
sala de casa.
DINÂMICO E
adaptável
20
capítulo 2
COMO TUDO COMEÇOU
V
ale a pena ressaltar que uma das vantagens
dos treinos funcionais é que eles podem
ser executados em qualquer local, não
necessariamente num ginásio, numa academia ou
em um ambiente que possua maquinário adequado
e seja preparado para a prática de exercícios.
Em verdade, as sessões podem ser realizadas
em espaços abertos ou mesmo na sala de casa,
potencializadas pelo auxílio de certos equipamentos
utilizados nas academias ou fazendo uma
adaptação no uso de utensílios caseiros.
21
Por exemplo, nesse tipo de treino, cadeiras,
sofás, mesas e outros móveis se tornam apoios
onde os exercícios são desenvolvidos; batentes
de porta e paredes podem servir no auxílio do
alongamento; livros se tornam halteres e bolas
viram pontos de equilíbrio.
22
DINÂMICO E ADAPTÁVEL
23
quem ainda não goza de um bom treino é a avaliação. Quan-
bom condicionamento físico, do a avaliação funcional do mo-
mas, os limites individuais de vimento é realizada, passa-se a
cada um devem ser respei- entender o que o futuro prati-
tados. Isso significa que se o cante não pode fazer com seu
seu instrutor estiver forçando corpo, ou seja, quais são os
o praticamente além das suas seus limites e quais são suas
limitações, é importante que necessidades. Tais elemen-
haja uma conversa aberta, que tos devem ser respeitados
explique a ele o fato. Dito isso, é no momento de direcionar os
importante lembrar que nada treinos, afinal de contas temos
vem sem esforço e, para obter a avaliação e exercícios corre-
resultados, o indivíduo precisa tivos, porém é necessário que
literalmente suar a camisa. se entenda que a principal fun-
Outro item muito importan- ção dela NÃO É nos dizer o que
te e que pode se dizer que é a FAZER, mas nos alertar ao que
base para a elaboração de um NÃO fazer.
24
DINÂMICO E ADAPTÁVEL
1 Os Stanleys foram uma das mais ricas famílias de proprietários de terras na Inglaterra. Lorde Stanley
(1823-1893) foi educado em Eton , Rugby e Trinity College, em Cambridge. (Enciclopédia Britânica).
25
QUEM PODE
PRATICAR O
treinamento
funcional?
P
ara dar início às atividades,
não é necessário já ser adepto
da prática de exercícios físicos;
qualquer um pode se dispor a treinar.
26
capítulo 3
COMO TUDO COMEÇOU
Para começar a
praticar o Treinamento
Funcional é necessário
que o candidato
obtenha antes um aval
médico — para isso,
terá de se submeter a
exames de rotina.
27
Contudo, conforme as próprias academias
exigem hoje, é necessário que o indivíduo possua
aval de um médico. Para tanto, ele terá de se
submeter a um exame de rotina que determinará
sua condição física, bem como identificará
possíveis problemas.
Essa etapa não pode (e não deve) ser pulada, pois o médico é
a pessoa apta a determinar se o treino do praticante sofrerá al-
guma restrição. Por exemplo, no caso de um praticante obeso,
certos cuidados precisarão ser tomados para que o indivíduo
não sobrecarregue as articulações, causando danos potenciais
aos tornozelos, joelhos, quadril, coluna etc. O bom médico tem o
28
QUEM PODE PRATICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL?
29
As pessoas que estão iniciando uma atividade também são mui-
to bem-vindas ao treino , pois como já citado esta é uma modalida-
de adaptável. O bom instrutor terá o cuidado de elaborar o treino
a) respeitando a individualidade física do aluno; b) atuando em con-
formidade com os objetivos deste aluno – o que é importantíssimo
de ser observado, afinal, nem todo mundo tem a intenção de “ser
atleta”. Uma reclamação muito comum em academias convencio-
nais é a de que os instrutores forçam demais os treinamentos,
inserem carga exagerada nos aparelhos e não dão a orientação
adequada ao praticante. O resultado é a ocorrência de lesões que,
além de totalmente desnecessárias, enfurecem o indivíduo e ser- r
vem como desestimulantes na sua ambição de melhorar a saú-
de. Ou seja, tal comportamento joga contra o desenvolvimento e,
como tal, deve ser combatido com seriedade.
O Treinamento Funcional, por outro lado, acompanha o pra-
ticante em todas as etapas e segue o seu próprio ritmo. No iní-í
cio, se necessário for, o professor começa com prescrições que
30
QUEM PODE PRATICAR O TREINAMENTO FUNCIONAL?
No início do
treinamento, o aluno
recebe prescrições
que utilizam
apenas o corpo do
indivíduo.
31
32
capítulo 4
COMO TUDO COMEÇOU
treinamento
funcional?
NA TERCEIRA IDADE!
P
ara dar início às
atividades, não
é necessário já
ser adepto da prática
de exercícios físicos;
qualquer um pode se
dispor a treinar.
33
Diferente do exemplo do ator Sylvester Stallone
citado na Introdução deste livro, muitas
pessoas chegam a este momento da vida com
as capacidades básicas perdidas, apresentando
uma massa muscular debilitada, ossatura fraca
e coordenação comprometida.
34
TREINAMENTO FUNCIONAL NA TERCEIRA IDADE!
35
A massa magra é um dos componentes mais importantes
do corpo humano, sendo composta por tecido ósseo, água
corporal, sangue, vísceras e proteína muscular. Em suma, ela
representa o próprio peso corporal do indivíduo, menos a gor-
dura. Com a perda da massa magra, todos esses vitais compo-
nentes também vão sendo perdidos, restando apenas gordura
em seu lugar; com o avanço da idade, a perda de massa magra
tende a se acentuar, já que outros fatores alheios à vontade
humana também passam a ter influência, como alteração de
estímulos hormonais. Na terceira idade, a musculatura sofre
perda natural de fibras musculares e acaba atrofiando, fatores
que também contribuem para a perda de massa magra, isso
sem contar o fato de que músculos flácidos não promovem a
sustentação necessária para proteção das articulações e do
esqueleto do corpo. Sem força e com a coordenação compro-
metida, idosos sofrem quedas – um dos grandes causadores
de problemas que os levam a possível dependência e complica-
ções posteriores que podem até acarretar o óbito.
Trata-se, infelizmente, de uma cena cotidiana que ocorre
com cada vez mais frequência na nossa sociedade. O combate
à perda acelerada de massa magra é um dos principais objeti-
vos do Treinamento Funcional na terceira idade.
36
TREINAMENTO FUNCIONAL NA TERCEIRA IDADE!
37
O organismo tem um
gasto energético muito maior
com o Treinamento Funcional,
com o metabolismo estimulado
pela regularidade e intensidade
imposta aos treinos.
treinamento
funcional?
E O GASTO CALÓRICO!
38
capítulo 5
COMO TUDO COMEÇOU
U
m dos principais benefícios desta
modalidade é a nítida melhora
das várias capacidades físicas,
entre elas o ganho no condicionamento
cardiorrespiratório. Isso faz com que o
organismo tenha um gasto energético
muito maior, pois o metabolismo
está sendo estimulado por conta da
regularidade e intensidade imposta
aos treinos. Pode-se se dizer que ao
associar esta prática esportiva a uma
alimentação balanceada, obtém-se um
resultado satisfatório com relação à
performance corporal.
39
A pessoa que faz a opção pelo Treinamento
Funcional começa a perceber resultados
positivos já a partir do primeiro mês, isso se
ela praticar pelo menos de duas a três vezes na
semana e mantiver a assiduidade aos treinos.
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TREINAMENTO FUNCIONAL E O GASTO CALÓRICO!
O Treinamento Funcional é
uma atividade física que está sendo
procurada por pessoas em busca de
uma melhor qualidade de vida.
41
POSTURA E O
treinamento
funcional!
Problemas
posturais assolam os
indivíduos e, agravados,
se tornam impedimentos
ainda maiores para uma
vida saudável.
42
capítulo 6
COMO TUDO COMEÇOU
V
ocê tem dificuldade em
manter uma postura ereta
enquanto executa suas tarefas
ocupacionais, ou seja, as tarefas da
vida diária? Pois saiba que não está
só. Muitas pessoas sentem dores
nas costas, em geral na região da
lombar, e têm dificuldade de sustentar
essa musculatura. Ombros protusos,
proeminência abdominal e alterações
nos graus das curvaturas da coluna
vertebral como a Hiperlordose, são
exemplos frequentes de problemas
posturais que assolam os indivíduos
e, uma vez agravados, se tornam
impedimentos ainda maiores para uma
vida saudável.
43
44
POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL!
O Treinamento Funcional
bem aplicado, além de forta-
lecer os grupos musculares
responsáveis por manter a
coluna com um bom alinha-
mento, ajuda também no de-
senvolvimento da consciência
corporal, muito importante na
aquisição de uma nova con-
duta postural. Um novo hábi-
to postural advindo por meio
de uma reprogramação das
cadeias musculares, conquis-
tado com a regularidade dos
treinos leva a uma melhora
na circulação e até num fun-
cionamento melhor de órgãos
internos. Assim, retoma-se ao
que já foi dito em outro ponto
deste livro sobre a necessida-
de de manter os músculos do
core ativos e fortes.
45
O Treinamento
Funcional propõe uma
mudança de hábitos na
vida do indivíduo como
um todo; estar atento
durante todo o tempo
faz parte do aprendizado
desta modalidade.
46
POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL!
47
Algumas dicas
para melhorar a postura:
postura
É muito importante estar com a atenção focada para aqui-
sição de uma conduta postural adequada, pois ela fará toda a
diferença para o bom rendimento dos treinos!
O centro de força dos indivíduos está concentrado totalmente
no core (região Lombo-Pélvica-Quadril). É fundamental que esta
região seja mantida ativa durante todo o período de treinamento
para que ocorra um desempenho corporal mais completo.
Treine o centro antes das extremidades. Fortaleça o core
porque é partir desta região que o corpo gera a sua estabilida-
de e produz a força.
O Treinamento
do core no desporto
A estabilidade do core é compreendida na literatura de me-
dicina do esporte como a capacidade de controle motor e pro-
dução muscular do complexo lombo-pélvico-quadril.
Muitos artigos de pesquisa mostram a necessidade de for-
48
POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL!
49
Entendendo o core
Para ativar essa região, nada melhor que entender o que re-
almente é o core que, em inglês, significa centro, núcleo e está
localizado nas regiões mais profundas do tronco e da pelves.
Esses músculos formam um centro de força que mantém a
estabilidade da coluna lombar, tornam mais eficiente o controle
neuromuscular e melhora a flexibilidade. A maioria dos exercí-í
cios de Pilates, por exemplo, trabalha o fortalecimento do core,
pois é na área abdominal que se concentram os movimentos
de todo o corpo.
Os músculos do core, quando fortalecidos e acionados de
forma correta, dão suporte para a coluna e quadris evitando o
estresse na região, além de ajudar a estabilizar as articulações
dos joelhos e tornozelos. Os exercícios focados nas regiões cen-
trais definem o abdômen e modelam a cintura, além de auxiliar
no funcionamento dos órgãos internos.
Como já citado o core é identificado como o complexo lombo-
-pélvico, que compreende aproximadamente 29 músculos. Sen-
do assim, quando pensamos em exercícios para esta região,
estamos concebendo um programa de treinamento preocupa-
do com a parte do corpo onde se concentra o centro de gra-
vidade e o centro de força. Trata-se da região onde todos os
movimentos devem ter início.
Esquematização das duas formas de classificação das mus-
culaturas incorporadas no Core1
1 http://www.efdeportes.com/efd163/core-training-suas-aplicacoes-nos-esportes.htm
50
POSTURA E O TREINAMENTO FUNCIONAL!
Ativando o core
Atente na direção do seu umbigo. Passe a mão ao redor da
cintura e, com os dedos, sinta os músculos desta região. Perce-
beu algo especial? Se não notou nada, talvez esteja aí a explicação
para a demora nos resultados do seu treino ou para as dores nas
costas, que incomodam depois da musculação. Trata-se de um
cinturão de força, um conjunto de músculos abdominais e dorsais
que, juntamente aos do quadril, formam o núcleo do corpo.
Antes de realizar os movimentos (seja para fortalecer bí-
ceps, pernas ou o próprio abdômen), é preciso estar atento à
sua região central. Durante todo o treino, mantenha os mús-
culos abdominais contraídos, como se quisesse sugá-los em
direção às costas. Esse trabalho isométrico é importantíssimo
para obter um resultado adequado de todas as demais ativida-
des. Porém uma ressalva deve ser feita: a ativação do core não
substitui os exercícios abdominais.
O abdômen dos praticantes que ativam o core se torna
gradualmente mais forte e resistente, dependendo do seu trei-
namento, talvez até mais definido. A postura, sem sombra de
dúvida, vai melhorar. Além disso, o aluno gozará de mais consci-
ência motora e percepção corporal. Mas não se pode deixar de
pensar no trabalho do grande grupo de músculos abdominais.
Muitas pessoas sonham com a famosa “barriguinha sarada”,
mas na verdade, um abdômen forte tem importância que vai
além da estética, já que os músculos abdominais protegem e
sustentam órgãos internos da região abdominal, importantís-
simos, principalmente para as mulheres. A prática inadequada
de exercícios abdominais deixará a região debilitada e enfraque-
cida, mesmo com a ativação do core. Cabe ao instrutor corrigir
o praticante neste tocante, exigindo dele ambas as funções: ab-
dominais específicos e o trabalho do core.
Como qualquer outro músculo o core deve ser trabalha-
do com regularidade. Por se tratarem de músculos profundos,
os exercícios abdominais convencionais não bastam para forta-
lecê-lo. O treinamento isométrico, ou seja, exercícios que envol-
vam contração dos músculos contra uma resistência fixa, são
as principais opções para fortalecer a região.
51
Prancha
abdominal frontal,
prancha abdominal
lateral e ponte são
os exercícios básicos
para o fortalecimento
do core.
52
capítulo 7
COMO TUDO COMEÇOU
exercícios
PARA FORTALECER
O CORE
53
Prancha Abdominal Frontal
Músculos trabalhados: anteriores e
posteriores do core e pelves.
Descrição: o praticante deve se deitar de barriga para bai-
xo e posicionar os antebraços no chão, paralelos ao corpo. É
importante que o cotovelo esteja na mesma linha do ombro.
Apoiando-se apenas na ponta dos pés e nos antebraços, eleve
o corpo inteiro, formando uma espécie de prancha. A tendência
neste exercício é jogar o quadril para o alto, pois isto facilita
manter a posição, contudo, é vital formar uma linha reta, sem
permitir que as costas arqueiem ou os quadris fiquem desa-
linhados. Se esta posição não for alcançada, o core não será
54
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
55
estar alinhado
li h d ao ombro,
b mas, d desta vez, fformando
d um âângulol
de 90º com o corpo, e não paralelo a ele. Apenas a lateral do pé
que estiver por baixo deve tocar o chão, enquanto o pé da perna
que estiver por cima deve manter-se paralelo. O braço de cima
pode abraçar o corpo ou ser estendido, mas o abdômen deve
estar o tempo todo contraído.
Mantenha-se nesta posição por 30 segundos ou siga as re-
comendações do exercício acima. Repita o exercício com o lado
contralateral, fazendo três séries de cada lado.
Há duas variações interessantes para a prancha abdominal
lateral que elevam bastante o grau de dificuldade do exercício.
Na primeira, o praticante mantém a mesma posição inicial,
mas levanta a perna de cima lateralmente a aproximados 30
cm do chão. Na segunda, novamente a partir da posição inicial,
o corpo deve ser levantado, porém o ponto de apoio, em vez de
ser o antebraço, é a palma da mão. Neste exercício, o braço
que estiver por baixo tem de estar estendido. Como o ponto de
contato com o chão diminui e a altura do tronco em relação ao
solo aumenta, é mais difícil manter o tronco estático e o equilí-í
brio. Cabe lembrar que só se deve progredir para um exercício
mais difícil quando o anterior já estiver plenamente dominado.
56
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
Ponte
Músculos trabalhados: glúteos
e reto abdominal.
Descrição: deitar-se em posição de supino, ou seja, de bar-
riga para cima, com os joelhos flexionados e paralelos, aponta-
dos para o alto. Os pés devem estar bem plantados no chão e
braços estendidos ao longo do corpo com as palmas das mãos
voltadas para baixo. Mantendo a parte superior das costas e os
pés bem apoiados no chão, eleve o quadril e ao mesmo tempo
contraia o abdômen e os glúteos por 15 segundos. A seguir,
retorne à posição inicial, controlando lentamente a descida de
modo que o corpo não “despenque”. Importante: durante o mo-
vimento de descida, a contração abdominal precisa ser manti-
da. Repita a sequência por 10 vezes, mantendo o controle res-
piratório, sempre inspirando pelo nariz e expirando pela boca.
A variação parte da posição inicial, mas, ao elevar a pelves,
estenda uma das pernas, ficando apenas com o apoio de uma
delas. Após a descida, alterne a perna que foi estendida. Sem-
pre se lembrando de manter a contração dos músculos abdo-
minais, perceba que ao tirar uma das pernas do chão, o equilí-í
brio será afetado, o exigirá uma melhor estabilização do corpo.
57
Quem pode trabalhar com
Treinamento Funcional
Quanto maior a interação entre os profissionais que atuam
com o treinamento físico e as técnicas fisioterápicas, melhor
será o ganho para o praticante. Com a evolução dos estudos
na área, percebeu-se que os diversos trabalhos efetuados são
complementares, pois a prática conjunta acarreta numa me-
lhora no rendimento, na diminuição do número de lesões, na
diminuição do tempo de recuperação, caso o indivíduo se lesio-
ne, e na ampla melhora nas capacidades de força e resistência.
58
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
59
ADEPTOS
FAMOSOS!
Ayrton Senna
Grandes nomes envolvidos com o
esporte mundial utilizam os recursos
oferecidos pelo Treinamento Funcional
para desenvolver e manter o bom
preparo físico, que é tão necessário para
a conquista de novos índices.
No automobilismo, um brasileiro, destacou-se como um dos
maiores ídolos da história do esporte mundial, o competidor
Ayrton Senna da Silva1.
1 Foi um piloto brasileiro de Fórmula 1, tricampeão mundial, nos anos de 1988, 1990 e
1991. Um dos maiores ídolos da história do automobilismo mundial, ele nasceu em São
Paulo, em 21 de março de 1960, e morreu em Bolonha, em 1 de maio de 1994.
60
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
61
Este atleta foi um grande exemplo de que o Treinamento
Funcional quando utilizado com disciplina, apresenta uma res-
posta satisfatória. Como já foi dito, a prática extrapola o mero
momento do exercício em si e permeia a vida do praticante
em diversas outras circunstâncias. Uma das propostas dos
treinamentos é oferecer mudanças de alguns hábitos de vida,
como por exemplo, a melhora da qualidade do sono. Cobra
convenceu Senna de que dormir mais cedo seria importante
para a sua recuperação. Em seu livro, ele escreveu: “Ele tam-
bém era uma máquina de comer. Engolia tudo muito rápido,
62
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
63
Bruce Lee
O artista marcial e ator mundialmente
conhecido Bruce Lee foi um exemplo
absoluto de motivação e um dos
precursores do Treinamento Funcional.
Ele somava a sua prática tudo aquilo que via, gostava e julga-
va que o ajudaria a obter uma forma física melhor. Obstinado
a um extremo perigoso, dentre diversas histórias que pode-
riam ser narradas sobre a vida deste lutador, é interessante
destacar uma em especial. Em 1970, durante uma sessão
de exercícios, Bruce lesou seriamente a região do sacro de
sua coluna. A lesão foi decorrente de um aquecimento mal
feito associado ao excesso
de carga e o resultado fo-
ram seis meses de cama.
Os médicos chegaram a di-
zer que ele nunca mais po-
deria voltar a treinar, pelo
menos não na intensidade
de antes. Para alguém hi-
perativo como Bruce, cuja
missão de vida era divulgar
as artes marciais em todo o
mundo e tornar-se o maior
e mais famoso artista mar-
cial da história, isso era
algo impraticável.
Em vez de ficar deprimido
em seu leito, Bruce usou o
período no qual estava con-
valescente para estudar a
fundo a mecânica do corpo
humano, o funcionamento
64
EXERCÍCIOS PARA FORTALECER O CORE
65
Os aparelhos mais
básicos utilizados para
treinamento, como elásticos,
corda de pular e bolas,
são fáceis de transportar,
facilitando que os exercícios
possam ser feitos em qualquer
lugar, praticamente.
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capítulo 8
PILATES E SUAS VARIAÇÕES
treinamento
funcional?
E OS EQUIPAMENTOS
67
A versatilidade dos equipamentos é uma
característica desta modalidade, mas quando se
pensa em Treinamento Funcional considera-se
muito a resistência do próprio corpo como item
fundamental dos treinos. Porém, a diversidade
é sempre um aspecto positivo, que ajuda os
praticantes a se manterem motivados, inova os
treinos e os tornam divertidos.
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TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
Corda de Pular
A corda de pular ainda é popular entre as crianças, que a uti-
lizam como adereço para suas brincadeiras, contudo, também é
uma das atividades que mais exige do ponto de vista cardiorres-
piratório, além de fortalecer a região inferior do corpo e o core.
Trata-se de uma das atividades favoritas dos boxeadores, que
utilizam a prática também para treinar seu ritmo de combate.
A corda pode ser utilizada como um poderoso aliado do trei-
no funcional, ajudando no desenvolvimento da resistência ae-
róbia. Com uma ponta em cada mão, deve-se girar a corda ao
redor do tronco e coordenar os pulos quando ela estiver pas-
sando por debaixo dele. Existe uma infinidade de variações em
que os pés saltam juntos, separados, fazendo agachamentos,
movendo-se para frente ou para trás etc.
Pesquisas indicam que, caso o praticante consiga pular cor-
da num ritmo constante durante 30 minutos, a perda calórica
varia entre 400 e 500 calorias – um valor tremendamente
alto, que supera o da corrida ou da bicicleta. Outro aspecto inte-
ressante do exercício, é que ele não é recomendado para pes-
soas que tenham problemas nas articulações por causa do im-
pacto, contudo, se o indivíduo começa a praticá-lo desde jovem
e o faz sob supervisão adequada para evitar lesões, a prática
se transforma numa excelente prevenção à osteoporose, pois
ajuda no fortalecimento dos ossos.
Escada de Agilidade
Essa escada não é para subir! Disposta no chão, trata-se de
uma marcação em formato de escada, feita de plástico, madeira,
corda ou qualquer outro material, que os usuários devem seguir,
saltando para dentro e para fora das marcações, criando as mais
diversas combinações. Trata-se de um exercício que melhora a
agilidade, coordenação motora e a condição cardiorrespiratória.
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não costuma ser recomendada porque ela produz muito baru-
lho. Trata-se de uma atividade intensa, que tonifica os músculos
dos braços, peito e costas, além de acionar o core e trabalhar
a isometria das pernas. Para manuseá-la, basta segurar cada
extremidade com as mãos e fazer movimentos repetitivos para
cima e baixo, como se estivesse tocando um tambor. Uma varia-
ção implica em movimentos laterais, fazendo com que a corda
“abra e feche”. Os desenhos ondulados feitos pela corda indicam
a qualidade do movimento; ao produzir ondas curtas e contínuas,
o praticante está trabalhando mais velocidade, ao passo em que
se as ondas forem maiores e mais espaçadas, o aspecto que
mais estará sendo desenvolvido é o da força física. Assim como
pular corda, a prática do rope training deve ser medida por tem-
po, e não por repetições, sendo utilizada para desenvolver resis-
tência de força, resistência aeróbica e anaeróbica.
Borracha/Elástico
São portáteis e versáteis, além de ter um manuseio simples.
Existem várias formas de usá-las, como por exemplo, seguran-
do com o pé enquanto a outra ponta é puxada com uma das
mãos. Praticamente qualquer atividade que poderia ser feita
com halteres, também pode ser desenvolvida com o uso de
elásticos. Se por um lado a pressão e o peso são limitados,
diferente dos pesos convencionais, por outro não existe o risco
de forçar articulações, o que minimiza a possibilidade de lesões.
As utilidades deste tipo de prática são diversas, mas a básica
seria o desenvolvimento de resistência de força.
Bolas Medicinais
As bolas podem ser usadas de diversas formas, desde apoio
no momento de fazer abdominais, até o levantamento propria-
mente dito, uma vez que o peso das bolas pode variar de um
até dez quilos. Muito utilizadas no treinamento de esportes co-
letivos, como vôlei, futebol, basquete e handebol, as bolas medi-
cinais são comumente atiradas pelos praticantes para o desen-
volvimento de força explosiva e potência.
70
TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
Trenó
O trenó deve ser usado somente em academias instaladas
dentro do condomínio. Trata-se de um aparelho pesado, que pode
ser equipado com ainda mais peso, se necessário. Ele fortalece
as pernas, ativa o core e tonifica braços e costas. É utilizado em
trabalhos de força e resistência, puxando ou empurrando.
Bosu Balance
O bosu balance, ou bosu ball como também é chamado, é
um aparelho inventado em 1999 por David Weck, e tornou-se
recentemente um dos favoritos no uso em academias. Trata-
-se de uma base de plástico duro e rígido, recoberta por meia
bola, resistente a impactos. O aparelho pode ser utilizado com a
parte da plataforma para cima ou para baixo, em conformidade
com a necessidade dos exercícios. A sólida plataforma costuma
ter 25 polegadas de diâmetro e a redoma de borracha é inflada
como uma bola comum, até que alcance a firmeza desejada. O
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Bose balance é utilizado principalmente para o fortalecimento
da região central e membros inferiores, mas suas variações in-
cluem também exercícios para membros superiores. Ele ajuda
na melhora do equilíbrio e é um poderoso aliado para o trabalho
do controle motor.
Curiosidade:
Os exercícios pliométricos são conhecidos por aumentar o
desempenho esportivo e, em tempos mais recentes, vêm rece-
bendo mais atenção por estarem sendo amplamente utilizados
no repertório dos treinos funcionais. Em geral, o termo “pliome-
tria” se refere ao tipo de treinamento com saltos ou lançamen-
tos, cujo objetivo é aumentar a potência muscular do indivíduo.
Apesar de ser uma forma prática e até mesmo divertida de
acrescer a forma física e melhorar a performance, infelizmente
grande parte das pessoas não está apta a praticar exercícios
pliométricos. A prática inadequada deles certamente levará a
lesões e pode até mesmo ser perigosa. Para evitar que danos
ocorram, medidas de segurança devem ser tomadas, como a
necessidade do pleno domínio da técnica apropriada e a pro-
gressão gradativa do treinamento.
Kettlebell
Kettebell é um equipamento bastante antigo, originário da
Rússia, cujo uso persiste até os dias de hoje. Nada mais é do
72
TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
Saltos
Saltar é uma atividade que leva a um enorme ganho de for-
ça, explosão e resistência. É bom para a melhora cardiorres-
piratória, mas pode ser prejudicial para a estrutura óssea e
articulações, caso o praticante ainda não tenha fortalecido o
corpo adequadamente. Por isso, deve ser uma prática utilizada
de forma comedida.
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A técnica dos saltos deve ser aprendida devagar, por meio
de exercícios simples, para somente depois ser avançada
com o aumento da velocidade e exercícios que exigem um
grau de dificuldade maior. É sempre importante lembrar que
aprender a técnica correta de qualquer tipo de exercício ga-
rante um aproveitamento melhor deles, minimiza a chance
de lesões e é o que promove a evolução para os exercícios
mais complexos e avançados.
Talvez o ponto mais fundamental da prática dos saltos seja
primeiro aprender a aterrissar, pois é importante pousar de
forma segura, permitindo que a musculatura das pernas ab-
sorva o impacto, poupando assim as articulações dos joelhos e
tornozelos. A forma correta de aterrissar, qualquer que seja a
altura do salto, é efetuando um leve agachamento, acionando
os músculos do quadríceps. Tal movimento é executado corre-
tamente quando os joelhos são flexionados e o quadril é ligeira-
mente empurrado para trás, o que distribui o peso igualmente
entre as pernas.
Uma dica: sempre execute os saltos em superfícies firmes,
pois fazer o pouso de um salto vertical, em especial se ele for
alto, numa superfície instável ou escorregadia pode levar a uma
lesão desnecessária. Mesmo pousos em superfície arenosa
devem ser feitos com cuidado e só efetuados por praticantes
avançados, pois há um grande risco de o tornozelo virar. Fe-
rimentos nos ligamentos dos tornozelos estão entre os mais
fáceis de ocorrerem e os mais difíceis de curarem. Se estiver
utilizando caixas ou steps, materiais típicos de academias, mas
que costumam ser usados por muitos instrutores de Treina-
mento Funcional, é preciso estar atento para que elas estejam
bem travadas, preferencialmente pressionadas contra uma pa-
rede, a fim de evitar que se mexam.
A recuperação nos treinos de pliometria, sejam eles focados
em saltos ou em qualquer outra atividade altamente explosiva,
é vital. Diferente de um treino isométrico, por exemplo, os inter-
valos de exercícios pliometricos são maiores – o recomendado
é algo em torno de 48 a 72 horas entre as sessões. Isto por-
que trata-se de um treinamento que exige muito, não só do sis-
74
TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
Treinando o Abdômen
Para treinar o abdômen é preciso estar atento a alguns
itens como à postura, portanto mantenha a região abdominal
contraída, pois desta maneira, a lombar estará sempre prote-
gida. Muitas pessoas costumam fazer abdominais apoiando as
duas mãos na parte de trás da cabeça ou na nuca – e isso pode
acarretar outro problema. Como o praticante ainda não tem a
força do abdômen desenvolvida, ele acaba “compensando” ao
fazer pressão, ainda que involuntária, na região cervical. O re-
sultado é que o abdômen não está sendo desenvolvido (porque
os músculos não estão sendo trabalhados de forma adequada),
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e a pessoa ainda corre sério risco de lesionar a cervical. Uma
dica para evitar esse risco, é cruzar as mãos sobre o peito, em
vez de levá-las à nuca.
Outro ponto importante é que durante a execução dos movi-
mentos é vital que o praticante preste atenção na respiração. Ex- x
pire durante a contração dos músculos e inspire ao retornar a po-
sição inicial. Este procedimento ajuda na vascularização e, por con-
seguinte, gera uma melhora do desempenho do exercício. Além
disso, a respiração adequada evita a elevação brusca da pressão
arterial, o que mantém o exercício mais seguro para os iniciantes.
A parede abdominal é composta por músculos profundos
como o músculo transverso do abdômen e os oblíquos internos,
e outros superficiais como o músculo reto do abdômen e os mús-
culos oblíquos externos. Além dos músculos outras estruturas
importantes compõem essa região, como a linha alba que divide
o abdômen em dois lados, o direito e o esquerdo. Portanto, para
trabalhar com essa região é muito importante que se conheça
todos os músculos que a representam, pois a região deve ser
estimulada com exercícios focalizados de maneira integral.
O instrutor deve elaborar um treino de acordo com a condi-
ção física de cada praticante, imprimindo um ritmo mais forte
de acordo com o progresso efetuado, mas algumas dicas são
interessantes principalmente para os iniciantes.
Em primeiro lugar, como já foi enfatizado, fique atento a sua res-
piração e a postura, responsável pela proteção da região lombar!
Inicie os treinos com poucas séries e fazendo poucas repeti-
ções até que você consiga aprender o movimento corretamente.
Há bastante tempo foi derrubada a proposta da necessi-
dade de fazer milhares de exercícios abdominais por dia para
fortalecer a musculatura. É preciso compreender que os mús-
culos do abdômen não são diferentes dos demais músculos do
corpo. Se o praticante faz uma série limitada de exercícios para
membros superiores, inferiores, costas e peito, por que deveria
ser diferente para o abdômen? A resposta é óbvia: não deveria!
O exagero na quantidade de séries e repetições de exercícios
abdominais só levará a lesões e estresse muscular. Treine de
modo concentrado e foque na região que está sendo trabalha-
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TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
Treino funcional
e a flexão de braço
A flexão de braço é um dos exercícios mais simples que exis-
tem e, ao mesmo tempo, pode ser um dos mais eficientes, caso
o que você queira seja ganhar força e mais eficiência nestes
grupos musculares!
Assim como os abdominais estes exercícios podem ser realiza-
dos em um pequeno espaço, com o auxílio apenas do peso de seu
próprio corpo. A flexão de braço não necessita de apetrechos para
ser executada e pode ser integrada a qualquer rotina de treinos.
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Em especial para mulheres – ou pessoas obesas – a prática
da flexão de braço pode ser bastante difícil e custosa. Desen-
volver a musculatura dos braços ao ponto de conseguir erguer
todo o corpo leva tempo e é necessário ter paciência. Uma dica
é começar apoiando os joelhos no chão e, à medida que o corpo
desenvolver a força, retirá-los.
Ao praticar as flexões, é preciso lembrar-se de manter o
tronco reto, sem jogar o quadril para o alto – o que descarac-
teriza o movimento. A única parte do corpo que se move são os
braços, nada mais.
As vantagens da flexão de braço são inúmeras, principal-
mente para desenvolver e ativar diversos músculos da re-
gião superior do corpo. Muitas pessoas acreditam que as
flexões só servem para trabalhar os bíceps, mas trata-se de
uma ideia errônea. Obviamente, os braços são exercitados,
contudo, vários outros grupos estão ativamente envolvidos
na atividade, em especial os peitorais, tríceps e trapézios,
além de exigir que a região do core esteja profundamente
tracionada. Fazê-las com frequência e nível de esforço cres-
cente ajuda a aumentar bastante o tamanho do braço e de
toda a musculatura superior.
Há também enorme variedade de flexões: elas podem ser fei-
tas com os braços abertos na linha dos ombros, ou fechados pró-
ximos ao peito. Podem ser feitas com uma palma sobre a outra, na
altura do rosto, com os punhos apoiados no chão ou com as pal-
mas das mãos invertidas. Podem ser feitas com um único braço,
apoiando as pernas numa superfície mais alta (como um banco)
ou criando variações com bolas medicinais. Todas as diferenças
de um exercício para outro servem para aumentar o grau de difi-
culdade e para dar ênfase maior a este ou aquele músculo.
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TREINAMENTO FUNCIONAL E OS EQUIPAMENTOS
79
dez segundos, antes de erguê-lo novamente. O ganho de força
e resistência são impressionantes com esta prática.
Lembrando que deve-se sempre iniciar aos poucos e au-
mentar gradativamente a quantidade de flexões por série e de
séries por dia. Flexões de braço estão entre os exercícios dos
quais as pessoas (em especial os jovens) mais abusam. Não
tente se matar no primeiro dia; o excesso leva à quebra!
Lembre-se de que os músculos nunca crescem durante o
momento do exercício em si – eles crescem depois, quando
estão se recuperando do exercício. É muito importante ter isso
em mente, pois é essa consciência que o levará aos melhores
resultados. Por isso, durma bastante, consuma proteínas após
o treino e dê ao menos 24 horas de descanso para que os
músculos se recuperem. Este é o principal motivo de existir ro-
tatividade na musculatura que é trabalhada.
Por fim, é possível que a prática de flexões de braço possa
levar a dores nos músculos, contudo, o praticante nunca deve
sentir dores nas mãos, punhos ou articulações de modo geral.
Caso isso aconteça, algo está errado. É possível que a pessoa
esteja apresentando um quadro de tendinite, por exemplo, en-
tão, neste caso, a prática deve ser suspensa e o praticante
deve procurar auxílio médico.
Bom treino!
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BENEFÍCIOS DO TRATA- TRATAMENTO FUNCIO- ADEPTOS FAMOSOS QUEM PODE PRATICAR
MENTO FUNCIONAL NAL NA TERCEIRA IDADE Ayrton Senna, Sylvester As pessoas que estão
Vários grupos de múscu- Este tipo de prática promove Stallone, Bruce Lee e atle- iniciando uma atividade
los são requisitados ao uma grande melhoria na tas do MMA, entre muitos também podem treinar,
mesmo tempo, mantendo qualidade de vida deste pú- outros esportistas e astros pois é uma modalidade
o foco na região do core, blico seleto, fortalecendo os conhecidos do cinema es- adaptável, que acompanha
onde está localizada a músculos responsáveis pela tão entre os entusiastas do o praticante nas etapas,
força do corpo. postura e pelo equilíbrio Tratamento Funcional. seguindo seu ritmo.
O
Treinamento Funcional (Functional Training) é
um tipo de modalidade desportiva que surgiu nos
EUA e que de início era utilizada por atletas e pra-
ticantes ocasionais de esportes, especialmente
nas modalidades do atletismo. O objetivo era complementar
o treinamento específico de qualquer que fosse a modalida-
de do praticante, fortalecendo a musculatura a fim de evitar
lesões, visando um melhor desempenho.