CURSO UNIPRÉ 1
FONÉTICA
FONÉTICA
A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos
pelo ser humano, para efetivar a comunicação.
Diferentemente da escrita, que conta com vogais e
consoantes, a Fonética se ocupa dos fonemas (=
sons); são eles as vogais, as consoantes e as
semivogais.
FONOLOGIA: é a ciência que estuda os fonemas de
UNIPRÉ VIRTUAL. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do detentor dos direitos autorais.
uma língua, ou seja, as unidades que têm função
distintiva num sistema linguístico.
O fonema é a menor unidade sonora da língua,
enquanto a letra é um sinal gráfico e visual, cuja
função é representar o fonema de acordo com as
normas da língua.
A correspondência entre letra e som não ocorre em
todas as situações, pois uma mesma letra pode
representar fonemas distintos, como o x nas palavras:
próximo, exato e feixe.
Mas, há casos em que letras distintas representam o
mesmo som, como acontece com as palavras seco,
cedo, laço e próximo.
Por fim, nota‐se que uma letra pode representar mais
de um fonema, como fixo, cuja leitura é "fikso",
enquanto existe letra que não tem som, como o h em
hora. Temos ainda os sons ora representados por
uma só letra, ora por duas como xícara/chinelo,
gato/guitarra e rabo/carro.
Tipos de Fonemas
Os fonemas são classificados em vogais, consoantes e
semivogais:
As VOGAIS são sons produzidos sem obstáculos para
a passagem de ar, que passa livremente pela boca,
oriundo do pulmão. Sua emissão é independente de
outro fonema, por isso constitui a base da sílaba.
Vogal= São as cinco já conhecidas ‐ a, e, i, o, u ‐
quando funcionam como base de uma sílaba. Em cada
sílaba há apenas uma vogal as outras serão
semivogais.
Os sons das vogais produzem‐se a partir do diferentes
posicionamentos dos músculos da boca, constituídos
pela língua, pelos lábios e pelo véu palatino,
formando o seguinte quadro:
a) modificação do véu palatino:
 vogais orais: a corrente de ar vibrante passa
pela cavidade bucal, formando sete fonemas
vocálicos orais: i, e, é, a, ó, o, u (fica, veja,
vela, pá, bola, coma, pula).
 vogais nasais: corrente de ar vibrante passa
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pelas cavidades bucal e nasal, formando
cinco fonemas vocálicos nasais: linda, tenta,
banda, onda, fundo.
b) elevação da língua na região do céu da boca:
 vogais anteriores: emitidas com abertura
média da boca (linda, fica, tenta, vela, veja).
 vogais centrais: emitidas com abertura total
da boca (banda, pá).
 vogais posteriores: emitidas com abertura
inferior a metade da boca (fundo, pula,
onda, bola, coma).
As CONSOANTES são fonemas produzidos através
da obstrução do ar proveniente do pulmão,
precisando de uma vogal para ser emitidos. Esses
obstáculos podem ser totais ou parciais, a partir da
posição da língua e dos lábios.
De acordo com a passagem do ar as consoantes são
classificadas em orais ou nasais. As consoantes nasais
da língua portuguesa são três (m, n, nh), todas as
demais são orais.
Já as SEMIVOGAIS sempre acompanham um vogal,
formando sílaba com ela. Na língua escrita as
semivogais são representadas pelo "i" e "u", podendo
em alguns casos serem representadas pelo "e" e "o".
Deve‐se observar também que a é sempre vogal e se
estiver acompanhada de outra vogal na mesma
sílaba, esta será semivogal.
Semivogal são as letras e, i, o e u quando formarem
sílaba com uma vogal, antes ou depois dela, e as
letras m e n, nos grupos AM, EM e EN, em final de
palavra ‐ somente em final de palavra.
Quando a semivogal possuir som de i, será
representada foneticamente pela letra Y;
com som de u, pela letra W.
Então teremos, por exemplo, na palavra caixeiro, que
se separa silabicamente cai‐xei‐ro, o seguinte: 3
vogais = a, e, o; 3 consoantes = k (c), x, r; 2 semivogais
= y (i, i). Representando a palavra foneticamente,
ficaremos com kayxeyro.
Na palavra artilheiro, ar‐ti‐lhei‐ro, o seguinte: 4 vogais
= a, i, e, o; 4 consoantes = r, t, lh, r; 1 semivogal = y (i).
Foneticamente = artiĹeyro.
Na palavra viagem, vi‐a‐gem, 3 vogais = i, a, e; 2
consoantes = v, g; 1 semivogal = y (m). viajẽy.
M/N
As letras M e N devem ser analisadas com muito
cuidado. Elas podem ser:
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Consoantes = Quando estiverem no início da sílaba. 2. DITONGO = É o agrupamento de uma vogal e

uma semivogal, em uma mesma sílaba.
Semivogais = Quando formarem os grupos AM, EM e
Quando a vogal estiver antes da semivogal,
EN, em final de palavra ‐ somente em final de palavra
chamaremos de Ditongo Decrescente, e,
‐ sendo representadas foneticamente por Y ou W.
quando a vogal estiver depois da semivogal,
de Ditongo Crescente. Chamaremos ainda de
oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar
Num vocábulo (como já visto), nem sempre há
pelas narinas ou pela boca.
equivalência entre o número de letras e o de fonemas.
Cai‐xa = Ditongo decrescente.
O vocábulo falha, por exemplo, possui:
Cin‐quen‐ta = Ditongo crescente.
— 5 letras (f‐a‐l‐h‐a)
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— 4 fonemas /f‐a‐lh‐a/
Quando a vogal vem em primeiro lugar, o DITONGO se
Um fonema pode ser representado por um grupo de denomina DECRESCENTE (DD). Assim:
duas letras (dígrafos): maCHado, muLHer, uNHa,
miSSa, caRRo. caule pai céu muito
A letra ou grafema X pode representar dois fonemas Quando a semivogal antecede a vogal, o DITONGO se
ao mesmo tempo, ou seja, um fonema dúplice /ks/, diz CRESCENTE (DC). Assim:
/cs/. Ex.: táXi, fiXo, tóraX, heXacampeão. guardar qual linguiça frequente
O H inicial das palavras também não representa
fonema algum. Em hora, por exemplo, há três
fonemas apenas: /ora/.
As letras M e N, quando não seguidas de vogal,
também não representam um fonema.
São sinais de nasalização da vogal anterior. Ditongos Orais Decrescentes:

Em canta, por exemplo, há apenas 4 fonemas: Pronúncia Exemplo

/c‐ã‐t‐a/. /ay/ Pai

Há fonemas que, em certos casos, não se representam /aw/ Mau

graficamente: bem: /bey/, batem: /batey/, falam: /ey/ Sei
/falãw/, põe: /põy/.
/éy/ Réis
/ew/ Meu
ENCONTROS VOCÁLICOS
/éw/ Céu
É o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos
de encontros vocálicos: /iw/ Viu
/oy/ Boi
/óy/ Herói
/ow/ Vou
/uy/ Azuis

Ditongos Nasais Decrescentes:

1. HIATO = É o agrupamento de duas vogais, Pronúncia Escrita Exemplo
cada uma em uma sílaba diferente. Lu‐a‐na,
a‐fi‐a‐do, pi‐a‐da. ru‐a /ãy/ ãe, ãi mãe, cãibra
Outros Hiatos: ciúme, aorta, preencher, /ãw/ ão, am mão, vejam
cooperar, podia, cruel, creem, lagoa, poeira,
/ey/ em, en vem, benzinho
doer.
/õy/ õe põe, sermões
/uy/ ui mui, muito

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1. TRITONGO = É o agrupamento de uma vogal
e duas semivogais (Vogal + Semi‐
Vogal+Vogal). Também pode ser oral ou
nasal. Aguei /enxaguou = Tritongo oral.
Águem/saguão/enxáguam= Tritongo nasal,
com a ocorrência da semivogal m.
Águem ‐ Tritongo nasal, com a ocorrência da
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semivogal m.
RESUMINDO:
ENCONTROS CONSONANTAIS
É o agrupamento de consoantes em uma mesma
palavra. Ex.: três, testa, obstruir, subdelegado, creme,
plano.
1 — O encontro consonantal pode ocorrer na mesma
sílaba (clima) ou em sílabas diferentes (advogado).
2 — Em palavras como samba, renda, lindo, não há
encontro consonantal, porque m e n, em final de
sílaba, não representam fonemas; são letras
nasalizadoras, têm a função do til: /sãba, rēda, lĩdo/.
3 — A letra X, com valor de /cs/, equivale a um
encontro consonantal: fiXo, tóxico heXágono = /ks/.
Há três tipos de encontros consonantais:
1. Encontro Consonantal Puro (perfeito) = É o
agrupamento de consoantes, lado a lado, na
mesma sílaba. Bra‐sil, pla‐ne‐ta, a‐dre‐na‐li‐na
2. Encontro Consonantal Disjunto = É o
agrupamento de consoantes, lado a lado, em
sílabas diferentes. ap‐to, cac‐to, as‐pec‐to
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3. Encontro Consonantal Fonético = É a letra x com
som de ks. Maxi, nexo, axila = maksi, nekso,
aksila.
Não se esqueça de que as letras M e N pós‐vocálicas não
são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de
nasalização.
DÍGRAFOS
Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas
um fonema. Os principais dígrafos são rr, ss, sc, sç, xc,
xs, lh, nh, ch, qu, gu. Representam‐se os dígrafos por
letras maiores que as demais, exatamente para
estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo.
Qu e gu só serão dígrafos, quando estiverem seguidos
de e ou i, sem trema. Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs
têm suas letras separadas silabicamente; lh, nh, ch,
qu, gu, não.
ch: cheio
Ih: pilha, galho
nh: banho, ganha
rr: barro, erro
ss: asseio, passo
gu (antes de e ou i): guerra, seguinte
qu (antes de e ou i): leque, aquilo
sc (antes de e ou i): descer, piscina
sç (antes de a ou o): desça, cresço
xc (antes de e ou i): exceção, excitar
Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao
Ressôo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um
fonema vocálico.
sangue = san‐gue ‐ sãGe
Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que
é o encontro de consoantes, cada uma representando
um fonema.
Em palavras em que as duas letras se pronunciam, os
grupos gu, qu, sc e xc não são dígrafos, como nos
exemplos: agudo, aguentar, aquático, frequente,
escada, exclamar.
b) Dígrafos que figuram vogais nasais: (ressôo nasal
ou sinal de nasalização)
am: tampa /tãpa/ an: santa /sãta/
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em: tempo /tēpo/ en: venda /vēda/

im: limpo /lĩpo/ in: linda /lĩda/

No fim das palavras, como falam /fálãw/, batem

/bátey/, alguém /algey/, AM e EM não são dígrafos,
porque representam um ditongo nasal; portanto, dois
fonemas (ditongo).
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