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Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório;

um querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na extremidade da outra parte; de uma só


peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins
estenderão as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas
uma para a outra, olhando para o propiciatório.

Êxodo 25:18-20 ARA

As estátuas dos querubins ficavam nas duas extremidades da arca, uma em cada
extremidade, e havia um espaço vazio.

Sobre o espaço vazio:

ÊXODO 25 ARA

(22) do meio dos dois querubins.


Aqui nós vemos qual era o lugar de onde Deus falaria com Moisés: “de cima do
propiciatório, do meio dos dois querubins“.

O EXATO LUGAR sobre a arca da aliança, especificamente nesse espaço vazio entre os
querubins, seria de onde DEUS falava.

Tinha imagens de Deus ali? Em algum outro lugar os judeus


esculpiram querubins ou tinham permissão para o fazer?

1 SAMUEL 4 ARA
(4) Mandou, pois, o povo trazer de Siló a arca do Senhor dos Exércitos, entronizado entre
os querubins; os dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, estavam ali com a arca da Aliança de
Deus.

2 SAMUEL 6 ARA
(2) Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para
levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do Senhor
dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. ARA

Assentar-se acima dos querubins é traduzido como assentar-se entre NVI os querubins
ou entronizado entre NVT ou entronizado sobre A21 no sentido de que a divindade
aparece entre eles e ali se apresenta como monarca soberano.

SALMO 80 ARA
(1) Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás
entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor.
SALMO 99 ARA
1 Reina o Senhor ; tremam os povos. Ele está entronizado acima dos querubins; abale-se a
terra. 2 O Senhor é grande em Sião e sobremodo elevado acima de todos os povos.

Em apocalipse vemos “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava


assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus
olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha
um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de veste tingida
em sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os
exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua
boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de
ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-
Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos
senhores.” (Ap 19.1-16)

Yago Martins, Batista, afirma que:

“Essa passagem está cheia de significados. Percebemos que a visão apresenta Jesus
em seu caráter e ações. Chamo atenção para a função dessa passagem em nosso
imaginário escatológico. O texto nos chama a visualizar em nossa mente Jesus Cristo
como um rei guerreiro e vitorioso. Osborne argumenta que a figura do cavaleiro no
cavalo branco, com suas vestes, espada e coroas, é uma imagem em comparação com
as figuras de César e do anticristo. Ele diz sobre o uso dessa imagem:”

“Aquilo que tipificava o imperador para os pagãos romanos e tipificará o Anticristo


para a humanidade iludida, Cristo, e somente Cristo, exemplificará em seu sentido final
e definitivo […] Seus olhos serão como chama de fogo, ou seja, ele verá tudo e saberá
tudo, e seu juízo será executado em caráter defi nitivo. Sua veste está salpicada do
sangue dos seus inimigos em antecipação à vitória final.”[10]

“Esse texto é um convite claro das Escrituras para criamos uma imagem de Jesus em
nosso imaginário e esperarmos em grande expectativa por ela. É um convite para
colocarmos essa imagem de Cristo lado a lado com a imagem do imperador e do
anticristo, e visualizarmos a superioridade do nosso Rei e Salvador Jesus. Apocalipse é
um livro que mexe com nosso imaginário teológico-escatológico! Além de ser
permitido imaginar a forma visível de Deus em Jesus, somos encorajados a fazer isso
para gerar expectativa e louvor a esse Deus que se fez visível e que ainda nos fará vê-lo
em toda sua glória.”

Bruno: Ainda que certo texto inspirado nos faça imaginar a pessoa de Jesus, Yago erra
grosseiramente ao afirmar que se pode usar imagens feitas de Deus. Isso é sim idolatria.

Já que Yago usa teólogos para defender seus pontos, deixe-me usar também:
Thomas Watson
“Uma vez que não é legal fazer uma imagem de Deus, o Pai, podemos, então, fazer uma imagem
de Cristo, visto que ele tomou sobre si a natureza do homem? Não! Epiphanius, vendo uma
imagem de Cristo na igreja, quebrou -a em pedaços! É a divindade de Cristo unida à sua
humanidade, que faz com que ele seja o Cristo. Portanto, retratar a sua humanidade quando não
conseguimos retratar sua divindade é pecado, pois o reduzimos a meio-Cristo – separamos o que
Deus uniu, deixamos de fora a principal coisa que o faz ser Cristo”. (The Ten Commandments.
Carlisle, PA: The Banner of Truth Trust, 2009. p. 62.)

Albert Mohler
“Assim, Cristo está no segundo mandamento; então, o Cristo cumpre o segundo mandamento, pois
ele, a imagem do invisível Deus, é o ícone sobre quem ponderamos. No entanto, mesmo como
ícone, Jesus Cristo não é uma imagem visual para nós – ele é muito mais que isso. Desse modo,
o mandamento é também para nós, para que não transformemos nossa adoração a Cristo em outra
forma de idolatria. Pregamos o Cristo crucificado. Apontamos para o Cristo em sua glória.
Pregamos a cruz. Ensinamos e pregamos todas as coisas referentes a Cristo. E usamos
PALAVRAS”. (R. Albert Mohler, Jr. Palavras do Fogo. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. p. 49)

Edmund Clowney
“O culto cristão é celestial, e, embora Jesus tenha um corpo real, com um rosto real e características
físicas distintas, as representações de seu corpo físico não devem ser o foco da nossa adoração.
Nós oramos ao Jesus real, onde ele está agora. Nós alcançamos o coração das crianças não por
oferecer-lhes lápis de cor para que desenhem Jesus, mas por mostrar-lhes como falar com ele. Ele
é real, e não é uma imagem”. (How Jesus Transforms the Ten Commandments. Phillipsburg, NJ:
P&R Publishing, 2007. p. 32.)

Wilhelmus à Brakel
“Ao contrário, declaramos que fazer imagens da Trindade é expressamente proibido. Não
conhecemos a natureza espiritual dos anjos nem a verdadeira aparência física de Cristo e dos
apóstolos. Assim, as imagens feitas deles são sem semelhança, e é vaidade fazer uma imagem e
dizer: Isso é Cristo, isso é Maria, isso é Pedro, e etc. E mesmo que tivéssemos suas imagens
verdadeiras, não poderíamos adorar, honrar, nem nos envolvermos em qualquer atividade religiosa
em relação a elas”. (The Christian’s Reasonable Service. Vol. 3. Grand Rapids, MI: Reformation
Heritage Books, 2007. p. 109.)

Johannes Geerhardus Vos

“2. É errado fazer pinturas ou quadros de nosso Salvador Jesus Cristo?

De acordo com o Catecismo Maior isso, com certeza, é errado, pois ele interpreta que o segundo
mandamento proíbe a feitura de qualquer representação de qualquer uma das três pessoas da
Trindade, o que certamente inclui Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Trindade, Deus Filho. Como
as figuras de Jesus são extremamente comuns nos dias de hoje, devemos entender que nos
círculos calvinistas esse é um desenvolvimento relativamente moderno. Nossos ancestrais dos dias
da Reforma, e nos 300 anos após ela, abstiveram-se com extremo cuidado e precisão, de sancionar
ou de utilizar quadros de Jesus Cristo. Tais figuras são tão comuns hoje, e tão poucos fazem
conscienciosa objeção a elas que é praticamente impossível se obter quaisquer recursos de ajuda
para a Escola Dominical ou material de histórias bíblicas para crianças que estejam livres dessas
figuras. A Sociedade Bíblica Americana (The American Bible Society) merece ser elogiada pela
decisão de não deixar mostrar a figura do Salvador nos filmes produzidos por ela” (Catecismo Maior
de Westminster Comentado. São Paulo: Os Puritanos, 2007. p. 344.)

“4. Desde que não sejam adoradas nem utilizadas como ‘auxílio à adoração’, não seriam legítimas
as representações de Jesus? Conforme a interpretação da Assembleia de Westminster, o segundo
mandamento certamente proíbe toda a representação de qualquer uma das Pessoas da Trindade,
em consonância coerente com a verdade ensinada nos Padrões de Westminster de que C risto é
uma Pessoa Divina com uma natureza humana trazida à união com Ele mesmo, e não uma pessoa
humana; isso implica que seria errado fazer representações de Jesus Cristo sob qualquer pretexto.
É claro que há uma diferença entre utilizar figuras de Jesus para ilustrar lições ou livros de histórias
bíblicas para crianças e usar figuras de Jesus na adoração, como fazem os Católicos Romanos. É
óbvio que a primeira situação não é um mal da mesma classe dessa última, entretanto, apesar
dessa diferença, há bons motivos para se afirmar que os nossos ancestrais da Reforma estavam
certos ao se oporem a toda representação pictórica do Salvador. Deveríamos compreender que a
popularidade de uma certa prática – até mesmo daquelas quase impossíveis de serem contestadas
– não prova que ela seja correta. Para se provar que uma prática é certa temos de demonstrar que
ela se harmoniza com os mandamentos e os princípios revelados na Palavra de Deus; a mera
demonstração de que uma prática é comum, é útil ou parece dar bons resultados não prova que
seja certa” (Catecismo Maior de Westminster Comentado. pp. 345-346.)

Marcellus Kik
“Sem dúvida, se eu afirmar que o uso de imagens de Cristo não é bíblico, que não conta com a
aprovação de Deus, que é pecaminoso, e que é uma quebra do segundo mandamento – serei
considerado como um fanático, um reacionário, e talvez não muito normal. Mas, por favor, antes
que você tenha tais pensamentos desagradáveis, ouça-me. Se nós somos cristãos o nosso serviço
e culto são regulados pela Palavra de Deus. A Bíblia é o nosso infalível guia na fé e no culto”.
(Pictures of Christ. p. 1)

João Calvino
“Patrístico era quem afirmou ser horrenda abominação ver-se pintada em templos de cristãos a
imagem, seja de Cristo, seja de qualquer santo. Tampouco foi isto pronunciado pela voz de um
único homem, mas até decretado por um concílio eclesiástico: que não se pinte em paredes o que
se adora. Muito longe está de que se contenham dentro destes limites, quando não deixam sequer
um canto vazio de imagens.” (Institutas, Livro I, carta ao rei).

“E assim na lei, após haver arrogado unicamente para si a glória da Deidade, quando visa a ensinar
que gênero de adoração aprova, ou repudia, Deus acrescenta de imediato: ‘Não farás para ti
imagem esculpida, nem qualquer semelhança” [Ex 20.4], palavras com as quais nos coíbe o
desenfreamento, para que não tentemos representá-lo por meio de qualquer figura visível. E
enumera, de maneira sucinta, todas as formas mediante as quais, já desde outrora, a superstição
começara a converter sua verdade em mentira.” (Institutas, I.11.1)

“Isso pode ser facilmente inferido das razões que ele anexa à sua proibição. Primeiramente, através
de Moisés [Dt 4.15]: “Lembra-te do que o Senhor te falou no vale do Horebe: ouviste uma voz,
porém corpo não viste; guarda-te, portanto, a ti mesmo, para que não aconteça que, se fores
enganado, para ti faças qualquer representação” etc. Vemos como Deus opõe abertamente sua
voz a todas as representações, para que saibamos que, todos quantos buscam para ele formas
visíveis, dele se apartam.” (Institutas I.11.2)

“Deve-se notar, porém, que não se proíbe menos uma gravura do que uma imagem escupida, com
o quê se refuta a improcedente ressalva dos gregos. Pois pensam que se portam esplendidamente,
se não fazem representações esculturais de Deus, enquanto se esbaldam em gravuras mais
desabridamente que quaisquer outros povos. O Senhor, entretanto, proíbe não apenas que lhe seja
talhada imagem por estatuário, mas ainda que lhe seja modelada representação por qualquer sorte
de artífice, porquanto é, com isso, afeiçoado em moldes inteiramente falsos e com grave insulto de
sua majestade.” (Institutas I.11.4)

“Certamente conheço muito bem este popular e vulgar refrão: As imagens são os livros dos
iletrados. Isso foi dito por Gregório. Entretanto, de maneira muito diferente fala o Espírito de Deus,
em cuja escola, se Gregório houvesse sido instruído nesta matéria, jamais haveria de ter assim
falado.” (Institutas I.11.5)
“Se alguém objeta, dizendo que aqueles que abusavam das imagens para ímpia superstição eram
repreendidos pelos profetas, sem dúvida o admito. Acrescento, porém, o que é notório a todos, que
eles condenam plenamente o que os papistas assumem como infalível axioma: que as imagens
fazem as vezes de livros. Pois os profetas opõem as imagens ao Deus verdadeiro, como coisas
contrárias e que jamais podem ser conciliadas.” (Institutas I.11.5)

“Nestas porções que há pouco citei, afirmo-o, infere-se esta conclusão: uma vez que o Deus
verdadeiro a quem os judeus adoravam é um e único, pervertida e enganosamente se inventam
figuras visíveis para que representem a Deus e miseravelmente iludidos se quedam todos os que
daí buscam conhecimento.” (Institutas I.11.5)

“Leia-se, ademais, o que acerca desta matéria escreveram Lactâncio e Eusébio, que não hesitaram
em tomar axiomaticamente que todos esses de quem se vêem imagens foram seres mortais. O
que Agostinho expressou não foi outra coisa, o qual declara taxativamente que é abominável não
só adorar imagens, mas também o erigi-las a Deus. Contudo, tampouco ele está dizendo outra
coisa senão o que havia sido decretado, muitos anos antes, no Concílio de Elvira, do qual este é o
cânon trinta e seis: “Resolveu-se que não se tenham nos templos representações pictoriais, como
também não se pinte em suas paredes o que se cultua ou adora.”” (Institutas I.11.6)

“Se Varrão dissesse apenas isso, talvez pouco tivesse de autoridade; contudo, com razão nos
deveria causar vergonha que um pagão, como que a tatear nas trevas, tenha chegado a esta luz,
isto é, que as imagens corpóreas são indignas da majestade de Deus porque diminuem nos homens
o temor e aumentam o erro.” (Institutas I.11.6)

“Portanto, quem quer que deseje ser corretamente ensinado, aprenda de outra fonte, a saber, o
que de Deus se pode conhecer não deve ser através de imagens.” (Institutas I.11.6)

“Portanto, se os papistas possuem algo de pejo, que doravante não façam uso deste subterfúgio:
que as imagens são os livros dos iletrados, o que está refutado tão escancaradamente por
numerosos testemunhos da Escritura.” (Institutas I.11.7)

J.I. Packer
“Essa afirmação categórica proíbe não apenas o uso de figuras e estátuas representando Deus
como animal, mas também o uso de figuras e imagens que o representam como a mais elevada
criatura que conhecemos — o homem. Proíbe também o uso de figuras e imagens de Jesus Cristo
como homem, embora o próprio Jesus tenha sido e permaneça homem. Toda figura ou imagem é
necessariamente produzida à “semelhança” do homem ideal, como o imaginamos, e portanto está
sob a proibição imposta pelo mandamento.” (O Conhecimento de Deus, p. 38)

“Ao longo da história, os cristãos têm divergido a respeito da proibição do segundo mandamento,
de vetar o uso de figuras de Jesus com propósitos didáticos e instrutivos (por exemplo, na escola
dominical). Embora a questão não seja fácil de resolver, não há dúvida de que o segundo
mandamento nos obriga a dissociar a adoração tanto pública como particular de qualquer figura ou
estátua de Jesus, como de qualquer representação de seu Pai. Neste caso, que razão há afinal
para essa proibição tão ampla? Pela ênfase dada ao próprio mandamento com as assustadoras
sanções ligadas a ele (proclamando o zelo de Deus, punindo com severidade os transgressores),
supõe-se que deve ser de importância crucial. Mas será realmente? A resposta é sim. A Bíblia
mostra que a glória de Deus e o bem espiritual do homem estão diretamente ligados ao
mandamento.” (O Conhecimento de Deus, p. 38)

“O ponto aqui não é apenas que a imagem representa Deus com corpo e membros, o que na
realidade ele não tem. Se fosse apenas esta a base da objeção às imagens, as representações de
Cristo não seriam erradas, mas a realidade é muito mais profunda. O cerne da objeção às figuras
e imagens está no fato de ocultar inevitável e quase totalmente a verdade sobre a natureza pessoal
e o caráter do Ser divino representado. Para ilustrar: Aarão fez um bezerro de ouro (isto é, a imagem
de um boi). Com a intenção de manter um símbolo visível de Jeová, o Deus poderoso que havia
tirado Israel do Egito. Não há dúvida de que a intenção era honrar a Deus, criando um símbolo de
sua grande força. Entretanto não é difícil ver que esse símbolo é um insulto a Deus, pois que idéia
de seu caráter moral, justiça, bondade e paciência poderia ser depreendida da observação de sua
imagem retratada por um boi? A imagem de Aarão escondeu a glória de Jeová. De modo
semelhante, as impressões exteriores geradas pelo crucifixo obscurecem a glória de Cristo, pois
ofuscam sua divindade, a vitória na cruz e a realidade do Reino. Ele aponta apenas a fraqueza
humana, porém esconde sua força divina; representa a exatidão da dor, mas não mostra a realidade
de sua alegria e força. Em ambos os casos o símbolo perde valor pelo que deixa de transmitir. O
mesmo acontece com as outras representações visuais da divindade.” (O Conhecimento de Deus,
p. 39)

“A ideia é clara. Deus não lhes apresentou nenhum símbolo visível de si mesmo, mas falou com
eles; portanto, agora eles não deveriam procurar símbolos visíveis de Deus, mas simplesmente
obedecer a sua Palavra. Caso se diga que Moisés estava com medo de que os israelitas tomassem
emprestados modelos de imagens das nações idólatras a sua volta, nossa resposta é sem dúvida
positiva. Este é exatamente o ponto: todas as imagens de Deus feitas pelos homens, sejam
esculpidas ou mentais, são realmente emprestadas do mundo ímpio e pecador, e com certeza não
estão de acordo com a santa Palavra do próprio Deus. Fazer uma imagem dele é buscar inspiração
em recursos humanos e não em Deus; este é realmente o erro da produção de imagens.” (O
Conhecimento de Deus, p. 42)

“A arte simbólica pode servir à adoração sob várias formas, mas o segundo mandamento proíbe
todas as representações da imagem de Deus. Se pinturas, desenhos e estátuas de Jesus — o Filho
encarnado — sempre foram considerados símbolos da perfeição humana pelas culturas que os
produziram (pele branca para os anglo-saxões, pele negra para os africanos e pele amarela para
os asiáticos ou o que quer que seja), em vez da aparência real de Jesus, não haveria problema.
Entretanto, crianças e adultos mais simples podem considerá-los reais. Portanto, em minha opinião,
seria prudente evitá-los.” (O Conhecimento de Deus, p. 43)

Zacharias Ursinus
“Nenhuma imagem de Cristo deve ser pintada ou esculpida, nem mesmo o que se refere à sua
natureza humana, pois somente sua natureza humana teria como ser expressa pela arte, mas
aqueles que fazem essas imagens restabelecem os erros de Nestório ou de Eutiqu es”.

Thomas Vincent
“Não é lícito ter imagens de Jesus Cristo porque sua natureza divina não pode ser retratada de
forma alguma, e porque seu corpo, como está glorificado, não pode ser retratado como é; e porque,
se não desperta devoção, é vã; e se desperta devoção, é adoração a uma imagem ou figura, sendo
assim uma violação concreta do segundo mandamento.” (Trecho da Exposição do Breve Catecismo
da Assembleia de Westminster)

R.C. Sproul
“Não posso afirmar com toda certeza que representar a natureza humana de Jesus seja uma
violação do segundo mandamento. Mas não estou certo de que seja sábio, pois a representação
poderia comunicar às pessoas uma imagem errônea. A cabeça de Cristo feita por Salomão, apesar
de toda a sua beleza, tem comunicado a várias gerações de pessoas um Jesus efeminado que
parece menos do que vigoroso. Eu preferiria não comunicar nada artisticamente sobre a aparência
de Jesus do que colocar imagens erradas nas mentes das pessoas.” (Sproul, Boa Pergunta, p..
234)

John Murray
“O que, então, podemos dizer das imagens de Cristo? Primeiro de tudo, é preciso dizer que não
temos quaisquer dados como base para fazer uma representação pictórica de Jesus; não temos
descrições das suas características físicas que permitiriam ao artista mais habilitado fazer um
retrato aproximado. Em vista da profunda influência exercida por uma imagem, especialmente nas
mentes das pessoas jovens, devemos perceber o perigo envolvido em uma representação para a
qual não existe nenhuma garantia, uma representação que é a criação da pura imaginação. Ela
pode ajudar a destacar a tolice de perguntar: qual seria a reação de um discípulo, que realmente
viu o Senhor nos dias da sua carne, diante de um retrato que seria obra da imaginação de alguém
que nunca viu o Salvador? Podemos detectar facilmente qual seria a sua repulsa. Nenhuma
impressão que temos de Jesus deve ser criada sem os dados próprios da revelação, e cada
impressão, cada pensamento, deve evocar o culto. Assim, visto que não possuímos dados
revelacionais para uma imagem ou retrato no sentido próprio do termo, estamos impedidos de fazer
uma ou de usar qualquer uma que tenha sido feita.” (Reformed Herald, Vol. XVI, nº 9. Fevereiro de
1961)

Loraine Boettner
“Muito semelhante ao uso das imagens é o uso das figuras de Cristo. E estas, sentimos ter de dizê-
lo, encontraram-se frequentemente também nas igrejas protestantes além das católicas romanas.
Mas em nenhum lugar da Bíblia, nem no Novo nem no Velho Testamento, há alguma descrição do
aspecto físico de Cristo. Nenhum qu adro dEle foi pintado durante o Seu ministério terreno. A igreja
não tinha quadros dEle durante os quatro primeiros séculos. Os pretensos quadros de Cristo, como
os de Maria e dos santos, são mero produto da imaginação do artista. Por isso é que são tantos, e
tão diferentes. É simplesmente uma mentira dizer que qualquer um deles é um quadro genuíno de
Cristo. Tudo o que sabemos sobre o seu aspecto físico é que Ele era de nacionalidade judaica.
Mas com muita frequência Ele tem sido representado com traços arianos e até mesmo com cabelo
dourado. Certamente Cristo deve repudiar todos esses quadros forjados de Sua pessoa. Ele foi a
verdade e nós podemos ter certeza de que Ele não aprovaria qualquer forma de falsos
ensinamentos. É impossível que algum quadro faça justiça à Sua personalidade, pois Ele não foi
só humano mas também divino. A divindade não pode ser descrita “pela arte e imaginação do
homem” (Atos 17.29). Portanto, todos os quadros são igualmente enganadores e ruins. Conservada
em segredo, como foi a sepultura de Moisés e sem dúvida por motivos semelhante, o aspecto físico
do Deus-Homem precisou ser mantido além do alcance da idolatria. Os assim chamados quadros
de Cristo não são subsídios para o culto, mas , antes um impedimento, e para muitos represen tam
uma tentação para essa mesma idolatria contra a qual as Escrituras advertem com tanta clareza.”
(Catolicismo Romano, Imprensa Batista Regular, 1985, p. 228).

James Durham
“E se for dito que a alma do homem não pode ser pintada, mas seu corpo pode, e todavia essa
figura representa um homem; eu respondo: isso acontece porque eles tem apenas uma natureza,
e aquilo que o representa, representa a pessoa; mas não é assim com Cristo: sua divindade não é
uma parte distinta da natureza humana, como a alma do homem é (o que é necessariamente
suposto em todo homem vivo), mas uma natureza distinta, apenas unidade com a humanidade
nessa única pessoa, Cristo, que não tem nenhum semelhante; por isso o que o representa não
deve representar um homem somente, mas deve representar Cristo, Emanuel, Deus-homem, de
outra forma não é sua imagem. Além do mais, não há nenhuma autorização para representá-lo em
sua humanidade; nem nenhuma vívida possibilidade disso, mas como imaginação do homem; e
deve isto ser chamado de retrato de Cristo? Seria chamado retrato de qualquer outro homem se
fosse desenhado ao bel-prazer dos homens, sem considerar o modelo? De novo, não serve para
nada; pois essa imagem ou deveria ter opiniões comuns com outras imagens, e isso ofenderia
Cristo, ou ter um respeito peculiar de reverência, e isso é pecar contra o mandamento que proíbe
toda reverência religiosa a imagens, mas sendo Ele Deus e, portanto, o objeto da adoração, nós
temos que ou dividir suas naturezas, ou dizer que essa imagem ou figura não representa a Cristo”.
(The Law Unsealed: or, A Practical Exposition of the Ten Commandments).

Leonard T. Van Horn


“É lícito termos figuras de Jesus Cristo? Não, não é legítimo fazermos isso. É verdade que ele foi
tanto homem como Deus, mas a Bíblia ensina que ele é mais belo do que os filhos dos homens (Sl
45.2). É impossível sabermos como ele era, e portanto, qualquer representação dele seria
adivinhação. Se ele tivesse desejado que soubéssemos, ele o teria deixado claro na Bíblia.”
(Estudos no Breve Catecismo de Westminster, p. 101).

Chad Van Dixhoorn


“Uma das maneiras pela qual não devemos adorar a Deus é por meio do uso de figuras visuais
criativas (Ex 20.4-6). Aos israelitas foi dito que fossem muito cuidadosos a esse respeito. Uma das
razões por que se disse a eles que não fizessem imagens de Deus para ajudá-los na adoração foi
que quanto Deus se revelou no Sinai, ele não o fez em uma forma visível. Deus não se ofereceu
aos artistas. Os israelitas não deveriam fazer uma suposição instruída a respeito da aparência dele.
Eles foram especialmente advertidos a não tomar algo na criação – fossem os peixes do mar ou as
estrelas do céu – e usar isso como um modelo para o Criador (Dt 4.15-20). Havia muitos problemas
com ídolos. Basicamente, as pessoas elaboravam ídolos a fim de ajudá-las a ter acesso ao deus
que elas queriam adorar e controle sobre ele. Isso é ofensivo para Deus. Além disso, a adoração a
ídolos era também ofensiva porque envolvia uma adoração a Deus que não fora ordenada pela
Palavra dele. A única religião que é sadia para nós e aceitável a Deus é a religião de acordo com
a prescrição dele.” (Guia de Estudos da Confissão de Fé de Westminster, p. 287).

Kenneth L. Gentry, Jr.


“O Segundo Mandamento diz: ‘Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que
há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes
darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos
até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem'(Êx 20: 4-5). Aqui Deus proíbe
expressamente a criação de imagens. Mas o que exatamente é sendo proibido?

Os Amish estão fundamentalmente enganados quando proíbem todas as representações visíveis


baseando-se em sua compreensão do Segundo Mandamento. Por exemplo, eles proíbem o uso de
espelhos porque refletem suas próprias imagens. Eles também proíbem a arte porque ela cria ‘imagens’.
No entanto, a Bíblia não proíbe todas as imagens. Em Números 21:8, Moisés é o rdenado a fazer uma
serpente ardente e colocá-la em um poste. Em Êxodo 25:18, o Senhor instrui Israel a fazer dois
querubins de ouro e colocá-los no propiciatório do tabernáculo. Então, a própria Escritura justifica a
criação de imagens, embora não para fins de adoração e louvor (que é o foco do segundo mandamento).

O que, então, o Segundo Mandamento proíbe? João Calvino explica corretamente nas Institutas (2:8:17)
que proíbe ‘ousar sujeitar a Deus, que é incompreensível ao nosso senso, percepções ou para
representá-lo de qualquer forma’, e que ‘nos proíbe adorar quaisquer imagens em nome da religião’.
Mas por que Deus proíbe fazer imagens dele? Calvino continua: ‘Formas visíveis são diametralmente
opostas à sua natureza. Toda representação figurativa de Deus contradiz seu ser.’ Deus é invisível (Cl
1:15; 1Tm. 1:17), não localizado (isto é, onipresente, Jr 23:24), e sumamente glorioso.
Consequentemente, lemos em Deuteronômio 4:12 que ‘o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das
palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes aparência nenhuma.’ Mesmo no céu, os serafins
cobrem o rosto da majestade de Deus (Isaías 6:2). Assim, lemos em Deuteronômio 4:15 -19: ‘Guardai,
pois, cuidadosamente, a vossa alma, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus,
vos falou em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais e vos façais alguma imagem
esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher, semelhança de algum animal que há
na terra, semelhança de algum volátil que voa pelos céus, semelhança de algum animal que rasteja sobre
a terra, semelhança de algum peixe que há nas águas debaixo da terra. Guarda -te não levantes os olhos
para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército dos céus, sejas seduzido a inc linar-
te perante eles e dês culto àqueles, coisas que o Senhor, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de
todos os céus.’

Calvino certamente está correto quando observa que ‘cada estátua que o homem ergue ou cada imagem
que ele pinta para representar a Deus, simplesmente desagrada a Deus como algo desonroso à sua
majestade.’ Claramente, então, não devemos produzir figuras de Deus ou usar imagens como
ferramentas para adoração.” (Christ, Art, and the Second Commandment, p. 1)
William Ames

“O ensino religioso por IMAGENS é condenado, primeiro: porque não são santificadas por Deus para
esse fim. Segundo: porque não podem representar Deus, nem as as suas perfeições para nós. Terceiro:
porque degradam a alma e desviam a atenção da contemplação espiritual da vontade divina. Quarto:
porque uma vez admitidas nos exercícios de adoração, o próprio culto, pela perversidade da mente do
homem (pelo menos em parte) será transferido para elas – é declarado nas palavras do Segundo
Mandamento: “Não as adorarás, nem lhes darás culto”” (A Essência da Teologia Sagrada, Livro II, cap.
XIII, tese 33).

ISAÍAS 37 ARA
15 e orou ao Senhor , dizendo:

16 Ó Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu
somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra.

A arca da aliança contém uma importante lição sobre o segundo mandamento. Imagens de
querubins não são imagens de Deus porque a Bíblia claramente diferencia entre Deus e os
anjos (Apocalipse 22:8-9).

Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do
anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo.

Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos
que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.

Então, no lugar que tinha como objetivo representar a presença especial de Deus,

Não através
de que maneira o SENHOR era representado?

de uma imagem, não através de


uma estátua, mas através de um
espaço vazio.

e orou perante o Senhor , dizendo: Ó Senhor , Deus de Israel, que estás entronizado
acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os
céus e a terra. 2 Reis 19:15
Desta maneira, podemos fazer uma distinção importante hoje. Um desenho ou imagem de
uma pessoa, até talvez a representação de um apóstolo, profeta ou outra personagem
bíblica, pode servir para nos lembrar da mensagem da Bíblia e do procedimento daquele
servo, e assim reforça a santidade de Deus. Este uso de representações gráficas não fere
os princípios bíblicos. Por outro lado, a veneração simples com o uso dessas imagens é sim
idolatria, usando estas representações como objetos de culto ou de honra espiritual, é
desobediência aos princípios revelados pelo Senhor. Deus nunca autorizou a veneração
de santos, apóstolos, anjos ou imagens representando quaisquer criaturas celestiais ou
terrestres e jamais autorizou fazer imagens de Deus em qualquer das pessoas da
trindade. O catecismo maior de Westminster está correto.

Desde o princípio a revelação divina foi iniciativa celestial e não algo causado pelo
interesse humano. As Escrituras enfaticamente afirmam que Deus criou o homem a sua
imagem, segundo a sua semelhança, e não vice-versa. Com base nesta verdade, o apóstolo
Paulo argumentou com os atenienses: “Sendo, pois, geração de Deus, não devemos
pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e
imaginação do homem” (At 17.29).

O povo de Deus é distinguido por sua adoração destituída de esculturas. O verdadeiro


Deus não é um “deus tribal” e nem é limitado a uma imagem. Ele não é como aqueles que
“têm boca e não falam; têm olhos e não vêm…” (Sl 115.5-8). Os ídolos podem até ter forma
de piedade, mas não representam conforto algum na hora da aflição e não fornecem
nenhuma garantia eterna aos seus adoradores. O povo de Deus, todavia, adora Àquele
que é o Senhor do universo, Senhor dos senhores e Rei dos reis. É impossível conter sua
glória e expressão em algo tão banal como uma imagem, ainda que mental.

O segundo mandamento condena a adoração ao Verdadeiro Deus de maneira contrária


àquilo que ele exige de seus adoradores. A verdadeira adoração é sempre prerrogativa de
Deus que procura os Seus adoradores e importa que eles o adorem “em espírito e em
verdade” (Jo 4.23) e não em imaginação por meio de imagens dele.

É pecado e quebra sim o segundo mandamento.

Texto organizado (ainda está meio desorganizado) por Ricardo Bruno, presbítero da IPB
em Santa Cruz RN.

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