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O empregado que se recusa a vacinar

Desde o início de 2020, a humanidade vem enfrentando umas das piores crises
sanitárias, crise essa provocada pela pandemia de COVID-19. O impacto dessa doença
foi gigantesco em todas as relações humanas. Em prol do combate a esse vírus de
letalidade brutal, a ciência desenvolveu, em tempo recorde, as vacinas. E conforme
dados divulgados elas têm se mostrado eficazes na prevenção dessa morbidade.
O principal objetivo dos governos mundiais é imunizar a população, mas todos os
países vêm enfrentando um outro adverso, que é a recusa de um contingente de
pessoas a tomar as vacinas desenvolvidas, pelas mais variadas razões (ideológicas,
políticas, religiosas ou, simplesmente, por convicções pessoais.
Essa recusa tem afetado muitos campos das relações humanas, principalmente no
ambiente de trabalho. Porém, as decisões pessoais supracitadas não podem se
sobrepor a um interesse coletivo, haja vista que, esse interesse preza pela
preservação da saúde dos demais colaboradores que integram uma determinada empresa.
Quanto a obrigatoriedade da vacina, há dois direitos constitucionais que são
colocados na balança: a liberdade individual (Art. 5º da CF) e a saúde pública
(Art. 196 da CF).
Referente a alguns acontecimentos, em dezembro/2020, o Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu que a vacinação contra a Covid-19 é obrigatória e que sanções podem
ser estabelecidas contra quem não se imunizar. Também ficou acordado, que essas
medidas devem ser implementadas pela União, estados e municípios.
Já (no julgamento das ADIs 6.586 e 6.5872 e do ARE 1.267.8793) ficou decidido pela
constitucionalidade da vacinação compulsória, com a possibilidade de os entes
públicos adotarem medidas restritivas previstas em lei, em caso de negativa do
indivíduo à imunização (como, por exemplo, aplicação de multas, restrição de acesso
a determinados ambientes e ao exercício de certas atividades).
Tendo em vista as regras de saúde e segurança do trabalho trazidos pelo (Art. 158
da CLT), isso pode sim ser motivo de justa causa. Sendo assim, entende-se que a
determinação está dentro do poder diretivo do empregador, considerando o interesse
da coletividade, para que o empregador mantenha a sua atividade econômica e um
ambiente de trabalho seguro. Dessa forma, ele pode sim tomar como medida de
precaução a exigência da vacinação dos seus empregados.

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