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LICENCIATURA

EM QUÍMICA
FÍSICA GERAL

Prof. Márcio de Menezes

Semestre 5

UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS


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H236c HARDAGH, Cláudia Coelho


Curso de Pedagogia: Comunicação, Educação e Tecnologias
(por) Prof.ª Cláudia Coelho Hardagh. Semestre 1. Santos:
UNIMES VIRTUAL. UNIMES. 2006. 130p.

1. Pedagogia 2. Tecnologias 3. Comunicação.

CDD 370

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 FÍSICA GERAL
Aula Inaugural

Esta disciplina tem um papel importante, pois a Física é uma ciência irmã
da Matemática ao utilizar os seus resultados. Estas duas ciências são tão
próximas que um dos maiores físicos de todos os tempos, Isaac Newton,
também é considerado um grande Matemático. Ele é o pai das leis da di-
nâmica (leis de Newton) assim como do Cálculo Diferencial e Integral.

Com o passar do tempo estas duas ciências acabaram se afastando. Mas


é interessante notar que alguns matemáticos ainda hoje fazem grandes
desenvolvimentos na Física, assim como o contrário também ocorre.

Portanto, aqui você verá alguns exemplos que lhe permitirão dar exemplos
concretos de aplicação da Matemática. Vale ressaltar que existem várias
outras possíveis aplicações para a Matemática, como: na Biologia, na Eco-
nomia, na Química etc.

O ensino de Física pode ser bastante árduo. Quando o professor começa a


ensinar os princípios físicos que regem o nosso universo, depara-se com
um monstro: a Matemática. Infelizmente, é assim que os alunos vêem
a Matemática. A ciência que serve de linguagem para descrever os fe-
nômenos da natureza é tida como assustadora e acaba se tornando um
empecilho.

Nesta disciplina veremos muitas coisas relacionadas ao nosso cotidiano,


como velocidade, energia, calor, luz, som e eletricidade.

Espero que este texto sirva de motivação para que você mostre aos seus
alunos que a Matemática e a Física, em conjunto, podem trazer muitas
respostas para as questões da química e do cotidiano.

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FÍSICA GERAL 
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 FÍSICA GERAL
Índice
Unidade I: Cinemática........................................................................................ 11
Aula: 01 - Movimento e Repouso................................................................................ 12
Aula: 02 - Velocidade e Aceleração Média.................................................................. 15
Aula: 03 - Equação do Movimento.............................................................................. 19
Aula: 04 - Cálculo Diferencial...................................................................................... 23
Aula: 05 - Conservação do Movimento....................................................................... 27
Resumo - Unidade I..................................................................................................... 32

Unidade II: Dinâmica.......................................................................................... 39


Aula: 06 - Leis de Newton – Parte I............................................................................. 40
Aula: 07 - Leis de Newton – Parte II............................................................................ 44
Aula: 08 - Leis de Newton – Aplicação....................................................................... 48
Aula: 09 - A Força Peso............................................................................................... 52
Aula: 10 - Forças Atuando Sobre um Corpo................................................................ 56
Aula: 11 - Forças Sobre um Plano Inclinado................................................................ 61
Resumo - Unidade II.................................................................................................... 65

Unidade III: Energia e Gravitação ...................................................................... 71


Aula: 12 - Geocentrismo e Heliocentrismo.................................................................. 72
Aula: 13 - Gravitação ................................................................................................. 77
Aula: 14 - Energia . ..................................................................................................... 81
Aula: 15 - Energia Cinética.......................................................................................... 85
Resumo - Unidade III................................................................................................... 89

Unidade IV: Termologia....................................................................................... 95


Aula: 16 - Calor e sua Propagação.............................................................................. 96
Aula: 17 - A Evaporação............................................................................................ 100
Aula: 18 - Dilatação Térmica..................................................................................... 104
Aula: 19 - Dilatação Volumétrica............................................................................... 108
Resumo - Unidade IV................................................................................................. 112

Unidade V: Ondas, Sons e Luz.......................................................................... 117


Aula: 20 - Ondas........................................................................................................ 118
Aula: 21 - O Som....................................................................................................... 122
Aula: 22 - A Luz......................................................................................................... 125
Aula: 23 - As Cores................................................................................................... 130
Resumo - Unidade V.................................................................................................. 134
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Unidade VI: Eletromagnetismo......................................................................... 141
Aula: 24 - Matéria e Carga Elétrica............................................................................ 142
Aula: 25 - Força Elétrica............................................................................................ 146
Aula: 26 - Aparelhos Elétricos e Suas Características............................................... 150
Aula: 27 - Outras Características dos Aparelhos Elétricos......................................... 153
Aula: 28 - Conta de Luz ............................................................................................ 156
Aula: 29 - Chuveiros e Outros Resistores.................................................................. 159
Aula: 30 - Produção de Energia Térmica.................................................................... 163
Aula: 31 - Magnetismo.............................................................................................. 166
Aula: 32 - Eletro + Magnetismo............................................................................... 169
Resumo - Unidade VI................................................................................................. 174

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10 FÍSICA GERAL
Unidade I
Cinemática

Objetivos
Estudar os fundamentos da Mecânica, que são assunto da Cinemática. Estudare-
mos os movimentos sem nos preocuparmos com as forças. Trataremos da dif-
erença entre movimento e repouso. Veremos também como equacionar o movi-
mento.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 01 - Movimento e Repouso


Aula: 02 - Velocidade e Aceleração Média
Aula: 03 - Equação do Movimento
Aula: 04 - Cálculo Diferencial
Aula: 05 - Conservação do Movimento

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FÍSICA GERAL 11
Aula: 01

Temática: Movimento e Repouso

A aula de hoje é uma introdução à Mecânica. Veremos o que


são movimento e repouso. Acompanhe!

A velocidade é algo do nosso cotidiano. Todos os dias vemos e andamos


em veículos que têm sua velocidade marcada constantemente. Todos os
veículos automotivos informam a velocidade em que se encontram no mo-
mento em que se movimentam. Além disso, vemos pelas ruas placas de
trânsito com indicação da velocidade máxima que devemos percorrer.

Movimento

O movimento é tão comum quanto à velocidade. Entretanto, é preciso de-


fini-lo muito bem. Para fazê-lo vejamos um exemplo.

O jovem Teobaldo está indo para a escola. Como mora longe da escola, ele
vai de ônibus. Ainda bem que ele vai sempre sentado, pois é um dos primei-
ros a pegar o ônibus. Enquanto está andando, ele olha para as outras pesso-
as no ônibus, que também estão sentadas e se pergunta o seguinte: “Será
que as demais pessoas do ônibus estão em repouso ou em movimento?”.

Ele foi à escola a fim de assistir à aula de Física para tentar esclarecer sua
dúvida.

Antes de respondermos à dúvida de Teobaldo, vamos definir o que é


movimento.

Um corpo está em movimento quando sua distância a um referencial está


mudando. Assim, só poderemos responder a pergunta de Teobaldo se es-
colhermos um referencial.

Podemos dizer que as pessoas no ônibus estão em movimento, ou que em


repouso, dependendo do referencial que escolhermos. Por exemplo, se
Joãozinho for o referencial, as demais pessoas estarão em repouso, pois
a distância entre Joãozinho e cada uma das pessoas não varia, ou seja, é
sempre a mesma. Entretanto, se o nosso referencial for o Zezinho, que está
em pé no ponto de ônibus, diremos que as pessoas do ônibus estão em
movimento, pois, como o ônibus está andando, a distância entre Zezinho
e as pessoas do ônibus varia.

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12 FÍSICA GERAL
O movimento sempre depende de um referencial. O Zezinho, que ainda
está esperando o ônibus, está em repouso em relação ao solo. Mas em
relação ao sol? A Terra está em movimento, e, além da Terra, o sol também
está em movimento. A nossa galáxia está em movimento. Portanto, não
existe um referencial absoluto.

Vemos assim que o movimento sempre depende de um referencial. Da


mesma forma, veremos que a velocidade também depende de um refe-
rencial.

Vários pesquisadores, como o próprio Isaac Newton, fize-


ram muitas deduções de Leis Físicas considerando a exis-
tência de um espaço absoluto, ou seja, de um referencial
absoluto. Entretanto, este ponto de vista acabou sendo abandonado, prin-
cipalmente, com a evolução da Física e um conhecimento um pouco mais
aprofundado do nosso Universo.

Unidades de medida

Quando estamos andando de carro, costumamos medir a velocidade em


quilômetros por hora, mas quando vemos algum esporte (corrida de 100
m, natação, ...) muitas vezes é comum utilizarmos metros por segundo.

Em outros países, muitas vezes são utilizadas outras unidades de medida.


Nos Estados Unidos, por exemplo, a distância costuma ser medida em mi-
lhas, pés ou polegadas. Nós costumamos usar o metro como unidade de
medida de distância. Além do metro, usamos as suas variantes que são:
quilômetro (1000 m), centímetro (0,01 m) e milímetro (0,001 m).

Em Física é comum usarmos as unidades do Sistema Internacional (SI).


Neste sistema a distância é medida em metros e o tempo em segundos.
Ou seja, estamos em vantagem em relação aos norte-americanos, pois
eles são obrigados a usar o nosso sistema de unidades.

Na próxima aula começaremos a estudar velocidade e ace-


leração, mas vale a pena começar a fazer alguns comentá-
rios desde já.

Tanto o conceito de velocidade quanto o de aceleração são muito conhe-


cidos por todos nós. Quando andamos em algum veículo, ou mesmo a pé,
costumamos medir a nossa velocidade. Estes conceitos são tão comuns a
todos nós que é difícil determinar quando é que eles surgiram.

Entretanto, uma boa medição da velocidade e da aceleração são mais re-


centes. Galileu Galilei (1564 – 1642) foi o primeiro a medir a aceleração
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FÍSICA GERAL 13
de um corpo caindo. Mas já se sabia que a velocidade de um corpo caindo
aumentava. Além disso, já se sabia tratar matematicamente os problemas
que envolvessem velocidade e aceleração.

Questões

1) Um ônibus está andando a velocidade de 40 km/h. Seus passagei-


ros estão:

a) Certamente em movimento.
b) Certamente em repouso.
c) Em repouso ou em movimento, dependendo do referencial.
d) Nenhuma das anteriores.

2) Quando você escreve no caderno, a caneta que você usa está em


repouso em relação:

a) Ao caderno.
b) Ao chão.
c) Ao seu corpo.
d) À sua mão.

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14 FÍSICA GERAL
Aula: 02

Temática: Velocidade e Aceleração Médias

Nesta aula trataremos da velocidade média e da aceleração


média. Dois conceitos extremamente comuns em Física.

A velocidade serve para medir se estamos muito rápido ou muito devagar.


Ela mede a distância que percorremos num certo intervalo de tempo. Por
exemplo: quantos quilômetros percorremos em uma hora, ou quantos me-
tros nos deslocamos em um segundo.

Qual carro está mais rápido: um que está a 25 m/s ou outro que corre
a 72 km/h?

Para respondermos a esta pergunta precisaremos deixar ambas as veloci-


dades no mesmo sistema de unidades. Neste caso deixaremos ambas em
metros por segundo.

Sabemos que um quilômetro é o mesmo que 1.000 metros, que uma hora
corresponde a 60 minutos e cada minuto possui 60 segundos. Assim, em
uma hora temos 60x60 segundos = 3600 segundos.

Logo, a velocidade de 72 km/h será:

72 km 72.000 m
v= = = 20 m / s
1h 3600 s

Portanto, o carro a 25 m/s está mais rápido do que o outro carro a 72


km/h.

Agora vamos tratar de conversão de unidades. É muito comum termos de


mudar as unidades de uma velocidade. Se quisermos, por exemplo, com-
parar a velocidade de um atleta (medida em metros por segundo) com a
velocidade de um carro (medida em quilômetros por hora), temos de con-
verter a velocidade de um deles para a mesma unidade do outro. Vamos
tratar de um problema assim.

Um atleta olímpico corre a prova de 100 metros rasos em cerca de 10


segundos. Se utilizarmos este valor (10 segundos) como sendo exato, qual
seria a velocidade deste atleta?

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FÍSICA GERAL 15
Em metros por segundo, temos:

100 m
v= = 10 m / s
10 s

Para obter o resultado em quilômetros por hora, pegamos a velocidade

3.600
em metros por segundo e multiplicamos por , depois é só notar que
3.600
1.000 metros é o mesmo que 1 quilômetro e que 3.600 segundos equiva-
lem a 1 hora. Assim:

10 m 10 m 3600 36000 m 36 km
v= = × = = = 36 km / h
1s 1 s 3600 3600 s 1h

Variação espacial e temporal

A velocidade é a medida de deslocamento num certo intervalo de tempo.


Para expressar variação, em Física, é comum utilizarmos a letra grega ∆ (le-
tra delta maiúscula). A posição espacial pode ser expressa pelas letras x, ou
y, que indica a variação que ocorre respectivamente no eixo das abscissas
ou das ordenadas. Entretanto, quando não queremos indicar um eixo para a
variação, podemos usar a letra s (de space em inglês – espaço).

Assim, a variação espacial (quando não queremos indicar um eixo) cos-


tuma ser indicada por ∆s. Já a variação no tempo costuma ser indicada
como ∆t.

Logo a velocidade, que é o deslocamento espacial dividido pela variação


no tempo, fica assim:

∆s s − s0
v= =
∆t t − t0
O índice 0 indica inicial. Quando escrevemos S-S0, estamos escrevendo:
posição final menos a inicial. O mesmo vale para o tempo.

Aceleração

Quando analisamos as características de um carro, é comum querermos


saber em quanto tempo o carro (partindo do repouso) consegue atingir a
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velocidade de 100 km/h. Atualmente, vários carros conseguem ir de 0 a
100 km/h em menos de 10 segundos.

Em Física existe uma grandeza para representar esta característica de um


carro: a aceleração. Todo corpo que se movimenta sofre, em algum mo-
mento, a aceleração (ou desaceleração).

A aceleração é medida de variação da velocidade num certo intervalo de


tempo. Ela é escrita como:

∆v
a=
∆t
Queremos saber a aceleração de um carro que consegue partir do repouso
e atingir a velocidade de 100 km/h em 10 segundos. Há um pequeno proble-
ma, pois temos duas unidades de tempo diferentes: hora e segundos. Para
resolvê-lo precisamos escolher em qual unidade vamos escrever este valor.
Queremos escrever nas duas unidades, ou seja, em km/h2 e em m/s2.

Sabemos que uma hora tem 3.600 segundos, portanto um segundo é o

mesmo que 1
3.600 horas. Veja que um segundo é apenas uma pequena
fração de uma hora. Assim, a sua aceleração será:

(100 − 0)km / h 2
a= = 36.000 km / h
(
10
3600
h )
Se quisermos escrever a aceleração utilizando as unidades do Sistema
Internacional, fazemos assim:

100.000 m
100 km / h 3.600 s 100.000 m
a= = = = 2, 78 m / s 2
10 s 10 s 36.000 s

Esta é a aceleração do veículo. Apesar de podermos escrever em qualquer


unidade, faz mais sentido falarmos em metros por segundos. Isto porque a
aceleração dura apenas alguns segundos. Muito menos do que uma hora.

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FÍSICA GERAL 17
As medidas que tratamos hoje (velocidade e aceleração),
tais como calculadas hoje, são chamadas de velocidade
média e aceleração média. Na próxima aula trataremos da
velocidade instantânea e da aceleração instantânea. Até lá!

Questões

1) Um indivíduo vê o vapor do apito de uma antiga locomotiva situada


a 1020 metros. Depois de quanto tempo ele ouve o ruído, sabendo-se
que a velocidade do som no ar é de 340 m/s?

a) 2s
b) 3s
c) 4s
d) 5s

2) Dizer que um movimento se realiza com uma aceleração escalar


constante de 5m/s significa que:

a) Em cada segundo o móvel se desloca 5m.


b) Em cada segundo a velocidade do móvel aumenta de 5m/s.
c) Em cada segundo a aceleração do móvel aumenta de 5m/s.
d) A velocidade é constante e igual a 5m/s.

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18 FÍSICA GERAL
Aula: 03

Temática: Equação do Movimento

Veremos uma aplicação da equação de 1º grau. Agora,


quando um aluno perguntar para que serve a equação do
primeiro grau e a do segundo grau, você poderá responder:
“Para andar de carro”.

Movimento Uniforme (Aceleração = 0)

Vimos na última aula a velocidade média e a aceleração média. A veloci-

∆s
dade média é: v= . Se considerarmos que o movimento começa em
∆t
∆s s − s0
t0 = 0, então a equação ficaria: v = = . Fazendo uma pe
∆t t
quena manipulação, podemos escrevê-la como:

s = s0 + vt
Pronto, chegamos finalmente à equação de primeiro grau. Vamos usá-la
para descrever o movimento de qualquer corpo em movimento. Mas é
importante entender o que a equação diz. Ela é bastante simples. Primeira-
mente, vemos que para t = 0 a posição do móvel será s = s0. Ou seja, s0
é simplesmente a posição inicial deste móvel.

A posição do móvel num instante t qualquer será igual à posição inicial


mais o deslocamento deste móvel. O deslocamento é igual à velocidade
vezes o intervalo de tempo decorrido no percurso.

Vamos ver agora um exemplo em que vamos escrever uma equação de


movimento de um atleta.

Um atleta está realizando um treinamento numa pista de


atletismo com 2.000 metros de comprimento. Esta pista tem
várias marcas no chão que servem de indicação de quanto o
atleta já correu. Estas marcas estão a cada 100 metros. O atleta começa
a correr a partir do ponto onde está marcado 200 m, com uma velocidade

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FÍSICA GERAL 19
média é de 9 m/s. Escreva a equação do movimento e diga qual será a sua
posição depois de 2 minutos de corrida.

Solução: A equação do movimento é: s = s0 + vt . Substituindo a

posição inicial nesta equação (200 m) e a velocidade (9 m/s), temos a


equação do movimento, ou seja:

s = 200 + 9t (as unidades estão no Sistema Internacional)

Como dois minutos são o mesmo que 120 segundos:

s = 200 + 9 ×120
Portanto, no instante t = 120 s:

s = 1280m
Gráfico

Vamos analisar um gráfico da velocidade em função do tempo de um mó-


vel. Por meio deste gráfico será possível descobrir o seu deslocamento.
Sabemos que o deslocamento é simplesmente o produto da velocidade
pelo intervalo de tempo em que o móvel permaneceu se deslocando.

Olhando para o gráfico abaixo vemos que o deslocamento é simplesmente


a área do gráfico.

Esta informação será útil para deduzir a equação do movimento de um


objeto em movimento uniformemente variado, ou seja, quando a acele-
ração for diferente de zero.

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20 FÍSICA GERAL
Movimento Uniformemente Variado (Aceleração 0)

Acabamos de ver a equação de movimento de um móvel que tem velo-


cidade constante e que o deslocamento é dado pela área do gráfico da
velocidade. Assim, vamos analisar o gráfico da velocidade em função do
tempo quando o móvel está sujeito à aceleração.

O gráfico pode ser este:

Vemos que a área do gráfico (abaixo da curva) é dada pela área do retân-
gulo mais a área do triângulo:

• a área do retângulo é dada por: v0 x t;

• a área do triângulo é: (v-v0) x t /2.

Sabemos que v-v0 é o mesmo que a x t. Assim, a área do triângulo pode

ser escrita como: at 2 . Desta forma o deslocamento fica:


2
at 2
∆s = v0t +
2

A equação do movimento será:

at 2
s = s0 + v0t +
2

Um carro está a uma velocidade de 36 m/s, quando o mo-


torista avista um obstáculo a sua frente freia o veículo. O
veículo já se deslocou 500 metros desde o instante que es-
tava em repouso, consideraremos então esta como a posição inicial. O
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FÍSICA GERAL 21
motorista freia e a desaceleração sofrida pelo veículo é de 3 m/s2. Escreva
a equação do movimento. Descubra quanto tempo o veículo levou para
parar e qual é a sua posição final.

Solução: A equação do movimento é:

2
s = s0 + vt + at
2
Substituindo os valores temos:

3t 2 (as unidades estão no


s = 500 + 36t − = 500 + 36t − 1,5t 2
2 Sistema Internacional)

Quando o veículo pára a sua velocidade será zero. A velocidade final do

veículo será dada por: v = v0 + at . Reorganizando a equação temos:


v − v0 0 − 36
t= = = 12 s
a −3
Portanto, o veículo levará 12 segundos até que ele consiga parar.

Agora queremos saber qual será a posição do veículo quando ele parar.
Utilizamos a equação do movimento substituindo o instante t por 12, ou
seja:

s = 500 + 36 ×12 − 1,5 × (12) 2 = 716m

Está aula foi um pouco extensa e exigiu raciocínio. Então, se


tiver alguma dúvida, envie-a para nossa tutoria. Na próxima
aula veremos cálculo diferencial. Até lá!

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22 FÍSICA GERAL
Aula: 04

Temática: O Cálculo Diferencial e a


Equação de Movimento

Nesta aula vamos mostrar que as equações de movimento


são bastante fáceis de entender, quando analisamos sob o
ponto de vista do Cálculo Diferencial.

Isaac Newton (1643 – 1727) e Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646 – 1716)
são os pais do Cálculo diferencial e Integral. É claro que outros antes deles
já haviam feito algumas contribuições para alguma coisa que viria a ser
este cálculo mais avançado. Entretanto, foram os dois que deram uma
forma completa para o Cálculo.

Apesar de os dois serem os pais desta área do conhecimento, os dois


contemporâneos o desenvolveram independentemente. Surgiram muitas
discussões entre ambos, pois cada um acreditava que o outro havia pla-
giado o seu trabalho. Hoje se pode observar que os dois chegaram ao
mesmo resultado por caminhos diferentes, o que mostra a originalidade
de cada um dos trabalhos.

Velocidade e Aceleração Médias

Você já sabe que a velocidade média de qualquer móvel é simplesmente


a divisão do seu deslocamento pelo intervalo de tempo que ele levou para
se deslocar, ou seja:

∆x
v=
∆t

A aceleração, semelhantemente, é a variação da velocidade num certo


intervalo de tempo. Portanto:

∆v
a=
∆t
A velocidade e a aceleração que calculamos até agora são médias. Se qui-
sermos calcular uma velocidade ou uma aceleração instantânea, teremos
de recorrer às derivadas.

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FÍSICA GERAL 23
Velocidade e Aceleração instantâneas

Quando estamos estudando a velocidade ou a aceleração instantânea de-


vemos fazer com que o intervalo de tempo tenda a zero.

O gráfico acima apresenta a posição em função do tempo. Portanto, a in-


clinação deste gráfico nos dá a velocidade do móvel em diversos instantes
de tempo. A reta r nos dá a velocidade média do móvel entre os instantes
t1 e t2. Note que a velocidade média entre estes dois intervalos de tempo
é dada por:

x2 − x1
v=
t2 − t1

Se quisermos melhorar o nosso resultado para o cálculo da velocidade


instantânea no instante t, poderíamos utilizar à reta s. Entretanto, ainda ha-
verá um erro. A forma correta de calcularmos a velocidade no instante de
tempo t é por meio da derivada da posição em relação ao tempo, assim:

∆x
v = lim
∆t → 0 ∆t

É comum escrevermos esta expressão de uma outra forma:

dx
v=
dt
Esta é a derivada da posição em relação ao tempo.

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24 FÍSICA GERAL
O mesmo vale para a aceleração. Se quisermos calcular a aceleração ins-
tantânea, devemos utilizar a derivada. Note que a aceleração é a derivada
da velocidade em relação ao tempo:

∆v dv
a = lim , ou a=
∆t → 0 ∆t dt
Podemos ainda escrever a aceleração como a segunda derivada da posi-
ção em relação ao tempo:

d 2x
a= 2
dt

Se um carro se desloca segundo a equação:

x = 2 + 3t (estamos adotando o Sistema Internacional)

dx
A sua velocidade será: v= = 3 m, e a sua aceleração será:
dt

d 2x
a= 2 =0
dt

Este exercício é simples e poderia ter sido resolvido sem utilizar as derivadas.

Um veículo se desloca segundo a equação:

x = 2 + 4t + 6t2 – 8t3 (Sistema Internacional)

A sua velocidade será a derivada desta expressão. Lembre-se da regra


básica da derivação. O expoente “cai” multiplicando o termo, subtraindo
um ao expoente, assim:

que nos dá: 0 + 1× 4t 0 + 2 × 6t1 + 3 × 8t 2 , ou 4 + 12t + 24t 2

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FÍSICA GERAL 25
Portanto, a sua velocidade será dada por:

v = 4 + 12t + 24t 2
A sua aceleração é a derivada da velocidade, ou seja:

a = 12 + 48t

Encerramos esta aula com alguns exemplos. Veja se você


tem alguma dúvida. Na próxima aula veremos conversão do
momento. Até mais!

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Aula: 05

Temática: Conservação do Momento

Nesta aula veremos a conservação do momento. A Física


possui várias leis de conservação. Estas leis de conserva-
ção são princípios nos quais nos baseamos para deduzir ou-
tras propriedades. Isto significa que não podemos deduzir estas leis. Elas
existem e são descobertas por meio da observação da natureza.

Experimento 1

Faça um experimento. Arranje dois carrinhos de brinquedo iguais. Deixe


um parado e jogue o outro contra o primeiro. O que acontece? Eles vão se
chocar e vão continuar andando. Note que a velocidade de qualquer um
dos dois carrinhos é menor que a velocidade inicial do carrinho que foi
jogado.

Vemos algo interessante, ou seja, que a soma das velocidades se conser-


vou, pois a soma das velocidades iniciais é de 10 m/s e a soma das veloci-
dades finais também possui o mesmo valor. Entretanto, não é a velocidade
total que se conserva, como veremos a frente. Neste caso, isto aconteceu
porque a massa dos dois veículos é igual.

Experimento 2

Vamos repetir o experimento, mas agora com um carrinho grande e um


pequeno. Vemos que, neste caso, a velocidade total deste sistema não se
conservou; pior que isto, a velocidade total aumentou.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 27
Por que será que no caso anterior ocorreu uma conservação da velocidade
e agora não? Temos uma pista, mudamos a massa de um dos carrinhos.

Vemos que o carrinho menor foi empurrado com mais facilidade do que o
carrinho grande. Então, o que se conserva não é a velocidade, mas alguma
grandeza que depende da velocidade e da massa dos veículos. Mas que
grandeza é essa?

Apresento para você o momento, que é representado pela letra q e é o


produto da massa pela velocidade:

q = m⋅v
Agora que sabemos que o momento depende da massa e da velocidade
dos corpos que estão interagindo, vamos analisar os experimentos que
fizemos.

No primeiro exemplo a massa dos carrinhos era a mesma. Digamos que a


massa fosse 1kg para facilitar as contas. Assim o momento inicial era:

q0 = m1 ⋅ v01 + m2 ⋅ v02 = 10 + 0 = 10 kg m / s

ou seja, a massa do carrinho 1 vezes a sua velocidade inicial mais a


massa do carrinho 2 vezes a sua velocidade inicial.

O momento final é a soma dos momentos finais individuais, sendo que


cada um dos momentos é o produto da massa pela velocidade final:

q = m1 ⋅ v1 + m2 ⋅ v2 = 4 + 6 = 10 kg m / s
UNIMES VIRTUAL
28 FÍSICA GERAL
Vemos que o momento se conservou. Faça as contas e verifique que o mo-
mento da segunda batida também se conservou. Para estas contas utilize
que a massa do carrinho menor é a metade da massa do outro carrinho.

Experimento 3

Vamos complicar um pouco o experimento. Agora os dois carrinhos esta-


rão em movimento. Pegue dois carrinhos iguais e jogue um contra o outro.
Provavelmente você precisará da ajuda de algum amigo para fazer isto.

Se vocês jogarem os carrinhos com a mesma velocidade, eles vão se


chocar e voltar para trás, mas com uma velocidade menor. A velocidade
diminui porque parte da energia destes carrinhos foi convertida em outra
energia. Com o choque, parte da energia cinética (energia de movimento)
foi convertida em energia sonora e energia térmica.

Não vamos mais falar sobre energia, pois este não é o tema da aula de
hoje. Numa aula futura estudaremos mais a energia. Hoje vamos estudar
apenas a conservação do momento.

Estávamos dizendo que o momento se conserva, mas aqui aconteceu uma


coisa estranha. Parece que o momento não se conservou. Parece que o
momento total do sistema diminuiu, assim como as velocidades também
diminuíram.

Mas espere. Quando consideramos a velocidade temos de levar em conta


o seu sinal. Fazendo isto vemos que o momento inicial era:

q0 = m1 ⋅ v01 + m2 ⋅ v02 = 10 − 10 = 0

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 29
Isto: o momento inicial era zero, assim como o momento final:

q = m1 ⋅ v1 + m2 ⋅ v2 = 5 − 5 = 0
Portanto, o momento total se conservou como sempre deve ocorrer.

O conceito de momento se originou através de vários filó-


sofos e cientistas. René Descartes (1596 – 1650) se refe-
riu ao produto da massa pela velocidade como sendo uma
quantidade conservada.

Segundo ele, Deus teria criado o universo com uma certa quantidade de
movimento e de repouso. Estas quantidades permaneceriam imutáveis, ou
seja, sempre as mesmas com o passar do tempo.

Entretanto, Galileu Galilei aproximadamente na mesma época utilizou o


termo “impeto” (em italiano), que julga tratar-se da mesma grandeza. Pos-
teriormente, Isaac Newton utilizou o termo “motus” (latim) para designar
o momento.

Esta idéia de atribuir à divindade não está mais presente na Física, mas era
muito comum na época. O próprio Isaac Newton utilizou diversas vezes a
divindade para justificar vários fenômenos Físicos.

Questões

1) Um canhão tem 1.000 kg e dispara horizontalmente um projétil de


2 kg com velocidade de 150 m/s. Qual é a velocidade de recuo do
canhão?

a) 1 m/s
b) 0,3 m/s
c) 0,333 m/s
d) 3 m/s

2) A conservação do momento significa que

a) A soma das velocidades num sistema se conserva, ou seja, a soma


das velocidades é a mesma antes e depois da interação.
b) A soma das massas se conserva num sistema de corpos interagindo.
c) A soma do momento das partículas não varia.
d) O momento de cada partícula não varia.
UNIMES VIRTUAL
30 FÍSICA GERAL
Com esta aula encerramos nossa unidade. Revise, se for ne-
cessário, e teste seus conhecimentos com os exercícios de
auto-avaliação. Caso tenha alguma dúvida envie para nossa
tutoria. Até a próxima unidade.

Bons Estudos!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 31
Resumo – Unidade I

Nesta unidade estudamos uma parte da Mecânica, que é


chamada de Cinemática. A Mecânica estuda o movimento
dos objetos do nosso cotidiano. Já a Cinemática se preo-
cupa com o movimento sem levar em conta as forças que causaram o
movimento.

Começamos estudando sobre movimento e repouso. Vimos que ambos


são relativos. Para que possamos dizer se um corpo está em movimento
ou repouso, precisamos primeiramente escolher um referencial.

Após conhecermos um pouco mais sobre movimento, começamos a es-


tudar a velocidade e a aceleração. A velocidade nada mais é do que a
variação da posição em relação ao tempo. Já a aceleração é a variação
da velocidade em relação ao tempo.

Conhecemos as unidades de medida que são usadas no Sistema Internacio-


nal. A distância é medida em metros e o tempo é medido em segundos. Além
disso, aprendemos a fazer as conversões entre as unidades de medida.

Vimos as equações de movimento no caso do movimento uniforme (ace-


leração igual a zero) e no caso do movimento uniformemente variado
(aceleração diferente de zero). Vimos os gráficos da velocidade em função
do tempo e, também, como é possível, a partir destes gráficos, encontrar
o deslocamento do móvel.

Por meio do Cálculo Diferencial, vimos que é possível encontrar a veloci-


dade instantânea e a aceleração instantânea. Isto é possível fazer sempre,
desde que se tenha uma função que descreva a posição do móvel em
função do tempo.

Para finalizar conhecemos o momento e sua conservação. O momento


total do universo é constante. Portanto, se o momento de um corpo au-
menta, o momento de algum outro corpo deverá diminuir. Vimos que o
momento depende da velocidade e da massa do corpo.

O momento é uma grandeza vetorial. Portanto, quando vamos considerar


a conservação do momento, devemos considerar o módulo, a direção e o
sentido do momento de cada corpo.
UNIMES VIRTUAL
32 FÍSICA GERAL
Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP,


1996.

__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora


Moderna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto
por 4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que
estão disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Do-
cument File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página ex-
celente para você aprender vários experimentos para fazer para os seus
alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 33
Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/

Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

UNIMES VIRTUAL
34 FÍSICA GERAL
Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html

Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 35
Exercício de auto-avaliação I

1) Se dois carros movem-se, sempre um ao lado do outro, pode-se afirmar que um está
parado em relação ao outro?

a) Sim.
b) Não.
c) Depende do referencial.
d) Depende da velocidade dos carros.

2) Um rapaz estava dirigindo uma motocicleta a uma velocidade de 20 m/s quando acionou
os freios e parou em 4s. Determine a aceleração imprimida pelos freios à motocicleta.

a) 20 m/s2
b) 5 m/s2
c) 4 m/s2
d) -5 m/s2

3) Uma bicicleta movimenta-se sobre uma trajetória retilínea segundo a função horária
s=10+2t (no SI). A sua posição inicial e a sua velocidade são respectivamente:

a) 10 m, 2 m/s
b) 2 m, 10 m/s
c) 10 m/s, 2 m
d) 2 m/s, 10 m

4) A função horária de um móvel que se desloca numa trajetória retilínea é s=20+4t+5t2,


onde s é medido em metros e t em segundos. Determine a posição do móvel no instante
t=5s.

a) 150
b) 165
c) 20
d) 0

5) Um veículo se desloca segundo a seguinte equação:

at 2
x = x0 + v0t +
2
UNIMES VIRTUAL
36 FÍSICA GERAL
Quanto vale a sua velocidade em qualquer instante de tempo?

a) v = v 0

b) v = v0 + at

c) v = at
at 2
d) v = v0t +
2

6) Um casal de patinadores está em repouso sobre uma superfície


de gelo. O homem tem massa de 80 kg e a mulher de 60 kg. Eles se
empurram e o homem adquire uma velocidade de 6 m/s. A mulher vai
para trás com que velocidade?

a) 0 m/s
b) 6 m/s
c) 8 m/s
d) 4 m/s

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 37
UNIMES VIRTUAL
38 FÍSICA GERAL
Unidade II
Dinâmica

Objetivos
Estudar a força como causadora do movimento, assim como as forças presentes
em corpos em repouso. Conhecer as leis formuladas por Newton e como elas nos
ajudam a entender os movimentos.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 06 - Leis de Newton – Parte I


Aula: 07 - Leis de Newton – Parte II
Aula: 08 - Leis de Newton – Aplicação
Aula: 09 - A Força Peso
Aula: 10 - Forças Atuando Sobre um Corpo
Aula: 11 - Forças Sobre um Plano Inclinado

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 39
Aula: 06

Temática: Leis de Newton – Parte I

Nesta aula veremos as leis que formam a base da Mecâ-


nica. De agora em diante não analisaremos simplesmente
os movimentos, pois nos preocuparemos com o que faz os
objetos se moverem.

Forças

Estamos acostumados com as forças no nosso dia-a-dia. Sabemos que as


forças são necessárias para colocar objetos em movimento. Entretanto,
veremos nesta aula uma definição mais formal do que é força. Veremos
como uma força é necessária para alterar a velocidade de um objeto. Mas
deixemos isto para daqui a pouco.

Vamos, primeiramente, observar que força é uma grandeza vetorial. Isto


significa que devemos nos preocupar não apenas com o módulo do seu
valor, mas também com a direção e o sentido no qual a força é aplicada.

No desenho abaixo, vemos duas pessoas puxando uma caixa. Se a caixa es-
tiver parada, podemos dizer que a força que as duas pessoas estão aplican-
do tem a mesma intensidade. Entretanto, elas têm sentidos opostos (o que é
o mesmo que dizer que uma tem sinal positivo e a outra tem sinal negativo).
Desta forma, quando somamos as duas forças, a resultante será nula.

Imagine que temos um corpo sob a ação de três forças, tal como a figura
a seguir. Para encontrarmos a força resultante aplicada sobre este corpo,
devemos realizar uma soma vetorial. Para fazer esta soma devemos fazer
tal como na figura abaixo, ou seja, escolhemos qualquer um dos vetores
e fixamos sobre corpo. Os demais vetores devem ser colocados um a um,
de forma que um vetor fique na seqüência do outro.
UNIMES VIRTUAL
40 FÍSICA GERAL
Leis de Newton

A seguir, veremos a forma exata, como as leis de Newton, escritas,como


elas costumam ser enunciadas nos dias de hoje e uma breve explicação:

1ª lei de Newton (lei da inércia)

Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uni-
formiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum
mutare. (Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento
uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele
estado por forças imprimidas sobre ele).

Todo corpo em repouso (movimento) tende a permanecer em repouso


(movimento).

Se o corpo estiver em movimento, ele permanecerá em movimento (se-


guindo uma linha reta). Este corpo somente mudará sua velocidade, ou a
direção da sua velocidade, se for aplicada alguma força sobre este corpo.

Entretanto, se o corpo estiver em repouso, assim ele permanecerá, a não


ser que alguma força seja aplicada sobre ele.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 41
2ª lei de Newton (princípio fundamental da dinâmica)

Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri


secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur.

(A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é


produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.)

A força resultante que age em um corpo é igual ao produto da sua massa


pela sua aceleração: F = m.a

Se algum corpo não estiver acelerando é porque a soma de todas as forças


aplicadas sobre ele é igual a zero. Isto é o que acontece com a maioria
das coisas que estão a nossa volta. Se um objeto está parado, ou se ele
se move com velocidade constante, isto significa que a soma de todas as
forças aplicadas sobre ele tem resultado nulo.

Entretanto, se algum corpo estiver em movimento acelerado, isto ocorre


porque a resultante das forças é diferente de zero.

3ª lei de Newton (princípio da ação e reação)

Lex III Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine cor-
porum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes
contrarias dirigi.

(A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas
de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes
opostas.)

Quando um corpo A exerce uma força FAB no corpo B, este exerce imedia-
tamente uma força FBA em A de mesmo módulo, mesma direção e sentido
contrário: FAB = - FBA

Se eu faço uma força de 10 unidades (por enquanto não importa que uni-
dade é esta) sobre uma parede, esta parede faz uma força de 10 unidades
sobre mim. As duas forças possuem o mesmo módulo (10 unidades). No
entanto, elas possuem sentido contrário. Se eu empurro a parede para o
norte, a parede exerce uma força sobre mim para o sul.

Nesta aula abordei as leis de Newton. Para uma melhor fixa-


ção faça os exercícios propostos. Na próxima aula continu-
aremos nas leis de Newton. Um forte abraço e até lá!

UNIMES VIRTUAL
42 FÍSICA GERAL
Questões

1) Por que existe o cinto de segurança nos carros?

a) Quando o carro pára, o corpo da pessoa sofre uma aceleração para


frente (em relação a um observador fora do carro).
b) Quando o carro pára, o corpo da pessoa continua seu movimento
retilíneo, com velocidade constante.
c) Quando o carro pára, o corpo da pessoa também pára.
d) Quando o carro pára, a massa da pessoa aumenta, fazendo com que
ocorram conseqüências graves.

2) O que deve fazer uma pessoa, ao descer de um ônibus em


movimento?

a) Precisa andar na mesma direção e sentido do ônibus para não cair.


b) Precisa andar no sentido contrário ao do ônibus para não cair.
c) Precisa ficar parada para não cair.
d) Precisa andar na direção perpendicular à do movimento do ônibus
para não cair.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 43
Aula: 07

Temática: Leis de Newton – Parte II

Nesta aula continuaremos vendo as leis de Newton, a fim de


buscar um entendimento maior. Veremos também uma breve
história sobre Newton e os seus interesses científicos.

Introdução Histórica

O inglês Isaac Newton (1643 – 1727) foi um dos maiores cientistas de


todos os tempos. É o criador do Cálculo Diferencial e Integral. É claro
que o alemão Gottfried Wilhelm Von Leibniz (1646 – 1716) também desen-
volveu o Cálculo de maneira independente e por outros caminhos.

Isaac Newton era um grande pesquisador e estudou vários assuntos na


Matemática (como o binômio de Newton) e na Física.

Obviamente é o pai das leis que hoje são conhecidas como as Leis de
Newton, como também é o autor da Teoria da Gravitação Universal, que
dá uma fórmula matemática para a interação entre os astros. Vemos, por-
tanto, que somente a partir de Newton é que se tornou possível descrever
matematicamente o comportamento de um planeta ou de um satélite.

Sua principal obra foi a publicação do Philosophiae Naturalis Principia Ma-


thematica (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural - 1687) em três vo-
lumes. Nesta obra ele publicou as suas três leis e, a partir delas, enunciou
a lei da gravitação universal, com a qual generalizou e ampliou as consta-
tações de Johannes Kepler (1571 – 1630). Essa demonstração foi a maior
evidência a favor de sua teoria. Essa obra tratou essencialmente sobre fí-
sica, astronomia e mecânica (leis dos movimentos, movimentos de corpos
em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade do som, densida-
de do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica etc).

1ª lei de Newton (lei da inércia)

A primeira lei de Newton (princípio da inércia) não é uma idéia dele. Esta
idéia já era discutida por Galileu Galilei. Entretanto, com a adição das ou-
tras leis, Newton deu um status maior ao princípio descrito por Galileu.

É claro que o princípio da inércia desconsidera o atrito. Se o atrito agir


sobre um corpo em movimento, este terá sua velocidade alterada. Entre-

UNIMES VIRTUAL
44 FÍSICA GERAL
tanto, se uma nave espacial estiver se deslocando pelo vazio do Universo,
esta permanecerá em movimento retilíneo sem mudar a sua velocidade.
Sua velocidade somente será alterada se houver alguma força atuando
sobre ela.

2ª lei de Newton (princípio fundamental da dinâmica)

A segunda lei de Newton trata de causa e efeito. Se algum corpo tem sua
velocidade alterada, devemos procurar o motivo para esta alteração, pois
o princípio da inércia já nos disse que qualquer corpo tende a manter o seu
movimento. Portanto, se um corpo tem uma dada velocidade, esta não
se alterará, até que alguma coisa aconteça, fazendo com que ocorra uma
aceleração (variação da velocidade).

A aceleração é o efeito. Devemos procurar uma causa para que ela ocorra.
Newton percebeu que uma aceleração, ou desaceleração, ocorre somente
quando alguma força é aplicada sobre o corpo que teve sua velocidade
alterada.

Quando um corpo tem velocidade constante (ou está em repouso – note


que estar em repouso implica ter velocidade constante) poderíamos pen-
sar que nenhuma força está sendo aplicada sobre este corpo. Este pensa-
mento, apesar de ser razoável, não está correto.

Imagine duas pessoas num “cabo de guerra”. Quando as duas puxam a


corda, esta pode se deslocar (juntamente com as pessoas). Digamos que
neste nosso exemplo as duas pessoas começaram a puxar juntas a corda
e com uma mesma força. Se as pessoas e a corda estiverem paradas,
isto não significa que nenhuma força está sendo aplicada à corda, mas
significa que a resultante das forças é nula. Assim, se um corpo possui
velocidade constante podemos dizer que a resultante de todas as forças
aplicadas sobre este corpo é igual a zero.

3ª lei de Newton (princípio da ação e reação)

O princípio da ação e reação diz que, se um corpo A empurra o corpo B


com uma força de 10 unidades, o corpo B estará empurrando o corpo A
com um força de 10 unidades, mas com sentido contrário.

Para entender o princípio da ação e reação, observe a figura a seguir (dois


carros se chocando). Observe que um dos motoristas está com o cinto de
segurança e o outro não, o que provoca uma diferença razoável.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 45
Entretanto, vamos analisar outra coisa neste choque. Suponha que antes
do choque o carro da esquerda estivesse parado e o da direita andando.
Com o choque os dois carros se amassam. Por que isto acontece?

Se o carro da direita está andando, no momento do choque ele aplica


uma força F sobre o outro carro. Entretanto, o carro da esquerda que está
parado (pelo princípio da ação e reação) também aplica uma força sobre
o outro carro.

Desta forma, o carro da direita também se amassa. Se não ocorresse as-


sim, ou seja, se não houvesse na natureza o princípio da ação e reação,
somente o carro parado amassaria. O carro em movimento não sofreria
nenhuma força e ficaria intacto.

Vamos partir para outro exemplo. Imagine o seguinte experimento. Um


menino está num balanço indo para um lado e para o outro. Uma brin-
cadeira bastante comum. Entretanto, este balanço está numa plataforma
sobre a água. Imagine que a plataforma tem a mesma massa que o menino
(algum tipo de fibra super leve) e que a massa da estrutura do balanço é
desprezível. Sendo assim, quando o menino está indo para frente, a plata-
forma vai para trás e vice-versa.

Para que o menino começasse a se movimentar, ele teve de empurrar a


plataforma. Quando ele se senta no balanço e empurra com os pés a pla-
taforma para frente, a plataforma vai para frente. Mas o menino vai para
trás. Por quê?
Ele vai para trás, porque
a plataforma o empurrou.
Ação e reação. Se o me-
nino empurra a plataforma
para frente, a plataforma
reage empurrando o meni-
no para trás.

UNIMES VIRTUAL
46 FÍSICA GERAL
Questões

1) Um foguete está com os motores ligados e movimenta-se no es-


paço, longe de qualquer planeta. Em certo momento, os motores são
desligados. O que irá ocorrer?

a) O foguete pára.
b) O foguete continua com mesma velocidade.
c) O foguete continua, mas sua velocidade vai diminuindo, de acordo
com a lei da inércia.
d) O foguete continua, mas sua velocidade aumenta, devido ao princí-
pio da ação e reação.

2) Se duas forças agirem sobre um corpo, a que condições essas for-


ças precisam obedecer para que o corpo fique em equilíbrio?

(Um corpo está em equilíbrio quando a resultante das forças aplica-


das sobre ele é nula).

a) As duas forças devem ter mesmo módulo, direção e sentido.


b) As duas forças devem ter mesmo módulo e direção, mas com sen-
tidos contrários.
c) As duas forças devem ter mesma direção e sentido. Mas com mó-
dulos diferentes.
d) As duas forças devem ser nulas.

Encerramos com os conceitos das leis de Newton. Conti-


nuaremos, na próxima aula, com as leis de Newton e como
essas leis são aplicadas. Até lá!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 47
Aula: 08

Temática: Leis De Newton – Aplicação

Nesta aula daremos alguns exemplos de como as leis de


Newton se aplicam e resolveremos alguns exercícios para
fixação dos conceitos.

Introdução

Lembre-se da terceira lei de Newton. Ela diz que a resultante das forças
aplicadas sobre um corpo é igual ao produto da massa pela aceleração
(F = m.a). Esta equação será bastante utilizada nesta aula.

Unidade de grandeza

Sabemos que no Sistema Internacional de unidades:

• a massa é medida em quilogramas (kg);

• a aceleração é medida em metros por segundo ao quadrado (m/s2).

Para o produto destas duas grandezas, foi criada uma nova unidade,
uma unidade do Sistema Internacional para medir força. Esta unidade é
o Newton, expressa pela letra N. Esta unidade, obviamente, recebe este
nome devido a Isaac Newton.

Para criar uma aceleração de 1 m/s2 num corpo com uma massa de 1kg,
teremos de aplicar uma força de 1 newton.

F = m.a = 1 kg . 1 m/s2 = 1 N

Exemplo 1

Força de um movimento circular

Vimos que sempre que a velocidade é alterada, existe uma força alterando
a velocidade, ou seja, causando uma aceleração. É interessante notar que
sempre que houver um movimento circular (velocidade mudando de dire-
ção), haverá uma força.

UNIMES VIRTUAL
48 FÍSICA GERAL
Na figura abaixo vemos uma bolinha girando sobre uma mesa. Esta bolinha
faz um movimento circular graças a um barbante que a prende a um ponto
da mesa. Caso o barbante se rompesse, esta bolinha seguiria uma linha
reta, pois, como vimos, segundo o princípio da inércia (1ª lei de Newton)
todo corpo em movimento tende a permanecer em movimento retilíneo.

Vemos, portanto, que há uma força puxando a bolinha para o centro. Esta
força não altera o valor da velocidade, mas altera a sua direção.

Vimos que sempre que há uma força, existe também uma aceleração.
Como a força puxa a bolinha para o centro deste círculo, a aceleração
que a bolinha sofre é para o centro do círculo e é chamada aceleração
centrípeta.

Exemplo 2

Força de um corpo acelerando

Partindo do repouso, um corpo de massa 3 kg atinge a velocidade de 20


m/s em 5s. Queremos encontrar a força que agiu sobre o corpo.

Primeiramente vamos encontrar a aceleração:

∆v 20 − 0
a= = = 4 m / s2
∆t 5

Lembre-se que a força é dada pelo produto da massa pela aceleração,


portanto:

F = m.a = 3 x 4 = 12 N

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 49
Exemplo 3

Forças em um corpo parado

Quando um corpo não está acelerando, você poderia pensar que não há
nenhuma força sendo aplicada ao corpo. Mas isto não é necessariamente
verdade. A única coisa que podemos dizer, quando um corpo está parado,
é que a resultante de todas as forças aplicada ao corpo é nula. Por exem-
plo, quais são as forças que agem sobre você quando você está em pé e
sem se mover?

Quando você está parado(a), duas forças estão agindo sobre você. A força
peso (ou simplesmente peso) e a força normal. A força normal é uma força
aplicada por um corpo que impede que você vá para baixo. Esta força pode
ser exercida pelo chão ou pela cadeira ou qualquer outra superfície sobre
onde você esteja.

A força normal é uma força que é perpendicular ao plano onde os corpos


se apóiam. Por este motivo é que é chamada de força normal.

Vamos fazer como ocorre em todos os elevadores e considerar que sua


massa é de 70 kg. Como a aceleração gravitacional é de 9,8 m/s2, o seu
peso é:

P =m.g = 70 x 9,8 = 686 N

Como a resultante das forças é nula, podemos afirmar que a força normal
está dirigida para cima e tem o mesmo valor que o peso. Se você estiver
de pé no chão, o chão exerce sobre você uma força que é igual ao seu
peso. Por isso você não acelera, a resultante das forças é nula.

Exemplo 4

Forças em um corpo com velocidade constante

Quando um corpo está com velocidade constante, a resultante das forças


que age sobre o corpo é nula. Note que não há aceleração, portanto po-
demos afirmar que a velocidade é nula. Entretanto, neste caso, costumam
existir mais do que duas forças envolvidas.

Imagine uma bicicleta com velocidade constante. Neste caso existem 4


forças agindo sobre a bicicleta: duas na vertical e duas na horizontal.

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50 FÍSICA GERAL
As forças na vertical são: peso e normal (como vimos antes). As forças na
horizontal são: atrito e tração exercida pelo ciclista. As forças na horizontal
estão em equilíbrio (mesma intensidade, mas com direções opostas), pois
a bicicleta não acelera.

Questões

1) Um pequeno bloco de massa 20 kg, em movimento com a velocida-


de de 20 m/s, atinge uma superfície áspera onde a força de atrito vale
8 N. Determine a distância percorrida pelo bloco até parar.

a) 100 m.
b) 200 m.
c) 400 m.
d) 500 m.

2) Um móvel percorre uma circunferência em movimento uniforme. A


força resultante a ele aplicada:

a) É nula porque não há aceleração.


b) É dirigida para o centro.
c) É dirigida para fora.
d) É tangente a trajetória.

Vimos como as leis de Newton são aplicadas. Faça os exer-


cícios, e, caso tenha alguma dúvida, envie-a para nossa tu-
toria. Até a próxima aula!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 51
Aula: 09

Temática: A Força Peso

Nesta aula estudaremos a força que a Terra (por meio do


seu campo gravitacional) exerce sobre todos os corpos: o
peso.

Introdução

O peso é uma força que a Terra exerce sobre todos nós. Mas por que existe
esta força? A resposta mais simples é a de que matéria atrai matéria. Mas
podemos nos perguntar agora: por que matéria atrai matéria? Bom, vamos
explicar isto no próximo parágrafo.

Qualquer corpo cria ao seu redor um campo. Um campo é algo semelhante


a um perfume, pois seu cheiro se espalha e fica mais suave à medida que
a distância aumenta, até que chega um ponto em que não podemos mais
senti-lo.

O planeta Terra cria um campo ao seu redor. Qualquer corpo que estiver
presente neste campo “sente” a presença da Terra e, por isto, começa a
cair. Sim eles se atraem mutuamente: matéria atrai matéria. A Terra atrai
você para baixo, e você atrai a Terra. Estas forças ocorrem com a mesma
intensidade devido ao princípio da ação e reação.

Se a atração que eu exerço sobre a Terra é igual à atração que a Terra exerce
sobre mim, por que é que a Terra não se desloca assim como ocorre comigo?

Lembre-se que força é igual ao produto da massa pela aceleração. A mas-


sa da Terra (6 x 1024 kg) é muito maior que a massa de qualquer um de
nós (cerca de 1023 vezes maior), portanto, apesar da força ser a mesma, a
aceleração que nós exercemos sobre a Terra é muito menor (cerca de 1023
vezes menor) que a aceleração que a Terra exerce sobre nós. Se a acelera-
ção é menor, isto significa que o deslocamento também é menor. Assim, o
deslocamento que nós provocamos sobre a Terra é imperceptível.

Apenas como um lembrete veja que ao deslocamento para um corpo que


parte do repouso sujeito a uma aceleração (a) é dado por:

at 2
∆s =
2
UNIMES VIRTUAL
52 FÍSICA GERAL
Um corpo sujeito a uma aceleração muito pequena (num intervalo de tem-
po também pequeno) sofre um deslocamento pequeno. É o que ocorre
com a Terra, pois sua massa é cerca de 1023 vezes maior que a de uma
pessoa, sua aceleração será cerca de 1023 vezes menor que a que nós
sentimos, assim como o seu deslocamento.

Galileu Galilei – o experimentador

Galileu Galilei (1564 – 1642) foi o grande experimentador. Realizou diver-


sos experimentos, demonstrando os vários erros da Física aristotélica.
Segundo Aristóteles, as leis naturais poderiam ser provadas por meio da
Lógica. Para Galileu, o experimento era a prova.

O experimento de Galileu tornou-se famoso, quando mostrou que Aristóte-


les estava errado ao dizer que corpos pesados caem mais depressa que os
leves. Fala-se que Galileu teria subido ao alto da Torre de Pisa e soltado (ao
mesmo tempo) duas bolas, uma de mosquete (mais leve) e uma de canhão
(mais pesada). Para surpresa de todos as duas atingiram o solo ao mesmo
tempo. Alguns dizem que o experimento não ocorreu, mas, com certeza,
este conhecimento é devido a Galileu.

A aceleração gravitacional

A aceleração gravitacional é comumente representada pela letra g. Portan-


to, a aceleração que qualquer corpo sente devido ao campo gravitacional
da Terra é sempre o mesmo: cerca de 9,8 m/s2.

Assim como o cheiro do perfume fica mais fraco com a distância, o mesmo
ocorre com o campo gravitacional. Sobre a superfície terrestre ele é mais
intenso. À medida que subimos e nos afastamos da superfície, ele fica
mais fraco. Portanto, se você quiser ficar mais leve, suba uma montanha.
Note que sua massa continuará a mesma. Entretanto, devido à diminuição
da aceleração gravitacional, seu peso será menor.

A aceleração gravitacional está presente em qualquer planeta, ou satélite


natural. A aceleração gravitacional da Lua é de 1,6 m/s2, bem menor que a
da Terra. Isto acontece porque sua massa é bem menor.

Exemplo 1

Vamos calcular a força que a Terra exerce sobre um corpo de 10 kg situado


na sua superfície. Como a aceleração gravitacional é de 9,8 m/s2, a força
que a Terra exerce é: P = m.g = 10 x 9,8 = 98 N.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 53
Note que utilizamos a letra P para representar esta força. Esta letra foi uti-
lizada, porque a força que a Terra exerce sobre qualquer corpo é chamada
de peso.

Exemplo 2

Na Terra, a aceleração da gravidade é em média 9,8 m/s2 e na Lua 1,6


m/s2. Para um corpo de massa 5 kg, determine: a) o peso desse corpo na
Terra. b) a massa e o peso desse corpo na Lua.

a) O seu peso sobre a Terra será simplesmente:

P = m.g = 5 x 9,8 = 49 N.

b) Para calcular o seu peso na Lua, teremos de usar a aceleração gravita-


cional da Lua, que é de 1,6 m/s2, portanto:

P = m.g = 5 x 1,6 = 8 N.

Vemos que, apesar da massa ser a mesma, o peso do corpo é menor na


Lua do que na Terra. Note que o peso na Lua é cerca de um sexto do peso
do corpo aqui na Terra.

É pelo motivo apresentado acima que os astronautas an-


dam saltitando. Todos nós aprendemos a andar na Terra. Se
nós tivermos de andar em outro lugar, vamos fazê-lo assim
como na Terra. Portanto, eles acabam fazendo uma força excessiva para
andar e o corpo se eleva mais do que o necessário.

Quando os astronautas voltam, eles já não estão acostumados a andar


pela Terra, ou seja, a força que eles têm de fazer é muito maior do que a
força que eles faziam fora da Terra. Assim, eles terão de adquirir mais força
na caminhada. Este fenômeno se acentua quando o astronauta fica muito
tempo fora do nosso planeta.

Faça o exercício proposto e até a próxima aula!

Questão

1) Um astronauta com o traje completo tem uma massa de 120 kg.


Determine a sua massa e o seu peso quando for levado para a Lua,
onde a gravidade é aproximadamente 1,6 m/s2.

UNIMES VIRTUAL
54 FÍSICA GERAL
a) 96 N
b) 192 N
c) 384 N
d) 120 N

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 55
Aula: 10

Temática: Forças atuando sobre um Corpo

Hoje vamos analisar quais são as forças que atuam sobre


um corpo parado e sobre um corpo em movimento. Acom-
panhe!

Introdução

Vamos começar analisando um exemplo muito simples: uma caixa parada


sobre o chão. Pelo que já dissemos até aqui, você sabe que, quando um
corpo está em repouso (ou com velocidade constante), a resultante das
forças aplicadas sobre ele é nula. Como a soma de todas as forças é zero
e o corpo tem massa, deve haver mais alguma força além da força gravita-
cional agindo sobre esta caixa. Mas qual é a força que está agindo contra
o peso?

Quem está segurando a caixa, impedindo-a de ir para baixo é o chão. Por-


tanto, é o chão que está fazendo uma força sobre a caixa. A força que o
chão exerce sobre a caixa é exatamente igual ao seu peso. Se esta força
fosse diferente do peso, a resultante de todas as forças não seria mais nula
e a caixa estaria sendo acelerada.

Sobre um corpo parado agem pelo menos duas forças, a saber: o peso
e a força normal.

A força de contato entre dois corpos é chamada de força normal. Ela rece-
be este nome porque é perpendicular à superfície de contato entre os dois
corpos. Portanto, o nome normal vem da Geometria Analítica.

UNIMES VIRTUAL
56 FÍSICA GERAL
Note na figura acima que o tamanho dos dois vetores é o mesmo. Isto
ocorre porque a força normal e o peso têm a mesma intensidade, mas têm
sentidos opostos.

Força motriz e atrito

Agora vamos observar quais são as forças que atuam sobre uma caixa
em movimento. Para que a caixa entre em movimento, é necessário que
se aplique uma força sobre ela. Se quisermos que a caixa deslize sobre o
chão, a força deverá ser aplicada sobre a caixa, na horizontal. Esta força
aplicada à caixa para que ela se movimente costuma ser chamada de
força motriz.

Entretanto, não é sempre que uma caixa se move ao ser empurrada. Para
que ela comece a se mover, é necessário que a força aplicada seja sufi-
ciente para vencer o atrito. Por mais lisas que sejam a superfície da caixa
e a superfície do chão, quando vistas num microscópio, percebe-se que
elas são bastante irregulares. Na figura acima vemos uma caixa sendo
colocada sobre o chão.

Quando um objeto é colocado sobre o chão, as irregularidades deste ob-


jeto se encaixam sobre as irregularidades do chão, o que causará um tra-
vamento, uma resistência e dificultará o movimento. Esta dificuldade no
movimento é uma força contrária à força motriz e é chamada de força de
atrito. Note que a força de atrito é sempre contrária à força motriz.

É claro que o atrito depende do material. Se a caixa for de borracha, ela


se deformará bastante de forma a se adaptar mais facilmente às irregula-
ridades do chão.

Uma caixa em movimento

Agora que você já sabe quais são as forças que agem sobre uma caixa em
movimento, vamos analisar estas forças.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 57
Como vimos antes, a força normal é igual ao peso. Portanto, quando calcu-
larmos o peso, já teremos calculado o valor de duas forças.

A força motriz, em geral, não é calculada: ela é dada. Já a força de atrito


deve ser calculada. Como vimos, ela depende do material e depende tam-
bém da força normal. Um corpo com massa muito elevada terá um atrito
maior. Além de depender do material, a força de atrito depende também
do formato do objeto. Repare que uma chuteira é cheia de travas no seu
solado que servem para aumentar o atrito.

Você deve estar se perguntando: por que este sujeito falou que a força de
atrito depende da força normal? Não seria muito mais fácil dizer que a for-
ça de atrito depende da força peso? Foi dito hoje que a força normal é igual
à força peso. Entretanto, não é sempre que isto ocorre. Mas este detalhe
será visto na próxima aula.

Equações

Sabemos que a força pelo (P) é dada pelo produto da massa pela acelera-
ção gravitacional e que a força normal (N) é igual ao peso. Assim:

N = P = m.g

A força de atrito, como já foi dito, depende da força normal do material de


que são feitas ambas as superfícies e do formato das superfícies. A força
normal já está calculada e os demais fatores são colocados numa única
constante  (letra grega mi). Esta constante é chamada de coeficiente de
atrito e o seu valor já embute o material de que são feitas as superfícies,
assim como o formato destas.

Em suma, a força de atrito (Fat) é dada pelo produto da constante de atrito


pela força normal, ou seja:

Fat = .N

UNIMES VIRTUAL
58 FÍSICA GERAL
Exemplo

Suponha que a caixa que estamos arrastando durante toda a aula tenha
20 kg e que estamos fazendo uma força de 100 N para arrastar a caixa. O
coeficiente de entre o chão e a caixa é de 0,3. Calcule a força resultante.

Temos que calcular o peso e a normal:

N = P = m.g = 20 x 9,8 = 196 N

Agora vamos calcular a força de atrito:

Fat = .N = 0,3 x 196 = 58,8 N

Agora que conhecemos todas as 4 forças que agem sobre a caixa, vamos
calcular a força resultante. Como as forças peso e normal têm mesmo
módulo e direção, mas com sentidos contrários, elas se cancelam. Portan-
to, não existe nenhum movimento na vertical. Na horizontal temos duas
forças: a força motriz e a força de atrito. A força resultante (FR) será:

FR = Fm – Fat = 100 – 58,8 = 41,2 N. FR = 41,2 N

Questões

1) Um bloco de massa 8 kg é puxado por uma força horizontal de 20N.


Sabendo que a força de atrito entre o bloco e a superfície é de 2N,
calcule a aceleração a que fica sujeito o bloco.

a) 2,00 m/
b) 2,25 m/s2
c) 2,50 m/s2
d) 2,75 m/s2

2) Um corpo de massa m = 5 kg é puxado horizontalmente sobre uma


mesa por uma força F = 15 N. O coeficiente de atrito entre o corpo
e a mesa é = 0,2. Determine a aceleração do corpo. Considere g =
10 m/s .

a) 0,5 m/s2
b) 1,0 m/s2
c) 1,5 m/s2
d) 2,5 m/s2

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 59
3) Um corpo sob a ação de uma força constante desenvolve uma tra-
jetória retilínea sobre um plano horizontal sem atrito; cessando de
atuar a força:

a) O corpo cessa seu movimento.


b) O corpo movimenta-se com velocidade constante.
c) O corpo movimenta-se com aceleração constante.
d) O corpo movimenta-se com aceleração decrescente.

Encerramos essa aula com algumas questões. Pratique, e,


caso tenha alguma dúvida, envie-a para nosso ambiente vir-
tual de aprendizagem. Bons estudos!

UNIMES VIRTUAL
60 FÍSICA GERAL
Aula: 11

Temática: Forças sobre um Plano Inclinado

Seguindo a aula passada, vamos continuar analisando as


forças que agem sobre um corpo em movimento, mas agora
o corpo estará sobre um plano inclinado.

Introdução

As forças presentes num objeto que se move sobre um plano inclinado


estão apresentadas na figura ao lado. Vemos o peso (P), a força normal
(N), a força motriz (Fm) e a força de atrito (Fat).

Note que a força normal aparece duas vezes, mas na verdade existem 4,
uma em cada roda. Lembre-se que a força normal ocorre no contato entre
duas superfícies. Quando formos calcular a força normal, podemos calcu-
lar uma só, como sendo a soma de todas estas.

A força de atrito só aparece uma vez, entretanto ela deveria aparecer 4


vezes, pois o atrito ocorre entre cada uma das rodas e o chão. Esta única
força de atrito que aparece na figura é a soma das 4 mencionadas.

Na aula anterior estudamos um objeto em movimento sobre um plano hori-


zontal. Hoje estamos vendo um objeto que se desloca sobre um plano incli-
nado. A única diferença entre estes dois problemas está na força normal,
e, conseqüentemente, na força de atrito. Veja que a força normal não está
na vertical, mas ele continua perpendicular à superfície de contato.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 61
Existe outra pequena diferença no problema que estamos tratando hoje
e no que tratamos na aula passada. Agora é necessária uma força maior
para deslocar o objeto. Um carro, para andar num plano horizontal, tem
que fazer uma força menor do que para andar numa subida. Obviamente,
se o carro estiver numa descida, a força será menor ainda.

O que muda

Vamos ver o que muda na nossa análise. Mas, antes disso, vamos fazer
uma mudança nas coordenadas. Vamos continuar trabalhando com dois
eixos. Antes tínhamos um eixo na horizontal e outro na vertical. Agora é
mais interessante (facilita as contas) utilizar um eixo paralelo ao plano que
o carro se desloca e outro perpendicular a este.

Sabemos que o carro não se desloca na direção perpendicular ao plano.


Dessa forma, a resultante das forças nesta direção deve ser zero. Existem
apenas duas forças neste eixo: a força normal e uma parte do peso.

Vamos decompor o peso em duas componentes, uma paralela ao plano


(Px) e uma perpendicular ao plano (Py). Observe que o nosso eixo x é para-
lelo ao plano, enquanto o eixo y é perpendicular ao mesmo.

Pela figura acima é fácil ver que:

Px = P sen  Py = P cos 

Antes a normal era igual ao peso, agora a normal é igual a componente y


do peso (Py), assim:

N = Py

A força de atrito, assim como antes, é igual ao produto do coeficiente de


atrito pela força normal (Fat = .N).

Resolvendo

O caso mostrado acima tem 1.500 kg (já com o passageiro) e a força de


seu motor é de 2.000 N. O coeficiente de atrito é de 0,5 e a inclinação da
estrada (como mostrado na figura) é de 30º. Queremos encontrar a acele-
ração deste veículo.
UNIMES VIRTUAL
62 FÍSICA GERAL
Primeiramente vamos calcular o peso:

P = m.g = 1.500 x 9,8 = 14.700 N

Agora vamos analisar as forças perpendiculares ao nosso plano. Estas


forças são: a força normal (N) e a componente y do peso (Py). Estas forças
têm que ser iguais, pois o carro não se desloca na direção perpendicular
ao plano. Portanto:

N = Py = P cos  = 1.500 x cos 30° = 750 3 N

Agora nós temos três forças ao longo da direção do plano: a força motriz
(Fm), a força de atrito (Fat) e a componente x do peso (Px). A partir destas
três forças, vamos calcular a força resultante.

Vamos calcular a força de atrito e a componente x do peso:

Fat = m.N = 0,5 x 750 3 = 375 2 N

Px = P sen  = 1.500 x sen 30° = 750 N

Agora podemos calcular a força resultante. Ela é dada por:

FR = Fm – Fat – Px = 2.000 – 375 3 - 750 ≅ 600 N

Lembre-se que força é igual ao produto da massa pela aceleração. Mas


isto é válido para a força resultante. Não podemos dizer que força seja
igual à massa vezes aceleração para uma força qualquer, somente quando
estamos tratando da força resultante.

Como já calculamos, a força resultante que atua sobre este veículo, e,


como conhecemos a sua massa, é possível saber a sua aceleração. A
fórmula é esta: FR = m.a. A nossa incógnita é a aceleração, portanto:

a = FR /m = 600 / 1500 = 0,4m/s2

Pronto, achamos a aceleração do carro.

É interessante notar que, quando a inclinação for zero, o car-


ro andará com mais facilidade do que no caso apresentado
hoje. Conforme o ângulo aumenta, vai se tornando difícil o
carro subir, chegando um ponto que a força produzida pelo motor não é su-
ficiente e o carro não consegue mais subir. Se aumentarmos mais ainda o
ângulo o carro vai andar para trás, porque o seu peso é bastante relevante
agora.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 63
Questões

1) Um bloco de massa 10 kg desce um plano inclinado, sem atrito, que


faz um ângulo de 30º com a horizontal. Desprezando qualquer possí-
vel atrito com a superfície, determine a aceleração do bloco. Adote
g = 10 m/s2

a) 5 m/s2
b) 8,66 m/s2
c) 10 m/s2
d) 0 m/s2

2) Uma caixa de 20 kg sobe um plano inclinado de 60º (com a hori-


zontal) com velocidade constante sob a ação de uma força F a favor
do movimento. Qual é o valor desta força F? Adote g = 10 m/s2 e
despreze o atrito.

a) 0 N
b) 173 N
c) 100 N
d) 200 N

UNIMES VIRTUAL
64 FÍSICA GERAL
Resumo - Unidade II

Depois do estudo da Cinemática na unidade I, começamos com o estudo


da Dinâmica na unidade II. A Dinâmica estuda os movimentos, relacionan-
do-os às forças que os causaram.

Estudamos as Leis de Newton que nos mostram como as forças influen-


ciam os movimentos. Vimos as três leis formuladas por Isaac Newton.
São elas:

• Lei da inércia: aponta que um corpo tende a permanecer com velocida-


de constante, desde que nenhuma força seja aplicada a ele.

• Princípio fundamental da dinâmica: que relaciona a força com a mas-


sa e a aceleração de um corpo. F = m . a.

• Princípio da ação e reação: a qual aponta que quando um corpo A


aplica uma força sobre outro (B), este (B) aplica sobre o primeiro (A) uma
força de mesma intensidade e direção, mas de sentido contrário.

Estudamos, nas demais aulas, vários exemplos de forças. Um caso que re-
sume várias destas forças é o de um corpo em velocidade constante num
plano horizontal. As forças que atuam sobre este corpo são: peso, normal,
tração e força de atrito. Como o corpo não acelera, temos:

• peso = normal;

• tração = força de atrito.

Note que as expressões escritas acima são válidas apenas no movimento


uniforme sobre um plano horizontal. Num plano inclinado, as expressões
se tornam um pouco mais complicadas.

Vimos vários exemplos de que as forças podem ser utilizadas para alterar
o módulo da velocidade de um corpo. Entretanto, as forças também po-
dem ser utilizadas para alterar a direção de uma velocidade. Isto ocorre no
movimento circular. Uma força age em direção ao centro da circunferên-
cia, força centrípeta, fazendo com que a direção da velocidade constan-
temente se altere.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 65
Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP,


1996.

__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora Mo-


derna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto por
4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que estão
disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Document
File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página ex-
celente para você aprender vários experimentos para fazer para os seus
alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/

UNIMES VIRTUAL
66 FÍSICA GERAL
Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/

Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 67
Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html

Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
68 FÍSICA GERAL
Exercício de auto-avaliação II

1) Um corpo tem certa velocidade e está se movendo em movimento uniforme. O que


deve ser feito para que a sua velocidade aumente, diminua ou mude de direção?

a) Deve ser aplicada uma força ao corpo.


b) Para acelerar ou mudar de direção deve ser aplicada uma força. Para ele desacelerar não é
necessário fazer nada, isto ocorre naturalmente.
c) Deve-se utilizar a inércia.
d) Para que a velocidade aumente ou diminua deve ser aplicada uma força. Para que a veloci-
dade mude de direção deve-se utilizar a inércia.

2) De que modo você explica o movimento de um barco a remo, utilizando a terceira lei
de Newton?

a) Os remos (por inércia) fazem com que o barco entre em movimento.


b) Os remos empurram a água e, devido ao princípio da ação e reação, a água empurra os
remos, transferindo o movimento para o barco.
c) Quando os remos vão para trás, o barco (por conservação do momento) vai para frente.
d) A terceira lei de Newton não permite explicar este movimento.

3) Um pequeno automóvel colide com um grande caminhão carregado. Você acha que a
força exercida pelo automóvel no caminhão é:

a) Maior que a força exercida pelo caminhão no automóvel.


b) Menor que a força exercida pelo caminhão no automóvel.
c) Igual a força exercida pelo caminhão no automóvel.
d) O carro não exerce força alguma sobre o caminhão.

4) Um guarda-roupa está sendo empurrado por uma pessoa e se desloca com velocidade
constante. Existe outra força atuando no guarda-roupa?

a) Não. A única força é a que a pessoa aplica.


b) Sim. Existe mais uma única força: o peso.
c) Sim. Existem mais duas forças: o peso e a normal.
d) Sim. Existem mais três forças: o peso, a normal e o atrito.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 69
5) Na Terra, num local em que a aceleração da gravidade vale 9,8 m/s2, um corpo pesa
98N. Esse corpo é então levado para a Lua, onde a aceleração da gravidade vale 1,6 m/s2.
Determine sua massa e o seu peso na Lua.

a) m = 10 kg; Plua = 16 N.
b) m = 100 kg; Plua = 16 N.
c) m = 16 kg; Plua = 10 N.
d) m = 10 kg; Plua = 98 N.

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70 FÍSICA GERAL
Unidade III
Energia e Gravitação

Objetivos
Trataremos de assuntos diferentes nesta seção: a gravitação e o conceito de en-
ergia. A gravitação busca explicar o movimento dos planetas e satélites e mostra
como estes movimentos se relacionam com o de um corpo em queda livre. O
conceito de energia é bastante antigo e o princípio mais importante é o da con-
servação da energia que garante que toda a energia do universo se conserva, ou
seja, não varia.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 12 - Geocentrismo e Heliocentrismo


Aula: 13 - Gravitação
Aula: 14 - Energia
Aula: 15 - Energia Cinética

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FÍSICA GERAL 71
Aula: 12

Temática: Geocentrismo e Heliocentrismo

Conhecer as idéias sobre gravitação, bem como as leis pro-


prostas por Kepler.

Os gregos e o geocentrismo

Ptolomeu, filósofo grego que viveu no século III a.C., coletou em seu livro
Almagesto uma grande síntese de toda a cosmologia grega geocêntrica.
O sistema geocêntrico colocava a Terra no centro do universo e os outros
astros – ou viajantes – girando ao seu redor.

Neste modelo geocêntrico, as coisas pareciam não funcionar muito bem.


Entretanto, foi percebido na Grécia que a velocidade de rotação dos
planetas variava, assim como a sua distância. Então, Apolônio de Perga
(século III a.C.) criou um modelo onde existiam ciclos sobre ciclos. Cada
planeta estaria num ciclo inserido noutro ciclo.

Este modelo complicado conseguia descrever o movimento dos planetas


conhecidos. Entretanto, com o passar dos séculos, observou-se que este
modelo não descrevia muito bem o que estava ocorrendo. Portanto, foram
inseridos mais ciclos neste modelo. Ou seja, um ciclo dentro de ouro ci-
clo, dentro de outro ciclo, assim por diante. O modelo era basicamente o
mesmo, mas a sua complexidade estava se tornando algo extremamente
grande. Conseguia-se prever as órbitas dos planetas, mas às custas de
muitas contas.

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72 FÍSICA GERAL
Heliocentrismo no final da Idade Média

O modelo geocêntrico foi abalado por Nicolau Copérnico (1473 – 1543)


cientista polonês. Em 1514, Copérnico começou a divulgar um modelo
matemático em que a Terra e os outros corpos celestes giravam ao redor
do Sol, tese que ficou conhecida como heliocentrismo. Com o sol sendo o
centro do universo, os cálculos ficam mais simplificados. Não eram neces-
sários ciclos dentro de ciclos ou pelo menos o número de ciclos ficavam
reduzidos.

Nesse primeiro momento não se encontram muitas críticas por parte do


clero católico. Críticas sistemáticas de religiosos católicos só ocorreram
quase um século depois, com Galileu Galilei (1564 – 1642) numa época
em que a Igreja Católica endurecia sua doutrina para fazer frente à Reforma
Protestante.

Galileu, devido a sua insistência de que o Sol era o centro do sistema solar,
acabou tendo sérios problemas com a igreja. Foi condenado em 1633 pela
Inquisição e teve de passar o resto da vida em prisão domiciliar. Para não
acabar na fogueira, ele desmentiu as idéias que ele mesmo propôs.

Como já dissemos numa aula passada, Galileu foi o grande experimenta-


dor. Ele foi um dos primeiros a apontar um telescópio para o espaço. Com
isto, ele conseguiu ver os satélites de Júpiter. Isto ia ao encontro de um
mundo heliocêntrico. A Terra não era mais o centro.

Em 1600, o maior astrônomo da Europa era um príncipe dinamarquês cha-


mado Tycho Brahe (leia-se Tico Brae) (1546 - 1601) possuía um observa-
tório numa ilha situada entre a Dinamarca e a Suécia. Foi o maior astrôno-
mo experimental até então, compilou inumeráveis dados das posições dos
planetas, com uma precisão sem paralelo para a época.

Em 1582, o Papa Gregório XIII reformou o calendário, corrigindo-o em


dez dias, com base nos cálculos de duração do ano efetuados por Tycho
Brahe. Este é o calendário que usamos até hoje, chamado de calendário
gregoriano.

Brahe era um homem de personalidade difícil e aparência assustadora. Em


um duelo, havia perdido parte do nariz e usava uma prótese de metal.

Tycho não defendia o sistema de Copérnico mas propôs um sistema em que


os planetas giram à volta do Sol e o Sol orbitava em torno da Terra. Mas
ele precisava de um teórico, alguém que soubesse matemática o suficiente
para transformar seus dados em um novo modelo do cosmo. Também não
ajudava o fato de Brahe dedicar tempo demais às festas e à bebida.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 73
Foi quando entrou em cena o jovem astrônomo alemão Johannes Kepler
(1571 - 1630). Brahe convidou o jovem brilhante para ser seu assistente.
O príncipe queria a ajuda dele para provar que a Terra era o centro do cos-
mo. Mas essa história teve um fim muito diferente, pois tratava-se de dois
astrônomos talentosos com dois objetivos muito diferentes. A convivência
de Brahe e Kepler não foi fácil.

No início, Brahe tentou dificultar o trabalho de Kepler, impedindo o aces-


so do jovem discípulo ao que ele mais queria os dados astronômicos tão
preciosos. Aos poucos, Kepler foi ganhando a confiança do chefe. Mas a
convivência dos dois durou apenas 18 meses.

Um dia, Tycho foi convidado para jantar na casa de um barão. Como sempre,
ele bebeu demais, a ponto de se intoxicar seriamente, e, no seu leito de mor-
te, ele implorou a Kepler: “Por favor, não me deixe ter vivido em vão”.

Após a morte de Brahe, Kepler “herdou” seu posto e seus dados, dedi-
cou-se aos estudos vinte anos seguintes. Os registros dos movimentos
de Marte permitiram ao discípulo Johannes Kepler descobrir as leis dos
movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de
Copérnico.

Com base nos trabalhos e observações de Tycho Brahe, em 1609, Kepler enun-
ciou as Leis do movimento planetário conhecidas como leis de Kepler.

Leis de Kepler

Baseadas nas observações de Brahe, Kepler propôs:

1ª Lei de Kepler (órbitas elípticas)

Os planetas descrevem órbitas elípticas, com o Sol num dos focos.

Esta lei definiu que as órbitas não eram esféricas como se supunha até en-
tão. Muitos reagiram contrários a esta lei por dois motivos. Primeiramente,
esta lei afirma que as órbitas não são circulares. Todos acreditavam que
UNIMES VIRTUAL
74 FÍSICA GERAL
as órbitas eram circulares (ou mesmo círculo dentro de círculo), assim
como havia sido proposto pelos gregos. Qualquer outra forma diferente do
círculo estaria afastada da perfeição ou simetria.

Outra crítica a esta lei também está relacionada à simetria. Uma elipse
possui dois focos. Num dos focos estava o Sol e no outro não havia nada
(vácuo).

2ª Lei de Kepler (lei das áreas)

O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tem-
pos iguais.

Esta lei determina que os planetas movem-se com velocidades diferentes


dependendo da distância que estão do Sol. Cada uma das áreas na figura
ao lado é percorrida num mesmo intervalo de tempo. Assim, a velocidade
do planeta é maior quando ele está próximo do Sol e menor quando se
afasta.

3ª Lei de Kepler (o período de revolução aumenta com o raio médio)

Os quadrados dos períodos de revolução (T) são proporcionais aos


cubos das distâncias médias (R) do Sol aos planetas.

T2 = CR3, onde C é uma constante de proporcionalidade. Esta lei, um pou-


co complicada, aponta que existe uma relação entre a distância do planeta
e o tempo que ele leva para completar uma revolução em torno do sol. Por-
tanto, quanto mais distante ele estiver, mais tempo levará para completar
sua volta em torno do Sol.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 75
Questões

1) Por que Galileu Galilei foi condenado pela Inquisição?

a) Por defender o heliocentrismo, o sol como centro do universo.


b) Por defender o geocentrismo, a terra como centro do universo.
c) Pela observação de Júpiter, derrubando o geocentrismo.
d) Pela observação de Saturno, derrubando o heliocentrismo.

2) Por que a 1ª lei de Kepler foi alvo de críticas?

a) Por dizer que as órbitas eram compostas por ciclos sobre ciclos.
b) Por afirmar que a órbita dos planetas é circular.
c) Por dizer que a Terra é redonda.
d) Por afirmar que a órbita dos planetas é de forma elíptica.

Vimos nesta primeira aula um pouco da história do geocen-


trismo e helicentrismo. Na próxima aula abordarei a gravi-
tação. Até lá!

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76 FÍSICA GERAL
Aula: 13

Temática: Gravitação

Conheceremos um pouco mais a gravitação e como Isaac


Newton generalizou as leis propostas por Kepler.

Isaac Newton organizou tudo

Isaac Newton, no início do século XVII, quis entender o mecanismo que


fazia com que a Lua girasse em torno da Terra. Estudando os princípios
elaborados por Galileu Galilei e por Johannes Kepler, Newton conseguiu
elaborar uma teoria a qual dizia que todos os corpos que possuíam massa
sofreriam uma atração mútua entre eles.

Newton juntou a física de Kepler com a física da Galileu. Ele mostrou que
a mesma força que faz uma maçã cair no chão faz a lua girar em torno da
Terra e os planetas girarem em torno do Sol.

Força gravitacional

Surgiu, então, a teoria da Gravitação Universal. Quaisquer dois corpos se


atrairiam, mas quando dois corpos separados por uma distância d, um de
massa m e o outro de massa M, a atração entre eles é dada por:

mM
F =G
d2
onde G é a constante universal da atração gravitacional.

Quaisquer dois corpos se atraem mutuamente. Sabemos que o Sol atrai


a Terra e que a Terra atrai o Sol. Mas os livros, ou qualquer outro corpo,
também se atraem. Obs.: Não é necessário que os livros sejam de Física
para que se atraiam.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 77
Entretanto, se segurarmos um livro em cada mão, não sentiremos uma
atração entre eles. Isto ocorre porque a constante gravitacional é muito
pequena. Seu valor é de:

G = 6,7 × 10−11 N m2 kg-2

A força gravitacional é relativamente fraca. Por exemplo, duas massas de


3.000 kg colocadas a uma distância de 3 metros uma da outra atraem-se
com uma força de aproximadamente 67 x10-6 newtons. Essa força é apro-
ximadamente igual ao peso de um grão de areia.

Evolução da idéias

Da primeira lei de Kepler, Newton percebeu que o Sol atrai os planetas,


fazendo com que suas trajetórias não se afastem muito. Isto ocorre da
mesma forma que a Terra atrai os corpos sobre ela.

Da segunda, essa força é também inversamente proporcional ao quadrado


da distância entre o sol e o planeta. Ou seja, quanto mais perto o planeta
está, maior é a força de atração do Sol.

Da terceira, devido ao sol, a força que age constantemente sobre o plane-


ta, além de ser central, estar dirigida para o Sol e ser inversamente pro-
porcional ao quadrado da distância, é diretamente proporcional à massa
do planeta.

Estas deduções não são óbvias nem mesmo evidentes. Newton, para che-
gar à conclusão que chegou, teve de utilizar o Cálculo que ele tinha acaba-
do de inventar.

Exemplo

O raio da Terra é de 6.400 km e sua massa é de 6 x 1024 kg. Um satélite


artificial, com massa igual a 1.000 kg, está numa órbita a uma altura de
13.600 km da superfície. Determine a força gravitacional que a Terra exer-
ce sobre este satélite. Determine a atração gravitacional quando o satélite
está na superfície terrestre.

Já sabemos a massa de cada um dos corpos envolvidos no problema (a


Terra e o satélite). Precisamos determinar a distância entre os dois. A dis-
tância é medida do centro de massa de um corpo ao centro de massa do
outro. Portanto mediremos a distância do centro da Terra até o satélite.
Esta distância é igual ao raio da Terra mais a altura da superfície em que
se encontra o satélite. Portanto, a distância entre os dois é:
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78 FÍSICA GERAL
d = 6.400 + 13.600 = 20.000 km = 20.000.000 m = 2 x 107 m

Podemos usar a equação da força gravitacional:

24
mM −11 1.000 × 6 × 10
F = G 2 = 6, 7 ×10 = 1.005 N
d (2 ×107 )

Quando o satélite está na superfície terrestre (antes de ser lançado), a


força é:

24
mM −11 1.000 × 6 × 10
F = G 2 = 6, 7 ×10 = 9.814 N
d (6, 4 ×106 )

Note que o peso do satélite mudou bastante com a altitude.

O futuro

Depois de Newton, um cientista não podia mais se limitar a descrever um


fenômeno da natureza. Era preciso explicá-lo matematicamente e confir-
má-lo por meio de uma experiência. Esse foi o início da idade da razão: o
Iluminismo.

A constante de gravitação universal (G) não deve ser confundida com g


(em minúscula), que representa a intensidade da aceleração da gravidade
terrestre.

A mecânica celeste mostrou sua eficiência na descoberta


do planeta Netuno em 1846. Baseados nas perturbações
da órbita do planeta Urano, astrônomos puderam calcular a
presença de um outro corpo celeste influenciando seu movimento.

A teoria heliocêntrica teve sua origem na Grécia, muito antes


de Copérnico. O astrônomo grego Aristarco de Samos (310
a.C. - 230 a.C.?) foi o primeiro a propor que a Terra gira em
torno do Sol. Entretanto, não se sabe muito a respeito da sua proposta. Esta
afirmação é conhecida através de uma referência feita por Arquimedes.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 79
Questões

1) Segundo a lei da gravitação universal, quaisquer dois corpos são


capazes de:

a) se atrair
b) se repelir
c) entrar em atrito
d) se deslocar

2) A aceleração da gravidade na Lua é 6 vezes menor do que a acele-


ração da gravidade próxima à superfície da Terra. Um astronauta:

a) Pesa na Lua, seis vezes mais do que na Terra.


b) Pesa na Terra, seis vezes mais do que na Lua.
c) Pesa na Terra, seis vezes menos do que na Lua.
d) A gravidade não interfere no peso.

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80 FÍSICA GERAL
Aula: 14

Temática: Energia

Nesta aula conheceremos os diversos tipos de energia que


existem. Veremos também o que é energia e para que ela
serve.

A energia está presente no nosso dia-a-dia. Todos nós ouvimos falar de


energia e a utilizamos. Mas o que é energia?

Se você olhar no dicionário, encontrará algo mais ou menos assim: energia


é a capacidade de realizar trabalho. É importante notar que está sendo
utilizada a noção de trabalho existente na Física. Como a Física define
trabalho?

Estas questões aqui apresentadas são muito importantes. Entretanto, an-


tes de respondê-las, vejamos exemplos práticos para que tudo isso fique
mais claro.

Tipos de Energia

Utilizamos a energia elétrica diariamente. Ela está presente em vários equi-


pamentos, que convertem esta energia em algum outro tipo de energia.

Uma lâmpada, por exemplo, converte energia elétrica em energia lumi-


nosa. Mas nem toda a energia elétrica que ela recebe é convertida em
energia luminosa. Você já deve ter notado que as lâmpadas se aquecem,
principalmente as incandescentes. As lâmpadas fluorescentes se aque-
cem bem menos. Elas se aquecem, porque parte da energia que elas re-
cebem é transformada em energia térmica. As lâmpadas fluorescentes se
aquecem bem menos, ou seja, nestas lâmpadas não ocorre muita perda
de energia.

Dizemos que ocorre perda de energia sempre que parte da energia recebi-
da é transformada num tipo de energia que não é aquela desejada. No caso
da lâmpada, queremos que ela produza energia luminosa, mas ela acaba
produzindo também calor (energia térmica). Você já deve ter escutado que
a lâmpada fluorescente é econômica. Isto ocorre, porque ela sofre menos
perda de energia. Isto acontece, porque apenas uma parte pequena da
energia elétrica que ela recebe é transformada em energia térmica.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 81
Existem outros exemplos de energia que podem ser encontrada na nos-
sa casa. Muitas vezes queremos converter energia elétrica em energia
térmica. Dois exemplos disso são: o chuveiro elétrico e o ferro de passar
roupa.

A energia elétrica pode também dar origem à energia mecânica, ou ener-


gia cinética. É o que ocorre nos motores. Vários equipamentos que usamos
possuem motores elétricos: o liquidificador, o ventilador, o CD player etc.

Vimos que a energia elétrica pode dar origem a várias outras. Mas de
onde vem a energia elétrica? Aqui no Brasil a energia elétrica que chega
por intermédio dos fios é produzida em usinas hidrelétricas. Nestas usinas
a energia mecânica é transformada em energia elétrica. Para se construir
uma usina hidrelétrica, é necessário fazer uma represa. Quando a água é
represada, estamos acumulando energia mecânica. Esta energia mecâni-
ca acumulada é chamada energia potencial. Quando a água é liberada,
esta energia potencial é convertida em energia cinética. A água em mo-
vimento passa por turbinas que convertem a energia cinética da água em
energia elétrica.

Outra forma muito comum de energia é a energia química. Um combus-


tível (gasolina, por exemplo) guarda energia química. Através da queima
deste combustível, esta energia química é convertida em energia mecâ-
nica. O combustível queima dentro do motor e produz gases que ocupam
um volume maior que o original. Com este aumento de volume, um pistão
é empurrado. Esta energia mecânica que o pistão recebe é transferida para
as rodas do veículo a fim de fazê-lo andar.

Existe mais uma forma de energia bastante comum que é a energia sono-
ra. Esta pode ser produzida, por exemplo, num alto-falante, que converte
energia elétrica em energia sonora. Já um microfone faz exatamente o
contrário do que o alto-falante, ou seja, ele converte energia sonora em
energia elétrica.

Trabalho

Considere um exemplo. Uma pessoa tem duas caixas (20 kg cada) que
estão no chão. Esta pessoa deseja colocar as caixas sobre o guarda-roupa
(2 metros de altura). Ela poderia erguer as duas caixas de uma só vez e
colocá-las sobre o guarda-roupa. Entretanto, isto seria muito cansativo e
ela pensa na possibilidade de erguer uma caixa de cada vez.

Para facilitar ainda mais o trabalho que ela tem de fazer, ela resolve colo-
car primeiramente cada caixa sobre uma escrivaninha (1 metro de altura).
Depois disto cada caixa é erguida até o topo do guarda-roupa.
UNIMES VIRTUAL
82 FÍSICA GERAL
Note que esta pessoa facilitou o seu trabalho duas vezes. Primeiramente,
decidiu subir cada caixa separadamente. Assim, o seu trabalho em cada
etapa seria apenas metade do trabalho inicial. Para facilitar ainda mais, ao
invés de erguer a caixa a uma altura de 2 metros, esta pessoa ergueu cada
caixa a uma altura de um metro, e, posteriormente, ergueu cada uma das
caixas de mais 1 metro. Desta forma em cada etapa o seu trabalho será
apenas um quarto do trabalho original. Entretanto o seu trabalho total será
o mesmo.

O conceito de trabalho em Física é igual ao apresentado acima, ou seja, o


trabalho depende da força realizada, assim como do deslocamento. Quan-
to maior a força que realizamos, maior será o trabalho, assim como o des-
locamento. Um deslocamento maior implica num trabalho maior.

Para equacionar isto, o trabalho é dado por:

T=F.d

ou seja, trabalho (T) é igual ao produto da força (F) pelo deslocamento (d).
No Sistema Internacional (SI) o trabalho é medido em joules (J). Portanto
uma força de 1 Newton fazendo um corpo se deslocar por 1 metro produz
um trabalho de 1 joule.

Agora vamos calcular o trabalho realizado no exemplo acima. Para erguer


as duas caixas a uma altura de dois metros, precisamos multiplicar a for-
ça pelo deslocamento. A força que a pessoa teve de fazer deve ser pelo
menos igual ao peso das caixas (P = m.g = 40 x 9,8 = 392 N). Assim, o
trabalho realizado é:

T = F . d = 392 x 2 = 784 J.

Para erguer apenas uma caixa a altura de 2 metros, o trabalho é:

T = F . d = 196 x 2 = 392 J.

Para erguer uma caixa a uma altura de 1 metro, o trabalho é:

T = F . d = 196 x 1 = 196 J.

Vemos que o trabalho pode ser dividido em partes menores.


UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 83
Questões

1) Em uma lâmpada a energia elétrica é:

a) Transformada em energia luminosa e energia térmica.


b) Transformada apenas em energia luminosa.
c) Parte transformada e parte deixa de existir.
d) Transformada em energia luminosa e energia mecânica.

2) A energia elétrica pode ser transformada em energia cinética. Qual


desses aparelhos apresenta essa transformação?

a) Motor.
b) Ventilador.
c) CD player.
d) Todas estão corretas

UNIMES VIRTUAL
84 FÍSICA GERAL
Aula: 15

Temática: Energia Cinética

Conhecer a energia mecânica, como ela é definida, assim como o trabalho


necessário para provocar a energia cinética. Comentamos na aula passada
que energia é a capacidade de realizar trabalho.

Energia e trabalho são medidos na mesma unidade. No Sistema Interna-


cional (SI) energia e trabalho são medidos em joules (J).

Energia Cinética

A energia cinética é uma grandeza associada ao movimento de um corpo.


Ela depende da massa (m) e da velocidade (v) de um corpo, ou seja:

1 2
E= mv
2
Vemos, portanto, que um corpo em repouso (v = 0) não possui energia
cinética. Quanto maior sua velocidade, maior será sua energia cinética.

Energia e Trabalho

Sempre que um corpo sofre uma variação de energia cinética, é porque al-
guém (ou alguma coisa) exerceu trabalho sobre este corpo. O que estamos
falando é que a energia cinética final será igual à energia cinética inicial
mais o trabalho que foi exercido sobre este corpo. Assim:

Ef = E i + T

Quando a energia cinética final é menor que a inicial, o trabalho exercido


sobre o corpo é negativo. Isto significa que a energia cinética diminuiu,
portanto alguma outra forma de energia foi aumentada.

Quando a energia cinética final é maior que a inicial, o trabalho exercido


sobre o corpo é positivo. Isto significa que a energia cinética aumentou.
Portanto, algo (ou alguém) transferiu energia para o objeto em questão.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 85
Exemplo 1

Vamos tomar como exemplo uma bola de gude (massa de 10 g) jogada


com velocidade de 10 m/s. Qual é energia cinética desta bola?

A sua energia cinética é simplesmente:

1 2 1
E= mv = 0, 010 ⋅ (10) 2 = 0,5 J
2 2

Exemplo 2

Continuando com a bola de gude, vamos considerar que ela pára após 3
metros de deslocamento. Isto ocorreu devido ao atrito. Sua velocidade ini-
cial era de 10 m/s e sua velocidade final é zero. Sua energia cinética inicial
foi calculada no exemplo anterior. Sua energia final é zero, pois a velocida-
de final é nula. Ela perdeu energia. O que aconteceu com a sua energia?

A energia do universo sempre se conserva. Portanto, se a energia cinética


da bola de gude diminuiu, a energia teve de aumentar em algum outro lu-
gar. Mas qual é o corpo que está em contato com a bola? O chão. O atrito
que ocorre quando a bola se desloca pelo chão faz com que o chão e a
bola de gude se aqueçam. Este aquecimento pode ser mínimo, até mesmo
imperceptível, mas ele ocorre. Assim, a energia cinética foi convertida em
energia térmica.

O chão exerce uma força de atrito, desacelerando a bola de gude. Portanto,


o atrito exerce um trabalho sobre a bola de gude. O trabalho que o atrito
exerce sobre a bola faz com que a energia cinética diminua. É importante
notar que em outros casos o trabalho pode fazer com que a energia do
corpo aumente.

Vamos calcular o trabalho exercido pelo atrito:

T = Ef - Ei = 0 - 1 = -1 J

O trabalho é negativo, porque a energia cinética da bola de gude foi reduzi-


da. Se a sua energia aumentasse, o trabalho seria positivo.

UNIMES VIRTUAL
86 FÍSICA GERAL
Exemplo 3

Vamos considerar um carro freando. Se a massa do carro for de 1.000 kg e


sua velocidade for de 72 km/h (20 m/s), sua energia cinética será de:

1.0 x 202/2 = 200.000 J

Sua velocidade final é zero, portanto a sua energia final será nula. Qual o
trabalho que a força de atrito exerce sobre o carro?

T = Ef - Ei = 0 - 200.000 = -200.000 J

Novamente, a energia cinética foi reduzida, portanto o trabalho é negati-


vo. Entretanto, a quantidade de energia envolvida neste exemplo é mui-
to maior do que no exemplo anterior. Assim, uma grande quantidade de
energia cinética foi convertida em energia térmica. Neste caso é possível
perceber o aquecimento.

Se você quiser, faça o experimento com uma bicicleta. Quando você freia a
bicicleta, você pode perceber facilmente que as peças do freio e a roda são
aquecidas. Portanto, a energia cinética foi convertida em energia térmica.

Exemplo 4

Vamos considerar um carro acelerando. Se a sua velocidade inicial é nula,


então sua energia cinética também é nula. Se a sua velocidade final for de
72 km/h (20 m/s) sua energia final será de 200.000 J, como já vimos no
exercício anterior.

O trabalho que o motor está exercendo sobre o carro será:

T = Ef - Ei = 200.000 - 0 = 200.000 J

Note que agora o trabalho é positivo. Isto ocorre porque a energia cinética
aumentou. Portanto, o motor do carro está produzindo energia cinética.

Lembre-se que o motor do carro utiliza um combustível


(energia química), queimando-o. Na queima do combustí-
vel, a energia química é transformada em energia térmica.
O gás formado por ar e combustível se expande, empurrando um pistão. A
energia térmica foi convertida em energia cinética. O movimento do pistão
é energia cinética que será levada para as rodas do carro.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 87
Questões

1) Quando uma bicicleta é freada, ocorre a transformação de:

a) energia cinética em energia térmica.


b) energia térmica em energia cinética.
c) energia cinética em energia mecânica.
d) energia mecânica em energia cinética.

2) No motor de um carro ocorrem as seguintes transformações:

a) energia química em térmica, e esta em cinética.


b) energia cinética em química, e esta em térmica.
c) energia térmica em cinética, e esta em química.
d) n.d.a.

UNIMES VIRTUAL
88 FÍSICA GERAL
Resumo – Unidade III

Nesta unidade estudamos dois assuntos diferentes: Gravi-


tação e Energia. A gravitação é um assunto específico da
Dinâmica, pois é uma forma de tratar da força de interação
entre corpos.

Com a gravitação, vimos a explicação para o motivo de qualquer corpo


próximo a Terra cair sobre a sua superfície. Matéria atrai matéria, ou seja,
a força de atração é proporcional à massa dos dois corpos e inversamente
proporcional à distância ao quadrado.

Kepler formulou três leis:

• os planetas descrevem órbitas elípticas, com o Sol num dos focos;

• o raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos
iguais;

• quanto mais distante o planeta estiver do Sol, mais tempo levará para
completar uma volta em torno deste.

Posteriormente, Newton mostrou que tudo isto se devia à equação que ele
deduziu, ou seja, a atração entre dois corpos é diretamente proporcional às
suas massas e inversamente proporcional à distância ao quadrado.

Vimos também nesta unidade a energia, que é a capacidade de realizar


trabalho. O trabalho é dado por uma força que consegue realizar um des-
locamento.

A energia não se perde. Ela se transforma em outros tipos de energia. A


energia pode ser: elétrica, luminosa, térmica, mecânica, química ou sono-
ra. A energia total do universo é sempre a mesma. Se ela aumenta numa
região, ela deve necessariamente diminuir na outra.

Para finalizar, vimos a energia mecânica, portanto relacionamos este novo


conceito (de energia) àquilo que estávamos estudando (a Mecânica).

A energia mecânica pode ser cinética ou potencial. A energia cinética está


presente em qualquer corpo em movimento. Já a energia potencial está
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 89
presente num corpo que está preso sendo impedido de se movimentar.
Quando você solta um objeto e ele começa a cair, a energia potencial está
se transformando em energia cinética.

Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP,


1996.

__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora Mo-


derna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto por
4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que estão
disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Document
File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página excelente
para você aprender vários experimentos para fazer para os seus alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/
UNIMES VIRTUAL
90 FÍSICA GERAL
Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/

Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 91
Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html

Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
92 FÍSICA GERAL
Exercício de auto-avaliação III

1) De acordo com a 2ª lei de Kepler a velocidade de um planeta que está próximo ao Sol é:

a) Maior.
b) Menor.
c) Depende do seu tamanho.
d) Depende da sua estrutura.

2) Um corpo de peso P à superfície do mar é levado ao topo de uma montanha. Nesta


nova posição:

a) Seu peso aumenta.


b) Seu peso permanece inalterado.
c) Sua massa cresce.
d) Sua massa permanece inalterada.

3) O produto da força pelo deslocamento em que ela atua é a medida de:

a) Potência.
b) Energia cinética.
c) Potência.
d) Trabalho.

4) Assinale a afirmação correta:

a) Sempre que uma força age sobre um corpo, há realização de trabalho.


b) Sempre que houver deslocamento do corpo, há realização de trabalho.
c) Uma força realiza trabalho somente quando o deslocamento se dá na direção da força.
d) Sempre que houver energia envolvida, há realização de trabalho.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 93
UNIMES VIRTUAL
94 FÍSICA GERAL
Unidade IV
Termologia

Objetivos
Aprender a origem microscópica do calor. O comportamento microscópico de-
pendente da temperatura. Observar o conceito bastante difundido de que o calor
é algo que se propaga de um corpo mais quente para outro mais frio.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 16 - Calor e sua Propagação


Aula: 17 - A Evaporação
Aula: 18 - Dilatação Térmica
Aula: 19 - Dilatação Volumétrica

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FÍSICA GERAL 95
Aula: 16

Temática: Calor e sua Propagação

Nesta aula iremos saber o que é calor e como ocorre a sua


propagação.

O calor é a energia térmica que flui de um corpo para outro em virtude


da diferença de temperatura entre eles. Pode ser adicionado ou removido
de uma substância. Logo, não há sentido em dizer que um corpo tem mais
calor que outro. O calor é uma energia que se transfere de um sistema para
outro, sem transporte de massa.

Todo corpo tem uma certa quantidade de energia interna que está relacio-
nada ao movimento aleatório de seus átomos ou moléculas. Esta energia
interna é diretamente proporcional à temperatura do objeto.

Calor é medido em calorias (cal) ou joules (J). Sendo que joules é a unida-
de usada no Sistema Internacional.

Existem três formas de propagação do calor. São elas: condução, convec-


ção e irradiação.

Uma análise microscópica

Vamos primeiramente entender o que são essas coisas. Para isso, vamos
analisar o que é o calor do ponto de vista microscópico, ou seja, como as mo-
léculas se comportam com a variação térmica. Quando uma substância é
aquecida, suas moléculas ficam mais agitadas, ou seja, aumenta sua energia
cinética e elas começam a se chocar mais fortemente umas contra as outras.

Observe a figura ao lado em que


as moléculas da água ficam orga-
nizadas e pouco agitadas, quan-
do no estado sólido. Entretanto,
ao passar para o estado líquido,
a energia cinética das moléculas
aumenta. Quanto mais calor uma
substância qualquer recebe, mais
agitadas ficam suas moléculas.

UNIMES VIRTUAL
96 FÍSICA GERAL
Assim, já é possível entender como o calor se propaga por condução.
Quando, por exemplo, um líquido quente é colocado em contato com reci-
piente frio, as moléculas do líquido quente chocam-se contra as moléculas
do recipiente frio. As moléculas do recipiente ganham energia cinética,
enquanto as do líquido a perdem. Desta forma, o calor é transferido de uma
região para outra.

Vamos entender agora como é que funciona a propaga-


ção de calor por convecção. Como vemos na figura ao
lado, as moléculas na parte superior do recipiente estão
mais espaçadas. Isto ocorre, porque elas têm mais agita-
ção térmica, ou seja, estão a uma temperatura mais ele-
vada. O agito térmico faz com que as moléculas fiquem
mais espaçadas, reduzindo a densidade da substância.
Na parte mais fria do líquido as moléculas ficam mais
juntas, com uma densidade maior.

Vemos, portanto, que a densidade do líquido não é a mes-


ma em todos os pontos, mas varia com a temperatura.
Assim, devido à ação gravitacional, a região de densida-
de mais elevada (mais fria) ficará embaixo, enquanto , a
região de menor densidade (mais quente) subirá, forman-
do o movimento de convecção.

Quando estamos tratando de um líquido, as moléculas mais quentes na


parte superior tendem a evaporar. Este líquido na parte superior se esfria
e, se o líquido na sua parte inferior estiver sendo aquecido, a parte inferior
começa a ficar mais quente e sobe. Este aquecimento na parte inferior e
o esfriamento na parte superior fazem com que se inicie um movimento
circular que recebe o nome de convecção.

Vejamos agora como se dá a transmissão de calor por irradiação. Toda


molécula emite radiação, perdendo, dessa maneira, energia cinética. A
radiação que é emitida por uma molécula do líquido pode atingir uma outra
molécula do próprio líquido, ou uma molécula do recipiente, ou qualquer
outra molécula, mesmo que esta esteja muito afastada do recipiente. Ob-
serve as figuras abaixo. Primeiramente, vemos uma molécula emitindo
radiação, desta forma ela perdeu energia cinética. Logo a seguir temos
uma molécula recebendo radiação, portanto ela está ganhando energia
cinética.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 97
Entre o sol e a Terra praticamente não existem matéria, ou seja, existe
vácuo. Portanto, o calor chega até nós devido à irradiação, pois as outras
formas de propagação de calor ocorrem somente quando há matéria.

Evitando a transmissão de calor

Em 1895, Edward Deware inventou a garrafa térmica. Ela nada mais é do


que um recipiente utilizado para manter a temperatura de algum líquido.
Com ela você pode garantir que uma bebida permaneça quente por algu-
mas horas. Ou também deixá-la fria por um longo intervalo de tempo.

As garrafas térmicas possuem basicamente um vaso de vidro com pare-


des duplas separadas por uma distância de aproximadamente um centí-
metro. Entre essas duas paredes o ar é quase que totalmente retirado,
formando um quase vácuo. Dessa forma, não ocorre transmissão de calor
por condução (não há matéria!). Também não ocorrerá convecção entre as
paredes de vidro da garrafa térmica, já que praticamente não há matéria
no seu interior.

Ainda resta a irradiação. Para que possamos evitá-la, o vaso de vidro de-
verá ser espelhado. Assim, a radiação, que é emitida pelas moléculas do
líquido, será refletida pelo espelho e retornará para o líquido.

Para finalizar, a tampa da garrafa térmica é feita de um ma-


terial isolante térmico, que evita parte das trocas de calor
entre os meios interno e externo. Na próxima aula veremos
como ocorre a evaporação. Até lá!

UNIMES VIRTUAL
98 FÍSICA GERAL
Questões

1) O calor é a energia térmica que flui entre dois corpos que:

a) Possuem mesma temperatura, compartilhando-a.


b) Possuem mesma temperatura, ficando com temperaturas diferentes.
c) Possuem temperaturas diferentes, ficando com temperaturas trocadas.
d) Possuem temperaturas diferentes, igualando as temperaturas.

2) Por que o interior da garrafa térmica é espelhado?

a) Para que a radiação emitida pelo líquido retorne ao líquido.


b) Para que a radiação emitida pelo líquido se dissipe.
c) Para que os átomos do líquido não irradiem.
d) Para que haja irradiação.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 99
Aula: 17

Temática: A Evaporação

Nessa aula vamos entender o processo de evaporação das


substâncias e como isso ocorre. Veja!

Para entender como ocorre a evaporação de um líquido, vamos recorrer a


um experimento bem simples. Se você colocar água sobre sua pele, você
sentirá que ela ficou mais fria. A água evapora absorvendo calor da sua
pele, fazendo com que você sinta sua pele mais fria. Se ao invés de água
você utilizar álcool, você sentirá mais frio ainda, pois ele evapora a uma
temperatura mais baixa.

O fenômeno microscópico

Para entender melhor esse fenômeno, vamos recorrer ao comportamento


microscópico, assim como na aula passada. Você deve se lembrar que o
calor deve ser compreendido como o agito térmico das moléculas. As-
sim, quando as moléculas chocam-se umas contra as outras, algumas têm
energia cinética muito maior que as demais. Vamos considerar um líquido.
Se esta molécula estiver próxima à superfície ela pode desprender-se das
demais e escapar para a atmosfera. Em outras palavras podemos dizer que
esta substância está evaporando.

Portanto, uma molécula com energia cinética muito grande foi embora.
À medida que isso ocorre, as moléculas que restarem terão uma ener-
gia cinética muito pequena, ou seja, uma temperatura mais baixa. Assim,
podemos explicar a sensação de frio que a água ou o álcool nos fazem
sentir. A substância (colocada sobre a pele) rouba calor do nosso corpo e
as moléculas com maior energia escapam. Esse processo continua se
repetindo e o calor da nossa pele vai se perdendo.

UNIMES VIRTUAL
100 FÍSICA GERAL
O suor

O nosso corpo sempre realiza o experimento de evaporação de água, mui-


tas vezes, sem que percebamos. Logo após suarmos, as moléculas de
água (presentes em nosso suor) com maior energia cinética acabam es-
capando (evaporando), deixando o suor que ainda restou sobre nossa pele
mais fria do que antes. É desta forma que o suor abaixa a temperatura do
nosso corpo.

Para que as moléculas de água consigam escapar da superfície da nossa


pele, é necessário que a umidade relativa do ar não esteja muito elevada,
pois, caso contrário, o suor permanecerá sobre nossa pele sem levar o ca-
lor embora. Se a umidade do ar for muito alta, existirão muitas moléculas
de água no ambiente.

Sabemos que as moléculas de água (do nosso suor) com maior energia
escapam. Entretanto, com a umidade muito elevada, várias moléculas de
água do ambiente se chocarão com a nossa pele. Assim, haverá um equi-
líbrio entre moléculas saindo e moléculas chegando. Portanto, o suor ficará
sobre a nossa pele sem que a temperatura baixe.

Existe uma outra forma de eliminar calor do nosso corpo. Quando a tem-
peratura do ar à nossa volta é mais baixa que a da nossa pele cedemos
calor para o meio que nos circunda. Entretanto, se o ar estiver parado, o
ar próximo a nós estará mais quente do que aquele que se encontra um
pouco mais distante. Portanto, é importante que ocorra a movimentação
do ar a nossa volta.

A água em ebulição

A água, ao nível do mar, ferve a 100° C. A uma maior altitude, a água ferve
a uma temperatura mais baixa, isso ocorre porque a pressão atmosférica é
mais baixa. Com a pressão mais baixa, as moléculas do ar ficam mais es-
paçadas. Assim, as moléculas da água têm menor dificuldade de escapar
do recipiente e entrar em ebulição.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 101
Quando a pressão atmosférica é maior, a densidade do ar é maior. Assim,
quando uma molécula de água escapa do recipiente para o ar, existe uma
probabilidade de ela se chocar com uma molécula do ar e voltar para o
recipiente.

Vemos na figura abaixo que, à medida que a pressão atmosférica é redu-


zida, a evaporação ocorre com maior facilidade. Quando a pressão atmos-
férica é alta, o número de moléculas é grande. Assim, é muito difícil para
uma molécula do líquido escapar, pois, quando ela escapa, ela pode se
chocar com uma molécula do ar e voltar para baixo.

Aplicação da pressão

Já que uma pressão mais alta torna mais difícil a evaporação da água, se
adicionarmos alguma pressão além da pressão atmosférica, a evaporação
será mais difícil. Esta dificuldade na evaporação da água faz com que a agi-
tação das moléculas aumente, ou seja, a temperatura aumentará e a água
ferverá a uma temperatura mais elevada. Esse é o princípio da panela de
pressão.

Questões

1) Por que o suor faz o nosso corpo esfriar?

a) As moléculas mais agitadas do suor escapam, sobrando apenas as


menos agitadas, assim o suor fica mais frio.
b) As moléculas menos agitadas do suor são absorvidas de volta pela
nossa pele, resfriando-a.
c) A diminuição de líquidos na corrente sanguínea faz o corpo se es-
friar.
d) O suor sai de nossa pele com uma temperatura inferior à do nosso
corpo.

UNIMES VIRTUAL
102 FÍSICA GERAL
2) A uma maior altitude, a água ferve a uma temperatura mais baixa.
Isso ocorre por quê?

a) A pressão atmosférica é mais baixa.


b) A pressão atmosférica é mais alta.
c) A temperatura é mais baixa.
d) A temperatura é mais alta.

Vimos nesta aula como ocorre a evaporação e os tipos de


evaporação existentes. Caso tenha alguma, dúvida envie
para nossa tutoria. Nós nos encontraremos na próxima aula,
quando trataremos da dilatação térmica. Um grande abraço e até lá!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 103
Aula: 18

Temática: Dilatação Térmica

Nesta aula irei abordar como se dá a dilatação dos sólidos.


Veja como é interessante.

Como vimos na aula anterior, quando um objeto é aquecido, a agitação


dos seus átomos e moléculas aumenta. Aumentando a agitação destas
partículas elas ficarão um pouco mais afastadas umas das outras. Desta
forma o objeto aquecido aumenta de tamanho.

Dilatação linear

Quando consideramos um objeto muito comprido, geralmente estamos in-


teressados apenas na dilatação superficial. Somente a dilatação em uma
das coordenadas é importante, as outras podem ser perfeitamente despre-
zadas. Um exemplo disso é quando estamos usando uma régua. Apenas
uma das dimensões é utilizada.

A dilatação linear depende de três parâmetros. Primeiramente ela depende


do comprimento: uma régua de 60 cm, quando aquecida, vai dilatar mais
do que uma de 20 cm. A dilatação também depende da variação da tem-
peratura: quanto maior o aumento na temperatura, mais deverá se dilatar
a régua. Por fim, a dilatação também depende do material em que é feita
a régua.

Colocando todas as informações numa equação, obtemos:

∆ =  0α∆T
Ou seja, a variação no comprimento (∆) depende do comprimento inicial
( 0 ), do coeficiente de dilatação linear ( α ) do material e da variação
da temperatura ( ∆T ).

O comprimento final da régua é dado por:

 =  0 + ∆ =  0 +  0α∆T =  0 (1 + α∆T )

UNIMES VIRTUAL
104 FÍSICA GERAL
Como o resultado do produto acima é em unidade de comprimento (ge-
ralmente metros) e a variação da temperatura é comumente medida em
graus Celsius ( °C ), o coeficiente de dilatação linear deve ser medido com
1
a unidade do inverso da unidade de temperatura ( = °C −1 ).
°C
Vamos considerar um exemplo para visualizar o que ocorre. Você comprou
uma régua de 60 cm aqui no Brasil, num lugar onde a temperatura média
é de 30°C . Você vai para a Antártida e pretende utilizar esta régua. Mas
lá a régua terá um comprimento menor devido à variação da temperatura.
Qual será este comprimento?

Usando a equação da dilatação linear, vemos que a dilatação é:

∆ = 0, 60 ×14 ×10−6 (−60) = 0,504 ×10−3 m

Portanto, devido a esta enorme variação na temperatura, a régua sofreu


uma variação de 0,5 milímetros. Esta variação pode parecer mínima e sem
importância, mas deve ser levada em consideração em vários tipos de
construções.

Um exemplo típico é o trilho de trem. O trilho é feito como uma seqüência


de várias barras metálicas. Estas barras ficam um pouco afastadas umas
das outras, para que, se houver uma variação, o trilho não seja forçado a
ir para a lateral (entortando-se).

Dilatação superficial

Vamos estudar agora o caso da dilatação de placas, objetos que possuem


duas dimensões grandes. A terceira dimensão é muito menor que as ou-
tras e é então desprezada.

A área do objeto pode ser escrita como o produto das duas dimensões
principais, assim:

A = c
onde e representam as duas dimensões. Cada uma destas dimensões
variará de acordo com a equação da dilatação linear, ou seja:

c = c0 (1 + α∆T )
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 105
 =  0 (1 + α∆T )
A área final será dada por:

A = c = c0  0 [1 + 2α∆T + α 2 (∆T ) 2 ]

Você já deve ter percebido que o coeficiente de dilatação linear é muito


pequeno. Portanto, este número ao quadrado será muito menor, ou seja,
desprezível. Desta forma a área final será:

A = A0 (1 + 2α∆T )

Vamos deixar esta equação mais parecida com a da dilatação linear. Para
isto, criaremos o coeficiente de dilatação superficial () que é igual ao
dobro do coeficiente de dilatação linear (), ou seja:

β = 2α
Assim obtemos:

A = A0 (1 + β∆T ) e ∆A = A0 β∆T

Vamos dar um exemplo para ficar mais fácil de fixar o que ocorreu. Um
torneiro mecânico possui uma placa que tem área de 2 m2. Esta área foi
medida à temperatura de 20°C . Esta placa é feita de cobre, que possui um
coeficiente de dilatação linear de 17 x 10-6 °C-1 e deverá ser usada a uma
temperatura de 500°C . Qual será a área da placa a temperatura que ela
será usada?

Antes de calcularmos a área, precisamos saber qual é o coeficiente de


dilatação superficial, pois temos apenas o coeficiente de dilatação linear.
Lembre-se que o coeficiente de dilatação superficial é o dobro do linear.
Assim:

β = 2α = 2 ×17 ×10−6°C −1 = 34 ×10−6°C −1


Agora podemos calcular a área:
A = A0 (1 + β∆T ) = 2(1 + 34 ×10−6 × 480)
A = 2, 03 cm 2
UNIMES VIRTUAL
106 FÍSICA GERAL
Você pode notar que a variação é pequena, entretanto, esta
pequena variação pode ser significativa em vários casos,
como peças que devem se encaixar com precisão.

Questões

1) Uma barra metálica de 5 metros sofre um aumento de temperatura


de 50°C . O coeficiente de dilatação linear do material desta barra
metálica é de 20x10-6°C-1. Diga quanto será a sua dilatação:

a) 5 milímetros
b) 5 metros
c) 2 milímetros
d) 1 milímetro

2) Uma placa de 4 metros quadrados de área sofre uma diminuição


de temperatura de 30°C . O coeficiente de dilatação linear do material
desta placa é de 10x10-6°C-1. Diga quanto será a sua dilatação:

a) 12 cm2
b) 1,2 x 10-6 m2
c) 1,2 x 10-3 m2
d) 24 cm2

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 107
Aula: 19

Temática: Dilatação Volumétrica de


Sólidos e de Líquidos

Continuando a aula anterior vamos ver um outro caso de dila-


tação dos sólidos, assim como a dilatação dos líquidos. Esta
última é essencial para a construção dos termômetros.

Como vimos em outras aulas, o aumento da temperatura de um corpo


causa um aumento da agitação térmica das suas moléculas. Esta agita-
ção, por sua vez, causa uma dilatação do objeto que sofre o aumento da
temperatura.

Na aula anterior vimos alguns casos em que apenas a variação de algumas


dimensões é importante. Assim, no caso linear, apenas a variação de uma
dimensão era importante. No caso superficial, a variação de duas dimen-
sões eram levadas em consideração. Hoje vamos considerar casos em
que todas as dimensões do objeto são grandes, ou seja, são importantes.
Assim, todas elas serão consideradas nesta dilatação.

Dilatação volumétrica

Vamos estudar agora a dilatação de objetos tridimensionais. O volume do


objeto é escrito como o produto das três dimensões, assim:

V = ch
onde с ,  e h representam as três dimensões. Cada uma destas dimen-
sões variará de acordo com a equação da dilatação linear, ou seja:

c = c0 (1 + α∆T )
 =  0 (1 + α∆T )
h = h0 (1 + α∆T )

O volume final será dado por:

V = ch = c0  0 h0 [1 + 3α∆T + 3α 2 (∆T ) 2 + α 3 (∆T )3 ]

UNIMES VIRTUAL
108 FÍSICA GERAL
Assim como fizemos na aula anterior, vamos desprezar os termos onde
aparece α2 e α3 . Estes termos são muito pequenos, você pode verificar.
Assim, o volume fica:

V = V0 (1 + 3α∆T )

Assim como fizemos com a dilatação superficial, vamos deixar esta equa-
ção mais parecida com a da dilatação linear. Para isto, criaremos o coefi-
ciente de dilatação volumétrica ( γ ) que é igual ao triplo do coeficiente
de dilatação linear ( α ), ou seja:

γ = 3α
Assim obtemos:

V = V0 (1 + γ∆T ) e ∆V = V0γ∆T

Para exemplificar vamos considerar um paralelepípedo que tem 10 cm x 8


cm x 25 cm a temperatura de 15°C . Sabendo que o coeficiente de dilata-
ção linear é 15 x 10-6°C-1, diga qual será o seu volume inicial e seu volume
a temperatura de 300°C .

O seu volume inicial é dado por:

V = 10 × 8 × 25 = 2.000 cm3

Antes de calcularmos o volume, precisamos saber qual é o coeficiente de


dilatação volumétrica, pois temos apenas o coeficiente de dilatação linear.
Lembre-se que o coeficiente de dilatação volumétrica é o triplo do linear,
assim:

γ = 3α = 3 × 15 × 10−6°C −1 = 45 × 10−6°C −1
Agora podemos calcular o volume:

V = V0 (1 + γ∆T ) = 2.000(1 + 45 ×10−6 × 285)


V = 2.025, 65 cm3

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 109
Dilatação dos líquidos

Nos líquidos, a variação é bem maior do que nos sólidos. Neste caso vamos
considerar sempre o volume, pois não é possível desprezar nenhuma das
dimensões. Um sólido possui forma e volume bem definidos, mas os líquidos
não possuem forma definida, apesar do se volume ser bem definido.

Como vimos em aulas anteriores, nos líquidos as moléculas conseguem


se mover com muito mais facilidade do que nos sólidos. Com isto, uma
variação de temperatura nos líquidos causa um afastamento maior das
moléculas do que nos sólidos. Portanto, o coeficiente de dilatação volumé-
trica dos líquidos é bem maior do que a dos sólidos.

O coeficiente de dilatação volumétrica da água é de 1,3 x 10-4°C-1 e o do


álcool é de 11 x 10-4°C-1. Estes coeficientes são bem maiores que os dos
sólidos.

Um termômetro é feito de um tubo de vidro com um capilar e um bulbo.


No interior do tubo há um líquido, geralmente álcool misturado com uma
pequena porção de corante.

Vamos considerar um termômetro feito como um tubo de vidro com um


capilar de 1 mm2. Vamos determinar a variação do álcool neste tubo.

O coeficiente de dilatação volumétrico do vidro é de 24 x 10-6°C-1. Como


este coeficiente é cerca de 50 vezes menor do que o do álcool vamos
desprezá-lo. Note, entretanto, que, se a dilatação do vidro fosse levada em
consideração, o capilar (espaço no interior do tubo de vidro) também se
expandiria, e, assim, obteríamos uma altura menor para o álcool.

Um volume de 1 centímetro cúbico sendo aquecido, sofrendo uma varia-


ção de 1°C , estaria sujeito a:

∆V = V0γ∆T = 1×11×10−4 ×1 = 11×10−4 cm3 = 1,1mm3

Como o diâmetro do capilar é de 1 mm, a área transversal deste capilar é

de π
4 mm2. Assim, um volume de 1,1 mm corresponde a uma altura de 1,4
3

mm. Ou seja, quando a temperatura subir 1°C , a altura do álcool no termô-


metro aumentará de 1,4 milímetros.

UNIMES VIRTUAL
110 FÍSICA GERAL
Questões

1) Em um termômetro de mercúrio, o vidro dilata:

a) Tanto quanto o mercúrio.


b) Menos que o mercúrio.
c) Mais que o mercúrio.
d) O vidro não sofre dilatação.

2) A dilatação térmica por aquecimento:


a) Provoca aumento de massa de um corpo.
b) Ocorre somente nos sólidos.
c) Diminui a densidade do material.
d) Não ocorre para os líquidos.

Com esta aula encerramos a unidade IV. Teste seus conhe-


cimentos na auto-avaliação. Bons estudos e até a próxima
unidade.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 111
Resumo – Unidade IV

Nesta unidade aprendemos o que é o calor. Vimos que, com


o aumento da temperatura, os átomos dos objetos ficam
mais agitados. Quando um corpo transfere calor para outro,
na verdade, os átomos de um corpo estão perdendo energia cinética, en-
quanto os átomos do outro corpo estão ganhando esta energia.

Nos sólidos as moléculas estão mais organizadas por vibrarem menos.


Num líquido, os átomos podem se mover com maior liberdade. Esta liber-
dade fica maior quando a substância está no estado gasoso.

O calor (energia cinética dos átomos) pode se transferir de três maneiras:

• Condução: através do choque dos átomos de um corpo com os átomos


do outro corpo, a energia é transferida.

• Convecção: num líquido ou num gás, as moléculas se movem, as molé-


culas mais agitadas vão para cima.

• Irradiação: um átomo pode emitir radiação, perdendo parte de sua ener-


gia. Esta radiação atinge outro átomo que ganha energia.

A evaporação ocorre simplesmente devido à energia cinética dos átomos


ou moléculas. Quando uma molécula próxima à superfície possui grande
energia cinética, ela pode se desprender das demais. Assim, as moléculas
que ficam são apenas aquelas com menor energia cinética, ou seja, as
mais frias. É desta forma que o nosso corpo utiliza o suor para se esfriar.

Com a agitação térmica, as moléculas ficam mais distantes umas das ou-
tras. Assim o corpo que é aquecido sofre dilatação. Todo corpo se dilata em
todas as suas três dimensões, entretanto, muitas vezes apenas algumas
destas são interessantes. Por isso, estudamos alguns tipos de dilatação.

Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP, 1996.


UNIMES VIRTUAL
112 FÍSICA GERAL
__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora


Moderna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto
por 4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que
estão disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Do-
cument File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página excelente
para você aprender vários experimentos para fazer para os seus alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/

Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 113
How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/

Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

UNIMES VIRTUAL
114 FÍSICA GERAL
Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html

Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 115
Exercício de auto-avaliação IV

1) Quando um corpo é resfriado, a energia cinética de suas moléculas:

a) Diminui.
b) Aumenta.
c) Não se altera.
d) Diminui ou aumenta, depende do material.

2) Quanto maior a pressão atmosférica, maior será a:

a) Quantidade de moléculas de água no ar.


b) Densidade do ar.
c) Temperatura.
d) Umidade do ar.

3) Por que um objeto aquecido aumenta de tamanho?

a) Porque suas moléculas ficam mais densas.


b) Porque suas moléculas se afastam, apesar de permanecerem paradas.
c) Porque suas moléculas se afastam, devido ao agito térmico.
d) Porque as moléculas se dilatam

4) Ao colocar um fio de cobre entre dois postes, num dia de verão, um eletricista deve:

a) Deixá-lo muito esticado.


b) Deixá-lo pouco esticado.
c) É indiferente estar pouco ou muito esticado.
d) Nenhuma das alternativas.

UNIMES VIRTUAL
116 FÍSICA GERAL
Unidade V
Ondas, Sons e Luz

Objetivos
Aprender o que é uma onda e sobre sua propagação. Entender a estrutura ondu-
latória do som. Como ocorre sua formação, sua propagação e sua percepção. Os
fatores que influenciam a característica do som. Entender a estrutura da luz. Mis-
turando tintas e misturando luzes para formar novas cores. A luz como partícula
interagindo com os átomos.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 20 - Ondas
Aula: 21 - O Som
Aula: 22 - A Luz
Aula: 23 - As Cores

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 117
Aula: 20

Temática: Ondas

Olá! Nesta aula iremos conhecer as propriedades que carac-


terizam uma onda.

Uma onda é uma variação periódica de alguma grandeza física, ou seja, a


variação periódica de uma variável qualquer.

Fisicamente, uma onda é um pulso que se propaga por intermédio de um


meio (líquido, sólido ou gasoso) ou através do vácuo. O som somente se
propaga por meio de materiais. Entretanto, a luz pode também se propagar
no vácuo.

Uma onda pode ser longitudinal quando a oscilação ocorre na direção da


propagação ou transversal quando a oscilação ocorre na direção perpen-
dicular à direção de propagação da onda.

Algumas Características

As ondas possuem uma velocidade de propagação. O som, por exemplo, é


uma onda e se propaga com diferentes velocidades nos diferentes meios.

Material Velocidade (m/s)


Ar (21º C – nível do mar) 344
Água 1435
Aço 5.100

UNIMES VIRTUAL
118 FÍSICA GERAL
Os gases, quando têm sua temperatura variada, sofrem uma variação de
volume muito maior do que os líquidos e que os sólidos. Como a distância
das suas moléculas varia bastante com a temperatura, a velocidade do
som varia muito mais nos gases do que nos líquidos. Por este motivo, foi
colocada a temperatura do ar. Nos gases, a velocidade do som varia muito
em função da temperatura.

Além da velocidade existem mais algumas características importantes de


uma onda. Duas delas são o comprimento de onda e a freqüência.

O comprimento de onda é a distância entre picos (máximos) ou vales


(mínimos). É usualmente representado pela letra grega lambda (λ).

Se fizermos ondas na superfície da água, ela terá o aspecto tal como mos-
trado no esquema abaixo. A distância entre dois máximos nos dará o seu
comprimento de onda. A periodicidade no tempo (o número de oscilações
que ocorrem num determinado intervalo de tempo) é a freqüência da onda,
que é o inverso do seu período.

O período de oscilação é o tempo que uma onda leva para que complete
um ciclo completo. O período ( T ) se relaciona com a freqüência ( ƒ ) da
seguinte forma:

1
f =
T

As três grandezas discutidas acima (velocidade de propagação, compri-


mento de onda e freqüência), relacionam-se assim:

v =λ⋅ f
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 119
Ou seja, a velocidade de propagação ( ν ) de uma onda é igual ao produto
do comprimento de onda ( λ ) pela freqüência ( ƒ ).

Outras Características

Uma onda senoidal que se propaga num meio é descrita por:

y = A cos(2πν t − 2π x +ϕ)
λ

onde Α é a amplitude da onda, ν é a freqüência, λ é o comprimento de


onda e φ é a fase. Note que todos os termos no interior da função co-seno
são adimensionais.

Ondas estacionárias

As ondas que descrevemos em algumas partes desta aula são as on-


das não-estacionárias. Estas ondas se propagam, deslocando-se por um
meio.

Uma onda estacionária não se propaga pelo espaço, ou seja, ela apresenta
nós e ventres que ficam sempre no mesmo lugar. A figura abaixo apresenta
várias ondas estacionárias. As ondas estacionárias ocorrem, por exemplo,
nas cordas de instrumentos musicais.

Na primeira corda vemos a presença de 2 nós (nos extremos da corda) e


1 ventre. Na segunda corda vemos 3 nós e 2 ventres. Na terceira vemos 4
nós e 3 ventres. Na última corda vemos 5 nós e 4 ventres.

UNIMES VIRTUAL
120 FÍSICA GERAL
Questões

1) As ondas produzidas na superfície da água podem ser caracteriza-


das através:

a) Do seu comprimento de onda.


b) De seu período ou de sua freqüência.
c) De sua amplitude.
d) Dos três elementos acima citados.

2) O comprimento de onda é dado:

a) Pela distância entre dois picos, ou entre dois vales.


b) Pela distância entre um pico e o vale mais próximo.
c) Pelo tempo que uma onda leva para se repetir.
d) Pela amplitude da onda.

3) Ondas que vibram na mesma direção em que se propagam são:

a) Transversais.
b) Longitudinais.
c) Oblíquas.
d) Perpendiculares.

4) Uma onda mecânica é dita transversal se as partículas do meio


movem-se:

a) Perpendicularmente à sua direção de propagação.


b) Paralelamente à direção de propagação da onda.
c) Transportando matéria na direção de propagação da onda.
d) Em movimento retilíneo e uniforme.

Vimos nesta aula como ocorre a propagação do som. Na


próxima aula trataremos da propagação da luz. Até lá!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 121
Aula: 21

Temática: O Som

Nesta aula vamos aprender que o som é uma onda e en-


tender quais os parâmetros que influenciam a sua percep-
ção, assim como ocorre a produção e propagação do som.
Acompanhe a aula!

O som nada mais é do que ondas que se propagam pelos meios materiais.
O meio mais comum por onde o som se propaga é o ar. Quando o som se
propaga pelo ar, o que ocorre é uma variação de pressão que se propaga
de uma fonte emissora até um receptor.

Como vemos na figura abaixo as principais propriedades de uma onda são:


sua amplitude, sua freqüência e sua forma. Essas propriedades caracte-
rizam totalmente uma onda sonora. Na figura abaixo vemos o comprimen-
to de onda (λ) e a amplitude (y) da onda.

A freqüência da onda é o número de vezes que a onda oscila em certo in-


tervalo de tempo. Geralmente é medida em hertz (Hz) que indica o número
de oscilações por segundo. É muito comum utilizar o período para carac-
terizar uma onda. O período é simplesmente o intervalo de tempo que leva
para que a onda realize uma oscilação completa.

A figura acima nos mostra uma onda senoidal. A maioria dos sons que ou-
vimos não possui este formato. Elas são bem mais irregulares, entretanto
se repetem periodicamente.

A produção do som

Todos os sons são produzidos por corpos que vibram. Os sons podem
ser gerados por vibrações de cordas, como num violão. Num tambor, a

UNIMES VIRTUAL
122 FÍSICA GERAL
vibração é de uma membrana; nos instrumentos de sopro (corneta, flauta,
etc.), o que vibra é uma coluna de ar, colocada em movimento pelo sopro
do instrumentista.

Nossa voz também é resultado de uma vibração. Quando falamos ou can-


tamos, o ar que sai dos pulmões põe em movimento as cordas vocais, que
são pequenas membranas localizadas no interior da laringe.

Ao vibrar, a fonte sonora (ou seja, o corpo que emite som) comprime e
rarefaz o ar que se encontra em sua vizinhança. Formam-se, desse modo,
as ondas sonoras.

A propagação

O som se propaga por qualquer meio material, sendo ele sólido, líquido
ou gasoso. O som somente não se propaga pelo vácuo. Para que ocorra a
transmissão do som é necessário que o meio material vibre; propagando
a vibração do emissor do som até o receptor. Note que a luz (que pode
ser entendida como uma onda) não precisa de um meio material para se
propagar, podendo se deslocar pelo vácuo. O estudo da luz será feito numa
aula futura.

Quando o som se propaga pelo ar, a pressão do ar varia. Ela aumenta e


diminui com a mesma freqüência que o som. Se o som tem freqüência de
400 oscilações por segundo, a pressão do ar em que o som se propaga
varia com esta mesma freqüência.

A percepção

Ao penetrar no ouvido as ondas fazem a membrana do tímpano vibrar.


Esta vibração é conduzida pelas demais estruturas, sendo finalmente con-
vertidas por algumas células em impulsos elétricos. Este sinal elétrico é
então transmitido ao cérebro por meio de um nervo. O cérebro finalmente
interpreta este sinal como som.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 123
Conforme já mencionado, uma onda sonora possui três características que
podem ser interpretadas por nós. Estas características são: a amplitude, a
freqüência e a forma da onda.

A freqüência da onda sonora determina se ela é grave ou aguda. Nós,


seres humanos, ouvimos sons na faixa de 20 Hz (sons graves) a 20.000
Hz (sons agudos). A amplitude da onda determina a sua intensidade (vo-
lume). Já a forma que a onda possui nos indica qual foi à fonte emissora
do som. Ou seja, dependendo da forma da onda saberemos se o som foi
emitido por um cachorro, um violão, uma criança etc.

Questões

1) Que características das ondas sonoras o ouvido é capaz de identi-


ficar?

a) Amplitude.
b) Freqüência.
c) Forma da onda.
d) Todas as alternativas.

2) Se ocorrer uma explosão no sol.

a) Levará bastante tempo até que possamos escutar, pois o som se


propaga à cerca de 340 m/s.
b) Escutaremos rapidamente, pois o som se propaga com maior facili-
dade no espaço vazio.
c) Nunca escutaremos, pois o som não se propaga no vácuo.
d) Para que possamos escutar é necessário que a intensidade seja bas-
tante elevada.

UNIMES VIRTUAL
124 FÍSICA GERAL
Aula: 22

Temática: A Luz

Iremos aprender nesta aula sobre a luz, saber como ela se


propaga e como interage com a matéria.

No estudo da óptica procuraremos abordar, com objetividade, o estudo da


luz e dos fenômenos luminosos em geral, tais como: o comportamento da
luz, a reflexão da luz e a refração da luz.

Natureza da Luz

Em 1675 Isaac Newton, num artigo, considerou a luz constituída por um


conjunto de corpúsculos materiais em movimento, cujas trajetórias se-
riam retas. Huygens sugeriu que os fenômenos de propagação da luz se-
riam mais bem explicados se a luz fosse considerada uma onda.

No início do século XIX a teoria de Newton foi definitivamente abando-


nada, passando-se a considerar a luz como uma propagação ondulatória
graças aos trabalhos do inglês Thomas Young. No entanto, evidências
mais recentes mostram que a luz pode (em alguns experimentos) ser in-
terpretada como corpúsculos de energia chamados fótons, apresentando
uma natureza dual (dualidade partícula-onda), segundo teoria do francês
Louis de Broglie.

Propagação retilínea da luz

Um dos fatos que podemos observar


facilmente sobre o comportamento
da luz é que, quando ela se propaga
em um meio homogêneo, a propaga-
ção é retilínea. Sabendo-se que a luz
se propaga em linha reta, podemos
determinar o tamanho e posição da
sombra de um objeto sobre um ante-
paro. Na figura ao lado, uma pequena
lâmpada emite luz que se propaga em
linha reta em todas as direções. Um
objeto opaco, colocado em frente à
lâmpada, interrompe a passagem de parte desta luz, originando a sombra
num anteparo.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 125
Raio de luz

Raio de luz é uma linha que indica a direção e o sentido de


propagação da luz.

Uma importante propriedade da luz é a independência que se observa na


propagação dos raios ou feixes luminosos. Após dois feixes se cruzarem,
eles seguem as mesmas trajetórias que iriam seguir se não tivessem se
cruzado, isto é, um feixe não interfere no outro.

Fonte de luz

As fontes de luz podem ser:

1) Primária ou corpo luminoso: é aquela que produz a luz que emite.


Exemplos: estrelas, ferro incandescente, vela acesa e lâmpada ligada.

2) Secundária ou corpo iluminado: é aquela que não produz a luz que


emite, apenas a reflete. Exemplos: a lua, um papel, a pele, a madeira etc.

UNIMES VIRTUAL
126 FÍSICA GERAL
Meios de propagação

Quanto à propagação da luz os meios são classificados em:

1) Meios Transparentes: permitem a propagação da luz. Exemplos: vá-


cuo, ar, vidro, água etc.

2) Meios Opacos: não permitem a propagação da luz. Exemplos: madeira,


metal, tijolo etc.

3) Meios Translúcidos: que permitem que a luz os atravesse. Entretanto,


a luz passa de forma difusa. Exemplos: vidro fosco, papel vegetal etc.

Interação da luz com a matéria

Ao interagir com a matéria, a luz pode ser: refletida, refratada ou absorvida.

Reflexão da Luz

Quando raios paralelos de luz incidem sobre uma superfície, ocorre a re-
flexão especular ou regular se os raios refletidos forem também paralelos
entre si. Em caso contrário, a reflexão é difusa ou irregular.

A reflexão regular será predominante quando a superfície refletora for pla-


na e bem polida como um espelho. A reflexão difusa ocorre em superfícies
irregulares e porosas.

Note que o ângulo de incidência é sempre igual ao ângulo de reflexão:

i=r
Refração da Luz

A velocidade da luz depende do meio de propagação. A velocidade da luz


assume valores diferentes em diferentes meios de propagação tais como:
vácuo, ar, água, vidro etc.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 127
A luz sofre refração quando passa de um meio para outro, modificando sua
velocidade. A refração é acompanhada por um desvio na trajetória da luz,
conseqüência da mudança de velocidade. O único caso de refração no qual
a luz não sofre desvio é quando incide perpendicularmente à superfície de
separação dos meios.

De uma forma geral, o fenômeno da refração é acompanhado pela reflexão


da luz. Assim, o raio de luz incidente na superfície divide-se em dois raios,
um refratado e outro refletido.

Absorção da Luz

É importante também dizer que ocorre em qualquer meio material o fenô-


meno da absorção da luz, em que parcela da energia luminosa é trans-
formada em energia térmica. A absorção da luz somente não ocorre no
vácuo, pois não há matéria com a qual a luz possa interagir.

Questões

1) Um quadro coberto com uma placa de vidro plano não pode ser
visto tão nitidamente quanto outro não coberto, porque o vidro:

a) é opaco.
b) é transparente.
UNIMES VIRTUAL
128 FÍSICA GERAL
c) não reflete a luz.
d) reflete parte da luz.

2) Dentre as alternativas, escolha a que contém apenas fontes primá-


rias de luz:

a) Pilha de lanterna, Sol e fósforo.


b) Sol, Lua e lâmpada elétrica.
c) Sol, lâmpada acesa e estrelas.
d) Lâmpada elétrica, fósforo e Sol.

3) Uma pessoa pode ver sua imagem formada mediante um espelho,


porque ele:

a) transmite a luz.
b) difunde a luz.
c) absorve a luz.
d) reflete a luz.

4) A mudança de velocidade da luz quando passa para outro meio


transparente é chamada de:

a) reflexão.
b) dispersão.
c) refração.
d) propagação.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 129
Aula: 23

Temática: As Cores

A luz nada mais é do que uma parte daquilo que é chama-


do radiação eletromagnética. Esta radiação é interpreta-
da como a propagação de ondas (ou partículas) em meios
transparentes e no vácuo.

A radiação eletromagnética está distribuída num espectro muito amplo,


muito além daquele que conseguimos enxergar. A região que pode ser
vista pelos olhos é chamada de luz visível ou, simplesmente, luz.

O olho humano distingue a radiação eletromagnética do vermelho ao violeta.

Sabemos que uma onda é descrita pela equação:

v =λ⋅ f
onde ν é a velocidade da onda, λ é o seu comprimento e f é a sua
freqüência.

A luz apresenta uma velocidade de 300.000 km/s (ou 3 x 108 m/s – no Sis-
tema Internacional de Unidades). Portanto, se soubermos a freqüência de
uma determinada cor, saberemos também o seu comprimento de onda.

A luz vermelha é a que apresenta menor freqüência. A radiação eletromag-


nética com freqüência logo abaixo desta é chamada de infravermelho, e
não é vista pelos olhos humanos.

Cor Comprimento da Onda


Violeta 380-450 nm
Azul 450-495 nm
Verde 495-570 nm
Amarelo 570-590 nm
Laranja 590-620 nm
Vermelho 620-750 nm

UNIMES VIRTUAL
130 FÍSICA GERAL
Da mesma forma, a radiação eletromagnética com freqüência logo acima
da violeta é chamada de ultravioleta e também não é vista por nós.

Os seres humanos enxergam luz que apresente um comprimento de onda


de 380 nm até 750 nm . O espectro visual varia de uma espécie para
outra. Por exemplo, as cobras conseguem enxergar no infravermelho, en-
quanto as abelhas enxergam no ultravioleta.

Interação da luz com os objetos

A cor dos objetos é percebida somente quando este objeto é iluminado. Ao


ser iluminado, um objeto interage diferentemente com as várias freqüên-
cias da luz. Algumas são absorvidas, outras refletidas e outras ainda são
refratadas. Portanto, para que a visão se processe são necessários: a luz,
um objeto (que reflete a luz) e olho.

Uma maçã vermelha não emite luz vermelha. Ao invés disso, ela absorve
todas as cores de luz que incidem sobre ela, exceto a luz vermelha que é
refletida. A luz vermelha é, portanto, a única que vem diretamente da maçã
até os nossos olhos. Assim, nós a enxergamos como sendo vermelha.

É por este motivo que uma roupa de cor preta, quando exposta ao sol, fica
mais quente que uma roupa de outra cor. Ela absorve todo o espectro da
radiação visível, não emitindo nenhuma luz.

Subtração de cores

Pode parecer contrário à nossa intuição começar com a subtração e não


com a adição. Entretanto, este fenômeno é mais comum para nós, pois
está mais próximo dos experimentos que fazíamos de misturar tintas
quando éramos crianças.

Neste experimento temos três tintas diferentes: uma que emite a cor
amarela, outra que emite a cor magenta e outra que emite a cor ciano.
Estamos trabalhando com estas cores, porque são exatamente as cores
utilizadas por uma impressora.

Misturando estas tintas, obteremos exatamente aquilo que está mostrado


na figura abaixo. Isto acontece, porque a tinta amarela emite luz: vermelha,
laranja, amarela e verde. A tinta magenta emite luz: azul, magenta e ver-
melha. Quando você mistura estas duas tintas, somente serão emitidas as
cores que estão presentes nas duas tintas. Neste caso a luz emitida será
a vermelha.


nm = nanômetro = 10-9m.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 131
Quando você estudou Teoria dos Conjuntos (em Matemática) aprendeu a
operação de intersecção. Isto funciona como uma intersecção. Somente
as cores que são emitidas pelas duas tintas é que serão emitidas pela
mistura das duas. Isto ocorre porque as moléculas de uma tinta absorvem
algumas freqüências luminosas e as moléculas da outra tinta absorvem
outras freqüências. Assim, quando misturamos as duas tintas, uma quan-
tidade maior de freqüências será absorvida.

Se você se lembra bem das experiências de misturar diferentes tintas,


deve estar achando estranha esta figura. Você deve se lembrar que mis-
turando azul com amarelo você obteria verde (e não preto). Isto se deve
à qualidade da tinta. Na tinta que você utilizava, o espectro de luzes que
cada tinta emitia era maior. No caso que estamos trabalhando, a tinta azul
emite simplesmente a cor azul, isto ocorre porque ela já é a mistura de
duas cores, o que fez reduzir o espectro total.

Como já vimos antes, a tinta amarela não emite a luz azul. Já a tinta azul
(magenta com ciano) emite somente o azul. Portanto, a mistura não emiti-
rá nenhuma luz, absorverá todo o espectro visível e resultará em preto.

Adição de cores

A adição de cores é observada quando sobrepomos duas luzes de cores


diferentes. Este experimento tornou-se muito comum desde o surgimento
do aparelho de TV em cores. E continua comum hoje nos monitores de
computador e mesmo nos mais modernos aparelhos de TV. Um aparelho
de TV é composto por diversos quadradinhos e cada um deles possui três
emissores de luz (vermelho, verde e azul). A partir destas três cores é
possível formar todo o espectro visível.

Se utilizarmos três lanternas com celofane sobreposto à lâmpada podemos


repetir o que acontece na tela de um televisor. Cada uma das lanternas
terá um celofane diferente (vermelho, verde e azul). Aponte as lanternas
para uma parede branca. O resultado será tal como mostrado na figura ao
lado. Isto deve ser feito num quarto escuro.
UNIMES VIRTUAL
132 FÍSICA GERAL
Neste caso ocorre uma soma, ou seja, ambas as cores são emitidas para
os nossos olhos. O olho faz uma média das luzes que ele recebe. Quando
recebemos as três cores, o resultado será branco.

Questões

1) Para percebermos a cor de um objeto, as várias freqüências (co-


res) de luz têm de interagir com este objeto. Sabendo disso podemos
afirmar que para cada cor que vemos existem interações diferentes
ocorrendo. Para que vejamos a cor azul é necessário que:

a) A cor azul seja refratada e as demais absorvidas.


b) A cor azul seja refletida, assim como as demais.
c) A cor azul seja refratada e as demais refletidas.
d) A cor azul seja refletida e as demais absorvidas.

2) O que é luz?

a) Abrange todo o espectro da radiação eletromagnética.


b) Abrange uma pequena região do espectro da radiação eletromagné-
tica.
c) É uma região não visível do espectro eletromagnético.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 133
Resumo – Unidade V

Nesta unidade estudamos as ondas. Dedicamos então uma


atenção especial a dois tipos de ondas: o som e a luz. Vi-
mos que existem ondas longitudinais (como o som) e ondas
transversais (como a luz).

Outras características de uma onda são;

• velocidade de propagação;

• comprimento de onda;

• freqüência e período;

• amplitude;

• fase.

Em geral, as ondas transportam vibrações para outras regiões espaciais.


Entretanto, existem as ondas estacionárias que não se propagam, ou seja,
suas vibrações ficam localizadas.

O som é uma onda bastante comum que tem sua origem em corpos vi-
brantes. Para que o som se propague é necessário um meio material. Este
meio carrega as vibrações que serão percebidas pelo ouvido de uma pes-
soa ou por algum outro tipo de aparato.

O ouvido humano percebe três características do som:

• amplitude: que caracteriza a intensidade sonora;

• freqüência: que caracteriza se o som é grave ou agudo;

• forma da onda: que caracteriza a fonte emissora.

A luz, diferentemente do som, não necessita de um meio para se propagar.


Ela pode se propagar no vácuo.

A luz somente é observada quando interage com a matéria. Existem três


tipos de interação:

UNIMES VIRTUAL
134 FÍSICA GERAL
• reflexão;

• refração;

• absorção.

Note que a luz branca é a composição de todas as cores. Portanto, quando


a luz branca incide sobre um material, algumas cores são refletidas, outras
são refratadas e outras são absorvidas.

Uma fonte de luz primária produz luz própria, enquanto uma fonte secundá-
ria simplesmente reflete a luz de uma outra fonte.

As cores dos objetos que vemos depende das cores que são absorvidas
e das que são refletidas. Uma barra de ouro, por exemplo, reflete a cor
amarela enquanto absorve as demais.

Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP, 1996.

__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora


Moderna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto
por 4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que
estão disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Do-
cument File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 135
Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página excelente
para você aprender vários experimentos para fazer para os seus alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/

Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/
UNIMES VIRTUAL
136 FÍSICA GERAL
Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 137
Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
138 FÍSICA GERAL
Exercício de auto-avaliação V

1) Uma onda mecânica é dita transversal se as partículas do meio movem-se:

a) perpendicularmente a sua direção de propagação.


b) paralelamente à direção de propagação da onda.
c) transportando matéria na direção de propagação da onda.
d) em movimento retilíneo e uniforme.

2) O que é necessário para que um som seja ouvido por uma pessoa?

a) Um corpo vibrando para produzir o som.


b) Um meio material para conduzir as vibrações.
c) Um ouvido que converta as vibrações em sinais elétricos enviados para o cérebro.
d) Todas as alternativas estão corretas.

3) Um raio luminoso passou de um meio transparente A para um meio transparente B.


Sabendo-se que o raio luminoso incidente era perpendicular ao meio B, pode-se afirmar
que:

a) Houve refração e mudança de direção na propagação do raio luminoso.


b) Houve refração, porém não houve alteração na direção da propagação do raio luminoso.
c) Não houve refração, porque a direção de propagação do raio luminoso não sofreu alte-
ração.
d) Não houve refração, mas a direção da propagação do raio luminoso sofreu alteração.

4) Considerando dois pedaços de cartolina, um branco e outro preto, igualmente ilumina-


dos, podemos dizer que:

a) A cartolina branca reflete mais luz que a preta.


b) A cartolina preta reflete mais luz que a branca.
c) A cartolina branca absorve mais luz que a preta.
d) Tanto a cartolina branca quanto a preta refletem igualmente a luz.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 139
UNIMES VIRTUAL
140 FÍSICA GERAL
Unidade VI
Eletromagnetismo

Objetivos
Conhecer a eletricidade e as características que fazem com que um material
conduza a eletricidade. As forças existentes entre cargas elétricas. Vamos con-
hecer as características dos aparelhos elétricos e como observar estas coisas
nos aparelhos que nos cercam. Como mensurar o gasto de energia elétrica numa
casa e veremos um exemplo de transformação de energia elétrica em energia
térmica. Vamos estudar também o magnetismo e como ele pode ser criado a
partir de uma corrente elétrica.

Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:

Aula: 24 - Matéria e Carga Elétrica


Aula: 25 - Força Elétrica
Aula: 26 - Aparelhos Elétricos e Suas Características
Aula: 27 - Outras Características dos Aparelhos Elétricos
Aula: 28 - Conta de Luz
Aula: 29 - Chuveiros e Outros Resistores
Aula: 30 - Produção de Energia Térmica
Aula: 31 - Magnetismo
Aula: 32 - Eletro + Magnetismo

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FÍSICA GERAL 141
Aula: 24

Temática: Matéria e Carga Elétrica

Nesta aula iremos conhecer a origem histórica dos desco-


brimentos da eletricidade, bem como a origem microscópi-
ca da eletricidade.

A história da eletricidade tem início na Grécia antiga. Tales de Mileto foi o


primeiro a relatar o fenômeno de transferência de cargas elétricas por atri-
to. Segundo Tales, ao se esfregar âmbar (uma resina fóssil) com pele de
carneiro, observou-se que pedaços de palha eram atraídos pelo âmbar.

É interessante saber que a resina fóssil âmbar, em grego, é chamada de


eléktron (ελεκτρον). Portanto, a eletricidade recebeu este nome devi-
do ao âmbar. A princípio acreditava-se que esta era uma propriedade do
âmbar. Posteriormente foi verificado que a eletricidade está presente em
todos os materiais.

Na Grécia antiga não se sabia exatamente o que estava ocorrendo, mas


hoje sabemos que todos os corpos são formados por átomos e que estes
são compostos por partículas carregadas e neutras (prótons, elétrons e
nêutrons).

A idéia de átomo é antiga, vem da Grécia. Nesta época, alguns filósofos


diziam que a matéria não poderia ser dividida indefinidamente, haveria um
limite máximo e este limite foi chamado de átomo que, em grego, significa
indivisível.

Em torno de 1800, John Dalton, um cientista inglês retornou com a idéia de


que a matéria era formada por átomos. Ele, assim como os gregos, disse
que os átomos eram indivisíveis. Este modelo foi sendo alterado por outros
cientistas.

Em 1903 Joseph Thomson (outro cientista inglês) verificou que os átomos


eram compostos por cargas positivas e negativas. Ele supôs que as car-
gas estavam distribuídas ao acaso.

Em 1911, Ernest Rutherford (um cientista neozelandês) descobriu que os


átomos são formados por um núcleo positivo e uma eletrosfera envolven-
do este núcleo.

UNIMES VIRTUAL
142 FÍSICA GERAL
Este modelo foi alterado por Niels Bohr (cientista dinamarquês) que propôs
que os elétrons possuíam níveis nos quais eles ficavam. Esta foi a origem
de uma outra área da Física, a Mecânica Quântica.

O que nos interessa saber é que a matéria é composta por um núcleo e


uma eletrosfera. No núcleo ficam as partículas neutras e as positivas, res-
pectivamente nêutrons e prótons. Na eletrosfera ficam os elétrons.

Cargas elétricas

Voltemos à experiência realizada por Tales de Mileto. Por que é que, depois
de esfregar âmbar com pele de carneiro, os pedaços de palha eram atraí-
dos pelo âmbar? Como isto pode ser explicado?

Antes de explicarmos, faça o seguinte experimento: pegue um canudo


plástico e um guardanapo de papel e esfregue um contra o outro; ambos
ficarão eletricamente carregados. Tanto que será possível fazer o canudo
ficar preso a uma parede por algum tempo. Você poderá conseguir que o
canudo fique preso à parede por alguns minutos até que ele caia.

Vamos detalhar estes processos. Tudo isto está relacionado à distribuição


de elétrons no átomo. Todos os átomos possuem várias camadas, tal como
ilustrado na figura abaixo. Alguns átomos e moléculas perdem facilmente
elétrons, enquanto outros recebem elétrons com mais facilidade.

O canudo plástico é feito de polipropileno, que possui grande tendência em


receber elétrons. O guardanapo é feito de papel (celulose), que tem algu-
ma tendência em ceder elétrons. Quando esfregamos um contra o outro,
os elétrons são transferidos de um para o outro. Acabamos de provocar o
que é chamado de eletrização por atrito.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 143
Com relação ao experimento feito por Tales de Mileto, podemos dizer que o
âmbar tem tendência a receber elétrons, enquanto a pele de carneiro tende
a ceder elétrons.

Quando um corpo carregado é aproximado de um corpo neutro, as cargas


do corpo neutro tendem a se organizar diferentemente. Quando o canudo
carregado negativamente é aproximado da parede, os elétrons da parede
tendem a se afastar do canudo carregado negativamente. Isto ocorre, por-
que cargas iguais se repelem, enquanto cargas opostas se atraem. Portan-
to, o excesso de elétrons do canudo faz com que os elétrons da parede se
afastem do canudo, assim como mostrado na figura ao lado.

Como as cargas opostas estão próximas uma da outra, a parede e o ca-


nudo se atraem. Como nenhum dos dois materiais é bom condutor, os
elétrons não migram facilmente do canudo para a parede. Mas, mesmo
assim, ocorre a migração dos elétrons. Conforme os elétrons vão migrando
do canudo para a parede, a atração entre os dois diminui, até que a atra-
ção não é mais suficiente para manter o canudo preso à parede. O canudo
então cai.

Condutores e Isolantes

Em muitos materiais, os elétrons estão fortemente ligados ao seu átomo.


Alguns exemplos são: madeira, plástico, borracha, cerâmica etc. Como
estes elétrons não se movem, estes materiais não conduzem eletricidade.
Portanto, estes materiais são chamados isolantes.

A maioria dos metais possui elétrons que não estão tão presos ao átomo.
Estes são chamados de elétrons livres. Exemplos são: cobre, alumínio,
prata, ouro, ferro etc. Estes elétrons livres movem-se através do metal,
saindo de uma região que tenha excesso de elétrons, indo para uma região
onde haja falta de elétrons.

Como os elétrons movem-se com facilidade nos metais, eles são utilizados
nos fios para conduzir os elétrons que são responsáveis pelo funciona-
mento da imensidão de equipamentos eletrônicos disponíveis nos dias de
hoje.
UNIMES VIRTUAL
144 FÍSICA GERAL
Questões

1) Um corpo se eletriza devido à perda ou ganho de:

a) Prótons.
b) Íons positivos.
c) Nêutrons.
d) Elétrons.

2) Num corpo neutro, o número de elétrons é:

a) Maior que o de prótons.


b) Menor que o de prótons.
c) Igual ao de prótons.
d) Maior que o de nêutrons.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 145
Aula: 25

Temática: Força Elétrica

Agora vamos conhecer a interação entre as cargas elétri-


cas, as forças que agem entre estas cargas, assim como o
campo gerado por uma carga elétrica. Acompanhe.

Os opostos se atraem. Esta frase não fala de romance, pelo menos não
aqui.

Na última aula falamos sobre os dois tipos existentes de carga elétrica:


carga positiva e carga negativa. Estas cargas diferentes se atraem, en-
quanto cargas iguais se repelem.

Força elétrica

A força elétrica é uma força a distância, assim como a força gravitacio-


nal. Qualquer uma destas forças (gravitacional e eletrostática) ocorre entre
corpos que estão espacialmente separados.

Lembre-se que a força gravitacional é dada por:

m1m2
Fg = G
d2
A força elétrica ocorre devido à carga dos corpos, assim esta força é dada
por:

| q1 | ⋅ | q2 |
Fe = k
d2

UNIMES VIRTUAL
146 FÍSICA GERAL
Dois corpos, um com carga e outro com carga , sofrem uma força que
pode ser de atração ou de repulsão. Quanto maior a distância, menor a for-
ça entre as duas cargas. As duas forças (gravitacional e eletrostática) se
comportam da mesma forma, ou seja, a sua magnitude cai com o inverso
do quadrado da distância. Entretanto, a força gravitacional é uma força
de atração, enquanto que a força eletrostática pode ser de atração ou de
repulsão.

Esta força entre as cargas em repouso é comumente chamada de força


eletrostática, ou seja, força entre cargas elétricas em repouso.

A carga, no Sistema Internacional, é medida em Coulomb (C), em homena-


gem ao cientista francês Charles Coulomb que estabeleceu experimental-
mente a expressão acima. A distância é medida em metros e a constante
elétrica vale:

k = 8,99 ×109 Nm2/C2

Exemplo 1

Suponha que temos dois corpos carregados positivamente, cada um deles


com carga de 1 Coulomb, afastados a uma distância de 1 metro. Qual é o
valor da força eletrostática entre estes dois corpos?

| q1 | ⋅ | q2 | 1× 1
Fe = k 2
= 8,99 ×109 2 = 8,99 ×109 N
d 1

A força entre estes dois corpos é de repulsão, pois ambos possuem cargas
positivas.

Exemplo 2

Sabendo que a carga de um elétron é de 1,6 x 10-19 C, determine a força de


repulsão entre dois elétrons que se encontram a uma distância de 10-10 m.

−19
q1q2 9 (1, 6 × 10 )(1, 6 ×10−19 )
Fe = k 2 = 8,99 ×10 −10 2
= 2,3 ×10−8 N
d (10 )

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 147
Campo elétrico

Além de calcular a força entre dois corpos carregados, é comum calcular o


campo elétrico gerado por uma carga num local do espaço. Se uma carga
é colocada num ponto do espaço, na região que circunda esta carga cria-
se um campo. Qualquer outro corpo que for colocado nesta região sente a
influência deste campo e ocorre uma força de atração ou de repulsão.

Se forem colocadas duas cargas próximas uma da outra (uma carga fixa Q
e uma carga de teste q), a força que uma exercerá sobre a outra será:

|Q |⋅| q |
Fe = k
d2

O campo elétrico que a carga Q produz é simplesmente a força eletrostáti-


ca dividida pela carga de teste, ou seja:

|Q|
E=k
d2

Uma grande vantagem de utilizar o campo


elétrico é que podemos calcular apenas
uma vez o campo e verificar a força exer-
cida em diferentes cargas de teste.

Por definição, as linhas do campo elétri-


co saem da carga positiva e se dirigem
para a carga negativa. Podemos pensar
que uma linha de campo representa o ca-
minho que percorreria uma carga positiva.
A figura ao lado mostra que a intensidade
do campo cai com a distância.

Quando se coloca mais de uma carga


elétrica numa região espacial, as linhas
de campo ficam deformadas. Abaixo é
mostrado como ficam as linhas de cam-
po quando são colocadas duas cargas de
sinais contrários, ou duas cargas de mes-
mo sinal.
UNIMES VIRTUAL
148 FÍSICA GERAL
Questões

1) Dois corpos eletrizados com cargas de mesmo sinal se:

a) atraem.
b) repelem.
c) anulam.
d) destroem.

2) Um corpo, inicialmente neutro, fica eletrizado com carga positiva, quando:

a) Adicionamos prótons.
b) Adicionamos elétrons.
c) Removemos elétrons.
d) Removemos prótons.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 149
Aula: 26

Temática: Aparelhos Elétricos e


Suas Características

Iremos nesta aula conhecer melhor os aparelhos eletrôni-


cos, assim como as informações que, de forma geral, está
embutida no verso dos aparelhos.

A aula de hoje é de grande utilidade para qualquer pessoa, não apenas


para você que está quase concluindo sua graduação. Eu digo isto porque
todos nos estamos cercados de vários aparelhos elétricos. Todo aparelho
possui várias informações embutidas nele. Entretanto, estas informações
não são entendidas pela maioria da população. Portanto, veremos o signi-
ficado das informações que estes aparelhos nos dão.

Uma tarefa interessante para você fazer agora é selecionar alguns apare-
lhos na sua casa e anotar as informações que aparecem na parte de trás.
Geralmente aparece uma tabela, por exemplo:

Voltagem 110 V
Potência 1.100 W
Corrente 10 A
Freqüência 50 ~ 60 Hz

Talvez alguns aparelhos possuam mais informação do que estas, enquanto


outros terão um número menor de informações. Mas as informações aci-
ma são bastante comuns, e, ao longo desta unidade, entenderemos todas
elas.

Nas próximas aulas veremos cada uma destas informações com maiores
detalhes.

Corrente Elétrica

Já sabemos que os átomos dos metais possuem elétrons livres. Estes


elétrons se movimentam pelo metal, afastando-se de uma região que pos-
sua excesso de elétrons, indo para uma região onde haja falta de elétrons.
Portanto, os elétrons se deslocam da região negativa para a região posi-
tiva. Assim, quando ligamos uma pilha a um circuito elétrico, os elétrons
começam a se mover. A pilha fornece elétrons de um lado e os retira do
outro. Se a pilha for colocada em contato com um material isolante, os

UNIMES VIRTUAL
150 FÍSICA GERAL
elétrons não fluirão; entretanto, se um condutor entrar em contato com os
dois lados da pilha, os elétrons vão transitar pelo metal.

A corrente elétrica é isto: elétrons percorrendo um condutor. Geralmente,


utilizamos um fio metálico para conduzir a corrente elétrica.

Note que unir as pontas de uma pilha não serve para nada. Precisamos
colocar mais coisas no meio do caminho.

Veremos, ao longo desta unidade, que os componentes elétricos são colo-


cados de forma a produzir vários efeitos diferentes. Um dos componentes
mais simples é um resistor (chamado popularmente de resistência), que
converte energia elétrica em energia térmica. Ele é usado no chuveiro, no
ferro de passar roupa e em outros equipamentos.

Existem também os capacitores. Eles são utilizados para armazenar elé-


trons. Os capacitores conseguem produzir corrente elétrica muito maior
que a bateria. No capacitor os elétrons migram de um lado para o outro
de forma muito mais rápida que na bateria. Esta corrente elétrica bastante
elevada é utilizada para acender o flash das máquinas fotográficas.

A corrente elétrica é medida no Sistema Internacional em ampère (A),


em homenagem a André-Marie Ampère, cientista francês. Ele foi um dos
primeiros a fazer um grande estudo das inter-relações entre a eletricidade
e o magnetismo.

A corrente elétrica mede a quantidade de carga que passa por uma região
num certo intervalo de tempo. Um ampère é simplesmente um Coulomb
por segundo.

Exemplo

Sabendo que a carga de um elétron é de 1,6 x 10-19 C, determine o número


de elétrons que passam por um fio, por onde passa uma corrente de um
ampère.

Resposta: O número de elétrons que passam pelo fio a cada segundo é


de: 6,25 x 1020.

Aplicação

Um lugar onde é bastante comum ver a especificação da corrente máxima


é numa tomada. Se você comprar uma tomada, repare que aparece o nú-
mero de ampères que esta tomada suporta. Numa tomada que suporta 10
ampères, você verá escrito: 10 A.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 151
Quando estudarmos os resistores em maiores detalhes, você verá que
uma corrente elevada é capaz de aquecer um fio. Portanto, alguns apare-
lhos que utilizam uma corrente elétrica elevada devem utilizar tomadas es-
pecíficas, que agüentem o número de elétrons que deverão passar por ali.

Um superaquecimento num fio ou numa tomada pode fazer com que ela
derreta, perdendo sua utilidade e podendo causar um incêndio. Portanto,
é muito importante utilizar fios e tomadas que agüentem a corrente que
passará pelo equipamento que será utilizado.

Questões

1) Quantidade de carga que passa pelo condutor por unidade de tempo:

a) voltagem
b) induzido
c) corrente elétrica
d) resistência

2) Como se comportam os elétrons em um fio metálico ligado a uma


bateria?

a) Permanecem estáticos.
b) Vão de uma região negativa para uma positiva.
c) Vão de uma região positiva para uma negativa.
d) Deslocam-se ao acaso.

UNIMES VIRTUAL
152 FÍSICA GERAL
Aula: 27

Temática: Outras Características dos


Aparelhos Elétricos

Esta aula tem por objetivo complementar as informações


que começamos a estudar na aula passada, a fim de enten-
der melhor as informações que estão presentes nos equipa-
mentos elétricos.

Na aula passada, vimos a corrente elétrica. Ela é apresentada em alguns


aparelhos elétricos. Mas o lugar mais comum de vermos esta informação
é numa tomada.

Hoje veremos que, além da corrente elétrica, a voltagem, a potência con-


sumida e a freqüência são informações muito importantes. Mas para que
possamos entender estas propriedades precisaremos entender o que é e
como medir a energia elétrica.

Energia potencial elétrica

Quando estudamos Mecânica aprendemos sobre energia cinética e ener-


gia potencial mecânica. A energia cinética é a energia de um corpo em
movimento. A energia potencial mecânica é a energia que um corpo para-
do possui a qual pode levá-lo ao movimento.

Uma bola de basquete sendo segurada por uma pessoa acima da sua ca-
beça possui energia potencial. Se a pessoa soltar a bola, ela começa a
cair. Sua energia potencial se transformou em energia cinética.

Da mesma forma, se um corpo carregado estiver numa região de campo


elétrico, este corpo estará em movimento ou estará preso por alguma coi-
sa. Se ele estiver sendo impedido de se mover, ele possui energia poten-
cial. Como o corpo carregado está inserido num campo elétrico, dizemos
que esta é uma energia potencial elétrica.

A energia potencial elétrica, assim como qualquer outra energia, é medi-


da no Sistema Internacional em joules (J). O nome desta unidade é uma
homenagem ao cientista inglês James Prescott Joule, que realizou vários
estudos sobre calor e energia.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 153
Potencial elétrico

O potencial elétrico é muito usado no dia-a-dia. Com certeza, você utiliza o


potencial elétrico provavelmente sem saber.

Para calcular a energia potencial mecânica de um corpo, você precisa


saber qual é a massa deste corpo, analogamente; para saber a energia
potencial elétrica de um corpo, você precisa saber a sua carga elétrica.
Portanto, a energia potencial elétrica depende da carga do corpo.

Para que possamos saber a energia potencial de um corpo, foi criado o po-
tencial elétrico. O potencial elétrico é simplesmente a energia potencial
elétrica de um corpo dividida pela sua carga. Portanto, esta grandeza é a
mesma independentemente da sua carga. Se existe um campo elétrico,
podemos calcular o valor do potencial elétrico. Se quisermos, então, saber
a energia potencial elétrica de uma partícula carregada colocada neste
campo, basta multiplicar o potencial elétrico pela carga da partícula.

Como dissemos há pouco, o potencial elétrico é utilizado no nosso dia-


a-dia. Ele é medido em volts (V). Todos os equipamentos a nossa volta
possuem a descrição da sua voltagem.

Podemos chamar de voltagem, tensão, ou diferença de potencial esta gran-


deza que vem descrita em todos os aparelhos. É chamada de diferença de
potencial e não de potencial elétrico, porque cada um dos fios possui um
potencial diferente. O que importa para o funcionamento dos aparelhos é a
diferença entre os dois potenciais nos dois fios. O potencial que é aplicado
a cada fio não é importante, desde que a diferença de potencial seja aquela
que esperamos receber, ou seja, 110 V ou 220 V.

No Sistema Internacional, o potencial elétrico é medido em volt, em home-


nagem ao cientista italiano Alessandro Volta, que inventou a pilha. Um volt
corresponde a um joule por Coulomb.

É muito importante conhecer a tensão do local onde moramos, assim como


dos aparelhos. Alguns aparelhos permitem que sua tensão seja alterada
através de uma chave seletora, enquanto outros não possuem uma tensão
fixa. Atualmente, existem aparelhos que se ajustam automaticamente à
tensão do local. Isto é bastante comum em televisores.

Se um aparelho for ligado numa tensão menor, ele ficará fraco ou não
funcionará. Entretanto, se um aparelho for ligado numa tensão maior, ele
queimará.

UNIMES VIRTUAL
154 FÍSICA GERAL
Potência

Potência é a quantidade de energia por unidade de tempo. Quando falamos


da potência de um equipamento elétrico, estamos falando da quantidade
de energia que este aparelho consome num certo intervalo de tempo.

No Sistema Internacional, a potência é medida em watt em homenagem


ao cientista escocês James Watt, que contribuiu bastante para a melhoria
do motor a vapor. Um watt é simplesmente um joule por segundo. Desta
forma, um chuveiro que tem um consumo de 5.500 watts está consumin-
do 5.500 joules de energia a cada segundo.

Freqüência

Esta não é uma unidade de grandeza nova para vocês. Já vimos a freqü-
ência e sabemos que no Sistema Internacional ela é medida em hertz (Hz).
Mas por que será que ela está aparecendo aqui?

A tensão que recebemos em nossas casas é alternada. Portanto, ora a cor-


rente flui num sentido, ora flui no outro sentido. A corrente alterna várias
vezes por segundo. No Brasil, a freqüência de oscilação da tensão é de 60
Hz (60 vezes por segundo). Em alguns países, a freqüência produzida pelas
usinas é de 50 Hz.

Certos equipamentos, como motores, são fabricados levando-se em conta


a oscilação da tensão (e da corrente) que chega até as residências. Por-
tanto, é importante que esta característica seja respeitada. Entretanto, a
freqüência é a mesma em todo o país. Você somente terá que se preocu-
par com a freqüência de um equipamento se você importar algum tipo de
aparelho eletrônico que seja ligado à tomada.

Questões

1) Em relação à tensão aplicada a um aparelho elétrico:


a) É medida em volt (V).
b) É também chamada de diferença de potencial.
c) É popularmente chamada de voltagem.
d) Todas as alternativas estão corretas.

2) Com relação à potência de um aparelho elétrico:


a) É a quantidade de energia por unidade de tempo.
b) É medida em watt (W).
c) O consumo de 1.000 W equivale a 1.000 joules por segundo.
d) Todas as alternativas estão corretas.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 155
Aula: 28

Temática: Conta de Luz

Esta aula será bem interessante, pois iremos aprender o que


estamos pagando. Também vamos ver como calcular o con-
sumo elétrico mensal de um aparelho.

Todos nós consumimos energia elétrica e temos de pagar por esse consu-
mo. A fonte mais comum de energia elétrica no Brasil são as usinas hidre-
létricas que transformam a energia cinética das águas (que abandonam
as represas) em energia elétrica.

Quando esta energia chega até nós, ela é convertida em energia térmica
(chuveiro), energia luminosa (lâmpadas), energia mecânica (ventilador),
energia sonora (aparelho de som) etc.

O consumo

Vimos várias grandezas que são utilizadas para medir o que ocorre nos
aparelhos. Precisamos saber qual destas grandezas é mensurada para
contabilizar o nosso consumo.

O que é cobrado na conta de luz é a energia. Sabemos que no Sistema In-


ternacional a energia é medida em joules. Entretanto, se você olhar na sua
conta de luz, verá que esta unidade não aparece lá. Então, em que unidade
é que a energia é medida na conta de luz?

Se você olhar a conta de luz verá o consumo medido em kWh (quilowatt


hora), que é o produto de duas unidades. Uma das unidades que aparece
aí é o watt. Lembre-se que o watt é uma unidade de potência, ou seja,
consumo de energia por unidade de tempo. Um watt equivale a um joule
por segundo.

Como potência é energia por intervalo de tempo, podemos dizer que ener-
gia é o produto de potência por intervalo de tempo. Lembrando que a uni-
dade de potência watt é: Joule dividido por segundo. Assim, 1 kWh é
o mesmo que: 1.000 Watts vezes 3.600 segundos, ou seja, 1 kWh é o
mesmo que 3,6 x 106 Joules.

Numa casa, o consumo de energia elétrica num mês é de cerca de


200 kWh. Portanto, o consumo de uma casa é convertido assim:

UNIMES VIRTUAL
156 FÍSICA GERAL
200 kWh = 720 x 106 Joules. Assim, vemos que o consumo médio de
energia numa residência é de 720 milhões de joules.

Faça as mesmas contas para a sua casa e veja qual é o consumo de ener-
gia em joules.

Comparação

Se um carro possuir massa de 1.440 kg, qual deve ser sua velocidade para
que sua energia cinética seja de 720 milhões de joules?

6 mv 2
720 ×10 = Ec = = 720v 2
2
Portanto: m/s = 3.600 km/h.

Podemos perceber que consumimos uma grande quantidade de energia no


intervalo de um mês.

Porque kWh?

Pode parecer estranho alguém utilizar uma unidade diferente daquela uti-
lizada no Sistema Internacional. Para muitas medições nós costumamos
usar as unidades do sistema Internacional. Entretanto, para o consumo de
eletricidade não fazemos a mesma coisa.

Nós sabemos que a potência dos equipamentos é medida em watt, exa-


tamente como no Sistema Internacional. Portanto se uma lâmpada de 100
W fica ligada durante 4 horas por dia, o seu consumo diário será de 400
Wh, ou seja, simplesmente o produto da potência pelo intervalo de tempo.
Em um mês (30 dias) o consumo desta lâmpada será de 12.000 Wh ou
12 kWh.

Vemos, portanto, que o consumo depende tanto da potência do aparelho


quanto do tempo que ele fica ligado.

Vá até o banheiro da sua casa e verifique a potência do seu chuveiro.


Talvez você veja que existem duas potências diferentes. Isto acontece por-
que o chuveiro possui duas posições. Uma que é mais quente e consome
mais; e outra menos quente que consome menos. Caso o seu chuveiro
não apresente as duas potências, você pode considerar que a posição
econômica consome cerca de metade da potência máxima (que é indicada
no chuveiro).

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 157
Agora que você já sabe a potência do chuveiro, você precisa saber mais
duas coisas: (I) quanto tempo o chuveiro fica ligado por dia e (II) qual a
fração do tempo que o chuveiro fica na posição econômica.

Supondo que o chuveiro fica 50% do tempo em cada posição e que em


média ele fica ligado uma hora por dia. Supondo que a potência do seu
chuveiro é de 5.500 W na potência máxima e de 2.750 W na posição
econômica, temos:

Consumo = 5.500 x 15 + 2750 x 15 = 123,75 kWh.

Depois que você fizer estas contas, verifique qual é o consumo mensal
de energia na sua casa. Será que o chuveiro é responsável por um gasto
muito alto de energia elétrica?

Questões

1) Ao pagar uma conta de luz, você está pagando o consumo de:

a) corrente elétrica
b) tensão
c) potência elétrica
d) energia elétrica

2) A energia pode ser escrita como:

a) O produto da potência pelo intervalo de tempo.


b) O produto do joule pelo intervalo de tempo.
c) Watts.
d) A e c estão corretas.

UNIMES VIRTUAL
158 FÍSICA GERAL
Aula: 29

Temática: Chuveiros e outros Resistores

Vamos conhecer o resistor, um componente bastante sim-


ples, que é usado para produzir energia térmica.

Existem alguns aparelhos que são responsáveis por converter energia elé-
trica em energia térmica. O componente responsável por isto é o resistor
(também chamado popularmente de resistência). O resistor está presente no
chuveiro, no ferro de passar roupa e também na lâmpada incandescente.

Interação dos elétrons com o condutor

Já falamos sobre os materiais condutores e isolantes. Entretanto é impor-


tante notar que os condutores não conduzem totalmente a energia elétrica
que eles recebem.

A energia elétrica que vem das usinas hidrelétricas é transmitida através


dos fios. Entretanto, parte da energia que estes fios recebem não chega
até o destino. Esta energia é perdida. O que será que acontece com a
energia perdida?

Os elétrons não caminham livremente pelo material condutor, eles intera-


gem com os átomos do material. Ao interagir, os elétrons perdem energia
e reduzem sua velocidade. Em compensação, os átomos ganham energia
cinética e vibram mais intensamente.

Como aprendemos nas aulas de termologia, uma agitação maior dos áto-
mos corresponde a uma temperatura maior. Portanto, o condutor aquece
quando é atravessado pela corrente elétrica. Assim, parte de energia elé-
trica, que é enviada pelas usinas hidrelétricas, é perdida como energia
térmica. Isto ocorre em qualquer fio. Quanto maior o comprimento do fio,
mais os elétrons vão interagir e menor será a energia elétrica que chegará
ao destino.

Propriedades de um resistor

Nenhum condutor consegue transmitir eficientemente a energia elétrica,


parte dela é transformada em energia térmica. Isto pode ser usado para se
conseguir aumentar a temperatura de várias coisas. Podemos, por exem-
plo, aumentar a temperatura da água do banho.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 159
Existe uma grandeza que descreve a dificuldade que a corrente tem em
passar por um resistor. Esta grandeza é a resistência elétrica (R).

Para que a obtenhamos uma grande resistência, já vimos que devemos ter
um fio longo. Quanto mais longo, mais os elétrons vão interagir com os
átomos. Além disso, o fio deverá ser fino. Assim, haverá uma quantidade
maior de elétrons interagindo com um mesmo átomo, fazendo com que ele
se aqueça ainda mais.

Uma terceira propriedade dos resistores, que define o quanto ele vai se
aquecer, é o material do qual ele é feito. Alguns materiais deixam os elé-
trons passar com maior facilidade que outros.

Já vimos que o comprimento do resistor, a sua espessura e o material do


qual ele é feito influenciam na dificuldade que os elétrons terão em passar
pelo resistor. Portanto, a resistência elétrica pode ser descrita como:


R=ρ
A
Portanto, a resistência elétrica depende da resistividade elétrica ( ρ ),
que é uma propriedade do material. A resistência também depende do
comprimento ( ℓ ) do resistor e da área ( A ) da seção transversal do fio.

Concluindo, podemos dizer que:

• A resistência de um condutor é tanto maior quanto maior for seu com-


primento.

• A resistência de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de


sua seção transversal, isto é, quanto mais estreito for o condutor.

• A resistência de um condutor depende do material de que ele é feito.

Resistência, Corrente e Tensão

A resistência de um resistor é medida em ohm, em homenagem ao cien-


tista alemão Georg Simon Ohm, que foi quem descobriu a relação entre a
corrente e a tensão num resistor. Nós veremos esta relação logo abaixo.

A unidade ohm é comumente representada pela letra grega ômega maiús-


cula ( Ω ). Portanto, se a resistência de um resistor for de 1 ohm, podemos
escrever simplesmente:

R =1 Ω
UNIMES VIRTUAL
160 FÍSICA GERAL
Quando ligamos um ferro de passar roupa na tomada, a tensão que ele
receberá já está determinada. A tensão será 110 V ou 220 V, dependendo
da localidade onde você está. Vamos assumir que a tensão seja de 110 V.
Agora gostaríamos de saber a corrente que passa por este ferro de passar
roupa.

Segundo o cientista Georg Simon Ohm, a relação entre a tensão (U), a


corrente (i) e a resistência (R) é dada por:

U = Ri

Assim, se a resistência do ferro de passar roupa for de 10 , a corrente que


passará pelo ferro será de:

U 110
i= = = 11A
R 10

Lembre-se que a corrente é medida em ampères (A) no Sistema Inter-


nacional. Vemos, portanto que aumentando a resistência, a corrente
diminui.

Questões

1) Três fatores que influenciam na resistência (medida em ohms):

a) material, densidade e comprimento;


b) densidade, área da seção e cor do condutor;
c) material, comprimento e área da seção do condutor;
d) densidade, comprimento e peso do condutor.

2) Um chuveiro elétrico aquece insuficientemente a água. Para corri-


gir isto, deve-se:

a) aumentar o comprimento do fio que serve de resistência;


b) diminuir o comprimento do fio que serve de resistência;
c) diminuir a tensão nos extremos do fio;
d) ligar uma resistência em série à resistência do chuveiro.
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 161
3) O valor da resistência elétrica de um condutor não varia, se mudar-
mos somente:

a) o material de que ele é feito;


b) seu comprimento;
c) a diferença de potencial a que ele está submetido;
d) a área da sua seção reta.

4) Um chuveiro elétrico submetido à tensão constante pode ser re-


gulado para fornecer água a maior ou menor temperatura (inverno e
verão respectivamente). A resistência elétrica (medida em ohms) do
chuveiro:

a) é maior quando se deseja água mais aquecida (inverno).


b) é maior quando se deseja água menos aquecida (verão).
c) varia de acordo com o fluxo de água.
d) a resistência não tem relação com o aquecimento da água.

UNIMES VIRTUAL
162 FÍSICA GERAL
Aula: 30

Temática: Produção de Energia Térmica

Nesta aula iremos aprender a relação existente entre as ca-


racterísticas dos aparelhos eletrônicos. Algumas informa-
ções não são apresentadas num aparelho, porque podem
ser obtidas a partir das demais.

Sabemos que um resistor é utilizado para produzir energia térmica. Mas


precisamos saber quanto um resistor produz de energia térmica.

Para fazer isto vamos calcular a potência elétrica dissipada por um resistor.

Potência

Vimos que o potencial elétrico é igual à energia dividida pela carga. Por-
tanto, a energia que é transformada num resistor é igual ao produto do
potencial elétrico pela carga que passa pelo resistor.

A potência é igual à energia dissipada dividida pelo intervalo de tempo em


que ocorreu a dissipação. O potencial elétrico não varia com o tempo, ape-
nas a carga varia com o tempo. A variação da carga em função do tempo é
a corrente elétrica. Portanto, a potência dissipada por um resistor é igual
ao produto do potencial elétrico pela corrente elétrica:

P = Ui
Potência de um chuveiro

Como acabamos de mostrar, a potência consumida por um equipamento


elétrico é facilmente calculada a partir da tensão aplicada e da corrente
que passa por este equipamento.
U
Vimos na aula passada que: i =
R
. Hoje vimos que: P = Ui
Podemos combinar estas duas equações e escrever:

U2
P=
R
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 163
Portanto, conhecendo o valor da resistência, assim como da tensão aplica-
da, saberemos a potência dissipada.

Se o resistor do chuveiro possuir uma resistência de 2,75 Ω, e a tensão for


de 110 V, qual será a potência elétrica consumida pelo chuveiro?

U 2 (110) 2
P= = = 4.400 W
R 2, 75

Se você já abriu o seu chuveiro, deve ter percebido que a resistência é


composta por duas molas. Surge então uma pergunta: Por que a resistên-
cia é uma mola?

Lembre-se que para que o valor da resistência seja grande, o material con-
dutor deve ser comprido. Para que ele seja bastante comprido, ele tem este
formato. Caso o resistor fosse um fio reto, ele não caberia no chuveiro.

Agora precisamos entender por que existem duas molas. Vemos na figura
acima que existem três pontos de contato no resistor. O ponto do meio
fica sempre conectado a um dos fios que chega a casa. Os outros dois
não ficam sempre conectados. Na verdade, os conectores extremos não
são conectados simultaneamente. Somente um deles é conectado a cada
vez. Quando escolhemos uma das posições (verão ou inverno), estamos
escolhendo qual dos trechos será utilizado.

Vemos, portanto, que temos dois resistores em um. Podemos ligar o resis-
tor maior ou o menor. Mas qual deles é o que aquece mais e qual é o que
aquece menos?

Como a tensão que o chuveiro recebe é sempre a mesma, variando a resis-


tência, variamos a potência. Lembre-se de que a potência é a quantidade
de energia elétrica que é convertida em energia térmica por unidade de
tempo. Portanto, para produzir um calor maior, devemos ter uma potência
maior.

UNIMES VIRTUAL
164 FÍSICA GERAL
U2
Vimos que a potência é inversamente proporcional à resistência (P = ).
R
Portanto, para obter um aquecimento maior, devemos utilizar um resistor
com menor resistência.

Lembre-se de que, quanto maior o comprimento do fio, maior será a sua


resistência. Neste caso, queremos um fio com resistência pequena, por-
tanto, devemos utilizar um fio menor.

Em suma, o resistor maior é utilizado na posição verão, quando o chuveiro


não precisa aquecer muito. Já o resistor menor é utilizado na posição in-
verno, quando o chuveiro precisa aquecer mais.

Pode parecer estranho que o resistor menor produza um aquecimento


maior. Mas note que se o valor da resistência for pequeno, a corrente que
passa pelo fio será grande, portanto vários elétrons estarão passando e
transferindo energia para os átomos do fio.

Questões

1) Numa residência onde a tensão da rede elétrica é de 110 V, está


acesa uma lâmpada em cujo bulbo se lê 60 W - 110 V. Isso significa
que:

a) A lâmpada gera 60 J de energia elétrica em cada segundo.


b) A lâmpada dissipa 60 W de energia elétrica em cada segundo.
c) A lâmpada converte 60 J de energia elétrica em outra forma de ener-
gia em cada segundo.
d) A lâmpada produz 60 J de energia luminosa em cada segundo.

2) Se um chuveiro possuir tensão de 220 V e uma resistência de 10 Ω,


qual será a sua potência:

a) 4.000 W
b) 4.840 W
c) 2.2 00 W
d) 4.575 W

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 165
Aula: 31

Temática: Magnetismo

Agora iremos conhecer os ímãs e o magnetismo. Veja:

O magnetismo na antiguidade era conhecido por meio do mineral magneti-


ta (Fe3O4). Suas propriedades e uso eram envolvidos por muito misticismo.
Sua história anterior é obscura, mas sua capacidade de atrair ferro já era
conhecida vários séculos antes de Cristo.

O magnetismo

Os efeitos magnéticos externos a uma barra imantada são mais intensos


nas regiões próximas às suas extremidades. Essas regiões são chamadas
de pólos magnéticos. Esta barra imantada é chamada ímã e os seus dois
pólos magnéticos são: norte (N) e sul (S).

Um ímã possui dois pólos, mas o que será que acontece se quebrarmos
este ímã em duas partes? Cada uma das partes terá um pólo norte e um
pólo sul. Portanto, um ímã sempre tem dois pólos. Vários experimentos já
foram realizados por físicos em busca da existência de mono-pólos mag-
néticos. Entretanto, esse mono-pólo nunca foi encontrado. Portanto, acre-
dita-se que não podemos encontrar algum corpo que possua apenas um
pólo, mesmo que busquemos abaixo da escala atômica, como já foi feito.

Campo Magnético

Um ímã cria um campo magnético ao seu redor. Lembre-se de que matéria


cria um campo gravitacional ao seu redor, enquanto cargas elétricas criam
um campo elétrico.

UNIMES VIRTUAL
166 FÍSICA GERAL
Assim como fizemos com o campo elétrico, podemos escrever as linhas
do campo magnético. A direção do campo magnético em cada ponto do
espaço é a direção que a bússola aponta.

A direção do vetor campo magnético é a direção da reta definida pela agu-


lha magnética da bússola e o sentido do vetor campo magnético é do pólo
S ao pólo N da agulha. Para determinar a configuração do campo numa
dada região do espaço deve-se repetir esse procedimento em muitos pon-
tos dessa região, o que pode demandar muito tempo.

Um modo pictórico de representar a configuração de um campo magnético


é através das linhas de campo. As linhas de campo associadas a um dado
campo magnético são desenhadas obedecendo às seguintes convenções:

• Toda linha de campo magnético é contínua e fechada, saindo do pólo N


e chegando ao pólo S por fora do imã e saindo do pólo S e chegando ao
pólo N por dentro do imã.

• Apenas uma linha de campo passa por um dado ponto do espaço e essa
linha é tangente ao vetor campo magnético nesse ponto.

• O número de linhas de campo que atravessam uma superfície de área


unitária e perpendicular a essas linhas é proporcional à intensidade do
campo magnético local.

Aplicações

O magnetismo tem várias aplicações. Uma delas é a fita-cassete (tanto


de áudio como de vídeo) que realiza a gravação magnética do áudio e do
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 167
vídeo. A fita é feita de um material plástico coberta por uma fina camada
de óxido de ferro em pó.

O óxido de ferro, quando exposto a um campo magnético, fica magnetiza-


do permanentemente. Portanto, a fita cassete é composta por vários ímãs,
que podem ter sua polaridade trocada. Sempre que se grava algo numa
fita cassete, a polaridade destes ímãs está sendo fixada de acordo com as
informações que estão sendo gravadas.

Para gravar a informação é produzido um campo magnético que altera a


polaridade das várias regiões da fita. Este campo magnético é criado por
meio de um eletroímã, o que será estudado na próxima aula.

Uma outra aplicação do magnetismo é no disco-rígido do computador, ou


no disquete. As informações são gravadas de forma semelhante à expli-
cação acima.

Na próxima aula veremos que alguns outros aparelhos de-


pendem do magnetismo, assim como: o motor, o gerador, o
alto-falante e o microfone. Até lá!

Questões

1) Em um ímã, os efeitos magnéticos são mais intensos:

a) Nas suas extremidades.


b) Nas regiões centrais.
c) Nas regiões distantes do objeto a atrair.
d) São iguais em todas as regiões.

2) Podemos afirmar que um ímã cria ao seu redor:

a) um campo elétrico.
b) um campo gravitacional.
c) um campo magnético.
d) um campo eletrostático .

UNIMES VIRTUAL
168 FÍSICA GERAL
Aula: 32

Temática: Eletro + Magnetismo

Objetivo

Entender como a eletricidade e o magnetismo se relacionam. Veremos


também as aplicações do eletromagnetismo.

Um fio produz magnetismo

No século XIX, o professor dinamarquês Hans Christian Oersted conseguiu


provar experimentalmente (em 1820) que, quando uma corrente elétrica
passava ao longo de um fio, surgia um campo magnético ao redor do fio.
Um campo magnético circular se forma ao redor do fio. Este campo fica
mais fraco à medida que nos afastamos do fio.

A direção do campo é perpendicular ao fio. Assim, se colocarmos uma


bússola ao lado do fio, ele apontará nesta direção. O sentido que a bússola
apontará depende do sentido da corrente, conforme podemos ver na figura
acima. Se trocarmos a polaridade da bateria, a bússola apontará para o
lado contrário.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 169
Como o campo magnético é circular e perpendicular ao fio, uma forma de
amplificá-lo é enrolando o fio. Se enrolarmos várias vezes, poderemos
amplificar ainda mais o campo magnético.

Se enrolarmos o fio ao redor de um prego, notaremos que o campo mag-


nético ficou mais intenso ainda. Isto ocorre porque os átomos do ferro e
do aço tendem a se alinhar com o campo magnético, amplificando-o ainda
mais. O campo magnético estará agora ao longo do prego.

Se você aproximar uma bússola do prego (com o fio enrolado e conectado


à bateria), perceberá que o efeito sobre ela foi bastante aumentado.

Você acabou de ver como funciona um eletroímã. Este prego com um fio
enrolado é um eletroímã. A principal diferença entre um ímã e um eletro-
ímã é que este último é temporário, ou seja, ele funciona como um ímã
somente enquanto houver corrente elétrica passando por ele.

Um ímã produz eletricidade

Oersted mostrou que era possível produzir um campo magnético a partir


de cargas em movimento. Michael Faraday, um cientista inglês, mostrou
que era possível fazer o contrário, ou seja, produzir corrente elétrica a partir
de um campo magnético. Para tanto, é necessário que o campo magnético
varie. Quando este campo varia, surge uma corrente elétrica no fio.

UNIMES VIRTUAL
170 FÍSICA GERAL
A forma mais simples de se criar um campo magnético variável é movi-
mentando um ímã. Quando você movimenta um ímã próximo a um fio, o
campo magnético próximo ao fio varia. Ora ele fica mais intenso (quando
o ímã está próximo), ora ele fica mais fraco (quando o ímã está distante).
Com a variação do campo magnético, os elétrons começam a se mover no
fio, surgindo a corrente elétrica.

A unificação da eletricidade e do magnetismo

Vimos que Oersted e Faraday contribuíram para o entendimento de que


a eletricidade e o magnetismo estão relacionados um com o outro. En-
tretanto, foi somente o cientista escocês James Clerk Maxwell que fez
uma análise matemática completa dos fenômenos elétricos e magnéticos.
Mostrando como se dá a relação entre estes dois fenômenos.

Aplicações do Eletromagnetismo

Como vimos, podemos utilizar um fio enrolado (bobina) para criar um


eletroímã. Este eletroímã pode então interagir com um ímã permanente,
causando atração e repulsão. Se alterarmos o sentido da corrente que
passa no fio da bobina, o sentido do campo magnético também se altera.
Portanto, os pólos trocam de lado. O pólo norte passa a ser sul e o pólo sul
passa a ser norte.

Com esta troca de pólos, o ímã eletroímã, que era atraído para um lado, pas-
sa a ser atraído para o outro. É assim que funciona o motor. Ele possui um
ímã permanente e um eletroímã. No eletroímã passa corrente alternada.

Um alto-falante funciona de maneira semelhante a um motor. O alto-falan-


te possui um ímã permanente e uma bobina. Nesta bobina passa uma cor-
rente alternada com a mesma freqüência que o som que se quer produzir.
Conforme a corrente alterna, os pólos do eletroímã também se alternam,
interagindo com o ímã permanente. Desta forma, o eletroímã vai para fren-
te e para trás. O eletroímã fica conectado a um diafragma (um cone de
papel) que faz o ar oscilar, produzindo as ondas sonoras.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 171
Vimos também que um campo magnético variável produz corrente elétri-
ca. Este é o princípio de funcionamento de um gerador. As turbinas numa
hidrelétrica são conectadas a um gerador. Portanto, a água transfere parte
da sua energia cinética para o gerador. Um ímã começa a se mover no
interior de uma bobina. Devido ao campo magnético variável, surge uma
corrente elétrica nos fios da bobina. Esta corrente elétrica é transmitida
para os consumidores.

O microfone tem um funcionamento semelhante a um gerador. As ondas


sonoras que chegam até ele fazem com que um ímã se movimente. Devido
ao campo magnético variável, surge uma corrente elétrica numa bobina.
Esta corrente tem a mesma freqüência que a onda sonora. Esta corrente é
conduzida a um amplificador e vai, então, para os alto-falantes.

Questões

1) Em relação ao ímã e ao eletroímã podemos afirmar respectivamente:

a) O primeiro é permanente e o segundo é provisório.


b) O primeiro é provisório e o segundo é permanente.
c) O eletroímã não precisa de corrente passando por ele.
d) O ímã necessita de corrente e o eletroímã de corrente eletromagnética.

2) Um campo magnético pode produzir corrente elétrica num material


condutor?

a) Não, pois é necessário um campo elétrico para produzir corrente elétrica.


b) Não, pois a corrente elétrica se dissiparia.
c) Sim, pois é só variar o campo magnético.
d) Sim, pelo fato do campo magnético ser invariável.
UNIMES VIRTUAL
172 FÍSICA GERAL
3) Um fio condutor retilíneo e muito longo é percorrido por uma
corrente elétrica constante, que cria um campo magnético em torno
do fio. Com relação a esse campo magnético, podemos dizer que:

a) Tem o mesmo sentido da corrente elétrica.


b) É uniforme.
c) Diminui à medida que a distância em relação ao condutor aumenta.
d) Aponta para o fio.

Com está aula encerramos nossa disciplina, espero que


tenha gostado e caso tenha alguma dúvida ou comentário
envie para nossa tutoria.

Um forte abraço e bom estudo!

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 173
Resumo – Unidade VI

Vimos que a matéria é formada por átomos, e estes são


formados por partículas neutras e carregadas. O átomo é
formado por um núcleo onde estão os prótons e nêutrons
que são, respectivamente, positivos e neutros. Além do núcleo, o átomo
também possui uma eletrosfera, em que ficam os elétrons (negativos).

Quando um corpo se torna carregado, o que se altera é o número de elé-


trons. Um corpo negativo possui excesso de elétrons, enquanto um corpo
positivo possui falta de elétrons.

Aprendemos também sobre a interação que ocorre entre as cargas elétri-


cas. Uma carga elétrica exerce uma força sobre uma outra carga. Esta for-
ça depende do valor das cargas, assim como da distância entre as cargas.
Vimos que uma carga cria no espaço ao seu redor um campo elétrico, que
pode ser sentido por outras cargas que sejam colocadas na região.

Conhecemos um pouco mais os aparelhos que estão presentes em todas


as residências. Vimos algumas informações que eles apresentam, como:

• corrente: é a quantidade de carga elétrica que passa por um condutor


por unidade de tempo;

• voltagem: também chamada de tensão ou diferença de potencial.

• potência: é a quantidade de energia consumida por unidade de tempo.


Isto é muito importante de se saber, pois está intimamente relacionado ao
valor da conta de luz;

• freqüência: A corrente elétrica que temos em nossas casas é alternada.


Ora os elétrons seguem num sentido, ora seguem noutro. No Brasil as
oscilações ocorrem 60 vezes por segundo.

Ao calcular a conta de luz vemos que é utilizado o consumo de energia


elétrica. Esta grandeza pode ser escrita como potência vezes tempo. A po-
tência dos aparelhos elétricos é descrita em watts. Portanto, multiplicando
o tempo de uso de um aparelho pelo seu consumo, obtemos a energia total
consumida. As empresas que fornecem energia elétrica dão o valor do
kWh (quilowatt hora). Desta forma, obtemos com facilidade o valor gasto
por cada aparelho, desde que saibamos o seu tempo de funcionamento.
UNIMES VIRTUAL
174 FÍSICA GERAL
Aprendemos sobre os resistores que são utilizados para aquecimento.
Como a tensão que recebemos é fixa (110 V ou 220 V), diferentes valores
de resistência implicam em diferentes valores de corrente passando pelo
resistor.

Vimos também que a potência é o produto da tensão pela corrente. Assim


pudemos ver que um resistor menor possui uma potência maior, cau-
sando uma maior conversão de energia elétrica em energia térmica, ou
seja, um maior aquecimento.

Para finalizar, conhecemos o magnetismo e como ele está relacionado


à eletricidade. Vimos que cargas em movimento produzem um campo
magnético, assim como a variação de um campo magnético causa o
aparecimento de uma corrente elétrica num condutor que sinta a influen-
cia deste campo.

Referências Bibliográficas

Professores do GREF. Física 1: Mecânica. São Paulo: EDUSP, 1999.

__________. Física 2: Física Térmica e Óptica. São Paulo: EDUSP, 1996.

__________. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 2000.

CARRON, W; GUIMARÃES, O. As Faces da Física. São Paulo: Editora


Moderna, 1997.

Referências Bibliográficas Complementares

Grupo de Re-elaboração do Ensino de Física (GREF)

O nome do grupo já diz qual é a proposta deste grupo da USP. Eles progra-
mam a física de uma forma bastante interessante. A Física é ensinada por
meio de vários conceitos interessantes. O texto é engraçado e contém um
pouco da Física do nosso dia-a-dia.

É um bom texto para ser usado nas aulas do Ensino Médio. É composto
por 4 livros (Mecânica, Física Térmica, Óptica e Eletromagnetismo) que
estão disponíveis gratuitamente na Internet no formato pdf (Portable Do-
cument File) da Adobe.

http://axpfep1.if.usp.br/~gref/

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 175
Sala de Física

O professor de Física Luiz Carlos Marques Silva criou esta página muito
boa. Neste endereço alguns assuntos são discutidos, com várias explica-
ções que podem ajudar outros professores.

http://br.geocities.com/saladefisica

Feira de Ciências

Página do professor de Física Luiz Ferraz Netto. Esta é uma página excelente
para você aprender vários experimentos para fazer para os seus alunos.

http://www.feiradeciencias.com.br/

Licenciatura em Ciências Exatas

Esta é a página do curso de licenciatura em Ciências Exatas da USP de São


Carlos. Tem vários trabalhos feitos pelos alunos. Possui assuntos como:
História do Relógio, Energia Nuclear, Asteróides, Sistema Solar etc.

http://educar.sc.usp.br/licenciatura/

How Stuff Works (Como as Coisas Funcionam)

Este site é excelente. Tem um conteúdo muito bom sobre como as coi-
sas funcionam. Além de falar de Ciência, Eletrônica e Computadores, fala
também de automóveis, saúde e vários outros assuntos. Somente o link
Ciência contém centenas de assuntos (muito bem explicados), com figu-
ras e animações.

Este site tem apenas um único problema: está escrito em inglês.

http://www.howstuffworks.com/

Wikipédia – A enciclopédia livre

Esta é uma enciclopédia on-line na qual qualquer internauta pode editar. É


uma enciclopédia que cresce à medida que as pessoas vão inserindo in-
formação. É uma boa fonte de pesquisa, pelo menos para uma visão geral
do assunto. Pesquise os temas das aulas na Wikipédia e veja o que você
encontra por lá.

http://pt.wikipedia.org/
UNIMES VIRTUAL
176 FÍSICA GERAL
Kepler

Um bom curso de Astronomia disponível na Internet. O curso foi elaborado


por Kepler de Souza Oliveira Filho (professor da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul) e sua esposa Maria de Fátima Oliveira Saraiva (profes-
sora da mesma universidade).

Alguns tópicos podem ser selecionados para motivar os alunos no Ensino


de Física.

http://astro.if.ufrgs.br/index.htm

Revista Brasileira de Ensino de Física

É uma revista bastante interessante cujos artigos estão disponíveis para


download (formato pdf). É uma revista de ensino, mas inclui não apenas o
Ensino Médio, como também o ensino Superior e pós-graduação. Assim,
vários de seus artigos são muito avançados.

http://www.sbfisica.org.br/rbef/

Física na Escola

Esta revista é um suplemento da Revista Brasileira de Ensino de Física. Seus


artigos são mais didáticos, pois são voltados para professores do Ensino
Médio e Fundamental. Seus artigos também estão disponíveis on-line.

http://www.sbfisica.org.br/fne/Welcome.shtml

Gazeta de Física

Uma revista portuguesa de ensino de Física. Os artigos estão disponíveis


em pdf e são bons, embora alguns sejam avançados. O maior problema
desta revista é que a grafia de algumas palavras é diferente daquilo que
estamos acostumados. Por exemplo, próton, elétron e nêutron são chama-
dos respectivamente de protão, eletrão e neutrão.

http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/

Caderno Brasileiro de Ensino de Física

É uma revista voltada para o professor de Física do ensino Médio. Os arti-


gos em pdf estão disponíveis.

http://www.fsc.ufsc.br/ccef/port/cad/p_cad.html
UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 177
Investigações em Ensino de Ciências

É uma revista voltada exclusivamente para a pesquisa em ensino e apren-


dizagem de ciências. Os artigos estão disponíveis em html.

http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista.htm

UNIMES VIRTUAL
178 FÍSICA GERAL
Exercício de auto-avaliação VI

1) Atrita-se um bastão de vidro com um pano de lã inicialmente neutra. Pode-se afirmar


que:

a) Só a lã fica eletrizada.
b) Só o bastão fica eletrizado.
c) O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo sinal.
d) O bastão e a lã se eletrizam com cargas de mesmo valor absoluto e sinais opostos.

2) As linhas de força de um campo elétrico:

a) São sempre linhas fechadas.


b) São linhas imaginárias que saem das cargas negativas e chegam às positivas.
c) São linhas imaginárias que saem das cargas positivas e chegam às negativas.
d) Existem apenas quando cargas positivas e negativas acham-se próximas entre si.

3) Em um resistor, uma corrente elevada é capaz de:

a) Provocar o seu aquecimento.


b) Provocar o seu resfriamento.
c) Evitar qualquer alteração de sua temperatura.
d) A temperatura independente da corrente.

4) Com relação à corrente elétrica que recebemos em nossa casa:

a) Flui no sentido do aparelho.


b) Flui no sentido da tomada.
c) Ora flui num sentido, ora no outro.
d) A corrente não flui.

5) O que significa quilowatt-hora (kwh):

a) É uma unidade de potência.


b) É uma unidade de energia.
c) É uma unidade de tensão.
d) É uma unidade de corrente elétrica.

UNIMES VIRTUAL
FÍSICA GERAL 179
6) Sabendo que a corrente que passa por um aparelho é de 5 ampères e que a tensão que
ele recebe é de 110 V, diga qual é a sua potência.

a) 22 W
b) 550 W
c) 2.420 W
d) 1.100 W

UNIMES VIRTUAL
180 FÍSICA GERAL

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